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1 TEORIA GERAL DO DIREITO DE EMPRESA 1 Elaborado por Denis Domingues Hermida como material de suporte para as aulas da disciplina “Direito Empresarial I” * O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em aula e que fazem parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila servir tão somente como uma forma de apoio no desenvolvimento dos estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. Não se afasta, também, a existência de entendimentos diversos dos constantes nessa apostila. * As interpretações apresentadas nesta apostila podem conflitar com interpretações adotadas na elaboração de provas de concursos, inclusive de exame de ordem * A presente apostila pode conter erros de digitação, o que impõe o seu conflito com os textos legais 1 Na elaboração deste resumo constam informações das seguintes obras : “Curso de Direito Comercial” de Rubens Requião (São Paulo:Editora Saraiva, 25 a edição revista e atualizada, 2003), “Direito de Empresa no Novo Código Civil” de Láudio Camargo Fabretti (São Paulo: Editora Atlas, 2003), “Curso de Direito Comercial” de Fábio Ulhoa Coelho (São Paulo: Editora Saraiva, 2004, 8 a edição, revista e atualizada), “Novo Código Civil Comentado” sob coordenação de Ricardo Fiúza (São Paulo : Saraiva, 1 a edição, 10 a tiragem, 2003) 2 ÍNDICE Tema Páginas I– Introdução. Conceito e histórico do direito comercial...............3 a10 II – O empresário no direito brasileiro......................................11 a 18 III – O registro das empresas....................................................19 a 21 IV – A escrituração dos empresários........................................22 a 25 V – As demonstrações contábeis periódicas............................26 A 27 VI – O estabelecimento comercial...........................................28 a 35 Anexos: Anexo 1 – Lei 8.934/94...............................................................36 a 48 Anexo 2 – Introdução à Contabilidade Geral...............................49 a 60 Anexo 3 – Noções de Balanço Patrimonial..................................61 a 82 Anexo 4 – Noções de Demonstração do Resultado do Exercício...83 a 93

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1

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1 E

laborado por Denis D

omingues H

ermida com

o material de suporte para as

aulas da disciplina “Direito E

mpresarial I”

* O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo

aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em

aula e que fazem

parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila

servir tão somente com

o uma form

a de apoio no desenvolvimento dos

estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. N

ão se afasta, tam

bém,

a existência

de entendim

entos diversos

dos constantes

nessa apostila. *

As

interpretações apresentadas

nesta apostila

podem

conflitar com

interpretações adotadas na elaboração de provas de concursos, inclusive de exam

e de ordem

* A presente apostila pode conter erros de digitação, o que im

põe o seu conflito com

os textos legais

1 N

a elaboração deste resumo constam

informações das seguintes obras : “C

urso de Direito C

omercial” de

Rubens R

equião (São P

aulo:Editora S

araiva, 25a edição revista e atualizada, 2003), “D

ireito de Em

presa no N

ovo Código C

ivil” de Láudio C

amargo F

abretti (São P

aulo: Editora A

tlas, 2003), “Curso de D

ireito C

omercial” de F

ábio Ulhoa C

oelho (São P

aulo: Editora Saraiva, 2004, 8

a edição, revista e atualizada), “N

ovo Código C

ivil Com

entado” sob coordenação de Ricardo F

iúza (São P

aulo : Saraiva, 1

a edição, 10a

tiragem, 2003)

2

ÍND

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P

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as

I– Introdução. Conceito e histórico do direito com

ercial...............3 a10 II – O

empresário no direito brasileiro......................................11 a 18

III – O registro das em

presas....................................................19 a 21 IV

– A escrituração dos em

presários........................................22 a 25 V

– As dem

onstrações contábeis periódicas............................26 A 27

VI – O

estabelecimento com

ercial...........................................28 a 35 A

nexos: A

nexo 1 – Lei 8.934/94...............................................................36 a 48

Anexo 2 – Introdução à C

ontabilidade Geral...............................49 a 60

Anexo 3 – N

oções de Balanço P

atrimonial..................................61 a 82

Anexo 4 – N

oções de Dem

onstração do Resultado do E

xercício...83 a 93

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3

I – INT

RO

DU

ÇÃ

O

a) Conceitos de econom

ia e comércio

- Econom

ia, como ciência, é a “C

iência que trata dos fenômenos tocantes à

produção, distribuição, acumulação e consum

o dos bens materiais”;

- Com

o fato social, a economia se revela com

o o conjunto de fenômenos de

produção, distribuição, acumulação e consum

o dos bens materiais;

- A fase prim

itiva da sociedade foi caracterizada pela troca entre produtos do trabalho individual, feita diretam

ente entre o produtor e o consumidor. T

rata-se da eco

no

mia

de tro

ca;

- Com

o desenvolvimento da civilização, o sistem

a de trocas entre produtos foi se tornando com

plicado, surgindo, a partir daí, uma m

ercad

oria

-pa

drã

o, que é a

moeda,

que passa

a servir

como

elemento

de interm

ediação. T

rata-se da

econ

om

ia d

e merca

do ou eco

no

mia

mo

netá

ria; - A

partir da instalação da econ

om

ia m

on

etária, o produtor não produz som

ente para fazer troca, m

as, sim, para a aquisição de m

oeda, que lhe permitirá o

investimento, com

o “capital”, em novo ciclo produtivo;

- Noção econôm

ica de “comércio”: “O

comércio é aquele ram

o de produção econôm

ica que

faz aum

entar o

valor dos

produtos pela

interposição entre

produtores e consumidores, a fim

de facilitar a troca de mercadorias” (A

lfredo R

occo); “o comércio é um

a atividade humana que põe em

circulação a riqueza produzida, aum

entando-lhe a utilidade” (J. B. S

ay); - C

omo fato social e econôm

ico, o comércio pode ser visto com

o o ato de interm

ediação entre o produtor e o consumidor tendo em

vista a transferência de determ

inado bem. O

comerciante faz a a

pro

xim

açã

o entre o produtor do bem e o

destinatário desse bem (consum

idor). b) C

onceito jurídico de comércio

- o direito, quando se preocupa com as atividades do com

ércio, para tutelá-lo com

regras jurídicas, amplia por dem

ais o seu conceito, motivo pelo qual o

conceito jurídico de comércio não se com

patibiliza ou se identifica com os

conceitos social e econômico;

4

- Para

Vid

ari: “É

o complexo de atos de introm

issão entre o produtor e o consum

idor, que,

exercitados habitualm

ente com

fim

de

lucros, realizam

, prom

ovem ou facilitam

a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar m

ais fácil e pronta e procura e a oferta”. A partir desse conceito, para

existir comércio deveriam

ocorrer os seguintes requisitos med

iaçã

o, fim lu

crativo

e pro

fission

alid

ad

e (ha

bitu

alid

ad

e);

- Ferrer C

orreia : “essa correspondência entre o conceito de direito comercial e o

de comércio perdeu-se de há m

uito. E a dificuldade não se resolve fazendo

distinção entre o conceito econ

ôm

ico e o conceito ju

rídico de com

ércio, pois ao que

se cham

a com

ércio neste

último

sentido não

é senão

ao conjunto

das atividades a que, em

determinado país e em

dada conjuntura histórica, se aplica o direito com

ercial desse país, e muitas dessas atividades não se podem

justamente

definir como com

erciais“. c) C

onceito de direito comercial

- Nos tem

pos atuais, o direito comercial deixou de ser, apenas, um

direito da atividade m

ercantil, mas, sim

, um conjunto de norm

as jurídicas que objetivam

tutelar a atividade econômica privada, a atividade em

presária; - O

professor belga van Ryn acolhe a expressão direito econôm

ico ao invés de direito com

ercial, apontando-o como “o conjunto de regras jurídicas relativas à

atividade do homem

aplicado à produção, à apropriação, à circulação e ao consum

o das riquezas”; - Q

uanto à expressão “Direito E

conômico”, R

ubens Requião aponta referir-se ao

ramo do direito que disciplina o m

ercado de capitais, a atuação financeira do E

stado no setor privado, os estímulos ao desenvolvim

ento econômico e aponta

que o direito comercial se identifica m

odernamente com

o direito

da

s emp

resas

merca

ntis

- F

ábio U

lhoa C

oelho aponta

que o

direito com

ercial (a

que sugere

a denom

inação “Direito E

mpresarial”)

tem

por objetivo disciplinar somente a

atividade econômica privada, apontando que :

“ A

disciplina jurídica da exploração de atividade econômica tem

sido objeto de dois diferentes níveis de abordagem

pela tecnologia. De um

lado, tem

as como o controle de preços, a intervenção do estado na

economia, a fiscalização da localização da atividade, o controle da

segurança de uso dos imóveis com

erciais e industriais, a tutela do m

eio-ambiente,

e outros,

tem

atraído a

atenção de

estudiosos de

diversos sub-ramos do direito público, com

o o urbanístico, ambiental,

econômico,

tributário e

administrativo.

De

outro lado,

as relações

obrigacionais envolvendo apenas exercentes de atividade econômica e

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5

particulares, incluindo

a concessão

de crédito,

a tutela

dos sinais

distintivos, as

relações entre

os sócios

de um

em

preendimento,

o concurso de credores em

caso de insolvência, constituem objeto de

estudo de sub-ramos do direito privado, assim

, o civil, comercial,

cambiário e industrial”.

d) E

volução histórica do direito comercial

- A história do direito com

ercial pode ser compreendida em

4(quatro) períodos. 1

o período : - entre a segunda m

etade do século XII e a prim

eira metade do século X

VI;

- com a evolução da atividade m

ercantil, a classe dos comerciantes foi ganhando

poder e se organizando como a principal

e m

ais enriquecida classe social,

organizando-se em

corp

ora

ções

de

merca

do

res e dando origem a

liga

s de cidades com

erciais; - organizados em

suas poderosas liga

s e corp

ora

ções, os com

erciantes adquirem

tal poderio político e militar que vão tornando autônom

as as cidades mercantis, a

ponto de, em m

uitos casos, os estatutos de suas corporações se confundirem com

os estatutos da própria cidade; - direito com

ercial começa a se cristalizar, deduzido das regras corporativas e,

sobretudo, da jurisprudência das decisões dos cônsules, juízes designados pela corporação para, em

seu âmbito, dirim

irem as disputas entre com

erciantes; - trata-se de um

período estritamente su

bjetivista

do direito comercial a serviço

do comerciante, isto é, um

direito co

rpo

rativ

o, p

rofissio

na

l, espec

ial, a

utô

no

mo,

em relação ao direito territorial e civil e co

nsu

etud

iná

rio; - o direito com

ercial era aplicável somente aos indivíduos integrantes de um

a específica corporação de ofício, a dos com

erciantes; - trata-se de um

conceito subjetivo de direito comercial.

6

2o período :

- do século XV

I a XV

III; - o centro de referência do com

ércio se desloca para o Ocidente, com

o florescer do m

ercantilismo;

- na Inglaterra, ocorre a absorção da jurisdição das corporações mercantis pelos

Tribunais

da C

om

mo

n

La

w.

O

direito inglês

não conhece

distinção entre

atividades comerciais e civis;

- N

a F

rança, as

corporações dos

comerciantes,

paulatinamente,

perdem

competência jurisdicional para tribunais do estado nacional, m

as continua a existir um

direito fundado nos usos e costumes dos com

erciantes e apenas a eles aplicável; - S

urge na Inglaterra a sociedade anônima.

3o período

- do século XIX

até a primeira m

etade do século XX

; - inicia-se com

o Código N

apoleônico, de 1804; - a fixação de um

critério subjetivo levava à afronta ao princípio da igualdade (um

a das pilastras da revolução francesa); - para evitar o privilégio da classe dos com

erciantes, adotou a teoria dos atos do com

ércio como critério de identificação do âm

bito de incidência do direito com

ercial, superando-se, dessa forma, o caráter subjetivo;

- qualquer cidadão pode exercer atividade mercantil e não apenas os aceitos na

corporação de ofício dos comerciantes;

- é regulado pelo direito comercial todo “ato de com

ércio”. Não m

ais o direito do com

erciante, mas o direito dos atos de com

ércio; - T

rata-se do conceito objetivo de direito comercial

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7

4o período

- o marco inicial desse período é a edição, em

1942, do Co

dice C

ivile italiano, que reúne, num

a única lei, as normas de direito privado (civil, com

ercial e trabalhista); - o núcleo conceitual do direito com

ercial deixa de ser o “ato de comércio” e

passa a ser a “empresa”.

- Em

presa é vista como a atividade econôm

ica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviço; - trata-se do conceito subjetivo m

oderno de direito comercial

e) Os m

odelos de direito comercial

Ante

a evolução

histórica, o

mundo

passou a

conviver com

2(dois)

modelos de direito com

ercial : o modelo francês e o m

odelo italiano, com as

seguintes características: M

odelo Francês

- assentado na teoria dos atos de comércio

- existência de 2(dois) regimes de tutela da atividade econôm

ica privada : o regim

e comercial e o regim

e civil; - o sistem

a francês exclui do direito comercial atividades de grande im

portância econôm

ica, com

o a

prestação de

serviços, a

agricultura, a

pecuária e

a negociação im

obiliária; - atualm

ente, a dupla disciplina, na França, vem

se descaracterizando: já que se subm

ete à

jurisdição com

ercial, independentem

ente de

seus objetivos,

as sociedades anônim

as, as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, as

sociedades em nom

e coletivo e as sociedades em com

andita.

8

Modelo italiano

- assenta-se na teoria da empresa

- a empresa é a atividade cuja m

arca essencial é a obtenção do lucro, com o

oferecimento

ao m

ercado de

bens e

serviços, gerados

estes m

ediante a

organização dos fatores de produção (força de trabalho, matéria –prim

a, capital e tecnologia); - não há divisão das atividades econôm

icas privadas em com

ercial e civil para subm

etê-los a regimes distintos;

- esse sistema cria um

regime geral para a disciplina privada da econom

ia, excepcionando-se algum

as atividades de expressão econômica m

arginal. f) H

istória do Direito C

omercial B

rasileiro - inicia-se com

a chegada da Corte P

ortuguesa no Brasil, em

24/07/1808, e a conseqüente abertura dos portos às nações am

igas -> decretada através da C

arta R

égia de 28/01/1808; - no m

esmo ano de 1808, outros atos de disciplina foram

editados:

- A

lvará de 1o de A

bril : permitia o livre estabelecim

ento de fábricas e m

anufaturas;

- A

lvará de 23 de agosto : institui o Tribunal da R

eal Junta do Com

ércio, A

gricultura, Fábrica e N

avegação;

- A

lvará de 12 de outubro : cria o Banco do B

rasil; - essas norm

as criavam condições para que a C

orte aqui se estabelecesse e era um

a contrapartida à proteção inglesa (contra o imperialism

o napoleônico) - E

m 1815, com

a derrota de Napoleão, a E

uropa reencontra a paz - E

m 1821 o R

ei Dom

João VI volta à P

ortugal - em

1822 – Independência do Brasil

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9

- Com

a independência brasileira, para suprir-se a falta de uma legislação própria,

a Assem

bléia Constituinte e L

egislativa determinou a aplicação no B

rasil das leis portuguesas vigentes na data do retorno à P

ortugal de D. João V

I; - E

m razão da aplicação da legislação portuguesa, passou a ser aplicado no B

rasil a “L

ei da Boa R

azão”, de 1769, que, em m

atéria comercial, determ

inava a observância das leis vigorantes nas “nações cristãs, ilum

inadas e polidas que com

elas estejam resplandecendo na boa, depurada e sã jurisprudência;

- P

ela L

ei da

Boa

Razão,

os códigos

Napoleônico,

português e

espanhol passaram

a

constituir as

normas

disciplinadoras da

exploração da

atividade econôm

ica no Brasil;

- Ante o grande crescim

ento econômico brasileiro, passou-se a reclam

ar um

código com

ercial próprio,

em

substituição à

disciplina confusa

gerada pela

remissão à legislação estrangeira. C

ódigo esse que surgiu em 1850;

Código C

omercial B

rasileiro de 1850 - surgiu em

1850 com lei aprovada por D

om P

edro II, com projeto de 17 anos

antes; - inspirou-se diretam

ente no “Code de C

omerce” francês, trazendo para o direito

nacional o sistema francês de disciplina da atividade econôm

ica; - não m

enciona a expressão “atos de comércio”, nem

sequer os enumera;

- No entanto, todos os dispositivos do código são m

arcados pela teoria dos atos de com

ércio; -

o R

egulamento

737 ,

de 1850,

que com

plementava

o código

comercial,

apontava, no seu artigo 19 os “atos de comércio”;

- a enumeração do regulam

ento 737, mesm

o após a sua revogação continuou vigorando na doutrina. E

volução do direito brasileiro para o sistema italiano

- A partir dos anos 1960, em

que o direito brasileiro passa a se aproximar do

Sistem

a Italiano, sendo que a lista de “atos de comércio” do R

egulamento 737 de

1850 viu diminuída a sua im

portância;

10

- Desde o esboço de T

eixeira de Freitas (projeto de código civil, que acabou

sendo preterido pelo projeto de Clóvis B

evilacqua, que deu origem ao C

ódigo C

ivil de 1916) até o projeto de código civil de Miguel R

eale (que deu origem ao

novo código

civil –

Lei

10.406 de

10/01/2002) tem

prevalecido

a tese

da unificação da norm

atização da atividade econômica privada;

- Os projetos que foram

apresentados para um novo C

ódigo Com

ercial (de Inglês de S

ouza (1912), de Orozim

bo Nonato (1941) e de C

aio Mario da S

ilva Pereira

(1965)) prestigiavam a unificação, à exceção do projeto de F

lorêncio de Abreu

(em 1950);

- com a aprovação do projeto M

iguel Reale (C

ódigo Civil de 2002), o direito

privado brasileiro concluiu o processo de transição do sistema francês para o

sistema italiano.

g) Características gerais do C

ódigo Civil de 2002 no que se refere ao m

odelo de direito com

ercial - inspira-se no C

ód

ice Civile italiano de 1942 (que passou a disciplinar, na Itália,

tanto a matéria civil, com

o a comercial);

- adota a teoria da empresa. Isto é, o cam

po de incidência das normas de direito

comercial são os atos de em

presa e não mais os atos de com

ércio; - adota regim

e único de disciplina privada da atividade econômica (civil e

comercial).

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11

II – O E

MP

RE

SÁR

IO N

O D

IRE

ITO

BR

ASIL

EIR

O

1) Conceito de em

presa - C

onceito de empresa: é a unidade econôm

ica organizada que combinando

capital e

trabalho, produz

ou com

ercializa bens

ou presta

serviços, com

a

finalidade de lucro. -

Com

binando capital

e trabalho

e adotando

tecnologia e

métodos

de adm

inistração eficientes,

a em

presário organiza

sua atividade

econômica,

objetivando a produção ou circulação de bens ou a prestação de serviços, visando obter lucro que lhe perm

ita desenvolver-se e remunerar adequadam

ente o capital nela investido. 2) C

onceito de empresário

- O conceito de “em

presário” está inserido no artigo 966 do Código C

ivil :

“ Art. 966. C

onsidera-se empresário quem

exerce profissionalmente

atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de

bens e de serviços. P

arágrafo único.

Não

se considera

empresário

quem

exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com

o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elem

ento de empresa.”

- Assim

, é empresário todo aquele que exerce atividade de em

presa, isto é, atividade

profissional (habitual)

de produção

ou circulação

de bens

ou de

serviços. O conceito de em

presário envolve também

o conceito de comerciante

(aquele que faz a intermediação de bens entre o produtor e os consum

idores), m

as não se limita a ele, englobando, inclusive, as atividades de prestação de

serviços (que antes não eram norm

atizadas pelo direito comercial.

12

RE

GR

A :

- Requisitos para enquadram

ento no conceito de empresário :

- P

rofissionalismo : habitualidade de exercício, de atuação

- atividade econôm

ica : visando lucro, acumulação de capital, retorno de investim

ento

- organização : dar a várias partes a disposição necessária para as funções a que ele se destina

-

produção ou circulação:-produção como ato que cria determ

inado bem(coisa)

-circulação como atividade transferência a titularidade

de determinado bem

de uma pessoa para outra

- bens : tudo aquilo que é capaz de suprir um

a necessidade humana

- serviços : ato de servir, exercício de um

a profissão, tarefa, obra, tarefa - A

ssumindo as características do sistem

a italiano, o parágrafo único do artigo 966 excluiu da caracterização de atividade em

presária as profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, desde que o exercício dessa profissão não constitua elem

ento de empresa. E

x. o contador que exerce profissionalmente

a atividade econômica de prestação de serviços de contabilidade, m

esmo com

o concurso de auxiliares e colaboradores, não é em

presário. - E

xceção : quem

exerce atividade profissional intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir elem

ento de empresa

- Requisitos à exceção: - profissão : A

tividade ou ocupação especializada, e que supõe determinado preparo

- intelectual : de predom

ínio do uso da inteligência em contraposição ao uso da força

bruta -

natureza científica, literária ou artísitica : de origem científica, literária ou artística

- salvo se constituir elemento de em

presa : desde que a profissão não seja parte de uma

estrutura de organização mais am

pla ( E

lementos da em

presa : capital, serviço, estabelecimento e o objetivo)

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13

- Elem

entos da empresa: elem

entos são as partes necessárias para compor

determinado todo. A

empresa é um

a unidade econômica organizada, portanto,

um todo. P

ara exercer atividade econômica com

objetivo de lucro, ela reúne os seguintes elem

entos:

- o capital : representado por aporte em

dinheiro, ou bens tangíveis (m

ercadorias, máquinas, equipam

entos etc)

- o estabelecim

ento : local onde se realizam as operações relativas à

prática de sua atividade econômica de produção e circulação de bens e

serviços; -

o trabalho : força de trabalho, com ou sem

vínculo empregatício

-

objetivo: tipo de atividade econômica que terá de ser exercida para

atingir o lucro, que é o fim para o qual organiza-se um

a empresa

- Portanto, se a profissão intelectual for um

elemento da em

presa (isto é, ser parte constituinte

de um

a organização

mais

ampla,

isto é,

de um

a organização

empresarial), então será um

a atividade empresária;

- Ex. : se o m

esmo contador citado linhas atrás, para m

elhor atingir o seu objetivo de lucro, organiza um

a empresa tendo com

o objetivo prestar serviços de forma

mais am

pla, abrangendo atividades a ela interligadas, tais como escrituração

fiscal, assistência

na área

trabalhista, elaboração

de folhas

de pagam

ento, serviços junto às repartições públicas

para abertura de empresas, alterações

contratuais etc, então será um em

presário, e o seu escritório uma em

presa; - A

interpretação do parágrafo único do artigo 966 do Código C

ivil ainda não se encontra assentada na doutrina e na jurisprudência, tendo nítido caráter polêm

ico, ante

a dificuldade

de se

saber a

partir de

que m

omento

uma

determinada

profissão intelectual

(de natureza

científica, artística

ou literária)

se torna

elemento de um

a empresa.

3) O em

presário rural - a atividade rural é a de agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e anim

al, as

culturas anim

ais com

o a

apicultura, avicultura,

suinocultura, sericultura, psicultura etc ->

conceito dado pelo artigo 57 do Regulam

ento do Im

posto de Renda;

- o artigo 970 do CC

determina que a lei assegurará tratam

ento favorecido, diferenciado e sim

plificado ao empresário rural e ao pequeno em

presário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes;

14

- o empresário rural enquadra-se

perfeitamente no conceito de em

presário contido no ca

pu

t do artigo 966 do Código C

ivil; - todos os em

presários devem ser inscritos no R

egistro Público das E

mpresas

Mercantis (Junta C

omercial) do local onde se encontra a sua sede ->

artigo 967 do C

ódigo Civil;

- Ocorre que o artigo 971 do C

C faculta ao em

presário rural (entendido como

aquele que exerce atividade rural como sua principal profissão) a inscrição no

Registro P

úblico das Atividades M

ercantis (Junta Com

ercial), sendo certo que, se optar pela sua inscrição na Junta C

omercial, ficará equiparado, para todos os

efeitos, ao empresário sujeito a registro. Isto é, o em

presário rural somente estará

sujeito às normas incidentes sobre os em

presários se proceder a sua inscrição na Junta C

omercial.

4) O pequeno em

presário -

os artigos

170, IX

, e

179, am

bos da

Constituição

Federal

determinam

tratam

ento privilegiado às microem

presas e às empresas de pequeno porte, com

a sim

plificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e

creditícias, ou até mesm

o a eliminação ou redução dessas obrigações através de

lei; - o artigo 970 do C

C determ

ina que a lei assegurará tratamento favorecido,

diferenciado e simplificado ao em

presário rural e ao pequeno empresário , quanto

à inscrição e aos efeitos daí decorrentes; - o código civil não conceitua o que vem

a ser “pequeno empresário”, deixando

tal incumbência para a legislação extravagante:

-

Lei C

omplem

entar 123 de 14/12/2006 (Estatuto N

acional da Microem

presa e da E

mpresa de P

equeno Porte), que revogou expressam

ente as Leis 9.317/96

e 9.841/99,

conceituando com

o m

icroempresas

o em

presário, a

pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em

cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R

$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e

como em

presas de pequeno porte o empresário, a pessoa jurídica ou a ela

equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R

$ 240.000,00 (duzentos e quarenta m

il reais) e inferior a R$ 2.400.000,00 (dois

milhões e quatrocentos m

il reais);

- A

crescente-se que

o artigo

68 da

Lei

Com

plementar

123 determ

ina que

“considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts.

970 e 1.179 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o em

presário individual caracterizado com

o microem

presa na forma desta L

ei Com

plementar que aufira

receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis m

il reais)”.

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15

- Antes da L

ei Com

plementar 123, havia discussão sobre a aplicação do conceito

da Lei 9.317/96 ou o da L

ei 9.841/99. Agora, em

razão da revogação dessas duas leis, há de se aplicar o critério da L

ei Com

plementar no. 123/06.

5) Requisitos para o exercício lícito da atividade de em

presário - A

rt.972 do Código C

ivil : podem exercer a atividade de em

presário os que estiverem

em pleno gozo da capacidade civil e não forem

legalmente im

pedidos. a) O

menor em

presário - O

men

or p

od

e ser em

presá

rio ? Existe m

uita divergência doutrinária. - Q

uanto ao maior de 16 anos e m

enor de 18 anos (considerados relativamente

capazes), este obtém a em

ancipação pelo “estabelecimento civil ou com

ercial, ou pela existência de relação de em

prego, desde que, em função deles, o m

enor com

dezesseis anos completos tenha econom

ia própria” � art. 5

o, V, do C

ódigo Civil;

- Q

uanto ao

menor

de 16

anos, entendem

os que

somente

poderão exercer

atividade empresária na hipótese do artigo 974 do C

ódigo Civil, isto é, para

continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo

autor de herança. Necessitando, para tal, conform

e parágrafo 1o do citado artigo,

autorização judicial,

que som

ente será

concedida após

o exam

e das

circunstâncias e dos riscos da empresa, bem

como da conveniência em

continuá-la. - O

men

or p

od

e ser só

cio

de so

cieda

de em

presá

ria ? -

Instrução norm

ativa no.

46/96 do

DN

RC

traz

como

requisito para

o arquivam

ento dos atos de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, da

qual participam m

enores : I – que o capital da sociedade esteja totalmente

integralizado, tanto na constituição quanto nas alterações contratuais; II – que não sejam

atribuídos ao menor quaisquer poderes de gerência ou adm

inistração - E

m nenhum

mom

ento o Código C

ivil impede expressam

ente que menor seja

sócio de sociedade comercial, m

otivo pelo qual entendemos (apesar de existirem

opiniões diversas) que, desde que suprida a incapacidade pela assistência ou representação

16

b) Os cônjuges em

sociedade empresária

- os cônjuges podem, entre si ou com

terceiros, contratar sociedade empresária

(isto é, podem fazer parte de um

a mesm

a sociedade empresária), desde que não

sejam casados nos regim

es de comunhão universal de bens ou de separação

obrigatória, como determ

ina o artigo 977 do Código C

ivil. c) D

o impedim

ento para o exercício da atividade de empresário

O

Código C

ivil não especificou quem são os “legalm

ente impedidos” para

o exercício da atividade empresária, lim

itando-se a apontar, na parte final do seu artigo 972 que não ser leg

alm

ente im

ped

ido é um

dos requisitos para o exercício lícito da atividade de em

presário.

Em

realidade,

caberá à

legislação extravagante

o apontam

ento dos

impedim

entos. C

itamos,

abaixo, alguns

dos im

pedimentos

previstos em

lei

(esclarece-se que as hipóteses abaixo apontadas não esgotam todas as situações

de impedim

ento previstas em lei);

- Servidor P

úblico : De form

a geral, cabe aos estatutos do funcionalismo público

(federal, estaduais e municipais) fixar eventual im

pedimento do servidor público

para exercício de atividade empresária. P

or exemplo, a L

ei 8.112/90 (Estatuto

dos S

ervidores C

ivis da

União,

das A

utarquias e

das F

undações P

úblicas F

ederais,) no artigo 117, X, prevê:

Lei 8.112/90. A

rt. 117. Ao servidor é proibido:

X

-

participar de

gerência ou

administração

de sociedade

privada, personificada

ou não

personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou com

anditário; (Redação

dada pela Lei nº 11.784, de 2008)

- Deputados F

ederais e Senadores: A

Constituição F

ederal determina no seu

artigo 54, II, a, que:

Constituição F

ederal. “Art. 54. O

s Deputados e S

enadores não poderão:

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato

com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função rem

unerada;”

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17

- Magistrados: A

Lei O

rgânica da Magistratura (L

ei Com

plementar no. 35/79)

determina no inciso I de seu artigo 36 que:

Lei Com

plementar 35/79. “A

rt. 36 - É vedado ao m

agistrado:

I - exercer o comércio ou participar de sociedade com

ercial, inclusive de economia m

ista, exceto com

o acionista ou quotista;”

- Mem

bros do Ministério P

úblico: A L

ei Orgânica do M

inistério Público (L

ei 8.625/93) determ

ina no inciso III de seu artigo 44:

Lei 8.625/93. “Art. 44. A

os mem

bros do Ministério P

úblico se aplicam as seguintes

vedações:

III - exercer o comércio ou participar de sociedade com

ercial, exceto como cotista ou

acionista;”

- Falidos. A

Lei 11.101/05, que trata da falência e da recuperação de em

presas, veda ao falido, enquanto não reabilitado, o exercício de atividade em

presária: Lei 11.101/05. A

rt. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade em

presarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1

o do art. 181 desta Lei.

Parágrafo único. F

indo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em

seu registro.

A

crescenta o artigo 973 do Código C

ivil que “a pessoa legalmente

impedida

de exercer

atividade própria

de em

presário, se

exercer, responderá pelas obrigações contraídas”.

18

6) As obrigações gerais dos em

presários - em

termos gerais, os em

presários têm as seguintes obrigações

a)

inscrever-se no

“Registro

Público

de E

mpresas

Mercantis”

(Junta C

omercial) antes de dar início à exploração da atividade �

Art. 967 do

Código C

ivil; b)

manter escrituração regular de seus negócios �

Art. 1.179 do C

ódigo C

ivil

c) levantar dem

onstrações contábeis periódicas � A

rt. 1.179 do Código

Civil

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19

III – O

RE

GIST

RO

DO

S EM

PR

ESÁ

RIO

S 1) O

brigatoriedade de registro - É

obrigatória a inscrição do empresário no R

egistro Público de E

mpresas

Mercantis, seja sob a form

a de empresário individual, seja sob a form

a de sociedade em

presária � artigo 967 do C

ódigo Civil;

- As sociedades em

presárias, independentemente do objeto a que se dedicam

, devem

se registrar na Junta Com

ercial do E

stado a que estão sediadas; se constituírem

filiais, deverão essas filiais estarem inscritas na Junta C

omercial do

local onde estão estabelecidas, bem com

o deverá ser feita a averbação no registro da sede �

art.1.000/CC

. 2)C

ompetência para o registro

- o registro público de interesse para os empresários leva a denom

inação de “R

egistro Público das E

mpresas M

ercantis e Atividades afins”

- a execução do registro é disciplinada pela Lei 8.934/94 e pelo D

ecreto 1.800/96 - Ó

rgãos responsáveis pelo registro : São 2(dois) : o D

NR

C (D

epartamento

Nacional de R

egistro do Com

ércio) e as JUN

TA

S C

OM

ER

CIA

IS

-

DN

RC

:

órgão

Federal;

não executa

registro, só

normatiza,

disciplina, supervisiona e controla os registro - JU

NT

AS

CO

ME

RC

IAIS

: órgãos estaduais, sendo 1(um) para cada

Estado da F

ederação; têm função de executar os registros, de acordo

com a norm

atização feita pelo DN

RC

H

istórico do registro “mercantil”

-

antes da Lei 8.934/94 : só as sociedades com

erciais poderiam se

registrar nas Juntas Com

erciais -

após a Lei 8.934/94 : qualquer sociedade com

finalidade econômica,

independentemente

se seu

objeto poderia

se registrar

nas Juntas

Com

erciais

20

- após o C

ódigo Civil de 2002 : só as sociedades em

presárias (que exercem

atividade empresária), sendo que as sociedades sim

ples (que não exercem

atividade empresária ->

exercem atividades na form

a do parágrafo

único do

artigo 966

do C

C)

devem

ser registradas

no C

artório de Registro das P

essoas Jurídicas -> art. 998 do C

C)

Atos de registro

- São 4 as espécies de registro : a m

atricula, o arquivamento e a autenticação

-

Matrícula : a m

atrícula e o seu cancelamento dizem

respeito a alguns profissionais

cuja atividade

é sujeita

ao controle

das Juntas

Com

erciais, com

o os

leiloeiros, tradutores

públicos e

intérpretes com

erciais, trapicheiros e administradores de arm

azéns gerais ; - Inscrição : dos em

presários individuais em livro próprio;

-

Arquivam

ento :

arquivam

-se atos

de constituição,

alteração, dissolução e extinção de sociedades em

presárias;

- A

utenticação : a autenticação está relacionada aos instrumentos de

escrituração (livros contábeis, fichas, balanços e outras demonstrações

financeiras) impostos por lei aos em

presários em geral;

- No registro, os atos de registro têm

alcance apenas FO

RM

AL

, isto é, a Junta C

omercial

não aprecia

o m

érito do

ato praticado,

mas

exclusivamente

a observância das form

alidades exigidas por lei, pelo Decreto R

egulamentar e

pelas instituições do DN

RC

. P

rocedimentos, prazos e regim

es de registro - o prazo para arquivam

ento é de 30(trinta) dias a contar da data de assinatura. E

is as conseqüências:

- se obedecido o prazo : efeitos do ato registrado se produzirão desde a data da assinatura;

- se não obedecido o prazo : efeitos se produzirão som

ente a partir do ato adm

inistrativo concessivo do registro.

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21

- na Junta Com

ercial, os registros se submetem

a 2 (dois) regimes distintos : o

regime ordinário (ou de decisão colegiada) e o regim

e sumário (ou de decisão

singular). Ao regim

e ordinário estão submetidos os atos m

ais complexos e o

julgamento de recursos.

- prazo para cumprim

ento de requerimento de registro : se pelo regim

e ordinário (de decisão colegiada), o prazo é de 5(cinco) dias úteis; se pelo regim

e sumário

(de decisão singular), o prazo é de 2(dois) dias úteis. Se ultrapassado o prazo,

considera-se registrado o ato para todos os efeitos (aprovação por decurso de prazo), sendo que esse registro poderá, futuram

ente, ser desconstituído. C

onseqüências da falta de registro -

Sem

registro

de seus

atos constitutivos,

as sociedades

empresárias

são consideradas

sociedades “despersonificadas”,

estando sujeitas

ao regim

e das

“sociedades em com

um” (artigos 986 a 990 do C

C), respondendo todos os sócios

solidária e ilimitadam

ente pelas obrigações sociais (artigo 990 do CC

), isso se não for o caso de sociedade em

conta de participação -

Sem

registro,

além

de estarem

passivos

de sanções

de natureza

fiscal e

administrativa, tam

bém não têm

legitimidade para pedir falência ou concordata

22

IV – D

A E

SCR

ITU

RA

ÇÃ

O D

OS E

MP

RE

SÁR

IOS

- RE

GR

A G

ER

AL

: O em

pre

sário

e a so

cieda

de em

presá

ria sã

o o

brig

ad

os a

segu

ir u

m

sistem

a

de

con

tab

ilida

de,

mec

an

izad

o

ou

n

ão

, co

m

ba

se n

a

escritura

ção

un

iform

e de seu

s livros, em

corresp

on

dên

cia co

m a

do

cum

enta

ção

respectiva,

e a

levantar anualm

ente o

balanço patrim

onial e

o resultado

econômico �

artigo 1.179 do CC

; - E

XC

ÃO

: é dispensável a escrituração para o pequeno empresário a que se

refere o artigo 970 do CC

� art. 1.179, par. 2

o, do Código C

ivil. 1) C

onceito de escrituração - O

dever de escriturar é o dever de manter a organização de um

a contabilidade. E

scriturar é, em rápida síntese, m

anter anotação, na forma exigida por lei, de

todos os atos da empresa

2) Importância da escrituração

- Fu

nçã

o G

eren

cial : é um

a necessidade do próprio empresário. N

a escrituração é

que ele

registra todas

as suas

ações. S

ão um

a espécie

de garantia

dos em

presários - F

un

ção

Do

cum

en

tal : necessidade de dem

onstração dos resultados da atividade econôm

ica para outras pessoas - F

un

ção

Fisca

l : controle de incidência e pagamento de tributos

- em sum

a, a escrituração é um controle interno e externo de execução da

atividade empresária

3)Meio de escrituração

- a escrituração é feita através de livros - os livros são classificados em

comerciais (exigidos pelo direito de em

presa) e fiscais

(exigidos pelo

direito tributário)

e em

obrigatórios

(livros cuja

escrituração é

imposta

aos em

presários. S

e não

mantida

a escrituração,

há sanções) e em

facultativos (também

chamados de auxiliares; a sua falta não

implica em

sanções)

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23

4)Requisitos intrínsecos e extrínsecos

- Requisitos intrínsecos (art. 1.183/C

C) : utilização de técnica apropriada de

elaboração; uso

do idiom

a português;

não existir

intervalos, entrelinhas,

borraduras, rasuras, emendas, anotações à m

argem ou notas de rodapé; utilização

de métodos contábeis e geralm

ente aceitos entre os profissionais da área; ordem

cronológica de dia/mês/ano

- Requisitos extrínsecos (artigo 1.181/C

C) : visam

conferir segurança jurídica ao livro. S

ão 3(três): termo de abertura, term

o de encerramento e autenticação da

junta comercial

5)Livros O

brigatórios - D

iário : é o livro obrigatório m

ais antigo. Sua obrigatoriedade consta do artigo

1.180 do Código C

ivil. No livro diário são lançadas, com

individuação e clareza, todas as operações da em

presa, dia a dia, em ordem

cronológica de dia/mês/ano.

Devem

ser indicadas as características do documento que com

prova cada uma

dessas operações. No diário devem

ser transcritos o balanço patrimonial e a

demonstração de resultado do exercício

- Ra

zão : é livro obrigatório im

posto pela legislação do imposto de renda. P

ara o gerenciam

ento da contabilidade ele é o livro fundamental, porque perm

ite a visualização im

ediata da posição de cada elemento do patrim

ônio e de suas m

utações. Só é possível levantar balancetes diários, balanços e dem

onstrações do resultado econôm

ico, listando o saldo de cada conta do livro razão. O novo

código civil não incluiu o razão como livro obrigatório

6)Extravio e perda de escrituração

- Em

caso de extravio, deterioração ou destruição de livros, deve-se :

- publicar em

jornal de grande circulação, na sede do estabelecimento,

aviso relativo à ocorrência; -

nas 48 horas posteriores à publicação, o empresário deve apresentar na

Junta Com

ercial comunicação com

detalhamento do fato;

-

após, poderá recompor sua escrituração, adotando o m

esmo núm

ero de ordem

do documento extraviado, gerando um

a 2a via.

24

7) Eficácia probatória dos livros m

ercantis - A

eficácia probatória dos livros mercantis é tratada pelo C

ódigo de Processo

Civil, nos seus artigos 378 a 380, contendo, em

síntese, as seguintes disposições

- os

livros com

erciais provam

contra

o seu

autor, possuindo

a escrituração presunção relativa (ju

ris tan

tum

) de veracidade (art.378 do C

PC

); -

nos litígios

entre com

erciantes, os

livros com

erciais fazem

prova

também

a favor do seu autor (art. 379 do CP

C);

-

a escrituração contábil é indivisível. Se dos fatos que resultam

dos lançam

entos, uns são favoráveis, outros lhe são contrários, ambos

serão considerados em conjunto com

o unidade (art. 380 do CP

C).

8) Exibição dos livros

- Princípio do sigilo dos livros com

erciais : artigo 1.190 do CC

: “Ressalvados

os casos previstos em lei, nenhum

a autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o em

presário ou a sociedade em

presária observam ou não, em

seus livros e fichas, as formalidade

prescritas em lei”;

- O princípio do sigilo não pode, entretanto, ser aplicado contra autoridades

fiscais fazendários(art. 1.193), nem contra ordem

judicial (art. 1.191/CC

). No que

tange à ordem judicial de exibição dos livros, esta som

ente ocorrerá quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, com

unhão ou sociedade, adm

inistração ou gestão à conta de outrem, ou em

caso de falência; 9) C

onseqüências da falta de escrituração - 2(duas) ordens de conseqüências à falta de escrituração : as sancionadoras e as m

otivadoras - sancionadoras : im

portam penalização do em

presário, inclusive penal, como,

por exemplo, crim

e falimentar (se falir sem

escrituração, conforme artigo 178 da

Lei 11.101/05)

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25

- motivadoras : negam

acesso do empresário ao benefício de que poderia usufruir

caso tivesse cumprido a obrigação. E

xemplos : inacessibilidade à recuperação de

empresas

(art. 48

da L

ei 11.101/05),

ineficácia probatória,

impossibilidade

parcial de verificação de conta, aplicação do artigo 359 do Código de P

rocesso C

ivil (prosperidade de alegação da parte contrária) na hipótese de determinação

judicial de exibição de livros

26

V

– AS D

EM

ON

STR

ÕE

S CO

NT

ÁB

EIS P

ER

IÓD

ICA

S 1) C

onceito de demonstrações contábeis

- as demonstrações contábeis têm

por objetivo exprimir com

clareza a situação do patrim

ônio do empresário ou sociedade em

presária. São elaboradas com

base na escrituração contábil 2)E

spécies de demonstrações contábeis

- B

alanço P

atrimonial:

visa apontar

a posição

financeira da

empresa

em

determinado m

omento.

- Dem

onstração de Resultado do E

xercício: objetiva apontar o resultado (lucro ou prejuízo) de um

a determinada em

presa num determ

inado período - D

emonstração de L

ucros e Prejuízos A

cumulados: evidencia as alterações

ocorridas no saldo da conta de lucros e prejuízos acumulados

- Dem

onstração de Origens e A

plicações de Recursos: indica as m

odificações na posição financeira da em

presa 3)O

brigatoriedade - para as sociedades anônim

as : balanço patrimonial (descrito no artigo 178 da

Lei das S

/As), dem

onstração dos lucros e prejuízos acumulados (descrito no

artigo 186 da Lei das S

/As), dem

onstração do resultado de exercício (descrito no artigo 187 das S

/As) e a dem

onstração de origens e aplicações de recursos (descrito no artigo 188 da L

ei das S/A

s) �

exigência pelo artigo 176 da lei 6.404/76 (L

ei das S/A

s) - para os em

presários individuais e demais sociedades em

presárias : balanço patrim

onial e lançamento do resultado econôm

ico (que é a demonstração do

resultado do exercício prevista no artigo 187 da Lei das S

/A) �

exigência do artigo 1.180, parágrafo único, do C

C.

OB

S:

a legislação

do im

posto de

renda tornou

obrigatórias para

todos os

contribuintes sujeitos

ao regim

e de

apuração pelo

Lucro

Real

de todos

os dem

onstrativos impostos para as S

/As, m

otivo pelo qual a lei das S/A

s (Lei

6.404/76) tornou-se a lei societária básica para a contabilidade

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27

4)Periodicidade das dem

onstrações - R

egra : anual, ao final de cada exercício financeiro; - E

xceções : demonstrações sem

estrais para sociedades anônimas cujo estatuo

prevê distribuição de dividendos semestrais (artigo 204 da lei de S

/As) e para

instituições financeiras (artigo 31 da Lei 4.595/94).

5) Conseqüências da falta das dem

onstrações contábeis periódicas - D

ificuldade de acesso a crédito bancário ou outros serviços de bancos, que se valem

dos demonstrativos contábeis com

o meio de verificação da idoneidade

econômica e patrim

onial do empresário ou sociedade em

presária - Im

possibilidade de participação de licitação promovida pelo P

oder Público (L

ei 8.666/93, artigo 31, I) - Im

possibilidade de impetrar concordata preventiva ( artigo 159, par. 1

o, IV, da

Lei das F

alências) -

os adm

inistradores de

S/A

e

de L

tda responderão

perante os

sócios por

eventuais prejuízos advindos de inexistência do documento

28

V

I- O E

STA

BE

LE

CIM

EN

TO

EM

PR

ESA

RIA

L

1) Conceito de estabelecim

ento empresarial

- Estabelecim

ento empresarial é o conjunto de bens (com

o máquinas, m

arca, tecnologia, im

óvel etc) que o empresário (ou sociedade em

presária) reúne para a exploração da atividade econôm

ica � artigo 1.142 do C

ódigo Civil

- é elemento indissociável da em

presa - o em

presário, para desempenhar as suas atividades, organiza o conjunto de bens

(estabelecimento em

presarial) para explorar a sua atividade econômica

- o empresário ou sociedade em

presária podem ser titulares de m

ais de 1(um)

estabelecimento em

presarial �

o mais im

portante é a sede e os demais são

“filiais”, “agências” ou “sucursais” (artigo 1.000 do CC

) 2) C

onceito de fundo de empresa

- fundo de empresa é tam

bém denom

inado “aviamento” ou “goodw

ill of trade” - ao organizar o estabelecim

ento, o empresário agrega aos bens reunidos um

sobrevalor, isto é, o conjunto de bens organizado alcança, no m

ercado, um valor

superior à simples som

a de cada um deles separado. T

rata-se do preço da organização - F

undo de empresa é o valor agregado ao estabelecim

ento comercial em

razão da sua organização - o direito protege o estabelecim

ento comercial, visando preservar o investim

ento realizado na organização da em

presa 3) D

iferença entre fundo de empresa e estabelecim

ento empresarial

- o fundo empresarial é um

atributo do estabelecimento em

presarial - o estabelecim

ento empresarial é o conjunto de bens que o em

presário reúne para explorar um

a atividade econômica

- fundo de empresa é o valor agregado ao referido conjunto (estabelecim

ento em

presarial) em razão da m

esma atividade

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29

4) Espécies de estabelecim

ento empresarial

- Estabelecim

ento físico : é o estabelecimento tradicional, tangível fisicam

ente - E

stabelecimento virtual : é fruto da evolução tecnológica. O

estabelecimento

tem acesso exclusivo via transm

issão e recepção eletrônica de dados (internet) 5) N

atureza jurídica - diversidade de teorias, existindo m

ais de 9(nove) teorias, que vão desde a personalização

do com

plexo de

bens até

a negativa

de relevância

do estabelecim

ento empresarial para o direito;

- Pontos essenciais �

- o estabelecimento em

presarial não é sujeito de direito;

- o estabelecimento em

presarial é uma coisa;

- o estabelecim

ento empresarial integra o patrim

ônio do em

presário ou sociedade empresária.

- o

estabelecimento

empresarial

não pode

ser confundido

com

a sociedade

empresária (que é sujeito de direito), nem

com a em

presa (que é atividade econôm

ica). A

em

presa é

a atividade

econômica

desenvolvida no

estabelecimento em

presarial, e não se confunde com o com

plexo de bens nele reunidos; -

o estabelecim

ento em

presarial pode

ser alienado,

onerado, arrestado

ou penhorado, m

as a empresa não;

- é propriedade do empresário.

6) Elem

entos do estabelecimento em

presarial - o estabelecim

ento empresarial é form

ado por elementos m

ateria

is e ima

teriais:

-

elementos m

ateria

is : mercadorias do estoque, m

obiliário, utensílios, veículos, m

aquinarias etc. São tutelados pelo direito de propriedade

geral. O direito com

ercial não possui normas específicas sobre tutela

de bens materiais;

- elem

entos im

ateria

is :

são, principalm

ente, de

2(dois) :os

ben

s

ind

ustria

is (patente de invenção, de modelo de utilidade, registro de

desenho industrial, marca registrada, nom

e empresarial e título de

estabelecimento)

e o

po

nto

(local onde

se explora

a atividade

econômica).

30

- N

ão são elementos do estabelecim

ento empresarial : clientela, aviam

ento e o passivo 7)P

roteção ao ponto empresarial

- é também

chamado de “propriedade com

ercial”; - P

onto é o local onde se encontra o estabelecimento em

presarial. Sua proteção

decorre de sua importância para o sucesso da em

presa; - A

proteção ocorre através do denominado “direito de inerência ao ponto”

que é

um

interesse juridicam

ente protegido,

do em

presário, relativo

à perm

anência de sua atividade no local onde se encontra estabelecido; - M

eio através do qual é exercido o “direito de inerência ao ponto” : quando o em

presário é proprietário do imóvel onde ele está estabelecido, então o direito de

inerência ao ponto é garantido pelo direito de propriedade; quando o empresário

é locatário do imóvel onde está estabelecido, então a proteção é feita pela L

ei de locações

(Lei

8.245/91) e

mais

especificamente

pelo direito

à renovação

compulsória (artigo 51 da lei de locações);

- Requisitos das locações em

presariais (aquelas que dão direito à inerência ao ponto) – artigo 51 da L

ei 8.245/91:

- contrato escrito por prazo determ

inado (requisito formal);

- m

ínimo de 5 anos ininterruptos de locação, podendo haver som

a de períodos contratuais, desde que contínuos (requisito tem

poral). Som

a dos prazos (a

ccessio

temp

oris) pode ser invocada pelo locatário, ou

pelo seu cessionário ou sucessor;

- exploração da m

esma atividade econôm

ica por pelo menos 3 anos

ininterruptos (requisito material;

- direito de renovação é exercitado através de ação renovatória, que deve ser proposta entre 1ano e 6 m

eses antes do término do prazo do contrato a renovar

(trata-se de prazo decadencial). - E

xceção de retomada : é o direito do proprietário do im

óvel locado para uma

empresa de retom

ar a posse direta do imóvel, já que a renovação com

pulsória (artigo 51 da L

ei de Locações) não pode ser incom

patível com o exercício do

direito de propriedade do locador

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31

- A

dmite-se

a retom

ada do

imóvel

em

locação em

presarial nas

seguintes hipóteses (constantes dos artigos 52 e 72, incisos II e III, da L

ei de Locações) :

-

realização de

obras no

imóvel

que im

portem

a sua

radical transform

ação, por exigência do Poder P

úblico -

reformas no im

óvel, que o valorizem, pretendidas pelo L

ocador -

insuficiência da

proposta apresentada

pelo locatário

na ação

renovatória (na ação renovatória o Locatário deverá, em

sua petição inicial, apresentar proposta para o prosseguim

ento da locação) -

proposta melhor de terceira pessoa

- para uso próprio

- transferência de estabelecim

ento existente há mais de 1 ano, sendo

detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou

descendente (nessa hipótese, uma vez retom

ado o imóvel, não poderá

ser utilizado para exploração da mesm

a atividade antes ali realizada pelo L

ocatário) - Indenização pela retom

ada : é prevista no artigo 52, parágrafo 3o, da L

ei de L

ocações para as hipóteses de retomada em

razão de proposta melhor de terceiro

ou se o locador, no prazo de 3(três) meses da entrega do im

óvel não der o destino alegado com

razão para a retomada

- Valor da indenização : a indenização com

preende o ressarcimento dos prejuízos

e lucros cessantes que tiver o Locatário que arcar com

a mudança, perda do lugar

e desvalorização do fundo de comércio (artigo 52, parágrafo 3

o, da Lei de

Locações)

8) Direito à inerência ao ponto nos casos de lojas em

Shopping C

enters -

conceito de

“shopping center”

: se

um

prédio é

constituído de

espaços relativam

ente autônom

os, e

o proprietário

“organiza” a

distribuição desses

espaços, de forma a loca-los para pessoas interessadas em

explorar determinadas

atividades econômicas pré-definidas, então existe a figura do “shopping center”

- o proprietário do shopping center é um em

presário (vez que se enquadra na hipótese do ca

pu

t do artigo 966 do Código C

ivil), sendo considerado titular de em

presa do ramo de “shopping center”;

- a lei de locações prevê a livre pactuação das condições de locação para shopping center (artigo 54 da L

ei de Locações);

32

- há também

o direito à inerência ao ponto no caso dos shopping centers, inclusive com

o direito à renovação compulsória (ação renovatória), conform

e artigo 52, parágrafo 2

o, da Lei de L

ocações; - Q

uanto à exceção de retomada em

contratos de locação de lojas em shopping, é

permitida, com

exceção das hipóteses de retomada para uso próprio ou para

transferência de estabelecimento existente há m

ais de 1 ano, sendo detentor da m

aioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente (art. 52, parágrafo 2

o, da Lei de L

ocações. 9) A

lienação do Estabelecim

ento Em

presarial - O

artigo 1.143 do Código C

ivil normatiza que o estabelecim

ento empresarial

pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, desde que sejam

compatíveis com

a sua natureza; -

O

estabelecimento

comercial,

como

complexo

de bens

organizados pelo

empresário para o exercício da em

presa, possui caráter unitário (forma um

a universalidade), representado não só pela base física onde funciona a em

presa (ponto em

presarial), como tam

bém por outros elem

entos materiais ou im

ateriais, que possuem

a capacidade de realizar negócios, atrair clientes e gerar lucros na atividade; - P

elo disposto no artigo em com

entário, o estabelecimento em

presarial pode ser objeto de negócios jurídicos envolvendo ele próprio, desde que com

patível com a

sua natureza unitária, universal; - O

estabelecimento pode ser alienado a terceiros (a alienação de estabelecim

ento em

presarial tem o nom

e de trespa

sse), como tam

bém pode, com

todos os seus recursos

e elem

entos, ser

objeto de

arre

nd

am

ento

(espécie de

locação que

abrange os bens m

ateriais e imateriais do estabelecim

ento. O

arrendamento

também

é denominado lo

caçã

o-g

erência);

- no trespasse, o estabelecimento em

presarial (que é coisa, como já apontado

anteriormente), sai do patrim

ônio de um em

presário (alienante) e passa para o de outro em

presário (adquirente);

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33

10) Trespasse e locação em

presarial - a cessão da locação depende da autorização do locador (artigo 13 da L

ei de L

ocações) - se não houver autorização, pode o L

ocador, no prazo de 90(noventa) dias a partir da publicação de transferência do estabelecim

ento (publicação na imprensa

oficial, imposta pelo artigo 1.144 do C

C), pedir a rescisão da locação, alegando

justa causa, com base no artigo 1.148 do C

C .

- Pode, ainda, o L

ocador, na hipótese de cessão da locação sem autorização,

pleitear a rescisão do contrato de locação por infração legal ou contratual, na form

a do artigo 9o, inciso II, da L

ei de Locações). P

odendo tal autorização ser tácita se, intim

ado o Locador sobre a cessão, este não se m

anifestar formalm

ente a sua oposição no prazo de 30 dias 11) R

equisitos da alienação de estabelecimento em

presarial - o contrato de alienação do estabelecim

ento empresarial deve ser levado a

registro na

Junta C

omercial

(Registro

Público

das E

mpresas

Mercantis)

e publicado na im

prensa oficial �

artigo 1.144 do CC

caso contrário, tal alienação não produzirá efeitos quanto a terceiros; - se ao alienante do estabelecim

ento empresarial não restarem

bens suficientes para o pagam

ento de seu passivo, a eficácia da alienação ficará condicionada ao pagam

ento de todos os credores ou o consentimento destes, de m

odo expresso ou tácito, em

trinta dias de sua notificação � artigo 1.145 do C

C �

se o credor não se opor nos trinta dias que se seguem

a sua notificação, o seu silêncio servirá com

o concordância tácita; - A

ssim, para um

a alienação perfeita (que gera efeitos entre as partes contratantes e em

relação a terceiros) são necessários :

- registro da alienação na Junta C

omercial;

- publicação na im

prensa oficial;

- estar o alienante solvente (ter bens suficientes para pagar as suas dívidas) ou o pagam

ento de todos os credores ou o consentimento

expresso ou tácito dos credores.

34

12) A

alienação do estabelecimento e a sucessão

- Sucessão : é a condição do adquirente de estabelecim

ento empresarial, nos

limites da lei, tendo com

o conseqüência a sua responsabilização pelas dívidas do estabelecim

ento que adquiriu - A

ntes d

o n

ovo

cód

igo

civil, só existiam 3(três) hipóteses de sucessão : a) se o

adquirente do estabelecimento assum

isse, no contrato de alienação, o passivo do alienante; b) se a dívida fosse trabalhista e c) se a dívida fosse de natureza fiscal - C

om

o n

ovo

dig

o civil, altera-se por com

pleto o tratamento da m

atéria, com

as seguintes regras constantes do artigo 1.145 do CC

:

- o adquirente do estabelecim

ento empresarial responde por todas as

obrigações relacionadas ao negócio explorado naquele local, inclusive aquelas

anteriores à

transferência, d

esde

qu

e reg

ula

rmen

te

con

tab

ilizad

as, isto é, devidam

ente escrituradas no livro do alienante; -

o alienante é responsável solidário pelo prazo de um ano, prazo esse

que, para

as dívidas

já vencidas,

inicia-se com

a

publicação da

alienação na imprensa oficial e, quanto àquelas que não se venceram

antes da alienação, o prazo de um

ano conta-se a partir da data de vencim

ento da dívida; -

-

Independentemente de escrituração, é se

mp

re sucesso

r o a

dq

uiren

te

em

relaçã

o

às

ob

riga

ções

trab

alh

istas

e fisca

is lig

ad

as

ao

estab

elecimen

to, conforme artigo 448 da C

onsolidação das Leis do

Trabalho (“ A

mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da em

presa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos em

pregados ”) e artigo 133 do C

ódigo Tributário N

acional (“A pessoa natural ou jurídica de

direito privado que adquirir e outra, por qualquer título, fundo de comércio

ou estabelecim

ento com

ercial, industrial

ou profissional,

e continuar

a respectiva exploração, sob a m

esma ou outra razão social ou sob firm

a ou nom

e individual,

responde pelos

tributos, relativos

ao fundo

ou estabelecim

ento adquirido, devidos até a data do ato: I – integralmente, se o

alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;

II – subsidiariam

ente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar

dentro de 6(seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no

mesm

o ou em outro ram

o de comércio, indústria ou profissão”).

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35

13) Alienação do estabelecim

ento e sub-rogação do adquirente - N

a forma do artigo 1.148 do C

ódigo Civil, salvo disposição em

contrário, a transferência im

porta a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a exploração do estabelecim

ento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os

terceiros rescindir o contrato em 90 dias a contar da publicação da transferência,

se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante; - N

o caso do contrato de locação do imóvel onde se encontra estabelecida a

empresa, há interessante discussão se o artigo 1.148 do C

ódigo Civil afastou a

incidência, para

os contratos

de locação

empresarial,

da necessidade

de autorização do L

ocador para a cessão da locação prevista no artigo 13 da Lei de

Locações, valendo ressaltar, para com

paração com o prazo de 90 dias concedido

pelo artigo 1.148 do CC

, que o parágrafo 1o do artigo 13 da L

ei de Locações

dispõe que “não se presume o consentim

ento pela simples dem

ora do locador em

manifestar form

almente a sua oposição”. S

eria caso de aplicação do princípio da especialidade para m

anter intacta a normatização da lei das locações, que é m

ais específica que a do código civil ? 14)

Alienação

do estabelecim

ento em

presarial e

a cláusula

de não-

restabelecimento

- Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecim

ento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência �

artigo 1.147 do C

C;

- Assim

, temos que, se não houver cláusula no contrato de alienação que faça

previsão diferente, o alienante não poderá fazer concorrência com o adquirente,

entendendo-se como não-concorrência a im

possibilidade de estabelecer-se no território

de abrangência

do estabelecim

ento alienado,

de outra

empresa

desenvolvendo o mesm

o ramo de atividade;

- O

contrato

de alienação

pode conter

cláusula que

dispensa ou

altera a

impossibilidade de restabelecim

ento constante do artigo 1.147 do CC

; - E

ventual cláusula contratual que trate de não-restabelecimento deverá fixar

prazo determinado para a não-concorrência (im

possibilidade de ser por prazo indeterm

inado) e com a estipulação de território determ

inado; - A

ntes mesm

o do início de vigência do artigo 1.147 do CC

, a jurisprudência já se firm

ava no sentido de impedir a concorrência do alienante de estabelecim

ento em

presarial.

36

AN

EX

O 1 –

L

ei 8.934/94

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37

Presid

ência d

a Rep

úb

lica

Casa C

ivil S

ub

chefia p

ara Assu

nto

s Juríd

icos

LE

I Nº 8.934, D

E 18 D

E N

OV

EM

BR

O D

E 1994.

Dispõe sobre o R

egistro Público de E

mpresas

Mercantis e A

tividades Afins e dá outras

providências.

O P

RE

SID

EN

TE

DA

RE

BL

ICA

, Faço saber que o C

ongresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte lei:

TÍT

ULO

I

Do R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins

CA

PÍT

ULO

I

Das F

inalidades e da Organização

SE

ÇÃ

O I

Das F

inalidades

Art. 1º O

Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins, subordinado às

normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em

todo o território nacional, de forma

sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com

as seguintes finalidades:

I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das em

presas mercantis, subm

etidos a registro na forma desta lei;

II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em

funcionamento no P

aís e manter

atualizadas as informações pertinentes;

III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do com

ércio, bem com

o ao seu cancelam

ento.

Art. 2º O

s atos das firmas m

ercantis individuais e das sociedades mercantis serão

arquivados no Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins, independentem

ente de seu objeto, salvo as exceções previstas em

lei.

Parágrafo único. F

ica instituído o Núm

ero de Identificação do Registro de E

mpresas

(NIR

E), o qual será atribuído a todo ato constitutivo de em

presa, devendo ser compatibilizado

com os núm

eros adotados pelos demais cadastros federais, na form

a de regulamentação do

Poder E

xecutivo.

SE

ÇÃ

O II

Da O

rganização

Art. 3º O

s serviços do Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins serão

exercidos, em todo o território nacional, de m

aneira uniforme, harm

ônica e interdependente,

38

pelo Sistem

a Nacional de R

egistro de Em

presas Mercantis (S

inrem), com

posto pelos seguintes órgãos: I - o D

epartamento N

acional de Registro do C

omércio, órgão central S

inrem, com

funções supervisora, orientadora, coordenadora e norm

ativa, no plano técnico; e supletiva, no plano adm

inistrativo;

II - as Juntas Com

erciais, como órgãos locais, com

funções executora e administradora

dos serviços de registro.

SU

BS

ÃO

I

Do D

epartamento N

acional de Registro do C

omércio

Art. 4º O

Departam

ento Nacional de R

egistro do Com

ércio (DN

RC

), criado pelos arts. 17, II, e 20 da Lei nº 4.048, de 29 de dezem

bro de 1961, órgão integrante do Ministério da

Indústria, do Com

ércio e do Turism

o, tem por finalidade:

I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos

serviços de Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins;

II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as norm

as e diretrizes gerais do R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins;

III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e dem

ais norm

as relacionadas com o registro de em

presas mercantis, baixando instruções para esse

fim;

IV - prestar orientação às Juntas C

omerciais, com

vistas à solução de consultas e à observância das norm

as legais e regulamentares do R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e A

tividades Afins;

V - exercer am

pla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do R

egistro Público

de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades

administrativas contra abusos e infrações das respectivas norm

as, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cum

primento dessas norm

as;

VI - estabelecer norm

as procedimentais de arquivam

ento de atos de firmas m

ercantis individuais e sociedades m

ercantis de qualquer natureza;

VII prom

over ou providenciar, supletivamente, as m

edidas tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e A

tividades Afins;

VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas com

erciais para a melhoria dos

serviços pertinentes ao Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins;

IX - organizar e m

anter atualizado o cadastro nacional das empresas m

ercantis em

funcionamento no P

aís, com a cooperação das juntas com

erciais;

X - instruir, exam

inar e encaminhar os processos e recursos a serem

decididos pelo M

inistro de Estado da Indústria, do C

omércio e do T

urismo, inclusive os pedidos de autorização

para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no P

aís, por sociedade estrangeira, sem

prejuízo da competência de outros órgãos federais;

XI - prom

over e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins.

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39

SU

BS

ÃO

II

Das Juntas C

omerciais

Art . 5º H

averá uma junta com

ercial em cada unidade federativa, com

sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.

Art. 6º A

s juntas comerciais subordinam

-se administrativam

ente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicam

ente, ao DN

RC

, nos termos desta lei.

Parágrafo único. A

Junta Com

ercial do Distrito F

ederal é subordinada administrativa e

tecnicamente ao D

NR

C.

Art. 7º A

s juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, m

ediante convênios com

órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a

competência das atuais delegacias.

Art. 8º À

s Juntas Com

erciais incumbe:

I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;

II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais

pertinentes;

III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes

comerciais;

IV - elaborar os respectivos R

egimentos Internos e suas alterações, bem

como as

resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cum

primento das norm

as legais, regulam

entares e regimentais;

V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalm

ente inscritas no R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins;

VI - o assentam

ento dos usos e práticas mercantis.

Art. 9º A

estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos:

I - a Presidência, com

o órgão diretivo e representativo;

II - o Plenário, com

o órgão deliberativo superior;

III - as Turm

as, como órgãos deliberativos inferiores;

IV - a S

ecretaria-Geral, com

o órgão administrativo;

V - a P

rocuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica.

§ 1º As juntas com

erciais poderão ter uma assessoria técnica, com

a competência de

preparar e relatar os documentos a serem

submetidos à sua deliberação, cujos m

embros

deverão ser bacharéis em D

ireito, Econom

istas, Contadores ou A

dministradores.

§ 2º As juntas com

erciais, por seu plenário, poderão resolver pela criação de delegacias, órgãos locais do registro do com

ércio, nos termos da legislação estadual respectiva.

40

Art. 10. O

Plenário, com

posto de Vogais e respectivos suplentes, será constituído pelo

mínim

o de onze e no máxim

o de vinte e três Vogais. (R

edação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001)

Art. 11. O

s Vogais e respectivos suplentes serão nom

eados, no Distrito F

ederal, pelo M

inistro de Estado do D

esenvolvimento, Indústria e C

omércio E

xterior, e nos Estados, salvo

disposição em contrário, pelos governos dessas circunscrições, dentre brasileiros que

satisfaçam as seguintes condições: (R

edação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001)

I - estejam em

pleno gozo dos direitos civis e políticos;

II - não estejam condenados por crim

e cuja pena vede o acesso a cargo, emprego e

funções públicas, ou por crime de prevaricação, falência fraudulenta, peita ou suborno,

concussão, peculato, contra a propriedade, a fé pública e a economia popular;

III - sejam, ou tenham

sido, por mais de cinco anos, titulares de firm

a mercantil

individual, sócios ou administradores de sociedade m

ercantil, valendo como prova, para esse

fim, certidão expedida pela junta com

ercial;

IV - estejam

quites com o serviço m

ilitar e o serviço eleitoral.

Parágrafo único. Q

ualquer pessoa poderá representar fundadamente à autoridade

competente contra a nom

eação de vogal ou suplente, contrária aos preceitos desta lei, no prazo de quinze dias, contados da data da posse.

Art. 12. O

s vogais e respectivos suplentes serão escolhidos da seguinte forma:

I - a metade do núm

ero de vogais e suplentes será designada mediante indicação de

nomes, em

listas tríplices, pelas entidades patronais de grau superior e pelas Associações

Com

erciais, com sede na jurisdição da junta;

II - um V

ogal e respectivo suplente, representando a União, por nom

eação do Ministro

de Estado do D

esenvolvimento, Indústria e C

omércio E

xterior; (Redação dada pela Lei nº

10.194, de 14.2.2001)

III – quatro vogais e respectivos suplentes representando a classe dos advogados, a dos econom

istas, a dos contadores e a dos administradores, todos m

ediante indicação, em lista

tríplice, do Conselho S

eccional ou Regional do Ó

rgão Corporativo dessas categorias

profissionais; (Redação dada pela Lei nº 9.829, de 1999)

IV - os dem

ais vogais e suplentes serão designados, no Distrito F

ederal, por livre escolha do M

inistro de Estado da Indústria, do C

omércio e do T

urismo; e, nos E

stados, pelos respectivos governadores.

§ 1º Os vogais e respectivos suplentes de que tratam

os incisos II e III deste artigo ficam

dispensados da prova do requisito previsto no inciso III do art. 11, mas exigir-se-á a prova de

mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício da profissão em

relação aos vogais e suplentes de que trata o inciso III.

§ 2º As listas referidas neste artigo devem

ser remetidas até 60 (sessenta) dias antes do

término do m

andato, caso contrário será considerada, com relação a cada entidade que se

omitir na rem

essa, a última lista que não inclua pessoa que exerça ou tenha exercido m

andato de vogal.

Art. 13. O

s vogais serão remunerados por presença, nos term

os da legislação da unidade federativa a que pertencer a junta com

ercial.

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41

Art. 14. O

vogal será substituído por seu suplente durante os impedim

entos e, no caso de vaga, até o final do m

andato.

Art. 15. S

ão incompatíveis para a participação no colégio de vogais da m

esma junta

comercial os parentes consangüíneos e afins até o segundo grau e os sócios da m

esma

empresa.

Parágrafo único. E

m caso de incom

patibilidade, serão seguidos, para a escolha dos m

embros, sucessivam

ente, os critérios da precedência na nomeação, da precedência na

posse, ou do mem

bro mais idoso.

Art. 16. O

mandato de vogal e respectivo suplente será de 4 (quatro) anos, perm

itida apenas um

a recondução.

Art. 17. O

vogal ou seu suplente perderá o mandato nos seguintes casos:

I - mais de 3 (três) faltas consecutivas às sessões, ou 12 (doze) alternadas no m

esmo

ano, sem justo m

otivo;

II - por conduta incompatível com

a dignidade do cargo.

Art. 18. N

a sessão inaugural do plenário das juntas comerciais, que iniciará cada período

de mandato, serão distribuídos os vogais por turm

as de três mem

bros cada uma, com

exclusão do presidente e do vice-presidente.

Art. 19. A

o plenário compete o julgam

ento dos processos em grau de recurso, nos

termos previstos no regulam

ento desta lei.

Art. 20. A

s sessões ordinárias do plenário e das turmas efetuar-se-ão com

a periodicidade e do m

odo determinado no regim

ento da junta comercial; e as extraordinárias,

sempre justificadas, por convocação do presidente ou de dois terços dos seus m

embros.

Art. 21. C

ompete às turm

as julgar, originariamente, os pedidos relativos à execução dos

atos de registro.

Art. 22. O

presidente e o vice-presidente serão nomeados, em

comissão, no D

istrito F

ederal, pelo Ministro de E

stado da Indústria, do Com

ércio e do Turism

o e, nos Estados, pelos

governadores dessas circunscrições, dentre os mem

bros do colégio de vogais.

Art. 23. C

ompete ao presidente:

I - a direção e representação geral da junta;

II - dar posse aos vogais, convocar e dirigir as sessões do Plenário, superintender todos

os serviços e velar pelo fiel cumprim

ento das normas legais e regulam

entares.

Art. 24. A

o vice-presidente incumbe substituir o presidente em

suas faltas ou im

pedimentos e efetuar a correição perm

anente dos serviços, na forma do regulam

ento desta lei.

Art. 25. O

secretário-geral será nomeado, em

comissão, no D

istrito Federal, pelo

Ministro de E

stado da Indústria, do Com

ércio e do Turism

o, e, nos Estados, pelos respectivos

governadores, dentre brasileiros de notória idoneidade moral e especializados em

direito com

ercial.

Art. 26. À

secretaria-geral compete a execução dos serviços de registro e de

administração da junta.

42

Art. 27. A

s procuradorias serão compostas de um

ou mais procuradores e chefiadas pelo

procurador que for designado pelo governador do Estado.

Art. 28. A

procuradoria tem por atribuição fiscalizar e prom

over o fiel cumprim

ento das norm

as legais e executivas, oficiando, internamente, por sua iniciativa ou m

ediante solicitação da presidência, do plenário e das turm

as; e, externamente, em

atos ou feitos de natureza jurídica, inclusive os judiciais, que envolvam

matéria do interesse da junta.

CA

PÍT

ULO

II

Da P

ublicidade do Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins

SE

ÇÃ

O I

Das D

isposições Gerais

Art. 29. Q

ualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os

assentamentos existentes nas juntas com

erciais e obter certidões, mediante pagam

ento do preço devido.

Art. 30. A

forma, prazo e procedim

ento de expedição de certidões serão definidos no regulam

ento desta lei.

SE

ÇÃ

O II

Da P

ublicação dos Atos

Art. 31. O

s atos decisórios da junta comercial serão publicados no órgão de divulgação

determinado em

portaria do presidente, publicada no Diário O

ficial do Estado e, no caso da

Junta Com

ercial do Distrito F

ederal, no Diário O

ficial da União.

CA

PÍT

ULO

III

Dos A

tos Pertinentes ao R

egistro Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins

SE

ÇÃ

O I

Da C

ompreensão dos A

tos

Art. 32. O

registro compreende:

I - a matrícula e seu cancelam

ento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes com

erciais, trapicheiros e administradores de arm

azéns-gerais;

II - O arquivam

ento:

a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firm

as m

ercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;

b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezem

bro de 1976;

c) dos atos concernentes a empresas m

ercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no B

rasil; d) das declarações de microem

presa;

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43

e) de atos ou documentos que, por determ

inação legal, sejam atribuídos ao R

egistro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins ou daqueles que possam

interessar ao em

presário e às empresas m

ercantis;

III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das em

presas mercantis

registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na form

a de lei própria.

Art. 33. A

proteção ao nome em

presarial decorre automaticam

ente do arquivamento dos

atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações.

§ 1º (Vetado).

§ 2º (Vetado).

Art. 34. O

nome em

presarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.

SE

ÇÃ

O II

Das P

roibições de Arquivam

ento

Art. 35. N

ão podem ser arquivados:

I - os documentos que não obedecerem

às prescrições legais ou regulamentares ou que

contiverem m

atéria contrária aos bons costumes ou à ordem

pública, bem com

o os que colidirem

com o respectivo estatuto ou contrato não m

odificado anteriormente;

II - os documentos de constituição ou alteração de em

presas mercantis de qualquer

espécie ou modalidade em

que figure como titular ou adm

inistrador pessoa que esteja condenada pela prática de crim

e cuja pena vede o acesso à atividade mercantil;

III - os atos constitutivos de empresas m

ercantis que, além das cláusulas exigidas em

lei, não designarem

o respectivo capital, bem com

o a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação no nom

e empresarial é facultativa;

IV - a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado;

V - os atos de em

presas mercantis com

nome idêntico ou sem

elhante a outro já existente;

VI - a alteração contratual, por deliberação m

ajoritária do capital social, quando houver cláusula restritiva;

VII - os contratos sociais ou suas alterações em

que haja incorporação de imóveis à

sociedade, por instrumento particular, quando do instrum

ento não constar:

a) a descrição e identificação do imóvel, sua área, dados relativos à sua titulação, bem

com

o o número da m

atrícula no registro imobiliário;

b) a outorga uxória ou marital, quando necessária;

VIII - os contratos ou estatutos de sociedades m

ercantis, ainda não aprovados pelo G

overno, nos casos em que for necessária essa aprovação, bem

como as posteriores

alterações, antes de igualmente aprovadas.

44

Parágrafo único. A

junta não dará andamento a qualquer docum

ento de alteração de firm

as individuais ou sociedades, sem que dos respectivos requerim

entos e instrumentos

conste o Núm

ero de Identificação de Registro de E

mpresas (N

ire).

SE

ÇÃ

O III

Da O

rdem dos S

erviços

SU

BS

ÃO

I

Da A

presentação dos Atos e A

rquivamento

Art. 36. O

s documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a

arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data

retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivam

ento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder.

Art. 37. Instruirão obrigatoriam

ente os pedidos de arquivamento:

I - o instrumento original de constituição, m

odificação ou extinção de empresas

mercantis, assinado pelo titular, pelos adm

inistradores, sócios ou seus procuradores;

II - declaração do titular ou administrador, firm

ada sob as penas da lei, de não estar im

pedido de exercer o comércio ou a adm

inistração de sociedade mercantil, em

virtude de condenação crim

inal; (Redação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001) (V

ide Lei nº 9.841, de 1999) III - a ficha cadastral segundo m

odelo aprovado pelo DN

RC

;

IV - os com

provantes de pagamento dos preços dos serviços correspondentes;

V - a prova de identidade dos titulares e dos adm

inistradores da empresa m

ercantil.

Parágrafo único. A

lém dos referidos neste artigo, nenhum

outro documento será exigido

das firmas individuais e sociedades referidas nas alíneas a, b e d do inciso II do art. 32.

Art. 38. P

ara cada empresa m

ercantil, a junta comercial organizará um

prontuário com

os respectivos documentos.

SU

BS

ÃO

II

Das A

utenticações

Art. 39. A

s juntas comerciais autenticarão:

I - os instrumentos de escrituração das em

presas mercantis e dos agentes auxiliares do

comércio;

II - as cópias dos documentos assentados.

Parágrafo único. O

s instrumentos autenticados, não retirados no prazo de 30 (trinta)

dias, contados da sua apresentação, poderão ser eliminados.

SU

BS

ÃO

III

Do E

xame das F

ormalidades

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45

Art. 40. T

odo ato, documento ou instrum

ento apresentado a arquivamento será objeto de

exame do cum

primento das form

alidades legais pela junta comercial.

§ 1º Verificada a existência de vício insanável, o requerim

ento será indeferido; quando for sanável, o processo será colocado em

exigência.

§ 2º As exigências form

uladas pela junta comercial deverão ser cum

pridas em até 30

(trinta) dias, contados da data da ciência pelo interessado ou da publicação do despacho.

§ 3º O processo em

exigência será entregue completo ao interessado; não devolvido no

prazo previsto no parágrafo anterior, será considerado como novo pedido de arquivam

ento, sujeito ao pagam

ento dos preços dos serviços correspondentes.

SU

BS

ÃO

IV

Do P

rocesso Decisório

Art. 41. E

stão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas com

erciais, na forma

desta lei:

I - o arquivamento:

a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem

como das atas de

assembléias gerais e dem

ais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro P

úblico de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins;

b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de em

presas m

ercantis;

c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conform

e previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

II - o julgamento do recurso previsto nesta lei.

Art. 42. O

s atos próprios do Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e A

tividades Afins,

não previstos no artigo anterior, serão objeto de decisão singular proferida pelo presidente da junta com

ercial, por vogal ou servidor que possua comprovados conhecim

entos de Direito

Com

ercial e de Registro de E

mpresas M

ercantis.

Parágrafo único. O

s vogais e servidores habilitados a proferir decisões singulares serão designados pelo presidente da junta com

ercial.

Art. 43. O

s pedidos de arquivamento constantes do art. 41 desta Lei serão decididos no

prazo máxim

o de 5 (cinco) dias úteis, contados do seu recebimento; e os pedidos constantes

do art. 42 desta Lei serão decididos no prazo máxim

o de 2 (dois) dias úteis, sob pena de ter-se com

o arquivados os atos respectivos, mediante provocação dos interessados, sem

prejuízo do exam

e das formalidades legais pela procuradoria. (R

edação dada pela Lei nº 11.598, de 2007)

SU

BS

ÃO

V

Do P

rocesso Revisional

46

Art. 44. O

processo revisional pertinente ao Registro P

úblico de Em

presas Mercantis e

Atividades A

fins dar-se-á mediante:

I - Pedido de R

econsideração;

II - Recurso ao P

lenário;

III - Recurso ao M

inistro de Estado da Indústria, do C

omércio e do T

urismo.

Art. 45. O

Pedido de R

econsideração terá por objeto obter a revisão de despachos singulares ou de T

urmas que form

ulem exigências para o deferim

ento do arquivamento e será

apresentado no prazo para cumprim

ento da exigência para apreciação pela autoridade recorrida em

3 (três) dias úteis ou 5 (cinco) dias úteis, respectivamente. (R

edação dada pela Lei nº 11.598, de 2007)

Art. 46. D

as decisões definitivas, singulares ou de turmas, cabe recurso ao plenário, que

deverá ser decidido no prazo máxim

o de 30 (trinta) dias, a contar da data do recebimento da

peça recursal, ouvida a procuradoria, no prazo de 10 (dez) dias, quando a mesm

a não for a recorrente.

Art. 47. D

as decisões do plenário cabe recurso ao Ministro de E

stado da Indústria, do C

omércio e do T

urismo, com

o última instância adm

inistrativa.

Parágrafo único. A

capacidade decisória poderá ser delegada, no todo ou em parte.

Art. 48. O

s recursos serão indeferidos liminarm

ente pelo presidente da junta quando assinados por procurador sem

mandato ou, ainda, quando interpostos fora do prazo ou antes

da decisão definitiva, devendo ser, em qualquer caso, anexados ao processo.

Art. 49. O

s recursos de que trata esta lei não têm efeito suspensivo.

Art. 50. T

odos os recursos previstos nesta lei deverão ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias úteis, cuja fluência com

eça na data da intimação da parte ou da publicação do ato no

órgão oficial de publicidade da junta comercial.

Art. 51. A

procuradoria e as partes interessadas, quando for o caso, serão intimadas

para, no mesm

o prazo de 10 (dez) dias, oferecerem contra-razões.

TÍT

ULO

II

Das D

isposições Finais e T

ransitórias

CA

PÍT

ULO

I

Das D

isposições Finais

Art. 52. (V

etado).

Art. 53. A

s alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por escritura pública ou particular, independentem

ente da forma adotada no ato constitutivo.

Art. 54. A

prova da publicidade de atos societários, quando exigida em lei, será feita

mediante anotação nos registros da junta com

ercial à vista da apresentação da folha do Diário

Oficial, ou do jornal onde foi feita a publicação, dispensada a juntada da m

encionada folha.

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47

Art. 55. C

ompete ao D

NR

C propor a elaboração da tabela de preços dos serviços

pertinentes ao Registro P

úblico de Em

presas Mercantis, na parte relativa aos atos de natureza

federal, bem com

o especificar os atos a serem observados pelas juntas com

erciais na elaboração de suas tabelas locais.

Parágrafo único. A

s isenções de preços de serviços restringem-se aos casos previstos

em lei. A

rt. 56. Os docum

entos arquivados pelas juntas comerciais não serão retirados, em

qualquer hipótese, de suas dependências, ressalvado o previsto no art. 58 desta lei.

Art. 57. O

s atos de empresas, após m

icrofilmados ou preservada a sua im

agem por

meios tecnológicos m

ais avançados, poderão ser devolvidos pela juntas comerciais, conform

e dispuser o regulam

ento.

Art. 58. O

s processos em exigência e os docum

entos deferidos e com a im

agem

preservada postos à disposição dos interessados e não retirados em 60 (sessenta) dias da

publicação do respectivo despacho poderão ser eliminados pelas juntas com

erciais, exceto os contratos e suas alterações, que serão devolvidos aos interessados m

ediante recibo.

Art. 59. E

xpirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determ

inado, esta perderá a proteção do seu nom

e empresarial.

Art. 60. A

firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivam

ento no período de dez anos consecutivos deverá com

unicar à junta comercial que deseja m

anter-se em

funcionamento.

§ 1º Na ausência dessa com

unicação, a empresa m

ercantil será considerada inativa, prom

ovendo a junta comercial o cancelam

ento do registro, com a perda autom

ática da proteção ao nom

e empresarial.

§ 2º A em

presa mercantil deverá ser notificada previam

ente pela junta comercial,

mediante com

unicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.

§ 3º A junta com

ercial fará comunicação do cancelam

ento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.

§ 4º A reativação da em

presa obedecerá aos mesm

os procedimentos requeridos para

sua constituição.

Art. 61. O

fornecimento de inform

ações cadastrais aos órgãos executores do Registro

Público de E

mpresas M

ercantis e Atividades A

fins desobriga as firmas individuais e sociedades

de prestarem idênticas inform

ações a outros órgãos ou entidades das Adm

inistrações Federal,

Estadual ou M

unicipal.

Parágrafo único. O

Departam

ento Nacional de R

egistro do Com

ércio manterá à

disposição dos órgãos ou entidades referidos neste artigo os seus serviços de cadastramento

de empresas m

ercantis.

Art. 62. A

s atribuições conferidas às procuradorias pelo art. 28 desta lei serão exercidas, no caso da Junta C

omercial do D

istrito Federal, pelos assistentes jurídicos em

exercício no D

epartamento N

acional de Registro do C

omércio.

Art. 63. O

s atos levados a arquivamento nas juntas com

erciais são dispensados de reconhecim

ento de firma, exceto quando se tratar de procuração.

48

Parágrafo único. A

cópia de documento, autenticada na form

a da lei, dispensa nova conferência com

o original; poderá, também

, a autenticação ser feita pelo cotejo da cópia com

o original por servidor a quem o docum

ento seja apresentado.

Art. 64. A

certidão dos atos de constituição e de alteração de sociedades mercantis,

passada pelas juntas comerciais em

que foram arquivados, será o docum

ento hábil para a transferência, por transcrição no registro público com

petente, dos bens com que o subscritor

tiver contribuído para a formação ou aum

ento do capital social.

CA

PÍT

ULO

II

Das D

isposições Transitórias

Art. 65. A

s juntas comerciais adaptarão os respectivos regim

entos ou regulamentos às

disposições desta lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 66. (V

etado).

Art. 67. E

sta lei será regulamentada pelo P

oder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias

e entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as Leis nºs 4.726, de 13 de julho de

1965, 6.939, de 09 de setembro de 1981, 6.054, de 12 de junho de 1974, o § 4º do art. 71 da

Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963, acrescentado pela Lei nº 6.884, de 09 de dezembro de

1980, e a Lei nº 8.209, de 18 de julho de 1991.

Brasília, 18 de novem

bro de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITA

MA

R F

RA

NC

O

Ciro

Ferre

ira G

om

es

Elc

io Á

lvare

s

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49

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O 2 –

IN

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51

ÍND

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1 – INT

RO

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O................................................................................

CA

PÍT

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O 2 – N

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S BÁ

SICA

S DE

CO

NT

AB

ILID

AD

E.......................

1- C

onceito de Contabilidade.......................................................

2- O

bjeto da contabilidade............................................................ 3-

Entidade....................................................................................

4- U

suário..................................................................................... 5-

Finalidade da contabilidade......................................................

6- Interessados nas inform

ações contábeis................................... 7-

Técnicas contábeis....................................................................

8- A

função do contador............................................................... C

AP

ÍTU

LO

3 – DE

MO

NST

RA

ÇÕ

ES F

INA

NC

EIR

AS E

RE

LA

RIO

S C

ON

BE

IS ..................................................................

1) D

efinições básicas sobre relatórios contábeis............................ 2) R

elatórios contábeis obrigatórios............................................... 3) C

omplem

entação às demonstrações financeiras.......................

52

CA

PÍT

UL

O 1

IN

TR

OD

ÃO

H

á muito vem

se percebendo que noções de contabilidade são essenciais para os profissionais do direito, independentem

ente do ramo jurídico

seguido. Volta e m

eia surgem consultas jurídicas atinentes às áreas tributária e

comercial

e que

impõem

ao

profissional do

direito conhecim

ento de

contabilidade. Em

processos judiciais a escrituração contábil pode ser um ótim

o instrum

ento de prova, cabendo ao profissional atuante na lide saber compreender

o constante nos livros de escrituração e nos demonstrativos contábeis.

A deficiência dos profissionais do direito em

conhecimentos “extra-

jurídicos”, mas de im

portância para atuação do operador do direito, como os

conhecimentos de contabilidade, já fez com

que muitas áreas de direção em

em

presas e em órgãos públicos, que antes era costum

eiramente ocupados por

bacharéis em direito, hoje estejam

sendo ocupadas por profissionais de outras áreas,

como

engenheiros, econom

istas, adm

inistradores, contabilistas

etc. A

necessidade do m

ercado de trabalho e a complexidade cada vez m

aior dos fatos jurídicos traz a iniciativa da faculdade de direito a im

por esta disciplina na sua grade curricular.

V

erdadeiro é, também

, que, como expõem

Sérgio de Iudícibus e

José Carlos M

arion2, os conhecim

entos de contabilidade a serem m

inistrados na faculdade de direito devem

ser limitados, não ensinando aos alunos “com

o fazer um

a a contabilidade”, mas, sim

, ao conteúdo dos relatórios contábeis e à sua interpretação. E

m m

omento algum

deve o estudante de direito estar preocupado com

a escrituração, mas, sim

, ter uma idéia de com

o funciona o ciclo contábil, analisando a origem

das contas e interpretando o seu conjunto.

E

ssa será a diretriz de nossa disciplina.

2 IU

DÍC

IBU

S, S

érgio de. Cu

rso d

e Co

nta

bilid

ad

e pa

ra n

ão

con

tad

ores. S

ão Paulo : A

tlas, 1999, pp. 15-16

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53

CA

PÍT

UL

O II

N

ÕE

S BÁ

SICA

S DE

CO

NT

AB

ILID

AD

E 3

1 – Conceito de contabilidade

Com

o forma de conhecim

ento, é a ciência que tem com

o objetivo observar, registrar e inform

ar os fatos econômico-financeiros acontecidos dentro de um

patrim

ônio pertencente a uma entidade; m

ediante a aplicação do seu conjunto de princípios, norm

as, técnicas e procedimentos próprios.

Do

ponto de

vista prático,

é um

sistem

a de

informação

e avaliação

destinado a prover seus usuários com dem

onstrações e análises de natureza econôm

ica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto

de contabilização.

2 - Objeto

O O

BJE

TO

da Contabilidade é o patrim

ônio das entidades (entendendo-se com

o entidade qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrim

ônio) e, m

ais especificam

ente, os

atos negociais

que m

odificam

esse patrim

ônio. P

atrimônio adm

inistrável e em constante alteração.

3- Entidade

E

ntidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrim

ônio

4- Usuário

U

suário é toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determ

inada entidade, seja tal entidade empresa,

ente de finalidades não lucrativas, ou mesm

o patrimônio fam

iliar. 3

O

conteúdo deste

capítulo é

extraído, entre

outros do

site

ww

w.covesa.hpg.ig.com

.br/CG

1_Aula1_conceitos_basicos.htm

e da

obra “

Curso

de C

ontabilidade para

não contadores” de S

érgio de Iudícibus e José Carlos M

arion (São P

aulo : Atlas, 1999, 2

a edição)

54

5- Finalidade da contabilidade

E

m todos os dias da nossa vida estam

os tomando decisões e, para cada

decisão, dirigimos o nosso raciocínio, o nosso juízo de valor, para circunstâncias

que envolvem a situação a ser decidida, obtendo inform

ações, dados sobre a realidade para que, a partir daí, decidam

os.

Im

aginem que um

a determinada em

presa dá um lucro de 1%

ao mês

sobre o capital investido na sua produção. Se tem

os conhecimento que o m

esmo

capital investido no mercado financeiro nos rende, por exem

plo, 5% ao m

ês, terem

os que nos perguntar : Com

pensa a continuação dessa atividade empresária

? Vejam

que, para uma consciente resposta a essa pergunta, devem

os estar cercados de dados, de inform

ações, não somente a respeito dos atos negociais

praticados pela

empresa,

como

também

sobre

os juros

pagos no

mercado

financeiro.

O

utras situações

internas da

própria em

presa tam

bém

têm

decisões atreladas a inform

ações, a dados a respeito dos seus atos negociais. Muitas vezes

necessitamos

modificar

a estrutura

da nossa

produção para

lucrar m

ais, viabilizando a atividade. O

ra, as informações sobre os atos negociais da em

presa serão extraídas da escrituração contábil (que, lem

bremos, são as anotações sobre

os atos negociais da empresa, procedidas sob um

a técnica específica, que é a técnica contábil) e dos relatórios contábeis dela extraídos.

É

correto afirmar tam

bém que a contabilidade perm

ite a cada grupo de usuários a avaliação da situação econôm

ica e financeira da entidade, num sentido

estático, bem com

o fazer inferências sobre suas tendências futuras

P

odemos,

assim,

apontar, de

forma

específica, as

finalidades da

contabilidade:

a) Controlar o patrim

ônio das entidades

b) Apurar o resultado das entidades

c) Prestar inform

ações sobre o patrimônio, sobre o resultado das entidades aos

diversos usuários das informações contábeis.

6 – Interessados nas informações contábeis

Em

item anterior, conceituam

os usuário como toda pessoa física ou

jurídica que

tenha interesse

na avaliação

da situação

e do

progresso de

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55

determinada

entidade, seja

tal entidade

empresa,

ente de

finalidades não

lucrativas, ou mesm

o patrimônio fam

iliar E

, quando

do estudo

sobre “escrituração”

em

Direito

Com

ercial, constatam

os que a escrituração possui funções internas (gerencial) e funções externas (docum

ental e fiscal).

Assim

, não se tem dúvida de que as inform

ações constantes dos relatórios contábeis

são de

extrema

utilidade para

o em

presário ou

para a

sociedade em

presária no sentido de saber a real situação da sua atividade econômica

(função gerencial). No entanto, terceiros que se encontram

fora da empresa ou

não exercem cargo diretivo dentro da em

presa também

têm interesse no conteúdo

dos relatórios contábeis (funções documental e fiscal)

Passam

os, abaixo, a apontar terceiros que têm interesse nos relatórios

contábeis para tomar decisões fora dos lim

ites da empresa:

- Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a situação econôm

ico-financeira da empresa; dessa form

a, o investidor tem em

mãos os

elementos

necessários para

decidir sobre

as m

elhores alternativas

de investim

entos. Os relatórios evidenciam

a capacidade da empresa em

gerar lucros e outras inform

ações; - F

ornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a

capacidade de pagamento da em

presa compradora

- Bancos: utilizam

os relatórios para aprovar empréstim

os, limite de crédito etc

- Governo : não só usa os relatórios com

a finalidade de arrecadação de impostos,

como tam

bém para dados estatísticos, no sentido de m

elhor redimensionar a

economia (IB

GE

, por exemplo)

- Sindicatos : utilizam

os relatórios para determinar a produtividade do setor,

fator preponderante para reajuste de salário - O

utros interessados: funcionários (quer saber se a empresa tem

condições de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, com

o a C

VM

(C

omissão

de V

alores M

obiliários), o

CR

C

(Conselho

Regional

de C

ontabilidade), concorrentes etc

7 – Técnicas contábeis

No item

“1”, afirmam

os que, como form

a de conhecimento, a

contabilidade é uma ciência e, por conseqüência, um

a técnica (conjunto de

56

procedimentos ligados a um

a arte ou ciência4) destinada à análise/verificação de

um determ

inado objeto.

Tam

bém já afirm

amos que o objeto da contabilidade é o patrim

ônio das entidades (entendendo-se com

o entidade qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um

patrimônio) e, m

ais especificamente, os atos negociais que

modificam

esse patrimônio.

No desenvolvim

ento da atividade contábil existem várias técnicas

utilizadas, isto

é, vários

procedimentos

de análise

dos atos

negociais de

determinada entidade. C

itemos tais técnicas:

a) Escrituração : que é a técnica pela qual os fatos que ocorrem

na entidade influenciando o seu patrim

ônio são registrados (anotados).

b) Dem

onstrações contábeis : que são relatórios onde são agrupados e divulgados os fatos. C

ada relatório é feito para atender a uma finalidade específica.

c) Auditoria: é o exam

e da "documentação contábil" obedecendo às norm

as especiais de procedim

entos a fim de verificar se os dem

onstrativos apresentados representam

com fidelidade a situação patrim

onial.

d) Análise de balanços : é a utilização de m

étodos e processos específicos na decom

posição, com

paração e

interpretação do

conteúdo das

demonstrações

contábeis para determinar a capacidade de pagam

ento da empresa, o grau de

solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrim

onial e outros.

8) A função do contador

A

função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da

Contabilidade para a tom

ada de decisões, utilizando para tal as técnicas da contabilidade.

O código civil de 2002 dedica o seu artigo 1.177 à análise da atividade do

contabilista, normatizando que:

“ A

rt. 1.177.

Os

assentos lançados

nos livros

ou fichas

do preponente,

por qualquer

dos prepostos

encarregados de

sua escrituração, produzem

, salvo se houver procedido de má-fé, os

mesm

os efeitos como se fosse por aquele.

Parágrafo único. N

o exercício de suas funções, os prepostos são pessoalm

ente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos

4 S

ignificado extraído do Dicionário H

ouaiss da Língua P

ortuguês, em versão inform

atizada acessada pelo site w

ww

.uol.com.br

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57

culposos; e, perante terceiros, solidariamente com

o preponente, pelos atos dolosos.”

C

omentando o citado artigo, R

icardo Fiuza

5 afirma que “o contabilista é

preposto encarregado

da escrituração

contábil da

empresa,

exercendo am

profissão de contador ou técnico contábil de acordo com

as normas do D

ecreto-L

ei 806/69 e Decreto no. 66.408/70. O

s registros lançados pelo contabilista nos livros e docum

entos da escrituração da empresa consideram

-se realizados pelo próprio proponente, salvo se for verificado que o preposto agiu de m

á-fé. Com

o regra geral de responsabilidade na relação de preposição, o parágrafo único deste artigo estabelece que haverá responsabilidade objetiva da em

presa quando o preposto venha a causar dano a terceiro em

virtude de ato culposo, cabendo ao preponente

indenizar os

prejuízos causados,

com

ação regressiva

contra o

responsável. No caso de ato doloso, ocorrerá situação de solidariedade, devendo

o preponente ser demandado juntam

ente com o preposto para o ressarcim

ento de prejuízos provocados a terceiros.

Ilustração sobre a área de atuação do contador: $$$$ ____ A

dministração

$$$$

------ Investidores $$$$

Bancos

$$$$

----- Governo

$$$$

----- Outros

interessados $$$$ $$$$

------

--------------------------------------------------------------------------------------------------- A

tos

Coleta de

Registro de dados

Relatórios U

suários N

egociais D

ados e processam

ento

(tom

ada de decisão) D

a E

ntidade

5 F

IUZ

A, R

icardo (coord.). No

vo C

ód

igo

Civil C

om

enta

do. São P

aulo : Saraiva, 2002, p . 1047

58

CA

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O III

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MO

NST

RA

ÇÕ

ES F

INA

NC

EIR

AS E

R

EL

AT

ÓR

IOS C

ON

BE

IS 1) D

efinições básicas sobre relatórios contábeis 6

Relatório contábil é a exposição resum

ida e ordenada de dados colhidos pela

contabilidade. E

le objetiva

relatar às

pessoas que

utilizam

os dados

contábeis (usuários)

os principais

fatos registrados

por aquele

setor em

determ

inado período.

Os

relatórios contábeis

são tam

bém

conhecidos com

o “inform

es contábeis” e se classificam

em o

brig

ató

rios e n

ão

ob

riga

tório

s.

Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei, sendo conhecidos

como “dem

onstrações financeiras” ou “demonstrações contábeis”. S

ão exigidos na totalidade para as sociedades anônim

as e, parte deles, estendida a outros tipos societários, através do Im

posto de Renda.

O

s relatórios contábeis não obrigatório, evidentemente, são aqueles não

exigidos por lei, o que não significa que sejam m

enos importantes. H

á relatórios não obrigatórios im

prescindíveis para a administração.

2) Relatórios contábeis obrigatórios

7

A

Lei

das S

ociedades por

Ações

(Lei

6.404/76), que

é por

muitos

considerado um verdadeiro m

anual das demonstrações contábeis, estabelece que,

ao fim

de

cada exercício

social, a

diretoria fará

elaborar, com

base

na escrituração contábil, as seguintes dem

onstrações financeiras (ou contábeis) �

obrigatórias para as S

/As - :

Balanço P

atrimonial

• D

emonstração do R

esultado do Exercício

• D

emonstração de L

ucros ou Prejuízos A

cumulados ou D

emonstração das

Mutações do P

atrimônio L

íquido; •

Dem

onstrações das Origens e A

plicações de Recursos

8

6 C

onteúdo extraído da obra “ Curso de C

ontabilidade para não contadores” de Sérgio de Iudícibus e José

Carlos M

arion (São P

aulo : Atlas, 1999, 2

a edição) 7 Idem

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59

3) Com

plementação às dem

onstrações financeiras

No m

omento da publicação das D

emonstrações F

inanceiras, as So

cied

ad

es

An

ôn

ima

s deverão informar aos usuários desses relatórios os dados adicionais

seguintes: a) R

elatórios da diretoria (ou da administração)

A

pós a

identificação da

empresa,

na publicação

das D

emonstrações

Financeiras, destaca-se, em

primeiro plano, o R

elatório da Adm

inistração, em

que a diretoria dará ênfase às informações norm

almente de caráter não financeiro

(não monetário). A

s principais informações são

-

dados estatísticos diversos -

indicadores de produtividade -

desenvolvimento tecnológico

- a em

presa no contexto socioeconômico

- políticas diversas: recursos hum

anos, esportação etc -

expectativas com relação ao futuro

- dados do orçam

ento de capital -

projeto de expansão -

desempenho em

relação aos concorrentes etc b) N

otas explicativas

Tam

bém conhecidas com

o “Notas de R

odapé”, as Notas E

xplicativas são norm

almente

destacadas após

as D

emonstrações

Financeiras

(quando publicadas).

A L

ei das Sociedades por ações estabelece que as D

emonstrações serão

complem

entadas por

Notas

Explicativas

e outros

quadros analíticos

ou dem

onstrações necessários para esclarecimento da situação patrim

onial e dos resultados do exercício.

Com

o alguns exemplos de N

otas Explicativas podem

os citar:

- critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam

o lucro; -

obrigações de

longo prazo,

destacando os

credores, taxas

de juros,

garantias à dívida, etc -

composição do capital social por tipo de ações

- ajustes de exercícios anteriores etc

8 A

s Sociedades A

nônimas de C

apital Aberto (que negociam

suas ações na Golsa de V

alores) e as grandes S

/As estão obrigadas à elaboração e publicação da D

emonstração das O

rigens e Aplicações de

Recursos. A

s demais estão desobrigadas em

relação a esta demonstração

60

c) Parecer dos auditores

D

e m

aneira geral,

as sociedades

anônimas

de capital

aberto estão

obrigadas a publicar as Dem

onstrações com o P

arecer de Auditoria.

T

rata-se de parecer de auditor externo, que difere do auditor interno, pois este últim

o é empregado da em

presa enquanto op primeiro não possui nenhum

tipo de vínculo com

a instituição, tendo total independência para manifestar a sua

opinião, daí o título “Auditor Independente”.

O

auditor

independente em

ite sua

opinião inform

ando se

as D

emonstrações F

inanceiras representam adequadam

ente a Situação P

atrimonial e

a Posição F

inanceira na data do exame. Inform

a se as demonstrações foram

levantadas de acordo com

os Princípios F

undamentais de C

ontabilidade e se há uniform

idade em relação ao exercício anterior.

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61

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3

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62

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ÇO

PA

TR

IMO

NIA

L

C

AP

ÍTU

LO

1

INT

RO

DU

ÇÃ

O

N

o início

dos nossos

estudos sobre

contabilidade, objetivam

os introduzir

o aluno

no m

undo contábil,

desejando que

o m

esmo

passasse a

conhecer a

contabilidade, as

suas funções

na em

presa, bem

com

o os

seus principais institutos.

Na apostila “1” apontam

os para conceito de “relatório contábil” (exposição resum

ida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade e que objetiva relatar

às pessoas

que utilizam

os

dados contábeis

(usuários) os

principais fatos

registrados por aquele setor em determ

inado período, apontando a situação patrimonial

ou os resultados alcançados pela entidade) e que “Dem

onstrações Contábeis” é a

denominação para os “relatório contábeis” obrigatórios, isto é, exigidos por lei.

Elencam

os, tam

bém,

as espécies

de dem

onstrações contábeis,

quais sejam

:

• B

alanço Patrim

onial •

Dem

onstração do Resultado do E

xercício •

Dem

onstração de Lucros ou P

rejuízos Acum

ulados ou Dem

onstração das M

utações do Patrim

ônio Líquido;

• D

emonstrações das O

rigens e Aplicações de R

ecursos

Ora, se o nosso objetivo é nos capacitar para a interpretação das diversas

demonstrações contábeis, exigido é que passem

os a estudar individualmente cada um

a dessas dem

onstrações, buscando conhecer as suas funções e o seu conteúdo. Iniciam

os essa

análise porm

enorizada com

a

demonstração

contábil denom

inada “balanço patrimonial”.

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63

CA

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O II

N

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S GE

RA

IS SOB

RE

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

a) Conceito

O

“balanço

patrimonial”

é um

a espécie

de dem

onstração contábil,

sendo identificada com

o a principal demonstração contábil e tem

como objetivo apontar a

posição financeira em determ

inado mom

ento (normalm

ente, no fim do ano) de um

a entidade. E

m outras palavras, o balanço patrim

onial consiste na apresentação dos saldos respectivos de todas as contas da contabilidade de um

a companhia em

uma determ

inada data, dispostos ou arrum

ados de uma form

a relativamente padronizada, com

a finalidade de perm

itir, a quem o analisa, um

a visualização rápida da posição econômico-financeira

dessa companhia naquela data. E

m resum

o, o balanço patrimonial representa um

a fotografia da em

presa em determ

inada data, expressa em valores m

onetários.

O C

onselho Federal de Contabilidade conceitua balanço patrim

onial da seguinte form

a:

"O balanço patrim

onial é a demonstração contábil destinada a

evidenciar, quantitativa

e qualitativam

ente, num

a determ

inada data, a posição patrim

onial e financeira da Entidade".

A expressão “balanço patrim

onial” decorre do equilíbrio Ativo =

Passivo +

PL

, ou da igualdade de A

plicações = O

rigens. Parte da idéia de um

a balança de dois pratos, onde sem

pre encontramos a igualdade. S

ó que, em vez de denom

inarmos balança (assim

com

o Balança C

omercial), denom

inamos no m

asculino: Balanço.

Já a expressão “patrimonial” origina-se do P

atrimônio G

lobal da entidade, ou seja, o conjunto de todos os bens, direitos e obrigações. D

aí se origina a expressão : P

atrimônio L

íquido, que significa a parte residual do patrimônio, a riqueza líquida da

empresa num

processo de continuidade, a Situação L

íquida.

b) Requisitos do balanço patrim

onial

O balanço patrim

onial tem com

o requisitos:

- Cabeçalho: o balanço patrim

onial é composto de um

cabeçalho onde constam:

• N

ome da entidade

• T

ítulo da demonstração (B

alanço Patrim

onial) •

Data do encerram

ento do balanço

- Corpo: o corpo do balanço é constituído por duas colunas: a da esquerda, que

chamam

os Ativo, e a da direita, que cham

amos P

assivo e Patrim

ônio Líquido.

64

- Colunas com

parativas: A lei das S

As (L

ei 6404/76) dispõe que as demonstrações de

cada exercício

sejam

publicadas com

a

indicação dos

valores correspondentes

do exercício anterior. A

ssim, o B

alanço Patrim

onial e todas as Dem

onstrações Financeiras são

apresentados em

duas

colunas: E

xercício A

tual e

Exercício

Anterior.

Essa apresentação facilita ao usuário das dem

onstrações no sentido de observar a evolução de um

ano para outro.

- Redução de dígitos (opcional) : A

Lei das S

/As dispõe que as dem

onstrações financeiras podem

ser publicadas com

a eliminação de dígitos, principalm

ente de núm

eros grande. Podem

os citar como exem

plo 150.000.000, pode-se eliminar 3(três)

dígitos, desde que se coloque no cabeçalho da demonstração a expressão em

milhares

(ou em $ m

il). Pode-se tam

bém elim

inar 6 dígitos, cabendo colocar no cabeçalho a expressão em

milhões (ou em

$ milhões)

c) Visão inicial de um

balanço patrimonial

Ca

beça

lho

Denom

inação da empresa: _____________________________ R

edu

ção

de

díg

itos

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

En

cerrad

o em

: xx

de yyyyyyyy d

e 20

xx

Em

$ Milhões

AT

IVO

P

ASSIV

O

Ano A

tual

Ano

Anterior

Ano A

tual

Ano

Anterior

BE

NS

DIR

EIT

OS

---------

----------

---------

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PA

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TR

IMÔ

NIO

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----------

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----------

----------

Co

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tivas

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65

d) O A

tivo e o Passivo

O

Balanço patrim

onial é constituído de duas colunas (corpo) : a coluna do lado direito é denom

inada de Passivo e P

atrimônio L

íquido. A coluna do lado

esquerdo é denominada A

tivo, o que resulta a seguinte visão simplificada do balanço:

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

AT

IVO

P

ASSIV

O E

PA

TR

IMÔ

NIO

LÍQ

UID

O

La

do

Esq

uerd

o

La

do

Direito

d.1) Ativo

S

ão todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em

dinheiro, que representam

benefícios presentes ou futuros para a empresa. C

abe-nos, tam

bém, apontar o que venha a ser “bens”, “direitos” e “propriedade”:

• B

ens : é toda coisa dotada de utilidade. U

tilidade é a capacidade de satisfazer a um

a necessidade humana. O

s bens avaliáveis em m

oeda que, portanto, podem

ser objeto de troca classificam-se com

o bens econômicos.

Citam

os com

o exem

plos m

áquinas, m

ercadorias em

estoque,

dinheiro(moeda), ferram

entas, mobília, instalações etc.

• D

ireitos: são relações jurídicas que se estabelecem

entre um sujeito ativo

(credor) que pode exigir de outro, o sujeito passivo (devedor), uma prestação

de caráter patrimonial (objeto) em

virtude de uma causa, que pode ser a

vontade das partes (ex-vo

lun

tate) ou por im

posição da lei (ex-leg

e). Os direitos

podem ser vistos com

o bens de posse de terceiros. Tem

os como exem

plo : se a em

presa tem contas a receber, ela tem

dinheiro (bens) de posse de terceiros para receber no futuro. D

e maneira geral, são papéis, títulos etc.

Exem

plos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em

contas bancárias, títulos de crédito etc

O

s bens e direitos que compõem

o ativo devem ter “valor objetivo”,

isto é, serem avaliáveis em

dinheiro.

N

ão são considerados ativo bens como um

a “marca” conhecida no

mercado, vez que, em

bora seja considerado bem, é de difícil avaliação m

onetária, a não ser quando ela é adquirida de terceiros. A

mesm

a coisa acontece com o fundo de

comércio.

66

P

ortanto, para ser Ativo, é necessário preencher 4(quatro) requisitos

simultaneam

ente, quais sejam:

• S

er “bem” ou “direito”

• S

er de “propriedade da empresa”

• S

er mensurável m

onetariamente

• S

er benefício presente ou futuro

d.2) Passivo

Passivo é verbo da voz passiva, isto é, aquele em

que o sujeito sofre a ação. P

or analogia, no passivo figuram as relações jurídicas em

que a empresa está no

pólo passivo da relação como sujeito passivo (devedora) e outra pessoa, física ou

jurídica, figura no pólo ativo como sujeito ativo (credora).

Do

ponto de

vista contábil,

a expressão

“passivo”, num

prim

eiro m

omento,

é entendida

como

um

conjunto form

ado pelo

“passivo exigível”

e o

“patrimônio líquido”, variáveis que com

põem a coluna direita do “corpo” do balanço

patrimonial

Contabilm

ente, o “passivo” (coluna da direita do corpo do balanço) é form

ado pelo “passivo exigível” (que alguns denominam

simplesm

ente de “passivo”) e o “patrim

ônio líquido”. Passem

os a analisar essas variáveis.

d.2.1) Passivo E

xigível

Representa todas as obrigações financeiras que um

a empresa tem

para com

terceiros. É tudo que deve; as dívidas que ela contraiu. P

ara Sérgio de Iudícibus e

José Carlos M

arion9, o passível exigível evidencia toda a obrigação (dívida) que a

empresa

tem

com

terceiros, com

o, por

exemplo,

contas a

pagar, dívidas

com

fornecedores de matéria-prim

a, imposto a pagar, financiam

entos, empréstim

os etc.

Assim

se uma em

presa adquire um veículo para pagam

ento a prazo, a posse do m

esmo representa um

ativo. Mas por outro lado, a em

presa passa a ter uma

obrigação para com a pessoa ou com

panhia que vendeu o veículo. Assim

, ela passa a ter um

a obrigação, que representa um passivo exigível.

Exem

plos de passivo exigível:

- duplicatas a pagar

- salários a pagar

- aluguéis a pagar

9

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67

- encargos sociais a pagar

- juros a pagar

- impostos a pagar

d.2.2) Patrim

ônio Líquido

O patrim

ônio líquido representa o registro do valor que os proprietários de um

a empresa têm

aplicado no negócio. Pode-se tam

bém conceituar patrim

ônio líquido com

o “recursos dos proprietários aplicados no empreendim

ento. O investim

ento inicial dos proprietários (a prim

eira aplicação) é denominada, contabilm

ente, capital. Se

houver outras aplicações por parte dos proprietários (denominados “acionistas” quando

se trata de Sociedade A

nônima e denom

inados “sócios”, quando se trata de outras espécies de sociedade), terem

os acréscimo de capital.

É

certo que o pa

trimô

nio

líqu

ido não cresce apenas com

os novos investimentos

dos proprietários, mas tam

bém, e isto é m

ais comum

, com os rendim

entos resultantes do capital aplicado. E

sse rendimento é cham

ado de “lucro”. O lucro resultante da atividade

operacional da entidade, obviamente, pertence, em

última análise, aos proprietários que

investiram na em

presa (é, portanto, remuneração do capital investido).

D

o lucro

obtido em

determ

inado período

pela atividade

empresarial,

normalm

ente, uma parte é distribuída para os donos do capital (d

ividen

do

s) e outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica retida (a

cum

ula

da) na em

presa.

A

parte do lucro acumulado (retido) é adicionada ao P

atrimônio L

íquido. Dessa

forma, as aplicações dos proprietários (sócios ou acionistas) vão crescendo

Para ilustrar, vam

os admitir que você e um

sócio decidiram abrir um

a empresa.

Mas,

para iniciar

as atividades,

a em

presa necessita

de um

capital

inicial de

$ 20.000.000, que vocês entregam

ao gerente da firma. N

o mom

ento em que a em

presa recebe o dinheiro, a posse deste representa um

ativo. Mas, por outro lado, a em

presa deve registrar que seus proprietários (os sócios) aplicaram

no negócio uma determ

inada quantia, o capital, que representa o patrim

ônio líquido da companhia.

Neste ponto, um

a dúvida muito com

um costum

a surgir. Nós aprendem

os que os bens de um

a empresa representam

o seu patrimônio. P

or que, de repente, o patrimônio

passa a ser chamado ativo e o valor que os proprietários aplicaram

no negócio é denom

inado patrimônio líquido?

A resposta é sim

ples. Suponham

os que você decida comprar um

veículo; porém

uma parte da com

pra será financiada.

Assim

temos:

$

68

V

alor do veículo

10.000

V

alor pago à vista

4.000

V

alor a pagar

6.000

Agora

observe: a

posse do

veículo representa

para você

um

patrimônio,

chamado ativo. A

o mesm

o tempo, o valor que você ficou devendo, representa um

a obrigação e conseqüentem

ente, um passivo exigível. D

essa forma, se você tem

um

patrimônio no valor de $ 10.000, m

as ainda está devendo $ 6.000 referente à sua com

pra, o valor líquido de seu ativo é $ 4.000,00. O que equivale a dizer que seu

patrimônio líquido m

onta em $ 4.000.

V

amos agora a m

ais um conceito de P

atrimônio L

íquido. Láudio C

armargo

Fabretti, em sua obra “D

ireito de Em

presa no Novo C

ódigo Civil” afirm

a que o patrim

ônio líquido é a diferença entre o valor do ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações), e cita o seguinte exem

plo:

A

tivo : Bens 200.000 +

Créditos 300.000 =

500.000

Passivo E

xigível : Obrigações

= (400.000)

Patrim

ônio Líquido(P

L)

100.000

(Observação : N

as demonstrações contábeis, os valores que devem

ser subtraídos (valores negativos) são apresentados entre parêntesis)

N

o exemplo acim

a, o Patrim

ônio Líquido representa o valor contábil da em

presa, ou seja, se ela resolver liquidar seu patrim

ônio, realizando em dinheiros os bens e os

direitos, apurará

500.000. P

agando as

obrigações de

400.000, restará

o saldo

em

dinheiro de 100.000, para o titular ou sócios da empresa. E

sse saldo positivo é o P

atrimônio L

íquido da empresa cujo patrim

ônio foi liquidado.

O

Patrim

ônio liquido demonstra o investim

ento inicial feito na constituição da em

presa, que é registrado como “capital” e suas m

utações (transformações), cujos

resultados, se positivos, representam lucros, se negativos, prejuízos.

E

m síntese, o P

atrimônio L

íquido representa, de forma resum

ida, a história do sucesso ou insucesso da em

presa, que, partindo de um capital inicial, acum

ulou lucros e prejuízos.

O

Patrim

ônio Líquido, na verdade, não é passivo. A

o contrário, representa a diferença positiva entre a som

a do ativo (bens e créditos) e o valor do passivo real (isto é, do passivo exigível, obrigações da em

presa, dívidas da empresa).

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69

D

essa forma, obtém

Equação C

ontábil Básica. A

equação patrimonial é :

Ativo (bens/direitos) = P

assível Exigível (obrigações) + P

atrimônio L

íquido

A

ssim, quando o A

TIV

O é m

aior que o PA

SSIVO

EX

IGÍV

EL

, essa diferença (superávit) representa o P

AT

RIM

ÔN

IO L

ÍQU

IDO

.

70

III – O G

RU

PO

DE

CO

NT

AS N

O B

AL

AN

ÇO

P

AT

RIM

ON

IAL

a) Introdução e conceito de “Contas”

C

omo já analisado anteriorm

ente, o Balanço P

atrimonial é constituído de A

tivo, P

assivo e Patrim

ônio Líquido. O

Ativo, por sua vez, com

põe-se de Bens e D

ireitos aplicados na entidade. O

Passivo e o P

atrimônio L

íquido registram todas as entradas

(orig

ens) de recursos na em

presa.

S

e demonstrássem

os um balanço patrim

onial cujo ativo fosse um “am

ontoado de contas

de bens

e direitos”

(de form

a heterogênea),

teríamos

dificuldades em

ler,

interpretar e analisar o Balanço P

atrimonial. P

or isso, é importante apresentar o B

alanço agrupando-se as contas de m

esmas características, isto é, separando grupos de contas

homogêneas (sem

elhantes, com características sem

elhantes) entre si. Por exsemplo,

poderíamos agrupar as contas C

aixa (dinheiro disponível no caixa da empresa) e B

ancos (depósitos que a em

presa tem nos B

ancos) num único grupo denom

inado “Disponível”

(dinheiro à disposição da entidade).

O

ra, o balanço patrimonial é um

a demonstração m

uito usada por usuários externos à em

presa (como bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até m

esmo donos da

empresa

(sócios ou

acionistas). N

ormalm

ente, esses

usuários não

precisam

ser especialistas

em

Contabilidade.

Daí

o balanço

patrimonial

ser um

a dem

onstração sim

ples e fácil de ser entendida, pois visa mostrar a situação econôm

ico-financeira da em

presa para leigos, motivo pelo qual a estrutura do balanço patrim

onial deve ser a m

ais sim

plificada possível,

o que

evidencia a

necessidade do

agrupamento

das inform

ações (relativas ao ativo, ao passivo e ao patrimônio líquido) através de “contas”,

que poderiam ser conceituadas com

o conjuntos de determinados dados contábeis com

características sim

ilares.

b) Os prazos e a sua im

portância para a formação do grupo de contas

P

ara facilitar a interpretação e análise do balanço, existe uma preocupação

constante em estabelecer um

a adequada distribuição de contas.

D

uas regras básicas orientam a distribuição de contas no B

alanço Patrim

onial:

• Prazo : em

contabilidade CU

RT

O P

RA

ZO

significa no

rma

lmen

te o período de até

1(um)

ano. C

olocando-se na

data do

levantamento

das D

emonstrações

Financeiras a data de 31-12-1998, por exemplo, todas as contas a receber até um

ano, isto é, até 31-12-99, serão agrupadas num

mesm

o título no Ativo, assim

com

o todas as contas a pagar até o final do ano seguinte serão agrupadas num

mesm

o título no passivo. O m

esmo ocorre com

as contas de LO

NG

O P

RA

ZO

(S

UP

ER

IOR

A U

M A

NO

)

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71

• Grau de L

iquidez Decrescente:os itens de m

aior liquidez (mais facilm

ente conversíveis em

dinheiro) são classificados em prim

eiro plano. Os de m

enor liquidez aparecem

em últim

o lugar. Por exem

plo, entre três contas: Estoque,

Disponível (dinheiro no caixa ou depósito da em

presa em B

anco) e Duplicatas a

Receber, o m

ais líquido é o disponível (1o lugar), em

segundo lugar, recebe-se m

ais rapidamente as duplicadas que os estoques (estes possuem

uma liquidez

mais lenta – 3

o. lugar)

c) O realizável a “curto prazo” e o “exigível a curto prazo”

P

odemos relacionar tudo aquilo que a em

presa receberá no Curto P

razo (aquilo que será transform

ado em dinheiro) confrontando com

tudo aquilo que será pago no C

urto prazo:

AT

IVO

P

ASSIV

O

Itens que já são dinheiro ou que serão transform

ados em dinheiro

rapidamente, isto é, em

até 1(um)

ano (curto prazo)

Todas as dívidas (obrigações) que

serão pagas rapidamente, no curto

prazo, isto é até 1 ano

C

omo essas contas recebidas e pagas rapidam

ente se renovam constantem

ente (estão sem

pre girando), foi dado o nome de C

ircula

nte (corrente), tanto para o A

tivo com

o para o Passivo. A

ssim, tem

os:

• A

TIV

O C

IRC

UL

AN

TE

: grupo composto por itens que já são dinheiro ou

que serão transformados em

dinheiro rapidamente (em

até 1 ano).

Com

o, por exemplo, o dinheiro que se encontra no caixa da em

presa, o depósito bancário já disponível para saque, um

a nota promissória em

que a empresa é

beneficiária e vencerá em até 1(um

) ano da data do encerramento do exercício

financeiro que serviu como base para a elaboração do balanço, etc

• P

ASSIV

O

CIR

CU

LA

NT

E:

grupo com

posto pela

dívidas (obrigações)

da em

presa que devem ser pagas rapidam

ente, isto é, em curto prazo, vencendo-se

em até 1 ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço.

72

C

omo, por exem

plo, uma nota prom

issória emitida pela em

presa e que vence em

até 1(um) ano 1(um

) ano a contar da data do encerramento do exercício

financeiro que serviu como base para a elaboração do balanço, o pagam

ento de fornecedores que deve ser feito a curto prazo, isto é, em

até 1 ano.

De outro lado, se a em

presa espera muito tem

po (mais de 1 ano) para

receber determinados créditos (isto é, determ

inado bem), podem

os chamar esses

créditos como grupo “R

ealizável a Longo P

razo”. E m

ais, caso se trate de dívidas (obrigações) da em

presa que tenham vencim

entos a longo prazo, isto é, que devam

ser pagas, ou melhor, que vencem

, em período superior 1(um

) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu como base para a elaboração do

balanço, reunimos dívidas no grupo denom

inado “Exigível a L

ongo Prazo”.

N

este ponto, temos :

• R

EA

LIZ

ÁV

EL

A L

ON

GO

PR

AZ

O : grupo form

ado por créditos que serão recebidos pela em

presa a Longo P

razo, isto é, que devem ser recebido

em até 1(um

) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro

que serviu como base para a elaboração do balanço.

Exem

plifiquemos : a em

presa é beneficiária de uma nota prom

issória que vencerá em

período superior 1(um) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço. T

rata-se referido direito (de crédito) de um item

que se enquadro no grupo “R

ealizável a Longo P

razo”.

• E

XIG

ÍVE

L

A

LO

NG

O

PR

AZ

O

: grupo

formado

por dívidas

da em

presa que têm vencim

ento em período superior a 1(um

) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu como base para a

elaboração do balanço.

Apresentem

os exemplos: a em

presa é emissora de um

a nota promissória que

tem vencim

ento em período superior a 1(um

) ano a contar da data do encerram

ento do

exercício financeiro

que serviu

como

base para

a elaboração do balanço

Por fim

, temos no ativo o grupo dos itens que a em

presa não receberá, pois não estão a venda, m

as, sim, destinados ao uso e à renda. E

sses itens permanecem

por

muito

tempo

dentro da

empresa,

daí serem

cham

ados de

“permanentes”,

formando o grupo do “A

tivo Perm

anente”:

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73

• A

TIV

O

PE

RM

AN

EN

TE

:

grupo form

ado por

itens que

a em

presa não

receberá, pois não estão a venda, mas, sim

, destinados ao uso e à renda. Esses

itens permanecem

por muito tem

po dentro da empresa, daí serem

chamados de

“permanentes”.

Exem

plifiquemos : fazem

parte do ativo permanente o m

aquinário que é utilizado na produção da em

presa, a mobília disposta no setor adm

inistrativo da em

presa etc.

74

d) Segunda visão (intermediária) do B

alanço Patrim

onial

Nom

e do empresário ou da sociedade em

presária: ___________________________

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

En

cerrad

o em

: xx

de yyyyyyyy d

e 20

xx

Em

$ Milhões

AT

IVO

P

ASSIV

O E

PA

TR

IMÔ

NIO

LÍQ

UID

O

Circulante

São

contas que

estão constantem

ente em

giro

– em

m

ovimento – sendo que a conversão em

dinheiro será, no m

áximo, em

até 1(um)

ano a contar da data do encerramento do

exercício financeiro

que serviu

como

base para a elaboração do balanço

Realizável a longo prazo

São

bens e

direitos que

se transform

arão em dinheiro em

período superior 1(um

) ano a contar da data do encerram

ento do

exercício financeiro

que serviu como base para a elaboração

do balanço

Perm

anente

São bens e D

ireitos que não se destinam

a venda e tem vida

útil, no caso de bens, longa

Circulante

São

obrigações (dívidas)

que serão

liquidadas (pagas) no máxim

o em até 1(um

) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço

Exigível a longo prazo

São as obrigações (dívidas) que serão

liquidadas (pagas)

em

período superior

a 1(um

) ano a contar da data do encerramento

do exercício

financeiro que

serviu com

o base para a elaboração do balanço

Patrim

ônio Líquido

São

os recursos

dos proprietários aplicados na em

presa. O

s recursos

significam

o C

apital m

ais o

seu rendim

ento L

ucros e

Reservas

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75

IV – O

S GR

UP

OS D

E C

ON

TA

S DO

AT

IVO

S

ituando-nos na

matéria,

estamos

a estudar

o “ativo”

do balanço

patrimonial. N

o capítulo anterior, concluímos que o ativo é form

ado por três grandes grupos de contas, quais sejam

: “Ativo C

irculante” (contas que estão constantemente

em giro – em

movim

ento – sendo que a conversão em dinheiro será, no m

áximo, em

até 1(um

) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço ), “R

ealizável a Longo P

razo” (bens e direitos que se transform

arão em dinheiro em

período superior 1(um) ano a contar da data do

encerramento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço ) e “A

tivo Perm

anente” (bens e Direitos que não se destinam

a venda e tem

vida útil, no caso de bens, longa).

A

gora, o nosso objetivo é estudar os itens que fazem parte de cada grupo

do ativo. Vam

os lá:

a) Itens que compõem

o “Ativo C

irculante”

O

dinheiro (à disposição no caixa da empresa ou depositado no banco e à

disposição para saque), que é o item m

ais líquido, é agrupado com outros itens que

serão transformados em

dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro

de um

ano,

quais sejam

:

“Contas

a receber”,

“ Investim

entos T

emporários”

e “E

stoques”. Este grupo denom

ina-se Ativo C

irculante

C

onceituemos cada um

desses itens do “Ativo C

irculante”:

• D

isponível : é o dinheiro à disposição no caixa da empresa ou depositado no

banco e à disposição para saque

• C

ontas a receber: são valores ainda não recebidos decorrentes de vendas de m

ercadorias ou prestação de serviços a prazo e que deverão ser recebidos, no m

áximo, em

até 1(um) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço . São valores a

receber de cliente, também

denominados duplicadas a receber.

• E

stoques : são mercadorias a serem

revendidas. No caso da indústria, são os

produtos acabados, bem com

o matéria-prim

a e outros materiais secundários que

compõem

o produto em fabricação.

76

• Investim

ento temporário

: são aplicações realizadas normalm

ente no mercado

financeiro com excedente do C

aixa. São investim

entos por um curto período,

pois, tão logo a empresa necessite do dinheiro ela se desfaz da aplicação.

b) Itens que compõem

o grupo “Realizável a longo prazo”

O

s itens que compõem

o “Realizável a longo prazo” são ativos de m

enor liquidez, isto é, que se transform

am em

dinheiro mais lentam

ente do que os itens do grupo do “A

tivo Circulante”. C

omo já vim

os, o grupo “Realizável a L

ongo Prazo” é

formado por bens e direitos que se transform

arão em dinheiro em

período superior 1(um

) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço.

N

este item, são classificados os em

préstimos ou adiantam

entos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc, além

dos títulos a receber no L

ongo Prazo.

c) Itens que compõem

o grupo “Ativo P

ermanente”

O

grupo

“Ativo

Perm

anente”tem

como

itens ativos

(bens e

direitos) que

dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é não se destinarem

à venda. P

ortanto, pode-se dizer que são itens sem nenhum

a liquidez para a empresa.

O

utra característica do Ativo P

ermanente é ser form

ado por itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do “A

tivo Circulante”, é

lenta. Seus valores não variam

constantemente, daí a denom

inação de Ativo F

ixo.

N

o Ativo P

ermanente, encontram

-se prédios, instalações, equipamentos, m

óveis, utensílios...pelo

seu valor

bruto. C

om

a dedução

do valor

bruto encontra-se

a D

epreciação A

cumulada

que é

a perda

da capacidade

(pelo desgaste

ou pela

deterioração tecnológica) daqueles ativos de produzirem eficientem

ente. Assim

, tem-se

o valor Líquido (V

alor Bruto (-) D

epreciação Acum

ulada) que deve aproximar-se do

valor daqueles ativos em term

os de potencial capaz de trazer benefícios futuros para a em

presa.

O

“ativo permanente” divide-se em

3(três) grupos de itens, quais sejam:

• Investimento : são as participações (que não se destinam

a venda) em

outras sociedades e outras aplicações de característica permanente que

não se destinam à m

anutenção da atividade operacional da empresa, tais

como : im

óveis alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras

de arte etc.

Exem

plifiquemos: o fato de um

a empresa que fabrica carros (atividade

operacional/objeto social) ter comprado obras de arte, terrenos para

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77

especular preços etc, em nada vai afetar o seu negócio (de fabricar

carros)

• Imobilizado : as aplicações que tenham

por objetivo bens destinados à m

anutenção da atividade operacional da empresa, tais com

o : imóvel

(onde está sediada a empresa), instalações, m

óveis e utensílio, veículos, m

áquinas e equipamentos, m

arcas e patentes etc

• Diferido : são as aplicações de recursos em

despesas, ou gastos, que contribuem

para obtenção de renda ou para a formação do resultado de

mais de um

(vários) exercício social, tais como: gastos pré-operacionais,

gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvimento de produtos etc.

O caso m

ais comum

de Diferido são os G

astos Pré-O

peracionais, em

que a empresa “investe” recursos antes de com

eçar a operar (funcionar): propaganda institucional, contratação

e treinamento de funcionários,

abertura de firma etc. G

raças a estes gastos, por um longo período,

teoricamente, a em

presa terá direito a uma série de benefícios quando

começar a operar: já é conhecida no m

ercado (a empresa ou o produto),

tem um

a boa equipe de trabalho, está legalmente constituída etc.

O diferido refere-se basicam

ente a gastos com serviços no sentido de

beneficiar a

empresa

por vários

anos. G

rosso m

odo, difere

de Investim

entos (C

ompra

de A

ções, T

errenos etc)

e do

Imobilizado

(Máquinas, veículos, m

óveis e utensílios etc), pois estes, normalm

ente, se referem

à aquisição de bens e direitos e aquele (diferido), quase sem

pre, são remunerações por serviços, que beneficiarão a em

presa por vários anos.

78

V - O

S GR

UP

OS D

E C

ON

TA

S DO

PA

SSIVO

Já analisam

os que a coluna do passivo é formada por alguns grupos, quais

sejam:

“P

assivo C

irculante”, “E

xigível a

Longo

Prazo”

e “P

atrimônio

Líquido”.

Passem

os a analisar mais alguns detalhes de cada um

desses grupos :

• “P

assivo Circulante”

São obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) no m

áximo em

até 1(um) ano

a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço, com

o : contas a pagar, dívidas com fornecedores de m

ercadoria ou de m

atérias-primas, im

postos a recolher, os empréstim

os bancários com vencim

entos em

até 1(um) ano a contar da data do encerram

ento do exercício financeiro que serviu com

o base para a elaboração do balanço, as provisões de pagamentos (que são despesas

incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela em

presa, como Im

posto de R

enda, Férias, 13o salário, S

alários a Pagar, E

ncargos Sociais a P

agar etc).

• “Exigível a longo prazo”

São as obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) em

período superior a 1(um

) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu

como base para a elaboração do balanço

• P

atrimônio L

íquido

São os recursos dos proprietários aplicados na em

presa. Os recursos

significam o C

apital mais o seu rendim

ento Lucros e R

eservas acumulados

no decorrer dos anos e retidos na empresa, isto é, ainda não distribuídos e

ainda não incorporados ao capital.

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79

VI – V

ISÃO

CO

MP

LE

TA

DO

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

Ante o todo estudado, apresentam

os abaixo o esqueleto completo do balanço

patrimonial :

Nom

e do empresário ou da sociedade em

presária: ___________________________

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

En

cerrad

o em

: xx

de yyyyyyyy d

e 20

xx

Em

$ Milhões

AT

IVO

P

ASSIV

O E

PA

TR

IMÔ

NIO

LÍQ

UID

O

Circulante S

ão contas

que estão

constantemente

em

giro – em m

ovimento – sendo que a conversão

em dinheiro será, no m

áximo, em

até 1(um) ano

a contar da data do encerramento do exercício

financeiro que

serviu com

o base

para a

elaboração do balanço R

ealizável a longo prazo S

ão bens e direitos que se transformarão em

dinheiro em

período superior 1(um) ano a contar

da data do encerramento do exercício financeiro

que serviu

como

base para

a elaboração

do balanço P

ermanente

São bens

e D

ireitos que

não se

destinam a venda e tem

vida útil, no caso de bens, longa

- Investimento

são as

participações (que

não se

destinam

a venda) em

outras sociedades e outras aplicações de característica perm

anente que não se destinam

à m

anutenção da

atividade operacional

da em

presa, tais

como

: im

óveis alugados

a terceiros (não de uso, m

as para renda), obras de arte etc. - Im

obilizado são as aplicações que tenham

por objetivo bens destinados

à m

anutenção da

atividade operacional

da em

presa, tais

como

: im

óvel (onde

está sediada

a em

presa), instalações,

móveis

e utensílio,

veículos, m

áquinas e

equipamentos, m

arcas e patentes etc - D

iferido são as aplicações de recursos em

despesas, ou gastos, que

contribuem

para obtenção

de renda

ou para

a form

ação do resultado de mais de um

(vários) exercício social, tais com

o: gastos pré-operacionais, gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvim

ento de produtos etc.

Circulante

São

obrigações (dívidas)

que serão

liquidadas (pagas) no m

áximo em

até 1(um) ano a contar da

data do encerramento do exercício financeiro que

serviu como base para a elaboração do balanço

E

xigível a longo prazo S

ão as obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) em

período superior a 1(um) ano a contar da

data do encerramento do exercício financeiro que

serviu como base para a elaboração do balanço

P

atrimônio L

íquido S

ão os

recursos dos

proprietários aplicados

na em

presa. O

s recursos

significam o C

apital mais o seu rendim

ento L

ucros e Reservas

80

5.7.2 - Grupos que form

am o B

alanço Patrim

onial

Com

o já dito, o balanço patrimonial consiste na apresentação das contas classificadas

por grupos, de acordo com sua natureza e sob o ponto de vista m

onetário.

No B

rasil, a Lei nº 6.404 de 15 de dezem

bro de 1976 (Lei das S

ociedades por Ações)

padronizou o título de cada grupo do balanço. Assim

, o balanço patrimonial deve ser

apresentado com as contas classificadas nos seguintes grupos:

No A

tivo

- Circulante

- Realizável a longo prazo

- Perm

anente

Investim

ento

Im

obilizado

D

iferido

No P

assivo

- Circulante

- Exigível a longo prazo

- Resultado de exercícios futuros

- Patrim

ônio líquido

Deve ser observado que a apresentação das contas do ativo em

grupos obedece a uma

ordem decrescente de grau de liquidez, representando esta a m

aior ou menor facilidade

com que determ

inados bens são transformados em

numerário.

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81

Assim

, o critério de classificação das contas, dentro de cada grupo do ativo, está diretam

ente relacionado com os fatores: tem

po, intenção e dinheiro. O título de cada

grupo indica qual o tempo necessário à com

panhia para transformar seus ativos em

dinheiro, de acordo com

suas intenções (existem bens que a com

panhia não deseja lado, o critério para classificação das contas do passivo dentro de cada grupo repousa na condição de as contas representarem

ou não exigibilidades para a companhia. E

m caso

afirmativo, a classificação se fará de acordo com

o prazo que a companhia terá para

pagar suas dívidas. Se as contas, entretanto, não representarem

exigibilidades, serão classificadas com

o patrimônio líquido, com

exceção das contas classificadas como

resultados de exercícios futuros.

BA

LA

O P

AT

RIM

ON

IAL

AT

IVO

P

ASSIV

O

C I R

C U

L A

N T

E

C I R

C U

L A

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DIS

PO

NIB

ILID

AD

ES

C

DIT

OS

DE

CU

RT

O P

RA

ZO

E

XIG

ÍVE

L A

LO

NG

O P

RA

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E

ST

OQ

UE

S

D

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PE

SA

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NT

EC

IPA

DA

S

R

ESU

LT

AD

O D

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XE

RC

ÍCIO

S F

UT

UR

OS

R

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LIZ

ÁV

EL

A L

ON

GO

PR

AZ

O

P E

R M

A N

E N

T E

P

AT

RIM

ÔN

IO L

ÍQU

IDO

IN

VE

ST

IME

NT

OS

IMO

BIL

IZA

DO

D

IFE

RID

O

82

g) Exercício Social

Quando um

a empresa é constituída, seus proprietários estabelecem

uma determ

inada data, considerada oficialm

ente como aquela de encerram

ento do exercício social, ou seja, aquela data em

que a companhia faz um

levantamento do seu ativo, passivo

exigível e patrimônio líquido, após um

período de doze meses de atividades.

Dessa form

a, o exercício social corresponde a um período contábil de doze m

eses, encerrado em

determinada data (norm

almente no últim

o dia de algum m

ês). Entretanto,

nem sem

pre o exercício social compreende as atividades de um

a companhia durante

doze meses. S

upondo que uma em

presa seja constituída em 1º de junho de 19X

A, e que

estabeleça como data de encerram

ento do exercício social 31 de dezembro de cada ano,

no primeiro ano de operações o período contábil com

preenderá as transações de apenas sete m

eses. Nos anos subseqüentes, porém

, o período contábil de cada exercício terá a duração de doze m

eses. Um

outro exemplo se verifica quando, a com

panhia decide m

udar a data de encerramento do exercício social. N

esse caso, o período contábil poderá englobar m

ais meses ou m

enos do que o período normal de doze.

No final de seu exercício social. T

oda empresa deve apurar o resultado entre despesas e

receitas obtidos no período. Esse resultado irá aum

entar (se for lucro) ou diminuir (se

for prejuízo) o patrimônio líquido da em

presa.

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83

AN

EX

O 4

N

ÕE

S DE

D

EM

ON

STR

ÃO

D

E R

ESU

LT

AD

O

DO

EX

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CÍC

IO

84

NO

ÇÕ

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BR

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EM

ON

STR

ÃO

DO

RE

SUL

TA

DO

D

O E

XE

RC

ÍCIO

CA

PÍT

UL

O 1

IN

TR

OD

ÃO

No

início dos

nossos estudos

sobre contabilidade,

objetivamos

introduzir o

aluno no

mundo

contábil, desejando

que o

mesm

o passasse

a conhecer

a contabilidade,

as suas

funções na

empresa,

bem

como

os seus

principais institutos. N

a apostila “1” apontamos para conceito de “relatório contábil”

( exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade e que objetiva

relatar às

pessoas que

utilizam

os dados

contábeis (usuários)

os principais

fatos registrados por aquele setor em

determinado período, apontando a situação patrim

onial ou os resultados alcançados pela entidade) e que “D

emonstrações C

ontábeis” é a denom

inação para os “relatório contábeis” obrigatórios, isto é, exigidos por lei. E

lencamos,

também

, as

espécies de

demonstrações

contábeis, quais

sejam:

Balanço P

atrimonial

• D

emonstração do R

esultado do Exercício

• D

emonstração de L

ucros ou Prejuízos A

cumulados ou D

emonstração das

Mutações do P

atrimônio L

íquido; •

Dem

onstrações das Origens e A

plicações de Recursos

O

ra, se o nosso objetivo é nos capacitar para a interpretação das diversas dem

onstrações contábeis, exigido é que passemos a estudar individualm

ente cada uma

dessas demonstrações, buscando conhecer as suas funções e o seu conteúdo.

N

a “apostila 2”, abordamos o “B

alanço Patrim

onial”, destacando não só os objetivos dessa dem

onstração contábil, como tam

bém estudando os grande grupos de

ativo (ativo circulante, realizável a curto prazo e realizável a longo prazo) e do passivo (passivo circulante, exigível a longo prazo e patrim

ônio líquido).

N

esta “apostila

3”, o

nosso objetivo

é introduzir

conhecimentos

a respeito da “D

emonstração de R

esultado do Exercício”, analisando o seu conceito, seus

objetivos e os grupos de contas que a formam

.

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85

CA

PÍT

UL

O II

N

ÕE

S GE

RA

IS SOB

RE

“DE

MO

NST

RA

ÇÃ

O D

E

RE

SUL

TA

DO

DO

EX

ER

CÍC

IO”

a) Conceito

P

rimeiram

ente, tem

os que

destacar que

a “D

emonstração

de R

esultado do

Exercício” é um

a espécie de demonstração contábil.

L

embrem

os que “demonstração contábil” é todo “relatório contábil” (exposição

resumida e ordenada dos dados colhidos na escrituração contábil e que objetiva relatar

às pessoas que utilizam os dados contábeis (usuários) os principais fatos registrados por

aquele setor em determ

inado período, apontando a situação patrimonial ou os resultados

alcançados pela entidade) exigido por lei.

M

elhor esclarecendo, através da escrituração contábil, são anotados em livros

próprios (livros comerciais e livros contábeis) os principais atos negociais da entidade

(pessoa física ou jurídica que detém um

patrimônio), sendo que, para facilitar o acesso a

esses dados pelos usuários (aqueles que possuem algum

interesse no conhecimento das

informações contábeis da entidade), são elaborados os “relatórios contábeis”, tam

bém

denominados de “inform

es contábeis”. E, finalm

ente, os “relatórios contábeis” exigidos por lei recebem

o nome de “dem

onstrações contábeis”.

R

etornando à nossa afirmação inicial de que a “D

emonstração de R

esultado do E

xercício (DR

E)” é um

a espécie de demonstração contábil, acrescentam

os que a DR

E

objetiva mostrar o resultado (lucro ou prejuízo) da entidade num

determinado período,

bem com

o se chegou ao referido resultado.

Finalm

ente, podemos conceituar “D

emonstração de R

esultado do Exercício”

como

a espécie

de dem

onstração contábil

que objetiva

mostrar

o resultado

de determ

inada entidade num determ

inado período, bem com

o mostrar a form

a como se

alcançou referido resultado.

b) Objetivo

C

omo consta de seu próprio conceito a D

RE

tem por objetivo:

- apontar o resultado (lucro ou prejuízo) de uma determ

inada entidade em determ

inado período; e

- expor a forma com

o esse resultado (lucro ou prejuízo) foi alcançado.

86

c) Sistema utilizado pela D

RE

Com

o

fito de

apontar o

resultado e

a form

a com

o o

mesm

o foi

alcançado, a Dem

onstração de Resultado do E

xercício é composto por resum

o ordenado de

receitas e

despesas da

entidade em

determ

inado período,

de form

a dedutiva

(vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em

seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

Apresentem

os uma ilustração resum

ida e incompleta de um

a DR

E:

Receita

S

entido vertical (dedutivo)

(-) Despesa

__________

Lucro ou P

rejuízo

N

esse ponto, alguns conceitos devem ser de nosso conhecim

ento, quais sejam

:

- receita: é o ingresso de recursos para o patrimônio de um

a entidade sob a forma de

bens ou direitos, correspondentes, normalm

ente, à venda de mercadorias, de produtos

ou à prestação de serviços, podendo derivar também

de remunerações sobre aplicações

ou operações financeiras

- despesa: é o bem ou serviço consum

ido direta ou indiretamente para a obtenção de

receitas

- resultado: é a relação final entre as receitas e as despesas absorvidas por uma entidade

em determ

inado período.

- lucro: é a relação positiva (saldo positivo) na relação entre as receitas e as despesas de um

a entidade num determ

inado período.

- prejuízo: é a relação negativa (saldo negativo) na relação entre as receitas e as despesas de um

a entidade num determ

inado período.

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87

d) Visão geral da estrutura com

pleta de uma D

emonstração de R

esultado do E

xercício

DE

MO

NS

TR

ÃO

DO

RE

SU

LT

AD

O D

O E

XE

RC

ÍCIO

N

ome da E

ntidade

Período

RE

CE

ITA

BR

UT

A

60.000 (-) D

eduções

( 3.000) R

EC

EIT

A L

ÍQU

IDA

57.000

(-) Custos

( 2.000)

LU

CR

O B

RU

TO

55.000

(-) Despesas O

peracionais

( 4.000) L

UC

RO

OP

ER

AC

ION

AL

51.000 (-) D

espesas/Receitas N

ão Operacionais

(2.000)

LU

CR

O A

NT

ES

DO

IMP

OS

TO

DE

RE

ND

A

49.000 (-) Im

posto de Renda

( 4.000) L

UC

RO

DE

PO

IS D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

45.000

(-) Participações de terceiros

( 1.000)

LU

CR

O L

ÍQU

IDO

44.000

88

II – OS G

RU

PO

S DE

CO

NT

AS D

A “D

EM

ON

STR

ÃO

DE

RE

SUL

TA

DO

DO

E

XE

RC

ÍCIO

” C

omo já estudam

os na “apostila 2”, as demonstrações contábeis, gênero

em que se enquadra a espécie “D

emonstração de R

esultado do Exercício”, são m

uito usadas

por usuários

externos à

empresa

(como

bancos, governo,

fornecedores, sindicatos e até m

esmo donos da em

presa (sócios ou acionistas). Norm

almente, esses

usuários não precisam ser especialistas em

Contabilidade. D

aí a “DR

E” precisar ser

uma dem

onstração simples e fácil de ser entendida, pois visa m

ostrar para leigos os resultados obtidos pela entidade, m

otivo pelo qual a estrutura da DR

E deve ser a m

ais sim

plificada possível, o que evidencia a necessidade do agrupamento das inform

ações (relativas às receitas e às despesas) através de “

con

tas”

, qu

e po

dem

ser con

ceitua

da

s

com

o co

nju

nto

s de d

etermin

ad

os d

ad

os co

ntá

beis co

m ca

racterística

s simila

res.

A

DR

E é form

ada pelos seguintes grupos de contas:

- RE

CE

ITA

LÍQ

UID

A

- LU

CR

O B

RU

TO

- L

UC

RO

OP

ER

AC

ION

AL

- L

UC

RO

AN

TE

S D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

- L

UC

RO

DE

PO

IS D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

- L

UC

RO

LÍQ

UID

O

Passam

os, pois, a analisar cada um desses grupos:

a) A R

EC

EIT

A B

RU

TA

A receita bruta é o dado a partir do qual a D

RE

inicia o seu trabalho dedutivo, e pode ser conceituado com

o “o total bruto que ingressou na entidade em

determinado

período em

razão

do exercício

de sua

atividade econôm

ica”. S

e tratássem

os de uma em

presa de vendas, a receita bruta seria o total das vendas.

Na receita bruta estão incluídos os “im

postos sobre vendas” (que pertencem

ao governo, sendo a empresa m

ero intermediário) e não se encontram

subtraídos, ainda, os abatim

entos (descontos) e devoluções (vendas canceladas) ocorridos no período.

b) A R

EC

EIT

A L

ÍQU

IDA

A receita líquida é o resultado da diferença entre a receita bruta e as

deduções. Ilustremos:

RE

CE

ITA

BR

UT

A

60.000 (-) D

eduções

( 3.000) R

EC

EIT

A L

ÍQU

IDA

57.000

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89

Para

que saibam

os qual

a “receita

líquida” de

uma

entidade em

determ

inado período é necessária a subtração das “deduções” do valo da “receita bruta”. Q

uanto à receita bruta, já a conceituamos no item

acima (o total bruto que ingressou na

entidade em determ

inado período em razão do exercício da sua atividade econôm

ica. Se

tratássemos de um

a empresa de vendas, a receita bruta seria o total das vendas).

Necessário é, no entanto, que conheçam

os também

o que vêm a ser as “deduções”:

Deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a R

eceita Bruta para se apurar a

Receita L

íquida. Entre as deduções estão incluídos:

- os impostos incidentes sobre o produto: que pertencem

ao governo e a em

presa é mera interm

ediária na retenção do respectivo valor, como o IP

I e o IC

MS

;

- as devoluções: vendas canceladas, mercadorias devolvidas por estarem

em

desacordo com

o

pedido (preço,

qualidade, quantidade,

avaria). O

com

prador, sentindo-se

prejudicado, devolve

total ou

parcialmente

a m

ercadoria.

- os abatimentos: na hipótese das m

ercadorias estarem em

desacordo com o

pedido, às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução,

propõe um abatim

ento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao

comprador

Conhecendo

o conceito

de “deduções”,

podemos

detalhar m

elhor a

ilustração da “receita líquida”:

RE

CE

ITA

BR

UT

A

60.000 (-) D

eduções

Imp

osto

s sob

re o p

rod

uto

(1.500)

D

evolu

ções

(1.000)

A

ba

timen

tos

( 500)

RE

CE

ITA

LÍQ

UID

A

57.000

Na realidade, a “receita líquida” representa o efetivo(real) valor de venda

das mercadorias, ou da prestação de serviço.

c) O L

UC

RO

BR

UT

O

O

“lucro bruto” é o resultado da diferença entre a “receita líquida” e o “custo da m

ercadoria vendida, sem considerar despesas adm

inistrativas, de vendas e financeiras”. Ilustrem

os:

RE

CE

ITA

LÍQ

UID

A

57.000

(-) Custos

( 2.000)

LU

CR

O B

RU

TO

55.000

90

O

conceito de “receita líquida” (diferença entre a receita bruta e as deduções) já foi apresentado, restando-nos o conceito de “custos”: - C

US

TO

S: são os gastos relativos a bem

ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. S

ão todos os gastos relativos à atividade de produção. A expressão

“custos” é bastante genérica, devendo, por essa razão, ser especificada por setor da econom

ia:

• P

ara empresas industriais: o custo é denom

inado “C

usto

do

Pro

du

to

Ven

did

o (C

PV

)”;

• P

ara em

presas com

erciais: o

custo é

denominado

“C

usto

d

as

Merca

do

rias V

end

ida

s (CV

M)”

;

• P

ara empresas prestadoras de serviço: o custo é denom

inado “C

usto

do

s Serviço

s Presta

do

s (CS

P)”

.

Com

o “custo”, tratamos som

ente dos gastos referentes aos bens ou serviços que faz parte da atividade econôm

ica da empresa. C

itamos com

o exemplos:

- Salários do pessoal da produção

- Matéria-prim

a utilizada na produção - A

luguel do prédio da fábrica - G

astos com m

anutenção de equipamentos do processo produtivo

Ressalta-se que, por exem

plo, numa em

presa que exerce a atividade de produção

de garrafas

de refrigerantes,

os gastos

referentes ao

pessoal do

setor adm

inistrativo não faz parte do “custo”, assim com

o os gastos inerentes à máquina de

xérox do departamento de recursos hum

anos, os gastos referentes aos representantes com

erciais (que vendem as garrafas), entre outros.

d) O L

UC

RO

OP

ER

AC

ION

AL

O

“lucro operacional” é o resultado obtido da diferença entre o “lucro bruto” e as despesas operacionais. Ilustrem

os:

LU

CR

O B

RU

TO

55.000

(-) Despesas O

peracionais

( 4.000) L

UC

RO

OP

ER

AC

ION

AL

51.000

O

conceito de “lucro bruto” (resultado da diferença entre a receita líquida e os custos) já é de nosso conhecim

ento, devendo, agora, conceituarmos “despesas

operacionais:

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91

- Despesas O

peracionais: são os esforços que a empresa faz, no período, para vender os

produtos, administrar a em

presa e financiar as operações. Enfim

, são todas as despesas que contribuem

para a manutenção da atividade operacional da em

presa. Os principais

grupos de despesas operacionais são especificados a seguir:

• D

espesas de vendas: abrangem desde a prom

oção do produto até sua colocação junto ao consum

idor (comercialização e distribuição). S

ão despesas com pessoal

da área

de vendas,

comissões

sobre vendas,

propaganda e

publicidade, m

arketing, estimativa de perdas, etc

• D

espesas administrativas: são aquelas necessárias para adm

inistrar (dirigir) a em

presa. De m

aneira gera, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à

gestão da

empresa.

Citam

os com

o exem

plos: honorários

administrativos,

salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritório,

materiais de escritório, seguro de escritório, assinaturas de jornais etc.

Despesas financeiras: S

ão as remunerações aos capitais de terceiros, tais com

o: juros pagos, com

issões bancárias etc.

Frente aos conhecimentos adquiridos de “despesas operacionais”,

podemos m

elhorar a ilustração da forma de alcance do “lucro operacional”:

L

UC

RO

BR

UT

O

55.000 (-) D

espesas Operacionais

Despesas de vendas

(2.000)

Despesas adm

inistrativas

(1.000)

Despesas financeiras

(1.000) L

UC

RO

OP

ER

AC

ION

AL

51.000

e) O L

UC

RO

AN

TE

S DO

IMP

OST

O D

E R

EN

DA

O “lucro antes do im

posto de renda” é o resultado da diferença entre o “lucro operacional” e as “despesas e receitas não operacionais”. Ilustrem

os:

LU

CR

O O

PE

RA

CIO

NA

L

51.000

(-) Despesas/R

eceitas Não O

peracionais

(2.000) L

UC

RO

AN

TE

S D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

49.000

S

abemos

o conceito

de “lucro

operacional”(diferença entre

o lucro bruto e as despesas operacionais), cabendo-nos, agora, apresentar o conceito de “despesas e receitas não operacionais”:

92

- A

s despesas

e receitas

não operacionais

são aquelas

(despesas e

receitas) não

relacionadas diretamente com

o objetivo do negócio da empresa, isto é, com

o objeto social da em

presa. Norm

almente as “despesas não operacionais” são denom

inadas “perdas de capital” e as “receitas não operacionais” são denom

inadas “ganhos não operacionais”.

Importante que exem

plifiquemos:

- “Perdas” ou “D

espesas não operacionais”: venda com prejuízo de ações, venda com

prejuízo de equipam

entos, incêndio, furto/roubo - “G

anhos” ou “Receitas operacionais”: venda com

lucro de veículo da empresa, venda

com lucro de um

dos ativos da empresa

f) O “L

UC

RO

DE

PO

IS DO

IMP

OST

O D

E R

EN

DA

O

“lucro depois do imposto de renda” é o resultado da diferença entre o

“lucro antes do imposto de renda” e o valor do im

posto de renda e da contribuição social sobre o lucro. Ilustrem

os:

LU

CR

O A

NT

ES

DO

IMP

OS

TO

DE

RE

ND

A

49.000 (-) Im

posto de Renda

( 4.000) L

UC

RO

DE

PO

IS D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

45.000

Destaque-se que juntam

ente com o im

posto de renda também

é cobrada a C

SS

L (C

ontribuição Social sobre o L

ucro).

É

im

portante tam

bém

dizer que

o “im

posto de

renda” não

incidirá necessariam

ente sobre o valor do “lucro antes do imposto de renda”, vez que o “lucro

contábil”, para

efeito de

imposto

de renda,

sofre alguns

ajustes, passando

a ser

denominado “lucro fiscal” ou “lucro tributário”.

g) DO

LU

CR

O L

ÍQU

IDO

O

“lucro líquido” é a diferença entre o “lucro depois do imposto de

renda” e a “Participação de terceiros sobre o lucro “. A

presentemos a ilustração:

L

UC

RO

DE

PO

IS D

O IM

PO

ST

O D

E R

EN

DA

45.000

(-) Participações de terceiros

( 1.000)

LU

CR

O L

ÍQU

IDO

44.000

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93

Necessitam

os conceituar o que venha a ser “Participações de terceiros

sobre o lucro”: - “P

articipações de terceiros sobre o lucro”: trata-se do valor a ser destinado a algumas

pessoas que são estranhas em relação ao quadro societário da em

presa, mas que detêm

o direito a receber parte dos lucros. E

xemplifiquem

os:

• P

agamento de debêntures;

• P

agamento de partes beneficiárias;

• P

articipação nos lucros de empregados e adm

inistradores •

Contribuições

para instituições

ou Fundos

de A

ssistência ou

Previdência de E

mpregados

O

lucro líquido é a sobra líquida que fica à disposição dos sócios ou acionistas, podendo ser distribuído aos sócios (ou acionistas) sob a form

a de dividendos, ou ficar na em

presa.