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Território e Desenvolvimento Escola de Governo Curso de Formação Cidadã Maio de 2013 Tomás Cortez Wissenbach

Território e Desenvolvimentoescoladegoverno.org.br/attachments/3373_Aula Cidadã 2014... · 2014-05-29 · Taxa de desemprego Município de São Paulo 1985 - 2009 36 Fonte: SEADE

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Território e Desenvolvimento

Escola de Governo

Curso de Formação Cidadã

Maio de 2013

Tomás Cortez Wissenbach

2

Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. A urbanização de São Paulo

3. Dinâmicas recentes: economia, demografia e

mobilidade

4. Propostas para a cidade

Começando pela história ...

20

Direito à cidade

Participação na riqueza produzida, na qualidade do ambiente

construído, no uso da infraestrutura, nos bens culturais etc

Participação dos processos decisórios, das escolhas, do

planejamento enfim do processo político de gestão da cidade

Luta urbana/ disputa de interesses

Cidade obra: uma construção intergeracional, fruto de

uma trajetória coletiva, a história de um grupo

Cidade mercadoria: uma grande oportunidade de

acumulação de $, de lucros extraordinários, uma “máquina

de fazer dinheiro”

21

Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. A urbanização de São Paulo

3. Dinâmicas recentes: economia, demografia e

mobilidade

4. Propostas para a cidade

22

Urbanização no Brasil

Transição urbano rural entre as + rápidas do

mundo:

1940: 68% rural; 32% urbano

1980: 32% rural; 68% urbano

SP: 1890 64 mil; 1991 9,6 milhões

Urbanização sem urbanidade

Industrialização e urbanização

Urbanização sem infraestrutura

Crescimento urbano x especulação imobiliária

Investimento público e “rodoviarismo”

Fonte: Emplasa

Elaboração: SMDU/DIPRO

EXPANSÃO URBANA

ATÉ 1929

EXPANSÃO URBANA

1930-1949

EXPANSÃO URBANA

1950-1962

EXPANSÃO URBANA

1963-1974

EXPANSÃO URBANA

1975-1985

EXPANSÃO URBANA

1986-1992

EXPANSÃO URBANA

1993-2002

Cidade sem planejamento?

Aliança histórica:

Especuladores urbanos

Industria automobilística

Empreiteiras de obras públicas

Classe política

Organização da cidade para

potencializar sua apropriação

privada

31

Estrutura espacial segregada e desequilibrada

31

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1991 e 2000; Sempla/Dipro. Estimativa populacional para 2005.

32 Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento - Sempla/Dipro; IBGE. Censo Demográfico 2000; Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais - Rais 2004.

Corredor de Ônibus

Linha Ferroviária

Terminais Rodoviários

Terminal de Ônibus

Linha Metroviária

Aeroportos

Números de habitantesem 2000, por distritos

Até 130.000

De 130.001 a 200.000

200.001 e mais

Número de empregos em2004, por área de ponderação

42

8.204

16.366

24.528

32.690

40.852

49.014

57.176

65.338

73.500

81.662

Distritos

População e empregos formais Transportes coletivos

0 6 12 18

Quilômetro

Estrutura espacial segregada e desequilibrada

33

Estrutura espacial

segregada e desequilibrada

34

Espaços subutilizados

34

35

Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. A urbanização de São Paulo

3. Dinâmicas recentes: economia, demografia e

mobilidade

4. Propostas para a cidade

36

Novas dinâmicas – crescimento econômico

Fonte: PNAD 2008: primeiras análises. Comunicado da presidência. IPEA, 2009. A partir

da PNAD 2008.

Estimativa do índice de GINI para Região Metropolitana

de São Paulo – 1995 a 2008

Extraído de: PMSP; Sehab; Plano Municipal de Habitação. Disponível em: http://www.habisp.inf.br/theke/documentos/pmh/pmh_versao_setembro_2010/files/pmh_2009-2024.pdf

Taxa de desemprego

Município de São Paulo

1985 - 2009

36

Fonte: SEADE/ DIEESE; Pesquisa Emprego/ Desemprego

37

Concentração espacial da atividade econômica

ainda é muito alta: menos de 5% da área do

município concentra 70% da atividade econômica.

Taxa de desemprego juvenil resiste à queda e é

muito alta nas áreas periféricas.

Questões de gênero e raça/cor ainda persistem no

mercado de trabalho e se superpõem ao território

reproduzindo e agravando o fenômeno.

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

19

94

19

95

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19

97

19

98

19

99

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06

20

07

pre

ço d

o m

2

Preço Médio, em reais, do m2 dos Lançamentos ImobiliáriosMunicípio de São Paulo

Em r$ correntesFonte:

Fonte: Embraesp. 37

Novas dinâmicas – crescimento econômico

Concentração de empregos na INDÚSTRIA 1996 e 2006

1996 2006

Concentração de empregos em SERVIÇOS 1996 e 2006

1996 2006

40

Mercado imobiliário se apropria da cidade

40

400 mil novos apartamentos em 15 anos

2006 e 2008:

30 mil novos

apartamentos por

mais de 500 mil

reais

Parte cidade se verticalizou, mas a densidade demográfica caiu. Isso porque:

Mais área ocupada por famílias menores

Crescimento da atividade econômica

41

E os pobres seguem confinados

Crescimento de 1,5 para 3

milhões em 10 anos

A área ocupada pelos

assentamentos precários

permaneceu praticamente

inalterada

Enquanto no Itaim Bibi a

densidade demográfica

diminuiu de 116 mil hab/km²

para 81 mil hab/km²; no Capão

Redondo aumentou de 140 mil

hab/km² para 200 mil hab/km²

41

42

Novas dinâmicas - demografia

Fonte: SP demográfico, Maio de 2009.

http://www.seade.gov.br/produtos/spdemog/mai2009/spdemog_maio2009.pdf

mães com menos de 18 anos:

3,3% em 1980; 7,6% em 1998,

6,2% em 2007

mães com mais de 35: 9,2%, em

1980, para 13,8% em 2007.

De fato, a idade média atual da

mãe paulistana, de 26,7 anos

20% das mães tinham 12 anos

ou mais de estudo.

42

43

Novas dinâmicas – cidade mais velha

Fonte: SP demográfico, Dezembro de 2007.

http://www.seade.gov.br/produtos/spdemog/mai2009/spdemog_maio2009.pdf 43

44

Novas dinâmicas – reocupação do centro?

População Recenseada e Taxas de Crescimento

Unidades Territoriais 1980Tx.

Cresc.80/911991

Tx.

Cresc.91/2

000

2000Tx.

Cresc.2000/102010

MSP 8.493.226 1,16 9.646.185 0,88 10 434 252 0,76 11 253 503

CENTRO 526.170 -1,24 458.677 -2,24 373 914 1,43 431 106

LESTE 2.877.590 1,70 3.465.397 1,13 3.835.354 0,42 3.998.237

Leste 1 1.630.352 0,02 1.634.838 -0,42 1 574 554 0,27 1 617 454

Leste 2 1.247.239 3,55 1.830.559 2,37 2 260 800 0,52 2 380 783

NORTE 1.788.422 0,78 1.947.435 0,80 2.092.360 0,57 2.214.654

Norte 1 882.213 0,24 905.917 -0,23 887 140 0,30 914 395

Norte 2 906.210 1,27 1.041.518 1,64 1 205 220 0,76 1 300 259

OESTE 983.455 0,17 1.002.489 -0,94 920 806 1,06 1 023 486

SUL 2.317.588 1,64 2.772.187 1,65 3.211.818 1,11 3.586.020

Sul 1 945.783 0,27 974.276 -0,21 956 366 0,77 1 032 216

Sul 2 1.371.805 2,49 1.797.911 2,55 2 255 452 1,25 2 553 804

Município de São Paulo e Regiões

1980, 1991, 2000 e 2010

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1980, 1991, 2000 e 2010

Elaboração: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano/SMDU - Departamento de Estatística e Produção de informação/Dipro

Novas dinâmicas de mobilidade

Extraído de: Metrô, 2008. Pesquisa Origem/ Destino 2007. Síntese das

informações da Pesquisa Domiciliar.

46

Novas dinâmicas: muito trânsito ou crise de

mobilidade?

Fonte: Vasconcellos, E. A. Mobilidade urbana e atividade econômica. In: SEMPLA,

CEBRAP. 46

Quanto menor a

renda, menor o

número de viagens,

maior o tempo médio

de viagens, maior a

proporção de viagens

cujo motivo é

trabalho.

Quanto maior a

renda, maior o

número de viagens,

menor o tempo médio

das viagens e maior a

proporção de viagens

cujo motivo é lazer.

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Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. A urbanização de São Paulo

3. Dinâmicas recentes: economia, demografia e

mobilidade

4. Propostas para a cidade

Propostas para a cidade

Expansão das redes de alta e média capacidade (metro

e corredores)

Novo padrão de crescimento

Controle social

Política produtiva

Financiamento

Como viabilizar o projeto de cidade?

- Regulação da produção privada do espaço

- Aplicação de instrumentos urbanísticos

- Articulação das ações de governo

- Monitoramento das ações de governo

Projetos Urbanos e

Revisão do Marco

Regulatório: PDE,

LPUOS, Reg. Dos

instrumentos

Territorialização dos

instrumentos de

Planejamento: PM;

PPA; LOA; LDO;

SIMESP

51

Instrumentos de planejamento

Plano Diretor Estratégico (PDE)

Plano Plurianual

(PPA)

Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO)

Lei Orçamentária Anual (LOA)

Estabelece PRIORIDADES e METAS

para 4 anos (do segundo ano da gestão atual ao primeiro da próxima)

Anual, estabelece as PRIORIDADES e METAS para o exercício seguinte e fixa metas fiscais (LRF)

Contém a PREVISÃO DA RECEITA e o DETALHAMENTO DA DESPESA para o exercício seguinte

Norteia o sistema de planejamento municipal

Programa de Metas Estabelece as PRINCIPAIS METAS para os 4 anos de gestão

52

Plano Diretor Estratégico (PDE)

Principais diretrizes de desenvolvimento da cidade

Representa um consenso sobre os grandes objetivos e

prioridades

Aplicação dos instrumentos urbanísticos previstos no estatuto

das cidades

Outorga onerosa do direito de construir

ZEIS – zonas especiais de

Norteia os planos regionais estratégicos - PREs (31)

Uso e ocupação do solo

Programa ações de requalificação urbana

PROGRAMA DE METAS: Concepção de desenvolvimento proposta por uma liderança eleita pela população e que é referendado pela sociedade. Tem por base o

Plano de Governo do candidato eleito. Democracia direta.

PPA

Plano que detalha os objetivos esperados de cada ação do governo, a forma de

acompanhamento dos seus resultados e os mecanismos de feedback em relação às

propostas originais. Democracia representativa

Programa de metas e PPA

54

Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. Os instrumentos de planejamento

3. Controle social e monitoramento

4. Indicadores e avaliação das políticas públicas

O que é controle social?

É o controle exercido pela sociedade sobre o

governo

É a integração da sociedade com a administração

publica, com a finalidade de solucionar problemas e

as deficiências sociais com mais eficiência

Envolve a participação nas diferentes etapas das

políticas públicas: Definição

Execução

Avaliação

Fiscalização

A Lei do Programa de Metas: uma

iniciativa da sociedade civil O programa de metas deve:

Conter ações estratégicas, metas quantitativas e indicadores para cada um dos setores da Administração Pública Municipal, subprefeituras e distritos

Considerar diretrizes da campanha eleitoral

Ser compatìvel com o Plano Diretor Estratégico em vigor

Ser amplamente divulgado

Passar por audiências públicas gerais, temáticas e regionais, inclusive nas Subprefeituras em até 30 dias após sua entrega

Ser monitorado: Divulgação semestral dos “indicadores de desempenho”

Divulgação de balanço anual do andamento do programa

Indicadores de resultado x Metas de

desempenho

Reduzir anualmente até 2012 a taxa de abandono para

atingir o indicador da melhor subprefeitura: 0,00.

Reduzir em 30% as médias de quilometragem de

congestionamento até 2012.

Zerar a diferença no desemprego entre homens e

mulheres

Indicadores como os apresentados são multideterminados e não necessariamente sofrem influência direta da ação do poder municipal

Programa de metas

Deve ser:

Um plano de ação concreto para a gestão

É um compromisso com a sociedade

Metas exeqüíveis, sob pena de desqualificar o

instrumento

Compromisso dos gestores públicos com metas e

prazos de execução

Metas mais simples para promover uma mudança na

cultura institucional

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Estrutura da aula

1. Luta urbana e o direito à cidade

2. Os instrumentos de planejamento

3. Controle social e monitoramento

4. Propostas para a cidade

Programa de metas

Deve ser:

Um plano de ação concreto para a gestão

É um compromisso com a sociedade

Metas exeqüíveis, sob pena de desqualificar o

instrumento

Compromisso dos gestores públicos com metas e

prazos de execução

Metas mais simples para promover uma mudança na

cultura institucional