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TEMA: Mensuração Florestal AULA: Dendrometria Prof°: Marcus Costa

TEMA: Mensuração Florestal · resolução de todas as questões objetivas que possam ser cobradas em sua prova sobre Dendrometria. Para isto, vamos intercalar a teoria com ... Vamos

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TEMA: Mensuração Florestal

AULA: Dendrometria

Prof°: Marcus Costa

Dendrometria para Concursos

Prof. Marcus Costa

Saudações Florestais!

Antes de tudo, gostaria de me apresentar, meu nome é Marcus

Costa, sou Engenheiro Florestal, especialista em Gestão Florestal, servidor

público federal desde 2012 quando passei em 1° lugar para o cargo de

Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário/Engenheiro Florestal no

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

A proposta desta aula é dar a você o melhor suporte teórico para a

resolução de todas as questões objetivas que possam ser cobradas em

sua prova sobre Dendrometria. Para isto, vamos intercalar a teoria com

questões de concursos comentadas para que você possa fixar o conteúdo

e se acostumar como ele costuma ser cobrado nas provas. Sempre que

possível colocarei ilustrações para facilitar ainda mais sua assimilação.

Ao final, serão apresentadas todas as questões da aula. Isto é para

que você possa resolvê-las sem ler os comentários ou utilizá-las como

ferramentas de revisão rápida na “reta final” de preparação para o seu

concurso.

O assunto que vamos tratar a partir de agora engloba: idade das

árvores e povoamento, DAP, CAP, Área Basal, Altura e Volume. O

assunto parece vasto, contudo, existem assuntos que são recorrentes nas

provas. E são nestes assuntos que vamos focar!

Finalmente, gostaria de convidá-lo, caro (a) aluno (a) a participar

ativamente desta aula. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas no e-

mail [email protected]

Após esta breve apresentação, vamos à nossa aula...

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Conteúdo

1. Dendrometria ...................................................................................... 4

1.1. Idade das Árvores e dos Povoamentos ............................ 6

1.2. Diâmetro à Altura do Peito (DAP) e Circunferência ............ 8

1.3. Área Seccional e Área Basal ......................................... 13

1.4. Altura .............................. Erro! Indicador não definido.

1.5. Volume ............................ Erro! Indicador não definido.

1.6. Equações de Volume .......... Erro! Indicador não definido.

2. Questões Extras ............................................ Erro! Indicador não definido.

3. Lista De Questões........................................ Erro! Indicador não definido.

4. Gabarito ........................................................ Erro! Indicador não definido.

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1. Dendrometria

O termo Dendrometria significa medida da árvore (DENDRO =

árvore; METRIA = medida). Numa definição mais ampla pode-se

conceituar a Dendrometria como um ramo da Ciência Florestal que se

encarrega da determinação ou estimação dos recursos florestais, quer

seja da própria árvore ou do próprio povoamento, com finalidade de

predizer com precisão o volume, o incremento ou a produção de um

determinado recurso florestal.

A Dendrometria surgiu para atender objetivos específicos, dentre

eles os comerciais, os de ordenação florestal e os de pesquisas, e sua

importância está no fato da mesma envolver-se em outros ramos, tais

como: geoprocessamento, inventário florestal, economia florestal,

silvicultura etc.

No Brasil, a Dendrometria adquire maior importância pelo fato de

contribuir para o conhecimento e avaliação das florestas (naturais e

plantadas), fornecendo elementos para o desenvolvimento do

ordenamento racional, sob os aspectos quantitativos.

Tipos de Medidas- em dendrometria, as medidas podem se dar de 3

formas:

MEDIDA CARACTERÍSTICA EXEMPLO

Direta Homem diretamente sobre

a árvore

DAP, CAP, comprimento de toras, espessura da

casca, número de anéis de crescimento, altura

de árvores abatidas, etc.

Indireta Fora do alcance direto do

homem - métodos óticos.

Altura de árvore em pé, área basal e diâmetro

a várias alturas usando-se o Relascópio de

Bitterlich, diâmetro da árvore em alturas

diversas com o Pentaprisma de Wheeler, etc.

Estimativa Métodos estatísticos Curvas, equações, tabelas

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Veremos mais detalhes sobre estes exemplos mais adiante.

O processo de medição pode incorrer em erros, veja os principais

deles:

Tipos de erros

Erros sistemáticos: São causados por defeito do aparelho ou por

inabilidade do operador. São erros que se repetem com certa

frequência, causada por falhas de procedimentos, ou por problemas

nos aparelhos. (Ex1. fitas métricas com emendas, Ex2. operador em

posição inadequada).

Erros compensantes: São causados por arredondamento, não

dependem do aparelho, nem do operador.

Erros de precisão: O aparelho que fornecer o menor erro padrão

será o mais preciso.

Sistemas de Medidas - No Brasil, usualmente, são utilizados os

seguintes sistemas de medidas:

Para Volume:

1 metro cúbico (1m³) = equivale a 1m x 1m x 1m de madeira sólida;

1 estéreo = 1 metro cúbico (não sólido) de lenha empilhada;

Para Área:

1 hectare (ha) = equivale a 10.000 metros quadrados (m²).

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1.1. Idade das Árvores e dos Povoamentos

Uma das mais importantes características de um povoamento

florestal é sem dúvida alguma, a idade, pois, é através dela que o técnico

florestal pode avaliar o incremento em termos de volume, diâmetro ou

altura de uma dada espécie em um determinado local. A idade do

povoamento também é preciso ser conhecida quando se quer construir

curvas de sítio, pois as mesmas servem como uma variável em função da

qual houve um acréscimo em altura das árvores daquele local, além de

servir de base comparativa para espécies semelhantes em locais distintos.

Em florestas plantadas, a idade geralmente não é problema, pois se

sabe através dos arquivos das empresas a idade do povoamento. Porém,

em floretas nativas a definição da idade das árvores é um problema, pois

não se possui nenhum dado registrado com referência à idade das

árvores.

Dentre os métodos de determinação da idade, a contagem dos

anéis de crescimento1 merece destaque, pois é um método bastante

preciso e muito difundido. Para se determinar a idade das árvores se

mede e se analisam os anéis de crescimento da árvore.

A atividade cambial da árvore vai acrescentando, ano a ano,

camadas justapostas de material lenhoso, formando assim os chamados

anéis de crescimento que são compostos de duas camadas.

Em um anel, distinguem-se normalmente duas partes: lenho inicial

(ou primaveril) e lenho tardio (outonal ou estival).

O lenho inicial (ou primaveril) corresponde à cor clara do anel e é

produzido quando a árvore retoma o crescimento devido a fatores

climáticos favoráveis como umidade e temperatura, o que geralmente

acontece na primavera.

1 Mais detalhes sobre Anéis de Crescimento, Lenho Inicial e Tardio consulte aula de

Anatomia da Madeira.

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O lenho tardio (ou outonal), produzido na segunda fase do

crescimento vegetativo, ou seja, no fim da estação de crescimento,

corresponde à cor escura do anel e é, frequentemente, constituída por um

maior número de células por unidade de área.

Já vou lhe avisando, se cair alguma questão sobre anéis de

crescimento em sua prova, há grande possibilidade de que seja no sentido

de confundir e misturar as definições de lenho inicial e tardio. Por isso,

fique de olho!

Figura 1: Disco de madeira apresentando anéis de crescimento.

Vamos exercitar este assunto resolvendo algumas questões:

1. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Perito Eng. Florestal) O

conhecimento da idade das árvores e das informações que podem ser

inferidas do estudo dos seus anéis de crescimento são de suma

importância para o aperfeiçoamento do uso da floresta. Em um anel,

distinguem-se normalmente duas partes: lenho inicial (ou primaveril) e

lenho tardio (outonal ou estival).

Comentário: A idade de uma floresta é uma característica de grande

importância para o uso racional e adequado da floresta. Quando não se

tem informações precisas sobre a idade da floresta, o estudo dos anéis de

crescimento é uma ótima opção para se realizar esta estimativa. Em um

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anel, distinguem-se normalmente duas partes: lenho inicial (ou

primaveril) que apresenta coloração clara e lenho tardio (outonal

ou estival) que apresenta coloração escura.

Gabarito: C

2. (CESPE – 2002 – IBAMA – ANALISTA AMBIENTAL) Anéis de

crescimento são marcas anuais, registradas na madeira de árvores das

regiões temperadas, resultado da alternância de estações favoráveis

(primavera-outono) e desfavoráveis (outono-inverno) ao crescimento. A

análise desses anéis pode resultar em estimativas precisas da idade das

árvores.

Comentário: Se você está atento percebeu que há um erro nesta

questão. Ela diz “estações favoráveis (primavera-outono)”. O correto seria

dizer que a estação favorável é primavera-verão. Os anéis de crescimento

são mais visíveis em regiões de clima temperado, pois lá, as estações do

ano são mais bem definidas. Contudo, nas regiões tropicais as árvores

também apresentam anéis de crescimento. É lógico que esta questão foi

anulada.

Gabarito: X

1.2. Diâmetro à Altura do Peito (DAP) e Circunferência

O Diâmetro e a

Circunferência das árvores

desempenham papel

importante no cálculo do

volume, da área basal ou do

crescimento.

Estas medidas são

tomadas à altura do peito,

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ou seja, a 1,30m do solo, e por esta razão são denominados

respectivamente:

Diâmetro à Altura do Peito (DAP) e

Circunferência à altura do Peito (CAP).

O diâmetro de uma circunferência é igual a duas vezes o raio, ou seja, d =

2r:

3. (IBFC - 2013 - PC-RJ - Perito Criminal - Engenharia

Ambiental) O diâmetro é uma das variáveis mais importantes na

quantificação volumétrica, avaliação de biomassa ou estudo de

crescimento. Serve para diferenciar, ainda que empiricamente, árvores

finas de árvores grossas. A medida de qualquer diâmetro da árvore

baseia-se sempre na hipótese de que, em cada ponto de medição, o

diâmetro obtido aproxima-se do diâmetro de um círculo. A medição do

diâmetro de uma árvore em pé é feita sempre que possível à altura do

peito do medidor (DAP), observada a referência de [Y] m acima do solo. A

padronização dessa distância, largamente difundida na atividade florestal

no Brasil, indica que a lacuna [Y] corresponde a:

a) 1,00

b) 1,10

c) 1,20

d) 1,30

e) 1,40

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Comentário: O texto questão dá uma boa visão geral da importância do

DAP na atividade florestal. Para responder, basta saber que o DAP

(Diâmetro à Altura do Peito) é tomado a uma altura de 1,3m do solo.

Gabarito: Letra D

Através de uma relação matemática pode-se transformar, com o

𝜋 (PI), o diâmetro em circunferência ou vice-versa:

onde:

C = Circunferência

𝜋 = 3,1416

R = raio (ou metade do diâmetro)

Pulo do Gato: Circunferência é igual a “Dois Pierre!”

Se r = d/2, como já vimos, temos:

Simplificando:

𝐶 = 𝜋.𝑑 → 𝐶𝐴𝑃 = 𝜋.𝐷𝐴𝑃 ∴ 𝐷𝐴𝑃 =𝐶𝐴𝑃

𝜋

Ou seja,o DAP é igual ao CAP dividido por PI

Vamos ver agora instrumentos que são utilizados para medição do

DAP e do CAP.

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Instrumentos para medição de Diâmetro e Circunferência

Suta - instrumento constituído

por uma régua graduada e dois

braços, um fixo e outro móvel. O

diâmetro é dado diretamente na

medição. Para árvores elípticas devem

ser colhidos os diâmetros dos dois lados.

Fita métrica - feitas de lona ou

aço reforçado, é o instrumento de

medição mais barato e simples.

Constitui-se de uma fita graduada dos

dois lados. Com ela determina-se o

CAP.

Fazendo a relação DAP = CAP / 𝜋, é obtido o diâmetro.

Suta x Fita - Na comparação entre os dois instrumentos, a suta

apresenta-se mais rápida para colher os diâmetros. Em árvores com

secção irregular os dois métodos, tanto a fita quanto a suta dão

resultados maiores que o real, embora o erro da suta seja menor

(desde que colhidos os dois dados da elipse.). A fita possui vantagem em

se colher diâmetros em parcelas permanentes.

Outros instrumentos utilizados na medição de diâmetros, porém

menos usuais, são:

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Vara ou régua de Biltmore;

Visor de diâmetro de Bitterlich;

Dendrômetro de Friedrich;

Pentaprisma ou Calibre Prismático de

Wheeler (possibilita medição do diâmetro em

alturas variadas);

Garfo de diâmetro;

Régua;

Relascópio de Bitterlich(Foto)

4. (CESPE - SGA/AC - 2007 - PERITO CRIMINAL) O diâmetro das

árvores é sempre obtido diretamente, com uso de fita diamétrica ou suta.

Comentário: Medir o diâmetro diretamente significa entrar em contato

com a árvore com o instrumento de medição. A fita diamétrica e a suta

são instrumentos de medição direta. Contudo, há instrumentos que

medem o diâmetro sem que o técnico tenha que dar um “abraço” na

árvore a ser medida, como por exemplo, o Relascópio de Bitterlich, e o

Pentaprisma de Wheeler que mede o diâmetro da árvore em diversas

alturas.

Gabarito: E

Relascópio de Bitterlich:

instrumento de múltiplas utilidades, inclusive para medição de alturas. Trabalha segundo o princípio trigonométrico.

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1.3. Área Seccional e Área Basal

Área seccional (g), também chamada de área transversal, é o

valor da área de uma circunferência tomada à altura do peito:

𝑔 = 𝜋 .𝑑²

4

ou

g = 𝜋 r²

Exemplo: Uma determinada árvore tem o Diâmetro à Altura do Peito de

100cm. A sua área seccional é de

𝑔 = 𝜋 .𝑑²

4

g = 3,1416 x (100² / 4)

g = 7.854 cm²ou 0,7854 m².

Explicando de forma mais simples, pois não somos matemáticos, é a

área de um círculo medido a uma altura de 1,3m.

OBS: Caso a área seccional for tomada em outra região da árvore, deverá

ser indicada a altura da medição. Ex: g0,1 , neste caso significa que a área

seccional foi tomada a uma altura de 0,1m do solo, a superfície do toco

quando a árvore é cortada, por exemplo.

Marcus, preciso mesmo saber mesmo essas fórmulas?

SIM, precisa! Há questões em que além da definição de DAP, CAP,

Área Basal é necessário calcular.Caso o examinador esteja de bom humor

(coisa rara!), ele dará a fórmula, valor de Pi, etc. Do contrário, você tem

que saber. Questões que envolvem cálculos podem ser seu diferencial

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para seus concorrentes se você estiver com as expressões na ponta da

língua.

Diferentemente da área seccional (g) que se refere à área de uma

árvore do povoamento, a Área Basal (G) é o somatório de todas as áreas

seccionais de um povoamento e é dada em metros quadrados (m²) por

hectare. Obviamente, se a área basal for de uma parcela, ela será

amostral, e se chamará área basal total se for extrapolada para a área

total do povoamento.

Imagine o seguinte: a área basal seria algo como colocar todas as

árvores de um hectare, cortadas a 1,3m de altura, agrupadas dentro

desse hectare, todas juntinhas uma do lado da outra formando uma

imensa “mesa”. (Considere que não existam espaços vagos entre as

árvores).

Área Basal (G) é o somatório de todas as áreas seccionais de

um povoamento dada em metros quadrados (m²) por hectare.

Por que é importante calcular a Área Basal?

A Área Basal pode ser utilizada, além de se realizar análises

estatísticas comparativas entre parcelas, estratos e sítios, também é

utilizada para se determinar momentos de ideais desbastes. Equações de

regressão para estimativa de altura e volume podem envolver ao invés do

DAP ou CAP, a área seccional ou a área basal, dependendo do objetivo.

5. (CESPE - 2014 - ICMBIO - Analista Ambiental) Diâmetro e

circunferência são variáveis básicas mensuráveis em um povoamento

florestal, sendo empregadas amplamente no cálculo da área transversal,

da área basal, do volume, do crescimento e dos quocientes de forma da

floresta.

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Comentário: Com os dados de Diâmetro à Altura do Peito (DAP) e

Circunferência à Altura do Peito (CAP) temos a oportunidade de calcular a

área transversal (também conhecida como área seccional), área basal

(que é o somatório das áreas seccionais em metros quadrados por

hectare), o volume tanto das árvores individuais quanto o volume do

povoamento. O DAP e CAP também são fundamentais para estimativas de

crescimento da floresta e para determinação de quocientes de forma da

florestal (relação entre o volume da árvore e o volume de um cilindro)

Gabarito: C

Determinação da Área Basal

Os principais métodos para a estimativa da Área Basal são:

Método das Parcelas - método em que se medem as áreas

seccionais das árvores contidas em parcelas de amostragens,

representativas do povoamento; (mais usual)

Método de Bitterlich - pela prova de numeração angular de

Bitterlich, em parcelas circulares de áreas variáveis, onde são

utilizados instrumentos com base no princípio de Bitterlich. A

área basal por hectare é obtida através da leitura feita a partir

do centro da parcela de área variável;

Método das Parcelas - É mais adequado para a avaliação do

número de árvores por há (árv/ha) ou para a distribuição de diâmetros.

Em inventário florestal contínuo, a amostragem por parcelas é

preferível, uma vez que na amostragem pontual as árvores amostradas

em duas medições sucessivas não são as mesmas; na segunda medição

há um maior número de árvores amostradas em consequência do seu

crescimento em diâmetro.

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Na amostragem pontual os requisitos intelectuais são maiores do

que na amostragem por parcelas, exigindo treino intenso, e equipes mais

qualificadas.

Método de Bitterlich (ou amostragem angular) - baseado em

parcelas circulares, o método se difundiu pela rapidez e exatidão. Neste

método, a determinação da área basal de um povoamento se reduzia a

uma simples série de contagens simples, não precisando medir diâmetros,

distâncias e nem consultar tábuas ou fazer cálculos.

O observador de um ponto qualquer do povoamento, munido de

uma barra de medição, efetua em torno se si um giro de 360°, visando

todos os troncos na altura do DAP e conta todas as árvores cujo diâmetro

aparente largura “d” da mira que determina com as linhas de visada, um

ângulo “α”. As médias das diversas contagens em pontos diferentes será a

área basal do povoamento, pois a prova de numeração é repetida em

vários pontos do povoamento.

Barra de Bitterlich

Efetuando-se o procedimento acima, três diferentes grupos de

árvores são encontrados:

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árvores com o DAP aparente maior que a abertura da mira (maior

que o ângulo α);

árvore com DAP aparente igual à abertura da mira;

árvore com DAP aparente menor que a abertura da mira.

Visão da Barra de Bitterlich em uma parcela circular(numeração angular).

O método é baseado no seguinte postulado de Bitterlich:

Postulado de Bitterlich

"Se de um ponto qualquer do povoamento observamos todas as árvores

ao nosso redor e contarmos o número de árvores (N) cujo DAP aparente

for superior à abertura da mira (ângulo α), este número de árvores está

em relação direta com a área basal por hectare”.

Na figura do exemplo, a área basal por hectare lida no centro da

parcela 0 é igual a 3,5 m², porque as árvores “b”, “d” e “e” somam um

valor de 3, a árvore c soma ½ e a e f soma zero, resultando daí N =

3,5m²/ha. De acordo com o princípio do método, N é multiplicado por

uma constante instrumental K. O valor de K muda de acordo com o

tamanho e abertura na mira da barra.

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Esta constante é igual a 1 para a barra de 1 metro com abertura de

2cm, então tem-se:

G = N x K

G = 3,5 x 1 = 3,5 m²/ha.

Resumo K=1

DAP maior que a mira SOMA 1

DAP = mira SOMA 0,5

DAP menor a mira SOMA 0

Vantagens do Método de Bitterlich

A amostragem pontual dá melhores estimativas para a área basal

por ha, bem como para as variáveis que estão fortemente correlacionadas

com a área basal, como é o caso do volume por ha (visto as árvores

serem selecionadas proporcionalmente à sua área basal).

Na amostragem pontual, não é necessário medir os diâmetros para

a obtenção da área basal total, basta uma simples contagem, embora a

avaliação de outras variáveis do povoamento (inclusive a densidade) exija

a medição dos diâmetros. Basta uma só pessoa para fazer visitas rápidas

de reconhecimento.

6. (CESPE –2005 - IBAMA- ANALISTA AMBIENTAL) Pode-se obter

a área basal por unidade de área de uma floresta com base no seguinte

princípio do método de Bitterlich ou amostragem angular: o número de

árvores contadas em um giro de 360º cujos diâmetros à altura do peito

(DAP) observados a partir de um ponto fixo (centro da parcela) sejam

superiores a um dado ângulo constante de projeção é proporcional à área

basal por unidade de área.

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Comentário: Sobre o método de Bitterlich, também chamado de

amostragem angular é importante você se lembrar dos seguintes

aspectos: a parcela é circular; é utilizado para a obtenção da área basal

em m² por hectare; é uma medição indireta, ou seja, o observador não

entra em contato direto com as árvores; é interessante para realizar

levantamentos rápidos; não há revisitação dos pontos, ou seja, não serve

para inventários contínuos.

Gabarito: C

7. (INEP - 2011 - ENADE - Engenharia Grupo VIII) Considerando

o método idealizado por Bitterlich para se obter estimativas da área basal

por hectare em povoamentos florestais sem medir os diâmetros das

árvores nem lançar parcelas fixas, analise a situação a seguir.

Um engenheiro florestal estaciona-se em dois pontos quaisquer da

floresta. Munido da barra de Bitterlich com k = 1, ele efetua um giro de

360º ao seu redor. No primeiro ponto, conta 40 árvores com dap> a e 8

árvores com dap = a.

No segundo ponto conta 20 árvores com dap> a e 12 árvores com

dap = a. Pode-se afirmar que a área basal média é:

a) 7 m²/ha.

b) 18 m²/ha.

c) 35 m²/ha.

d) 30 m²/ha.

e) 60 m²/ha.

Comentário: A área Basal pelo Método de Bitterlich é dada por: G = N x

K, sendo

G =Área Basal em m²/há

N = Número de Árvores amostradas

K = Constante Instrumental da Barra de Bitterlich

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Quando K = 1, temos o seguinte:

DAP maior que a mira SOMA 1

DAP = mira SOMA 0,5

DAP menor a mira SOMA 0

Sendo assim,

No ponto 1 temos: G = N x K -> G = (40x1 + 8x0,5) x 1 G = 44 m²/há

No ponto 2 temos: G = N x K -> G = (20x1 + 12x0,5) x 1 G = 26 m²/ha

Para calcular a área basal média, basta somar os dois valores e

dividir por 2. Ou seja, (44 + 26) / 2 = 35 m²/ha.

Gabarito: C

8. (CESPE - 2005 - CEEERS - Engenheiro Florestal) Os métodos de

inventário florestal sem parcelas, que têm como exemplo o método de

Bitterlich, são usados quando aqueles que utilizam parcelas de área fixa

ou variável são difíceis de ser implementados. A principal vantagem dos

métodos sem parcelas sobre aqueles que utilizam parcelas é a maior

eficiência em termos de gastos com mão-de-obra e de área amostrada.

Comentário: No método de Bitterlich, a área amostrada corresponde ao

raio definido entre o ponto de observação e o centro da árvore amostrada.

Na parcela circular, portanto, só existe uma árvore; O método de

Bitterlich é de área variável que pode ser definida como estação de

numeração ou estação de leitura. As equipes para realizar o inventário

pelo método de Bitterlich devem ser mais qualificadas o que encarece o

processo.

Gabarito: E

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.

.

Está é uma amostra da aula Dendrometria para Concursos do Site

Concurseiro Florestal.

Para adquirir a aula completa acesse:

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