39
I UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de fevereiro de 1808 Monografia Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia João Matheus Dantas Almeida Salvador (Bahia) Setembro, 2013

Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em ... · Sendo assim, acredita-se que o médico docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes

do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia

João Matheus Dantas Almeida

Salvador (Bahia)

Setembro, 2013

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II

Ficha catalográfica

(elaborada pela Bibl. SONIA ABREU, da Bibliotheca Gonçalo Moniz : Memória da Saúde Brasileira/SIBI-UFBA/FMB-

UFBA)

Almeida, João Matheus Dantas A447 Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes do curso de

Medicina da Universidade Federal da Bahia / Salvador: JMD, Almeida, 2013. v i; fls. 31 ii

Orientador: Prof. Dr. Rômulo Luiz de Castro Meira. Monografia (Conclusão de Curso) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, 2013.

1. Ansiedade - Docentes. 2.Depressão. 3. Médicos. 4. Prevalência. I. Meira, Rômulo Luiz

de Castro. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. III. Título. CDU - 616.89-008.454

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III

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes

do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia

João Matheus Dantas Almeida

Professor orientador: Rômulo Luiz de Castro Meira

Monografia de Conclusão do Componente

Curricular MED-B60/2013.1, como pré-

requisito obrigatório e parcial para conclusão

do curso médico da Faculdade de Medicina da

Bahia da Universidade Federal da Bahia,

apresentada ao Colegiado do Curso de

Graduação em Medicina.

Salvador (Bahia)

Setembro, 2013

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V

Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se

tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade.

É necessário que adquira um sentimento, um senso prático

daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do

que é moralmente aceito. Albert Einstein

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VI

A Minha Mãe, Sandra Regina e a

Minha Avó Isabel Pereira

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VII

EQUIPE

João Matheus Dantas Almeida, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA; Correio-e:

[email protected]

Rômulo Luiz de Castro Meira, Departamento de Bioregulação/ICS;

Camila Kalil Silva, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA.

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)

Instituto de Ciências da Saúde (ICS)

FONTES DE FINANCIAMENTO

1. Recursos próprios.

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VIII

AGRADECIMENTOS

Ao meu Professor orientador, Doutor Rômulo Luiz de Castro Meira, pela presença constante

e substantivas orientações acadêmicas e à minha vida profissional de futuro médico.

Ao Professor Doutor José Tavares-Neto pelo empenho como coordenador da disciplina MED-

B60 (monografia IV), e pelos esclarecimentos das dúvidas e correções dos erros que foram

surgindo durante este trabalho.

Ao Doutor Luis Fernando Fernandes Adam pelo constante apoio, disponibilidade, auxilio e

sobretudo incentivo para que a concretização desse projeto pudesse acontecer.

Ao meus Colegas Camila Kalil e Warley Barros, pela colaboração na construção e

discussão das bases do trabalho assim como incentivo mútuo.

A todos os professores da faculdade, que se dispuseram a participar do estudo.

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1

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA..........................................................................FMB

INVENTÁRIO DE BECK PARA DEPRESSÃO (BECK DEPRESSION INVENTORY).......BDI

INVENTÁRIO DE ANSIEDADE DE BECK (BECK ANXIETY INVETORY)........................BAI

ORAGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE........................................................................OMS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA..........................................................................UFBA

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2

Resumo

Os docentes e os médicos são dois grupos de indivíduos submetidos a ambientes sociais e

condições de trabalho onde estão muitas vezes sujeitos a uma grande carga de estresse,

que por sua vez é fator de risco para o desenvolvimento de transtornos, tais como

depressão e ansiedade. Objetivo: Aferir as prevalências de sintomas depressivos e

ansiosos entre docentes da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da

Bahia. Metodologia: Um estudo transversal foi realizado com uma amostra de 36 docentes

do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, que responderam ao Inventário

de Ansiedade de Beck (BAI), ao Inventário de Depressão de Beck (BDI) e um questionário

com alguns dados pessoais. Além disso, foi feita uma pesquisa nos sites de busca

Pubmed e Scielo, onde o material da literatura encontrado foi utilizado para subsidiar e

confrontar os dados encontrados. Resultados: Verificou-se que 16,7% dos docentes

apresentavam algum grau de depressão. Além disso, verificou-se que 11,4% dos docentes

apresentavam algum grau de ansiedade. Variáveis como sexo e grau de escolaridade

parecem demonstrar correlação com a incidência dos níveis de depressão e ansiedade e

idade ou estado civil. Alguns sintomas isolados se mostraram elevados e encontravam-se

dentro da média relata por outros estudos que abordaram o tema. Conclusão: Tendo em

vista o resultado desta pesquisa, faz-se importante a realização de estudos mais amplos e

com amostras mais representativas dessa população, avaliando outras variáveis que

podem ter grande influencia na prevalência desses sintomas. Possibilitando a identificação

de grupos que se beneficiem de uma observação cuidadosa e, se necessário, uma

intervenção objetivando a melhora da qualidade de vida desses indivíduos.

Palavras-chaves: Ansiedade. Docentes. Depressão. Médicos. Prevalência.

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SUMÁRIO

1 Introdução.................................................................................................... 5

2 Objetivo.........................................................................................................8

2.1 Gerais...................................................................................................................8

2.2 Específicos...........................................................................................................8

3 Materiais e métodos......................................................................................9

3.1 Sujeitos.................................................................................................................9

3.2 Instrumentos.........................................................................................................9

3.2.1 Inventário de Beck para Depressão (Beck Depression Inventory)....................9

3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Invetory)..............................11

3.3 Procedimento.....................................................................................................11

3.4 Aspectos éticos..................................................................................................11

4 Resultados..................................................................................................13

4.1 Características da amostra................................................................................13

4.1.1 Idade...............................................................................................................13

4.1.2 Sexo................................................................................................................13

4.1.3 Estado Civil.....................................................................................................13

4.1.4 Grau de Escolaridade......................................................................................14

4.2 Escores de depressão e ansiedade...................................................................14

4.3 Análise cruzada..................................................................................................15

4.4 Análise de sintomas isolados.............................................................................15

5 Discussão....................................................................................................17

5.1 Vantagens e limitações da forma de abordagem da pesquisa..........................17

5.2 Avaçiação dos resultados..................................................................................18

6 Conclusão...................................................................................................20

Summary........................................................................................................21

Referências....................................................................................................22

Anexos...........................................................................................................25

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Indice de quadros e tabelas

Quadro 1. Sintomas de Ansiedade e Depressão...................................................................6

Tabela 1. Escalas de depressão e de ansiedade.................................................................14

Tabela 2. Frequência dos resultados do escore de depressão............................................14

Tabela 3. Frequência dos resultados do escore de ansiedade............................................14

Tabela 4. Prevalência dos sintomas de depressão..............................................................16

Tabela 5. Prevalência dos sintomas de ansiedade..............................................................16

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1. Introdução

A depressão é um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de

interesse ou prazer, sentimentos de culpa ou baixa autoestima, distúrbios do sono ou do

apetite, sensação de cansaço e falta de concentração. Pode ser de longa duração ou

recorrente, prejudicando substancialmente a capacidade funcional do indivíduo no

trabalho, na escola ou no lidar com a vida diária. Na sua forma mais grave, a depressão

pode levar ao suicídio. Quando leve, as pessoas podem ser tratada sem medicamentos,

mas quando a depressão é moderada ou grave podem precisar de medicação e

tratamentos oferecidos por profissionais (1).

Esta patologia tem-se estabelecido como um importante problema de Saúde

Pública, de relevância crescente nas últimas décadas, assumindo-se como uma das

principais causas de morbidade atuais. Estes fatos são sustentados no World Health

Report de 2001 da OMS e corroborados também pela posição preponderante ocupada

pela depressão na sociedade - em 4ºlugar em termos de 'peso' segundo o GBD (Global

Burden of Disease) sendo responsável por cerca de 8,6% de DALYs ( Disability Adjusted

Life Years - Anos de Vida Ajustados por Incapacidade, uma medida baseada no tempo que

combina anos de vida perdidos devido a mortalidade e anos de vida perdido pela ausência

de saúde plena) e 11,9% dos YLDs (Years Lived with Disability - Anos Vividos com

Incapacidade). Desta forma, a depressão apresenta-se claramente como um dos

problemas de saúde mais incapacitantes e que inflige uma grande sobrecarga em todo o

mundo (2).

Investigações recentes sugerem que, nos países industrializados, a incidência da

depressão tem aumentado, tornando-se uma enorme carga, tanto para os trabalhadores,

como para os centros de trabalho. Essa patologia é um dos problemas de saúde mais

freqüentes no ambiente laboral, um entre dez trabalhadores sofrerá depressão clínica

bastante grave, o que exigirá afastamento de suas atividades (3). A depressão é uma

síndrome prevalente, e traz grande sofrimento e prejuízos ao desempenho social e

ocupacional (4).

A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo

iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça. É algo que está

presente no desenvolvimento normal do ser humano, nas mudanças e nas experiências

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novas e inéditas. É uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada por

várias sensações físicas: mal estar epigástrico, aperto no tórax, palpitações, sudorese

excessiva, cefaléia, súbita necessidade de evacuar, inquietação, etc. Na forma anormal ou

patológica é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em virtude de sua

intensidade ou duração. Essa forma patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu

bem estar e ao seu desempenho e não permite que ele se prepare e enfrente as situações

ameaçadoras.

Os transtornos de ansiedade e transtornos depressivos são condições altamente

prevalentes, que frequentemente ocorrem de forma associada (5,6,7). Indivíduos afetados

pela ansiedade e transtornos depressivos simultaneamente têm demonstrado maiores

níveis de comprometimento funcional, redução da qualidade de vida, e piores resultados

nos tratamentos, em comparação com indivíduos com apenas uma dessas desordens. A

prevalência dessa associação na população em geral é muito alta. Em um estudo recente

de 1783 indivíduos, 75% por cento das pessoas com depressão preencheram os critérios

para um transtorno de ansiedade em sua vida, enquanto que, 79% daqueles com distúrbio

de ansiedade apresentaram critérios para depressão maior durante a vida (6).

Alguns dos sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) e da

depressão são comuns a ambas as doenças, enquanto outros são específicos de cada

uma (6).

Quadro 1. Sintomas de Ansiedade e Depressão:

PATOLOGIA SINTOMAS

DEPRESSÃO Perda de interesse; mudança de peso;

falta de apetite; retardo motor; culpa ou

sentimento de inutilidade; pensamento

de morte;

TAG Preocupação excessiva; hiperatividade

autonômica; resposta de sobressalto

exagerada; tensão muscular;

DEPRESSÃO + TAG Humor disfórico; irritabilidade; agitação

ou inquietação; dificuldade de

concentração; insônia; fadiga;

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Embora existam vários estudos sobre depressão, na literatura o material encontrado

que propõe a aporfundar e estudar esta questão correlacionada aos médicos ainda é

escasso, sendo assim pouco discutidos os fatores relacionados à depressão nestes

profissionais (9). A doença pode ser de diagnóstico difícil, podendo ter pouco

reconhecimento e inadequado tratamento, gerando cronicidade e, prejuízos na vida

profissional. A formação do médico é um processo extremamente conturbado e sujeito a

uma grande carga de estresse, este começa desde antes do ingresso do acadêmico na

faculdade, sendo submetido a processos seletivos extremamente árduos para adentrar as

instituições de ensino, onde é exposto a uma rotina intensa durante sua formação médica,

na graduação, e mesmo após. Aspectos psicodinâmicos, como comportamento

compulsivo, rigidez, atitude de controle das emoções, retardo de gratificações e fantasias

irrealistas acerca do futuro, tanto influenciam a escolha pela carreira médica, quanto

predispõem a distúrbios emocionais, abuso de álcool e drogas. Existem características da

profissão, como o contato íntimo com o sofrimento e a morte, multiplicidade de empregos e

área de atuação, crescente carga de trabalho e diversos riscos ocupacionais que podem

constituir-se em fatores estressantes, contribuindo para repercussões na saúde mental dos

profissionais.

Os docentes também são uma das categorias mais expostas a ambientes

conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasse, reuniões e

atividades adicionais, problemas com alunos que chegam até ameaças verbais e físicas.

Esta realidade estressante pode causar repercussões na saúde física e mental e no

desempenho profissional dos professores (11). Sendo assim, acredita-se que o médico

docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

menores pode encontrar uma conjuntura mais adequada para se manifestar. Tornando

importante a análise da prevalência de sinais que possam levar ao aparecimento de

transtornos de ansiedade ou depressivos nessa população, refletindo principalmente em

suas vidas profissionais e sociais (12).

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2. Objetivo

2.1 Gerais

Aferir a prevalência e a intensidade de sintomas de ansiedade e depressão entre os

docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia

2.2 Específicos

1. Verificar a presença de sintomas de ansiedade e depressão entre os

docentes de Medicina.

2. Correlacionar os resultados com as variáveis testadas: Idade, sexo e estado

civil.

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3. Materiais e métodos

3.1 Sujeitos

A amostra estuda é composta pelos docentes do curso de medicina da Faculdade

de Medicina da Bahia(FMB), da Universidade Federal da Bahia(UFBA), e, atividade

durante o desenvolvimento do estudo.

3.2 Instrumentos

Para avaliação dos sintomas de depressão e ansiedade foram usados os seguintes

intrumentos (Anexos 1 e 2):

Beck Depression Inventory (13)

Beck Anxiety Inventory (14)

3.2.1 Inventário de Beck para Depressão (Beck Depression Inventory)

O BDi foi desenvolvido por Beck e colaboradores(13) para avaliar a intensidade da

depressão. Seus itens foram derivados de observações clínicas de pacientes deprimidos

em psicoterapia e posteriormente foram selecionados aqueles sintomas que pareciam ser

específicos da depressão e que encontravam ressonância com critérios diagnósticos do

DSM II e da literatura sobre depressão.

Segundo seus autores, o BDI revelou-se um instrumento com alta confiabilidade e

boa validade comparado com o diagnóstico realizado por profissionais. Pela análise não-

paramétrica de Kruskal-Wallis, cada uma das 21 categorias teve relação significante com a

pontuação total (p < 0,001). O BDI demonstrou estabilidade diagnóstica, pois as mudanças

de sintomas ocorridas em um intervalo de quatro semanas no teste-reteste foram também

observadas na entrevista clínica. Quanto à confiabilidade entre entrevistadores, houve

concordância em 97% dos diagnósticos realizados. Segundo o Teste de Mann-Whitney, o

poder de discriminação entre graus de depressão (ausência de depressão, depressão leve,

moderada e grave) foi significante (p < 0,0004) e o coeficiente de correlação de Pearson

entre os escores no BDI e as entrevistas clínicas foi de 0,65 (13). O BDI apresentou elevada

correlação comparativamente aos resultados da escala de Hamilton (r= 0,75) (15).

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10

O BDI discrimina indivíduos normais de deprimidos ou ansiosos (16) e vem sendo

considerado referência padrão e uma das escalas auto-aplicadas mais comumente

utilizadas para avaliação de depressão. É um instrumento estruturado, composto de 21

categorias de sintomas e atitudes, que descrevem manifestações comportamentais,

cognitivas, afetivas e somáticas da depressão. São elas: humor, pessimismo, sentimentos

de fracasso, insatisfação, sentimentos de culpa, sentimentos de punição, autodepreciação,

auto-acusação, desejo de autopunição, crises de choro, irritabilidade, isolamento social,

indecisão, inibição no trabalho, distúrbios do sono, fatigabilidade, perda de apetite, perda

de peso, preocupação somática e perda de libido.

O questionário foi traduzido para o português (17), validado na população brasileira, é

uma das medidas de auto-avaliação das mais usadas, tanto em pesquisa, como em clínica,

e a versão em português confirma a validade discriminante, devido a sua capacidade de

diferenciar pacientes deprimidos de ansiosos e sujeitos normais sendo considerado

referência padrão euma das escalas auto-aplicadas mais comumente utilizadas para

avaliação de depressão. Não é um instrumento de diagnóstico, porém mede as

manifestações do comportamento depressivo(18).

Cada categoria contém quatro alternativas que expressam níveis de gravidade dos

sintomas depressivos. A pontuação para cada categoria varia de zero a três, sendo zero a

ausência dos sintomas depressivos e três a presença dos sintomas mais intensos. Na

dependência da pontuação total, os escores de até 9 pontos significam ausência de

depressão ou sintomas depressivos mínimos; de 10 a 18 pontos, depressão leve a

moderada; de 19 a 29 pontos, depressão moderada a grave; e, de 30 a 63 pontos,

depressão grave. Apesar de não haver um ponto de corte fixo para o diagnóstico de

depressão, já que este deverá ser baseado nas características da amostra e do estudo em

questão, se propõem que obtendo-se 21 pontos ou mais pode-se considerada existência

de depressão clinicamente significativa (15).

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3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Invetory)

O BAI foi desenvolvido para avaliar o rigor dos sintomas de ansiedade em pacientes

deprimidos. Selecionaram-se 21 itens que refletissem somática, afetiva e cognitivamente

os sintomas característicos da ansiedade mas não da depressão. Esta lista de verificação

de ansiedade mostrou uma consistência interna (α = 0,92) e boa confiabillidade teste-

reteste com intervalo de uma semana r (58) = 0,75 (19).

A escala consiste de 21 itens ou sintomas comuns em quadros de ansiedade. Ao

respondente foi perguntado o quanto ele ou ela foram incomodados por cada sintoma,

durante a semana que passou, dentro de uma escala de 4 pontos, variando de 0 (não a

todas) a 3 (gravemente). Os itens somados resultam em escore total que pode variar de 0

a 63. Pontuação de 0-7 pontos indica nível mínimo de ansiedade, de 8-15 pontos, indica

ansiedade leve, 16-25 pontos, ansiedade moderada e de 26-63 pontos, ansiedade grave.

3.3 Procedimento

No período de maio a junho de 2013 os docentes vinculados à FMB foram

convidados a participar voluntariamente, se assim concordarem com o termo de

consentimento livre e pré-esclarecido, da pesquisa. Os documentos necessários para a

participação na pesquisa foram enviados por correio eletrônico. O levantamento de dados

foi realizado através da aplicação de questionários estruturados (BDI e BAI), com questões

a cerca dos sintomas que conflíam para o diagnóstico de transtornos mentais depressivos

e de ansiedade, além de alguns dados coletados para ajudar na análise das características

da população e possível relação com os resultados encontrados.

3.4 Aspectos éticos

Esclareceu-se que o TCLE (Anexo 3) deveria ser lido e preenchido antes do envio

do questionário com as respostas, ficando uma cópia assinada com o mesmo(Item IV.2.d),

além de o sujeito da pesquisa ter liberdade para recusar-se a participar ou retirar seu

consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao

seu cuidado (Res. CNS 196/96 - Item IV.1.f).

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12

A pesquisa foi aprovada pelo COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS DA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA. PARECER FINAL N° 240.589. Em nome de

Rômulo Luiz de Castro Meira como pesquisador responsável e o texto: “Trata-se de projeto

com relevância, e ético.”.

Em termos coletivos, esta pesquisa aumentará o espaço de questionamento sobre a

qualidade de vida do docente do curso de medicina e o reflexo desta no desempenho de

suas funções, essenciais para a boa formação dos futuros médicos, permitindo assim, que

sejam sugeridas possíveis soluções para reduzir os níveis de estresse e impacto que a

carreira docente médica acarreta sobre esses profissionais.

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13

4. Resultados

Os questionários foram enviados para os 186 endereços eletrônicos cadastrados

dos docentes da Faculdade de Medicina da Bahia que estão publicados no endereço

eletrônico

“http://www.fameb.ufba.br/index.php?option=com_content&view=article&id=104&Itemid=15

2” referente ao mês de Janeiro de 2013.

Foram feitas três tentativas de envio pelos emails cadastrados durante o período de

40 dias. Desses, 27 endereços eletrônicos presentes na lista apresentavam mensagem de

erro ao enviar os textos introdutórios e o link que direcionava para o questionário. Dos 159

restantes cinco enviaram resposta onde afirmavam não apresentar interesse em participar

da pesquisa. Das 154 mensagens restantes encaminhadas 36(23,4%) responderam ao

questionário. Apenas um questionário foi invalidado para a análise do inventário de

ansiedade devido ao não preenchimento dessa parte.

4.1 Características da Amostra

4.1.1 Idade

Entre os 36 participantes, 31 responderam o quesito idade, que variou de 30 a 68

anos, sendo a mediana 50 e a média 49,21 anos.

4.1.2 Sexo

Dos 36 participantes 21(58,3%) foram do sexo feminino e 15(41,7%) do sexo

masculino.

4.1.3 Estado Civil

Entre os 36 participantes a esmagadora maioria era de casados(a) - 26(72,2%) –

seguidos pelos divorciados(16,7%) e solteiros(11,1%).

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4.1.4 Grau de Escolaridade

Dos 36 apenas 33 responderam qual o grau de escolaridade, sendo 14(38,9%)

doutores, 13(36,1%) graduados e pós-graduados e 6(16,7%) mestres.

4.2 Escores de Depressão e Ansiedade

Os escores foram estratificados em graus mínimo ou ausente, leve, moderado e

grave. De acordo com a tabela 1:

Tabela 1. Escalas de depressão e de ansiedade

Grau Depressão Ansiedade Mínimo ou Ausente 0 – 9 0 – 7

Leve 10 – 18 8 – 15

Moderado 19 – 29 16 – 25

Grave 30 – 63 26 - 63

A distribuição da frequência dos escores de ansiedade e depressão constatados

pelos inventários de Beck foi a seguinte (Tabelas 2 e 3):

Frequência dos resultados do escore de depressão.

Escore de Depressão

Grau Frequência Porcentagem(%) Mínimo ou Ausente 30 83,3

Leve 6 16,7

Frequência dos resultados do escore de ansiedade.

Escore de Ansiedade

Grau Frequência Porcentagem(%) Mínimo ou Ausente 31 86,1

Leve 3 8,6 Moderado 1 2,8

Fonte: elaborado pelo autor.

Não foram identificados casos de graus moderados de depressão e graves de

depressão e ansiedade no presente estudo.

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15

4.3 Análise Cruzada

A análise não revelou diferença significativa na frequência dos sintomas de

depressão na amostra de acordo com a faixa etária, apresentando distribuição uniforme

entre os indivíduos da amostra: entretanto, os sintomas de ansiedade foram mais

presentes na faixa etária dos 40 aos 59 anos.

Ao analisar a variável sexo observa-se leve tendência do sexo feminino a apresentar

níveis mais elevados de depressão leve, ansiedade leve e moderada quando comparado

ao sexo masculino, sendo 4(11,1%) mulheres versus 2(5,6%) homens com sintomas de

depressão leve, e 4(11,5%) mulheres apresentando sintomas leves e moderados de

ansiedade versus nenhum homem.

Houve tendência entre os indivíduos com menor grau de escolaridade de apresentar

sintomas de ansiedade, mas não houve diferença em relação aos sintomas depressivos.

Os casados também apresentam leve tendência a apresentar ambos os sintomas

quando comparados aos solteiros, divorciados e viúvos.

4.4 Análise de Sintomas Isolados

Os sintomas depressivos mais presentes na amostra (tabela 4) foram: ficar

cansado(a) com mais facilidade (69%), insatisfação com as coisas (51%), não dormir tão

bem quanto antes (38%), autocrítica pelas fraquezas ou erros (34%), ficar mais facilmente

irritado ou aborrecido (32%), ter o interesse na vida sexual diminuído (31%), preocupação

em estar parecendo velho (a) ou nada atraente (29%), perda de interesse em outras

pessoas (26%) e tristeza (20%). A tristesa, a insatisfação com as coisas e a preocupação

em estar parecendo velho apresentaram maior predominância no sexo feminino, os demais

tiveram uma distribuição mais regular entre os sexos. As demais características como

idade, estado civil e grau de escolaridade não apresentaram influência na distribuição.

No que diz respeito aos sintomas de ansiedade (tabela 5) os mais presentes foram:

nervosismo (41%) incapacidade de relaxar (40%), medo de que aconteça o pior (29%) e

indigestão ou desconforto no abdômen (29%), não havendo predileção por grupos.

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16

Prevalência dos sintomas de depressão.

Sintomas do BDI Prevalência(%)

Tem se cansado mais facilmente 69

Tem menor satisfação com as coisas 51

Não dorme tão bem quanto antes 38

Tem se autocriticado mais 34

Se irrita mais facilmente 32

Houve diminuição do apetite sexual 31

Tem se sentido menos atraente 29

Tem menor interesse nas pessoas 26

Se sente mais triste 20

Prevalência dos sintomas de ansiedade.

Sintomas do BDA Prevalência(%)

Nervosismo 41

Incapacidade de relaxar 40

Medo de que aconteça o pior 29

Indigestão ou desconforto no abdômen 29

Fonte: elaborado pelo autor.

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17

5. Discussão

5.1 Vantagens e Limitações da forma de abordagem da pesquisa.

O presente estudo avaliou a prevalência e intensidade de sintomas depressivos e

ansiosos nos docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Foram

encontradas baixas incidências desses sintomas de uma forma geral, e a prevalência

dessas patologias quando presentes, segundo os instrumentos utilizados, são de

intensidade mínima em sua maioria. Importante salientar que devido ao pequeno tamanho

da amostra não foi encontrado qualquer significância estatística (p<0,05) nos resultados.

A aplicação do questionário por correio eletrônico exerce menor pressão para

obtenção de respostas. Observa-se nesse caso que os respondentes têm mais tempo para

preencher as informações e espera-se que tendam a fazê-lo com mais qualidade

informacional (20).

Os questionários foram enviados juntamente com um texto explicando os objetivos,

solicitando cooperação e garantindo sigilo das respostas. Foi elaborado para ser um

questionário sintético: questionários muito extensos são uma barreira para obter maior

índice de resposta. Como a taxa de retorno não foi satisfatória após a quarta semana do

primeiro envio, o questionário foi remetido novamente, acompanhado de nova carta de

solicitação de cooperação. Medidas essas tomadas com base na literatura no intuito de

buscar a maior taxa de retorno possível (20,21).

A taxa de retorno de questionários enviados pela internet, pelo correio eletrônico

gira em torno de 30% na melhor das hipóteses, um baixo índice de resposta, menores que

todos os outros métodos de aplicação de questionário (22). No presente estudo a taxa de

retorno foi de 23,4%, o que é condizente com o descrito na literatura.

Além disso, é evidente que diversas características próprias dos respondentes

também influenciam significativamente a taxa de resposta, entre as quais destacam-se o

interesse do respondente pelo assunto abordado no questionário e disponibilidade

emocional para participar(20).

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18

A baixa confiabilidade nos dados, uma vez que muitos respondentes podem

falsificar informações demográficas, que não são passíveis de verificação, também está

entre os riscos desse tipo de pesquisa, o que pode gerar amostras não representativas da

população(23). Da mesma forma não se deve esquecer o fato de que população alvo deve

ter familiaridade com o computador e com o uso de aplicativos para responder o

questionário.

Pro outro lado, no presente estudo, a consulta por correio eletrônico foi escolhida

devido a importantes fatores: baixo custo, alta garantia de anonimato, alta uniformidade da

mensuração, e por ser uma forma de abordagem rápida e flexível, permitindo alcançar a

grande parte do público alvo do estudo com o intuito de facilitar adesão ao trabalho e a

tabulação dos dados colhidos (20).

5.2 Avaliação dos Resultados

Segundo a OMS (24), o estado afetivo angustiado e deprimido inicia uma cascata de

mudanças adversas no funcionamento endócrino e imunitário e cria maior susceptibilidade

a uma série de doenças físicas. A depressão pode afetar as pessoas em qualquer fase da

vida, embora a incidência seja mais alta nas idades médias. Em cerca de 20% dos casos,

porém, a depressão segue um curso crônico, sem remissão. Pode estar presente, também,

em diversos sintomas somáticos (25). A estimativa da ocorrência da depressão ao longo da

vida é de 21% para as mulheres e 13% para os homens, e a diferença entre sexos é de 2:1

para mulheres, quando comparadas aos homens(26).

Apesar dos dados do estudo não apresentarem significância estatística, devido a

pequena amostra, os resultados não mostraram qualquer diferença na distribuição e

intensidade dos sintomas em relação às diferentes faixas etárias, mas apresentaram

tendência a corroborar com a literatura quando aponta que a ocorrência de sintomas

deprimidos é maior no sexo feminino. Insônia, cansaço e irritabilidade foram os principais

sintomas somáticos apresentados pela presente amostra.

Estudo que investigou a relação entre estresse e sintomas depressivos em 67

professores indicou que o nível de tensão do trabalho está relacionado com o estresse

psicológico e com o alto escore na escala de sintomas depressivos (27). Em outro estudo

497 professores da rede municipal de Ensino foram avaliados, e mais da metade da

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19

amostra (51,4%) apresentou distúrbios psíquicos menores, dentre eles a depressão (28).

Um percentual bem acima do encontrado no presente estudo (16,7%) de indivíduos

identificados com sintomas depressivos.

Quando se avalia os sintomas separadamente, um estudo que investigou os

estados depressivos em 50 professores universitários, encontrou os seguintes sintomas:

desânimo (64%); tristeza (56%); irritação (74%); ansiedade (76%); baixa auto-estima

(56%); perfeccionismo (98%); e criticidade (92%). E concluiu relatando que, apesar de a

amostra não ter sido suficientemente grande, os resultados obtidos são indícios que

merecem um estudo posterior, com a utilização de instrumentos mais apurados, para a

avaliação da depressão (29).

Realidade não muito diferente desse estudo, onde também foram encontrados

níveis significativos de alguns sintomas depressivos: dificuldade para dormir (69%),

insatisfação (51%), perfeccionismo (38%), criticidade (34%), aborrecimento fácil (32%), e

diminuição da libido (31%). Além de sintomas comuns de quadros ansiosos como:

nervosismo(41%) e incapacidade para relaxar(40%).

Durante a produção do estudo foram identificados algumas outras variáveis que

poderiam levar a uma análise mais elaborada da população analisada e que podem ser

incluídos em um futuro estudo. Dentre as variáveis identificadas podemos citar: tempo de

docência, carga horária semanal, tempo gasto em sala de aula, número de vínculos

empregatícios, especialidade médica do docente, fatores que podem influenciar

diretamente na prevalência dos sintomas buscados.

Page 28: Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em ... · Sendo assim, acredita-se que o médico docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

20

6. Conclusão

1. Os níveis de ansiedade e depressão aferidos pela pesquisa, entre os

docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, foram de

11,4% e 16,7% respectivamente, estes valores encontram-se abaixo da

média dos outros estudos.

2. Quando analisados separadamente, alguns sintomas ansiosos e depressivos

tiveram altas prevalências, tais como cançaso, insatisfação, nervosismo e

incapacidade de relaxar.

3. A amostra revelou uma tendência onde sintomas de depressão e ansiedade

tendem a se intensificar com a idade, sendo mais frequentes em indivíduos

do sexo feminino. Participantes com menor grau de escolaridade parecem

apresentar mais sintomas de ansiedade.

4. Os resultados obtidos apontam para a necessidade de estudos mais

aprofundados e com amostras maiores sobre depressão e ansiedade em

docentes do curso médico. Uma análise mais ampla, englobando múltiplos

aspectos sociais, demográficos e emocionais poderá estabelecer com mais

precisão quais são os fatores que influenciam positiva e negativamente essa

população, no que se refere à prevalência de depressão e ansiedade.

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21

Summary

Teachers and doctors are two groups of individuals subject to social environments and

working conditions which are often subject to a great deal of stress, which in turn is a risk

factor for the development of disorders such as depression and anxiety. Objective: To

assess the prevalence of depressive and anxiety symptoms among professors of the

Faculty of Medicine of Bahia Federal University of Bahia. Methodology: A cross-sectional

study was conducted with a sample of 36 teachers from Medicine of the Federal University

of Bahia, who responded to the Beck Anxiety Inventory (BAI), the Beck Depression

Inventory (BDI) and a questionnaire with some data personal. In addition, a search was

done in search engines PubMed and SciELO databases, where the material found in the

literature was used to subsidize and compare the data found. Results: It was found that

16.7% of teachers had some degree of depression. Furthermore, it was found that 11.4% of

the teaching had some degree of anxiety. Variables such as gender and educational level

seem to show a correlation with the incidence of depression and anxiety levels and age or

marital status. Some isolated symptoms showed up high and were within the average

reported by other studies that have addressed the issue. Conclusion: Considering the

results of this research, it is important to conduct further studies with more representative

samples and of this population, evaluating other variables that may have great influences

on the prevalence of these symptoms. Enabling the identification of groups that benefit from

careful observation and, if necessary, an intervention aimed at improving the quality of life

of these individuals.

Keywords: Anxiety. Teachers. Depression. Physicians. Prevalence.

Page 30: Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em ... · Sendo assim, acredita-se que o médico docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

22

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Page 31: Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em ... · Sendo assim, acredita-se que o médico docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

23

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14. Beck AT, Epstein N, Brown G, Steer RA, (1988). The Beck Ansiety Inventory. J. Consult.

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15. Beck AT, Blamsderfer A. (1974). Assessment of Depression: The Depression Inventory In:

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16. Gorestein C, Andrade L. (1996) – Validation of a Portuguese Version of The Beck

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17. Ayres LS, Ferreira MC. Para medir assertividade: construção de uma escala. Boletim CEPA

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18. Gorenstein C. Andrade L. Inventário de Depressão de Beck – propriedades psicométricas da

versão em português. In: Gorenstein,C; Andrade, L.; Zuardi, A.W. Escalas de Avaliação

Clínica em Psiquiatria e Psicofarmacologia. São Paulo: Lemos,

1999, p.89-95.

19. Beck AT, Steer RA, Brown G. (1985). Beck Anxiety Checklist Unpublieshed Manuscript,

University of Pensylvania

20. Mattar, Najib F. Pesquisa de Marketing: metodologia e planejamento. São Paulo: Editora

Atlas, 1996. 336 p., Volume 1, 3a

edição.

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24

21. Mazzon JA, et al. O Método de Coleta de Dados pelo Correio: um estudo exploratório. In:

Mazzon, Afonso J, Guagliardi, Augusto J, Fonseca, Simon J. Marketing: Aplicações de

Métodos Quantitativos. São Paulo: Atlas, 1983, p. 35-42.

22. Weible, Rick, Wallace, John. Cyber research: The impact of the internet on data collection.

Marketing Research, Chicago, v. 10, n. 3, Fall 1998, p. 19-24.

23. Felson, Leonard. Netting limitations. Marketing News, Chicago, v. 35, n. 5, 26 de Fevereiro

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24. Organização mundial de saúde. Relatório sobre a saúde no mundo 2001: Saúde Mental: nova

concepção, nova esperança. Genève: World Health Organization, 2001.

25. Organisation mondiale de la santé. La prevention premaire des troubles mentaux,

neurologiques et psychosociux. Genéve: OMS, 1999.

26. Yonkers K, Steiner M. Depressão em mulheres. Tradução de Martin Dunitz.2a .ed.São Paulo:

Lemos, 2001 138p.

27. Schonfeld IS. Psychological distress in a sample of teachers. Journal of Psycology, 124

(3), p. 321-338, 1989.

28. Silvany Neto A, Araújo TM, Lima BGC, Dutra FRD, Paiva LCL, Sarno MM. Condições de

trabalho e saúde em professores da rede particular de ensino na

Bahia: estudo piloto. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, nº 91/92, vol.24, 1998.

29. Inocente NJ. Estados depressivos e situações de trabalho dos professores universitários.

Campinas, 2000. (Dissertação – Mestrado - Universidade Estadual de Campinas).

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25

Anexos

Anexo 1 – Inventário de Depressão de Beck

Instruções

Neste questionário existem grupos de afirmações. Por favor leia cuidadosamente cada uma delas. A seguir selecione a

afirmação, em cada grupo, que melhor descreve como se sentiu NA SEMANA QUE PASSOU, INCLUINDO O DIA DE

HOJE. Desenhe um círculo em torno do número ao lado da afirmação selecionada. Se escolher dentro de cada grupo

várias afirmações, faça um círculo em cada uma delas. Certifique-se que leu todas as afirmações de cada grupo antes de

fazer a sua escolha.

1.

0 Não me sinto triste.

1 Sinto-me triste.

2 Sinto-me triste o tempo todo e não consigo evitá-lo.

3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.

2.

0 Não estou particularmente desencorajado(a) em relação ao

futuro.

1 Sinto-me desencorajado(a) em relação ao futuro.

2 Sinto que não tenho nada a esperar.

3 Sinto que o futuro é sem esperança e que as coisas não podem

melhorar.

3.

0 Não me sinto fracassado(a).

1 Sinto que falhei mais do que um indivíduo médio.

2 Quando analiso a minha vida passada, tudo o que vejo é uma

quantidade de fracassos.

3 Sinto que sou um completo fracasso.

4.

0 Eu tenho tanta satisfação nas coisas, como antes.

1 Não tenho satisfações com as coisas, como costumava ter.

2 Não consigo sentir verdadeira satisfação com alguma coisa.

3 Estou insatisfeito(a) ou entediado(a) com tudo.

5.

0 Não me sinto particularmente culpado(a).

1 Sinto-me culpado(a) grande parte do tempo.

2 Sinto-me bastante culpado(a) a maior parte do tempo.

3 Sinto-me culpado(a) durante o tempo todo.

6.

0 Não me sinto que esteja a ser punido(a).

1 Sinto que posso ser punido(a).

2 Sinto que mereço ser punido(a).

3 Sinto que estou a ser punido(a).

7.

0 Não me sinto desapontado(a) comigo mesmo(a).

1 Sinto-me desapontado(a) comigo mesmo(a).

2 Sinto-me desgostoso(a) comigo mesmo(a).

3 Eu odeio-me.

8.

0 Não me sinto que seja pior que qualquer outra pessoa.

1 Critico-me pelas minhas fraquezas ou erros.

2 Culpo-me constantemente pelas minhas faltas.

3 Culpo-me de todas as coisas más que acontecem.

9.

0 Não tenho qualquer ideia de me matar.

1 Tenho ideias de me matar, mas não sou capaz de

as concretizar.

2 Gostaria de me matar.

3 Matar-me-ia se tivesse uma oportunidade.

10.

0 Não costumo chorar mais do que o habitual.

1 Choro mais agora do que costumava fazer.

2 Atualmente, choro o tempo todo.

3 Eu costumava conseguir chorar, mas agora

não consigo, ainda que queira.

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26

11.

0 Não me irrito mais do que costumava.

1 Fico aborrecido(a) ou irritado(a) mais facilmente do que

costumava.

2 Actualmente, sinto-me permanentemente irritado(a).

3 Já não consigo ficar irritado(a) com as coisas que antes me

irritavam.

12.

0 Não perdi o interesse nas outras pessoas.

1 Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas.

2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas.

3 Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas.

13.

0 Tomo decisões como antes.

1 Adio as minhas decisões mais do que costumava.

2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes.

3 Já não consigo tomar qualquer decisão.

14.

0 Não sinto que a minha aparência seja pior do que costumava

ser.

1 Preocupo-me porque estou a parecer velho(a) ou nada atraente.

2 Sinto que há mudanças permanentes na minha aparência que

me tornam nada atraente.

3 Considero-me feio(a).

15.

0 Sou capaz de trabalhar tão bem como antes.

1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa.

2 Tenho que me forçar muito para fazer qualquer coisa.

3 Não consigo fazer nenhum trabalho.

16.

0 Durmo tão bem como habitualmente.

1 Não durmo tão bem como costumava.

2 Acordo 1 ou 2 horas antes que o habitual e tenho dificuldade

em voltar a adormecer.

3 Acordo várias vezes mais cedo do que costumava e não

consigo voltar a dormir.

17.

0 Não fico mais cansado(a) do que o habitual.

1 Fico cansado(a) com mais facilidade do que antes.

2 Fico cansado(a) ao fazer quase tudo.

3 Estou demasiado cansado(a) para fazer qualquer coisa.

18.

0 O meu apetite é o mesmo de sempre.

1 Não tenho tanto apetite como costumava ter.

2 O meu apetite, agora, está muito pior.

3 Perdi completamente o apetite.

19.

0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente.

1 Perdi mais de 2,5 kg.

2 Perdi mais de 5 kg.

3 Perdi mais de 7,5 kg.

Estou propositadamente a tentar perder peso, comendo menos.

Sim ____ Não ____

20.

0 A minha saúde não me preocupa mais do que o habitual.

1 Preocupo-me com problemas físicos, como dores e

aflições, má disposição do estômago, ou prisão de ventre.

2 Estou muito preocupado(a) com problemas físicos

e torna-se difícil pensar em outra coisa.

3 Estou tão preocupado(a) com os meus problemas físicos

que não consigo pensar em qualquer outra coisa.

21.

0 Não tenho observado qualquer alteração recente

no meu interesse sexual.

1 Estou menos interessado(a) na vida sexual do que

costumava.

2 Sinto-me, actualmente, muito menos interessado(a)

pela vida sexual.

3 Perdi completamente o interesse na vida sexual.

Total: ______ Classificação: _____________________________________

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27

Anexo 2 – Inventário de Ansiedade de Beck

Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da

lista. Identifique o quanto você tem sido incomodado por cada sintoma durante a última semana,

incluindo hoje, colocando um “x” no espaço correspondente.

Absolutamente não

Levemente Não me

incomodou muito

Moderadamente Foi muito

desagradável mas pude suportar

Gravemente Dificilmente pude

suportar

1. Dormência ou formigamento

2. Sensação de calor

3. Tremores nas pernas

4. Incapaz de relaxar

5. Medo que aconteça o pior

6. Atordoado ou tonto

7. Palpitação ou aceleração do coração

8. Sem equilíbrio

9. Aterrorizado

10. Nervoso

11. Sensação de sufocação

12. Tremores nas mãos

13. Trêmulo

14. Medo de perder o controle

15. Dificuldade de respirar

16. Medo de morrer

17. Assustado

18. Indigestão ou desconforto no abdômen

19. Sensação de desmaio

20. Rosto afogueado

21. Suor (não devido ao calor)

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Anexo 3 – Termo de Cosentimento Livre e Esclarecido

Título do Estudo: A prevalência de sintomas de ansiedade e depressão entre os docentes do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia.

Pesquisador Responsável: Rômulo Luiz de Castro Meira

O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa. Por favor, leia este

documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Caso haja alguma palavra ou frase que

o (a) senhor (a) não consiga entender, converse com o pesquisador responsável pelo estudo

ou com um membro da equipe desta pesquisa para esclarecê-los.

A proposta deste termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é explicar tudo sobre o

estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo. Duas vias desse documento

deverão ser assinadas, ficando uma em poder do pesquisador e a outra via com o

participante.

Em caso de denuncia deve-se entrar em contato com o Comitê de Ética e Pesquisa da

Faculdade de Medicina da Bahia cujo contato e endereço encontram-se nesse documento.

Objetivo do Estudo

Os objetivos do estudo são: Aferir a prevalência de transtornos psíquicos menores em docentes do

curso de medicina da Universidade Federal da Bahia em exercício durante o estudo, verificar a presença

de sintomas de ansiedade e depressão entre esses profissionais e correlacionar os resultados obtidos com o

perfil desses docentes médicos e os dados encontrados na literatura.

Duração do Estudo

A duração total do estudo é de 12 meses.

A sua participação no estudo será de aproximadamente 12 meses.

Descrição do Estudo

Participarão do estudo aproximadamente 200 indivíduos.

Este estudo será realizado na Faculdade de Medicina da Bahia

O (a) Senhor (a) foi escolhido (a) a participar do estudo porque é um docente do curso de

medicina da Faculdade de Medicina da Bahia em exercício.

O (a) Senhor (a) não poderá participar do estudo se não for um docente em exercício

vinculado a instituição supracitada no período de desenvolvimento do estudo.

Procedimento do Estudo

Após entender e concordar em participar, serão aplicados questionários auto-avaliativos para

aferir a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão. São instrumentos pré-existente,

validados e anônimos que serão aplicados junto com um questionário para colher dados

demográficos básicos, tais como: idade, sexo e estado civil. Não haverá nenhum ônus ao

participante.

Riscos Potenciais, Efeitos Colaterais e Desconforto

O estudo não está isento de risco, já que dados pessoais serão colhidos no seu andamento e

o vazamento desses dados é uma possibilidade, no entanto haverá por parte do pesquisador

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29

o comprometimento em manter o total sigilo de tais informações. Os Indivíduos convidados a

participar do estudo podem se sentir constrangidos devido ao caráter psicopatológico

avaliativo do estudo.

Benefícios para o participante

Trata-se de estudo descritivo testando a hipótese de que a profissão e formação médica

associada à carreira docente no curso de medicina estão associadas com níveis elevados de

ansiedade e depressão.

Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício. Além disso,

os resultados obtidos com este estudo poderão ajudar avaliar a forma como o ensino médico

vem sofrendo influência do estado de saúde mental e as pressões que os docentes

responsáveis estão submetidos, assim como o impacto destes na qualidade de vida desses

profissionais. Serão informados a instituição os níveis de prevalência encontrados nesse

estudo, havendo relevância nos dados encontrados, estes poderão deflagrar a necessidade

de se repensar a estrutura e as condições de trabalho a que estes docentes estão sujeitos, o

que pode influenciar direta e indiretamente na formação médica. Para aqueles que

desejarem ter conhecimento sobre o seu resultado individual, será divulgado o escore com

os pontos de corte indicando qual a pontuação se constitui um fator de risco para a presença

ou não de tais comorbidades, deixando a critério do docente a procura de ajuda

especializada. Entretanto também será sugerido e orientado aos indivíduos, que demonstrem

índices importantes nos escores avaliados, que procurem o próprio serviço médico

universitário da instituição. Já que apesar do caráter anônimo do estudo, o fato da coleta de

dados ser realizada via correio eletrônico pessoal, possibilitará a identificação de cada

indivíduo separadamente, sendo importante frisar que a abordagem ao participante, caso se

faça necessária, ocorrera da forma mais discreta e sigilosa possível. Só o pesquisador terá

acesso ao email utilizado na coleta de dados da pesquisa e se compromete a não permitir o

acesso de terceiros ao mesmo, sendo ele o único portador da senha pessoal da conta de

email.

Os pontos de corte serão publicados na versão final do estudo, versão essa que será

encaminhada anexada a um relatório final do projeto para a instituição bem como para cada

um dos participantes do estudo por meio de correio eletrônico. Qualquer eventual produção

que possa ser originado desse trabalho também deverá ser encaminha a todos os

participantes da mesma forma.

Compensação

O Senhor(a) não receberá nenhuma compensação para participar desta pesquisa e também

não terá nenhuma despesa adicional.

Participação Voluntária/Desistência do Estudo

Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, o senhor(a) somente

participa se assim desejar.

Após assinar o consentimento, o senhor(a) terá total liberdade de retirá-lo a qualquer

momento e deixar de participar do estudo se assim o desejar, sem quaisquer prejuízos ao

acompanhamento na instituição.

Novas Informações

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30

Quaisquer novas informações que possam afetar a sua segurança ou influenciar na sua

decisão de continuar a participação no estudo serão fornecidas ao senhor(a) por escrito ou

por intermédio de correio eletrônico. Se decidir continuar neste estudo, terá que assinar

novo (revisado) Termo de Consentimento informando para documentar seu conhecimento

sobre novas informações.

Utilização de Registros Obtidos e Confidencialidade

Todas as informações colhidas e os resultados dos testes serão analisados em caráter

estritamente científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) do participante a todo o

momento, ou seja, em nenhum momento os dados que o identifique serão divulgados, a

menos que seja exigido por lei.

Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em reuniões ou publicações,

contudo, sua identidade não será revelada nessas apresentações.

Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida

Em qualquer etapa do estudo o senhor(a) terá acesso aos profissionais responsáveis pela

pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os responsáveis pelo estudo nesta

instituição são:

João Matheus Dantas Almeida

Endereço: Rua ENg. Lídio Campos, 54, Federação

CEP:40230-113, Salvador, Bahia, Brasil.

Telefones: (71) 3330-2143/ (71) 9933-3676

Rômulo Luiz de Castro Meira

Endereço: Cond. Pq Encontro das Águas, Quadra M, Lt 12, Portão, Lauro de Freitas

CEP: 42700-000, Salvador, Bahia, Brasil.

Telefones: (71) 8880-0819

Este estudo está vinculado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina da

Bahia, localizada em:

Largo do Terreiro de Jesus, s/n. Centro Histórico

CEP: 40.026-010, Salvador, Bahia, Brasil.

Tel.: 55 71 3283.5577 | Fax: 55 71 3283.5567

Page 39: Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em ... · Sendo assim, acredita-se que o médico docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos

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Declaração de Consentimento

Concordo em participar do estudo intitulado “A PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE

ANSIEDADE E DEPRESSÃO ENTRE OS DOCENTES DO CURSO DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA”

Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis

benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas

dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta

pesquisa. Entendo que ao assinar este documento, não estou abdicando de nenhum de meus

direitos legais.

Nome do Sujeito de Pesquisa Letra de Forma ou à Máquina

Data

Assinatura do Sujeito de Pesquisa

Nome do Representante Legal do Sujeito de Pesquisa Letra

de Forma ou à Máquina

Data

Assinatura do Representante Legal do Sujeito de Pesquisa

Nome da pessoa Obtendo o Consentimento

Data

Assinatura da Pessoa Obtendo o Consentimento

Nome do Pesquisador Principal Data

Assinatura e Carimbo do Pesquisador Principal