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Teoria dos precedentes judiciais e sua eficácia no sistema brasileiro atual Vinícius Estefaneli Ramos Publicado em 05/2013. Elaborado em 04/2013. O uso de precedentes com eficácia vinculante parece ser a melhor forma de desafogar o sistema jurídico brasileiro e também de trazer isonomia, previsibilidade e segurança jurídica aos jurisdicionados. Resumo: O presente estudo refere-se à Teoria dos Precedentes Judiciais com enfoque na sua utilização e principalmente na eficácia atribuída aos precedentes no Brasil. O trabalho iniciará com a diferenciação existente entre os dois sistemas jurídicos ou modelos processuais dominantes denominados civil law e common law. Assim, busca esclarecer a importância dada por cada um aos precedentes como fonte do direito, ao raciocínio utilizado para tal e as técnicas utilizadas para interpretá-los. A seguir, irá se discutir os conceitos fundamentais para a operação com precedentes como os de ratio decidendi e obter dictum que são indispensáveis para a compreensão da essência dos mesmos. Superada esta fase, iniciará o estudo dos seus modelos operacionais ou as técnicas utilizadas na aplicação e superação dos precedentes como o distinguishing e overruling e seus assemelhados. Na última parte será estudada a eficácia atribuída aos precedentes no sistema atual brasileiro e apresentada suas vantagens e desvantagens. A aproximação do sistema jurídico brasileiro civil law ao sistema common law vem produzindo um processo de valorização da jurisprudência como fonte de direito. Contudo, variam a primazia que lhe é conferida, sua eficácia e a forma de operá-la, elementos tais que distinguem os dois sistemas. Com essa aproximação, o judiciário passou a criar norma jurídica, denominada norma interpretada, produto da atuação do órgão judiciário competente. Essa norma jurídica individualizada pode servir de parâmetro para resolução de casos análogos e é nesse contexto que surge a figura do precedente. Em suma, precedente é a decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos. Nesse momento destaca-se a importância da eficácia dos precedentes no Brasil, uma vez que, dependendo dos efeitos a eles concedidos, poderão ou não ter efeitos normativos e, assim sendo, serão Teoria dos precedentes no civil law e no common law - Jus Navigandi http://jus.com.br/imprimir/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-su... 1 de 13 19/3/2014 17:51

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Teoria dos precedentes judiciais e sua eficácia no sistemabrasileiro atual

Vinícius Estefaneli Ramos

Publicado em 05/2013. Elaborado em 04/2013.

O uso de precedentes com eficácia vinculante parece ser a melhor

forma de desafogar o sistema jurídico brasileiro e também de

trazer isonomia, previsibilidade e segurança jurídica aos

jurisdicionados.

Resumo: O presente estudo refere-se à Teoria dos Precedentes Judiciais comenfoque na sua utilização e principalmente na eficácia atribuída aos precedentes noBrasil. O trabalho iniciará com a diferenciação existente entre os dois sistemasjurídicos ou modelos processuais dominantes denominados civil law e common law.Assim, busca esclarecer a importância dada por cada um aos precedentes como fontedo direito, ao raciocínio utilizado para tal e as técnicas utilizadas para interpretá-los. Aseguir, irá se discutir os conceitos fundamentais para a operação com precedentescomo os de ratio decidendi e obter dictum que são indispensáveis para a compreensãoda essência dos mesmos. Superada esta fase, iniciará o estudo dos seus modelosoperacionais ou as técnicas utilizadas na aplicação e superação dos precedentes comoo distinguishing e overruling e seus assemelhados. Na última parte será estudada aeficácia atribuída aos precedentes no sistema atual brasileiro e apresentada suasvantagens e desvantagens. A aproximação do sistema jurídico brasileiro civil law aosistema common law vem produzindo um processo de valorização da jurisprudênciacomo fonte de direito. Contudo, variam a primazia que lhe é conferida, sua eficácia e aforma de operá-la, elementos tais que distinguem os dois sistemas. Com essaaproximação, o judiciário passou a criar norma jurídica, denominada normainterpretada, produto da atuação do órgão judiciário competente. Essa norma jurídicaindividualizada pode servir de parâmetro para resolução de casos análogos e é nessecontexto que surge a figura do precedente. Em suma, precedente é a decisão judicialtomada à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretrizpara o julgamento posterior de casos análogos. Nesse momento destaca-se aimportância da eficácia dos precedentes no Brasil, uma vez que, dependendo dosefeitos a eles concedidos, poderão ou não ter efeitos normativos e, assim sendo, serão

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dotados de força obrigatória e geral. Essa força vinculante é fundamental paragarantia da segurança jurídica e para o tratamento isonômico dos jurisdicionados,uma vez que impede que uma mesma questão jurídica seja julgada diferentemente,com posições antagônicas, por órgãos distintos (juízes e tribunais).

Palavras-chave: Precedentes Judiciais. Aplicação. Eficácia dos precedentes.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por finalidade tratar sobre a Teoria dos Precedentes Judiciais eanalisar a eficácia dada aos precedentes judiciais no sistema jurídico brasileiro.

O tema tratará da utilização e da eficácia dos precedentes nos sistemas civil law ecommon law demonstrando os principais conceitos e métodos de sua operabilidade eos diferentes resultados alcançados a partir das formas de eficácia dadas aosprecedentes.

O tema abordará os dos sistemas, mas com o propósito de demonstrar, através dacomparação, o sistema brasileiro atual e suas principais consequências.

Observa-se, atualmente no sistema judiciário brasileiro, uma crise instalada emfunção do excessivo número de demandas e recursos para os tribunais superiores.Não obstante a isso e ainda pior, observa-se também que, no plano jurisprudencial,estamos diante de uma loteria, ou seja, a sorte dos jurisdicionados está relacionadacom o juiz ou tribunal que irá julgar o caso, pois diante de uma mesma regra jurídicaou princípio existem diversas interpretações diferentes.

Esse fenômeno patológico elimina a certeza do direito, sua previsibilidade, causandouma crise por insegurança jurídica. Compromete o próprio Estado de direito, namedida em que as coisas passam a ocorrer como se houvessem varias leis regendo amesma conduta. Nesse ínterim que surge o questionamento: a adoção da doutrina dostare decisis (precedentes vinculantes), na medida em que aumenta a uniformizaçãoda jurisprudência, seria a solução para a crise do sistema judiciário brasileiro?

Justifica-se a elaboração do presente artigo a avaliação da constante transição dosistema jurídico civil law para uma forma híbrida e as consequências decorrentesdessa modificação. Parte-se da premissa de que a constitucionalização do direito, noBrasil, foi o fato gerador para tal modificação e diante dessa ruptura a teoria dosprecedentes ganha suma importância para garantia da segurança jurídica,previsibilidade, racionalidade e isonomia.

Isto porque, tendo os precedentes efeitos normativos (como ocorre no common law),há a obrigação de aplicá-los aos casos semelhantes em julgamento, garantindo assim, aprevisibilidade do direito, sua estabilidade e principalmente o tratamento isonômicoaos jurisdicionados conforme mandamento constitucional.

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No Brasil, existem pouquíssimas doutrinas, artigos e jurisprudências a respeito doassunto aqui tratado, de forma que se torna importantíssimo esse estudo para, nomínimo, dar publicidade ao tema. Contudo, o sistema brasileiro já adota o precedentevinculante desde 1993, quando fora inserido o § 2º ao artigo 102 da ConstituiçãoFederal e tem caminhado cada vez mais nessa direção. Podem-se citar, por exemplo,as súmulas vinculantes, a repercussão geral e os recursos especial e extraordinário sobo regime das causas repetidas.

Sendo assim, o tema proposto tem importante papel nos dias atuais principalmenteem relação ao grande problema enfrentado pelo judiciário que é o excessivo númerode demandas processuais e os infinitos recursos para os tribunais superiores. E énesse sentido que caminha o anteprojeto do novo Código de Processo Civil, de formaque, com a utilização dos precedentes vinculantes se possam ter, além das vantagensjá mencionadas como segurança jurídica e isonomia, outras tais como: desestímulo àlitigância, favorecimento de acordos, racionalização do duplo grau de jurisdição,duração razoável do processo e etc.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa bibliográfica do tipo descritiva explicativa, a qualserá feita uma descrição sobre a teoria dos precedentes judiciais, vinculado naliteratura presente em livros, artigos e periódicos jurídicos, jurisprudências dostribunais, cujo método de análise e confronto dos conteúdos é o que será utilizadopara a análise das informações coletadas.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 OS SISTEMAS CIVIL LAW E COMMON LAW

A identificação da jurisprudência como fonte do direito constitui elemento comum aosordenamentos jurídicos do Ocidente como um todo. Contudo, variam a primazia quelhe é conferida, sua eficácia e a forma de operá-la, elementos tais que distinguem osdois sistemas, quais sejam: civil law e common law (MELLO, 2008).

Na França, a força da ideologia liberal ligada aos valores burgueses causou uma crisede ordem econômica e social, derrubando a monarquia absoluta, a aristocracia feudale os juízes franceses que eram ligados a esta última. Essa crise, conhecida comoRevolução Francesa, teve uma ruptura com a ordem politica e jurídica da época(ATAÍDE JUNIOR, 2012).

Os revolucionários, que lutavam contra o absolutismo, queriam substituir o rei poroutro poder absoluto, a assembléia soberana. O parlamento avocou para si acompetência exclusiva de criar o direito, de forma que a atividade dos juízes deveriase restringir apenas a declarar a lei (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

Foi nessa época que Montesquieu elaborou sua tese de que não poderia haverliberdade caso o Judiciário não estivesse separado dos poderes Legislativo e Executivo(teoria da separação dos poderes). Para ele, os juízes não poderiam ter poder de

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interpretar as leis nem de imperium porque, caso contrário, poderiam distorcê-las eassim frustrar os objetivos do novo regime (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

Nesse cenário que surgiu o sistema civil law que nada mais é que a lei como fonteprincipal do direito. O parlamento ficou com a atribuição de formular leis claras,objetivas e universais de forma que abrangessem todas as soluções possíveis eimagináveis para os conflitos humanos. Assim, não restaria espaço para interpretaçãoou criação dos juízes. Nesse sistema buscavam a segurança jurídica exclusivamentenos textos das leis.

Já na Inglaterra, berço do sistema common law, o desenvolvimento do sistema se deude forma contínua e gradativa, produto de uma longa evolução (ATAÍDE JUNIOR,2012).

Nesse sistema, o legislativo não se opôs ao judiciário, chegando, em realidade, a comele se confundir. No direito inglês, o juiz esteve ao lado do parlamento na luta contra oarbítrio do monarca, reivindicando a tutela dos direitos e das liberdades dos cidadãos.Ele não só interpretava a lei como extraía direitos e deveres a partir do common law(MARINONI, 2010).

A tradição common law se caracteriza pelo direito costumeiro e principalmente pelorespeito obrigatório aos precedentes. Estes, nesse sistema, são considerados comofonte primária do direito, conferindo segurança e previsibilidade nas decisões. NaInglaterra, as leis estavam submetidas a um direito superior, o common law, e seassim não fossem, elas seriam nulas e destituídas de eficácia.

O Brasil, que é filiado ao sistema do civil law, desde muito já vem sofrendo com oexcesso de divergência jurisprudencial o que torna a lei insuficiente para garantirsegurança jurídica à sociedade. Entretanto, hoje, o que se observa é uma grandemutação dos sistemas, para um sistema híbrido. Temos um novo civil law e um novocommon law, ambos exploram a principal forma de direito do outro, sem contudoalterar-se.

2.2 PRECEDENTES JUDICIAIS

2.2.1 CONCEITO E FUNDAMENTO

Como visto anteriormente, precedente é a decisão judicial tomada à luz de um casoconcreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posteriorde casos análogos. Mas não é qualquer decisão judicial, somente aquelas que têmpotencialidade de se firmarem como paradigmas para orientação dos jurisdicionadose magistrados.

Para constituir precedente, a decisão tem que enfrentar todos os principaisargumentos relacionados à questão de direito do caso concreto, além de podernecessitar de inúmeras decisões para ser definitivamente delineado. O precedente é aprimeira decisão que elabora a tese jurídica ou é a decisão que definitivamente a

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delineia, deixando-a cristalina (MARINONI,2011).

Observa-se que o fundamento do precedente está em produzir uma norma jurídicacom potencial de aplicar-se a uma infinidade de casos análogos futuros, visandoassegurar maior previsibilidade na realização do direito e tratamento isonômico aosjurisdicionados, ou melhor, tratar da mesma forma os casos iguais.

2.2.2 RATIO DECIDENDI E OBITER DICTUM

Na doutrina do stare decisis (precedentes obrigatórios), diz-se que os juízes etribunais devem seguir os precedentes existentes, mas na realidade eles devem seguira ratio decidendi (razão de decidir) dos precedentes. Por esse motivo se torna muitoimportante identificar a ratio decidendi porque apenas ela tem o efeito vinculante,obrigando os juízes a respeitá-la nos julgamentos futuros.

Existe muita discussão na doutrina a respeito da definição da ratio e também emrelação à escolha do método mais eficaz para identificá-la no bojo dos precedentes.

São muitas definições existentes, mas podem-se apontar algumas mais comuns como:a) a regra de direito explicitamente estabelecida pelo juiz como base de sua decisão,isto é, a resposta explícita a questão de direito do caso; b) a razão explicitamente dadapelo juiz para decisão, isto é, a justificação explícita para a resposta dada a questão docaso; c) a regra de direito implícita nas razões do juiz para justificação de sua decisão,isto é, a resposta implícita a questão de direito do caso (SOUZA, 2011).

Além da definição, existe muita discussão em relação ao melhor método para seidentificar a ratio. No sistema do common law, podem-se observar três teoriasutilizadas para solucionar a questão, quais sejam: Teoria de Wambaugh, Teoria deOliphant e a Teoria de Goodhart.

A primeira, considerada como clássica, afirma que a ratio decidendi de um caso é aproposição ou regra sem a qual o caso seria decidido de forma diversa e propõe umteste, de acordo com o qual se deve alterar o conteúdo da premissa para verificar se adecisão se mantém ou não a mesma. Assim, se a decisão sofrer mudança, a premissaera realmente necessária e se constituía ratio decidendi; por outro lado, se a decisãopermanecesse inalterada, a premissa era mero obiter dictum (SOUZA, 2011).

A de Oliphant, rejeita a busca da ratio decidendi no raciocínio do juiz para chegar adecisão, pois entende que a opinião do tribunal é uma racionalização preparadadepois da decisão que dá boas razões, mas não, as razões reais. Assim, sugere que osfatos levados ao tribunal sejam considerados como estímulos a uma resposta. No seuentendimento, a combinação dos estímulos e a resposta são a ratio decidendi, que é adecisão real do caso (SOUZA, 2011).

Já a Teoria de Goodhart consiste, essencialmente, na determinação da ratio de umprecedente mediante a consideração: a) dos fatos tidos como fundamentais, na óticado juiz do precedente, e, b) da decisão do juiz baseada nesses fatos. A fundamentação

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disso está no fato de que, no julgamento de um caso, o direito é analisado pelo juiz oupor qualquer outro intérprete, levando em consideração os fatos do caso, e restando,por conseguinte, que o peso das proposições afirmadas pelo julgador com base nosfatos fundamentais é sempre maior do que o peso de qualquer outra coisa que o juizafirme (SOUZA, 2011).

No Brasil, onde a força dos precedentes não se relaciona obrigatoriamente à resoluçãodos casos, torna-se natural conferir força de ratio decidendi às razões suficientes àsolução das questões versadas nos casos, mesmo que estas não sejam necessárias aoresultado da causa. Dessa feita, cada um dos motivos determinantes, suficientes paradecidir as múltiplas questões jurídicas, constitui-se em ratio decidendi e, portanto,pode vincular futuras decisões relativas à análoga questão de direito (ATAÍDEJUNIOR, 2012).

Portanto, resta claro que a importância de se identificar a ratio decidendi ou osmotivos determinantes da decisão consiste em encontrar a parte do precedente quevai servir de paradigma para os casos posteriores, garantindo previsibilidade esegurança na realização do direito.

A definição de obiter dictum é obtida negativamente a partir da determinação do queseja ratio decidendi de um caso , isto é, se uma proposição ou regra de direitoconstante de um caso não faz parte da sua ratio, ela é dictum ou obiter dictum, e ,consequentemente não obrigatória (SOUZA, 2011).

São consideradas dictum as passagens que não são necessárias ao resultado, as quenão são conectadas com os fatos dos casos ou as que são dirigidas a um ponto quenenhuma das partes buscou arguir (MARINONI, 2012).

Contudo, existem questões independentes cuja análise não são necessárias à resolução-que assim são obiter dictum- mas são intimamente ligadas ao caso sob julgamento eabordadas de forma aprofundada pelo juiz ou tribunal, assumindo perfil e texturamuito próximos ao da ratio decidendi. Nesses casos observa-se que, apesar decontinuarem sem efeitos obrigatórios, essas obiter dictum possuem forte efeitopersuasivo (MARINONI, 2012).

2.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO E SUPERAÇÃO DE PRECEDENTES

2.3.1 DISTINGHISHING E OVERRULING

Nos sistemas de precedentes vinculantes, existem técnicas de aplicação e superação deprecedentes que permitem, de um lado, a estabilidade e uniformidade do direito e, deoutro, o seu natural desenvolvimento. As duas principais técnicas são o distinguishinge o overruling.

Conforme já esclarecido, só há sentido falar em precedente vinculante, quando a ratiodecidendi do mesmo puder ser aplicada a casos análogos posteriores. Logo,percebe-se que a observância de um precedente no caso em julgamento requer uma

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confrontação entre os fatos materiais (relevantes) dos dois casos, para assim saber se aratio decidendi do primeiro afigura-se adequada a servir de motivo determinante àdecisão que venha a regular as consequências jurídicas dos fatos do caso emjulgamento (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

A essa técnica de confronto e diferenciação entre os fatos relevantes de dois casosdá-se o nome de distinguishing. Ela revela a inadequação da aplicação da ratiodecidendi do precedente ao caso em julgamento, em virtude da diversidade fáticaentre os mesmos. Assim dá flexibilidade ao sistema não o engessando e faz justiça nocaso concreto (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

O overruling é uma forma de superação, ou seja, revogação de precedentes que ocorretanto no plano horizontal (órgão revoga seu próprio precedente) como também noplano vertical (tribunal superior revogando um precedente de um inferiorhierárquico).

Os requisitos básicos para a revogação de um precedente são a perda de congruênciasocial e o surgimento de inconsistência sistêmica (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

Há a perda da congruência social quando um precedente passa a negar proposiçõesmorais, políticas e de experiência. As proposições morais determinam uma condutacomo certa e errada a partir do consenso geral da comunidade, as políticascaracterizam uma situação como boa ou má em face do bem-estar geral e as deexperiência dizem respeito ao modo como o mundo funciona (MARINONI, 2012).

De outra parte, o precedente não tem consistência sistêmica quando deixa de guardarcoerência com outras decisões. Quando há uma nova concepção geral em termos deteoria ou dogmática jurídica, a evidenciar que aquilo que se pensava acerca de umaquestão ou instituto jurídico se alterou.

Vale observar que a revogação de um precedente tem que ser justificada por sériaargumentação, uma vez que pode causar perda da estabilidade, confiança e reduçãona possibilidade de previsão (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

2.3.2 DAS TÉCNICAS ENTRE O DISTINGUISHING E O OVERRULING:

TECHNIQUE OF SINALING, TRANSFORMATION E OVERRIDING

Com a técnica da sinalização (technique of sinaling) o tribunal não ignora que oconteúdo do precedente está equivocado ou não mais deve ser observado, porém, porrazões de segurança jurídica, ao invés de revogá-lo, prefere apontar para sua perda deconsistência e sinalizar para a sua futura revogação (MARINONI, 2012).

Na transformation, embora o resultado a que se chega no caso em julgamento sejaincompatível com a ratio decidendi do precedente, tenta-se compatibilizar a soluçãodo caso com o precedente transformado ou reconstruído, mediante a atribuição derelevância aos fatos que foram considerados de passagem (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

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Embora se conclua pelo erro da tese (razão determinante) do precedente, admite-seque se chegou a resultado correto, porém através de fundamento equivocado(ATAÍDE JUNIOR, 2012).

Através do overriding a Corte limita ou restringe a incidência do precedente, como sefosse uma revogação parcial. Porém, o overriding mais se aproxima do distinghishingdo que de uma revogação parcial, pois, apesar do resultado do caso em julgamento serincompatível com a totalidade do precedente, a restrição se dá com fulcro em situaçãorelevante que não estava envolvida no precedente (MARINONI, 2012).

Essas técnicas são empregadas em países do sistema common law, principalmente nosEstados Unidos. No Brasil, pode-se exemplificar o overriding com a interpretação queo Supremo Tribunal Federal (STF) deu ao enunciado 343 de sua súmula queestabelece que “Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quandoa decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertidanos tribunais”. Após a edição de tal enunciado, o STF interpretou-o de modo arestringir seu alcance, por entender que não seria aplicável quando a alegada violaçãofosse a dispositivo da Constituição (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

2.4 EFICÁCIA DOS PRECEDENTES

Para os fins do presente trabalho e levando-se em consideração o sistema jurídicobrasileiro, a classificação que se revela mais adequada é a que tipifica os precedentesquanto a sua autoridade. Isto porque permite demonstrar a força de cada um dosprecedentes dos tribunais superiores. Desta forma, classificam-se em: a) obrigatóriosou vinculantes, b) relativamente obrigatórios e c) persuasivos.

2.4.1 PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS OU VINCULANTES

Os precedentes obrigatórios são aqueles cuja autoridade vinculante independe daopinião do juiz do caso em julgamento, que deve segui-lo mesmo não o achandocorreto. Aqui se vê com clareza a máxima do stare decisis et non quieta movere(mantenha a decisão e não mova no que está quieto) sendo a regra nos países docommon law.

Eles projetam efeitos não apenas entre as partes de um caso concreto, mas fixam umaorientação a ser obrigatoriamente seguida em todas as hipóteses semelhantes. Geram,para além da solução do litígio específico que lhes foi submetido, uma norma, ou seja,um comando aplicável, com generalidade, a todos os demais casos idênticos, de formapermanente, e sob pena de sanção, à imagem e semelhança de uma lei.

No sistema brasileiro, embora a regra seja a não-normatividade, temos precedentesvinculantes como: i) as decisões definitivas do STF no controle concentrado deconstitucionalidade; ii) as decisões que deferem liminar em Ação Direta deInconstitucionalidade (ADIN), Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) e AçãoDeclaratória de Preceito Fundamental (ADPF); iii) as decisões definitivas do Pleno doSTF sobre (in) constitucionalidade de lei em sede de recurso extraordinário; iv) as

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decisões do STF acerca da repercussão geral; v) as decisões do STF em recursoextraordinário, versando sobre causas repetitivas; as súmulas vinculantes; vi) osprecedente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que representem sua jurisprudênciauníssona, com relação às turmas recursais estaduais e, vii) as decisões dos tribunais dejustiça em sede de controle concentrado de constitucionalidade de lei ou atonormativo estadual ou municipal contestados, única e exclusivamente, em face daConstituição Estadual (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

2.4.2 PRECEDENTES RELATIVAMENTE OBRIGATÓRIOS

Precedentes relativamente obrigatórios são aqueles cuja autoridade afirma-se por si eimpõem a solução do caso em julgamento, exceto se o tribunal do caso tiver uma boa efundada razão em contrário, hipótese que pode se afastar dele, desde que sedesincumba do qualificado ônus argumentativo (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

No Brasil, atualmente, só há uma espécie deste tipo de precedente, que é a decisão doSTJ em recurso especial nas causas repetitivas (artigo 543-C, §§ 7ºe 8º, CPC). Nestahipótese ocorre que, apreciada a questão pelo STJ, os tribunais ordinários devemseguir tal decisão, para negar seguimento aos recursos especiais ou parareexaminá-los. Observe-se que inobstante o tribunal possa manter-se divergente daorientação firmada pelo STJ (artigo 543-C, § 8/º, CPC), deve apresentar fundadasrazões para tanto (ATAÍDE JUNIOR, 2012).

2.4.3 PRECEDENTES PERSUASIVOS

Tal tipo de precedente é a regra no direito brasileiro. A definição de precedentepersuasivo é feita por exclusão, ou seja, são persuasivos todos aqueles que não foremobrigatórios ou relativamente obrigatórios. Diz-se também que um precedente épersuasivo quando o juiz não está obrigado a segui-lo, de forma que, se o seguir, éporque está convencido da sua correção (SOUZA, 2011).

2.5 PRECEDENTES NO BRASIL

Conforme citado anteriormente, no Brasil prevalecem os chamados precedentespersuasivos. Para que tenham autoridade, estes precedentes dependem de váriosoutros fatores como: a posição do tribunal que proferiu a decisão na hierarquia doPoder Judiciário, o prestígio do juiz condutor da decisão, a data da decisão, se foiunânime ou não, a qualidade da fundamentação e etc (SOUZA 2011).

O problema é que, no Brasil, os precedentes não vêm sequer sendo tidos comopersuasivos. Isto porque os juízes e tribunais, muitas vezes, não se julgam obrigados arespeitar os precedentes dos Tribunais Superiores (eficácia vertical) e também nãolevam em consideração os precedentes demonstrados pelos advogados.

Situação ainda pior ocorre quando o juiz ou tribunal não respeita as suas própriasdecisões (eficácia horizontal) ocasionando, dessa forma, o tratamento desigual a casossimilares (MARINONI 2012).

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Entretanto, alguns institutos utilizados no sistema jurídico brasileiro atual possuemeficácia obrigatória (vinculante) como é o caso, por exemplo, da decisão do STFproferida no controle difuso de constitucionalidade, da questão da repercução geralno recurso extraordinário, das súmulas vinculantes, entre outros. Tal fato demonstraque os sistemas não são mais puros e que estão se tornando híbridos, de forma que ocivil law tem adotado institutos com características do common law e vice-versa.

Tal mudança se faz necessária uma vez que a ideologia sustentada pelo civil law, deque só se teria segurança jurídica se a lei fosse estritamente aplicada, caiu por terra.Isto se deu, principalmente, porque percebeu-se que a mesma lei era interpretada dediversas formas e também que os juízes, rotineiramente, decidiam de diferentesmaneiras os “casos iguais”. Dessa forma, a estrita subordinação do juiz à lei não eramais suficiente para garantir a certeza e a segurança jurídica almejadas.

2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE PRECEDENTES

OBRIGATÓRIOS

Verifica-se, de acordo com a maior parte da doutrina, que o uso dos precedentesvinculantes geram uma série de vantagens, entre as quais : segurança jurídica,previsibilidade, estabilidade, igualdade (perante a jurisdição e a lei), coerência daordem jurídica, garantia de imparcialidade do juiz, definição de expectativas,desestímulo à litigância, favorecimento de acordos, racionalização do duplo grau dejurisdição, duração razoável do processo, economia processual e maior eficiência dojudiciário.

Entretanto, há autores que também elencam uma série de desvantagens para o usodos precedentes vinculantes, quais sejam: obstáculo ao desenvolvimento do direito eao surgimento de decisões adequadas às novas realidades sociais, óbice à realização daisonomia substancial, violação do princípio da separação dos poderes, violação daindependência dos juízes, violação do juiz natural e violação da garantia do acesso àjustiça.

Portanto, diante das vantagens percebidas pelo uso dos precedentes obrigatórios etambém por muitas das desvantagens serem mais aparentes do que reais, os pontospositivos parecem suficientes para demonstrar a importância do uso de precedentesvinculantes.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, verifica-se uma aproximação entre os dois grandes sitemasjurídicos estudados nesse trabalho. Primeiramente, o civil law, que tem a lei comofonte primária do direito, se rendeu a importância da utilização das jurisprudências,principalmente devido ao constitucionalismo, ou seja, momento em que a lei perdeusua supremacia submetendo-se à Constituição. Assim, a atividade dos juízes do civillaw se tornou bem parecida com a dos juízes do common law, de forma que passou-se

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a controlar as leis através da Constituição. Já os adeptos do common law, que sóusavam as jurisprudências como fonte primária do direito, perceberam a importânciadas leis para limitar e também para adequar as jurisprudências ao fatos socias atuais.

Verifica-se também que a utilização dos precedentes judiciais obrigatórios é o melhorcaminho para que haja segurança, igualdade e previsibilidade/estabilidade no sistemajurídico. Não há mais como aceitar que casos iguais sejam decididos de maneiradiferente. O uso dos precedentes vinculantes tem esse importante papel no sentido deque trata os casos iguais de maneira igual, sem surpresas ou prejuízos aosjurisdicionados.

Sendo assim, o uso de precedentes com eficácia vinculante parece ser a melhor formade desafogar o sistema jurídico brasileiro dos milhares de processos existentes(muitos desses iguais) e também a melhor forma de trazer isonomia, certeza eprevisibilidade aos jurisdicionados, acabando assim com as injustiças e com a falta desegurança jurídica vividas atualmente.

THEORY OF JUDICIAL PRECEDENTS AND THEIR EFFECTIVENESS

IN THE BRAZILIAN SYSTEM CURRENT

ABSTRACT: This study refers to the Theory of Judicial Precedent focusing on theiruse and effectiveness mainly attributed to the precedent in Brazil. The work beginswith the differentiation between the two legal systems or models procedural rulingcalled civil law and common law. Thus, attempts to clarify the importance given byeach of the precedents as a source of law, the reasoning used for this purpose and thetechniques used to interpret them. The following will discuss the fundamentalconcepts for the operation of precedent as the ratio decidendi and get dictum that areindispensable for understanding the essence of them. Overcome this phase, begin thestudy of their operating models or techniques used in the implementation andovercoming the foregoing and as distinguishing and overruling their counterparts. Inthe last part will be assigned to study the effectiveness unprecedented in Braziliancurrent system and presented its advantages and disadvantages. The approach of theBrazilian legal system to civil law common law system is producing a recovery ofjurisprudence as a source of law. However, vary the primacy given to him, itseffectiveness and how to operate it, such elements that distinguish the two systems.With this approach, the court went on to create the legal rule, called rule interpreted,product performance of the competent judicial body. This individualized legal rulecan serve as a parameter for resolution of similar cases and it is in this context that thefigure of the previous one. In short, the court's previous decision in light of a casewhose essential nucleus can serve as a guideline for judging later in similar cases. Atthis point emphasizes the importance of the effectiveness of preceding Brazil, since,depending on the effect they granted, may or may not have regulatory effects and,therefore, are endowed with binding and general. This binding force is critical toensuring legal certainty and for the treatment of jurisdictional isonomic, onceprevents a legal matter to be judged differently, with antagonistic positions by

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separate agencies (courts and tribunals).

KEYWORDS: Judicial precedent; Application; Effectiveness of previous

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Vinícius Estefaneli Ramos (http://jus.com.br/951932-

vinicius-estefaneli-ramos/publicacoes)

Servidor público federal em Cascavel (PR).

%c3%a3o_Brasil.pdf?sequence=4 Acesso em 3 de maio de 2012.

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Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT):

RAMOS, Vinícius Estefaneli. Teoria dos precedentes judiciais e sua eficácia no sistemabrasileiro atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3621, 31 maio 2013. Disponívelem: <http://jus.com.br/artigos/24569>. Acesso em: 19 mar. 2014.

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