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I
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes
do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia
João Matheus Dantas Almeida
Salvador (Bahia)
Setembro, 2013
II
Ficha catalográfica
(elaborada pela Bibl. SONIA ABREU, da Bibliotheca Gonçalo Moniz : Memória da Saúde Brasileira/SIBI-UFBA/FMB-
UFBA)
Almeida, João Matheus Dantas A447 Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes do curso de
Medicina da Universidade Federal da Bahia / Salvador: JMD, Almeida, 2013. v i; fls. 31 ii
Orientador: Prof. Dr. Rômulo Luiz de Castro Meira. Monografia (Conclusão de Curso) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, 2013.
1. Ansiedade - Docentes. 2.Depressão. 3. Médicos. 4. Prevalência. I. Meira, Rômulo Luiz
de Castro. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. III. Título. CDU - 616.89-008.454
III
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em docentes
do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia
João Matheus Dantas Almeida
Professor orientador: Rômulo Luiz de Castro Meira
Monografia de Conclusão do Componente
Curricular MED-B60/2013.1, como pré-
requisito obrigatório e parcial para conclusão
do curso médico da Faculdade de Medicina da
Bahia da Universidade Federal da Bahia,
apresentada ao Colegiado do Curso de
Graduação em Medicina.
Salvador (Bahia)
Setembro, 2013
V
Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se
tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade.
É necessário que adquira um sentimento, um senso prático
daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do
que é moralmente aceito. Albert Einstein
VI
A Minha Mãe, Sandra Regina e a
Minha Avó Isabel Pereira
VII
EQUIPE
João Matheus Dantas Almeida, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA; Correio-e:
Rômulo Luiz de Castro Meira, Departamento de Bioregulação/ICS;
Camila Kalil Silva, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA.
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)
Instituto de Ciências da Saúde (ICS)
FONTES DE FINANCIAMENTO
1. Recursos próprios.
VIII
AGRADECIMENTOS
Ao meu Professor orientador, Doutor Rômulo Luiz de Castro Meira, pela presença constante
e substantivas orientações acadêmicas e à minha vida profissional de futuro médico.
Ao Professor Doutor José Tavares-Neto pelo empenho como coordenador da disciplina MED-
B60 (monografia IV), e pelos esclarecimentos das dúvidas e correções dos erros que foram
surgindo durante este trabalho.
Ao Doutor Luis Fernando Fernandes Adam pelo constante apoio, disponibilidade, auxilio e
sobretudo incentivo para que a concretização desse projeto pudesse acontecer.
Ao meus Colegas Camila Kalil e Warley Barros, pela colaboração na construção e
discussão das bases do trabalho assim como incentivo mútuo.
A todos os professores da faculdade, que se dispuseram a participar do estudo.
1
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA..........................................................................FMB
INVENTÁRIO DE BECK PARA DEPRESSÃO (BECK DEPRESSION INVENTORY).......BDI
INVENTÁRIO DE ANSIEDADE DE BECK (BECK ANXIETY INVETORY)........................BAI
ORAGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE........................................................................OMS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA..........................................................................UFBA
2
Resumo
Os docentes e os médicos são dois grupos de indivíduos submetidos a ambientes sociais e
condições de trabalho onde estão muitas vezes sujeitos a uma grande carga de estresse,
que por sua vez é fator de risco para o desenvolvimento de transtornos, tais como
depressão e ansiedade. Objetivo: Aferir as prevalências de sintomas depressivos e
ansiosos entre docentes da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da
Bahia. Metodologia: Um estudo transversal foi realizado com uma amostra de 36 docentes
do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, que responderam ao Inventário
de Ansiedade de Beck (BAI), ao Inventário de Depressão de Beck (BDI) e um questionário
com alguns dados pessoais. Além disso, foi feita uma pesquisa nos sites de busca
Pubmed e Scielo, onde o material da literatura encontrado foi utilizado para subsidiar e
confrontar os dados encontrados. Resultados: Verificou-se que 16,7% dos docentes
apresentavam algum grau de depressão. Além disso, verificou-se que 11,4% dos docentes
apresentavam algum grau de ansiedade. Variáveis como sexo e grau de escolaridade
parecem demonstrar correlação com a incidência dos níveis de depressão e ansiedade e
idade ou estado civil. Alguns sintomas isolados se mostraram elevados e encontravam-se
dentro da média relata por outros estudos que abordaram o tema. Conclusão: Tendo em
vista o resultado desta pesquisa, faz-se importante a realização de estudos mais amplos e
com amostras mais representativas dessa população, avaliando outras variáveis que
podem ter grande influencia na prevalência desses sintomas. Possibilitando a identificação
de grupos que se beneficiem de uma observação cuidadosa e, se necessário, uma
intervenção objetivando a melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
Palavras-chaves: Ansiedade. Docentes. Depressão. Médicos. Prevalência.
3
SUMÁRIO
1 Introdução.................................................................................................... 5
2 Objetivo.........................................................................................................8
2.1 Gerais...................................................................................................................8
2.2 Específicos...........................................................................................................8
3 Materiais e métodos......................................................................................9
3.1 Sujeitos.................................................................................................................9
3.2 Instrumentos.........................................................................................................9
3.2.1 Inventário de Beck para Depressão (Beck Depression Inventory)....................9
3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Invetory)..............................11
3.3 Procedimento.....................................................................................................11
3.4 Aspectos éticos..................................................................................................11
4 Resultados..................................................................................................13
4.1 Características da amostra................................................................................13
4.1.1 Idade...............................................................................................................13
4.1.2 Sexo................................................................................................................13
4.1.3 Estado Civil.....................................................................................................13
4.1.4 Grau de Escolaridade......................................................................................14
4.2 Escores de depressão e ansiedade...................................................................14
4.3 Análise cruzada..................................................................................................15
4.4 Análise de sintomas isolados.............................................................................15
5 Discussão....................................................................................................17
5.1 Vantagens e limitações da forma de abordagem da pesquisa..........................17
5.2 Avaçiação dos resultados..................................................................................18
6 Conclusão...................................................................................................20
Summary........................................................................................................21
Referências....................................................................................................22
Anexos...........................................................................................................25
4
Indice de quadros e tabelas
Quadro 1. Sintomas de Ansiedade e Depressão...................................................................6
Tabela 1. Escalas de depressão e de ansiedade.................................................................14
Tabela 2. Frequência dos resultados do escore de depressão............................................14
Tabela 3. Frequência dos resultados do escore de ansiedade............................................14
Tabela 4. Prevalência dos sintomas de depressão..............................................................16
Tabela 5. Prevalência dos sintomas de ansiedade..............................................................16
5
1. Introdução
A depressão é um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de
interesse ou prazer, sentimentos de culpa ou baixa autoestima, distúrbios do sono ou do
apetite, sensação de cansaço e falta de concentração. Pode ser de longa duração ou
recorrente, prejudicando substancialmente a capacidade funcional do indivíduo no
trabalho, na escola ou no lidar com a vida diária. Na sua forma mais grave, a depressão
pode levar ao suicídio. Quando leve, as pessoas podem ser tratada sem medicamentos,
mas quando a depressão é moderada ou grave podem precisar de medicação e
tratamentos oferecidos por profissionais (1).
Esta patologia tem-se estabelecido como um importante problema de Saúde
Pública, de relevância crescente nas últimas décadas, assumindo-se como uma das
principais causas de morbidade atuais. Estes fatos são sustentados no World Health
Report de 2001 da OMS e corroborados também pela posição preponderante ocupada
pela depressão na sociedade - em 4ºlugar em termos de 'peso' segundo o GBD (Global
Burden of Disease) sendo responsável por cerca de 8,6% de DALYs ( Disability Adjusted
Life Years - Anos de Vida Ajustados por Incapacidade, uma medida baseada no tempo que
combina anos de vida perdidos devido a mortalidade e anos de vida perdido pela ausência
de saúde plena) e 11,9% dos YLDs (Years Lived with Disability - Anos Vividos com
Incapacidade). Desta forma, a depressão apresenta-se claramente como um dos
problemas de saúde mais incapacitantes e que inflige uma grande sobrecarga em todo o
mundo (2).
Investigações recentes sugerem que, nos países industrializados, a incidência da
depressão tem aumentado, tornando-se uma enorme carga, tanto para os trabalhadores,
como para os centros de trabalho. Essa patologia é um dos problemas de saúde mais
freqüentes no ambiente laboral, um entre dez trabalhadores sofrerá depressão clínica
bastante grave, o que exigirá afastamento de suas atividades (3). A depressão é uma
síndrome prevalente, e traz grande sofrimento e prejuízos ao desempenho social e
ocupacional (4).
A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo
iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça. É algo que está
presente no desenvolvimento normal do ser humano, nas mudanças e nas experiências
6
novas e inéditas. É uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada por
várias sensações físicas: mal estar epigástrico, aperto no tórax, palpitações, sudorese
excessiva, cefaléia, súbita necessidade de evacuar, inquietação, etc. Na forma anormal ou
patológica é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em virtude de sua
intensidade ou duração. Essa forma patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu
bem estar e ao seu desempenho e não permite que ele se prepare e enfrente as situações
ameaçadoras.
Os transtornos de ansiedade e transtornos depressivos são condições altamente
prevalentes, que frequentemente ocorrem de forma associada (5,6,7). Indivíduos afetados
pela ansiedade e transtornos depressivos simultaneamente têm demonstrado maiores
níveis de comprometimento funcional, redução da qualidade de vida, e piores resultados
nos tratamentos, em comparação com indivíduos com apenas uma dessas desordens. A
prevalência dessa associação na população em geral é muito alta. Em um estudo recente
de 1783 indivíduos, 75% por cento das pessoas com depressão preencheram os critérios
para um transtorno de ansiedade em sua vida, enquanto que, 79% daqueles com distúrbio
de ansiedade apresentaram critérios para depressão maior durante a vida (6).
Alguns dos sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) e da
depressão são comuns a ambas as doenças, enquanto outros são específicos de cada
uma (6).
Quadro 1. Sintomas de Ansiedade e Depressão:
PATOLOGIA SINTOMAS
DEPRESSÃO Perda de interesse; mudança de peso;
falta de apetite; retardo motor; culpa ou
sentimento de inutilidade; pensamento
de morte;
TAG Preocupação excessiva; hiperatividade
autonômica; resposta de sobressalto
exagerada; tensão muscular;
DEPRESSÃO + TAG Humor disfórico; irritabilidade; agitação
ou inquietação; dificuldade de
concentração; insônia; fadiga;
7
Embora existam vários estudos sobre depressão, na literatura o material encontrado
que propõe a aporfundar e estudar esta questão correlacionada aos médicos ainda é
escasso, sendo assim pouco discutidos os fatores relacionados à depressão nestes
profissionais (9). A doença pode ser de diagnóstico difícil, podendo ter pouco
reconhecimento e inadequado tratamento, gerando cronicidade e, prejuízos na vida
profissional. A formação do médico é um processo extremamente conturbado e sujeito a
uma grande carga de estresse, este começa desde antes do ingresso do acadêmico na
faculdade, sendo submetido a processos seletivos extremamente árduos para adentrar as
instituições de ensino, onde é exposto a uma rotina intensa durante sua formação médica,
na graduação, e mesmo após. Aspectos psicodinâmicos, como comportamento
compulsivo, rigidez, atitude de controle das emoções, retardo de gratificações e fantasias
irrealistas acerca do futuro, tanto influenciam a escolha pela carreira médica, quanto
predispõem a distúrbios emocionais, abuso de álcool e drogas. Existem características da
profissão, como o contato íntimo com o sofrimento e a morte, multiplicidade de empregos e
área de atuação, crescente carga de trabalho e diversos riscos ocupacionais que podem
constituir-se em fatores estressantes, contribuindo para repercussões na saúde mental dos
profissionais.
Os docentes também são uma das categorias mais expostas a ambientes
conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasse, reuniões e
atividades adicionais, problemas com alunos que chegam até ameaças verbais e físicas.
Esta realidade estressante pode causar repercussões na saúde física e mental e no
desempenho profissional dos professores (11). Sendo assim, acredita-se que o médico
docente representa uma população na qual o desenvolvimento de distúrbios psíquicos
menores pode encontrar uma conjuntura mais adequada para se manifestar. Tornando
importante a análise da prevalência de sinais que possam levar ao aparecimento de
transtornos de ansiedade ou depressivos nessa população, refletindo principalmente em
suas vidas profissionais e sociais (12).
8
2. Objetivo
2.1 Gerais
Aferir a prevalência e a intensidade de sintomas de ansiedade e depressão entre os
docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia
2.2 Específicos
1. Verificar a presença de sintomas de ansiedade e depressão entre os
docentes de Medicina.
2. Correlacionar os resultados com as variáveis testadas: Idade, sexo e estado
civil.
9
3. Materiais e métodos
3.1 Sujeitos
A amostra estuda é composta pelos docentes do curso de medicina da Faculdade
de Medicina da Bahia(FMB), da Universidade Federal da Bahia(UFBA), e, atividade
durante o desenvolvimento do estudo.
3.2 Instrumentos
Para avaliação dos sintomas de depressão e ansiedade foram usados os seguintes
intrumentos (Anexos 1 e 2):
Beck Depression Inventory (13)
Beck Anxiety Inventory (14)
3.2.1 Inventário de Beck para Depressão (Beck Depression Inventory)
O BDi foi desenvolvido por Beck e colaboradores(13) para avaliar a intensidade da
depressão. Seus itens foram derivados de observações clínicas de pacientes deprimidos
em psicoterapia e posteriormente foram selecionados aqueles sintomas que pareciam ser
específicos da depressão e que encontravam ressonância com critérios diagnósticos do
DSM II e da literatura sobre depressão.
Segundo seus autores, o BDI revelou-se um instrumento com alta confiabilidade e
boa validade comparado com o diagnóstico realizado por profissionais. Pela análise não-
paramétrica de Kruskal-Wallis, cada uma das 21 categorias teve relação significante com a
pontuação total (p < 0,001). O BDI demonstrou estabilidade diagnóstica, pois as mudanças
de sintomas ocorridas em um intervalo de quatro semanas no teste-reteste foram também
observadas na entrevista clínica. Quanto à confiabilidade entre entrevistadores, houve
concordância em 97% dos diagnósticos realizados. Segundo o Teste de Mann-Whitney, o
poder de discriminação entre graus de depressão (ausência de depressão, depressão leve,
moderada e grave) foi significante (p < 0,0004) e o coeficiente de correlação de Pearson
entre os escores no BDI e as entrevistas clínicas foi de 0,65 (13). O BDI apresentou elevada
correlação comparativamente aos resultados da escala de Hamilton (r= 0,75) (15).
10
O BDI discrimina indivíduos normais de deprimidos ou ansiosos (16) e vem sendo
considerado referência padrão e uma das escalas auto-aplicadas mais comumente
utilizadas para avaliação de depressão. É um instrumento estruturado, composto de 21
categorias de sintomas e atitudes, que descrevem manifestações comportamentais,
cognitivas, afetivas e somáticas da depressão. São elas: humor, pessimismo, sentimentos
de fracasso, insatisfação, sentimentos de culpa, sentimentos de punição, autodepreciação,
auto-acusação, desejo de autopunição, crises de choro, irritabilidade, isolamento social,
indecisão, inibição no trabalho, distúrbios do sono, fatigabilidade, perda de apetite, perda
de peso, preocupação somática e perda de libido.
O questionário foi traduzido para o português (17), validado na população brasileira, é
uma das medidas de auto-avaliação das mais usadas, tanto em pesquisa, como em clínica,
e a versão em português confirma a validade discriminante, devido a sua capacidade de
diferenciar pacientes deprimidos de ansiosos e sujeitos normais sendo considerado
referência padrão euma das escalas auto-aplicadas mais comumente utilizadas para
avaliação de depressão. Não é um instrumento de diagnóstico, porém mede as
manifestações do comportamento depressivo(18).
Cada categoria contém quatro alternativas que expressam níveis de gravidade dos
sintomas depressivos. A pontuação para cada categoria varia de zero a três, sendo zero a
ausência dos sintomas depressivos e três a presença dos sintomas mais intensos. Na
dependência da pontuação total, os escores de até 9 pontos significam ausência de
depressão ou sintomas depressivos mínimos; de 10 a 18 pontos, depressão leve a
moderada; de 19 a 29 pontos, depressão moderada a grave; e, de 30 a 63 pontos,
depressão grave. Apesar de não haver um ponto de corte fixo para o diagnóstico de
depressão, já que este deverá ser baseado nas características da amostra e do estudo em
questão, se propõem que obtendo-se 21 pontos ou mais pode-se considerada existência
de depressão clinicamente significativa (15).
11
3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Invetory)
O BAI foi desenvolvido para avaliar o rigor dos sintomas de ansiedade em pacientes
deprimidos. Selecionaram-se 21 itens que refletissem somática, afetiva e cognitivamente
os sintomas característicos da ansiedade mas não da depressão. Esta lista de verificação
de ansiedade mostrou uma consistência interna (α = 0,92) e boa confiabillidade teste-
reteste com intervalo de uma semana r (58) = 0,75 (19).
A escala consiste de 21 itens ou sintomas comuns em quadros de ansiedade. Ao
respondente foi perguntado o quanto ele ou ela foram incomodados por cada sintoma,
durante a semana que passou, dentro de uma escala de 4 pontos, variando de 0 (não a
todas) a 3 (gravemente). Os itens somados resultam em escore total que pode variar de 0
a 63. Pontuação de 0-7 pontos indica nível mínimo de ansiedade, de 8-15 pontos, indica
ansiedade leve, 16-25 pontos, ansiedade moderada e de 26-63 pontos, ansiedade grave.
3.3 Procedimento
No período de maio a junho de 2013 os docentes vinculados à FMB foram
convidados a participar voluntariamente, se assim concordarem com o termo de
consentimento livre e pré-esclarecido, da pesquisa. Os documentos necessários para a
participação na pesquisa foram enviados por correio eletrônico. O levantamento de dados
foi realizado através da aplicação de questionários estruturados (BDI e BAI), com questões
a cerca dos sintomas que conflíam para o diagnóstico de transtornos mentais depressivos
e de ansiedade, além de alguns dados coletados para ajudar na análise das características
da população e possível relação com os resultados encontrados.
3.4 Aspectos éticos
Esclareceu-se que o TCLE (Anexo 3) deveria ser lido e preenchido antes do envio
do questionário com as respostas, ficando uma cópia assinada com o mesmo(Item IV.2.d),
além de o sujeito da pesquisa ter liberdade para recusar-se a participar ou retirar seu
consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao
seu cuidado (Res. CNS 196/96 - Item IV.1.f).
12
A pesquisa foi aprovada pelo COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS DA
FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA. PARECER FINAL N° 240.589. Em nome de
Rômulo Luiz de Castro Meira como pesquisador responsável e o texto: “Trata-se de projeto
com relevância, e ético.”.
Em termos coletivos, esta pesquisa aumentará o espaço de questionamento sobre a
qualidade de vida do docente do curso de medicina e o reflexo desta no desempenho de
suas funções, essenciais para a boa formação dos futuros médicos, permitindo assim, que
sejam sugeridas possíveis soluções para reduzir os níveis de estresse e impacto que a
carreira docente médica acarreta sobre esses profissionais.
13
4. Resultados
Os questionários foram enviados para os 186 endereços eletrônicos cadastrados
dos docentes da Faculdade de Medicina da Bahia que estão publicados no endereço
eletrônico
“http://www.fameb.ufba.br/index.php?option=com_content&view=article&id=104&Itemid=15
2” referente ao mês de Janeiro de 2013.
Foram feitas três tentativas de envio pelos emails cadastrados durante o período de
40 dias. Desses, 27 endereços eletrônicos presentes na lista apresentavam mensagem de
erro ao enviar os textos introdutórios e o link que direcionava para o questionário. Dos 159
restantes cinco enviaram resposta onde afirmavam não apresentar interesse em participar
da pesquisa. Das 154 mensagens restantes encaminhadas 36(23,4%) responderam ao
questionário. Apenas um questionário foi invalidado para a análise do inventário de
ansiedade devido ao não preenchimento dessa parte.
4.1 Características da Amostra
4.1.1 Idade
Entre os 36 participantes, 31 responderam o quesito idade, que variou de 30 a 68
anos, sendo a mediana 50 e a média 49,21 anos.
4.1.2 Sexo
Dos 36 participantes 21(58,3%) foram do sexo feminino e 15(41,7%) do sexo
masculino.
4.1.3 Estado Civil
Entre os 36 participantes a esmagadora maioria era de casados(a) - 26(72,2%) –
seguidos pelos divorciados(16,7%) e solteiros(11,1%).
14
4.1.4 Grau de Escolaridade
Dos 36 apenas 33 responderam qual o grau de escolaridade, sendo 14(38,9%)
doutores, 13(36,1%) graduados e pós-graduados e 6(16,7%) mestres.
4.2 Escores de Depressão e Ansiedade
Os escores foram estratificados em graus mínimo ou ausente, leve, moderado e
grave. De acordo com a tabela 1:
Tabela 1. Escalas de depressão e de ansiedade
Grau Depressão Ansiedade Mínimo ou Ausente 0 – 9 0 – 7
Leve 10 – 18 8 – 15
Moderado 19 – 29 16 – 25
Grave 30 – 63 26 - 63
A distribuição da frequência dos escores de ansiedade e depressão constatados
pelos inventários de Beck foi a seguinte (Tabelas 2 e 3):
Frequência dos resultados do escore de depressão.
Escore de Depressão
Grau Frequência Porcentagem(%) Mínimo ou Ausente 30 83,3
Leve 6 16,7
Frequência dos resultados do escore de ansiedade.
Escore de Ansiedade
Grau Frequência Porcentagem(%) Mínimo ou Ausente 31 86,1
Leve 3 8,6 Moderado 1 2,8
Fonte: elaborado pelo autor.
Não foram identificados casos de graus moderados de depressão e graves de
depressão e ansiedade no presente estudo.
15
4.3 Análise Cruzada
A análise não revelou diferença significativa na frequência dos sintomas de
depressão na amostra de acordo com a faixa etária, apresentando distribuição uniforme
entre os indivíduos da amostra: entretanto, os sintomas de ansiedade foram mais
presentes na faixa etária dos 40 aos 59 anos.
Ao analisar a variável sexo observa-se leve tendência do sexo feminino a apresentar
níveis mais elevados de depressão leve, ansiedade leve e moderada quando comparado
ao sexo masculino, sendo 4(11,1%) mulheres versus 2(5,6%) homens com sintomas de
depressão leve, e 4(11,5%) mulheres apresentando sintomas leves e moderados de
ansiedade versus nenhum homem.
Houve tendência entre os indivíduos com menor grau de escolaridade de apresentar
sintomas de ansiedade, mas não houve diferença em relação aos sintomas depressivos.
Os casados também apresentam leve tendência a apresentar ambos os sintomas
quando comparados aos solteiros, divorciados e viúvos.
4.4 Análise de Sintomas Isolados
Os sintomas depressivos mais presentes na amostra (tabela 4) foram: ficar
cansado(a) com mais facilidade (69%), insatisfação com as coisas (51%), não dormir tão
bem quanto antes (38%), autocrítica pelas fraquezas ou erros (34%), ficar mais facilmente
irritado ou aborrecido (32%), ter o interesse na vida sexual diminuído (31%), preocupação
em estar parecendo velho (a) ou nada atraente (29%), perda de interesse em outras
pessoas (26%) e tristeza (20%). A tristesa, a insatisfação com as coisas e a preocupação
em estar parecendo velho apresentaram maior predominância no sexo feminino, os demais
tiveram uma distribuição mais regular entre os sexos. As demais características como
idade, estado civil e grau de escolaridade não apresentaram influência na distribuição.
No que diz respeito aos sintomas de ansiedade (tabela 5) os mais presentes foram:
nervosismo (41%) incapacidade de relaxar (40%), medo de que aconteça o pior (29%) e
indigestão ou desconforto no abdômen (29%), não havendo predileção por grupos.
16
Prevalência dos sintomas de depressão.
Sintomas do BDI Prevalência(%)
Tem se cansado mais facilmente 69
Tem menor satisfação com as coisas 51
Não dorme tão bem quanto antes 38
Tem se autocriticado mais 34
Se irrita mais facilmente 32
Houve diminuição do apetite sexual 31
Tem se sentido menos atraente 29
Tem menor interesse nas pessoas 26
Se sente mais triste 20
Prevalência dos sintomas de ansiedade.
Sintomas do BDA Prevalência(%)
Nervosismo 41
Incapacidade de relaxar 40
Medo de que aconteça o pior 29
Indigestão ou desconforto no abdômen 29
Fonte: elaborado pelo autor.
17
5. Discussão
5.1 Vantagens e Limitações da forma de abordagem da pesquisa.
O presente estudo avaliou a prevalência e intensidade de sintomas depressivos e
ansiosos nos docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Foram
encontradas baixas incidências desses sintomas de uma forma geral, e a prevalência
dessas patologias quando presentes, segundo os instrumentos utilizados, são de
intensidade mínima em sua maioria. Importante salientar que devido ao pequeno tamanho
da amostra não foi encontrado qualquer significância estatística (p<0,05) nos resultados.
A aplicação do questionário por correio eletrônico exerce menor pressão para
obtenção de respostas. Observa-se nesse caso que os respondentes têm mais tempo para
preencher as informações e espera-se que tendam a fazê-lo com mais qualidade
informacional (20).
Os questionários foram enviados juntamente com um texto explicando os objetivos,
solicitando cooperação e garantindo sigilo das respostas. Foi elaborado para ser um
questionário sintético: questionários muito extensos são uma barreira para obter maior
índice de resposta. Como a taxa de retorno não foi satisfatória após a quarta semana do
primeiro envio, o questionário foi remetido novamente, acompanhado de nova carta de
solicitação de cooperação. Medidas essas tomadas com base na literatura no intuito de
buscar a maior taxa de retorno possível (20,21).
A taxa de retorno de questionários enviados pela internet, pelo correio eletrônico
gira em torno de 30% na melhor das hipóteses, um baixo índice de resposta, menores que
todos os outros métodos de aplicação de questionário (22). No presente estudo a taxa de
retorno foi de 23,4%, o que é condizente com o descrito na literatura.
Além disso, é evidente que diversas características próprias dos respondentes
também influenciam significativamente a taxa de resposta, entre as quais destacam-se o
interesse do respondente pelo assunto abordado no questionário e disponibilidade
emocional para participar(20).
18
A baixa confiabilidade nos dados, uma vez que muitos respondentes podem
falsificar informações demográficas, que não são passíveis de verificação, também está
entre os riscos desse tipo de pesquisa, o que pode gerar amostras não representativas da
população(23). Da mesma forma não se deve esquecer o fato de que população alvo deve
ter familiaridade com o computador e com o uso de aplicativos para responder o
questionário.
Pro outro lado, no presente estudo, a consulta por correio eletrônico foi escolhida
devido a importantes fatores: baixo custo, alta garantia de anonimato, alta uniformidade da
mensuração, e por ser uma forma de abordagem rápida e flexível, permitindo alcançar a
grande parte do público alvo do estudo com o intuito de facilitar adesão ao trabalho e a
tabulação dos dados colhidos (20).
5.2 Avaliação dos Resultados
Segundo a OMS (24), o estado afetivo angustiado e deprimido inicia uma cascata de
mudanças adversas no funcionamento endócrino e imunitário e cria maior susceptibilidade
a uma série de doenças físicas. A depressão pode afetar as pessoas em qualquer fase da
vida, embora a incidência seja mais alta nas idades médias. Em cerca de 20% dos casos,
porém, a depressão segue um curso crônico, sem remissão. Pode estar presente, também,
em diversos sintomas somáticos (25). A estimativa da ocorrência da depressão ao longo da
vida é de 21% para as mulheres e 13% para os homens, e a diferença entre sexos é de 2:1
para mulheres, quando comparadas aos homens(26).
Apesar dos dados do estudo não apresentarem significância estatística, devido a
pequena amostra, os resultados não mostraram qualquer diferença na distribuição e
intensidade dos sintomas em relação às diferentes faixas etárias, mas apresentaram
tendência a corroborar com a literatura quando aponta que a ocorrência de sintomas
deprimidos é maior no sexo feminino. Insônia, cansaço e irritabilidade foram os principais
sintomas somáticos apresentados pela presente amostra.
Estudo que investigou a relação entre estresse e sintomas depressivos em 67
professores indicou que o nível de tensão do trabalho está relacionado com o estresse
psicológico e com o alto escore na escala de sintomas depressivos (27). Em outro estudo
497 professores da rede municipal de Ensino foram avaliados, e mais da metade da
19
amostra (51,4%) apresentou distúrbios psíquicos menores, dentre eles a depressão (28).
Um percentual bem acima do encontrado no presente estudo (16,7%) de indivíduos
identificados com sintomas depressivos.
Quando se avalia os sintomas separadamente, um estudo que investigou os
estados depressivos em 50 professores universitários, encontrou os seguintes sintomas:
desânimo (64%); tristeza (56%); irritação (74%); ansiedade (76%); baixa auto-estima
(56%); perfeccionismo (98%); e criticidade (92%). E concluiu relatando que, apesar de a
amostra não ter sido suficientemente grande, os resultados obtidos são indícios que
merecem um estudo posterior, com a utilização de instrumentos mais apurados, para a
avaliação da depressão (29).
Realidade não muito diferente desse estudo, onde também foram encontrados
níveis significativos de alguns sintomas depressivos: dificuldade para dormir (69%),
insatisfação (51%), perfeccionismo (38%), criticidade (34%), aborrecimento fácil (32%), e
diminuição da libido (31%). Além de sintomas comuns de quadros ansiosos como:
nervosismo(41%) e incapacidade para relaxar(40%).
Durante a produção do estudo foram identificados algumas outras variáveis que
poderiam levar a uma análise mais elaborada da população analisada e que podem ser
incluídos em um futuro estudo. Dentre as variáveis identificadas podemos citar: tempo de
docência, carga horária semanal, tempo gasto em sala de aula, número de vínculos
empregatícios, especialidade médica do docente, fatores que podem influenciar
diretamente na prevalência dos sintomas buscados.
20
6. Conclusão
1. Os níveis de ansiedade e depressão aferidos pela pesquisa, entre os
docentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, foram de
11,4% e 16,7% respectivamente, estes valores encontram-se abaixo da
média dos outros estudos.
2. Quando analisados separadamente, alguns sintomas ansiosos e depressivos
tiveram altas prevalências, tais como cançaso, insatisfação, nervosismo e
incapacidade de relaxar.
3. A amostra revelou uma tendência onde sintomas de depressão e ansiedade
tendem a se intensificar com a idade, sendo mais frequentes em indivíduos
do sexo feminino. Participantes com menor grau de escolaridade parecem
apresentar mais sintomas de ansiedade.
4. Os resultados obtidos apontam para a necessidade de estudos mais
aprofundados e com amostras maiores sobre depressão e ansiedade em
docentes do curso médico. Uma análise mais ampla, englobando múltiplos
aspectos sociais, demográficos e emocionais poderá estabelecer com mais
precisão quais são os fatores que influenciam positiva e negativamente essa
população, no que se refere à prevalência de depressão e ansiedade.
21
Summary
Teachers and doctors are two groups of individuals subject to social environments and
working conditions which are often subject to a great deal of stress, which in turn is a risk
factor for the development of disorders such as depression and anxiety. Objective: To
assess the prevalence of depressive and anxiety symptoms among professors of the
Faculty of Medicine of Bahia Federal University of Bahia. Methodology: A cross-sectional
study was conducted with a sample of 36 teachers from Medicine of the Federal University
of Bahia, who responded to the Beck Anxiety Inventory (BAI), the Beck Depression
Inventory (BDI) and a questionnaire with some data personal. In addition, a search was
done in search engines PubMed and SciELO databases, where the material found in the
literature was used to subsidize and compare the data found. Results: It was found that
16.7% of teachers had some degree of depression. Furthermore, it was found that 11.4% of
the teaching had some degree of anxiety. Variables such as gender and educational level
seem to show a correlation with the incidence of depression and anxiety levels and age or
marital status. Some isolated symptoms showed up high and were within the average
reported by other studies that have addressed the issue. Conclusion: Considering the
results of this research, it is important to conduct further studies with more representative
samples and of this population, evaluating other variables that may have great influences
on the prevalence of these symptoms. Enabling the identification of groups that benefit from
careful observation and, if necessary, an intervention aimed at improving the quality of life
of these individuals.
Keywords: Anxiety. Teachers. Depression. Physicians. Prevalence.
22
Referências
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19. Beck AT, Steer RA, Brown G. (1985). Beck Anxiety Checklist Unpublieshed Manuscript,
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20. Mattar, Najib F. Pesquisa de Marketing: metodologia e planejamento. São Paulo: Editora
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24
21. Mazzon JA, et al. O Método de Coleta de Dados pelo Correio: um estudo exploratório. In:
Mazzon, Afonso J, Guagliardi, Augusto J, Fonseca, Simon J. Marketing: Aplicações de
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22. Weible, Rick, Wallace, John. Cyber research: The impact of the internet on data collection.
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23. Felson, Leonard. Netting limitations. Marketing News, Chicago, v. 35, n. 5, 26 de Fevereiro
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26. Yonkers K, Steiner M. Depressão em mulheres. Tradução de Martin Dunitz.2a .ed.São Paulo:
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27. Schonfeld IS. Psychological distress in a sample of teachers. Journal of Psycology, 124
(3), p. 321-338, 1989.
28. Silvany Neto A, Araújo TM, Lima BGC, Dutra FRD, Paiva LCL, Sarno MM. Condições de
trabalho e saúde em professores da rede particular de ensino na
Bahia: estudo piloto. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, nº 91/92, vol.24, 1998.
29. Inocente NJ. Estados depressivos e situações de trabalho dos professores universitários.
Campinas, 2000. (Dissertação – Mestrado - Universidade Estadual de Campinas).
25
Anexos
Anexo 1 – Inventário de Depressão de Beck
Instruções
Neste questionário existem grupos de afirmações. Por favor leia cuidadosamente cada uma delas. A seguir selecione a
afirmação, em cada grupo, que melhor descreve como se sentiu NA SEMANA QUE PASSOU, INCLUINDO O DIA DE
HOJE. Desenhe um círculo em torno do número ao lado da afirmação selecionada. Se escolher dentro de cada grupo
várias afirmações, faça um círculo em cada uma delas. Certifique-se que leu todas as afirmações de cada grupo antes de
fazer a sua escolha.
1.
0 Não me sinto triste.
1 Sinto-me triste.
2 Sinto-me triste o tempo todo e não consigo evitá-lo.
3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.
2.
0 Não estou particularmente desencorajado(a) em relação ao
futuro.
1 Sinto-me desencorajado(a) em relação ao futuro.
2 Sinto que não tenho nada a esperar.
3 Sinto que o futuro é sem esperança e que as coisas não podem
melhorar.
3.
0 Não me sinto fracassado(a).
1 Sinto que falhei mais do que um indivíduo médio.
2 Quando analiso a minha vida passada, tudo o que vejo é uma
quantidade de fracassos.
3 Sinto que sou um completo fracasso.
4.
0 Eu tenho tanta satisfação nas coisas, como antes.
1 Não tenho satisfações com as coisas, como costumava ter.
2 Não consigo sentir verdadeira satisfação com alguma coisa.
3 Estou insatisfeito(a) ou entediado(a) com tudo.
5.
0 Não me sinto particularmente culpado(a).
1 Sinto-me culpado(a) grande parte do tempo.
2 Sinto-me bastante culpado(a) a maior parte do tempo.
3 Sinto-me culpado(a) durante o tempo todo.
6.
0 Não me sinto que esteja a ser punido(a).
1 Sinto que posso ser punido(a).
2 Sinto que mereço ser punido(a).
3 Sinto que estou a ser punido(a).
7.
0 Não me sinto desapontado(a) comigo mesmo(a).
1 Sinto-me desapontado(a) comigo mesmo(a).
2 Sinto-me desgostoso(a) comigo mesmo(a).
3 Eu odeio-me.
8.
0 Não me sinto que seja pior que qualquer outra pessoa.
1 Critico-me pelas minhas fraquezas ou erros.
2 Culpo-me constantemente pelas minhas faltas.
3 Culpo-me de todas as coisas más que acontecem.
9.
0 Não tenho qualquer ideia de me matar.
1 Tenho ideias de me matar, mas não sou capaz de
as concretizar.
2 Gostaria de me matar.
3 Matar-me-ia se tivesse uma oportunidade.
10.
0 Não costumo chorar mais do que o habitual.
1 Choro mais agora do que costumava fazer.
2 Atualmente, choro o tempo todo.
3 Eu costumava conseguir chorar, mas agora
não consigo, ainda que queira.
26
11.
0 Não me irrito mais do que costumava.
1 Fico aborrecido(a) ou irritado(a) mais facilmente do que
costumava.
2 Actualmente, sinto-me permanentemente irritado(a).
3 Já não consigo ficar irritado(a) com as coisas que antes me
irritavam.
12.
0 Não perdi o interesse nas outras pessoas.
1 Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas.
2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas.
3 Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas.
13.
0 Tomo decisões como antes.
1 Adio as minhas decisões mais do que costumava.
2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes.
3 Já não consigo tomar qualquer decisão.
14.
0 Não sinto que a minha aparência seja pior do que costumava
ser.
1 Preocupo-me porque estou a parecer velho(a) ou nada atraente.
2 Sinto que há mudanças permanentes na minha aparência que
me tornam nada atraente.
3 Considero-me feio(a).
15.
0 Sou capaz de trabalhar tão bem como antes.
1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa.
2 Tenho que me forçar muito para fazer qualquer coisa.
3 Não consigo fazer nenhum trabalho.
16.
0 Durmo tão bem como habitualmente.
1 Não durmo tão bem como costumava.
2 Acordo 1 ou 2 horas antes que o habitual e tenho dificuldade
em voltar a adormecer.
3 Acordo várias vezes mais cedo do que costumava e não
consigo voltar a dormir.
17.
0 Não fico mais cansado(a) do que o habitual.
1 Fico cansado(a) com mais facilidade do que antes.
2 Fico cansado(a) ao fazer quase tudo.
3 Estou demasiado cansado(a) para fazer qualquer coisa.
18.
0 O meu apetite é o mesmo de sempre.
1 Não tenho tanto apetite como costumava ter.
2 O meu apetite, agora, está muito pior.
3 Perdi completamente o apetite.
19.
0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente.
1 Perdi mais de 2,5 kg.
2 Perdi mais de 5 kg.
3 Perdi mais de 7,5 kg.
Estou propositadamente a tentar perder peso, comendo menos.
Sim ____ Não ____
20.
0 A minha saúde não me preocupa mais do que o habitual.
1 Preocupo-me com problemas físicos, como dores e
aflições, má disposição do estômago, ou prisão de ventre.
2 Estou muito preocupado(a) com problemas físicos
e torna-se difícil pensar em outra coisa.
3 Estou tão preocupado(a) com os meus problemas físicos
que não consigo pensar em qualquer outra coisa.
21.
0 Não tenho observado qualquer alteração recente
no meu interesse sexual.
1 Estou menos interessado(a) na vida sexual do que
costumava.
2 Sinto-me, actualmente, muito menos interessado(a)
pela vida sexual.
3 Perdi completamente o interesse na vida sexual.
Total: ______ Classificação: _____________________________________
27
Anexo 2 – Inventário de Ansiedade de Beck
Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da
lista. Identifique o quanto você tem sido incomodado por cada sintoma durante a última semana,
incluindo hoje, colocando um “x” no espaço correspondente.
Absolutamente não
Levemente Não me
incomodou muito
Moderadamente Foi muito
desagradável mas pude suportar
Gravemente Dificilmente pude
suportar
1. Dormência ou formigamento
2. Sensação de calor
3. Tremores nas pernas
4. Incapaz de relaxar
5. Medo que aconteça o pior
6. Atordoado ou tonto
7. Palpitação ou aceleração do coração
8. Sem equilíbrio
9. Aterrorizado
10. Nervoso
11. Sensação de sufocação
12. Tremores nas mãos
13. Trêmulo
14. Medo de perder o controle
15. Dificuldade de respirar
16. Medo de morrer
17. Assustado
18. Indigestão ou desconforto no abdômen
19. Sensação de desmaio
20. Rosto afogueado
21. Suor (não devido ao calor)
28
Anexo 3 – Termo de Cosentimento Livre e Esclarecido
Título do Estudo: A prevalência de sintomas de ansiedade e depressão entre os docentes do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia.
Pesquisador Responsável: Rômulo Luiz de Castro Meira
O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa. Por favor, leia este
documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Caso haja alguma palavra ou frase que
o (a) senhor (a) não consiga entender, converse com o pesquisador responsável pelo estudo
ou com um membro da equipe desta pesquisa para esclarecê-los.
A proposta deste termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é explicar tudo sobre o
estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo. Duas vias desse documento
deverão ser assinadas, ficando uma em poder do pesquisador e a outra via com o
participante.
Em caso de denuncia deve-se entrar em contato com o Comitê de Ética e Pesquisa da
Faculdade de Medicina da Bahia cujo contato e endereço encontram-se nesse documento.
Objetivo do Estudo
Os objetivos do estudo são: Aferir a prevalência de transtornos psíquicos menores em docentes do
curso de medicina da Universidade Federal da Bahia em exercício durante o estudo, verificar a presença
de sintomas de ansiedade e depressão entre esses profissionais e correlacionar os resultados obtidos com o
perfil desses docentes médicos e os dados encontrados na literatura.
Duração do Estudo
A duração total do estudo é de 12 meses.
A sua participação no estudo será de aproximadamente 12 meses.
Descrição do Estudo
Participarão do estudo aproximadamente 200 indivíduos.
Este estudo será realizado na Faculdade de Medicina da Bahia
O (a) Senhor (a) foi escolhido (a) a participar do estudo porque é um docente do curso de
medicina da Faculdade de Medicina da Bahia em exercício.
O (a) Senhor (a) não poderá participar do estudo se não for um docente em exercício
vinculado a instituição supracitada no período de desenvolvimento do estudo.
Procedimento do Estudo
Após entender e concordar em participar, serão aplicados questionários auto-avaliativos para
aferir a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão. São instrumentos pré-existente,
validados e anônimos que serão aplicados junto com um questionário para colher dados
demográficos básicos, tais como: idade, sexo e estado civil. Não haverá nenhum ônus ao
participante.
Riscos Potenciais, Efeitos Colaterais e Desconforto
O estudo não está isento de risco, já que dados pessoais serão colhidos no seu andamento e
o vazamento desses dados é uma possibilidade, no entanto haverá por parte do pesquisador
29
o comprometimento em manter o total sigilo de tais informações. Os Indivíduos convidados a
participar do estudo podem se sentir constrangidos devido ao caráter psicopatológico
avaliativo do estudo.
Benefícios para o participante
Trata-se de estudo descritivo testando a hipótese de que a profissão e formação médica
associada à carreira docente no curso de medicina estão associadas com níveis elevados de
ansiedade e depressão.
Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício. Além disso,
os resultados obtidos com este estudo poderão ajudar avaliar a forma como o ensino médico
vem sofrendo influência do estado de saúde mental e as pressões que os docentes
responsáveis estão submetidos, assim como o impacto destes na qualidade de vida desses
profissionais. Serão informados a instituição os níveis de prevalência encontrados nesse
estudo, havendo relevância nos dados encontrados, estes poderão deflagrar a necessidade
de se repensar a estrutura e as condições de trabalho a que estes docentes estão sujeitos, o
que pode influenciar direta e indiretamente na formação médica. Para aqueles que
desejarem ter conhecimento sobre o seu resultado individual, será divulgado o escore com
os pontos de corte indicando qual a pontuação se constitui um fator de risco para a presença
ou não de tais comorbidades, deixando a critério do docente a procura de ajuda
especializada. Entretanto também será sugerido e orientado aos indivíduos, que demonstrem
índices importantes nos escores avaliados, que procurem o próprio serviço médico
universitário da instituição. Já que apesar do caráter anônimo do estudo, o fato da coleta de
dados ser realizada via correio eletrônico pessoal, possibilitará a identificação de cada
indivíduo separadamente, sendo importante frisar que a abordagem ao participante, caso se
faça necessária, ocorrera da forma mais discreta e sigilosa possível. Só o pesquisador terá
acesso ao email utilizado na coleta de dados da pesquisa e se compromete a não permitir o
acesso de terceiros ao mesmo, sendo ele o único portador da senha pessoal da conta de
email.
Os pontos de corte serão publicados na versão final do estudo, versão essa que será
encaminhada anexada a um relatório final do projeto para a instituição bem como para cada
um dos participantes do estudo por meio de correio eletrônico. Qualquer eventual produção
que possa ser originado desse trabalho também deverá ser encaminha a todos os
participantes da mesma forma.
Compensação
O Senhor(a) não receberá nenhuma compensação para participar desta pesquisa e também
não terá nenhuma despesa adicional.
Participação Voluntária/Desistência do Estudo
Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, o senhor(a) somente
participa se assim desejar.
Após assinar o consentimento, o senhor(a) terá total liberdade de retirá-lo a qualquer
momento e deixar de participar do estudo se assim o desejar, sem quaisquer prejuízos ao
acompanhamento na instituição.
Novas Informações
30
Quaisquer novas informações que possam afetar a sua segurança ou influenciar na sua
decisão de continuar a participação no estudo serão fornecidas ao senhor(a) por escrito ou
por intermédio de correio eletrônico. Se decidir continuar neste estudo, terá que assinar
novo (revisado) Termo de Consentimento informando para documentar seu conhecimento
sobre novas informações.
Utilização de Registros Obtidos e Confidencialidade
Todas as informações colhidas e os resultados dos testes serão analisados em caráter
estritamente científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) do participante a todo o
momento, ou seja, em nenhum momento os dados que o identifique serão divulgados, a
menos que seja exigido por lei.
Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em reuniões ou publicações,
contudo, sua identidade não será revelada nessas apresentações.
Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida
Em qualquer etapa do estudo o senhor(a) terá acesso aos profissionais responsáveis pela
pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os responsáveis pelo estudo nesta
instituição são:
João Matheus Dantas Almeida
Endereço: Rua ENg. Lídio Campos, 54, Federação
CEP:40230-113, Salvador, Bahia, Brasil.
Telefones: (71) 3330-2143/ (71) 9933-3676
Rômulo Luiz de Castro Meira
Endereço: Cond. Pq Encontro das Águas, Quadra M, Lt 12, Portão, Lauro de Freitas
CEP: 42700-000, Salvador, Bahia, Brasil.
Telefones: (71) 8880-0819
Este estudo está vinculado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina da
Bahia, localizada em:
Largo do Terreiro de Jesus, s/n. Centro Histórico
CEP: 40.026-010, Salvador, Bahia, Brasil.
Tel.: 55 71 3283.5577 | Fax: 55 71 3283.5567
31
Declaração de Consentimento
Concordo em participar do estudo intitulado “A PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE
ANSIEDADE E DEPRESSÃO ENTRE OS DOCENTES DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA”
Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis
benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas
dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta
pesquisa. Entendo que ao assinar este documento, não estou abdicando de nenhum de meus
direitos legais.
Nome do Sujeito de Pesquisa Letra de Forma ou à Máquina
Data
Assinatura do Sujeito de Pesquisa
Nome do Representante Legal do Sujeito de Pesquisa Letra
de Forma ou à Máquina
Data
Assinatura do Representante Legal do Sujeito de Pesquisa
Nome da pessoa Obtendo o Consentimento
Data
Assinatura da Pessoa Obtendo o Consentimento
Nome do Pesquisador Principal Data
Assinatura e Carimbo do Pesquisador Principal