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Teresa Cristina B. M.Passos Proata OBESIDADE : Aspectos Psíquicos

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Teresa Cristina B. M.PassosProata

OBESIDADE : Aspectos Psíquicos

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Definição A obesidade é classificada em graus: I.M.C entre 30-34.9, obesidade grau I;

I.M.C.entre 35-39.9, obesidade grau II I.M.C. é de 40.0 ou superior, obesidade grau III, severa ou mórbida.

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Obesidade como Doença- Definida como condição clínica associada à

riscos de enfarte, diabetes,câncer.- Do ponto de vista fisiológico,perder peso é

um processo simples: balancear a ingestão calórica ao gasto energético.

- “Cura”: controle sobre a ingestão de alimentos calóricos (ex: cirurgias de controle de obesidade,centros de regulação de fome e saciedade)

- Enfoque sobre as quantias ingeridas e suas qualidades calóricas e nutricionais.

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Obesidade como Doença Alimentar-se torna-se ato extremamente

complexo e fonte de ansiedade. Alimento transformado em suposta equação

matemática: número de calorias, porcentagem de gordura, proporção de carboidratos.

Ganha novos nomes a partir de seus elementos constituintes: fibras, proteínas, lipídeos. Distancia-se da capacidade de compreensão (atributos de sabor e satisfação)

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Obesidade e Epidemia- Malogro no controle da atual ‘epidemia’

de obesidade e aumento dos Transtornos Alimentares.

- Enfoque simplista da obesidade por desconsiderar os aspectos subjetivos da alimentação e do corpo.

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Comer por Fome? Mito dietético: “ Comer apenas quando tem fome.” Alimentação é ato complexo regulado por diversos

fatores. Fome pode ser definida como sinal biológico da

necessidade de energia para a manutenção das funções vitais. A sua regulação se dá por mecanismos biológicos, notadamente por centros que enviam percepções de fome e de saciedade.

Entretanto, a “fome” pode ocorrer mesmo na existência de reservas energéticas suficientes; o ser humano é capaz de comer sem fome.

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Obesidade e Regulação do Comer O ser humano, no entanto, vai desenvolvendo uma

série mais ampla de mecanismos reguladores da ingestão de alimentos, da qual fazem parte o olfato, a visão, o paladar e os afetos.

O prazer associado à alimentação estimula a repetição do comer

o objeto passa a ser ‘a comida e suas qualidades’, dentre as quais valores afetivos e simbólicos a ela atribuídos.

o prazer vai participar da dinâmica dos mecanismos reguladores da alimentação e interfere não apenas na quantia mas principalmente no que está sendo ingerido.

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Reguladores da Ingestão Alimentar a demanda

alimentar vai estar sujeita também a reguladores não biológicos, tornando impossível seguir a regra “comer apenas quando com fome”.

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Oralidade É fácil observar que uma criança

pequena, durante uma fase inicial de seu desenvolvimento, tem como principal fonte de gratificação na vida a amamentação.

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Quando consegue acesso aos objetos que lhe interessam, quase automaticamente os leva à boca – é a forma de conhecimento e apropriação do mundo.

É a fase oral do desenvolvimento, primeira etapa da organização libidinal que se apóia sobre o padrão alimentar e que tem por órgão privilegiado a boca

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O modelo de relacionamento com os objetos de interesse nessa fase se dá inicialmente pela incorporação: fantasia de apropriação do objeto e suas qualidades colocando-o dentro de si (do corpo) de forma concreta.

o objeto da oralidade não permanece sendo apenas o alimento propriamente dito, mas sim qualquer objeto com o qual a pessoa se relacione dessa forma, relação esta que pode se dar fora da fase oral.

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Sandler e Dare (1970) sublinham que esse conceito de oralidade ilustra a passagem de uma necessidade fisiológica para uma demanda instintual.

O modelo de relacionamento com os objetos e com o mundo da fase oral constitui a base da formação das identificações do indivíduo.

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Desse modo, a incorporação do objeto é a primeira forma de identificação com ele; nesta, o entendimento entre o de dentro, interno e o de fora, externo, é dado pelo limite corporal: identificar-se com o objeto é tê-lo, concretamente, dentro do corpo.

Um exemplo desse processo é a narrativa sobre tribos primitivas que, ao reconhecerem um inimigo derrotado como valoroso, poderiam comê-lo não por seu sabor, mas como forma de se apoderar de suas qualidades admiradas.

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Alimentação como mecanismo de Negação Falhas nos processos identificatórios com figuras

cuidadoras, falhas estas preenchidas por meio de fantasias de incorporação oral e não por introjeções podem estar na base da alimentação compulsiva. Assim, o alívio para estados internos desagradáveis pode ser tentado de forma concreta e não por meio da elaboração psíquica.

esse processo em nada modifica psiquicamente o indivíduo, perpetuando a dependência do objeto e a necessidade constante de novas incorporações, em um padrão compulsivo.

Nega a perda ou falta e protege contra a depressão

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Hilde Bruch: Obesidade infantil associada a sentimentos de rejeição

mascarados por superproteção e super-alimentação dos filhos.Obesidade com início na adolescência associada a distúrbios emocionais e de personalidade graves (proximidade com psicose)Obesidade reativa mais característica de obesidade adulta e precipitada por algum evento traumático.

Relações primárias marcadas pela dificuldades da figura materna em discriminar entre os diversos estados afetivos do bebê, interpretados sempre como fome- criação de um padrão levado para a vida adulta.

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McDougall (1994) : situa a gênese das soluções psicossomáticas e aditivas na relação da díade mãe-bebê, quando esta não propicia a formação de representações internas capazes de lidar com estados de sobrecarga de estímulos.

Uma mãe que esteja excessivamente presente ou excessivamente ausente perde sua condição de ‘suficientemente boa’ e não permite que seu bebê a represente internamente.

Ocorre então uma falha representacional nas identificações com figuras cuidadoras que ocasionam os atos-sintoma em ocasiões de tensão.

ato-sintoma: atuações cuja finalidade é a rápida dispersão da dor psíquica quando sua intensidade ultrapassa a capacidade de elaboração da pessoa; são presentes em pacientes considerados psicossomáticos e nas adições ao álcool, tabaco, narcóticos ou comida (McDougall,1998).

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Pierre Marty : ‘pensamento operatório’, desenvolvido pela psicossomática psicanalítica do grupo de Paris.

O pensamento operatório, característico de pacientes psicossomáticos: pensamento utilitário, pragmático, voltado para aspectos reais, acompanhado por limitações na vida de fantasia e na produção de sonhos.

O pensamento operatório é um aspecto que revela um grau pobre de mentalizações, ou seja, da qualidade e quantidade das representações psíquicas.

Obesos são considerados muitas vezes como pacientes psicossomáticos.

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Caso Clinico