28
Teoria do Risco Aula 18 Danilo Machado Pires [email protected] https://atuaria.github.io/portalhalley

Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Teoria do RiscoAula 18

Danilo Machado [email protected]

https://atuaria.github.io/portalhalley

Page 2: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Através do modelo de Poisson é possível perceber que a probabilidade de que não ocorra sinistrosdentre de um intervalo � é dado por:

� �� = 0 =�� �����

0!= ����

Considerando a propriedade de estacionaridade, ao se definir �� e ���� como a frequência de sinistrosocorridos até os instantes � e � + �, tem-se:

� ���� − �� = 0 = � �� = 0 =�� �����

0!

Esse resultado pode ser entendido como a probabilidade de espera entre um sinistro e outro (evento),neste caso, pode-se dizer que o tempo necessário para ocorrer um sinistro é maior que �.

O processo de Poisson para frequência de Sinistros

Page 3: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Ao se definir uma variável aleatória � como o intervalo de tempo entre dois sinistros, tem-se:

� � > � = � �� = 0 = � ���� − �� = 0 =�� �����

0!= ����

� � > � = ����

A probabilidade de que o tempo entre dois sinistros seja menor que um intervalo �, implica que o númerode sinistros ocorridos nesse intervalo é maior que 0.

� � < � = � �� > 0 = 1 − ����

Portanto T possui distribuição exponencial com média�

�, t > 0 e λ > 0.

O processo de Poisson para frequência de Sinistros

Page 4: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Portanto ao se definir ��, � ≥ 0 como um processo de Poisson homogêneo com intensidade �, éestabelecido que o tempo entre dois sinistros, �, possui distribuição exponencial com parâmetro �, logo:

��(�) = 1 − ���� Distribuição acumulada de �.

���(�) = ���� Função de sobrevivência de �.

�� � = ����� Função densidade de �.

�(�) =�

�Valor esperado de �.

���(�) =�

�� Variância de �.

�� � =�

���Função geradora de momentos de �.

O processo de Poisson para frequência de Sinistros

Page 5: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

O fato da distribuição do tempo entre dois sinistros ser dado por um modelo de distribuição exponencialimplica em dizer que:

I) A probabilidade do tempo de espera entre dois sinistros decai exponencialmente com o passar do tempo.

II) A probabilidade de que seja necessário esperar mais � “anos” até que o evento aconteça, dado que esseevento não aconteceu antes de � “anos”, é a mesma de que esse evento ocorra depois dos � “anos” iniciais.

� � > � + � � > � = �(� > �)

*Propriedade da perda de memória: Dentre as distribuições contínuas, a exponencial é a única a possuir talpropriedade.

O processo de Poisson para frequência de Sinistros

Page 6: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

III) A variável aleatória que representa a soma de durações exponencialmente distribuídas(idênticas) , �� = ∑ ��

���� , apresenta distribuição gama com parâmetros � e �:

��� � =����� �� ���

� − 1 !, � ≥ 0

em que Γ � = � − 1 !, uma vez que � é um inteiro positivo.

O processo de Poisson para frequência de Sinistros

Page 7: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

EXEMPLO 1

Denote por � como o tempo decorridos entre � − 1 ésimo sinistro e do �-ésimo sinistro de uma carteira de seguros. Suponha que o tempo decorrido entre sinistrosindependentes e identicamente distribuídos seguindo a seguinte função densidade deprobabilidade

�� � = 0,04861���,������, t > 0.

Em que � é mensurado em lapsos de meia hora. Sendo assim calcule aprobabilidade de que pelo menos um sinistro será processado nas próximas duas horas etrinta minutos.

Page 8: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Solução:

Uma vez que a distribuição do tempo decorrido entre dois sinistros é uma exponencial, logo:

� = 0,04861.

Como a função densidade de probabilidade está descrita em duas e trinta minutos, então deve-se calcular a probabilidade considerando-se essa ordem de medida. Dessa forma:

� �� ≥ 1 = 1 − � �� = 0

� �� ≥ 1 = 1 − ���,�����×� = 1 − ���,����� ≈ 0,2157 ≈ 21,57%.

Page 9: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

EXEMPLO 2

Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5sinistros por ano.

a) Calcule a probabilidade de que o tempo de espera entre dois sinistros consecutivos seja maior que 8 meses.

b) Calcule a probabilidade do intervalo entre dois sinistros ser superior a 10meses, sabendo-se que nos 2 primeiros meses não ocorreram sinistros.

Page 10: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

EXEMPLO

Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5sinistros por ano.

a) Calcule a probabilidade de que o tempo de espera entre dois sinistros consecutivos seja maior que 8 meses.

F�

2

3= e

���� = 0,036

Page 11: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

EXEMPLO

a) Calcule a probabilidade de que o tempo de espera entre dois sinistros consecutivos seja menor que 8 meses.

F�

2

3= e

���� = 0,036

b) Calcule a probabilidade do intervalo entre dois sinistros ser superior a 10meses, sabendo-se que nos 2 primeiros meses não ocorreram sinistros.

10����� =�

����� e 2����� =

�����.

� � >56

� >16

=���

��

���

��

= ���

�� = 0,036 = ��

2

3

Page 12: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

���� � = �� � + �� � + �� � + ⋯+ �� �

���� � = � ��

�(�)

���

{� � , � ≥ 0} : processo de contagem (Processo de Poisson)

{���� � , � ≥ 0} : Processo estocástico de sinistros agregados

�� : Representa a severidade do � − é����sinistro.

Processo estocástico de sinistros agregados

Page 13: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Definindo-se ����.� como a severidade acumulada no intervalo de tempo tde acordo como o modelo de risco agregado.

����.� = ��

O processo estocástico {��, � > 0} é dito ser um processo de Poissoncomposto homogêneo se podemos representá-lo da seguinte forma:

�� = ���

��

���

Processo de Poisson para modelagem de Sinistros agregados

Page 14: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

��, � > 0 é um processo de Poisson homogêneo.

��, � > 0 é uma sequencia de variáveis aleatórias independentes eidenticamente distribuídas e independentes de ��, � > 0 .

�� = 0 se �� = 0

Processo de Poisson para modelagem de Sinistros agregados

Page 15: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

A função distribuição convoluta de �� é será dada por:

��� � = � �∗�(�)

���

�� �

�!����

Em que �∗� � = � �� + �� + ⋯+ �� < � .

Consequentemente temos que :

��� � = � �∗�(�)

���

�� �

�!����

Em que �∗� � = � �� + �� + ⋯+ �� = �

Processo de Poisson para modelagem de Sinistros agregados

Page 16: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Sua esperança e variância são dadas por:

� �� = ��� �

��� �� = ��� ��

Esperança matemática e variância do sinistro agregado para o intervalode tempo � de um processo estocástico Poisson Homogêneo.

���(�) = ��� �� � ��

Processo de Poisson para modelagem de Sinistros agregados

Page 17: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Exemplo 3

Considere uma carteira de � apólices idênticas de seguros de dano em que afrequência histórica relativa de ocorrência de sinistros é de 5sinistros por anoobedecendo uma distribuição Poisson com valor de intensidade constante. Considere que adistribuição de probabilidades de severidades tem um comportamento descrito peladistribuição Gama com parâmetros � = 100 e � = 2, � ∼ ���� 100, 2 .Supondo que este comportamento se mantenha constante no período de análise e quetodas as apólices são renovadas a cada ano. Obtenha a fórmula genérica da funçãogeradora de momentos, esperança matemática e do desvio padrão da distribuiçãoconvoluta de sinistros agregados.

Page 18: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

• Resp.:

�� � =�

���

� � � =

� ��� � =

��

Logo,

��� � = ���

����

��= �

���

���

�����

� �� =���

�= 5�

100

2= 250�

��� �� = ���

��+

��

��= 5� 25 + 50� = 12625�

��� = 112,361 ��

Page 19: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

1500

� ��

1775,27

1224,77

Page 20: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

O termo “ruína”, no contexto atuarial está associado ao risco de uma instituição financeira ficar comreservas insuficientes ...

Fatores quantitativos, relacionados a Ruína

i) Duração do processo;

ii) Carregamento de segurança � embutido no prêmio puro;

iii) Distribuição do valor total dos sinistros retidos �;

iv) Limite técnico;

v) Fundo inicial que a seguradora aloca para assumir o risco de ruína ��.

A teoria da ruína está relacionada com o estudo do nível de reserva de uma seguradora ao longo dotempo.

Processo de Ruína

Page 21: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Pode-se descrever o processo de reserva através do modelo clássico, chamado de modelo de Cramér-Lundberg:

�(�) = � + Π� − ��

� = �(0) representa a reserva inicial da seguradora.

�(�) é o processo estocástico associado ao nível de reserva no tempo �,

� � < 0, é dito então que ocorreu ruína.

Π� prêmio recebido no intervalo de tempo 0, � - Incremento a �(�).

�� = ∑ ������� Sinistro agregado, sendo �� o número de indenizações ocorridas no mesmo período de

tempo.

Decremento em �(t) de acordo com a ocorrência de sinistros.

Processo de Ruína

Page 22: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

De maneira simplificada, serão adotados modelos de ruína que envolva os prêmiosrecebidos a uma taxa constante, isto é.

�(�) = � + �� − ��

� > � �

Na prática utilizam-se percentuais que variam de 25% a 50% patrimônio liquido,

A utilização de um percentual do patrimônio liquido, como reserva de risco, se justifica pelo fatoque a perda de uma porcentagem pode levar a falta de liquidez.

Processo de Ruína

Page 23: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Assumir que �� é um processo de Poisson, implica em:

Considerar �(�) um processo estocástico de reserva que cresce de acordo como ganho de prêmios.

�(�) decresce de acordo com a ocorrência de sinistros.

Processo Clássico de Ruína ( Modelo de Cramér-Lundberg)

Page 24: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Exemplo 4

Um segurador tem uma reserva de risco inicial de �$100 e recebe prêmios auma taxa constante de � = �$40por unidade de tempo. O segurador deverá ter umaexperiência de sinistros � relativa ao tempo t, com a distribuição expressa pela tabela aseguir.

Determine o valor de �� para que o segurador não entre em processo de ruínano intervalo de tempo 0,4 .

� 0,8 1,4 2,3 3 4

� 30 40 70 60 ��

Page 25: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

De acordo com o modelo de Cramér-Lundberg �(�) = � + �� − �� temos que:

�(0) = 100 = �

�(0,8) = 100 + 40 0,8 − 30 = ���

�(1) = ��� + 40 1 − 0,8 − 0 = ���

�(1,4) = ��� + 40 1,4 − 1 − 40 = ��

�(2) = �� + 40 2 − 1,4 − 0 = ���

�(2,3) = ��� + 40 2,3 − 2 − 70 = ��

�(3) = �� + 40 3 − 2,3 − 60 = ��

Para que no tempo � = 4, tem-se:

�(4) = �� + 40 4 − 3 − �� = 60 − ��

Haverá solvência relativa aos ganhos proporcionados por �, estando o segurador limitado ahonrar sinistros inferiores a �$60,00 (em ��).

Page 26: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Comportamento do �(�) para diferentes valores de ��.

Page 27: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

Tipos de Reserva. Processo em tempo contínuo, denotado por X�: t ≥ 0 .

No processo em tempo contínuo, o interesse está no processo de reserva�(�): t ≥ 0 , em que �(�) representa a reserva da seguradora até o instante t.

Processo em tempo discreto, denotado por X�: n = 0,1, . . . .

No processo em tempo discreto, o tempo t assume valores inteiros (geralmente anos)e o interesse está no processo de reserva U(n): n = 0,1,… .

Processo Clássico de Ruína ( Modelo de Cramér-Lundberg)

Page 28: Teoria do Risco Aula 18 - atuaria.github.io · EXEMPLO2 Considere uma carteira em que a frequência histórica relativa de ocorrência anual de sinistros é de 5 sinistros por ano

A ruína de uma empresa (seguradora) acontece exatamente reserva numinstante t se torna negativa ou abaixo de limite técnico pré-estabelecidosobre a reserva inicial.

De acordo com a evolução do processo de reserva ao longo do tempo,pode-se definir a probabilidade de sobrevivência da seguradora de quatromaneiras:

Processo Clássico de Ruína ( Modelo de Cramér-Lundberg)