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TEMPO FOCALIZAÇ ÃO ou CIÊNCIA DO NARRADOR

TEMPO FOCALIZAÇÃO ou CIÊNCIA DO NARRADOR. “Reinava entre nós D. Fernando” – antes da crise de 1383-85, logo, séc. XIV. A breve distância da vila de Barcelos,

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TEMPO

FOCALIZAÇÃOou CIÊNCIA DO NARRADOR

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“Reinava entre nós D. Fernando” – antes da crise de 1383-85, logo, séc. XIV.

A breve distância da vila de Barcelos, nas faldas do Franqueira, alveja ao longe um convento de Franciscanos. Aprazível é o sítio, sombreado de velhas árvores. Sentem-se ali o murmurar das águas e a bafagem suave do vento, harmonia da natureza, que quebra o silêncio daquela solidão, a qual, para nos servirmos de uma expressão de Fr. Bernardo de Brito, com a saudade de seus horizontes parece encaminhar e chamar o espírito à contemplação das coisas celestes. [1º§]

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Histórico

Cronológico

Discurso

Analepse

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…o exército castelhano foi constrangido a levantar o cerco. [Penúltimo §] Gonçalo Nunes, acabada a guerra, era altamente louvado pelo seu brioso procedimento e pelas façanhas que obrara na defensão da fortaleza cuja guarda lhe fora encomendada por seu pai no último trance da vida. Mas a lembrança do horrível sucesso estava sempre presente no espírito do moço alcaide. Pedindo a el-rei que o desonerasse do cargo que tão bem desempenhara, foi depor ao pé dos altares a cervilheira e o saio de cavaleiro, para se cobrir com as vestes pacificas do sacerdócio. Ministro do santuário, era com lágrimas e preces que ele podia pagar a seu pai o ter coberto de perpétua glória o nome dos alcaides de Faria. [Último §] Mas esta glória, não há hoje aí uma única pedra que a ateste. As relações dos historiadores foram mais duradouras que o mármore.

O narrador tem um conhecimento global da ação, pois sabe o que aconteceu após aquela vitória (Gonçalo Nunes ingressou numa ordem

religiosa, abandonado a vida de nobre cavaleiro), bem como as motivações (pensamentos/sentimentos) da personagem (“pagar a seu

pai” o sacrifício da vida para honra do Castelo e do Rei).

O narrador comenta a ação, o que é visível na sua critica presente no último parágrafo do conto, para além de, através de determinados adjetivos e outras expressões valorativas, deixar transparecer a sua

opinião – “brioso procedimento”, “horrível sucesso”. Assim, é claramente um narrador subjetivo, parcial.

…o exército castelhano foi constrangido a levantar o cerco. [Penúltimo §] Gonçalo Nunes, acabada a guerra, era altamente louvado pelo seu brioso procedimento e pelas façanhas que obrara na defensão da fortaleza cuja guarda lhe fora encomendada por seu pai no último trance da vida. Mas a lembrança do horrível sucesso estava sempre presente no espírito do moço alcaide. Pedindo a el-rei que o desonerasse do cargo que tão bem desempenhara, foi depor ao pé dos altares a cervilheira e o saio de cavaleiro, para se cobrir com as vestes pacificas do sacerdócio. Ministro do santuário, era com lágrimas e preces que ele podia pagar a seu pai o ter coberto de perpétua glória o nome dos alcaides de Faria. [Último §] Mas esta glória, não há hoje aí uma única pedra que a ateste. As relações dos historiadores foram mais duradouras que o mármore.

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- narrador parcial/ subjetivo: p. ex., “campeou aí como dominador dos vales vizinhos” e “quem sabe qual será o seu futuro destino?”

- omnisciente: “a sua origem some-se nas trevas dos tempos”, contando o seu desmoronamento ao longo dos séculos.

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