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Apresentação teórica dos distúrbios psíquicos mais frequentes durante a Gravidez e Puerpério - apresentação no âmbito da disciplina de Psicologia V -Psicologia da Gravidez e Maternidade/Paternidade
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Celeste DuqueCeleste Duque
2003-20042003-2004
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 2
ÍndiceÍndice
1. Aspectos psicológicos1. Costumes, mitos e superstições2. Epidemiologia3. Etiologia
2. Definição de conceitos psicológicos1. Ansiedade2. Depressão3. Psicose
3. Psicopatologia Gravidez & Puerpério
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Aspectos PsicológicosAspectos Psicológicos
Nem todos os aspectos são vividos por todas as mulheres ou casais da mesma forma, tal como a intensidade com que são sentidos é também ela variável.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Existe: alguma uniformidade de vivências e temas expressos nos grupos e a diferenças mais quantitativas (que qualitativas) entre as vivências presentes na gravidez normal e na patológica:
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
em que patologia tanto se refere a uma gravidez medicamente normal de uma mulher de personalidade neurótica, quanto a uma gravidez medicamente anormal numa mulher razoavelmente bem ajustada.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Se são reconhecidos, pela grande maioria de autores, a existência de estados emocionais peculiares na gravidez, já o seu aparecimento e origem é muito discutida.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Face às grandes adaptações provocadas pela gravidez, é fácil supor que todas as mudanças emocionais se devem à existência de conflitos normalmente presentes neste período.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
É possível que outros factores físicos influam decisivamente na etiologia dos estados emocionais da gravidez.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Benedeck & Rubinstein, 1942 procederam a investigações feitas com animais e seres humanos e chegaram à conclusão queHormonas sexuais comportamento
Grandes alterações do nível de estrogénio e progesterona estado psicológico da gravidez
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Bibring (1961) e Caplan (1964) sugerem que as oscilações entre as relações do Id e do Ego na crise da gravidez são responsáveis pelas mudanças emocionais pela maior acessibilidade de material do processo primário;
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Colman (1969) afirma que, nesse período (gravidez) é impossível discriminar as complexas inter-relações entre os factores hormonais e psicológicos de forma separada.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
As perturbações afectivas que acompanha as mulheres grávidas relacionam-se com alterações corporais e psicológicas próprias da gravidez e puerpério.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
A maternidade, principalmente uma primeira maternidade, provoca uma crise de identidade que pode, contudo, ser reforçadora do papel feminino.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
A gravidez nem sempre tem um cunho de felicidade e bem-aventurança, e a patologia psiquiátrica existente nesta fase testemunha-o.
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
Para se poder proceder à prevenção de um gravidez de risco, é necessário detectar, tão precocemente, quanto possível, os factores indicadores:
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Aspectos Psicológicos Aspectos Psicológicos [cont.][cont.]
História pessoalTerreno biológicoOrganização de personalidade préviaFactores situacionais presentes nas relações da mulher com
o seu ambienteFamíliaMeio social e cultural
Têm sem dúvida um elevado peso no despoletar das situações patológicas.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e SuperstiçõesSuperstições
Dias Cordeiro (1986) refere que os estudos transculturais dos costumes, mitos e superstições ajudam à compreensão da psicodinâmica da gravidez.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Povos primitivosÉ praticada a frugalidade:
A mulher grávida como pouco e são contrariados os desejos alimentares.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Povos ocidentaisExiste a ideia generalizada de uma boa alimentação:
Essencial para o bom desenvolvimento do fetos e os apetites da grávida são satisfeitos ou mesmo incentivados.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Curiosamente, nos povos primitivos em que a regressão oral é contrariada, são raras as náuseas e vómitos.
Enquanto que nos povos em que a oralidade é estimulada as náuseas e vómitos são muito frequentes e a sua ausência é objecto de estranheza por parte dos outros.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Na esfera genital sucede precisamente o oposto:
Nos culturas primitivas existe a ideia de que as relações sexuais durante a gravidez são benéficas para fortalecer o feto através do sémen.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Nos culturas ocidentais pensa-se que podem prejudicá-lo.Considera-se que o que é importante não é a genitalidade mas a alimentação da grávida
Esta postura é, não raras vezes, geradora de conflitos conjugais algo perturbadores.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Em relação aos tabus estes abundam nas culturas primitivas.Uma das fantasias, em relação à gravidez, é a reivindicação pelo homem não apenas da fecundação mas também da gestação ao longo de todo o processo.Existe a convicção que se o marido não mantiver a actividade sexual com a mulher grávida o seu papel de pai daquela criança fica comprometido, por não ter participado com o seu sémen na alimentação da criança.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Outra fantasia corresponde a que o parto difícil é sinónimo de adultério da mulher com um antepassado.
O trabalho de parto prolongado corresponderia à presença no canal vaginal de um antepassado que obstruiria o nascimentoSeria uma tentativa de um antepassado impor o seu nome à criança.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Existe também a crença muito divulgada em muitos povos que o feto é a reincarnação do avô.
Estas crenças estão ligadas a conteúdos de carácter erótico, nomeadamente fantasias de adultério e incesto.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Nas sociedades ocidentais existe grande relutância em abordar estes temas, logo é mais difícil a sua análise.
Sendo algumas fantasias como fecundação por via oral ou na banheira após utilização desta por algum familiar, manifesta referência a fantasia de incesto e adultério.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
As explicações prendem-se com:Nas culturas primitivas os tabus, ou seja, o que a grávida deve evitar, são muito mais intensos, o que corresponderia, segundo alguns autores, à necessidade de criar um “Super-Eu cultural”:
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
Esta instância supra-psicológica permitiria controlar o risco de adultério e incesto reactivado pelo aumento das fantasias na gravidez, associado ao encorajamento da vida sexual na grávida.
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Costumes, Mitos e Costumes, Mitos e Superstições Superstições [cont.][cont.]
O menor recurso a tabus nas culturas ocidentais dever-se-ia ao reforço cultural da regressão oral e desinvestimento da genitalidade, na gravidez.
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EpidemiologiaEpidemiologia
As modificações psicológicas e comportamentais, tais como
Labilidade emocional, Disforia,Irritabilidade e Somatizações
são habitualmente transitórias e breves.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
Devem ser distinguidos das “perturbações psicopatológicas” persistentes com eventuais repercussões na evolução da gravidez e parto.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
A incidência de hospitalizações é pouco elevada durante a gravidez.Alguns autores consideram que a gravidez tem uma influência protectora relativamente a distúrbios mentais graves.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
A frequência de distúrbios psíquicos ligados ao puerpério foi durante muito tempo sub-estimada.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
As formas graves, geralmente psicóticas, que necessitam de internamento, são relativamente raras
Com uma incidência de 1 ou 2 por mil partos (segundo alguns estudos americanos e ingleses).
Enquanto que estados neuróticos ou ansiogénico-depressivos, de ansiedade moderada, são relativamente frequentes.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
De referir ainda que os estados ansiogénico-depressivos escapam na maior parte à observação médica, ao serem encarados como
componentes das “contrariedades” da gravidez.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
1 não sendo reconhecida a natureza depressiva pode alterar o funcionamento da mulher em várias áreas e quando se prolonga no tempo, pode comprometer o desenvolvimento harmonioso das primeiras relações mãe-bebé
Estados psicóticos 1 ou 2 por mil partos
Natureza depressiva1, formas moderadas
50%
Natureza depressiva, formas graves
10%
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
Os dados disponíveis apontam para um maior número de hospitalizações nos primeiros meses do pós-parto, particularmente dos primeiros dois meses, sendo a distribuição mais irregular nos meses seguintes.
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Epidemiologia Epidemiologia [cont.][cont.]
H. Kaplan refere queDas puérperes hospitalizadas:
50% - são-no na 1ª semana pós-parto;25% - entre a 2ª e a 4ª semana25 % - durante os restantes 11 meses.
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EtiologiaEtiologia
Segundo Henry Ey, são múltiplos os factores etiológicos dos distúrbios psíquicos na gravidez e pós-parto e dividi-os em:
Factores hereditários e constitucionaisFactores psicossociaisFactores endócrinosInfecção
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
A situação da mulher relativamente à gravidez e ao parto tem de ser analisada como a confluência de:
todo o seu passado (biológico, psicológico e social), presente (com todas as vivências actuais pessoais, familiares e profissionais), situações ocorridas especificamente no decurso da gravidez e puerpério e, finalmente, com as perspectivas abertas diante dela pela maternidade.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
H. Kaplan refere que independentemente dos investigadores se basearem em conceitos psicanalíticos, eixo hipotálamo-pituitário-gonadal, neurotransmissores, genética, stress e teorias de suporte social, todos concordam que, por exemplo,
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
A psicose puerperal é duas vezes mais comum em primíparas que em multíparas;O risco de desenvolverem um distúrbio pós-parto está aumentado se a mãe teve um distúrbio pós-parto ou se há história familiar de distúrbio de humor.Mulheres com história conhecida de distúrbio bipolar e que tiveram uma doença psiquiátrica no pós-parto são as que possuem um risco mais elevado de recorrência noutra gravidez.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Estudos feitos com mulheres primíparas e multíparas, para correlacionar níveis hormonais e humor, em que se controlaram os factores sociais de stress verificou-se que:
Um nível elevado de estrogéneos ante e pós-parto está associado a grande irritabilidade;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Quanto maior a queda do nível de progesterona, mais deprimidas estavam as doentes ao 10ª dia;Quanto mais baixo estiver o nível de estrogéneos pós-parto mais frequentes os distúrbios de sono;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Quanto aos factores psicossociais formulações psicanalíticas postularam que:
O ante e pós-parto são stressantes para a mulher;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Esse stress leva a regressões que evocam conflitos antigos, especialmente quando há uma história de modelos maternos inadequados ou de rejeição;
Igualmente importante é a separação ou o conflito com o pai;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
A depressão pode resultar de conflitos não resolvidos relativamente à maternidade ou papel feminino.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Alguns autores referem quemulheres que se classificaram em autoavaliação como mais masculinas tiveram menos sintomas psiquiátricos durante a gravidez,mas mais no pós-parto.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Os autores concordam em que a ambivalência em relação:
à manutenção da gravidez eos conflitos conjugais
estão associados com um aumento de incidência das perturbações pós-parto;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Não há acordo relativamente ao papel da depressão e ansiedade pré-parto nas perturbações do pós-parto;
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
Gotlib, em 1989, verificou que quanto mais baixa for a idade, o estatuto socio-económico e o número de crianças pequenas em casa, maior é o risco de desenvolver depressão durante a gravidez, mas não influencia a depressão no pós-parto.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
A perda de suporte afectivo é o factor major do aumento das perturbações pós-parto.
Suporte afectivo é a variável que a maioria dos autores identifica com maior frequência, e que surge como moderadora dos efeitos de stress no período peri-natal.
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Etiologia Etiologia [cont.][cont.]
A percepção da existência do suporte afectivo é mais importante que a real existência do mesmo.
Outros factores de stress podem relacionar-se com um nível socioeconómico baixo e a legitimidade da gravidez.
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AnsiedadeAnsiedade
Ansiedade é a mais universal de todas as emoções.Não se pode observar directamente pelo que tem que ser inferida através do comportamento.
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
É percebida como um sentimento negativo, extremamente comunicável, não pode ser diferenciado do medo pela pessoa que a vivencia e ocorre em graus variados.
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
É uma expressão abreviada para um padrão de reacções bastante complexo, que se caracteriza por sentimentos subjectivos de apreensão e tensão associados a um estado de activação fisiológica que envolve o ramo simpático do sistema autónomo (SNA)
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
Catell e Scheier (1958) diferenciam dois tipos de ansiedade:
Ansiedade traço – referindo-se a características estáveis e relativamente permanentes da personalidadeAnsiedade situacional – referindo-se a estados temporários de ansiedade.
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
Dentro de certos limites, a ansiedade preenche a importante função de alertar e mobilizar a pessoa para enfrentar o agente responsável pela tensão, seja ele uma perda de objecto, uma tarefa de aprendizagem ou uma gravidez.
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
a ansiedade flutuante – por ser muito intensa ou crónica – ultrapassa as capacidades adaptativas da pessoa
Resulta em problemas de ajustamento, com consequências graves,
Especialmente no que se refere ao funcionamento do sistema endócrino.
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AnsiedadeAnsiedade [cont.] [cont.]
A ansiedade e os receios relacionados com o parto ou com o novo papel de mãe, têm sido considerados como factores contribuintes importantes no parto prolongado ou distócico, em que não se verificam causas mecânicas ou médicas.
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DepressãoDepressão
A depressão é uma perturbação do humor.É a elaboração patológica da tristeza.Ao contrário da tristeza a Depressão não é auto-limitada e não melhora sem o auxílio profissional.
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PsicosePsicose
Diagnóstico emocional grave, caracterizado por
Uma perturbação da personalidade;Perda da capacidade para interferir na realidade;Mas sem evidência de relacionamento entre o transtorno e os processos físicos do cérebro.
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PsicosePsicose [cont.][cont.]
Apresenta ainda os seguintes sintomas:Delírio – o mais frequente, associado às distorções do conteúdo do pensamento.
O delírio são falsas crenças não condizentes com o nível de conhecimento do indivíduo ou com o seu grupo de pertença cultural
A crença é mantida contra a argumentação lógica e apesar das evidências objectivas em contrário.
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PsicopatologiaPsicopatologia
Vómitos e náuseas:Surgem em 70% das mulheres grávidas (funcionais)Após eliminar a causa orgânica a origem psicológica (psicogénica) é a mais frequente
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
A sua persistência pode levar à desidratação, problemas metabólicos e digestivos, com consequências para a gravidez e feto;
Tratamento:Reposição hidroelectrolítica e intervenção psicoterapeutica.
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Perturbações Depressivas:Maioria das Depressões nas grávidas, são de intensidade ligeira ou mediana – isto é, Depressões neuróticas
Caracterizadas por: Sentimentos de incapacidade;Auto-desvalorização;AsteniaAlterações do sono.
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Síndromas Depressivos Graves observam-se em menor grau – cerca de 10% dos casos.
Oates é de opinião que:Uma Depressão de características major pode ser determinada, exclusivamente, pela:
Existência de privações afectivas e materiais, durante a gravidez.
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Síndromas depressivos do 1º Trimestre apresentam um prognóstico favorável,
regredindo no 2º Trimestre
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 78
PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
3º Trimestre podem perdurar para depois do parto
Em 389 mulheres deprimidas no 3º Trim. Verificou-se uma correlação positiva entre a
Intensidade dos sintomas depressivos eUm risco mais elevado de restrição do crescimento fetal e da prematuridade.
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Perturbações da ansiedadeA gravidez é um período de ansiedade para a maioria das mulheres, a ser distinguida das “perturbações de ansiedade” propriamente ditas.
Os estados ansiosos gravídicos isolados, surgem com maior frequência no 1º e 3º trimestre, em < 15% dos casos.
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 80
PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Factores predisponentesMau ambiente social,Problemas profissionais ou familiares.
SintomatologiaEstados de ansiedade permanentes, associados a insónias iniciais e a somatizações várias que interferem nas actividades quotidianas.
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PsicopatologiaPsicopatologia [cont.][cont.]
Aumentam as taxas de partos prematurosComplicações do TP por falta de colaboração materna.HTA/pré-eclampsiaRecém nascido de baixo peso.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Alguns epidemiologistas referem que a mulher durante o primeiro mês após o parto encontra-se em maior risco de hospitalização psiquiátrica do que durante toda a sua vida.
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 83
Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Para os estudos epidemiológicos o período pós-parto foi definido como o período decorrente entre as duas semanas após parto e um ano, embora para os ingleses este se inicie logo após o parto.
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 84
Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Pós-Parto Blues ou Síndroma do 3º diaAlguns dias após o parto surgem, em 30 a 80% das mulheres, manifestações neuropsíquicas, geralmente leves, mas, algumas vezes, intensas.
São episódios benignos, na maioria das vezes, breves – podem durar apenas 1 dia. Incluiem:
Diversos graus de astenia, queixas somáticas, perturbações do sono, crises de choro, e ruminações pessimistas, ligadas ao “como cuidar” do recém-nascido
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Sensibilidade exacerbada – torna-se susceptível e irritável.
Regra geral o Blues não necessita tratamento específico.
12 de abr de 2023 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 86
Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Depressão pós-partoA sua probabilidade de ocorrência apresenta
Um pico nos primeiros mesesUm (segundo) pico entre o 9º e o 15º mês
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
A sua incidência situa-se entre os 5% e os 10%
Correspondendo a uma depressão já existente;Ao prolongamento de um Blues.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
A puerpera apresenta: frequentes crises de choro, sensação de abatimento,Incapacidade e impotênciaIrritabilidade a pequenos eventos (e.g., choro do bebé)
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Sente que está mudada, tem dificuldade em compreender as suas reacções e Sente-se incapaz de cuidar do filho.O desinteresse sexual é evidente e tem pesadelos.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Podem ainda surgir fobias de impulsão – i.e., infligir maus tratos ao bebéPara reduzir a angústia evita (todo) o contacto com ele.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Maioria dos casos evolui espontaneamente para a recuperação em semanas ou meses;Tratamento:
É essencial a dimensão psicoterapêutica apoiada na relação mãe-bebé, terapia familiar. Terapêutica antidepressiva é, por vezes, útil e necessária
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Psicose Pós-Parto (Puerperal)Quadro grave, por risco de suicídio e /ou infanticídio, raro;Início brutal, geralmente, entre os 8 e os 15 primeiros dias após o parto.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Sintomatologia: polimorfa e lábil caracterizada por passar
da agitação ao estupor, da agressividade às condutas lúdicas,Humor instável, depressivo e irritável.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Delírios – usualmente centrados no nascimento e relação com a criança (e.g., negação da gravidez e do nascimento);Atitudes de agressividade com o recém-nascido – manifestas ou mascaradas por indiferença.
Apresenta, no entanto, evolução favorável, após hospitalização prolongada.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Vivência Paterna:Raramente o homem admite, abertamente, que está a atravessar um período de profunda experiência emocional, durante a gravidez da mulher.A resposta de um homem prestes a ser pai não é, nunca, neutra.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Vários investigadores encontraram uma incidência, estatisticamente significativa (mais elevada) de sintomas físicos entre os homens com esposas/companheiras grávidas do que no grupo de controlo;Aumento do peso, vómitos, desconforto gástrico, aumento abdominal, são as perturbações mais comuns.
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Psicopatologia Psicopatologia [cont.][cont.]
Estes sintomas alternam com períodos de estabilidade emocional e sensação de bem-estar, desaparecendo com o nascimento da criança.
Síndroma de Couvade
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