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TERROR MENTAL

Terror Mental - PerSe · com o ar de vendedor sábio. –Apenas levem algum tipo de colchão para dormir e algo para comer. –Sim, Mary dará um jeito nisso. –completou John. –Ótimo

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TERROR MENTAL

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Titulo original: Terror Mental Uma obra de; Donnefar Skedar. Copyright © 2011 Donnefar Skedar Categoria: Suspense, Terror. Diagramação: Donnefar Skedar Revisão de texto: Donnefar Skedar Capa: Denis Lenzi Diagramação: Donnefar Skedar Nova revisão: © Donnefar Skedar 2013

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste

livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer

meios existentes sem a autorização por escrito do

próprio autor Donnefar Skedar.

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TERROR MENTAL

DONNEFAR SKEDAR

2011

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APRESENTAÇÃO

Terror Mental é a primeira coleção de contos es-

critos por: Donnefar Skedar. Estes contos desta obra chegaram a ser publicados com suas primeiras ver-sões no site: www.recantodasletras.com.br.

Alguns deles fazem partes de projetos como o e-book: “Contos Macabros”, uma parceria iniciada com o autor de contos, Júlio C. Dosan. Este volume trás todos os contos escritos no inicio e meio do ano de 2011, além de alguns que foram escritos no inicio de 2012.

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Dedicatórias:

Este volume eu dedico a pessoas que sempre estão

ao meu lado.

A minha família sempre.

A Lyli, ao Júlio C. Dosan; quem ainda conheço mui-

to pouco, mas que conheço o bastante para ter a ple-

na confiança de dizer, este é meu amigo seja na leitu-

ra ou na escrita. A todos os que conheço no site Re-

canto das Letras que também escrevem contos mais

que perfeitos.

Ao Denis Lenzi pela maravilhosa capa que ficou me-

lhor que o esperado e também agradeço a Adriana

Vargas por ter me ajudado na revisão e diagramação

da primeira edição deste livro. Por fim; agradeço a

você que vai ler esta obra.

Boa leitura!

Att; Don. Skedar

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Nota do autor:

Este livro contem inúmeros palavreados que pode-

rão se identificados como ofensa a certas religiões e

seus seguidores, ele também contem uma linguagem

forte sobre sexo e drogas, não se recomenda a leitura

para menores de 14 anos que tenha a mente fraca

para tal tipo de leitura. Por gentileza, se você se

ofende com qualquer um dos assuntos mostrados

acima; não leia esta obra. Esclarecendo a todos, o au-

tor não esta ligado nem é simpatizante de nenhuma

seita ou religião.

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Sumario:

1- Vende-se................................................................13

2- Margarete Gim........................................................23

3- Pacto.........................................................................25

4- Meio Dia..................................................................29

5- Alan..........................................................................31

6- Mal............................................................................35

7- Morte........................................................................37

8- A Gata......................................................................39

9- O Armário................................................................43

10- Kim.........................................................................49

11- Os crimes de Cristopher Logan..........................53

12- A Casa....................................................................87

13- Choro......................................................................95

14- Freak On A Leash.................................................99

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15- Noite a Fora.........................................................103

16- O Culto de Josh...................................................109

17- A Geladeira (amnésia).......................................119

18- O Anuncio...........................................................123

19- A Estrada.............................................................133

20- Depois da Ultima Seção.....................................139

21- Allia......................................................................143

22- Jesus......................................................................165

23- Coca (ilusão)........................................................169

24- Sexy & Grotesco..................................................173

25- Terror Mental......................................................177

26- Sexo Oculto..........................................................185

27- Sexo Podre...........................................................191

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VENDE–SE

A casa era pequena; apenas quatro cômodos; e um vasto quintal cheio de erva daninha ainda pe-quena que cobria o longo quintal.

O casal Viiz estava pronto para fechar negócio e comprá-la. John Viiz acabara de ser promovido a ge-rente e Mary estava deixando seu mísero emprego de garçonete para trás, e queria descansar um pouco para logo ter seu tão esperado filho que há apenas dois meses estava sendo gerado em seu útero.

O proprietário da casa vendo a empolgação do casal, logo lhes ofereceu as chaves para que eles pu-dessem dar uma olhada antes de fecharem negócio.

–Agradecemos a sua gentileza senhor Friz, mas creio que será um pouco complicado fazer isto antes do fim do mês... –dizia John ao proprietário com um olhar incerto.

–Bom: vocês têm que dar uma olhada... Ela não está em total bom estado e uma pequena reforma seria apropriada. –falava Friz com seu ar de vende-dor do mês, de algum modo ele sabia que teria aque-le acordo.

–Não, tudo bem, estava planejado arrumar uma

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casa que pudéssemos reforma lá ao nosso modo. –disse John com a voz animada.

–Oh ótimo. –aliviou-se Friz. E o que os impedem de visitar a casa?

–Bem, a casa fica longe de onde moramos hoje, e pelo que vimos no mapa, não tem nenhum hotel por perto. –falou ele com um pouco de tristeza em sua voz.

–Ah sim, entendo, porém vocês podem fica na casa enquanto verifica cada canto!

–O senhor nos deixaria passar a noite na casa an-tes de fecharmos negócio? – entusiasmou-se John.

–Mas é claro, há muito tempo não vejo pessoas interessadas na casa; como estamos prestes a fechar negócio, nada mais justo que isso. –continuou Friz com o ar de vendedor sábio. –Apenas levem algum tipo de colchão para dormir e algo para comer.

–Sim, Mary dará um jeito nisso. –completou John.

–Ótimo Sr. Viiz, passe no meu escritório pela tar-de e lê darei as chaves, vocês podem ir amanhã mesmo para lá.

–Maravilha! Estarei lá, pode deixar.

Durante todo o caminho os Viiz planejavam co-mo seria cada canto da nova casa, embora os mesmo

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estivessem visto apenas fotos da residência através de e-mail, eles já tinham uma ideia do que fariam.

–Deve ser aquela ali na frente –falou Mary apon-tando para uma casa coberta por árvores que se pa-reciam com pé de alguma fruta, embora irreconhecí-vel pela decadência das folhas.

–Sim, é o que marca no mapa –completou John levando o carro para frente da calçada. –Os vizinhos parecem gentis! –disse ele olhando para a única casa mais próxima que estava a alguns quilômetros de distância.

–Com certeza parecem –respondeu Mary sorrin-do e saindo do carro com as sacolas de compras, fei-tas as presas.

–Não se parece nada com a da foto –falou John olhando para a foto em suas mãos.

–Ela parece de alguma forma ter vida. –disse Mary admirando a casa.

A casa em si era de aparência simples, além das árvores cobrindo sua entrada da frente e a entrada lateral, ela era térrea com janelas laterais grandes e uma porta velha com um desenho em seu olho mági-co.

A cor da parede era de uma aparência suja, co-mo se fosse um marrom claro ou mesclado de um marrom forte, e o modelo das janelas era bem antigo.

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Mary se lembrava de ter lido algo sobre a casa ter sido construída no século 18.

Por dentro era ainda mais estranho. O cômodo parecia ser enorme, algo como o dobro do que fora informado na negociação. Outra informação que não estava inclusa era o porão que tinha uma porta entre a cozinha e o único banheiro da casa, porém, a porta estava trancada ou como fora advertido por John; a porta poderia estar emperrada por algo do outro la-do.

Após vistoria toda a casa, Mary lavou o banheiro, e John arrumou a energia que por sinal foi percebido vinda de um gerador atrás da casa, mesmo tendo energia vinda de dois postes próximos da residência.

Os moveis deixados por algum morador, eram antigos e mesmo assim pareciam intactos. Mary gos-tou da ideia de reaproveita-los dando um toque es-pecial.

O sol já tinha se posto e eles já tinham ajeitado um canto no quarto para dormirem, enquanto con-versavam, imaginando a nova vida junto com o bebê que logo nasceria.

Eles olhavam os últimos raios de sol que deixa-vam algumas manchas vermelhas nas nuvens escu-ras pelas janelas.

Foi neste momento em que Mary jurou ouvir passos dentro da sala. Assustado, John correu para

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sala a fim de verificar algum movimento, mas tudo estava normal nada estava fora do lugar, e as portas estavam fechadas.

–Não há ninguém aqui querida! –falou John abraçando Mary.

–Mas eu juro ter ouvido...

John á afastou um pouco e fez sinal para que ela permanecesse ali parada e quieta.

–O que foi? –perguntou ela em um sussurro.

–Tem alguém lá fora –disse ele pegando um pe-daço de algo parecido com um resto de bastão de basebol. –Fique aqui e me espere.

–Mas... Vai, me... –não deu tempo de terminar, ele saiu pela porta lateral nas pontas dos pés.

Mary ficou parada encostada na parede próxima a porta do porão e novamente ouviu passos como se alguém estivesse saindo da cozinha e passando por ela. Ela ficou aterrorizada, pois não vira ninguém, apenas ouviu os passos passarem por ela.

Da porta do porão ela teve a sensação de ouvir vozes baixas de alguém sendo repreendido e tremeu ao ver um pequeno feixe de luz no chão da porta. Segurando-se na parede, ela foi indo em direção à porta de costas, enquanto as vozes pareciam aumen-tar e ficarem mais nítidas.

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–Já disse que não podemos sair quando eles esti-verem aqui –repreendia uma voz feminina e com um sotaque estranho.

–Mas mãe a casa é nossa, não entendo porque devemos ficar aqui embaixo –reclamava um garoto também com sotaque.

–Você age igual ao seu pai –disse a voz de uma mulher. –Onde ele está?

Ao ouvir a conversa Mary se virou tremendo pa-ra abrir a porta, mas foi repreendida. Do outro lado da sala John a olhava com um olhar firme e sincero. Ela correu para ele e começou chorar, dizendo que tinha alguém no porão.

Ele tentou confortá-la, dizendo que não tinha ninguém do lado de fora, e que talvez, fossem ratos no porão. Isso não serviu para deixa lá confiante, mas serviu para acalma-la com a ideia de que talvez estivesse com sono, ele a fez se deitar, enquanto lhe preparava um chá.

Alguns minutos se passaram e Mary olhava para o teto pensando em como seria o nascimento de seu filho quando novamente ouviu as vozes.

–Onde esteve? –gritou a mulher fazendo com que Mary se levantasse e corresse para a cozinha on-de John estava olhando para a porta do porão.

–Você ouviu? –perguntou ela assustada.

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–Sim –disse ele fazendo sinal com as mãos para ela parar onde estava.

Ele desceu os degraus e colocou uma das chaves na tranca da porta e a girou, mas nada aconteceu; então ele tentou chave por chave, mas nenhuma abriu a porta.

–Olhe –disse Mary já a seu lado. –Não parece ser este tipo de chave –falou ela apontando para a fe-chadura que tinha um formato arredondado diferen-ciando-se das outras chaves.

–Deve ter outra chave aqui na casa –disse John fazendo sinal com a cabeça para subirem as escadas e procurarem por alguma chave.

Durante a procura Mary abriu uma das gavetas que estava na cômoda do quarto, e um fundo falso se fez nítido ao bater com a mão no fim da gaveta. Ela puxou a gaveta para fora e retirou a madeira que cobria o fundo. Dentro tinha fotos de uma família na própria casa e também documentos muitos antigos além de recortes de jornais, e lá estava à chave total-mente banhada a ouro presa em uma corrente de prata.

–John! –gritou Mary para a porta aberta.

Ao pegar as fotos enquanto John correu para abrir a porta, Mary viu que eram fotos antigas, e to-das da mesma família; sendo uma mulher alta de aparências judia, e seu marido, também judeu com

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paletó de cortes impecáveis, e um garoto que não teria mais que 12 anos. O que mais chamou a atenção de Mary foi que em todas as fotos, embora tiradas em vários quantos da casa, era que todas as pessoas fotografadas estavam com os olhos fechados e sem-pre com a cabeça tombada para o lado.

Olhando os documentos, ela percebeu que a fa-mília tinha um nome estranho e que o final era Friz, mas ela não conseguia ler o primeiro nome de ne-nhuma das fotos.

Os recortes de jornal traziam as mesmas fotos e quase sempre o mesmo titulo: “O estranho caso dos Friz; quem são essas pessoas? Onde elas estão?”.

Ao ler por cima de cada reportagem, Mary pode perceber que as fotos se tratavam da única família a residir ali, e que de algum modo eles eram a atração daquele lugar. Ao ler o final da última reportagem, ela congelou e correu ao encontro de John; perceben-do, ao chegar ao fim das escadas que John lhe fazia sinal para que ela não entrasse no porão que estava sendo iluminado por uma luz central.

–John você tem que ver isso –disse Mary tre-mendo até os ossos.

–E você não pode ver isso – alertou ele, virando-a de costas para dentro do porão.

Ele pegou o recorte bem amarelado com o titulo: “onde eles estão?” E olhou a fotografia de três pesso-

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as sentadas na sala da casa toda arrumada; passou a ler em voz alta, enquanto Mary tremia abraçando a si mesma.

...Durante décadas a historia dos Friz chamou a atenção de várias pessoas que se perdiam na floresta.

Depois de muito investigar a única casa dentro da floresta, não foi encontrado lá, nenhum vestígio da família mostrada na foto; nem mesmo, nenhuma informação sobre o fotógrafo que tirou essas fotogra-fias, porém, todos que se perderam na floresta afir-maram ter encontrado abrigo naquela casa, e que ao anoitecer, foram perturbados por essas pessoas que se dizem donos da residência... O governo informa que a casa nunca foi habitada por nenhuma família, e desconhece a existência de móveis dentro da resi-dência que tem quatro cômodos e um banheiro, mais um vasto quintal cheio de ervas daninhas... As pes-soas que dizem ter passado por estas experiências, receberam tratamento mental e estão em repouso em clinicas paras pessoas mentalmente perturbadas...

John foi surpreendido pelo horror da história, e viu que Mary estava mais assustada que ele, e com-preendeu que o melhor era saírem daquela casa.

Dentro do carro com todos os papéis, Mary ainda horrorizada, atreveu-se a perguntar o que tinha no porão. John com os olhos fixos no retrovisor acelerou mais ainda o jipe e encarando Mary com horror res-pondeu:

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–Dentro do porão estava o corpo intacto do Sr. Friz, o mesmo que me deu as chaves hoje à tarde!

Fim

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MARGARETE GIM

Era insuportável encarar aqueles rostos me acu-sando. Parecia que eu era à assassina de uma criança, mas eu era tão inocente como todos os bebes em seus nascimentos.

Em meados dos anos 1920, ninguém jamais co-nhecera ou teve qualquer entendimento sobre tal assunto. Eu tentei alertar, e por inúmeras vezes mos-trar lhes o mal que rondavam a cidade de Crislene. Mas sempre fui punida com ameaças e insultos além de palavreados imundos. Meu mundo sempre foi muito além deste lugar aqui e de certa forma eu me-reço estar onde estou.

Mesmo quando eu tirei a pior ferida daquele ca-çador na floresta, eu mereço receber tamanho casti-go, mas quero que todos saibam que este lugar dei-xara de existir assim que eu invocar meu pai, pois ele sim sabe o que esta cidade representa.

–Agora escutem todos – Eu gritei. –Sou bem mais do que vocês esperavam. Suas mentes não estão prontas para tudo o que fiz, mas meu pai vai reinar sobre suas almas e assim como eu estou queimando agora, todos vocês vão queimar para sempre na casa do meu pai. Eu sou Margarete Gim, a filha semi-humana de Lúcifer, e hoje retorno para o inferno,

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pois estarei preparando seus lares criaturas despre-zível.

–Queime sua bruxa!–gritou alguém.

Fim

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PACTO

A dor estava aumentando como se fossem várias agulhas lhe perfurando os olhos. Ele se mataria se tivesse forças para tal ato, mas algo o deixava prezo em sua própria cama e vendo uma escuridão pro-funda entrar em seu corpo; acabou desmaiando...

Já passava do meio dia quando Kevin sofreu um acidente em sua casa. O jovem de 29 anos, a menos de um mês tinha se separado de sua esposa Leila, com quem teve um relacionamento de seis anos. Cansado de tanta discussão e opiniões diferentes, além do ciúme possessivo de Leila, Kevin resolveu se separar deixando Leila em sua residência com tudo que o divórcio com separação de bens pode lhe bene-ficiar.

Antes de se mudar para a cidade vizinha, Kevin se lembrou das palavras de Leila dizendo que ele iria se arrepender de tudo o que a fez sofrer, e estava so-frendo, e que ele não seria de mais ninguém. Leila era adepta de ocultismo e Kevin nunca acreditara em nada do que sua esposa lhe dizia sobre sua vida espi-ritual.

Duas semanas após a mudança para nova casa, Kevin notou que as coisas não estavam tão bem co-mo estava quando era casado. Seus projetos no em-

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prego não estavam sendo aceitos, e seu cargo promo-cional para gerente foi suspenso após seu chefe co-nhecer um concorrente de Kevin em uma reunião trimestral da empresa.

Após o meio dia de domingo, Kevin se arrumou para um encontro com sua amiga de trabalho, Susi, mas ao descer as escadas de seu sobrado, algo estra-nho que não conseguia identificar, estava presente. Era uma força invisível que o jogou das escadas até o chão frio e duro como rocha.

Seus ossos foram se quebrando aos poucos en-quanto seu corpo girava cerca de 360 graus em torno de si mesmo. Ao terminar de rolar os 47 degraus de escada, ele foi surpreendido novamente e desta vez não foi pela dor de seus ossos quebrados, e sim, pela força que o fez rolar pelas escadas. Era algo escuro e indefinido, o que ele chamou de “espírito” antes de desmaiar com a dor.

No hospital, após três dias em coma, ele acordou com a voz de a sua ex-esposa ao pé da cama.

–Bom dia Kevin, que bom que acordou – dizia Leila com um sorriso estranho entre os dentes. –Pensei que não me amava mais.

–O... O que acon... Aconteceu? –disse ele com di-ficuldade devido à garganta seca.

–O que te aconteceu? Digamos que você caiu da escada, pois tropeçou no tapete ridículo de sua casa –

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falou Leila soltando uma gargalhada sobrenatural.

–Você, o que...

–Não diga nada, você estará em casa dentro de dois dias, só quero lhe fazer uma pergunta –falou ela sentando se ao lado de Kevin. –Sua mãe não quer que eu leve você comigo, ao menos que você diga que quer ir, então quero saber o que você acha?

–Não, não eu não... –disse ele com dificuldades para respirar fazendo aumentar os batimentos cardí-acos mostrados nos aparelhos acima de sua cabeça.

–Pare com isso –disse Leila puxando todos os fi-os dos aparelhos ligados ao corpo de Kevin, fazendo assim ele ter mais dificuldades para respirar; pas-sando a sentir dor devido ao soro ser arrancado com força de seu punho e braço.

–O que você me diz? Hm... Vamos para casa cui-dar das feridas? –gritava Leila enquanto jogava al-gum tipo de pó na porta do quarto.

–O que está fazendo? –disse ele aos suspiros.

–Cale a boca, apenas diga que me aceita de volta e tudo terminará bem –respondeu ela pegando um tipo de faca em sua bolsa. –Isso impedira que alguém nos atrapalhar; vamos grite se sentir dor –ela soltou novamente a gargalhada demoníaca.

–Eu não vou com você –falou Kevin após juntar toda sua força para falar.

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–Que pena –disse Leila.

Com a faca nas mãos ela foi ao peito de Kevin e fez um círculo deixando um leve ferimento em seu peito. Depois o vendo sentir dor ao apertar seu tórax, ela passou a apalpar cada parte de seu corpo a fim de descobrir qual parte o fazia sentir mais dor.

Após uma oração silenciosa, seus olhos pareciam demoníacos e cruéis, ela olhou nos olhos de Kevin e disse em seu ouvido. –É melhor dormir.

Então Leila começou a retorcer a cada osso que-brado durante a queda que ele sofreu em sua casa. A cada parte retorcida ele dava gritos horríveis de dor, ela sorria como se aquilo fosse à única coisa que a fez feliz em toda sua vida.

Ela não parou nas pernas, foi para os braços, ombros e ao chegar a seu pescoço com todos aqueles gritos terríveis ela parou ao ouvi-lo gritar.

–Lúcifer, eu já lhe dei minha alma, deixa a de Leila em paz!

Fim

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MEIO DIA

Já eram quatro horas da madrugada, podia sen-tir que o dia estava amanhecendo. O calor aumenta-va em todos os cantos da casa, aquela situação era complicada e involuntária.

Não queria estar naquele lugar, na verdade nun-ca quis. Todos os dias era arrastado dos braços de Gabriely, minha imortal amada. Todas as noites eu a deixava para trás durante todos esses sonhos e sem-pre às 11h59min eu partia para meu repouso eterno. Já estava exaustiva aquela rotina involuntária do meu corpo. Os olhos de Gabriely me feriam aquilo que não possuo mais, estava como qualquer um, in-defeso perante o desejo carnal. Nunca desejei algo que não estivesse ao meu alcance, mas agora desejo.

Esperei pelos primeiros raios de sol, estavam for-te em mais uma manha de verão. Ela ainda me dese-java, eu estivera com ela à noite toda, passeando por lugares lindos. A sede dela não me feria; deixava-me até enojado dos meus atos, em mim não surtia efeito, suas presas sobre meu pescoço, isso a faziam se sen-tir poderosa a cada noite e isso me deixava mais fra-co.

O relógio despertou às 11h59min como era de se esperar. Desta vez não desci as escadas do porão.

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Fiquei ao pé da cama esperando pelo ato rotineiro de apertar um botão na parede fazendo as persianas se moverem com delicadeza.

Em segundos a minha pele foi queimando por dentro da jaqueta de couro; a dor era confortante ao pensar que estaria de volta com Gabriely para sem-pre. Ela abriu os olhos e me viu queimar, já estava sem pensamentos quando ela gritou:

–Gilbert não! Sou eu, Gabriely!

Fim

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ALAN

...Antes do anoitecer, antes do crepúsculo, antes do último raio, ou cor clara no céu, eles se beijaram como se não o fosse fazer a noite...

O casal de jovens se separou para o jantar em suas casas com seus pais, a garota era linda, um tom de pele único que sempre pareceu estar úmida, seus olhos azuis eram profundos e seus lábios carnudos o que a deixava ainda mais atraente. O rapaz não era do tipo lindo, mas tinha charme e era forte, sua pele morena bronzeada do sol deixava as garotas em aler-ta. A noite caiu com presa e o luar surgiu entre al-gumas nuvens já transparentes. A estrada para a praça era longa e cortar caminho pelo pequeno bos-que parecia ser mais rápido e fácil.

O jovem se chamava Alan e a bela garota cha-mava se Juded. Sim eles se amavam e Juded odiava ficar esperando naquela praça cheia de garotos que sempre a paqueravam. Alan sabia que pelo bosque estaria na praça antes de Juded e poderia comprar-lhe flores, margaridas as suas favoritas. No bosque conhecido por todos os jovens do local, não tinha nada de assustador nem tenebroso. Alan conhecia todo o caminho e sabia que não teria que correr para chegar ao seu destino.

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Cinco minutos após entrar no atalho, a noite que antes era clara e nítida, agora estava ficando escura e sombria. O luar estava escondido por trás de novas nuvens fortes que surgiram exatamente onde à lua pairava radiante.

Alan não percebeu de inicio, mas logo o barulho de um galho quebrando, o fez notar que algo estava acontecendo.

Com passos mais rápidos, Alan teve a sensação de esta sendo seguido, não por alguém, mas sim por algo e que não estava em seu campo de visão. E ele estava certo.

A noite já não era mais bela e nuvens negras pa-reciam estar somente onde ele se encontrava, ele pas-sou por um casal estranho que estava se atacando na grama como se estivessem em um motel ao ar livre.

Eles não notaram a presença de Alan, e por isso ele passou batido; percebendo que o casal também não notou a diferença no ar e nem na noite.

Com o passo cada vez mais apertado, Alan olhou em seu relógio digital para saber quantos mi-nutos ainda tinha e foi ai que aconteceu.

Restavam quinze minutos para o encontro com Juded, mas algo o fez parar de caminhar e o fez saltar para o lado.

Como se fosse um fantasma um ser alto e forte,

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sim muito forte, deu um leve sorriso para Alan e cuspiu as palavras:

–Está atrasado querido? –a voz do que quer que fosse aquilo, era estrondosa e irritante ao ouvido humano.

–O que é você? –disse Alan se afastando. –O que você quer?

–Eu sou a morte!

O ser jogou Alan a metros de distância como se estivesse jogando uma camisa em um cesto de rou-pas. Alan bateu a cabeça em uma árvore e sentiu a dor ao ver que seu braço esquerdo estava partido literalmente ao meio mostrando o osso quebrado e seus músculos sangrando.

Com um grito de horror ele lutou para levantar o corpo dolorido e correr o pequeno caminho que restava para chegar à estrada de frente a praça na qual ele sabia que estaria cheia de gente para lhe ajudar.

A criatura apenas sumiu em suas costas deixan-do um leve silêncio misterioso. Dois passos para chegar à estrada, e se arrastando de dor, Alan nova-mente foi surpreendido pelo ser.

Parado de frente com Alan a criatura soltou seu mau hálito de algo semelhante a enxofre e falou com a voz no tom baixo, ainda assim fazendo os ouvidos

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de Alan estralar em um som agudo e logo em segui-da muito grave.

–Você não a verá novamente querido.

Em seguida, o que ainda restava de Alan foi jo-gado novamente para o ponto onde ele estava caído, e o som não foi nada confortante. Logo, o monstro estava de frente com ele novamente, mostrando sua verdadeira face, algo semelhante a uma besta infer-nal.

Seus grandes olhos eram vermelhos e intensos, o formato de seu rosto era digno de um tigre dentes-de-sabre, porém distorcido com a maldade fluindo em seu cheiro horrível, suas presas estavam cheias de sangue e semelhante à carne fresca entre um den-te e outro. A criatura em si era um horror em se des-crever.

E como se estivesse com seu alimento, ela abo-canhou o pescoço de Alan fazendo-o soltar gritos e mais gritos de dor enquanto sua pele era arrancada por presas afiadas e famintas. O último grito de Alan foi tão forte e tão horrível que ecoou em toda a praça.

Fim

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MAL

O som era calmo, estava mais para uma cachoei-ra secando.

Nada, além disso, podia ser ouvido, nada além da minha respiração fraca. Levei mais de uma hora para pensar onde poderia estar e depois de um longo tempo consegui perceber que tinha desmaiado e es-tava todo sujo de sangue.

Quando puxei meus braços para trás a fim de me levantar, percebi que estava sangrando pelos pulsos, dois cortes estavam fazendo meu sangue esguichar por todos os lados. Percebi então que estava no ba-nheiro e o som vinha da torneira aberta. Com difi-culdade levantei meu corpo fraco, e fechei a torneira.

Consegui fazer um curativo para estancar o san-gramento. Não conseguia lembrar nada e o banheiro em si estava uma desordem total. Não acho que ten-tei me matar, pensei comigo mesmo. Fui para meu quarto atrás de respostas, e encontrei. Em minha ca-ma jazia o corpo de uma moça, ela estava nua, e sua cabeça havia sido decepada deixando o corpo e indo parar outro lado do quarto.

Quando vi seu rosto me recordei do que tinha acontecido. Regina era minha vizinha e descobriu

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que estava gravida. Com desprezo matei-a com insa-na loucura e em seguida me matei para não levar a culpa, mas... Mas porque não morri?

Ao lado da cama estava um belo rapaz, muito jovem por sua aparência, olhando o homem com desprezo ele sorriu para mim antes de me olhar nos olhos e dizer com total desprezo.

–Sou Lúcifer o rei das trevas, e você pobre mor-tal, será meu escravo. Quero que mate por mim as-sim como matou a esta vadia. Deus não te quis no céu e eu adorei a forma como matou, limpe-se e va-mos matar novamente.

Fim

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MORTE

Os olhos negros refletidos no espelho, a fez pen-sar em como seria a escuridão de sua morte. O medo fez com que seu corpo arrepiasse, deixando uma leve sensação de frio.

Seus olhos se fecharam enquanto sua mente tra-balhava todo o período do enterro de seu corpo imó-vel e nu.

A imagem distorcida mostrava toda sua família e amigos a chorar perante seu caixão aberto. Seu na-riz sentiu o cheiro insuportável das flores deixadas aos pés do caixão.

O tempo não era de sol, e sim de muita chuva, fazendo o enterro parecer mais sombrio e obscuro.

Ninguém dizia nada, apenas algum soluço devi-do às poucas lagrimas dentre alguns rostos.

O silêncio estava deixando sua mente inquieta.

Após longos minutos da mesma forma, tinha chegado a hora do adeus.

Todos se afastaram e logo sentia seu corpo junto com o caixão flutuar. Era uma sensação boa, porem solitária, estavam dando a última caminhada até sua

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sepultura.

Já no fim do túnel, uma pessoa horrorizada gri-tou:

–Filha! Pare não cometa suicídio!

Fim

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A GATA

Seu olhar foi o que me fez prestar atenção em sua graça.

Já estava acostumado a vê-la todos os dias quando chegava em casa e não me importava em passar sem dar a menor atenção. Dias e dias foi se passando e sua presença começou a ser notada pelo meu apego a tal ser, em certo dia resolveu cumpri-menta-la e assim foi indo por mais algum tempo até que em um dia chuvoso, a deixei entrar na minha casa.

Começou com aquele dia, e logo, ela já era parte da família, e então passou a dormir comigo na mes-ma cama; nas primeiras noites foi algo normal e até mesmo agradável, porém, em menos de um mês eu comecei a perceber que algo não estava normal, ela ficava horas me encarando com seus olhos grandes e belos, me assustava ter sua presença me encarando por tanto tempo. Depois seus gestos foram mudando também além de ficar frente a frente comigo me en-carando ela passou a querer dormir ao meu lado co-mo se fosse minha esposa. Minha tormenta ficou ainda maior com tal atitude afinal uma gata nunca será uma mulher, estava tudo errado.

Em uma noite, logo q começou uma tempestade

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enquanto escrevia meus textos totalmente inspirado, fui surpreendido por ela me encarando, desta vez mais aterrorizante que antes, seus olhos estavam fi-xos nos meus, isso porque dizem que gatos não olham no fundo dos olhos. Eu tentei demonstrar que não sentia qualquer tipo de horror pelo seu olhar, mas acho que não consegui.

Quando pensei em levantar minhas mãos para tirá-la de cima de mim, ela me acertou em cheio com suas garras, fazendo com que suas unhas rasgassem minha pele bem próxima ao meu olho direito.

Aterrorizei-me com tal atitude, e me preparei para levantar-me do sofá, quando ela gravou nova-mente suas patas em meu peito enfiando suas unhas o mais fundo que alcançaram, fazendo meu peito arder em uma queimação e agonia, seu olhar tinha mudado completamente e seus dentes pontudos es-tavam bem amostra como se ela agora fosse um tre-mendo demônio e não mais a gatinha que me espe-rava para dormir todas as noites.

Minhas mãos grudaram aquele pequeno corpo peludo, e com a força de um homem, a joguei para longe, fazendo parte da minha pele se rasgar e soltar.

Não liguei para os ferimentos, tudo o que queria era me livrar daquele demônio que tomou a forma de um pequeno bichano para me atormentar.

Com medo de um novo ataque, eu a segurei por trás e abrindo a janela de meu apartamento a joguei

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para fora, fazendo a cair em uma queda de 23 me-tros.

Logo que a tempestade passou, me arrumei pa-ra ir ao medico cuidar de meus ferimentos, ao chegar à portaria vi que algo estava errado, vários carros de policia e ambulância estavam na parte do estaciona-mento, bem onde provavelmente a gata estava mor-ta.

Quando me aproximei do monte de gente que lá estavam acompanhando, fui surpreendido com a terrível noticia de que alguém estava morto.

Não entendi bem o que tinha acontecido e dando a volta ao redor das pessoas pude ver um corpo de uma jovem mulher que com partes do corpo quebra-do e com a cabeça rachada ao meio deixando uma enorme poça de sangue, ela tinha caído de algum apartamento.

Um policial se aproximou do médico que a exa-minava e disse alto:

–Doutor, ela caiu do 12° andar, uma queda de 23 metros causou sua morte. Seu nome é Isabel Riches, uma famosa escritora da região.

Meu pavor me denunciou a todos que ali esta-vam. Isabel minha ex-noiva, todos tinham o conhe-cimento de nosso antigo relacionamento. 12° andar era onde ficava o meu apartamento, 23 metros, a mesma altura em que joguei a maldita gata.

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Meu terror foi maior ao ver que meu peito san-grava muito, e minha camisa estava manchada fa-zendo todos olharem para mim com temor, mas an-tes que me prendessem, eu realmente confirmei o assassinato, em uma de suas mãos de Isabel, estava a corrente de meu pescoço dada por ninguém menos que minha ex-noiva Isabel Riches.

Fim

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O ARMÁRIO

–Mamãe, mamãe tem um monstro no meu armá-rio –gritava o garoto pulando para trás da cama olhando fixo para o armário. –Mamãe vem logo, mamãe!

Alguns segundos depois a mãe do garoto abriu a porta e acendeu a luz do quarto que era mais um tipo de playground com tantos brinquedos do mais variável tipo.

–Você tem que parar de assistir tv até tarde, Ge-orge –falou a mãe sentando na cama e fazendo sinal para o garoto se sentar junto a ela. –Você já está um rapaz, e logo não poderá me chamar mais para abrir a porta do armário por causa de seus sonhos.

–Mas mamãe tem algo lá dentro –falava o garoto loiro quase do tamanho da própria mãe. –Desta vez foi mais alto mamãe, ele disse meu nome eu ouvi.

A mãe do garoto apenas fez um gesto com os olhos entre ele e o armário e se levantou calmamente fazendo o mínimo de barulho possível e foi até o ar-mário. O armário era um móvel antigo que desde a mudança para aquela casa já estava ali naquele mesmo lugar, no mesmo quarto do qual nunca foi retirado. As portas eram grandes e a madeira era

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firme de modo que nem prego a furava. O armário em si se parecia mais um tipo de porta para uma bi-blioteca, mas por dentro só se via inúmeras peças de roupa do garoto.

Com os passos cada vez mais devagar a mãe chegou até uma das portas, e fazendo cara de assus-tada, pediu com a mão, para que George ficasse quie-to, e então colocou uma das mãos na maçaneta da grande porta. Com um rápido puxão ela gritou: –Ah, meu Deus! –e correu para o garoto.

–O que foi mamãe? –perguntou o garoto se abra-çando a ela. –Eu disse que tinha algo lá, agora ele vai nos pegar.

–George Beltermont! –gritou a mãe com cara sé-ria fazendo o garoto se afastar dela. –Seu armário esta uma bagunça! –disse ela dando uma grande gargalhada fazendo o garoto se encolher por entre os ombros.

–Eu sei mamãe, quer dizer que não tem mons-tro?

–Não, somente um bicho enorme de roupas en-roladas umas as outras –concluiu a mãe sorrindo pa-ra o filho. –Agora volte a dormir que ainda nem amanheceu.

–Mamãe, quando o papai volta? –quis saber o garoto com os olhos inquietos. –Já faz três dias que ele saiu para ver a vovó.

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–Não sei querido, espero que logo –respondeu a mãe tirando o sorriso do rosto enquanto fechava o armário.

Não demorou muito após a mãe de George sair do quarto, e o garoto começou a pegar no sono, justo quando seus sentidos estavam indo para o caminho dos sonhos, algo o fez desperta. Era um novo baru-lho vindo do armário.

–George! George! –dizia uma voz baixa e distan-te. –George me ajude!

Desta vez o garoto não gritou. Em sua mente as palavras da mãe dizendo que ele já estava crescendo o fizeram ter coragem para encarar o medo.

–George! –chamou a voz novamente.

–Quem está aí? –sussurrou o garoto enquanto verificava a porta do quarto.

–Me ajude! –foi à resposta.

–Não tem graça, pare de fazer isso mamãe, está me deixando assustado.

–Por favor, me ajude! George eu estou sofrendo –disse a voz mais intensa, porém calma.

O garoto andou com passos incertos até o armá-rio e esperou pela voz.

–George, por favor!

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–Quem é você? –perguntou o garoto segurando o trinco da porta.

–Ajude-me.

Curioso e inquieto, ele resolveu abrir a porta. Ao fazê-lo, o garoto encontrou apenas o bolo de roupas ao qual a mãe havia dito minuto atrás, confuso, acendeu a luz do quarto e se assustou quando no-vamente ouviu a voz que desta vez soou mais alta e nítida.

–George socorro!

George se aproximou com cuidado e esperou pe-lo som novamente para saber de onde vinha.

Um silêncio intenso se fez no quarto por longos segundos, até que dentro do armário ele ouviu no-vamente.

–George! George me ajude! Por favor!

Então ele percebeu que voz vinha por de trás das roupas amontoadas no canto do armário.

–Já estou indo, por favor, aguente –disse o garo-to enquanto removia as roupas como um urso feroz.

–Oh George, rápido, por favor –suplicou a voz mais baixa.

Após retirar todas as roupas do armário o garoto olhou de cima a baixo no fundo do armário, para

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saber como entraria o outro lado.

–George! George! –suplicava a voz.

Quase sem ser notado; uma espécie de puxador estava no quanto superior da parede. George o segu-rou com força e puxou mais forte ainda fazendo com que a espécie de porta se movesse lentamente até estar completamente aberta, mostrando uma lacuna onde algo se encontrava ao chão.

Rapidamente o garoto entrou no armário e ligou o que parecia ser uma lâmpada improvisada que es-tava pendurada por fita isolante colocada por toda a parede. Jogado ao chão estava um homem forte com roupas rasgadas e sujas. Um homem ainda jovem, loiro com um rosto inexpressível. Ao redor dele ha-via inúmeras fotos além de papéis jogados, algo co-mo documentos; sim eram documentos, percebeu o garoto vendo um emblema em uma das folhas.

George com os olhos incrédulos e as mãos tre-mendo, pegou uma das fotografias e colocou abaixo da luz fazendo refletir a foto do homem nu junto a uma moça bem mais jovem que ele, também nua, deitados sobre uma cama redonda.

O garoto com cara de espanto soltou a foto, e viu as manchas de sangue sob seus pés, estava gelada e cobria boa parte do lugar assim como o corpo do homem ali deitado.

Com as pernas tremendo e seu corpo amolecen-

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do, George virou o homem fazendo com que seu corpo fosse visto de frente, e logo ele foi lançado por uma força desconhecida para trás.

Cravada no peito do homem, estava uma faca cheia de sangue, a qual o garoto a reconheceu pelo cabo desenhado a mão.

Era faca que sua mãe usava todo dia enquanto cozinhava. Tentando se levantar com dificuldade; George deu um grito, quando o corpo ali jogado, abiu os olhos e levantou a mão em direção ao garoto e com dificuldade falou:

–Filho me ajude!

Fim

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Kim

Ela só queria ser amada por alguém que a desse carinho e fosse muito romântico, mas o destino lhe reservou o pior de todos os seus pesadelos.

Kim era jovem quando se casou, ela tinha apenas 16 anos, e com a ganância de seu pai; se casou com Iran, um homem rico e sem escrúpulos, que além de traficar crianças para a prostituição, também era co-nhecido por seus desejos diabólicos de sangue e ritu-ais satânicos.

O pai de Kim não passava de um miserável que por inúmeras vezes tentou abusar da própria filha, não conseguindo apenas pelo fato de sempre ser de-tido por outros parentes. A polícia local nada via, nem nada poderia fazer, em um lugar onde o crime era comandado por alguém mais conhecido como Iran Ville´s, nome dado por outros traficantes locais.

Quando a jovem Kim foi morar com o novo ma-rido, ela até se encantou no começo com tamanha riqueza conseguida com o trafico, mas em sua pri-meira noite como mulher, percebeu que aquilo seria um teste de fé e devoção à própria vida.

Ao deitar-se nua como Iran tinha pedido, a jo-vem logo percebeu que ele não era o mesmo de pou-

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cas horas atrás. Seus olhos refletiam um verde inexis-tente e sua boca tinha uma feição animal. Ela nada disse, sabia que qualquer palavra seria vela preta e um pequeno caixão com seu pobre corpo.

Antes de fazer a penetração, Iran foi com a boca até seu sexo, porém o que Kim sentiu foi algo a su-gando como se sua alma estivesse saindo do corpo.

Kim gemeu alto, não de prazer, mas sim de dor. Ele parou e logo estava penetrando-a com a mais ferocidade já vista em um homem.

Seus olhos que agora verdes por completo a olhava de forma estranha, suas pálpebras estavam abrindo e fechando pelos lados e não mais como um humano que pisca de cima a baixo.

Seu corpo estava ficando escamoso e logo ela sentiu que seu órgão a estava cortando por dentro.

Quando ela achou que este seria seu humilhante fim, ele abriu a boca muito mais do que qualquer um conseguiria, e mostrou presas novas; no lugar de sua língua havia uma longa língua partida ao meio como a de um enorme lagarto. Kim já estava ficando tonta e prestes a desmaiar quando subitamente ele cessou a penetração e misteriosamente voltou ao normal.

Ela recuperou a consciência e viu quando ele ra-pidamente correu para o banheiro dizendo a ela que ainda não tinha acabado, e que aquele seria apenas o começo. Apavorada com a cena, Kim procurou al-