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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO ESPÉCIES DOS MEIOS DE EXECUTIVOS E CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTIVAS Prof. Luis Fernando Alves www.professorluisfernando.jur.adv.br 1

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO - integrawebsites.com.br · atenÇÃo: a execuÇÃo de alimentos ( cpc, arts. 732 a 735) e a execuÇÃo contra a fazenda pÚblica ( cpc, arts. 730 e 731)

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TEORIA GERAL DA

EXECUÇÃO – ESPÉCIES

DOS MEIOS DE EXECUTIVOS E CLASSIFICAÇÃO

DAS AÇÕES EXECUTIVAS

Prof. Luis Fernando Alves

www.professorluisfernando.jur.adv.br

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2. ESPÉCIES DE MEIOS

EXECUTIVOS

2.1. QUANDO O DEVEDOR NÃO CUMPRE ESPONTANEAMENTE

A OBRIGAÇÃO, DE QUE MEIOS PODE-SE VALER O JUDICIÁRIO

PARA PROMOVER A SATISFAÇÃO DO CREDOR?

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Em sentido amplo temos duas categorias:

Execução Direta (Sub-rogação): O Estado substitui odevedor. Ex: Penhora de Bens e Alienação; Penhora on line;Uma vez que o devedor não entrega o bem que pertence aocredor, o Estado o tira do primeiro e entrega ao segundo; ouainda, se o devedor não cumpre a obrigação de pintar omuro, o Estado autoriza a contratação de outro pintor, que ofaça, às expensas do devedor.

Execução Indireta (Coerção): Visa o cumprimento pelopróprio devedor, através de técnicas de coerção para que aobrigação seja cumprida pelo próprio devedor. Ex: multasdiárias. OBS: é bastante útil em obrigação de naturezapersonalíssima (pintor famoso que não vai pitar o quadro).

2.1. QUANDO O DEVEDOR NÃO CUMPRE ESPONTANEAMENTE

A OBRIGAÇÃO, DE QUE MEIOS PODE-SE VALER O JUDICIÁRIO

PARA PROMOVER A SATISFAÇÃO DO CREDOR?

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Em sentido estrito temos:

Execução Direta (Sub-rogação):

Por Expropriação: Bens do devedor se submetem a atos executivos;

Autoriza-se a realização de atos de transferência forçada de tais bens para

a satisfação do crédito.

Por desapossamento: Neste tipo, há a identificação, localização e

retirada do bem da posse do executado com entrega ao exeqüente. É

também forçada.

Por transformação: Visa mudar a realidade fática presente. A tutela

jurisdicional visa, conforme a natureza obrigacional, coagir a parte em

fazer ou não fazer algo para mudar a realidade.

Execução Indireta ( Coerção):

Coerção Patrimonial: Incide sobre a esfera patrimonial do executado

como as multas.

Coerção Pessoal: Incide sobre a esfera pessoal, ou seja, sobre a

liberdade do executado. Trata-se de meio primitivo, mas que previsto na

CF como forma de coagir o devedor a pagar o que deve. Ex: Prisão Civil

do devedor de alimentos.

2.2. TIPOS DE EXECUÇÃO E OS MEIOS EXECUTIVOS

CORRELATOS

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A) Execução por quantia certa:

Técnica Principal: Expropriação

Adjudicação: É a transferência judicial do bem penhorado para o

próprio exeqüente (CPC Arts. 647, I c/c 685-A).

Alienação por iniciativa particular: CPC, 647, II c/c 685-C ou Hasta

Pública: CPC, 647, III c/c 686.

Transferência judicial do direito de receber frutos que o bem

móvel ou imóvel produzir, através do usufruto: CPC, 647, IV c/c

716.

Desconto em folha de pagamento: CPC 649, § 2º e 734.

Técnica Secundária: coerção pessoal ( prisão civil) em caso do dever

de pagar quantia na execução de alimentos. É MEDIDA

EXCEPCIONAL AUTORIZADA SOMENTE NO CASO DO

INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO DE PAGAR ALIMENTOS.

2.2. TIPOS DE EXECUÇÃO E OS MEIOS EXECUTIVOS

CORRELATOS

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B) Execução para entrega de coisa: CPC, Art. 461-A.

Técnica Principal: desapossamento

Bens móveis: Busca e apreensão

Bens imóveis: Imissão na posse

Outras técnicas: Permite o manejo de medidas

coercitivas (CPC, arts. 461-A, § 3º, c/c art. 461, §§ 5º e

6º) e até conversão em perdas e danos (somente é

possível se o autor requerer ou se impossível a tutela

especifica ou resultado prático equivalente).

2.2. TIPOS DE EXECUÇÃO E OS MEIOS EXECUTIVOS

CORRELATOS

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C) Execução das obrigações de fazer ou não fazer: CPC, Art. 461.

Técnica Principal: Uso de medidas coercitivas – multas,p.ex ou então conversão em perdas e danos (somente épossível se o autor requerer ou se impossível a tutelaespecifica ou resultado prático equivalente).

OBS:

É a chamada tutela específica, visando o mesmo resultadoque seria obtido se o executado tivesse cumpridoespontaneamente a obrigação.

Exige a participação pessoal do executado.

Nas obrigações de caráter personalíssimo é muito eficaz.

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3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

EXECUTIVAS

3.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FUNDAMENTO

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FUNDAMENTO CARACTERÍSTICAS

EXECUÇÃO FUNDADA

EM TÍTULO JUDICIAL

Títulos executivos judiciais,

isto é, emanados do Poder

Judiciário, e enumerados no

art. 475-N, CPC.

Não formam um novo

processo, mas apenas uma

fase, razão pela qual

dispensam a citação do réu,

salvo se fundadas em

sentença penal, arbitral

ou estrangeira, ou contra

a Fazenda Pública.

EXECUÇÃO FUNDADA

EM TÍTULO

EXTRAJUDICIAL

Títulos executivos

extrajudiciais, documentos

não provenientes do

Judiciário aos quais a lei

atribui eficácia executiva.

Estão enumerados no art.

585 do CPC.

Constituem um novo

processo, em que o réu

deverá ser citado.

3.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CARÁTER

(DEFINITIVA OU PROVISÓRIA)

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NATUREZA DA

ATIVIDADE

EXECUTIVA

REGRA EXCEÇÃO

TÍTULO EXECUTIVO

EXTRAJUDICIAL

Mediata (Autônoma),

isto é, é prescindível o

prévio processo de

conhecimento, porque a

lei outorga eficácia

executiva a certos títulos,

atribuindo-lhes a certeza

necessária para

desencadear o processo de

execução

Execução definitiva A execução será

provisória, pendente a

apelação da sentença de

improcedência dos

embargos do executado,

desde que eles tenham

sidos recebidos no efeito

suspensivo (art. 587 CPC)

TÍTULO EXECUTIVO

JUDICIAL

Imediata, sem processo

autônomo, o que

pressupõe prévia atividade

cognitiva, sem a qual o

direito não adquire a

certeza necessária para

que se possa invadir,

coercitivamente, o

patrimônio do devedor.

Execução definitiva: se a

sentença já houver

transitado em julgado.

Execução provisória: se a

sentença tiver sido

impugnada por recurso,

sem efeito suspensivo; ou

nos casos de execução das

decisões de antecipação

de tutela.

3.3. O QUE DISTINGUE A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA

DEFINITIVA?

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Ambas processam-se do mesmo modo, com adiferença de que a provisória corre por conta erisco do exeqüente, já que há sempre o riscode reforma. Por isso nela se exige cauçãopara os atos que importem levantamento dedinheiro, alienação de domínio ou que possamtrazer grave dano ao executado. Mas, mesmonesses casos, a caução poderá serdispensada nas hipóteses do art. 475-O, § 2ºdo CPC.

3.4. HÁ HIPÓTESES QUE A LEI DISPENSA A CAUÇÃO

NA EXECUÇÃO PROVISÓRIA?

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Sim, conforme artigo 475-O, §2º do CPC:

“§ 2o A caução a que se refere o inciso III do caput desteartigo poderá ser dispensada: (Incluído pela Lei nº 11.232, de2005)

I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar oudecorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes ovalor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação denecessidade; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)

II – nos casos de execução provisória em que penda agravode instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou aoSuperior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando dadispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano,de difícil ou incerta reparação. (Incluído pela Lei nº 11.232,de 2005) (Vide Lei nº 12.322, de 2010)”

3.5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS PRESTAÇÕES

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ATENÇÃO: A EXECUÇÃO DE ALIMENTOS ( CPC, ARTS. 732 A 735) E

A EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ( CPC, ARTS. 730 E 731)

SÃO AUTÔNOMAS APESAR DE SEREM FUNDADAS EM TITULOS

EXTRAJUDICIAIS

EXECUÇÃO

IMEDIATA

(FUNDADA EM

TÍTULO

EXECUTIVO

JUDICIAL)

EXECUÇÃO

AUTÔNOMA

(FUNDADA EM TÍTULO

EXECUTIVO

EXTRAJUDICIAL)

OBRIGAÇÃO DE

FAZER OU NÃO

FAZER

Art. 461 do CPC e

seus parágrafos

Arts. 632 e ss. CPC

OBRIGAÇÃO DE

ENTREGA DE

COISA

Art. 461-A e

parágrafos

Arts. 621 e SS. CPC

OBRIGAÇÃO POR

QUANTIA CERTA

Art. 475-I a 475-R Arts. 646 e SS (contra

devedor solvente) e 748 e

ss (contra devedor

insolvente)

BIBLIOGRAFIA

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ASSIS, Araken de. Manual da execução. 9. ed.rev., amp. e atual. São Paulo: Revista dosTribunais, 2005.

DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições dedireito processual civil. 2.ed. rev. atual. SãoPaulo: Malheiros Editores, 2004. v. 4.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direitoprocessual civil: processo de execução eprocesso cautelar. 38. ed. São Paulo: Forense,2005. v. 2.

MEDINA, José Miguel Garcia. Processo CivilModerno: Execução. 2ª ed. rev. Atual. São Paulo>RT, 2012. v.3