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TENTATIVA (art. 14, II, CP) 1. CONCEITO realização incompleta do tipo objetivo, que não se realizada por circunstâncias alheias à vontade do agente. Art. 14 - Diz-se o crime: [...] II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços O delito tentado tem uma tipicidade subjetiva completa (corresponde à fase consumativa) e uma tipicidade objetiva defeituosa ou falha (ausente um atributo material). Prof: Dr. Luís Roberto Zagonel

TENTATIVA (art. 14, II, CP) · 4.2) Perfeita ou acabada (crime falho) quando o agente realiza todo o necessário para obter o resultado, mas mesmo assim não o consuma seu intento

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Page 1: TENTATIVA (art. 14, II, CP) · 4.2) Perfeita ou acabada (crime falho) quando o agente realiza todo o necessário para obter o resultado, mas mesmo assim não o consuma seu intento

TENTATIVA (art. 14, II, CP)

1. CONCEITO realização incompleta do tipo objetivo, que não se

realizada por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Art. 14 - Diz-se o crime:

[...]

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias

alheias à vontade do agente.

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena

correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços

O delito tentado tem uma tipicidade subjetiva completa (corresponde à fase

consumativa) e uma tipicidade objetiva defeituosa ou falha (ausente um

atributo material).

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2. REQUISITOS

a) início da execução de um crime;

b) não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente;

c) dolo em relação a todos os elementos do tipo objetivo

3. ETAPAS DA REALIZAÇÃO DO DELITO

ITER CRIMINIS (caminho do crime/ itinerário do crime):

Cogitação, preparação, execução e consumação

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TENTATIVA

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TENTATIVA

ITER CRIMINIS

Compõe-se: A) Fase interna:

a.1) Cogitação é a elaboração mental da resolução criminosa que começa a ganhar

forma. A cogitação não é punível.

B) Fase externa:

b.1) Atos Preparatórios passa da cogitação à ação objetiva; arma-se dos instrumentos

necessários à prática da infração penal, procura o local mais adequado ou a hora mais

favorável para a realização do crime etc. Como regra os atos preparatórios não são

puníveis, com exceção dos arts. 238 (simulação de autoridade para celebração de

casamento ), 239 (simulação de casamento) e 291 (petrechos para falsificação de

moeda)

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TENTATIVA

ITER CRIMINIS

B) Fase externa:

b.2) executórios atos de execução. São os atos dirigidos diretamente

à prática do crime.

b.3) consumação quando se reúnem todos os elementos de sua

definição legal.

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4. FORMAS DE TENTATIVA:

4.1) Imperfeita ou inacabada quando o agente não consegue praticar

todos os atos necessários à consumação, por interferência externa. O processo

executório é interrompido por circunstâncias estranhas à vontade do agente.

Exemplo: o agressor é seguro quando está desferindo os golpes na vítima para

matá-la.

4.2) Perfeita ou acabada (crime falho) quando o agente realiza todo o

necessário para obter o resultado, mas mesmo assim não o consuma seu intento

por circunstâncias alheais à sua vontade. A fase executória realiza-se

integralmente, mas o resultado visado não ocorre, por circunstâncias alheias à

vontade do agente. A execução se conclui, mas o crime não se consuma.

Exemplo: o sujeito descarrega sua arma na vítima, atingindo-a mortalmente, mas

está é salva por intervenção médica.

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TENTATIVA

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4. FORMAS DE TENTATIVA:

A distinção entre tentativa imperfeita e tentativa perfeita é

irrelevante para a tipificação proposta pelo Código Penal, que só

terá influência no momento da aplicação da pena (art. 59 do CP).

4.3) Tentativa branca é a tentativa na qual a vítima não é

atingida no processo de execução e por conta disso não sofre

nenhum ferimento. Exemplo: o sujeito dá uma rajada de tiros em

direção da vítima, porém, nenhuma disparo a acerta.

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TENTATIVA

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TENTATIVA

5. PUNIBILIDADE - TEORIAS DA TENTATIVA

5.1) Subjetiva a tentativa deve ser punida da mesma forma que o

crime consumado, pois o que vale é a intenção do agente;

5.2) Objetiva (ou realística) a tentativa deve ser punida de forma

mais branda que o crime consumado, pois objetivamente produziu um mal

menor.

***Teoria adotada pelo nosso ordenamento jurídico: A

objetiva. Não se pune a intenção, mas o efetivo percurso

objetivo do inter criminis.***

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TENTATIVA

5. PUNIBILIDADE - TEORIAS DA TENTATIVA

5.3) Critério da redução de pena na tentativa a pena do

crime tentado será a do consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Quanto

mais próximo o agente chegar da consumação, menor será a

redução. Por isso, na tentativa branca a redução será sempre maior

do que naquela em que a vítima sofre ferimentos graves. Essa

decisão ocorreu de forma jurisprudencial.

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TENTATIVA

6. DELITOS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

Crimes culposos

Crimes preterdolosos ATENÇÃO: O antecedente é doloso, o

consequente é culposo. E ntão, não há dúvida de que, se o que ficar

frustrado é o consequente, não há tentativa, mas se o que fica frustrado

é o antecedente doloso, admite tentativa. No entanto, há

doutrinadores mais antigos que discordam, ficando com a

tese mais simplista: não admite tentativa. É o que prevalece.

Contravenções nas contravenções, embora seja,

teoricamente, possível a ocorrência da tentativa, ela é afastada por

disposição legal (art. 4º da Lei de Contravenções Penais).

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TENTATIVA

6. DELITOS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

Crimes omissivos próprios

Crimes unissubsistentes aqueles que se realizam por um único ato. ex.:

Injúria verbal. Os crimes plurissubsistentes admitem a tentativa; – ATENÇÃO: O

crime unissubsistente subdivide-se em: omissivo puro e de mera conduta. Neste

há exceção: violação de domicílio é um crime de mera conduta que admite

tentativa.

Crimes que a lei pune somente quando ocorre o resultado exemplo:

participação em suicídio. (art. 122, CP)

Crimes habituais o que caracteriza o crime habitual é a prática reiterada

de certos atos que, isoladamente, constituem um indiferente penal. Exemplo:

crime de rufianismo (art. 230, CP).

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TENTATIVA

6. DELITOS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

Crimes permanentes de forma exclusivamente omissiva

Exemplo: cárcere privado praticado por quem não libera aquele

que está em seu poder. O crime permanente que possui uma fase

inicial comissiva admite a tentativa.

Crimes de atentado é inconcebível tentativa de tentativa.

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TENTATIVA

7. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO

EFICAZ – art. 15, CP

“Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.”

7.1 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (1º parte do art. 15, CP) O

agente, embora tenha iniciado a execução, não a leva adiante; mesmo podendo

prosseguir, desiste da realização típica. Se concretiza na tentativa

imperfeita.

Requisitos:

a) objetivo interrupção definitiva do processo executivo pelo agente.

b) subjetivo voluntariedade da desistência (não é necessária que seja espontânea)

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7.2 ARREPENDIMENTO EFICAZ (2º parte do art. 15, CP) no

arrependimento eficaz o agente, após ter esgotado todos os meios de

que dispunha – necessários e suficientes -, arrepende-se e evita que o

resultado aconteça. Isto é, pratica nova atividade para evitar que o

resultado ocorra. Pode ocorrer na tentativa perfeita.

Requisitos:

a) objetivo impedimento eficaz do resultado. Se o agente não conseguir

impedir o resultado, por mais que tenha se arrependido, responderá pelo

crime consumado. Mesmo que a vítima contribua para a consumação

b) subjetivo voluntariedade do arrependimento (não é necessário que

seja espontâneo)

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TENTATIVA

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO

EFICAZ – art. 15, CP 7.3 NATUREZA JURÍDICA

Há divergência na doutrina

Para alguns doutrinadores, dentre ele Cezar Roberto Bitencourt, a desistência voluntária e o arrependimento eficaz têm a natureza jurídica de causa de exclusão da adequação típica; para outros, como Luiz Regis Prado, têm a natureza jurídica de causas pessoais de pena.

causa de exclusão da adequação típica entendem que tanto na desistência voluntária como no arrependimento eficaz não se atinge o momento consumativo do crime por vontade do agente, ou seja, isso torna evidente a falta de adequação típica pela incorrência do segundo elemento da tentativa, que é “a não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente.”

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TENTATIVA

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO

EFICAZ – art. 15, CP

7.3 NATUREZA JURÍDICA

causas pessoais de exclusão da pena entendem que a

desistência voluntária e o arrependimento eficaz têm esta natureza

por razões de política criminal (“ponte de ouro”), visto que a

sanção deixaria de ser justificável tanto do ponto de vista da

prevenção geral como da prevenção especial. Ou, ainda, porque o

agente é merecedor do perdão, pois, ao retornar ao abrigo da lei

voluntariamente, desfaz a impressão negativa que sua conduta

provocou na comunidade.

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TENTATIVA

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E

ARREPENDIMENTO EFICAZ – art. 15, CP

Tanto na desistência voluntária como no

arrependimento eficaz, o agente respondera pelos

atos já praticados que constituírem crimes. É a

chamada tentativa qualificada.

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TENTATIVA

8. ARREPENDIMENTO POSTERIOR (art. 16 do CP) “Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”

O arrependimento posterior não constitui causa extintiva de punibilidade ou

hipótese de atipicidade da conduta: é, na realidade, causa obrigatória de

diminuição de pena e sua natureza é exclusivamente político-

criminal. Seu fundamento reside, portanto, em razões de política criminal

(utilidade), relacionadas sobretudo a fins preventivos especiais.

8.1 Requisitos:

a) delito praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa alcança os

delitos patrimoniais e não patrimoniais, dolosos ou culposos

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TENTATIVA

8.1 Requisitos:

b) reparação do dano ou restituição da coisa exige-se a reparação do dano

sofrido pela vítima ou a restituição do objeto material (alternativamente). Na hipótese de

dano à coisa sobre a qual recaiu a conduta delituosa, é necessário que, efetuada a

restituição, ressarça também o agente o dano provocado (cumulativamente). A reparação do

dano produzido deve ser, em princípio, total. No entanto, aceitando a vítima o ressarcimento

parcial, nada obsta o reconhecimento da cause de diminuição de pena insculpida no artigo

16 do Código Penal.

c) limite temporal até o despacho judicial de recebimento da denúncia ou queixa. A

reparação do dano, realizada após o recebimento da denúncia ou queixa e antes do

julgamento, também tem reflexos no campo punitivo. Embora neste caso não configure

causa obrigatória de redução de pena, constitui atenuante genérica, sem quantidade fixa (art.

65, inciso III, alínea “b”, do CP)

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TENTATIVA

8.1 Requisitos:

d) ato voluntário do agente o arrependimento deve advir de conduta

voluntária do agente. Não pode resultar de nenhuma causa externa, alheia à

vontade daquele, sendo irrelevantes os motivos que conduziram à reparação ou

restituição. Logo a apreensão da coisa pela autoridade policial, por exemplo, não dá

lugar ao arrependimento posterior, pois a devolução, in casu, não foi impulsionada

por ato voluntário do sujeito.

Ainda, o legislador não exigiu que a reparação do dano ou a restituição da coisa

sejam espontâneas. Assim, ainda que encorajado por outrem, ou pela própria

vítima, a reparar o dano ou a restituir a coisa, é bem possível o

reconhecimento do arrependimento posterior.

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TENTATIVA

9. CRIME IMPOSSÍVEL E DELITO PUTATIVO

9.1 CRIME IMPOSSÍVEL O crime impossível vem a ser aquele em que, a

priori, com base em um juízo de previsibilidade objetiva, surge como impossível

a produção do resultado delitivo. Trata-se, então, de uma tentativa inidônea a

causar o evento típico, “inútil”, porque nunca se pode acreditar que possa

causar o resultado típico, excluída a imaginação do autor.

Pode ocorrer por duas razões:

a) Ineficácia ou inidoneidade absoluta do meio meio totalmente

inidôneo para produzir o resultado. O meio absolutamente inidôneo é aquele que,

por sua essência ou natureza, é incapaz de produzir o resultado. Ex: arma de

brinquedo; munição de festim no lugar de munição própria.

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TENTATIVA

b) Por absoluta impropriedade do objeto objeto absolutamente

impróprio ou inadequado à consumação do delito. Ocorre impropriedade absoluta

do objeto quando este não existe ou, nas circunstâncias em que se encontra, torna

impossível a consumação. Ex: disparo em cadáver; prática abortiva em mulher não

grávida.

Entretanto, configura a tentativa se o meio for relativamente ineficaz ou o

objeto relativamente impróprio. O meio relativamente ineficaz é aquele que,

normalmente eficaz, não operou como o esperado, devido às circunstâncias ou

à forma de sua utilização. Ex: veneno insuficiente; arma com defeito

De outro lado, o objeto é relativamente impróprio quando, ocasionalmente, não

está onde poderia ser atingido ou quando um elemento acidental do objeto

obsta a lesão. Ex: ladrão procura no bolso errado; objeto metálico que desvia o

projétil dirigido à vítima.

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TENTATIVA

Punibilidade do Crime Impossível – Teorias

a) Teoria objetiva para essa teoria, como não há no crime impossível os elementos objetivos da tentativa e o bem jurídico não corre perigo, não há tentativa e o agente não deve ser punido.

***Essa foi a teoria adotada pelo nosso ordenamento jurídico***

b) Teoria subjetiva para essa teoria, realmente decisivo é a intenção do agente. Toda tentativa é em si mesma inidônea, uma vez que não alcança o resultado visado. A inidoneidade, porém, deve ser apreciada não conforme a realidade dos fatos, mas segundo a avaliação do agente no momento da ação. Assim, o autor de crime impossível deve sofrer a mesma pena da tentativa.

c) Teoria sintomática essa teoria, por sua vez, busca examinar se a realização da conduta do agente é a revelação de sua periculosidade. Mesmo na tentativa inidônea, se esta revelar indícios da presença de periculosidade no agente, deverá ser punida.

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TENTATIVA

9. CRIME IMPOSSÍVEL E DELITO PUTATIVO

9.2 DELITO PUTATIVO consiste na prática de uma

conduta que o autor acredita ser, erroneamente, típica. Assim, há

delito putativo quando o autor crê ser punível uma conduta que,

em verdade, é atípica. Ex: o agente pensa que o fato de subtrair

coisa alheia móvel para fins de uso e pronta restituição

caracteriza o delito de furto.

Crime impossível e delito putativo são igualmente

impuníveis.

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3º Trabalho do dia 21/11/15 – VALOR 2,0 PONTOS

Tema: “Homicídio causado por motorista embriagado...dolo eventual ou culpa consciente?”

Defendam o ponto de vista do grupo, fundamentando-o em ao menos uma jurisprudência.

OBS:

1) O trabalho deverá ser feito em grupo de até 6 alunos, de maneira manuscrita (letra legível) em até 20 linhas. *sem contar a jurisprudência * NÃO SERÁ ACEITO TRABALHO DIGITADO*

2) Entrega: 28/11/15

3) Caso haja cópia, os dois grupos levarão nota 0,0

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