Teorias Do Restauro

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    1/28

    RESTAURAO: TEORIAS EPROJETO

    Profa. Dra. Roso Fernndez Baca Salcedo

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    2/28

    RESTAURAO: TEORIAS EPROJETO

    CONCEITO

    RUSKIN

    VIOLLET-LE-DUC BOITO

    CARTA DE ATENAS

    BRANDI

    CARTA DE VENEZA CARTA DE RESTAURO

    GIOVANNONI

    CARTA DE CRACOVIA

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    3/28

    RUSKIN

    John Ruskin nasceu em Londres em 1819

    Livros: As sete lmpadas da arquitetura,Aspedras deVeneza.

    A arquitetura deveria ser sacramentada, attulo desta deveremos consagrar-lhe nossasmaiores meditaes.

    A arquitetura possua alma. Alma que lheera dada pelo seu construtor, criador.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    4/28

    RUSKIN

    A restaurao no poderia jamais restituir aalma que lhe era dada pelo seu construtor,

    criador. A restaurao no poderia jamaisrestituir a alma que era nica.

    A restaurao era a destruio mais

    completa que poderia sofrer um edifcio. A maior gloria de um edifcio, no

    depende em efeito nem de sua pedra, nem

    de seu ouro, sua glria est em suaidade.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    5/28

    VIOLLET-LE-DUC

    Arquiteto, restaurador (1814-1879).

    Restaurarum edifcio no conserva-lo,repar-lo ou refaz-lo restitui-lo a umestado de inteireza que pode jamais terexistido em um dadomomento.

    Restaurar seu estilo, sua forma, suaestrutura segundo o estilo original doedifcio, dizer restabelecer a unidade do

    estilo.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    6/28

    CAMILO BOITO

    Trs categorias do restauro: arqueolgico,pictrico e arquitetnico.

    Princpios da restaurao do edifcio: diferena do estilo entre o novo e o velho;

    diferena de materiais de construo;

    supresso dos ornatos; permanncia dos elementos originais do

    monumento;

    colocao em alguma parte da data do restauro;

    descri o do monumento.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    7/28

    CARTA DE ATENAS DE 1931

    Oemprego adequado de todos os recursosda tcnica moderna e especialmente o

    cimentoarmado (IPHAN, 1995, p.16). Quando existem, os modelos originais e,

    na falta deles, a execuo de moldes.

    necessrio diferenciar do elemento originalatravs de datas, cores, etc.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    8/28

    CARTA DE ATENAS DE 1931

    Uma conservaoescrupulosa se

    impe, com arecolocao emseus lugares doselementos originaisencontrados(anastilose)

    (IPHAN, p.17).

    As runas soobjeto de

    conservao.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    9/28

    CARTA DE ATENAS DE 1931

    Nos casos em queuma restaurao pareaindispensvel devido a

    deteriorao oudestruio, aconferncia recomendaque se respeite a obra

    histrica e artstica dopassado, semprejudicar o estilo denenhuma poca(IPHAN, 1995, p. 15-

    16)

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    10/28

    CARTA DE ATENAS DE 1933

    Sero salvaguardados se constituem a expresso de umacultura anterior e se correspondem a um interesse geral. A

    morte, que no poupa nenhum ser vivo, atinge tambm asobras dos homens. necessrio saber reconhecer ediscriminar nos testemunhos do passado aquelas que aindaesto vivas. Nem tudo que passado tem, por definiodireito perenidade; convm escolher com sabedoria o que

    deve ser respeitado (...) nos casos em que se esteja diante deconstrues repetidas em numerosos exemplares, algumassero conservadas a ttulo de documentrio, as outrasdemolidas. (IPHAM, 1995, p. 59-61).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    11/28

    CESARE BRANDI

    Axiomas para a restaurao: 1 Restaura-se s a matria da obra de arte. A matria se

    desdobra em estrutura e aspecto. O material do aspectodeve ser original, enquanto que o material da estrutura

    pode ser substitudo por um outro mais resistente. Oaspecto o material visvel aos olhos.

    2 A restaurao deve dirigir-se ao restabelecimento daunidade potencial da obra de arte, sem cometer uma

    falsificao artstica ou histrica.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    12/28

    CESARE BRANDI

    Trs princpios em relao ao restauro:

    1 A reintegrao deve ser reconhecvel sempre e com facilidade

    sem que por isto tenha que romper aunidade que se pretende reconstruir.

    2 A matria que compe a margem insubstituvel unicamente ondecolabore diretamente a figurao daimagem, dizer o aspecto.

    3 Qualquer interveno de restaurono far impossvel eventuaisintervenes futuras, mas pelo

    contrrio as facilitar.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    13/28

    CESARE BRANDI

    Duas instncias a serconsideradas norestauro:

    1 HISTORICIDADE,os acrscimos sofridos

    por uma obra de arteno so mais quenovas testemunhas daatividade humana,

    porm da histria.Tendo direito a suaconservao.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    14/28

    CESARE BRANDI

    INSTNCIA ESTTICA, oanhadido ou acrscimo deve sereliminado.

    Fotos: Quartel de Gois antes e apsa restaurao.

    QUAL DAS DUAS INSTNCIASSE IMPE?. sempre um juzo de

    valor o que determina a escolha deuma ou outra instncia naconservao ou eliminao dosacrscimos nos edifcios a serem

    restaurados.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    15/28

    CESARE BRANDI

    Runa ser, pois, tudoo que d testemunhada histria do

    homem, mas com umaspecto diferente eat irreconhecvel emrelao ao seu

    aspecto primitivo. Runas do

    Abarebeb, capelaconstruda pelosfranciscanos,sec.XVII.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    16/28

    RESTAURAO

    A restaurao uma operao que deve ter carter

    excepcional. Tem por objetivo conservar e revelar osvalores estticos e histricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e aos documentosautnticos.(Carta de Veneza: Conselho Internacional deMonumentos e Stios citado pelo IPHAN, 1995, p. 110-

    111).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    17/28

    CARTA DE VENEZA

    Aunidade do estilo no a finalidade a alcanarno curso de uma restaurao. Quando um edifcio

    comporta vrias etapas de construo superpostas,a exibio de uma etapa subjacente s se justificaem circunstncias excepcionais e quando o que seelimina de pouco interesse e o material que

    revelado, de grande valor histrico, arqueolgicoou esttico e seu estado de conservao consideradosatisfatrio(IPHAN, 1995, p.111).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    18/28

    CARTA DE VENEZA

    Os elementos destinados a substituir as partes faltantesdevem integrar-se harmoniosamente ao conjunto,

    distinguindo-se, todavia, das partes originais, a fim de quea restaurao no falsifique o documento de arte e dehistria(IPHAN, 1995, p.111).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    19/28

    CARTA DO RESTAURO

    Qualquer interveno deve ser previamente estudada e justificada por

    escrito e dever ser organizado um dirio deseu desenvolvimento, a que se anexar adocumentao fotogrfica de antes e depois

    da interveno. Sero documentadas ainda,todas as eventuais investigaes e anlisesrealizadas com o auxlio da fsica, daqumica, da microbiologia e de outrascincias. (IPHAN, 1995, p.198)

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    20/28

    CARTA DE RESTAURO

    Arealizao do projeto para a restaurao de uma obraarquitetnica dever ser precedida de um exaustivo estudosobre o monumento, elaborado de diversos pontos de vista

    ( que estabelecem a anlise de sua posio no contextoterritorial ou no tecido urbano, dos aspectos tipolgicos,das elevaes e qualidades formais, dos sistemas ecaracteres construtivos, etc) relativos a obra original, assim

    como aos eventuais acrscimos oumodificaes(IPHAN,1995, 204).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    21/28

    CARTA DE RESTAURO

    Levantamento: pesquisa bibliogrficas, iconogrficas earquivsticas, etc.

    O projeto se basear em uma completa observaogrfica e fotogrfica, interpretada tambm sob o aspectometrolgico.

    Principais tipos de interveno dos edifcios:

    A) Saneamento esttico e higinico: respeito speculariadades tipolgicas, construtivas e funcionais doedifcio, evitando-se qualquer transformao que altere

    suas caractersticas.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    22/28

    CARTA DE RESTAURO

    B) renovao funcional dos elementos internos, que se h de

    permitir somente nos casos em que resultar indispensvel paraefeitos de manuteno em uso do edifcio.

    Nesse tipo de intervenes de fundamental importncia orespeito s peculariedades tipolgicas e construtivas dos

    edifcios, proibidas quaisquer intervenes que alterem suascaractersticas como o vazado da estrutura ou a introduo defunes que deformarem excessivamente o equilbrio tipolgico-estrutural do edifcio (IPHAN, 1995, p,215).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    23/28

    GIOVANNONI

    Gustavo Giovannoni (1873-1947)

    Arquiteto, urbanista, engenheiro, restaurador e discpulo econtinuador de Boito.

    Umacidade histrica constitui em si um monumento, masao mesmo tempo um tecido vivo.(CHOAY, 2001,

    p.200) Funda uma doutrina de conservao e restaurao dopatrimnio urbano.

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    24/28

    GIOVANNONI

    Todo fragmento urbano deve ser inserido numplano diretor local, regional e territorial, sendoseu valor de uso legitimado [...] pela manuteno

    do carter social da populao(CHOAY, 2001,p. 200)

    Monumentohistrico no pode constar como umedifcio isolado, separado das construes no qualseinsere[...] ambiente (CHOAY, 2001, p.200)

    Os conjuntos urbanos requerem procedimentos depreservao e restaurao anlogos aos que foramdefinidos por Boito para osmonumentos

    ( CHOAY, 2000, p. 201)

    PRINCPIOS

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    25/28

    CARTA DE CRACOVIA

    Publicado em carter regional para Europa

    Projeto de restaurao entendida como um processocontinuo desde a identificao do objeto, passando por

    seus estudos prvios, diagnoses, restaurao, previso defuturos danos e manuteno.

    Conceito de identidade e autenticidade.

    (CARTA DE CRACOVIA, 2000 apud BLANCO, 2008,

    p. 186).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    26/28

    CARTA DE CRACOVIA

    Soma de caractersticas subtanciais,historicamente determinadas: da origemat o estado atual, como resultado de

    varias transformaes que ocorreram aolongo do tempo.

    Referncia comum de valores presentes

    geradores na esfera da comunidade e osvalores passados identificados naautenticidade do monumento.

    (CARTA DE CRACOVIA, 2000 apudBLANCO, 2008, p. 186).

    AUTENTICIDADE

    IDENTIDADE

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    27/28

    CARTA DE CRACOVIA

    A reconstruo de um edifcio na sua totalidade, destrudo

    por um conflito armado ou desastres naturais, somenteaceitvel se existem motivos sociais ou culturaisexcepcionais que esto relacionados com a identidade dacomunidade inteira.

    (CARTA DE CRACOVIA, 2000 apud BLANCO, 2008,p. 186).

  • 8/13/2019 Teorias Do Restauro

    28/28

    BLANCO, JavierRivera. De varia r estauracione. Teoria e histri a de la r estauracin arqui tectnica. Madri; AbadaEditores, 2008.

    BOITO, Camilo. Os restauradores. Traduo: Pulo Mugayar Kulh; Beatriz Mugayar Kuhl. Cotia, SP: AteliEditorial, 2003.

    BRANDI, C. Teoria da restaurao. Traduo de Beatriz Mugayar Kulh. Cotia: Ateli, 2004.

    CHOAY, Franoise. A alegoria do patrimnio. So Paulo: Estao Liberdade: Editora UNESP, 2001. CONFERNCIA INTERNACIONAL SOBRE CONSERVAO. Carta de Cracovia, 2000. In: Blanco, Javier

    Rivera. De varia restauratione. Madrid: Abada Editores, 2008.

    CONSELHO INTERNACIONAL DE MONUMENTOS E STIOS ICOMOS. Carta de Veneza, 1964. In: IPHAN:Cartas Patrimoniais. 3 Ed. Ver. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004, p. 91-95.

    GOVERNO DA ITLIA. Carta de Restauro, 1972. In: In: IPHAN: Cartas Patrimoniais. 3 Ed.Ver. Rio de Janeiro:IPHAN, 2004, p. 91-95. In: IPHAN: Cartas Patrimoniais. 3 Ed. Ver. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004, p. 147-169.

    KULH, B. M. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviria em So Paulo : reflexes sobre a sua preservao. So

    Paulo: Ateli: Fapesp: Secretaria da Cultura, 1998. RUSKIN, J. Las siete lmparas de la arquitetura. Buenos Aires: El Ateneu, 1956. 285 p.

    SALCEDO, Roso F.B. A reabilitao das residncias nos Centros Histricos da Amrica Latina . Cusco (Peru) eOuro Preto (Brasil). So Paulo: Editora UNESP, 2007.

    SALCEDO, Roso F.B. Histria e teoria da restaurao. In: Revista Multicincia, So Carlos, v. 4, p. 150-160,2000.