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TEORIA GERAL DA
EXECUÇÃO – DA TUTELA
JURISDICIONAL EXECUTIVA
Prof. Luis Fernando Alves
www.professorluisfernando.jur.adv.br
1
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1. DA TUTELA JURISDICIONAL
EXECUTIVA
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
3
Função típica do Poder Judiciário (jurisdicional) ->
solucionar conflito de interesses em regra.
Há vários tipos de conflitos e a solução do Poder
Judiciário vai depender da pretensão do Autor (Pedidos:
Meramente Declaratório, Constitutivo e Condenatório).
Há conflitos que:
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
4
Conflitos -> advêm da incerteza quanto à existência ou não dedeterminada relação jurídica -> sentença de naturezadeclaratória (se resolvem pelo simples pronunciamento judicial,sem necessidade, para a satisfação do titular do direito, dealgum tipo de comportamento do obrigado) – Art. 4 CPC.
Ex:Investigação de paternidade. “A” pesa que “B” é seu pai,mas este não reconhece essa qualidade. “A” então propõe emface de “B” ação de investigação de paternidade, para que adúvida seja sanada. O juiz colhe as provas e, ao final, proferesentença que, transitada em julgado, terá o condão de afastar adúvida, sem a necessidade de qualquer conduta oucomportamento do réu. O efeito almejado advém da sentençaem si.
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
5
Conflitos -> solução depende da constituição ou
desconstituição de uma relação jurídica -> sentença
de natureza constitutiva ou desconstitutiva.
Ex: Rescisão Contratual. “A” celebra com “B” um
contrato, porque foi coagido, bastará que postule
judicialmente a sua anulação. Se o juiz acolher a
pretensão, em definitivo, o contrato estará anulado,
independente de qualquer conduta do réu. A
satisfação advém do pronunciamento judicial.
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
6
Conflitos -> solução depende de um comportamento,de uma ação ou omissão do réu. O titular da obrigaçãosó se satisfará se o réu cumprir uma prestação, defazer, não fazer, entregar coisa ou pagar -> sentença denatureza condenatória -> GERA A EXECUÇÃO.
E SE O DEVEDOR DA OBRIGAÇÃO NÃO A CUMPRE,O QUE FAZER?
O Estado, por meio da lei, mune o Poder Judiciário depoderes para impor o cumprimento, ainda que contra avontade do devedor, no intuito de satisfazer o credor.Não fosse assim o litígio só seria solucionado por meiode autotutela, o que não se admite no Estado Moderno.
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
7
O QUE LEGITIMA O ESTADO-JUIZ A DESENCADEARA SANÇÃO EXECUTIVA FAZENDO USO DOSMECANISMOS PREVISTOS EM LEI PARA ASATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO?
É preciso que a obrigação esteja dotada de um grau deCERTEZA, afinal isso implicará que o Estado tomemedidas que podem ser drásticas contra o devedor.
O QUE CONSUBSTANCIA O GRAU DE CERTEZA?
O grau de certeza é dado pelo título executivo, quepode ser:
1.1. O QUE É EXECUÇÃO
8
Extrajudicial: Produzido sem a intervenção doJudiciário, mas a lei reconhece o grau de certeza.ART. 585 CPC
Judicial: Produzido com a intervenção doJudiciário ou equivalente jurisdicional (Arbitragem).No caso de titulo executivo judicial o titular daobrigação deve ingressar em juízo com umprocesso de conhecimento para que o Judiciárioreconheça-lhe o direito de fazer cumprir aobrigação. ART. 475N.
1.2. DISTINÇÃO ENTRE O PROCESSO (OU
FASE) DE CONHECIMENTO DO PROCESSO
(OU FASE) DE EXECUÇÃO9
Finalidades:
Processo de Conhecimento: se busca uma
sentença, em que o juiz diga o direito, sendo que o
juiz resolve a dúvida, a incerteza, a respeito da
pretensão do autor (meramente declaratória;
constitutiva; condenatória)
Processo de Execução: se busca uma solução
concreta para satisfação de um direito,
consubstanciado em um titulo executivo.
1.3. PANORAMA DAS AÇÕES EXECUTIVAS NO
CPC APÓS REFORMAS LEGISLATIVAS (Leis
8.952/94; 10.144/02; 11.232/05 e 11.382/06)10
Ações de execução de títulos extrajudiciais(CPC, art. 585), cujo procedimento encontra-sedisciplinado no Livro II do CPC;
Ações de execução de sentenças e de outrostítulos judiciais, que se processam, nos termos doart. 475-J ss. do CPC, e que têm por fundamentonão só as sentenças proferidas em ações deconhecimento condenatórias, mas também outrostítulos considerados pela norma jurídica comojudiciais (CPC, art. 475-N); e
Ações de execução em que a própria sentença éexecutiva. Ações de obrigação de fazer ou nãofazer (Art. 461 CPC) e Entrega de Coisa (Art. 461-A).
1.3. PANORAMA DAS AÇÕES EXECUTIVAS NO
CPC APÓS REFORMAS LEGISLATIVAS (Leis
8.952/94; 10.144/02; 11.232/05 e 11.382/06)11
ATENÇÃO:
Livro II aplica-se em regra ao processo de
execução por titulo extrajudicial, além da
execução por titulo judicial contra a fazenda
pública. Trata-se ainda de execução especial de
alimentos.
Livro II se aplica supletivamente ao cumprimento
de sentença se não forem incompatíveis, nem
contrariarem algum dos dispositivos acima.
1.4. O QUE É O SINCRETISMO
PROCESSUAL?12
Antes da Lei 11.232/05, o processo deconhecimento de cunho condenatório e o deexecução que lhe seguia eram considerados doisprocessos distintos, com funções diferentes. Issoexigia que o devedor fosse citado para o processode conhecimento e depois para o de execução.Após a lei, os dois processos passaram a constituirduas fases distintas de um processo único. Agoratemos fase cognitiva e fase executiva (cumprimentode sentença). BASTA QUE O DEVEDOR SEJACITADO UMA ÚNICA VEZ, NA FASE INICIAL DOPROCESSO.
1.5. HÁ EXCEÇÕES AO PROCESSO
SINCRÉTICO?
13
Sim, pode-se dizer que:
São processos autônomos: Execuçõesfundadas em titulo executivo extrajudiciais, e asexecuções fundadas em titulo judicial, quando desentença arbitral, penal condenatória, estrangeiraou contra a Fazenda Pública.
São Sincréticos: as execuções fundadas emtitulo judicial, com as seguintes exceções:sentença arbitral; penal condenatória,estrangeira ou contra a fazenda pública
1.6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
DAS AÇÕES EXECUTIVAS
14
VISÃO GERAL NA TGP
Positivos
Existência
Desenvolvimento
Demanda
Jurisdição
Citação
Petição Apta
Citação Válida
Capacidade postulatória
Legitimidade processual
Competência e imparcialidade
1.6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
DAS AÇÕES EXECUTIVAS15
VISÃO GERAL NA TGP
Negativos
Perempção
Litispendência
Coisa Julgada
Compromisso arbitral
1.6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
DAS AÇÕES EXECUTIVAS
16
Além disso, a execução forçada exige alguns
pressupostos e condições específicas. São duas
para o processo de execução:
1. O formal: que é a existência do título executivo, pelo
qual se extrai o atestado de certeza e liquidez da
dívida ( art. 586 CPC)
2. O prático: que é a atitude ilícita do devedor
consistente no inadimplemento da obrigação, que
comprova a exigibilidade da dívida ( art. 580, CPC)
1.7. CONDIÇÕES DA AÇÃO
17
As condições da ação, prevalecem as mesmas
condições genéricas de todas as ações:
1. Possibilidade jurídica do pedido
2. Legitimidade de partes ( “ad causam”)
3. Interesse processual
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2. REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A EXECUÇÃO
2.1. INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR
19
Haverá inadimplemento quando o devedornão cumpre a obrigação, no tempo, local eforma convencionados.
Art. 581 do CPC: “O credor não poderá iniciara execução, ou nela prosseguir, se o devedorcumprir a obrigação; mas poderá recusar orecebimento da prestação, estabelecida notítulo executivo, se ela não corresponder aodireito ou à obrigação; caso em que requereráao juiz da execução, ressalvado ao devedor odireito de embarga la”.
2.2. TÍTULO EXECUTIVO
20
Natureza Jurídica para a maior parte da
doutrina: Ato e documento,
simultaneamente.
Ato e documento: Vê o título como
autônomo, já que basta para que desencadeie
a execução; mas não afasta a possibilidade
de que, no seu curso, o devedor consiga
eximir se comprovando que, apesar do título
ou crédito não existe ou está extinto.
2.2. TÍTULO EXECUTIVO
21
Requisitos: Art. 586 do CPC.
1. Certeza: É preciso que o título aponte, emabstrato, a existência do débito e indique ocredor e devedor, e, ainda a obrigação ( estadeve ao menos ser identificável).
2. Liquidez: Diz respeito à quantidade de bensque constitui o objeto da obrigação dodevedor.
3. Exigibilidade: Faltará interesse ao credor seo título ainda não estiver vencido, ou se acondição suspensiva não tiver se verificado.
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC22
I– Sentença proferida no processo civil que
reconheça a existência de obrigação de
fazer, não fazer,entregar coisa ou pagar
quantia;
E necessário o Trânsito em julgado?
Serão cumpridas nos mesmos processos em
que foram formadas.
Não há mais menção a condenação. Mas o
título executivo judicial por excelência é a
sentença condenatória.
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC23
II – Sentença penal condenatória transitadaem julgado.
Efeito civil da sentença penal condenatória;
E necessário o Trânsito em julgado? (Principioda Presunção de Inocência );
Liquidação por artigos;
Só e titulo contra o réu (condenado);
Pólo ativo: vitima - herdeiros e sucessores
Processo autônomo com a citação do devedor– artigo 475 – N, parágrafo único, do CPC.
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC24
Art. 110 CPC permite ao juiz que suspenda o
curso do processo cível enquanto o fato
estiver sendo apurado na esfera criminal.
O que ocorre se, no curso da ação de
indenização civil, sobrevém sentença penal
condenatória?
E se a sentença no processo criminal for
absolutória?
Sentença penal e civil conflitantes
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC25
III– Sentença homologatória de conciliação outransação, AINDA QUE INCLUA MATERIA NÃOPOSTA EM JUIZO.
Sentenças de mérito – artigo 269, III do CPC –juiz analisa apenas aspectos formais;
IV– Sentença arbitral.
Titulo não criado por juiz. Não há necessidadede homologação pelo Poder Judiciário;
Lei n. 9.307/96 (artigo 23 e seguintes);
Processo autônomo com a citação do devedor –artigo 475 – N, parágrafo único, do CPC.
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC26
V - Acordo extrajudicial de qualquer natureza,homologado judicialmente.
(Artigo 57 da Lei n. 9.099/95).
VI– Sentença estrangeira, homologada pelo STJ.
Artigo 483/484 do CPC (Resolução n. 9/2005 doSTJ);
Execução perante a Justiça Federal – art. 109,X, da CF;
Processo autônomo com a citação do devedor –art. 475 – N, parágrafo único, do CPC;
Artigo 105, I, “i”, da CF.
2.2.1 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS –
ART. 475-N DO CPC27
VII - Formal/Certidao de partilha (artigo 1.027
do CPC).
Vale exclusivamente: inventariante,
herdeiros e sucessores.
VIII - Outros títulos executivos judiciais.
Ex: decisão que concede tutela antecipada de
cunho condenatório ( pagar, fazer ou não fazer
e entrega der coisa)
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)28
São aqueles que, pela forma com que são
constituídos e pelas garantias de que se
revestem, gozam, segundo o legislador, de um
grau de certeza tal que permite a instauração
da execução, sem prévia fase cognitiva.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)29
I– Letra de cambio, nota promissória, duplicata,debênture e o cheque.
Títulos de créditos que possuem forçaexecutiva;
Regulados por lei especificas.
Duplicata: Lei n. 5.474/68. Depende de aceite.Se não aceita para ter força executiva: 1. deveser protestada; 2. acompanhada do comprovantede entrega do produto/efetiva prestação deserviço 3. não poderá ter recusa de aceite – art.15;
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)30
I– Letra de cambio, nota promissória, duplicata,debênture e o cheque.
Títulos de créditos que possuem forçaexecutiva;
Regulados por lei especificas.
Duplicata: Lei n. 5.474/68. Depende de aceite.Se não aceita para ter força executiva: 1. deveser protestada; 2. acompanhada do comprovantede entrega do produto/efetiva prestação deserviço 3. não poderá ter recusa de aceite – art.15;
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)31
Letra de cambio: Lei Uniforme de Genebra
(Decreto 57.663/66 – art. 43 e seguintes). Não
depende de aceite;
Nota promissória: Lei Uniforme de Genebra
–arts. 75 a 78;
Cheque: Lei n. 7.357/85 – art. 47, inciso I;
Debênture: Arts. 52 a 74 da Lei n. 6.404/76.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)32
II – Escritura publica ou outro documento
público assinado pelo devedor, o
documento particular assinado pelo
devedor e duas testemunhas, o
instrumento de transação referendado pelo
Ministério Publico, pela Defensoria Publica ou
pelos advogados dos transatores.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)33
III - Os contratos garantidos por hipoteca,
penhor, anticrese e caução, bem como o
seguro de vida.
Direitos reais de garantia;
Contrato de seguro de vida – apólice e prova
do óbito.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)34
IV– Credito decorrente de foro e laudêmio.
Relacionados a enfiteuse (CC/1916, art.
678 e seguintes) – proprietário faculta o uso
do domínio útil de um bem imóvel mediante o
pagamento de um valor anual;
CC/02, art. 2.038 – proibiu a constituição de
enfiteuses, mas reconheceu as já existentes;
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)35
FORO – verba anual que o enfiteuta paga
ao proprietário do imóvel como contrapartida
pelo uso do domínio útil do imóvel;
LAUDÊMIO – quantia paga ao senhorio
direto toda vez que o domínio útil for
transferido por venda ou dação em pagamento
(CC/1916, art. 686)
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)36
V – Crédito, documentalmente comprovado,
decorrente de aluguel de imóvel, bem como
de encargos acessórios, tais como taxas e
despesas de condomínio.
No contrato não ha necessidade da assinatura
de duas testemunhas;
Despesas acessórias: inclui água e esgoto,
energia elétrica e IPTU. ( STJ/5ª turma)
“despesas de condomínio” – titulo do
condômino locador X locatário.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)37
VI - Credito de auxiliares da justiça
(serventuário, perito, interprete, tradutor),
quando as custas, emolumentos ou
honorários forem aprovados por decisão
judicial.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)38
VII – Certidão de divida ativa da Fazenda
Publica da União, Estados, Distrito Federal e
dos Municípios, correspondentes aos créditos
inscritos na forma da lei.
execução regulada pela Lei n. 6.830/80.
2.2.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS (ART. 585 CPC)39
VIII– Todos os demais títulos a que a lei
atribua forca executiva.
Lei federal – art. 22, I, da CF;
Cédula de Credito Rural , Cédula de Credito
Industrial, Cédula de Credito Comercial,
Cédula de Credito Bancário, Decisões do
Tribunal de Contas da União, Contrato de
honorários advocatícios, etc.
40
3. LEGITIMAÇÃO – AS PARTES NA
EXECUÇÃO
3. LEGITIMAÇÃO – AS PARTES NA
EXECUÇÃO
41
Das partes na execução – as partes ativas e passivas
são tradicionalmente no processo de execução de
exequente ( credor) e executado ( devedor).
O CPC, no entanto, prefere denominá-las simplesmente
de credor e devedor, o que, todavia, não importa banir
da linguagem doutrinária e forense as expressões
tradicionais de exequente e executado, mesmo porque
mais significativas do que aquelas eleitas pela
nomenclatura legal.
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
42
A) Legitimação ativa originária do credor: No art. 566, I
do CPC, tem-se a legitimação originária, ou seja, aquele
que decorre do conteúdo do próprio título executivo e
compreende o credor a quem a lei confere titulo
executivo.
Assim, no título judicial, credor ou exequente será o
vencedor da causa, como tal apontado na sentença.
E, no título extrajudicial, será a pessoa em favor de
quem contraiu a obrigação.
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
43
B) Legitimação extraordinária do Ministério Público
(art. 566, II do CPC) para os casos prescritos em lei.
Atente se que o MP ora funciona como órgão agente
(art. 81 do CPC), ora como órgão interveniente ( art.
82 do CPC). No processo executivo, sua legitimação
ativa ocorrerá em regra nas hipóteses em que figure
como órgão agente ( art. 81 do CPC).
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
44
C) Legitimação derivada( superveniente): o art. 567 doCPC completa o elenco das pessoas legitimadasativamente para a execução forçada, arrolando oscasos em que estranhos à formação do título executivotornaram se, posteriormente, sucessores do credor,assumindo, por isso, a posição que lhe competia novinculo obrigacional primitivo. Assim, a legitimaçãoderivada ou superveniente compreende:
C.1) O espólio, os herdeiros ou os sucessores docredor, sempre que, por morte deste lhes fortransmitido o direito resultante do título executivo;
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
45
É possível as situações massa falida, condomínio e
herança jacente ou vacante promover a execução?
Sim, apesar da omissão, a doutrina entende pela
possibilidade. A massa falida será representada pelo
Administrador Judicial ( CPC, art. 12, III c/c Lei
11.101/2005); o condomínio pelo administrador ou
sindico ( CPC, art. 12, IX); e a herança jacente ou
vacante pelo curador ( CPC, art. 12, IV).
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
46
É possível as situações massa falida, condomínio e
herança jacente ou vacante promover a execução?
Sim, apesar da omissão, a doutrina entende pela
possibilidade. A massa falida será representada pelo
Administrador Judicial ( CPC, art. 12, III c/c Lei
11.101/2005); o condomínio pelo administrador ou
sindico ( CPC, art. 12, IX); e a herança jacente ou
vacante pelo curador ( CPC, art. 12, IV).
C.2) O cessionário quando o direito resultante do titulo
executivo lhe foi transferido por ato entre vivos:
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
47
Considera se cessionário o beneficiário da transferência
negocial de um crédito por ato inter vivos, oneroso ou
gratuito, na forma do art. 286 do CC.
Feita antes de haver a lide executiva, ela transfere
desde logo ao cessionário a legitimidade ativa. Se a
cessão é feita após a citação no processo de execução
por titulo executivo extrajudicial, o cessionário assumirá
o pólo ativo, não havendo necessidade de obedecer o
disposto no art. 42,§1º do CPC ( posição do STF RE
97.4610)
3.1. SUJEITOS ATIVOS – Art. 566 e 567
48
C.3) O subrogado, nos casos de subrogação legal
ou convencional: Diz se credor subrogado aquele que
paga a divida de outrem, assumindo todos os direitos,
ações, privilégios e garantias do primitivo credor contra
o devedor principal e seus fiadores ( art. 349, CC).
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC49
Sujeitos passivos: Dentro da sistemática do art. 568 do CPC, alegitimação passiva pode ser dividida em: devedoresoriginários; sucessores do devedor originário; e os apenasresponsáveis.
A) Devedor originário: o devedor, reconhecido como tal notítulo executivo. Caso trate de cumprimento de sentença, oexecutado será o vencido no processo de conhecimento e suaidentificação é feita pela simples leitura da sentença.
OBS: Convém lembrar que não apenas o réu pode ser vencido,pois também o autor, quando decai de seu pedido, écondenado aos efeitos da sucumbência ( custas e honoráriosadvocatícios), assumindo a posição de vencido e sujeitando seà execução forçada.
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC50
Necessário diferenciar o devedor ( quem deve) e o
responsável ( quem tem apenas a responsabilidade).
Lembrando que a relação obrigacional é composta pela
dívida ( caráter pessoal), e pela responsabilidade (caráter de
sujeição patrimonial).
Normalmente esses dois elementos estão presentes no pólo
passivo da atividade executiva ( quando o executado é o
próprio devedor), mas poderá ocorrer de apenas o segundo
elemento se fazer presente ( quando o executado for apenas
um garante e não aquele que contraiu a dívida)
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC51
B) Sucessores do devedor originário:
b.1) o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor:Enquanto não ultimar a partilha, , o espólio deverá serdemandado.
Feita a partilha, cada herdeiro responderá na proporção daparte que lhe coube na herança ( CPC, art. 597).
b.2) o novo devedor, que assumiu, com o consentimentodo credor, a obrigação resultante do título executivo.
OBS: Tratase de hipótese de cessão de débito, o que noordenamento brasileiro só é aceito com expressa anuência docredor.
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC
52
C) Apenas responsáveis: Nessas hipóteses, figuram no
pólo passivo da execução não os devedores originários,
mas as pessoas que se responsabilizaram pelo
adimplemento da dívida que não contraíram. São as
hipóteses de:
c.1) Fiador Judicial: é aquele que assume, por termo nos
autos, a responsabilidade por determinada obrigação, nos
casos em que a lei exige algum tipo de caução ou garantia
( v.g., art. 273, §3º, art. 804, CPC)
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC53
Solvendo a dívida o fiador terá ação regressiva contra o
devedor,subrogandose nos direitos do credor e
leitimandose ao manejo da execução forçada contra
afiançado ( CC, art. 832) que poderá se dar nos mesmos
autos ( CPC, art. 595, parágrafo único).
Seja convencional ou judicial, é assegurado o benefício
da ordem, isto é, a faculdade de nomear a penhora bens
livres e desembaraçados do devedor ( CPC, art. 595).
Assim, a execução incidirá, primeiro, sobre bens do
afiançado, e só se estes não forem suficientes é que
recairá sobre o patrimônio do fiador.
3.2. SUJEITOS PASSIVOS – ART. 568 DO
CPC54
c.2) o fiador extrajudicial: caso esse figure no título
executivo extrajudicial ( e a este nada se oponha), será
parte legitima passiva da execução.
c.3) o responsável tributário, assim definido na
legislação própria: conforme legislação própria ( Lei nº
5.172/66 CTN) considerase responsável tributário “a
pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade
pecuniária” ( CTN, art. 121, caput)
55
4. COMPETÊNCIA
4. COMPETÊNCIA
56
A) Competência para a execução de título judicial:Assim dispõe o art. 475 P e 575 do CPC. A execução detitulo extrajudicial processar se a perante:
a.1) os tribunais, nas causas de sua competênciaoriginária;
a.2) o juízo que processou a causa no primeiro grau;
a.3) o juízo cível competente, quando se tratar desentença penal condenatória, de sentença arbitral oude sentença estrangeira.
4. COMPETÊNCIA
57
Exceções:
Execução de alimentos: Competência é estipulada no
domicilio ou residência do alimentando ( art. 100, II, do
CPC.
Parágrafo único do art. 475 P: Concede ao credor a
faculdade de promover a execução ( cumprimento de
sentença) no foro onde se encontram os bens do devedor
ou no domicilio atual do devedor executado. A remessa
dos autos será solicitada ao juízo de origem.
4. COMPETÊNCIA
58
B) Competência para a execução de títulos
extrajudiciais: A competência é territorial e relativa já que
a competência aqui é determinada pelas regras comuns
do processo de conhecimento, conforme determina o art.
576 do CPC ( remete aos arts. 88 a 124 CPC).
Há de observar a seguinte ordem de preferência: 1º)
foro de eleição; 2º) lugar do pagamento; 3º) domicílio do
devedor.
4. COMPETÊNCIA
59
C) Competência para a execução fiscal: a competência
para processar e julgar a execução da Divida Ativa da
Fazenda Publica exclui a de qualquer outro
juízo,inclusive o da falência, da Recuperação Judicial,
da liquidação, da insolvência ou do inventario.
4. COMPETÊNCIA
60
O art. 578, do CPC diz que a execução fiscal (Art. 585,VII,do CPC), será proposta:
1)no foro do domicilio do réu e se não o tiver, no de suaresidência ou no lugar onde for encontrado.
2)Quando houver mais de um devedor, a Fazenda Publica podeescolher o foro competente de qualquer um deles.
3)Quando o devedor tiver mais de um domicilio, tambémpoderá escolher quaisquer deles.
4) Poderá, também, a seu critério, a Fazenda Publica propor aexecução no foro do lugar em que se praticou o ato ouocorreu o fato que deu origem a divida, mesmo que nele nãomais resida o devedor ou, ainda, no foro da situação dosbens, quando a divida deles se originar (CPC, Art. 578,Parágrafo Único).
BIBLIOGRAFIA
61
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