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1 Capítulo 1 Introdução 1.1 Generalidades Ciclones são equipamentos largamente empregados para separar e coletar partículas do ar ou para limpeza de gases de processos por ação da força centrífuga. Esta força pode variar entre 5 a 2500 vezes o seu peso (em partículas de 1 a 200 µm de tamanho) (PERRY, 1997). Por serem equipamentos estacionários não oferecem dificuldades para operação em altas temperaturas (1000 o C) e elevadas pressões (50 ata). O fluxo de portador (gás de arraste) das partículas é introduzido para corpo do ciclone com a velocidade de 15 à 25 m/s, onde sofre a movimentação espiral (ciclônica). Sendo assim, as partículas são deslocadas pela força centrífuga para parede do ciclone e em seqüência para a caixa de coleta dos particulados. O fato dos ciclones em geral operarem sob pressão obriga a construção de um equipamento hermético com controle rigoroso, principalmente se os compostos são prejudiciais à saúde. Os ciclones são usados desde o Egito antigo. Durante os séculos suas funções foram sendo modificadas de modo a encontrar atualmente uma ampla faixa

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Page 1: Tes Ever Final

1

 

 

 

Capítulo 1 

Introdução 

1.1 Generalidades

Ciclones são equipamentos largamente empregados para separar e coletar partículas

do ar ou para limpeza de gases de processos por ação da força centrífuga. Esta força

pode variar entre 5 a 2500 vezes o seu peso (em partículas de 1 a 200 µm de

tamanho) (PERRY, 1997). Por serem equipamentos estacionários não oferecem

dificuldades para operação em altas temperaturas (1000oC) e elevadas pressões (50

ata). O  fluxo de portador  (gás de arraste) das partículas é  introduzido para 

corpo  do  ciclone  com  a  velocidade  de  15  à  25  m/s,  onde  sofre  a 

movimentação espiral  (ciclônica). Sendo assim, as partículas são deslocadas 

pela força centrífuga para parede do ciclone e em seqüência para a caixa de 

coleta dos particulados. 

O  fato dos  ciclones em geral operarem  sob pressão obriga a  construção de 

um  equipamento  hermético  com  controle  rigoroso,  principalmente  se  os 

compostos são prejudiciais à saúde. 

Os ciclones são usados desde o Egito antigo. Durante os séculos suas funções 

foram sendo modificadas de modo a encontrar atualmente uma ampla faixa 

Page 2: Tes Ever Final

2

de aplicações. A partir de 1925 o uso dos ciclones foi consolidado em grande 

parte graças ao considerável número de publicações sobre o tema, entre elas 

(BARRETO,  et  al.  1927,  SHERFED; LAPLLE,  1939,  STAIRMAND,  1951). A 

maioria dos ciclones pertence a uma destas famílias.  

Koch & Licht (1977) apresentaram uma abordagem para projeto de ciclones e 

propuseram as sete razões geométricas a serem especificadas em termos do 

diâmetro  do  ciclone.  Os  autores  também  apontaram  que,  em  um  projeto 

viável,  as  razões  geométricas  adimensionais  não  podem  ser  escolhidas 

arbitrariamente e que algumas restrições devem ser observadas.   A maioria 

dos  modelos  matemáticos  usados  nos  projetos  de  ciclones  dependem  de 

correlações  empíricas  e  semiempíricas  que  são  obtidas  baseadas  em  testes 

experimentais (AVCI; KARAGOZ, 2003; HEUMANN, 1991; DIRGO; LEITH, 

1985; KENNY; GUSSMAN,  1995). Como  exemplo,  temos:  o  ciclone de  alta 

eficiência  proposto  por  Stairmand  (1951),  Lapple  (1951),  Smith;  Wilson; 

Harris,  (1979)  (Southern Research  Institute),  o  ciclone German Z  proposto 

por König;  Büttner;  Ebert,  (1991),  o  ciclone  “aerojet”  proposto  por Upton, 

Mark; Hall; Griffths, (1994) e o ciclone elaborado por Kim; Lee (1990). 

1.2  Objetivo 

A  proposta  deste  trabalho  é  construir  um  lavador  ciclônico,  com  elevada 

característica  de  purificação,  comparado  ao  ciclone  seco,  que  ofereça 

facilidade de operação e manutenção a um baixo custo. 

Este equipamento é uma variante do ciclone  tipo americano acrescentando‐

lhe  basicamente  um  lavador  de  pulverização  horizontal. Além  disso,  este 

equipamento  opera  em  depressão,  isto  é,  a  poeira  não  se  propaga  para  o 

ambiente antes do gás ser purificado.  

 

Page 3: Tes Ever Final

3

1.3  Justificativa 

Tanto  na  indústria  quanto  na  literatura  o  ciclone  é  considerado  um 

equipamento  cuja  função principal é purificar o gás portador, e é  indicado 

para  separação  de  partículas  com  mais  de  10  μm,  com  baixo  custo  de 

investimento  (kUS$  70,00  para  a  vazão  de  1000  m3/h  de  gás),  de  fácil 

operação e manutenção simples. 

O  equipamento aqui proposto, por  suas  características  construtivas, possui 

elevada eficiência para partículas menores do que 10μm  (comparável e até 

melhor do que a eficiência dos filtros eletrostáticos cujas eficiências para 1μm 

é de 90%. 

 

Page 4: Tes Ever Final

4

 

 

Capítulo 2 

Revisão da Literatura 

2.1  Generalidades  e  evolução  do  dimensionamento  de 

ciclones 

A  análise  das  publicações  pesquisadas  mostra  que  as  principais 

características  dos  separadores  ciclônicos  são:  a  eficiência  de  coleta,  a 

eficiência  de  fracionamento,  o  diâmetro  de  corte  e  a  queda  de  pressão. 

Muitos  estudos  têm  sido  realizados  com  o  intuito  de  se  debruçar  sobre  o 

difícil problema da determinação destas características e, apesar disso, esses 

estudos foram bem sucedidos em apenas uma faixa do número de Reynolds 

e para algumas relações geométricas. 

De acordo  com Lapple, C. E.  (1951) os  ciclones  simples  são mais aplicados 

para remover partículas sólidas ou líquidas de diâmetro em torno de 15 µm. 

A menos que o diâmetro do ciclone seja muito pequeno, a eficiência de coleta 

do  equipamento  será muito baixa  caso o material  suspenso no gás possua 

diâmetro inferior a 15 µm. 

Page 5: Tes Ever Final

5

Entretanto,  quando  o  material  a  ser  coletado  possui  elevado  grau  de 

floculação, podem ser alcançadas eficiências de coleta acima de 98 %, ainda 

que, com partículas de diâmetro entre 1 e 5 µm. 

2.2  Separadores ciclônicos 

A performance de um ciclone é avaliada basicamente por  sua eficiência de 

coleta e pela da perda de carga. O ciclone também pode ser especificado por 

meio de seu diâmetro de corte Dpc, que é definido como sendo o tamanho da 

partícula para qual o ciclone possui um rendimento de 50%. Sendo assim, as 

partículas com diâmetros maiores que o diâmetro de corte, são coletadas com 

uma eficiência superior a 50%. 

O diâmetro de corte é função de propriedades do particulado a ser coletado, 

do gás que o contém, do tamanho do ciclone, e das condições operacionais. 

Lapple (1951) propõe a seguinte equação para o cálculo do diâmetro de corte: 

)(2

9

ρρπ

µ

−⋅⋅⋅⋅

⋅⋅=

pcVcNcB

pcD             (1) 

em que: 

µ  ‐    viscosidade do gás; 

Bc ‐   largura da entrada (retangular) 

NC‐   número de voltas efetuadas pelo gás no interior do ciclone; 

VC‐   velocidade média de entrada do gás; 

ρ  ‐   densidade do gás; 

ρp‐    densidade do material particulado. 

A  Figura  1(a) mostra  o  esquema de  escoamento dentro de um  ciclone  e  a 

Figura 1(b) mostra as relações geométricas do ciclone estudado por Lapple. 

Page 6: Tes Ever Final

6

  

(a)Escoamento no interior do Ciclone  (b)Relações geométricas:Ciclone Lapple      Fonte: (LAPPLE, C. E., 1951) 

Figura 1.  Esquemas básicos de um ciclone 

Para  um  ciclone  Lapple  a  eficiência  de  coleta  em  função  da  razão  dos 

diâmetros  da  partícula  está  apresentada  na  Figura  2.  Observa‐se  que 

eficiências  superiores  a  90 %  só  são  obtidas  para  razão  de  diâmetros  de 

partículas superiores a 2,5. Isto quer dizer que, a eficiência só é mais alta em 

partículas 2,5 ou mais que o diâmetro de corte (diâmetro onde a eficiência do 

ciclone é de 50%). 

Page 7: Tes Ever Final

7

 

Figura 2.  Eficiência  de  coleta  de  partículas  em  função  da  razão  do diâmetro da partícula Dp  e do diâmetro de  corte da partícula Dpc, para o ciclone Lapple. Fonte: (LAPPLE, C. E., 1951)

A eficiência de coleta do ciclone está muito relacionada ao projeto do mesmo, 

isto é, bons projetos, conferem aos ciclones melhor possibilidade de controle 

e  remoção  mais  eficiente  dos  materiais  contidos  no  portador  gasoso. 

“Ciclones  com maiores  capacidades de  coleta  reduziriam  a necessidade de 

equipamentos de controle mais complexos” (KOCH; LICHT, 1977). 

Segundo os autores, elevadas velocidades de entrada causam o fenômeno do 

ricochetamento  das  partículas  e,  sendo  assim,  a  eficiência  de  coleta  será 

menor do que 100 %. 

Nesse sentido, o estudo realizado por Koch e Litcht (1977) combina o modelo 

teórico sobre a eficiência de coleta apresentada por Leith e Litcht (1972) com 

a  correlação  de  velocidades  proposta  por Kalen  e Zenz  (1974)  que  visava 

Page 8: Tes Ever Final

8

obter o melhor valor para a velocidade de entrada do gás e predizer o valor 

da velocidade de retrocesso.  

Koch e Licht, (1977) apresentaram a equação 2 para o cálculo do rendimento 

do ciclone: 

⎪⎭

⎪⎬⎫

⎪⎩

⎪⎨⎧

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡+⋅

⋅⋅⋅−−=

+ )1(5,0

3 )1(2exp1n

C

ii n

DQG τη (2) 

sendo: 

µρτ 18/).( 2pipi d= ; 

22/8 baC KKKG ⋅= ;

Q= a vazão volumétrica do gás

KC = o volume total do ciclone,

DC= o diâmetro do ciclone

CD

aKa = ; e

Cb D

bK =

a  e b  são respectivamente a altura e a largura da entrada do ciclone. 

O valor de n, da equação 2, foi estimado como uma função do diâmetro do 

ciclone e da temperatura do gás, com Dc em pés (feet) e T em oF.: 

3,014,0

530460

5,2)12(11 ⎥⎦

⎤⎢⎣⎡ +

⋅⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡ ⋅−−=

TDn C (3) 

Page 9: Tes Ever Final

9

Para adequação da descrição de um ciclone, torna‐se necessário especificar as 

sete  razões geométricas  em  função do diâmetro,  apresentadas  a  seguir. As 

dimensões estão ilustradas na Figura 3. 

ccccc

e

cc DB

DH

Dh

DS

DD

Db

Da ,,,,,,  

 

Figura 3  Esquema  do  ciclone  com  entrada  tangencial  e  indicação  das dimensões que compõem as sete razões geométricas do ciclone. Fonte: (KOCH E LITCHT, 1977) 

 

Segundo  os  mesmos  autores,  para  se  obter  um  projeto  eficiente  estas 

dimensões não pode ser escolhidas arbitrariamente. Certas restrições devem 

ser observadas. São elas: 

a.  a<S (previne o curto‐circuito); 

b.  b<1/2(Dc‐De) (evita contrações bruscas); 

c.  S+l ≤ H (para manter o vortex dentro do ciclone); 

Page 10: Tes Ever Final

10

d.  S<h; 

e.  h<H; 

f.  ∆P<10 polegadas (in) de coluna d’água; 

g.  35,1≤s

ivv

 (para prevenir reentrada);    vi=velocidade na entrada 

h.  25,1≅s

ivv

(para obter eficiência ótima); vs=velocidade de referência 

De  acordo  com  estudo  realizado  por  Koch  e  Licht  (1977),  a  eficiência  de 

coleta aumenta com o incremento da concentração do particulado na entrada 

do  ciclone. Há  ganho  de  eficiência  quando  há  aumento  na  densidade  dos 

sólidos, na velocidade de entrada e na altura do corpo do ciclone. Por outro 

lado, há queda na eficiência de coleta com o aumento: da viscosidade do gás, 

do diâmetro do corpo ciclone, do diâmetro do duto de saída e da largura do 

duto de entrada. 

Os autores apresentaram correlações com estimativas de perda de carga nos 

ciclones conforme se segue: 

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⋅

⎟⎟

⎜⎜

⎛=∆

OH

Hif Ngv

P2

2

2

ρρ

(4) 

O  valor  NH  corresponde  ao  número  de  cabeças  de  entrada,  e  depende 

basicamente  de  três  das  sete  razões  geométricas.  Este  número  pode  ser 

calculado por meio da expressão: 

)/( 2eH DabKN = (5) 

K pode assumir 2 valores: K = 16 quando existe ventilador ou K = 7,5  se a 

entrada de ar é neutra. 

Page 11: Tes Ever Final

11

Nota‐se  que  a  perda  de  pressão  depende  fortemente  da  velocidade  de 

entrada. 

Segundo Dirgo e Leith (1985) o desenvolvimento da maioria das famílias de 

ciclones, sempre foi baseada na experiência prática e na perspicácia de seus 

construtores, sem uma aplicação quantitativa dos princípios da engenharia. 

Sendo  assim,  desenvolveram  um  novo  procedimento  de  otimização  de 

ciclones fazendo o uso das teorias sobre a perda de carga e sobre a eficiência 

de coleta propostas por: Leith; Licht (1972), Barth (1956) e Stairmand (1951) já 

conhecidas. O método proposto  consiste  em variar o diâmetro do duto de 

saída  do  gás,  procurando  por  mudanças  compensatórias  entre  as  outras 

dimensões  do  ciclone,  de  forma  a  aumentar  a  eficiência  de  coleta  sem, 

contudo, aumentar a perda de carga. 

A partir de um ciclone de alta eficiência de Stairmand, Dirgo e Leith (1985) 

desenvolveram  e  testaram  quatro  ciclones  sob  as  mesmas  condições 

operacionais. Os  resultados mostraram  que,  apesar  das modificações  e  da 

previsão  de  melhor  eficiência  de  coleta,  três  desses  ciclones  tiveram  um 

rendimento menor do que o do ciclone de Stairmand utilizado como base de 

estudo. O quarto ciclone, desenvolvido com base nas teorias de Barth (1956), 

apresentou  uma  perda  de  carga  de  10  a  30  %  menor  que  o  ciclone  de 

Stairmand  e,  também, quando  comparados os  fatores efetivos da eficiência 

de coleta para uma partícula com diâmetro específico, o projeto deste ciclone 

mostrou‐se  significativamente melhor.  Por  outro  lado,  este  ciclone  é  50 % 

mais  alto  que  o  ciclone  de  Stairmand,  e  por  isso  a  melhoria  em  seu 

desempenho  deve  ser  balanceada  com  os  custos  de  sua  fabricação.  Os 

autores  ainda  realizaram  algumas  mudanças  dimensionais  nos  novos 

ciclones, de modo que o incremento isolado da altura do ciclone não mostrou 

Page 12: Tes Ever Final

12

melhorias no desempenho. O aumento no comprimento do duto de saída do 

gás resultou em queda na eficiência de coleta, possivelmente devido à maior 

velocidade  radial  do  gás  causada  por  esta  modificação.  O  aumento  na 

abertura do duto de saída  também  foi associado à redução na eficiência de 

coleta (DIRGO; LEITH, 1985). Os mesmos autores finalizam o artigo dizendo: 

“Os  métodos  de  otimização  são  tão  exatos  quanto  as  teorias  em  que  se 

baseiam.  O  estudo  feito  mostrou  que  apenas  um  dos  quatro  projetos 

teoricamente otimizados melhorou seu desempenho em relação ao projeto de 

um ciclone padrão. Os resultados obtidos sugerem que as  teorias existentes 

possuem  capacidade  limitada  na  predição  de mudanças  que melhorem  o 

desempenho”. 

Moore  e McFarland  (1993) desenvolveram uma base  técnica que  justifica o 

uso de dois parâmetros adimensionais: a razão entre o diâmetro de corte e o 

diâmetro  do  ciclone  (D0,5/DC)  e  o  número  de  Reynolds  (Ref)  permitindo 

predições  a  respeito  do  diâmetro  de  corte  da  partícula  aerodinâmica 

equivalente  (AED) para um ciclone Stairmand de alta eficiência, que  teve o 

diâmetro de seu duto de saída modificado. 

Os  testes  foram  conduzidos,  preliminarmente,  fazendo‐se  o  uso  de  três 

ciclones, com os respectivos diâmetros (DC): 38,10 mm, 57,15 mm e 88,90 mm. 

Os equipamentos utilizados possuíam um diâmetro padrão de 26,7 mm no 

duto de saída. Em seguida, a geometria do ciclone foi padronizada e fixada 

com o uso de um ciclone de alta eficiência com as  relações geométricas do 

ciclone Stairmand que  teve o diâmetro de seu duto de saída modificado. A 

Figura 4 ilustra os dois arranjos estudados pelos autores.  

Page 13: Tes Ever Final

13

 

Figura 4  Esquema  de  variação  do  tubo  de  saída  em  uma  geometria básica do ciclone de Stairmand, mostrando o efeito da variação no  do  tubo  de  saída  no  desempenho  do  ciclone.  Fonte: (MOORE, M. E. ; MCFARLAND, A. R, 1993) 

Os  resultados obtidos por Moore; McFarland  (1993), estão apresentados na 

Tabela 1. A primeira seção da  tabela mostra que para um mesmo diâmetro 

duto  de  saída,  o  diâmetro  de  corte  é menor  para  ciclones  com  diâmetro 

menor.  Nesses testes, a vazão e o diâmetro do duto de saída foram mantidos 

constantes  enquanto que o diâmetro do  ciclone variou. Ciclones de menor 

diâmetro, DO, forçam o fluxo do ar em uma espiral mais apertada do que em 

um  ciclone  de  diâmetro  maior.  Estas  espirais  permitem  que  forças 

centrífugas causem a deposição das menores partículas.  Por outro lado, um 

Page 14: Tes Ever Final

14

ciclone  de  diâmetro  maior  possui  espirais  menos  inclinadas  permitindo 

menor deposição do particulado pela força centrífuga. 

Tabela  1  ‐  Diâmetro  de  corte  da  partícula  aerodinâmica  equivalente (MOORE; MCFARLAND, 1993) 

  Corpo do ciclone 

Configuração do ciclone 

Vazão L/min 

Número de ReDc=38,1mm DO=26,70mm 

DC=57,15mm DO=26,70mm 

DC=88,90mm DO=26,70mm 

16,3  842  11,6µm  15,3µm   

27,5  1420  7,8µm  10,4µm   

45,9  2370    6,7µm  10,5µm 79,3  4100    4,0µm  7,8µm          

       Corpo do 

ciclone Configuração do ciclone 

Vazão L/min 

Número de Re DC=88,90mm DO=26,70mm 

DC=88,90mm DO=42,9mm 

DC=88,90mm DO=68,30mm 

79,3  7730  7,8 µm  9,4 µm  18,8 µm 103  10040  6,1 µm  7,7 µm  14,1 µm 124  12090  5,3 µm  6,5 µm  12,2 µm          

Nota: Para os diferentes  casos, o número de Re na  saída do  tubo  foi mantido constante,  enquanto  eram  variados,  respectivamente,  o diâmetro do  corpo do ciclone e o diâmetro do tubo de saída. Sendo: DC ‐ diâmetro do ciclone; DO ‐ diâmetro do duto de saída do gás  

Os resultados apresentados na segunda seção da Tabela 1 mostram que para 

uma mesma vazão, o diâmetro de corte é menor para menores diâmetros do 

duto de  saída, para diâmetro do  ciclone  e vazão mantidos  constantes.   Os 

Ciclones  com  diâmetros  de  saída menores  forçam  a  passagem  do  vórtice 

espiral em uma seção  transversal de área menor, aumentando a velocidade 

do fluido nas espirais internas e externas.  

Page 15: Tes Ever Final

15

Ficou  demonstrado  que  “a  combinação  de  elevadas  velocidades  e  espirais 

mais apertadas, no interior do ciclone, aumentam a deposição das partículas 

menores existentes no portador gasoso.” (MOORE; MCFARLAND, 1993). 

Os autores ainda propuseram uma relação  funcional para  facilitar o cálculo 

das dimensões de um ciclone para uma dada vazão, diâmetro de corte, e a 

proporção entre o diâmetro do corpo e o diâmetro de duto de saída. 

A equação proposta é a que se segue: 

fC5,0 RelnbalnDDln ⋅+=             (6) 

Apesar  do  crescente  conhecimento  a  respeito dos  fenômenos  que  ocorrem 

internamente ao ciclone, o mecanismo exato de remoção das partículas ainda 

não é compreendido  totalmente. A  teoria existente é, portanto, baseada em 

modelos  simplificados  ou  ainda  dependem  de  correlações  empíricas 

(RONGBIAO.; PARK; K. W. LEE, 2001). Estes autores também investigaram 

os  efeitos das dimensões do  cone  sobre a  eficiência de  coleta  e a perda de 

carga  dos  ciclones.  Para  tal,  foram  construídos  três  ciclones  com  as 

dimensões fornecidas de acordo com a Tabela 2. As eficiências de coleta dos 

três ciclones, com diferentes valores de diâmetros dos cones foram medidas 

em  função  do  diâmetro  das  partículas  e  da  vazão  do  gás.  Os  resultados 

apresentados pelos  autores mostram  que  a  vazão  influencia  fortemente  os 

valores da  eficiência de  coleta. Por outro  lado,  a mudança no  tamanho do 

cone não altera de maneira significativa a forma da curva nem os valores de 

eficiência de coleta, quando as outras dimensões do ciclone são mantidas as 

mesmas. 

Page 16: Tes Ever Final

16

Entretanto,  a  comparação  das  curvas  de  eficiência  dos  três  ciclones  em 

estudo,  sob  as  mesmas  condições,  mostra  que  o  rendimento  de  coleta 

aumenta  significativamente  com  a  redução  do  diâmetro  inferior  do  cone. 

Outro  ponto  em  destaque  é  o  fato  de  que  podem  ser  obtidas  maiores 

eficiências  de  coleta,  sem  aumento  da  perda  de  carga,  reduzindo‐se  o 

diâmetro  inferior do cone, mas este não deve ser menor que o diâmetro do 

duto de saída do gás. 

 

Tabela 2 ‐ Dimensões dos ciclones utilizados por Rongbiao Xiang; Park, S. H.; Lee, K. W. (2001). 

Dimensão  CicloneComprimento 

(mm) 

Proporção dimensional (dimensão/Dc) 

Dc: diâmetro do cilindro   31  1 

De: diâmetro do tubo de saída  15,5  0,5 

a:   altura da entrada  12,5  0,4 

b:   largura da entrada   5  0,16 

H:  altura total do ciclone  77  2,5 

h:   altura do cilindro  31  1 

S:  comprimento do tubo de saída 

 

15,5  0,5 

I  19,4  0,625 

II  15,5  0,5 B: diâmetro da base do cone 

III  11,6  0,375 

 

No estudo realizado por Lim et al (2003) dois ciclones com entrada simples, e 

um  terceiro, com o duto de entrada dividido em duas partes  iguais,  foram 

fabricados, avaliados e tiveram suas eficiências de coleta comparadas.  

Page 17: Tes Ever Final

17

A  Figura  5  mostra  os  ciclones  com  entradas  simples  (a)  e  (b).  Esses 

equipamentos  possuem  diferentes  dimensões  no  duto  de  entrada  e  no 

diâmetro do duto de saída do gás.  

Nos experimentos realizados no ciclone com o duto de entrada dividido em 

duas partes iguais (c), o ar limpo era introduzido na metade do lado interno 

enquanto que as partículas eram injetadas na metade do lado externo.  

 

Figura 5  Identificação e dimensões dos ciclones utilizados por Lim, K. S.; Kwon S. B.; Lee, K. W. (2003) 

 

A  eficiência  de  coleta  do  ciclone modelo  (c),  que  possui  duto  de  entrada 

dividido em duas partes iguais, mostrou‐se ser de 5 à 15% maior do que a do 

ciclone modelo  (a).  Isto  indica  que  a  introdução  de  ar  limpo  possui  um 

importante papel no incremento da eficiência de coleta, pois ela faz com que 

Page 18: Tes Ever Final

18

as  partículas  movimentem‐se  nas  regiões  mais  próximas  às  paredes  do 

ciclone,  e  assim,  estas  são mais  facilmente  removidas  usando  uma menor 

força inercial. 

O  modelo  (b)  apresentou  a  menor  eficiência  de  coleta  dentre  todos  os 

ciclones testados. Isto, por que não era de se esperar a boa formação de uma 

espiral externa devido à pequena largura do duto de entrada, nem a de uma 

espiral interna bem definida devido ao elevado diâmetro do duto de saída.  

As características geométricas do ciclone modelo (b) permitem que algumas 

partículas adentrem pelo duto de saída sem alcançar a parte mais baixa do 

ciclone. 

2.3  Separadores Úmidos 

2.3.1  Coleta de partículas na separação úmida  

Segundo  Holzer  (1985),  na  maioria  dos  casos  as  forças  que  atuam  nas 

partículas  individuais  de  poeira  são  as  forças:  gravitacional,  inercial 

centrifuga.  Estas  forças  atuando  em  partículas  individuais  de  poeira  são 

insuficientes  para  remover  as  partículas  provenientes  de  uma  mistura 

gás/poeira, devido  ao pequeno  tamanho das partículas.   Portanto,  é  lógico 

aumentar  a massa  das  partículas  de  poeira  por meio  da  aglomeração  das 

mesmas com gotas ou filmes de  líquido  lavador, daí vem o surgimento dos 

separadores tipo úmido, entre os quais aparecem os ciclones úmidos. O alto 

desempenho  de  separação  destes  ciclones  são  garantidos  na  maioria  das 

vezes por base experimental. 

Ainda segundo Holzer, o mecanismo de separação das partículas de aerossol 

no sistema de fluxo aerossol/água está baseado em três processos: 

Page 19: Tes Ever Final

19

a.  As partículas de poeira  são  conduzidas  até  o  contato  com  as  gotas, 

consideravelmente grandes, de líquido; 

b.  As partículas de poeira são retidas nas gotas; 

c.  As partículas de poeira são separadas junto com as gotas. 

Durante muito tempo pensava‐se que a molhabilidade da partícula de poeira 

era  um  fator  determinante  na  separação  em  ciclones  úmidos.  Entretanto, 

foram feitos extensivos estudos sobre o comportamento da molhabilidade de 

partículas de poeira que mostraram que o este efeito era secundário (Holzer, 

1985.).  Molhabilidade  maior  faz  com  que  a  partícula  penetre  na  gota 

imediatamente,  enquanto  que  as  partículas  que  apresentam  pouca 

molhabilidade  ficam  aglomeradas  na  superfície  da  gota,  portanto  são 

também retidas. 

Assim, o problema crítico da separação úmida é o primeiro processo, isto é, o 

transporte das partículas até a gota. A noção básica  é que as partículas de 

poeira circunscrevem a gota como resultado de sua inércia, não seguem a as 

linhas de escoamento do gás e são parcialmente arremessadas sobre a gota.  

Portanto,  o  parâmetro  mais  importante  a  ser  considerado  na  colisão  de 

partículas de poeira com as gotas de líquido é a inércia. Sob sua influência, as 

partículas individuais se chocam com as gotas que estão em movimento em 

relação poeira/mistura de gás ou são arremessadas para dentro da gota, em 

um processo denominado de colisão por impacto. Partículas muito pequenas 

seguem o escoamento do gás em torno da gota e não se chocam com a gota. 

O contato de partículas pequenas com as gotas se dá por efeitos secundários, 

por exemplo, a partícula segue o rastro da gota. No caso de partículas muito 

pequenas, o mecanismo de difusão  induz a uma mudança no  tamanho das 

partículas pelo efeito da coagulação e condensação. Portanto, os mecanismos  

Page 20: Tes Ever Final

20

de  assentamento  das  partículas  de  poeira  na  gota  de  liquido  são:  inercial, 

agarramento  e  difusão  ou  condensação.  Por  outro  lado,  como  dito 

anteriormente, o parâmetro mais importante a ser considerado na colisão de 

partículas de poeira  com  as  gotas de  líquido  é  a  inércia, por  esta  razão,  o 

mecanismo de assentamento inercial está apresentado a seguir com maiores 

detalhes. 

2.3.1.1 Assentamento por Inércia 

Segundo Warych, J. (1979), durante a passagem do fluxo de aerossol por um 

conjunto de gotas, um  certo número de partículas de aerossol assentam‐se 

sobre elas. A análise sobre o assentamento das partículas de aerossol sobre 

uma única gota considera que a gota tem a forma esférica, e que as oscilações 

das  gotas  não  possuem  grande  influência  sobre  o  rendimento  de 

assentamento inercial das partículas, como mostra a Figura 6. 

 

Figura 6  Assentamento  de  partículas  na  circunscrição  da  gota.  Fonte: (WARYCH, J. 1979) 

 

Analisando  o  movimento  aceita‐se  que  a  partícula  de  massa  definida 

movimenta‐se de acordo com o fluxo de gás, distante do eixo central da gota 

yo  suficientemente  longe  da  gota,  acompanhando  o  eixo  x.  Durante  a 

circunscrição  da  gota  de  raio  rk  ,  o  fluxo  do  gás muda  sua  direção  com 

Page 21: Tes Ever Final

21

facilidade, o que não acontece com uma partícula de maior massa específica 

do que do gás, não existe possibilidade aumentar a velocidade, ainda que, 

mantendo‐se a mesma trajetória, colidindo‐se com a gota e assentando‐se em 

condições favoráveis. O deslocamento da partícula de aerossol na direção da 

superfície da gota é provocado pela ação das forças de inércia, daí o nome de 

assentamento inercial.  

O rendimento do assentamento inercial sobre a gota é definido abaixo: 

A

2

k

oA2

k

20

1 EryE

4dy

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

π

π=η           7 

em que:  

EA   é um coeficiente de correção que considera que, nem todas as colisões das 

partículas  de  aerossol  com  a  gota  conduzem  a  fixação  da  mesma. 

(Freqüentemente considera‐se que: EA   =  1 ) 

O  rendimento  de  assentamento  inercial  é  definido:  pela  distribuição  da 

velocidade do gás que circunscreve a gota, pela trajetória de movimento da 

partícula de  aerossol  e  sua  aderência  sobre a  superfície da gota. Por outro 

lado, A forma de passagem do gás ao redor da gota é definido pelo número 

Re  (em  relação  à  gota).    Com  valor  de  Re  elevado  tem‐se  o  fluxo  com 

característica potencial, com as linhas de corrente fechando‐se perto da gota, 

excluindo‐se a camada da  fronteira. Para o escoamento viscoso  (número Re  

→ 0) as perturbações são transmitidas para longe da gota.  

Uma  equação  orientativa  destas  passagens  ao  lado  da  gota,  provém  da 

solução  da  equação  de  Navier  ‐  Stokes  por  métodos  numéricos.    Há 

influência de várias forças externas sobre a trajetória da partícula de aerossol 

Page 22: Tes Ever Final

22

e durante a circunscrição considera‐se a equação de movimento da partícula 

nas proximidades da gota.  

As  equações  de  movimento  da  partícula  de  aerossol  no  sistema 

adimensional de coordenadas X e Y , nas condições descritas na lei de Stokes 

e  permanecendo  sobre  a  atuação  das  forças  de  inércia  estão  apresentadas 

como equações 8 e 9. 

( ) xxx2

2

AVUStk1

dtXd

+−=                                     8 

( ) yyy2

2

AVUStk1

dtYd

+−=                               9 

em que:  

krxX =   e 

kryY = ,  são as coordenadas adimensionais da partícula de aerossol; 

0

xx u

uU =      e   0

y uu

U x=  são as componentes adimensionais da velocidade do 

gás;  

0

xx r

V υ=     e   

0

yy u

Vυ    são  as  componentes  adimensionais  da  velocidade  da 

partícula; 

k

0

rut τ

=   é o tempo adimensional;  

20

kxx u

mrFA =   e  2

0k

yy umrFA =  são as componentes adimensionais da aceleração 

da partícula pela influência das forças externas;  

Page 23: Tes Ever Final

23

Fx     e   Fy   são as componentes das forças externas atuando sobre a partícula 

durante a circunscrição da gota; e, 

m é a massa da partícula de aerossol.  

O parâmetro de inércia Stk das equações representa a distância que pode ser 

percorrida pela partícula de aerossol até o coletor da mesma  (no caso até a 

gota de raio rk), introduzida no gás na direção do coletor com a velocidade uo  

(distância  infinita  do  coletor),  antes  de  ser  absorvida  na  superfície.  Este 

parâmetro é definido como numero de Stokes, isto é: 

k

1

k r2r2uStk l

=               10 

em que: 

1l é o caminho  de  passagem  inercial  da  partícula  de  aerossol;  u  é  a 

velocidade do gás e τk  o  tempo de relaxamento da partícula. 

O  tempo de  relaxamento da partícula de  acordo  com  a definição de Fuks, 

(1959). 

g

a2a

ag 9r2

r6m

µρ

=πµ

=τ               11 

Levando em consideração essa dependência, o número de Stk em relação à 

gota apresenta‐se:  

kg

a2a

r9urStk

µρ

=                 12 

Resolvendo as equações e supondo que sobre a partícula atuam somente as 

forças  de  inércia  e  de  resistência,  de  acordo  com  as  leis  de  Stokes  e  de 

Page 24: Tes Ever Final

24

Langmuir foi calculado o rendimento de assentamento por inércia durante a 

circunscrição da gota em condições de escoamento viscoso pela equação: 

( )214,1StkStk.2ln75,01

2

I −+=η

             13 

e para passagem (fluxo) potencial, quando  2,0Stk ≥ ; 

( )2

2

I 25,0StkStk+

=η               14 

Essas  expressões  juntamente  com  os  resultados  experimentais  obtidos  por 

Ranz; Wong, (1952) e Walton; Woolcock (1960) estão apresentados na Figura  

7.  O valor crítico do número Stk*, abaixo do qual o assentamento por inércia 

não  ocorre,  com    circunscrição  viscosa  é:  Stk*  ≈   1,214  e  para  passagem 

potencial  é Stk ≈  0,0834.  

 

 

Figura 7  Curva  de  rendimento  de  assentamento  por  inércia.  Fonte: (WARYCH, J, 1979) 

Page 25: Tes Ever Final

25

Na  realidade,  nas  condições  de  movimento  em  regime  turbulento,  as 

partículas de aerossol são assentadas também na parte posterior da gota e o 

rendimento para Stk ≤   Stk*  não é igual a zero, isto é, não é nulo. 

Na  faixa  entre  a  passagem  viscosa  e  a  potencial,  o  rendimento  de 

assentamento por  inércia pode  ser  calculado pela  fórmula apresentada por 

Walton e Woolcock, 1960. 

60Re1

60Re

p1

1

+

η+η=η                 15 

Em que:      

g

gkur2Re

µ

ρ=       e η1  e ηp  os  rendimentos das passagens  viscosa  e potencial, 

respectivamente. 

Walton  e Woolcock,  1960  confirmaram que o  rendimento de  assentamento 

sobre a gota, de dado diâmetro, decresce rapidamente com a diminuição das 

dimensões da partícula de aerossol.  Por isso, para partículas com diâmetros 

menor que 2 µm e as gotas de água de diâmetro 0,1 mm, o assentamento é 

inferior a 1 % . 

Para a separação de poeira fina de tamanhos menores que  5 µm , o tamanho 

ótimo das gotas de líquido com a pulverização gravitacional é de 0,5 mm de 

diâmetro.   A  diminuição  do  rendimento  de  assentamento  sobre  pequenas 

gotas é provocada pela ultrapassagem das condições de movimento viscoso 

para potencial. 

Page 26: Tes Ever Final

26

Os cálculos de Barth, 1956 demonstram que existe um diâmetro definido de 

gota, sobre o qual há um ótimo grau de separação das partículas do gás. Para 

gotas,  muito  menores  ou  muito  maiores,  o  rendimento  de  separação  na 

prática  cai  a  zero. Por outro  lado, o  rendimento  cresce  com o  aumento de 

velocidade do gás em toda a faixa de dimensões das gotas.  

Goldschmidt e Calvert, 1963, confirmaram que o rendimento é maior do que 

o  apresentado  na  teoria  para  números  Stk  <  0,05  ,  o  que  confirma  o 

assentamento das partículas na superfície posterior da gota. 

Uma pesquisa sobre a influência de umidificação da partícula de poliestireno 

e de enxofre, em aerossol, pela água e pelos líquidos orgânicos foi realizada 

por Goldschmidt; Calvert (1970). Eles demonstraram que a umidificação tem 

influência  significante  no  processo  de  assentamento  por  inércia  sobre  as 

gotas de líquido. 

2.3.2  Ciclone úmido de Krames e Bütner 

Krames; Büttner (1994) propuseram um ciclone úmido, de elevada eficiência 

de  coleta,  que  foi  executado  com  base  nas  equações  de  Barth  (1956)  e 

Muschelknautz  (1970). Para  tal,  construíram um  equipamento que  consiste 

basicamente  de  um  ciclone  com  um  atomizador  pneumático  instalado  no 

duto de entrada. Na realidade, o corpo do ciclone funciona como um espaço 

de  contato  entre  o  portador  gasoso  e  as  gotas  do  líquido  atomizado.    A 

eficiência de coleta foi de 99,2 % obtida com análise gravimétrica da carga do 

particulado de acordo com a norma adequada. 

A  Figura  8  apresenta  um  esquema  do  ciclone  desenvolvido  por  Krames; 

Büttner  (1994)  com  detalhamento  para  o  local  de  instalação  de  seu 

Page 27: Tes Ever Final

27

atomizador  pneumático. As  Figuras  9(a)  e  9(b) mostram  os  atomizadores 

com misturador externo e interno, respectivamente.  

 

Figura 8  Ciclone úmido proposto por Krames, J; Buttner, H., (1994) 

   

Figura 9   Bocais de atomizacão pneumátifco com misturador: externo (a) e interno (b). Fonte: Krames, J; Buttner, H., (1994). 

 

Ainda segundo os autores, no bocal de atomização com misturador externo 

os  parâmetros  de  operação  do  líquido  e  do  gás  podem  variar 

independentemente um do outro. Somente a perda de carga na saída do gás 

Page 28: Tes Ever Final

28

ou do líquido e a capacidade de reposição do sistema impõem limitações no 

modo  de  operação.  No  bocal  de  atomização  com  misturador  interno,  os 

parâmetros de operação do gás e do líquido são dependentes. 

A Figura 10 mostra o grau de eficiência do ciclone, objeto de estudo destes 

pesquisadores, em função do diâmetro da partícula. 

 

 

Figura 10  Efeito da relação L/g (taxa de água por unidade de volume de gás  limpo)  na  Eficiência  de  Coleta.  Fonte:  (KRAMES, J; BUTTNER, H. 1994) 

Para  calcular  a  quantidade  necessária  de  líquido  a  ser  pulverizada  na 

separação, utiliza‐se a taxa de água por volume do gás limpo.  Esta relação é 

chamada de (L/g). 

De  acordo  com  os  autores,  outros  lavadores úmidos de  alta  eficiência  tais 

como os Venturi, operam  com uma  relação  (L/g) de 0,5 a 5L/m3,  enquanto 

que  o  ciclone  úmido  da  Figura  8  opera  entre  0,05  a  0,25.  Este  resultado 

mostra que é substancialmente menor o custo de pulverização do líquido.  

Page 29: Tes Ever Final

29

As  conseqüências  de  uma  maior  razão  (L/g)  são:  distribuição  de  gotas 

abrupta  (o  que  normalmente  é  uma  desvantagem  numa  separação)  e  o 

aumento  da  concentração  de  gotas  (o  que  significa  uma menor  distância 

entre as mesmas). 

2.3.3  Separadores com pulverização de água 

Separadores com pulverização de água são os aparelhos nos quais se retiram 

as partículas de aerossol de gás, como conseqüência do assentamento dessas, 

sobre gotículas de água.  As gotículas de água são formadas por nebulização 

através  de  bicos  construídos  para  este  fim.  O  método  de  pulverização, 

tamanho e distribuição das gotículas têm influência especial na eficiência de 

separação.  A  configuração  dos  fluxos  de  aerossol  em  relação  ao  de  água 

nebulizada  pode  ser  contracorrente,  cruzado  ou  concorrente. A  Figura  11 

mostra esquematicamente as configurações possíveis.  

 

Figura 11  Configurações  possíveis  dos  fluxos  de  aerossol  (portador  mais partículas)  em  relação  ao  fluxo  de  água  nebulizada;  a)  contra corrente b) cruzado e c) concorrente Fonte: (WARYCH, J., 1979)  

 

Page 30: Tes Ever Final

30

Como  foi dito no  item  2.3.1,  o processo de  separação nos  ciclones úmidos 

ocorre seguindo as etapas: 

a.  As partículas de poeira são conduzidas até o contato com as gotas, 

consideravelmente grandes, de líquido; 

b.  As partículas de poeira são retidas nas gotas; 

c.  As partículas de poeira são separadas junto com as gotas. 

A primeira  etapa  é  a mais  importante. Como  se  sabe,  o  assentamento das 

partículas sobre as gotas é um processo simples quando: 

1.  a velocidade gravitacional e a velocidade da partícula em relação a 

velocidade da gota é grande; 

2.  as gotas são pequenas; 

3.  as  linhas de movimento das partículas estão próximas à superfície 

das gotas.  

Quando  as  gotas  são  pequenas,  o movimento  das mesmas  é  acelerado  no 

portador e rapidamente atinge a velocidade do gás. Em condições extremas 

as gotículas poderão evaporar. O tempo de vida das gotículas em função do 

seu diâmetro pode ser observado na Figura 12. Este tempo também é função 

da umidade relativa e da temperatura do gás. Ele diminui com o diâmetro da 

gotícula, com a diminuição de umidade e com o aumento de temperatura do 

gás. Por exemplo, gotículas de água de diâmetro 10 µm e umidade relativa 

de 90% têm tempo de vida de aproximadamente 1 s. 

Segundo Warych,  J.  (1979),  é  conveniente  que  as  gotículas  sejam  50  a  100 

vezes maior do que a partícula do aerossol.   Conseqüentemente, para que a 

partícula de dimensão 0,5 μm seja extraída do gás necessitam‐se de gotículas 

Page 31: Tes Ever Final

31

de 25 a 50 μm. Elas podem ser geradas nos pulverizadores com injetores de 

alta velocidade. 

 

Figura 12  Tempo  de  evaporação  das  gotículas  de  água  em  função  de  seu diâmetro para D=2,3∙10‐1cm2/s, λ  ‐   6.10–6  cm, T– 298K, no ar  com 100% de umidade relativa. Fonte: (WARYCH, J. 1979) 

Portanto,  para  assegurar  encontros  das  partículas  com  gotículas,  sem  que 

haja evaporação das últimas no gás portador, recomenda‐se que as gotículas 

tenham  dimensões  entre  0,1  e  1 mm. Com  isso  evita‐se  a  evaporação  e  o 

arraste pelo fluxo do portador (WARYCH, J. 1979). 

Em separadores contra corrente, a velocidade gravitacional das gotas deverá 

ser  superior  à  velocidade  linear do  gás,  normalmente  compreendida  entre 

0,6–1,2m/s, medida com o aparelho vazio. 

A velocidade de queda da gotícula em função de raio de ação da mesma está 

ilustrada na Figura 13. 

Page 32: Tes Ever Final

32

 

Figura 13  Velocidade limite de queda das gotículas de água e número Rek no ar em condições padrões  (20  0C, 1013 hPa) em  função do  raio de ação da gotícula.  Fonte: (WARYCH, J., 1979) 

 

Recomenda‐se que  a distância  entre  as gotículas durante  a queda não  seja 

menor do que (4 a 5) vezes dk. Com isso evita‐se a coalescência das mesmas. 

Aceita‐se a  concentração de gotículas de 1%  em  separadores. Na prática, é 

difícil evitar a formação de caminhos preferenciais devido à aglomeração das 

gotículas.  

A determinação das dimensões  reais das  gotículas  geradas  é muito difícil, 

devido aos choques da água pulverizada contra as paredes do separador, o 

que é difícil de ser evitado na prática. 

O mecanismo  dominante  de  sedimentação  das  partículas  de  aerossol  nas 

gotículas  do  líquido,  nos  equipamentos  clássicos  com  pulverização  de 

Page 33: Tes Ever Final

33

líquido, é de inércia juntamente com o efeito de agarramento.  O rendimento 

de sedimentação inercial das partículas de aerossol sobre gotículas em queda 

livre é apresentado na Figura 14. 

 

Figura 14  Rendimento  de  assentamento  inercial  das  partículas  com diâmetros entre 2 e 10μm sobre as gotas d’água, em queda  livre, com diâmetro dk. Fonte: (WARYCH, J., 1979) 

Pode  se observar que o  rendimento máximo ocorre  em  torno  é 0,8 mm de 

diâmetro  das  gotículas  e  é mais  alto  para  partículas maiores.  Portanto,  o 

rendimento de  separação  é muito  baixo para partículas menores do que  3 

μm.  Para  diminuir  a  fronteira  indicada,  nos  separadores  úmidos  mais 

modernos,  utiliza‐se  força  de  campo  elétrico  ou  difuzoforese,  assim  as 

partículas menores terão oportunidade de sedimentar. 

A umidificação das partículas pelo  líquido  tem  influência  elevada  sobre  o 

rendimento de separação. Esta umidificação é melhorada pela condensação 

dos  vapores  sobre  as  partículas.  Nos  separadores  úmidos  o  líquido 

pulverizado é  freqüentemente  reciclado,  isto  resulta em maiores dimensões 

das  gotículas  que  podem  chegar  a  1  mm.  O  consumo  de  água  de 

pulverização está entre 0,1 – 0,8 dm3 de H2O/m3 de gás. A queda de pressão 

Page 34: Tes Ever Final

34

durante a passagem do gás é mais baixa em separadores úmidos e alcança 

algumas dezenas de Pa. 

A  Tabela  3  contém  os  elementos  de  volume,  equações  de  balanço  e  as 

equações  integradas para os  três  tipos possíveis de configurações de  fluxos 

de  aerossol  (portador  mais  partículas)  em  relação  ao  fluxo  de  água 

nebulizada. 

 

Page 35: Tes Ever Final

35

Tabela 3 ‐ As possíveis configurações de fluxos com as respectivas equações de balanço usadas na determinação da eficiência em ciclones com pulverização de água. (A configuração central foi a empregada no ciclone objeto de estudo deste trabalho) 

     

0Adhd6

4dVucdccuAuAc 3

k

2k

ak =π

πη−+− l)(   0cbdx

d6

4dhVuubhdccubhc 3

k

2k

kk =π

πη−⋅+− l)( ( ) 0cAdz

d6

4dV

uuu

dccuAucA 3k

2k

kkg

kg =π

πη

−++− l)(  

dhud

uV23

cdc

k

ak

lη−=   dxd23

ubhbhVu

cdc

k

kk η−= l  

( ) Adf1u2dzfV3

cdc

k

k

−η

−= l&

;   em que: u

uf kg=  

huV

23

cc a

ki

0

kgk

ldVu

ln&

&η−=  

kg

k

i

o

dV2hV3

cc

&

& η−=ln  

( ) Adf1u2zfV3

cc

k

k

i

o−

η−= lln

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ η−−=

−=η

kkg

ka

i

0i

duV2huV3

1c

cc&

& lexp   ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ η−−=

−=η

kg

k

i

0i

dV2hV3

1c

cc&

& lexp   ( ) ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

−η

−−=−

=ηAdf1u2

zfV31

ccc

k

k

i

0i lexp&

 

Page 36: Tes Ever Final

36

2.3.3.1 Separadores com injeção de água contra corrente 

A aplicação de fluxo de água contracorrente é utilizada, com maior freqüência, 

nos aparelhos verticais conforme apresentado na Figura (a) da Tabela 3. Sendo:  

gV& : vazão volumétrica de gás, isto é:  AuVg ⋅=&  

lV& : vazão volumétrica de água , isto é:  AVuV lkl ⋅⋅=&  

Em que: 

lV : Acúmulo das gotículas de líquido no volume elementar, (m3/m3)  

ku : Velocidade da gotícula, relativa à parede do aparelho. 

Dados adicionais: 

A  área de escoamento no elemento de volume; 

c  concentração de partículas no aerossol; 

u  velocidade do aerossol; 

dk  diâmetro da gota; 

ηk   rendimento  de  sedimentação  de  partículas  de  aerossol  para  uma 

dimensão definida da gotícula; e, 

h  altura da faixa de contato do aerossol com as gotas. 

O  elemento  de  volume  tem  altura,  dh,  área  da  face,  A,  e  concentração  de 

partículas na entrada, c, com velocidade de sedimentação, ua,, sobre as gotículas 

constante. 

A  pulverização  de  água  de  cima  para  baixo  em  escoamento  contracorrente  é 

feita por meio de um ou mais pulverizadores direcionados verticalmente com 

pequeno ângulo em relação ao nível.  No caso de uso de vários pulverizadores, 

Page 37: Tes Ever Final

37

eles  poderão  ser  instalados  em  uma  ou  mais  fileiras,  nos  vários  planos 

horizontais.  O fluxo de aerossol de baixo para cima, encontra‐se com as nuvens 

de gotículas de água no sentido oposto. 

O  rendimento  de  separação  nos  equipamentos  com  pulverização  em  contra‐

corrente,  também,  pode  ser  obtido  conhecendo‐se  o  número  das  gotículas 

presentes em uma quantidade definida do fluxo de aerossol.  

Estabelece‐se  que  pela  coluna  do  separador  passam  n  gotas  com  velocidade 

relativa uk, e rendimento de sedimentação das partículas em uma única gota ηk. 

Se n1    é  o número de partículas que penetram  através da primeira  fileira das 

gotículas, n2 atravessa a segunda fileira, até penetrar na fileira  nn, , 

então: 

( )ki1 η1nn −⋅=  

( )2ki2 η1nn −⋅=  

M  

( )nkin η1nn −⋅=  

O rendimento de despoluição de aerossol passando por n gotas, pode ser 

escrito: 

( )nk

i

n η11nn

1η −−=−=             (16) 

Deve‐se  contar  que  no  separador  existem  algumas  zonas  mortas 

(inacessíveis  às  gotículas  em  queda),  conseqüentemente, uma  fração  x de  gás 

Page 38: Tes Ever Final

38

não despoluído deve ser incluída na equação, então a fração de gás despoluído 

torna‐se: 

( ) ( )[ ]nkη11x1η −−−= (17) 

Aceitando  que  nk  gotículas  produzidas  por  unidade  de  tempo,  caem 

dentro da coluna do separador com velocidade: 

atkk uuu −=  

sendo: 

tku   velocidade  gravitacional  de  queda  da  gota,  obtida  do  diagrama  ou 

calculada por meio de equação: ( )

g

ga2

at 18.µ

.gρρ.du

−=  

au   velocidade de passagem das partículas do aerossol para o gás. 

Considerando que não há deslizamento  entre gás  e partícula, pode‐se  aceitar, 

que a velocidade do gás, u, é mesma que a da partícula que é válida para regime 

laminar,  isto é, Re≤0,1 e coeficiente de atrito λ=2/Re.   Em condições práticas, o 

Re pode ser ampliado 0,1 para 2,0.  Para 2,0≤Re<500 o coeficiente de atrito pode 

ser determinado pela correlação empírica: 

60518 ,Re,=λ                 (18) 

O  tempo de  contato  entre  as gotas  e  as partículas na  coluna de  altura  h,  será 

estimado como  ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+

kuh

uh

, em que o número de gotículas n em contato com o 

aerossol é definido pela equação 10:  

Page 39: Tes Ever Final

39

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+

⋅=

ka

2k

k uh

uh

4Adπnn &               (19) 

em que a taxa de gotículas introduzidas  kn&  para a coluna eleva‐se para:   

6ρdπ

Ln1

3k

3k ⋅⋅=&                 (20) 

sendo: 

L – fluxo de massa do líquido pulverizado, em kg/s.  Substituindo o valor 

de  kn&  na equação 10, tem‐se para n: 

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

−+=

atkg1k uA.(u1

V1

.ρ2d3hLn             (21) 

Observa‐se  que  a  quantidade  de  gotículas  está  ligada  aos  parâmetros 

construtivos, operacionais e o  tipo do pulverizador. Conhecendo a quantidade 

de gotas n e o rendimento ηk, pode‐se definir o rendimento do separador pela 

equação: 

[ ]nk )η-(1-1x)-(1 η =                (22) 

O  rendimento  do  separador  com  fluxos  em  contra–corrente  obtidos  por 

Akitsune; Takae, (1973) foram correlacionados de acordo com equação empírica 

derivada por Johnstone et al. (1954). 

O diâmetro de gotículas, dk,  em µm foi calculado através da equação empírica de 

Turner and Moulton (1953), mostrada na equação 14. 

Page 40: Tes Ever Final

40

1601

,0,710,44 -1,520

3- k . L d 10 16,56 d µσ⋅⋅⋅⋅=          (23) 

em que: 

do  diâmetro da entrada do injetor em mm; 

L   vazão mássica de água pulverizada em g/s; 

σ   tensão superficial do fluido (água) N/m; 

µ1  viscosidade do fluido em mPa∙s. 

Para um injetor com diâmetro de do=6 mm, ângulo de pulverização de 90 

usado para retirar partículas do gás com 10 µm, o rendimento será: 

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

⎡−−=η 21

g

1 StkVV6001 /,exp&

&            (24) 

sendo: 

V1  vazão volumétrica do líquido dm3/h 

Vg   vazão volumétrica do gás (portador) m3/h 

Os valores obtidos estão em concordância com os valores apresentados por Orr 

(1966).   A  aplicação  de  pulverização  em  contra  corrente  são  freqüentemente 

usados em dutos de gás portador, como mostra a Figura 15.  

Page 41: Tes Ever Final

41

 

Figura 15  Apresentação  da  pulverização  em  contra  corrente  com  indicações dimensionais. Fonte: (CHENG, L. 1973) 

 

A quantidade das gotas em atividade pode ser calcular por: 

323

1

3k

zdA

V6sz

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

π==

..n 1

&              (25) 

em que:  

z  comprimento da tubulação; 

s  comprimento da projeção das gotículas; 

n  quantidade das gotas. 

O rendimento nessas condições pode ser obtido por: 

n

gkk

i

1

n1

VdVz

2311

nn1 ⎟

⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛η−−=−=η

&

&1.             (26) 

O  choque  entre  as  gotículas  de  líquido  e  o  gás  portador  das  partículas  foi 

definido de acordo Soo, (1967).apud Cheng, L.  (1973), por  

Page 42: Tes Ever Final

42

Fuuz k −

=                 (27) 

Em que F é a constante de transferência de momentum entre a gotícula e o gás. 

Para a maioria das situações práticas o número de Reynolds, tomando a gotícula 

como referência, maior do que dois, F pode ser definido como: 

k

k

1

g

duu

43 −

ρ

ρλ=F               (28) 

O coeficiente de atrito,λ, depende do tipo do regime de escoamento do fluxo de 

aerossol, e então: 

6018 ,Re−=λ        para      5002 ≤≤ Re  

440,=λ       para    Re>500 

O diagrama da Figura 16 apresenta os valores obtidos com a equação 26.  

 

Figura 16  Dimensões  ótimas  das  gotículas  com  injeção  de  água  em  contra corrente no eixo do duto. Fonte: (CHENG, L. 1973) 

 

Page 43: Tes Ever Final

43

Observa‐se, que o maior rendimento de retenção das partículas de diâmetro de 

2,0 µm ocorre quando as gotículas de água possuem o diâmetro de 200 µm. Isso 

mostra que a retirada das partículas do fluxo de gás, com a injeção axial de água 

contra  corrente, é proporcional ao  rendimento de assentamento das partículas 

nas  gotas  ηk  ,  à  grandeza  do  fluxo  volumétrico  Vl,  ao  comprimento  de 

pulverização  z  e  é  inversamente  proporcional  ao  fluxo  volumétrico  do  gás 

(portador) Vg e ao diâmetro das gotas dk , (CHENG, L., 1973).. 

A  maioria  das  gotas  no  fluxo  em  contra  corrente  perdem  rapidamente  a 

velocidade, especialmente aquelas que são de dimensões pequenas, dificultando 

o contato entre os elementos. O  resultado dos ensaios  realizados por Calvert e 

1colaboradores (1975) apud Warych, (1979), para a retirada das partículas de óxido 

de titânio e de ferro do gás portador (partículas de diâmetro da=1µm e para fluxo 

de  106    partículas  por  cm3),  pode  ser  observado  na  Figura  17.  Com  estes 

resultados, Warych, J. (1979) observou que: 

a)  a  penetração  das  partículas  depende  fortemente  da  massa  de  vapor 

condensado; 

b)  o rendimento de retirada é reproduzido desde que o processo ocorra sob 

as mesmas condições (curvas 1 e 2); 

c)  a comparação das curvas 1 ou 2 com a curva 3 demonstra certa anomalia, 

pois as gotas d’água eram 25% menores na curva 3. Deste fato, resulta um 

maior  aproveitamento  da  água  de  pulverização,  bem  como  o 

impedimento  do  processo  de  coalescência  das  gotas  no  volume  e  na 

parede do separador; 

1 Calvert S.; Ihaveri N. C.; Huisking, T. Study of Flux Force/condensation Scrubbing of Fine Particles U. S. Env. Port. Agency Report nO 600/2-75-18 (1975).

Page 44: Tes Ever Final

44

d)  a  comparação das  curvas  3  e  4  apresenta  a  influência do diâmetro das 

gotas. Entretanto,  considerando‐se que o  fluxo de gás  e de  água  foram 

idênticos,  o  diâmetro médio  volumétrico  das  gotas  foi  de  1  a  5  vezes 

maior na curva 4 do que na curva 3. Assim, o assentamento das partículas 

(quantidade  de  gotículas  para  unidade  de  volume  do  separador)  era 

menor para curva 4, resultando em uma penetração maior; 

e)  o aumento da temperatura da água de pulverização de 24 para 510C, com 

aerossol a uma temperatura constante na entrada de 770C, pulverizando‐

se  água  em  apenas  um  ponto  resulta  em  um  gradiente  uniforme  de 

temperatura  e  pressão  no  comprimento  do  separador.  Isso  aumenta  a 

penetração das partículas do aerossol. 

  1– 1V&  = 1dm3/s;         d k ≈ 350µm         

2– 1V&  = 1dm3/s;         gotas pequenas

3– 1V&  =0,76dm3/s;     gotas pequenas

4– 1V&  = 0,76dm3/s;     d k ≈ 450µm 

Figura 17  Penetração das partículas  em  função da massa de  condensação dos vapores por unidade de massa de gás seco mk Fonte: (WARYCH, J.  , 1979) 

 

Para melhorar o rendimento de separação com pulverização, visando coletar as 

partículas de menor tamanho, além da força de inércia, Warych, J. (1979) sugere 

usar uma força do campo elétrico fornecido por eletrodos ligados entre a carcaça 

Page 45: Tes Ever Final

45

e  as  gotículas  de  água  (ver  Figura  18). No  caso  do  uso  do  campo  elétrico,  é 

aplicada  uma  tensão  de  corrente  continua  da  ordem  de  50kV  em  relação  ao 

corpo  do  separador,  o  que  acarreta  certas  precauções  e  custos. Neste  campo 

elétrico, as gotas de água são aceleradas e direcionadas à parede do separador 

junto com as partículas retiradas do fluxo em contra corrente do aerossol.  

 

Figura 18  Representação  básica  de  um  separador  eletrostático  com umidificação. Fonte: (WARYCH, J. 1979) 

 

De acordo com Warych, J. (1979) o rendimento de separação das partículas com 

da=1  µm  e  concentração  de  poluente  de  2,2  a  360  g/m3  atinge  até  99 %.  Para 

partículas submicrônicas o rendimento é da ordem de 90 a 96 %. 

2.3.3.2 Separadores com injeção de água em fluxo cruzado 

Os  separadores  com  fluxo  cruzado de  água  em  relação  ao  fluxo de  gás mais 

freqüentemente utilizado são os com fluxo de água de cima para baixo e o fluxo 

de gás na horizontal (OGAWA, A., 1987).  

Page 46: Tes Ever Final

46

A velocidade das gotas em relação ao gás (partículas) é um pouco menor do que 

nos separadores em contra corrente e maior em relação ao concorrente. Assim, 

pode‐se dizer que: 

a)  As gotas  formadas  têm velocidade de queda  livre e são distribuídas 

uniformemente sobre todo volume; 

b)  Durante a passagem as gotas não alteram as suas dimensões; 

c)  A  concentração  das  partículas  em  todo  volume  do  separador  é 

constante. 

A manutenção da passagem  cruzada das  gotículas  é praticamente  impossível 

devido  ao  arraste  pelo  fluxo do  gás, do movimento  turbulento,  à  inércia das 

gotas e da força de gravidade.  

Calvert, S. et al. (1975) apud Warych, J. (1979) analisaram e definiram o processo 

de assentamento das partículas sobre as gotículas. Para  tanto, considerou uma 

paralisação momentânea das gotas no volume elementar Tabela 3 (figura b). O 

volume foi definido pela seguinte equação 22: 

bdxuV

Vk

11

&=                   (29) 

Então, o fluxo volumétrico de gás é dado por: 

ubhVg =&  

A  equação de  balanço de massa das partículas no  elemento de volume  estão 

apresentadas na coluna (b) da Tabela 3. 

Page 47: Tes Ever Final

47

Observando a equação do rendimento no separador com fluxo cruzado, nota‐se 

que  o  rendimento  aumenta  com  a  altura  de  queda  das  gotas,  h,  e  com  a 

diminuição do diâmetro  dk    e  com  o  aumento da velocidade  relativa  entre  as 

gotas e o fluxo de gás. Em princípio, aceita‐se para essa equação a possibilidade 

de  um  desvio,  especialmente  para  as  gotas  de  maiores  dimensões.  Tais 

condições carecem de confirmação experimental e aplicação de coeficientes de 

correção.  Aplicações  de  outros  meios  de  retenção  das  partículas  tais  como, 

forças  eletrostáticas,  difusoferose  e  outros,  também  necessitam  da 

complementação da equação citada. 

2.3.3.3 Separadores com injeção de água concorrente 

Nos  separadores  com  injeção  concorrente,  a  velocidade  relativa  das  gotas  no 

fluxo  de  gás  é  pequena,  o  que  causa  uma  baixa  eficiência  de  separação 

(OGAWA, A., 1987). 

Essa afirmação não é válida se, para separação, forem utilizadas forças externas 

(centrífuga ou eletrostática). 

O balanço de massa de poeira até a equação do rendimento do separador estão 

na coluna (c) da Tabela 3 

No caso desta configuração é importante conhecer a velocidade das gotas 

em relação a do gás, ukg, e a eficiência de assentamento das partículas em função 

da distância dz. 

Com a finalidade de facilitar a solução da equação do balanço diferencial 

Calvert, S. et al. (1975) admitem que: 

Page 48: Tes Ever Final

48

fuukg =                 (30) 

A  equação  para  coeficiente  de  resistência,  para  movimento  das  gotas 

concorrente ao gás, utilizado por  Ingebo  (1956) e Calvert, S. et al.  (1975) apud 

Warych, J. (1979) é apresentada na equação 31: 

84027 ,Re−=λ                (31) 

Calvert, S. et al. (1975) apud Warych, J. (1979) ainda aproximaram o coeficiente 

de atrito para faixa de número Re comumente usada em fluxo concorrente nos 

separadores que a equação (32), representa melhor esta resistência.  

Re55

=λ                   (32) 

O  comprimento  do  caminho  percorrido  pela  gota  em  relação  ao  gás  z’  não 

depende da resistência do meio nem da força de inércia e pode ser apresentada 

como: 

−ρ=

λ∫1k

'1

'2g

Re

Re .d.4)zz.(.3

Re.Red2

1

            (33) 

Substituindo e integrando a equação obtém‐se: 

55)f1(Re

55ReRe

.d.4'.z.3 .121

1k

g −=

−=

ρ

ρ          (34) 

A relação entre dz e dz’ pode ser apresentada como sendo: 

'dz.ff1dz −

=                   (35) 

Aplicando  a  equação  e  prosseguindo  o  cálculo  diferencial  obtém‐se  a 

dependência entre  dz e df  que aplicada na equação do balanço apresentada na 

Page 49: Tes Ever Final

49

coluna (c) da Tabela 3, e aqui reproduzida como equação 36, e usando também a 

relação da equação 38, tem‐se: 

( ) Adf1u2dzfV3

cdc

k

k

−η

−= l&

                36 

  dfAudV

cdc

g

kkll

552 ηρ&

−=                (37) 

Integrando para as condições de entrada de  c = c1; f  = 0 e na saída  c = c0 ;  f = f 

tem‐se a expressão para o rendimento de separação: 

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−−= f

AudV

g

kkll

552

exp1ηρ

η&

           (38) 

O  rendimento  de  assentamento  inercial  sobre  a  gota,  no  processo  de 

pulverização concorrente está apresentado na Figura 18. 

 

Figura 19   Rendimento  teórico  de  assentamento  das  partículas  nas  gotas  em função do  caminho  relativo  adimensional  até  a parada da partícula 

sobre o diâmetro de gota, kd

z′.  Fonte: (WARYCH, J., 1979) 

Page 50: Tes Ever Final

50

Se  no  processo  de  separação  é  predominante mecanismo  de  inércia,  pode‐se 

aceitar para,  f, o valor 0,25.   Para o ar em condições normais,  3g 1,19kg/mρ = ; 

sPa101,8µ 5k ⋅⋅= −  e para água  3

l 1000kg/mρ = . 

Quando  as  partículas  possuem  as  dimensões  submicrônicas,  a  velocidade  de 

passagem  no  separador  concorrente  não  é  grande  e  a  retirada  das  partículas 

prossegue  pela  difusão  sobre  a  superfície  da  gotícula.  Neste  caso,  para  a 

definição do rendimento pode‐se utilizar a Equação 38 que dá a dependência do 

fluxo de infiltração das partículas nas gotículas. 

A  introdução  de  vapor  no  fluxo  de  gás  carregado  com  partículas  e  água 

concorrente  melhora  o  rendimento  de  separação,  isto  foi  confirmado  por 

Warych, J. (1979), como mostra a Figura 20. 

Essa  ação  gera  aumento de massa das partículas,  oferece melhores  condições 

hidrofílicas  provocadas  pela  condensação  do  vapor  sobre  a  superfície  das 

partículas. 

 Figura 20  Rendimento  de  separação  em  função  de  fluxo  da massa  de  vapor 

condensado  para  diversos  diâmetros  das  partículas.  Fonte: (WARYCH, J., 1979) 

Page 51: Tes Ever Final

51

Neste sistema, além do efeito da condensação de vapor sobre partículas, aparece 

também a termo e de difusoforese. Para gotículas na faixa de 0,1 a 1,0 mm, estes 

fenômenos,  aumentam  a  aderência  das  partículas,  o  que  é  apresentado  pelo 

cálculo de Pilat e Prem.(1976). 

Os  ensaios  executados  por  Calvert  et  al.  (1975)  apud  Warych,  J.  (1979).   

mostram que a condensação de vapor sobre as partículas tem influência sobre o 

rendimento no separador horizontal concorrente, nas condições: 

1)  A  concentração  de  partículas  no  fluxo  de  entrada  do  separador  é 

uniforme e a queda de concentração na passagem é exponencial (o fluxo 

de portador sempre é uniforme durante a passagem); 

2)  A  cobertura  realizada  pela  pulverização  de  gotas  concorrente  cresce 

exponencialmente com a distância do injetor de pulverização; 

3)  O diâmetro da gota é o mesmo em toda a passagem. 

O separador concorrente é freqüente utilizado em casos de elevada concentração 

das partículas e elevada densidade de fluxo volumétrico. 

2.4  Alguns tipos de separados e suas aplicações 

2.4.1  Separadores de torre (Scrubber com injeção de água) 

Conforme  será  apresentado neste  item,  é possível  encontrar no mercado  e na 

literatura  uma  série  de  separadores  e  lavadores  de  gases  para  o  controle  de 

material  particulado,  bem  como  para  o  resfriamento  e  absorção  de  gases  e 

vapores tóxicos como SO2,  SO3, H2SO4, HF, HCl, P2O5, NO2 e outros. 

Page 52: Tes Ever Final

52

Em alguns destes equipamentos a separação/remoção é feita com o uso de um 

ciclone, no qual um ventilador disposto no duto de  entrada do  equipamento, 

força o escoamento do gás que contém o material particulado e/ou vapores.  

Os  lavadores  em  forma  de  torre  podem  ser  construídos  com  ou  sem  o 

enchimento, este último é que forma o elemento de filtração. 

2.4.1.1 Lavadores sem enchimento  

São equipamentos para resfriamento do gás através da injeção direta de água de 

resfriamento,  sendo  que  os  lavadores  deste  tipo  são  eficientes  tanto  para  a 

separação como para o resfriamento do gás (que depende do tempo de contato 

das partículas com água). 

A velocidade do gás é pequena e não ultrapassa 1m/s, portanto, para oferecer o 

tempo  suficiente,  necessita‐se  de  um  a  altura  de  30  e  até  40 metros  para  o 

lavador. 

Em  função  disso,  pode‐se  obter  resfriamento  do  gás  acima  de  100oC,  com 

separação simultânea e eficiência da ordem de 50 a 80 %. A perda de pressão 

causada pela passagem de gás e pelo lavador é pequena, ou seja, da ordem de 10 

a  300 N/m2. A desvantagem deste  lavador  é o  elevado  consumo de  água que 

pode ser acima de 6 L/m3 (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979). 

Page 53: Tes Ever Final

53

 

Figura 21  Lavador sem enchimento. Fonte:  (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979). 

Outro  lavador  com  uma  construção  um  pouco mais  complexa,  caracteriza  a 

torre da empresa Elex apresentado na Figura 22 

 

Figura 22  Lavador de torre da empresa Elex  Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 54: Tes Ever Final

54

A  torre  do  lavador  é  composta  por  uma  série  de  elementos  direcionadores 

dispostos seqüencialmente. O gás é fornecido tangencialmente abaixo da torre e 

tem a sua saída na região superior, passando através do  lavador. Este  lavador 

trabalha  com  gases  a  uma  vazão  de  1800  a  36.000 m3/hora  e  com  perda  de 

pressão de 600 a 1500 [N/m2],  o que significa um consumo de potência de 1 a 75 

kW. Consome uma notável quantidade de água,  isto  é, 25dm3/m3 de gás, que 

opera em circuito fechado. Para partículas de trituração mecânica o rendimento 

de separação das partículas chega a 98% (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979).  

2.4.1.2 Lavadores com enchimento 

A  construção  deste  tipo  de  equipamento  é  semelhante  à  dos  lavadores  sem 

enchimento, com uma camada adicional de  filtração. O esquema deste  tipo de 

lavador está apresentado pela Figura 23. 

 

Figura 23  Lavadores com enchimento tipo OKc     Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 55: Tes Ever Final

55

Sobre a grelha ou  tela de chapa perfurada, é colocado o elemento de  filtração, 

que  poderão  ser  anéis  de  Rasching  ou  outros  elementos  de  porcelana  ou  de 

plásticos.  O  gás  é  introduzido  por  baixo  e  conduzido  pelo  recheio 

continuamente umidificado pela água que passa pelos separadores de gotas e, 

em seguida, para o ambiente.  

A velocidade de passagem do gás por  este  lavador  é de  1  a  1,5m/s,  com um 

consumo  de  água  de  1  a  20  L/m3.  Este  tipo  de  lavador  trabalha  bem  para 

partículas de trituração mecânica (maiores que 1µm). O rendimento está na faixa 

de 80 a 95 % com perdas de pressão de 100 a 500 N/m2. 

O fluxo da passagem de gás é de 5000, 13000 e 19000 m3/hora, com consumo de 

água de 1 a 4 [litros/ m3] e a perda de pressão é de 10 a 500 N/m2. A Tabela 4 

apresenta  as  características  de  4  tipos  de  lavadores  executados  pela  empresa  

polonesa FUMOS. 

 

Page 56: Tes Ever Final

56

Tabela 4 ‐ Dados técnicos de lavador com enchimento (OKc. da Polonia) Fonte : (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979). 

Parâmetro  Unidade  OKc  1000  OKc  1200  OKc 1400  OKc 1630 

V nom  m3/h  7760 ‐ 8150  7800 – 11080  4000 ‐ 5660  10630 ‐15000 

Consumo de água 

de circulação m3/h  4,6 ‐ 5,7  6,0 ‐ 7,5  3,2 ‐ 3,9  8,2  ‐ 10,1 

Consumo de água  ~15 % de água de circulação 

Peso  kg  310  440  260  520 

∆p  N/m2  650 ‐ 960 

Page 57: Tes Ever Final

57

2.4.2  Lavador com leito fluizado 

Um lavador de torre especial é o de leito fluidizado. O leito é composto com 

esferas  leves de diâmetro de 30 a 40 mm os quais são sustentados pelo gás 

fluindo de baixo para cima. Estas esferas têm movimento irregular e quando 

umidificadas oferecem maior área de  contato  com as partículas  carregadas 

pelo gás. 

 

 

Figura 24.  Lavador com leito fluidizado da empresa Prat‐Daniel.    Fonte : (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

O  lavador  possui  duas  seções  de  esferas  de  diâmetro  38  mm.  Na  parte 

superior  é  localizado  o  separador  de  gotas  rotativo.  A  velocidade  de 

Page 58: Tes Ever Final

58

passagem de gás é de 2,5 a 5 m/s, o consumo de água é de 0,1 a 1 [l /m3] de 

gás. Estes  separadores  são  construídos para  fluxo de  gás de  5000  a  25.000 

m3/h. 

Os lavadores com leito fluidizado tem perda de pressão de 700 a 1000 N/m2. 

O rendimento de separação é de 90 a 99 %. 

2.4.3  Lavadores com borbulhagem 

Quando  o  gás  é  soprado  com  elevada  velocidade  sobre  o  espelho d’água, 

formam‐se uma quantidade de bolhas que capturam as partículas ocorrendo 

assim, a separação. Com o fluxo de gás constante, forma‐se uma camada de 

bolhas de altura definida. Este fenômeno é aproveitado para a separação de 

gases industriais nos lavadores de colisão, de espumas e nos lavadores com 

labirintos isolados com água. 

O  gás  poluído  é  introduzido  com  velocidade  de  40  a  100m/s  no  duto  em 

forma de  injetor e colide com a superfície de água  localizada  logo na saída. 

Esta água é turbilhonada formando uma espuma. As partículas do poluente 

são retiradas do gás graças à força da inércia formada pela rápida mudança 

de direção de gás. 

Page 59: Tes Ever Final

59

 

Figura 25  Lavadores de borbulhagens firma Doyle. Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Uma das variantes do lavador de borbulhagem é chamada de lavador Doyle, 

aplicada para  separação de poeiras  geradas mecanicamente. Trabalha  com 

eficiência de 98‐99,5 % para particulado com boa umidificação. 

 

Figura 26  Lavador de borbulhagem.    Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 60: Tes Ever Final

60

A velocidade aplicada nos lavadores de borbulhagem está entre 30 e 70 m/s 

com perda de carga de 1.500 a 4.250 N/m2, o consumo de água pelo lavador é 

de 0,3 a 0,5 litros/m3 de gás.  

2.4.4  Lavador de espuma  

O esquema de  funcionamento do  lavador de espuma é  ilustrado na Figura 

27. O elemento principal do  lavador de espuma é uma chapa perfurada  (1) 

sobre a qual é disposta uma fina camada de água. A água transborda pelos 

orifícios  (2)  através dos  quais  também passa  o  gás poluído, de  baixo para 

cima, provocando uma  forte  turbulência na água  sobre a  chapa,  formando 

uma espuma. As partículas do poluente são coletadas no container (3) ou são 

arrastadas com a água pelo  ladrão  (4). Acima da placa está o separador de 

gotas (5). Os diâmetros dos furos das placas é da ordem de 4 a 6mm. 

 

Figura 27  Lavador de espuma     Fonte : (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Os orifícios correspondem a uma área de 20% da superfície da placa por onde passa

a água. A velocidade de gás no corte livre do lavador não pode ultrapassar 3 m/s, e

nos orifícios da placa é de 10 a 20 m/s. A perda de carga hidráulica do lavador de

Page 61: Tes Ever Final

61

espuma é de 1.400 a 1.900 N/m2 e o consumo de água é da ordem de 0,3 a 1 L/m3.

Este tipo de lavador é aplicado para partículas de trituração mecânica com boa ou

média capacidade de umidificação. O rendimento é da ordem de 95%, não podendo

ser utilizado para partículas que possam obstruir os orifícios (p. ex. pó de cimento).

2.4.4.1 Lavador de espuma tipo Elex-Hidro 

É muito interessante observar o lavador de espuma tipo Elex‐Hidro da firma 

Elex apresentado na Figura 28. O lavador possui duas divisões ou mais, (2 a 

5) formadas por placas perfuradas, em cima das quais são colocadas camadas 

com espessura de 150 a 200 mm de esferas de vidro  (3). A água é  injetada 

abaixo  da  primeira  divisão  (1). A  divisão  superior  (5)  realiza  a  função  de 

separador de gotas. 

O gás fluindo no meio das esferas umidificadas forma um movimento quase 

fluidizado com elevada quantidade de espuma. O gás é lavado e libertado de 

partículas sólidas, durante a passagem por este ambiente. O rendimento do 

lavador é da ordem de 99 % para partículas de diâmetro médio de 1 µm.  A 

perda de pressão é de 1.300 N/m2. Os  lavadores deste  tipo são construídos 

para  vazões  de  1.800  a  70.000 m3/h.  As  dimensões  destes  lavadores  são:  

diâmetro de 590 a 3.510 mm  e alturas de 2.650 a 6.300 mm.  

Page 62: Tes Ever Final

62

 

Figura 28  Lavador  com  camada  de  filtração  de  material  granulado  de firma Elex‐Oski. Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

Os  lavadores  de  espuma  formam  um  grupo  de  equipamentos  de  elevado 

rendimento  e  com  baixo  consumo  de  água.  Entretanto,  não  podem  ser 

utilizados  para  a  separação  das  partículas  de  difícil  umidificação  e  de 

solidificação em ambientes úmidos. 

2.4.5  Lavadores com os labirintos fechados pela água  

A  Figura  29  apresenta  um  lavador  com  labirinto.  A  diferença  destes 

lavadores  com  os de  borbulhagens  é  que  o  gás  é  obrigado passar por um 

labirinto  cujo  circuito  é  parcialmente mergulhado  na  água. O  gás  com  as 

partículas  é  introduzido  na  água,  e  pela  turbulência  há  dispersão  das 

gotículas, oferecendo, assim, elevada área de contato entre o gás e a água. 

Page 63: Tes Ever Final

63

 

 

Figura 29 Labirinto com parte mergulhada na água Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

2.4.5.1 Lavador Roto‐Clone tipo N 

Estes  equipamentos apresentam  construção  simples e  compacta. Na Figura 

30 é apresentado o mais popular  lavador com  labirinto denominado Roto – 

Clone tipo N da firma American Air Filter (AAF). 

 

Figura 30 Lavador Roto – Clone tipo N Fonte : (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 64: Tes Ever Final

64

Este lavador é construído para vazões de 1.500 a 89.000m3/h, para perdas de pressão

de 1.300 a 1.600N/m2. O consumo de água é notavelmente pequeno, podendo chegar

até 0,03 L/m3 de gás. A concentração de poluente na entrada do lavador pode ser de

até 40 g/m3. O rendimento do lavador não é alterado com as mudanças de vazão de

gás na faixa de 60 a 110 % da vazão nominal. A eficiência é de 90% para as

partículas de 1 µm e quase 100 % para as partículas de 8 µm, (informações de

acordo com Concordia-Elektrizitats) apresentados na Figura 31.

 

Figura 31  Eficiência de separação dos lavadores Roto‐Clone tipo N       Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

O consumo de água padrão é de 0,01dm3/m3 de gás. Os lavadores deste tipo 

são  equipados  com  sistemas  para  a  limpeza  mecânica  dos  materiais 

depositados. Conclui‐se que os  lavadores  com  labirintos  inundados  são de 

boa  eficiência,  de  construção  simples,  de  pequeno  consumo  de  água 

podendo, inclusive, reter partículas não umidificadas. 

2.4.6  Lavadores rotativos 

2.4.6.1 Lavador rotativo horizontal (desintegrador Theisen) 

Page 65: Tes Ever Final

65

Nos lavadores rotativos horizontais, o contato de partículas com a água é no 

campo  das  forças  centrífugas.  Este  campo  é  produzido  pelo  elemento  de 

rotação de elevada velocidade onde são introduzidos a água e o gás pelo eixo 

central. 

As acelerações da água e do gás com as partículas no rotor oferecem maior 

contato entre si e alocação das partículas sobre a parede. Um exemplo típico 

é  um  lavador  rotativo  da  firma  Theisen,  denominado  também  como 

desintegrador, largamente utilizado para purificação de gases de alto‐fornos. 

A velocidade do desintegrador é de 500 a 1.000 rpm e o consumo de água é 

de 0,35 a 0,9 dm3 / m3 de gás. 

A  potência  consumida  é  de  4  a  7  kWh/1000 m3  de  gás.  Estes  aparelhos, 

mostrados na Figura 32, são construídos para vazões de 60 a 90.000 m3/h.  A 

característica especifica deste lavador é que, pela sua ação rotativa, comprime 

o gás de 2.500 até 4.000 N/m2. A principal desvantagem deste aparelho é o 

elevado  consumo de  energia  elétrica  e  a  complexidade  na  sua  construção. 

Atualmente,  estes  tipos  de  desintegradores  estão  sendo  substituídos  por 

outros de construção mais simples. 

 

Figura 32 Lavador rotativo da firma Theisen Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 66: Tes Ever Final

66

2.4.6.2 Lavador rotativo vertical  

O exemplo clássico de um lavador rotativo vertical é apresentado na Figura 

33. No eixo vertical são  instalados, em  três níveis, discos cônicos de chapa, 

sendo que,  o  externo  é de  chapa perfurada. Com  o movimento  rotativo,  a 

água  é  pulverizada  no  ambiente  do  gás  retendo  as  partícula  e,  também, 

absorvendo gases tóxicos. Na parte superior tem‐se uma camada de material 

granulado  ou  elementos  de  Rasching.  Este  tipo  de  lavador  pouco  usado 

devido a sua construção e custo de operação elevado. 

 

Figura 33 Lavador rotativo vertical firma American Air Filter (JUDÁ,  J.; NOWICKI, M., 1979) 

Para  a  família  de  lavadores  rotativos  deve‐se  incluir  o  lavador  tipo Roto‐

Clone W  construído  pela  firma American Air  Filter  (AAF),  produzida  na 

Europa pela  firma CEAG  e Tunzini, Figuras  34  e  35. Neste  caso,  a  água  é 

Page 67: Tes Ever Final

67

direcionada  sobre  o  rotor  com  rotação  de  440  a  3140  rpm.  O  efeito  de 

lavagem do gás é recebida pela pulverização de água provocada pela  força 

centrífuga no fluxo do gás. 

 

Figura 34  O esquema de funcionamento do lavador Roto – Clone W.  Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

As vantagens de utilização deste tipo de lavador são: a elevada retenção das 

partículas menores do que 1 µm de difícil umidificação e a compacidade. Sua 

desvantagem  é  o  elevado  consumo  de  energia  elétrica  e  necessidade  de 

manutenção freqüente.  

 Figura 35  Vista geral de lavador Roto – Clone W.    Fonte: (JUDÁ, J.; 

NOWICKI, M., 1979) 

Page 68: Tes Ever Final

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Este lavador abraça, também, a função de ventilador e de acordo com a rotação. A

pressão de insuflamento varia de 500 a 2250 N/m2, a velocidade de entrada é de 15 a

25 m/s, o consumo de água é de 0,15 dm3/m3 e consumo de energia elétrica é de 0,6 a

2,0 kWh/1000 m3 de gás. Os lavadores deste tipo são construídos para vazões de

0,415 a 23,6m3/s, isto é, 1.550 a 85.000 m3/h.

2.4.7  Lavadores de fluxo ciclônico úmido 

Como  dito  no  item  2.3.1,  um  dos  fatores  que  causa  a  baixa  eficiência  dos 

ciclones  secos  é  provocado  pelo  rebatimento  das  partículas  na  parede  e 

arraste  para  a  saída.  Este  acontecimento  foi  reduzido  através  das  formas 

injeção de água, Figura 36, com conseqüente umidificação das partículas das 

paredes do ciclone oferecendo maior aglomeração das mesmas. 

 

Figura 36  As  formas de  instalações dos pulverizadores no ciclone. Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

Figura 37  Lavador  de  movimento  ciclônico  com  injeção  de  água  na parede construído pela  firma Micro Pul,  tipo Micro  ‐ Airetron 500.  Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

Page 69: Tes Ever Final

69

Observa‐se que os  lavadores ciclônicos  são construídos como  torres, com a 

passagem  de  gás  com  fluxo  ciclônico,  com  pulverizadores  que  podem  ser 

instalados na entrada do gás, nas paredes coletoras ou na parede central. 

O equipamento apresentado na Figura 37 trabalha com elevada eficiência  (98 

a 99%) para partículas maiores que 1µm, com a perda de carga de 1.000 N/m2 

e consumo de água de 0,67 a 0,8 dm3/m3 de gás. 

Um exemplo clássico de um  lavador ciclônico com pulverização central é o 

popularmente  utilizado  nos  Estados Unidos  e  fabricado  pela  firma  Pease‐

Anthony‐Ciclonic‐Scrubber, Figura 38. 

 

Figura 38 Lavador com movimento ciclonico Pease-Anthony-Ciclonic-Scrubber. Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

O gás é introduzido pela parte baixa do lavador (Figura 38). Os bicos pulverizadores

(3) são instalados no tubo central (1) pelo qual é conduzida a água. A pressão da

água é de 0,5 a 1,0 MN/m2 obtendo as gotículas de água de 25 a 50 µm. As partículas

são depositadas na parede do aparelho, coletadas e conduzidas (2) para o devido

tratamento. A entrada de gás (4) é controlada pelo clapé e a velocidade pode ser de 7

a 25 m/s. O consumo de água é de 0,7 a 1,4 [dm3/m3] e perda de carga da ordem de

500 a 1000 N/m2. A eficiência para partículas de trituração mecânica é de 95 a 99 %.

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70

Tendo  em  vista  o  equipamento  Pease‐Anthony‐Ciclonic‐Scrubber,  a  firma 

OPAN  construiu  um  lavador  ciclônico  de  injeção  de  água  central  cuja 

configuração  encontra‐se  na  Figura  39.  As  dimensões  apresentadas  são 

orientativas. 

 

Figura 39  Ciclone úmido da firma OPAN.  Fonte: (JUDÁ, J.; NOWICKI, M., 1979) 

 

Este tipo de lavador não necessita pressão de água de pulverização elevada. 

O  que  pode  ser  observado  nos  dois  exemplos  anteriores.  A  devantagem 

dessa instalação é a necessidade de tratamento da água reciclada. 

Page 71: Tes Ever Final

71

 

Capítulo 3 

Materiais e Métodos 

Neste capítulo, serão apresentadas etapas do projeto de um lavador de gases 

para  as  temperaturas  acima  das  ambientais,  sua  concepção,  construção, 

montagem do equipamento e por fim a sua avaliação experimental. 

O  equipamento  foi  construído  a  partir  da  adaptação  de  um  ciclone  tipo 

americano  no  foram  introduzidos  bicos  nebulizadores  para  aumentar  a 

eficiência  de  coleta  de  partículas.  As  dimensões  básicas  de  um  ciclone 

americano estão na Figura 40 (KOCH; LITCH, 1977). 

 

Figura 40  Características geométricas de um ciclone americano 

Page 72: Tes Ever Final

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Devido  as  suas  características  dimensionais  o  ciclone  americano  é  mais 

adequado  para  purificação  de  aerossol  com  partículas  de  5  à  30μm,  e 

também pode ser  instalado galpões  industriais com pé direito baixo, muito 

comuns no Brasil.  Este tipo de ciclone é menos eficiente na coleta do material 

particulado especialmente para partículas menores de 5μm. 

3.1  O equipamento modificado 

O  lavador  de  gases  industrial  modificado  proposto  neste  trabalho  é  um 

ciclone,  tipo  americano  triplo  cone  com  bicos  pulverizadores  laterais.   As 

modificações  geométricas  realizadas  tiveram  como  objetivo  umidificar  o 

portador com material particulado para aumentar a eficiência de coleta. 

3.1.1  Modificações construtivas 

As novidades apresentadas a  seguir  são destaques nesta nova proposta de 

ciclone lavador: 

1)  A  injeção  de  água  é  transversal  (da  parede  para  o  centro)  ao 

escoamento do gás, obrigando‐o a deslocar‐se ao centro do corpo do 

ciclone  promovendo  a  entrada  de  gotas  neste  fluxo. O  bocal  assim 

disposto aumenta o tempo de residência das gotas dentro do ciclone, 

proporcionando maior retenção dos poluentes dentro das gotas. Este 

comportamento  pode  ser  observado  na  primeira  parte  do  ciclone 

(primeiro anel). Na seqüência, a mistura (poeira mais gás mais gotas) é 

deslocada  pela  força  centrífuga  à  parede  oposta  do  ciclone,  onde 

ocorre a separação entre o gás e a água mais o particulado. O filme de 

água  formado  na  parede  elimina  o  ricochetamento  das  partículas 

(função  do  scrubber)  e  serve,  também,  como  abafador  de  ruído. O 

mecanismo  de  dispersão  de  água  em  scrubber  tipo  Venturi  foi 

Page 73: Tes Ever Final

73

estudado por Gonçalves,  J. A. S  et  al.  (2004),  que  apresentaram um 

novo modelo para a dispersão das gotas; 

2)   O  lavador  realiza a  lavagem em direções opostas  (descendente pelo 

ciclone  e  ascendente  pela  chaminé).  Esta  condição  proporciona  a 

separação  nas  gotas  não  retidas  na  parede  para  o  funil  de  água 

poluída, além de eliminar possível arraste de gotas com poluente para 

o duto de saída do gás limpo; 

3)  O lavador funciona em depressão. A instalação do exaustor dentro do 

duto de saída  (saída da chaminé) elimina a descarga de gás poluído 

para  o  ambiente.  Além  disso,  o  ciclone  pode  funcionar  com 

velocidades  de  gás  mais  altas,  devido  o  tempo  de  residência  ser, 

também, mais alto; 

O  triplo  cone  oferece  uma  separação  contínua  da  água  poluída  do  gás, 

formando uma válvula hidráulica que permite o escoamento desta água para 

o outro funil, e como conseqüência é obtida a decantação do particulado, isto 

é, a  separação da água do  sólido poluente. O  triplo  cone permite, ainda, a 

introdução  de  algum  produto  floculante  que  proporcione  a  floculação,  ou 

seja, a purificação da água por método químico. 

3.1.2  Detalhamento do projeto básico 

O lavador é composto de um corpo com 900 mm de diâmetro e 1418 mm de 

altura  total da parte  funcional, montado sobre uma caixa de coleta de água 

de lavagem, com um sistema de bombeamento e de separação das partículas 

contidos  na  água.  Um  esquema  geral  do  equipamento  montado  está 

apresentado na Figura 41. 

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74

1 – Corpo cilíndrico 2 – Caixa d’água 3 – Bomba hidráulica 4 – Duto de entrada 5 – Dosador de particulado 6 – Exaustor 7 – Duto de saída 8 – Placa de orifício 9 – Estrutura matálica 10 – Válvula borboleta 11 – Cone adaptador 12 – Termopares 13 – Cone do selo hidráulico 14 – Cone de decantação 15 – Bicos pulverizadores 

Figura 41  Esquema do ciclone lavador de gases com acessórios, montado para a realização deste trabalho 

 

Diferentemente  dos  ciclones  estudados  na  literatura  e  encontrados  no 

comércio,  o  ciclone  americano  objeto  de  estudo  do  presente  trabalho  foi 

construído de  forma modular, permitindo  assim um  amplo  estudo na  sua 

capacidade  de  umidificação  e  coleta  de  partículas,  de  acordo  com  a 

geometria desejada. 

Na  fase  de  projeto  e  construção,  o  ciclone  lavador  foi  provido  de  uma 

chaminé móvel (duto de saída). Esta característica construtiva possibilitou a 

variação da altura da chaminé em três posições, a saber: 425 mm, 525 mm e 

625 mm. A primeira posição é característica do ciclone americano padrão e as 

demais são alturas que foram testadas para verificação do efeito da altura da 

chaminé no desempenho operacional do equipamento. 

A umidificação do gás portador pode ser avaliada por meio da possibilidade 

de operar o equipamento com número variável de bicos nebulizadores de 0 a 

4, variando‐se assim a vazão de água de umidificação. 

Page 75: Tes Ever Final

75

A variação na concentração de entrada do particulado foi feita mediante um 

circuito  de  válvulas  e  um manômetro  em U  que  controla  a pressão do  ar 

injetado na câmara do leito de fluidização. 

A modificação também inclui a possibilidade de variação da temperatura do 

gás portador de 20 a 100oC. 

3.1.2.1  Descrição  circunstanciada  do  equipamento  incluindo  os 

detalhes construtivos 

Trata‐se  de  um  equipamento  de  porte  industrial,  construído  em  fibra  de 

vidro com relativa transparência, que oferece a possibilidade de observação 

do  comportamento  do  fluxo  da  água  em  seu  interior.  A  Figura  42 

proporciona uma vista geral do equipamento após a montagem. 

 

 

 

 

 

 

Figura 42  Vista geral do ciclone lavador 

 

A parte cilíndrica possui um diâmetro de 900mm e foi construída em fibra de 

vidro. Sua altura é variável e composta por três módulos anulares de 345 mm 

de  altura  cada. O  terceiro  anel  tem  a  função de  suportar  o primeiro  cone, 

Page 76: Tes Ever Final

76

elemento de separação. Os módulos são  interligados por meio de parafusos 

nos  flanges  com  juntas  de  borracha,  para  garantir  a  vedação.  Os  dois 

módulos  superiores  possuem  cada  um  deles  quatro  bicos  nebulizadores, 

dispostos  ortogonalmente  entre  si,  dotados  de manômetros  tipo  Bourdon, 

ligados ao circuito de água pressurizada por uma bomba centrífuga. O duto 

interno  de  saída  do  gás  possui  um  comprimento  total  de  725 mm  e  um 

diâmetro de 400mm, A Figura 43 dá uma idéia do sistema descrito. 

 

 

 

 

 

Figura 43  Região cilíndrica e bicos pulverizadores 

A  parte  cônica  do  ciclone,  também  construída  em  fibra  de  vidro,  possui 

altura  reduzida oferecendo assim o deslocamento do  fluxo para o segundo 

cone que, em seqüência, favorece a redução da velocidade do gás e da água 

carregada  com  as  partículas,  conseqüentemente,  a  separação  de  portador 

livre de partículas e água mais poeira. O fundo deste funil é mergulhado na 

água  contida na  caixa de  coleta e de purificação. Dessa  forma, a  instalação 

oferece um selo de água dividindo a parte pressurizada da parte à pressão 

atmosférica e facilita a posterior decantação. 

A caixa de contenção é constituída de três elementos básicos, estes, também 

construídos em  fibra de vidro. O primeiro elemento é a caixa propriamente 

dita com  tampa, para oferecer sustentação ao ciclone. O segundo elemento, 

Page 77: Tes Ever Final

77

montado  no  interior  da  caixa,  é  o  funil  de  desvio  do  fluxo  de  água  e 

separação das partículas. A  limpeza  e manutenção da  caixa  são  feitas por 

meio de uma abertura na tampa. O terceiro elemento é a válvula de descarga 

que, quando aberta,  libera as partículas decantadas  juntamente com a água 

para o  esgoto. A  capacidade  funcional da  caixa  é de  1,8 m3  (Figura  44). A 

água é  recebida pela  concessionária e a  sua  reposição para manutenção do 

nível é controlada por uma válvula de bóia. 

 

 

 

 

 

Figura 44  Caixa de contenção de água e região cônica 

O exaustor é movido por meio de um motor elétrico de 220 V e de 3,7 kW 

sendo acionado através do acoplamento de duas correias tipo V (Figura 45). 

Este exaustor, disposto na parte superior do ciclone, gera depressão forçando 

o escoamento do ar/gás que contém o material particulado para o interior da 

câmara  cilíndrica e assim evita a propagação do ar/gás para o  local de  sua 

instalação. Esta característica oferece  também a purificação de gases  tóxicos 

que eventualmente podem fazer parte do sistema a ser purificado. 

A  boca  de  saída  do  exaustor  é  retangular,  com  as  dimensões  de  240 mm 

largura  e  325mm  de  comprimento,  transfigurando‐se  posteriormente  para 

um  duto  circular  de  310mm  de  diâmetro.  Neste  duto,  há  um  ponto  de 

tomada  de  amostras  do  ar  com  o  objetivo  de  quantificar  a  o  material 

particulado não retido pelo ciclone. 

Page 78: Tes Ever Final

78

 

 

 

 

Figura 45  Motor e Exaustor 

O  duto  para  a  tomada  do  ar  externo  possui  diâmetro  de  220  mm  e  é 

construído em chapa de aço carbono. Nele foi instalada uma placa de orifício 

construída segundo a norma ISO‐5167(ISO, 1990) com diâmetro 120 mm, em 

aço inoxidável, fixada por flanges no duto de entrada, como mostra a Figura 

46.  As  tomadas  de  pressão  foram  feitas  a  partir  de  conectores  de  latão 

rosqueados ao duto e ligados por meio de mangueiras emborrachadas a um 

manômetro diferencial com escala de até 300 mm, utilizado água como fluido 

manométrico. Na entrada do duto, há uma válvula borboleta para oferecer a 

variação de vazão do gás.  

 

 

 

 

 

 

Figura 46  Detalhe mostrando a localização da placa de orifício 

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A  medição  das  temperaturas(TBS)  e  (TBU)  (usadas  na  estimativa  das 

umidades)  do  ar  de  entrada  e  de  saída  do  ciclone,  foi  feita  por meio  de 

quatro termopares instalados nos dutos de captação e exaustão de ar.  

Antes da  entrada do  ciclone, há um dosador de partículas que possui um 

circuito constituído de válvulas e um manômetro em U, para o controle da 

pressão do ar comprimido injetado na câmara do leito de fluidização.  

A Figura 47 mostra a vista parcial do circuito de válvulas para o controle da 

pressão do ar comprimido injetado na câmara do leito de fluidização. 

 

 

 

 

Figura 47  Circuito de ar comprimido 

A Figura 48 mostra a balança digital utilizada na pesagem da massa contida 

na câmara de sólidos. 

 

 

 

 

 

Figura 48  Balança digital 

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80

A variação de vazão da água nebulizada no  corpo do  ciclone  foi  realizada 

através da  variação da  quantidade de  bicos  em  funcionamento. Cada  bico 

nebulizador possui uma válvula que, quando aberta, permite a passagem da 

água, como mostra a Figura 49. 

 

 

 

 

Figura 49  Manômetro e válvula dos bicos de nebulização de água 

E, finalmente para possibilitar a variação de temperatura do gás de entrada 

foi  instalado um  sistema de aquecimento composto por quatro estojos com 

nove  resistências  elétricas  de  10kW  cada  uma. Os  estojos  são  controlados 

individualmente  por  chaves  elétricas  ligadas  de  acordo  com  a  condição 

planejada  para  o  ensaio.  Cada  estojo  é  responsável  pelo  acréscimo  de 

aproximadamente  de  20oC  na  temperatura  do  ar  externo.    A  Figura  50 

apresenta os estojos do sistema de aquecimento do ar  instalado no duto de 

entrada do  ciclone,  e  a Figura  51  apresenta  as  chaves de  acionamento dos 

estojos elétric0s. 

 

 

 

 

Figura 50  Estojos de sistema de aquecimento 

Page 81: Tes Ever Final

81

 

 

 

 

 

Figura 51  Chaves de acionamento dos estojos elétricos 

 

3.1.3  Metodologia de operação do equipamento 

O procedimento operacional básico para coleta de dados do ciclone lavador 

para realização dos testes está descrito a seguir: 

a)  verificar  o  volume  de  água  na  caixa  de  contenção  e  acoplar  a 

mangueira da água de alimentação; 

b)  verificar  e  ajustar  o  número  de  bicos  nebulizadores  em 

funcionamento; 

c)  acionar o motor do ventilador através da botoeira localizada no painel 

elétrico; 

d)  acionar o motor da bomba de circulação de água através da botoeira 

localizada no painel elétrico; 

e)  ligar  as  chaves  elétricas  para  aquecimento  do  ar  externo  de  acordo 

com a temperatura desejada; 

f)  efetuar as leituras da perda de carga e da vazão do portador; 

g)  efetuar as leituras termométricas do portador na entrada e saída; 

h)  Tabular os resultados; 

Page 82: Tes Ever Final

82

Quando o experimento visava determinar a eficiência de coleta do material 

particulado  no  ciclone  lavador,  até  o  item  (e)  o  procedimento  é  o mesmo 

anterior, acrescentando‐se os itens citados a seguir: 

f’)  encher a câmara de dosagem com massa de material particulado; 

g’)   determinar  a  massa  do  conjunto  (câmara  +  material  particulado) 

fazendo‐se o uso da balança digital; 

h’)  acoplar a câmara ao sistema de dosagem; 

i)   montar  o  filtro  na  sonda  do  compressor  alternativo  para  coleta  do 

particulado dosado através da pressurização da câmara; 

j)   acionar (ao mesmo tempo) o sistema de dosagem e o sistema de coleta 

do particulado, com a finalidade de quantificar a eficiência de coleta. 

3.2  Procedimentos de medições 

Neste  item  serão  descritos  os  procedimentos  de  medição  das  vazões  de 

pulverização de água, ar/gás, da temperatura e umidade do ar e da dosagem 

do material particulado. 

3.2.1 Medição da vazão de água nos pulverizadores 

Para  realizar  a pulverização da  água  foram  instalados oito pulverizadores, 

com bico tipo sprinklers, nos anéis do ciclone.  Foi feita a medição da vazão de 

cada  bico  em  função  da  pressão  de  água  aplicada  ao  mesmo.  Estes 

pulverizadores  possuem  pastilhas  no  bico  aspersor,  que  são  responsáveis 

pela nebulização da  água, que  irá potencializar  a  eficiência de  retenção de 

partículas  no  ciclone.  Das  pastilhas  testadas,  a  que  apresentou  melhores 

resultados quanto à qualidade na pulverização da água com a  formação de 

névoa foi a de diâmetro de 3,2 mm. No levantamento das curvas de vazão de 

água em função da pressão foram cronometrados os tempos necessários para 

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83

o  enchimento de  tambores  com  capacidade de  30  a  60 kg de  água. Foram 

efetuados três ensaios para a determinação de cada ponto da curva. A Figura 

52 apresenta os resultados para um pulverizador com esta pastilha. 

 

Figura 52  Vazão do pulverizador em função da pressão para a pastilha com orifício de 3,2 mm 

 

A Figura 53 mostra o fluxo de água dentro do corpo do ciclone com exaustão. 

Nela se observa o leque de injeção de água no fluxo do portador. 

 

 

 

 

Figura 53  Fluxo de água dentro do corpo do ciclone 

 

Já a Figura 54 apresenta vista parcial da rede de dutos e dos bicos de injeção 

de água instalados na região cilíndrica do ciclone. 

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84

 

 

 

 

 

 

Figura 54  Válvulas, manômetros e Bicos de nebulização 

 

A estrutura de sustentação do ciclone, do exaustor e da instalação hidráulica 

é independente e favorece as modificações da geometria do equipamento e a 

eliminação de ruído e de vibrações. A estrutura foi construída em vigas U, de 

aço  carbono,  laminadas,  com  as  dimensões  de  100mm×50mm×3,18mm. 

Todos os elementos estruturais são parafusados. Essa estrutura é protegida 

com tinta anti corrosiva e posteriormente coberta com tinta à óleo. 

3.2.2  Medição da vazão de ar 

A  vazão  de  ar  foi medida  por meio  da  placa  de  orifício  descrita  no  item 

3.1.2.1. 

3.2.3  Medição das  temperaturas de  bulbo  seco  e de  bulbo 

úmido do ar 

Para a determinação da temperatura e umidade do ar foi realizada a medição 

das  temperaturas  de  bulbo  seco  (TBS)  e  de  bulbo  úmido  (TBU)  do  ar  de 

entrada e de saída do ciclone, por meio de quatro termopares instalados nos 

dutos  de  captação  e  exaustão  de  ar.  Os  valores  foram  aferidos  com  as 

Page 85: Tes Ever Final

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medições através dos  termômetros de dilatação. A medição de  temperatura 

foi realizada por meio de termopares tipo T (cobre/constantan) com proteção 

metálica  e  conectores  compensados,  instalados  em  cinco  pontos  distintos: 

dois no duto de captação de ar, dois no duto de exaustão de ar e um no duto 

de retorno (by pass) da rede de distribuição de água. Os termopares podem 

ser vistos nas Figuras 55 e 56. 

 

 

 

   

 

 

Figura 55  Termopares no duto de entrada e captação do ar 

 

 

  

 

 

 

 

Figura 56  Termopares no duto de saída e exaustão do ar 

 

3.2.4  Sistema de dosagem do material particulado 

O sistema de dosagem do material particulado é constituído de uma câmara 

cilíndrica  pressurizada,  Figura  57,  ligada  à  rede  de  ar  comprimido,  que 

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possui  em  seu  interior uma haste homogeneizadora, dotada de uma hélice 

com  rotação  de  120rpm  para  evitar  a  formação  de  canais  preferenciais 

durante  a  fluidização  do  material  micronizado.  A  fim  de  manter  a 

uniformidade na dosagem do material micronizado foi montado um circuito 

constituído  de  válvulas  e  de  um  manômetro  em  U,  para  o  controle  da 

pressão do ar comprimido no dosador e, conseqüentemente, a dosagem do 

particulado.  

 

Figura 57  Sistema de dosagem do particulado 

 

Durante  os  testes,  trabalhou‐se  com  a  concentração  da  alimentação  dos 

sólidos,  ou  seja  dosagem  de  material  particulado  em  concentrações  de 

entrada na faixa de 20‐100 mg/m3 de ar/gás. 

A  Figura  58  apresenta  o  sistema  de  dosagem  durante  a  simulação  de  sua 

operação. Nela  se  observa  a  pulverização  do material  particulado  a  uma 

pressão de fluidização de 600 mmca. 

 

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Figura 58  Teste do pulverizador 

 

3.2.5  Medição  da  concentração  residual  de  material 

particulado 

Essa medição foi realizada por meio de uma adaptação do Método EPA no. 5. 

Para a medição da concentração residual de material particulado de acordo 

com  as  recomendações  contidas  no método  EPA  n.º  05,  foi  instalado  um 

aparato experimental composto de: 

a)  um  compressor  alternativo,  funcionando  como  bomba  de  vácuo, 

Figura 59; 

b)  uma câmara de coleta de material particulado não aquecida, instalada 

na  sucção  do  compressor,  contendo  filtro  de  fibra  de  vidro  com 

eficiência de  99,99 % para partículas maiores que  0,3  μm  e  ligada  à 

sonda inserida no duto de descarga do ciclone, conforme apresentado 

na Figura 60; 

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c)  uma  sonda  inserida  no  duto  de  descarga  do  ciclone,  com  orifício 

situado a uma distância  superior a oito vezes o diâmetro do duto, a 

partir do início do duto de seção circular de 300mm de diâmetro; 

d)  um medidor Pitot  instalado no duto de descarga do  ciclone  junto  à 

sonda, para verificação da coleta isocinética, visualizada na Figura 61. 

 

 

 

 

 

Figura 59  Compressor alternativo 

 

 

 

 

 

Figura 60  Câmara de coleta de material particulado contendo o filtro 

A seção da sonda do sistema de coleta do material particulado foi calculada 

para garantir a coleta  isocinética a partir do  levantamento da velocidade no 

duto de descarga do ciclone e do volume de sucção do compressor. 

 

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Figura 61  Tubo de Pitot 

A  determinação  do material  particulado  coletado  foi  definido  através  da 

pesagem  dos  filtros  antes  e  depois  da  coleta,  utilizando‐se  uma  balança 

digital com 0,1 mg de precisão. 

3.3  Material particulado 

Nos ensaios de testes de eficiência na coleta de material particulado foi 

utilizado  material  micronizado  de  quartzo  (1µm  ≤  dpart  ≤  30  µm),  com 

diâmetro  médio  de  7,48  µm.  Na  Figura  62  é  mostrada  a  distribuição 

granulométrica  deste  material,  obtida  pelo  método  de  contagem  em 

suspensão a laser, realizada pelo Departamento de Engenharia de Minas e de 

Petróleo da Escola Politécnica da USP. 

 

Figura 62  Quartzo micronizado (95% < 20 µm) 

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Foi  escolhido  este  material  micronizado  por  possuir  uma  granulometria 

semelhante às  frações mais  finas do material particulado volátil emitido na 

combustão do carvão pulverizado em caldeiras. 

3.4  Metodologia  de  planejamento  de  experimentos  e  análise 

de resultados 

Os  ensaios  foram  realizados  em  duas  fases. Na  primeira  fase  objetivou‐se 

obter as melhores condições de operação do equipamento usando todo o seu 

potencial  de  variação  por meio  de  um  planejamento  estatístico  usando  a 

análise  de  variância  três  fatores  (three‐way).  Já  na  segunda  fase,  com  as 

condições de operação definidas foram realizados os testes com o aerossol (ar 

mais material particulado), para estimar o rendimento de coleta do ciclone. 

3.4.1  Planejamento dos testes da primeira fase 

A  Tabela  5  mostra  os  níveis  de  variação  da  altura  da  chaminé,  dos 

aquecedores  e  dos  bicos  dosadores,  bem  como,  a  hierarquia  seguida  na 

montagem  da matriz  para  obtenção  dos  resultados,  Figura  63,  que  foram 

posteriormente  analisados  segundo  um  planejamento  fatorial  three‐way. 

Portanto,  a  série  de  ensaios  planejados  constou  de  3×5×5=75  ensaios  por 

replicata. Como cada ensaio foi repetido 5 vezes foram realizados 75×5=375. 

A análise foi realizada com as médias das cinco repetições. 

Este  planejamento  permite  avaliar  a  significância  dos  efeitos  principais da 

altura  da  chaminé,  do  aquecimento  do  ar  (pelo  número  de  aquecedores 

ligados) e da vazão de água nebulizada (número de bicos nebulizadores) e as 

interações de dois fatores, na diferença de temperatura do gás (Temperatura 

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do gás após o aquecimento menos a temperatura do gás na saída do sistema). 

A análise e interpretação dos resultados estão no capitulo de resultados. 

 

Tabela 5 ‐ Configurações testadas no ciclone modificado 

Fatores  Níveis  Níveis  Níveis 

Altura da chaminé (posição) 1–425 mm; 2–525 mm; 3–625 mm

1   2  3  1  2  3  1  2  3 

Níveis  Níveis  Níveis Número de aquecedores ligados 

0 1 2 3 4 0 1 2  3  4  0  1 2 3 4

Níveis   Níveis  Níveis Número de bicos nebulizadores 

0 1 2 3 4 0 1 2  3  4  0  1 2 3 4

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Figura 63  Esquema  do  projeto  estatístico  para  obtenção  dos  dados  do ciclone tipo americano modificado proposto neste trabalho 

Page 93: Tes Ever Final

93

3.4.2  Planejamento dos ensaios para a segunda fase 

Os  dados  obtidos  na  primeira  fase mostraram  as melhores  condições  de 

funcionamento do ciclone. Nestes  testes  fez‐se o uso simultâneo do sistema 

de  dosagem  de  material  particulado,  instalado  no  duto  de  entrada  do 

equipamento, e do sistema de medição da concentração residual de material 

particulado instalado no duto de saída. 

Para realizar a medição da eficiência de coleta, a câmara cilíndrica do sistema 

de dosagem do material particulado  foi alimentada manualmente com uma 

massa de aproximadamente 2,8 kg do material particulado, previamente seco 

em estufa apropriada. Após a  introdução do material particulado, a câmara 

cilíndrica  é  fechada  e  ligada  à  rede  de  ar  comprimido,  responsável  pela 

injeção do material.

O sistema de medição da concentração residual de material particulado foi preparado

por meio da colocação de um filtro de papel, limpo, seco e numerado, na câmara de

sucção do compressor. O filtro utilizado possui uma eficiência de 99,99 % na coleta

de partículas maiores que 0,3 µm.

Objetivando-se verificar a eficiência de coleta do material particulado, a sonda era

inserida no duto de descarga do ciclone, de modo que seu orifício permanecesse

situado a uma distância superior a oito vezes o diâmetro do duto, considerando-se o

início do duto de seção circular de 300 mm de diâmetro.

A  determinação  do  material  particulado  coletado  através  da  sonda  foi 

definida através da pesagem dos filtros antes e depois da coleta, utilizando‐

se uma balança digital com 0,1 mg de precisão. 

A eficiência de separação foi calculada a partir da relação: 

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ent

saíent

CCC −

=η                 (39) 

Em que: 

η é a eficiência (%), Csai é a concentração de material particulado na saída do 

lavador de gases (mg/m3) e Cent é a concentração de material particulado na 

entrada do lavador de gases (mg/m3). 

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Capítulo 4 

Resultados e Discussões 

Neste capítulo estão apresentados os resultados experimentais sua análise e 

interpretação acompanhada de discussão. Além dos testes preliminares para 

a verificação de operação e ajustes do equipamento e, também, para escolher 

o intervalo das variáveis estudadas nos ensaios planejados, foram realizados 

ensaios em duas séries, conforme mencionado no item 3.4 do capítulo 3. Os 

ensaios  da  primeira  fase  foram  conduzidos  conforme  planejamento 

apresentado no item 3.4.1 do Capítulo 3 e os demais realizados com base nos 

resultados obtidos nos planejamentos anteriores. 

4.1  Resultados dos ensaios da primeira fase (determinação das 

melhores condições de operação do ciclone) 

4.1.1  Análise dos ensaios do planejamento fatorial three‐way 

Os  ensaios  foram  conduzidos  conforme planejamento  apresentado no  item 

3.4.1 do Capitulo 3. A Tabela 6 mostra os resultados obtidos. 

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Tabela 6 - Resultados experimentais obtidos com o ciclone úmido Portador Entrada  Aquecedores  Portador Saída  Diferenças de Temperatura 

Fo‐lha 

Alt.da cha‐miné mm 

n.º bicos 

TBS ent. oC 

TBU ent.. oC 

Φ (%) 

ω  (g/kg) n.º  ToC 

TBS saída oC 

TBU saída oC 

Φ (%) ω  

(g/kg) 

Varia‐ção w 

(g/kg) 

TempáguaoC  TAq–Tbs 

 Tbue– Tbus 

ºC Tbse–Tbss ºC 

1  425  0  24,3  21,0  76,3  15,3  0  24,3  24,6  21,4  76,1  15,7  0,4  23,0  ‐0,3  0,3  0,3 2  425  1  29,3  23,4  62,0  16,8  0  24,7  25,7  23,3  83,7  18,4  1,5  18,8  ‐1,0  ‐0,1  ‐3,6 3  425  2  18,9  16,4  82,5  11,5  0  18,9  21,6  18,9  78,0  13,4  1,9  19,3  ‐2,7  2,5  2,7 4  425  3  21,4  17,6  72,0  11,9  0  21,4  22,0  19,0  76,0  13,5  1,6  18,7  ‐0,6  1,4  0,6 5  425  4  22,6  17,6  64,2  11,6  0  22,6  22,1  19,0  75,6  13,5  1,9  18,5  0,5  1,4  ‐0,5 6  425  5  27,3  21,8  62,5  15,5  0  27,3  24,5  21,3  78,5  15,8  0,3  19,4  2,9  ‐0,4  ‐2,9 7  425  0  25,6  23,4  74,3  16,1  1  46,2  33,2  26,1  59,5  19,8  3,7  22,6  13,0  2,7  7,6 8  425  1  26,9  22,1  66,7  15,7  1  47,9  32,0  25,0  57,5  18,2  2,6  23,5  15,9  2,9  5,1 9  425  2  27,8  21,8  60,4  14,9  1  48,6  31,1  25,4  64,0  19,4  4,4  24,4  17,5  3,6  3,3 10  425  3  27,7  21,7  60,1  14,8  1  48,6  30,2  25,5  69,2  19,9  5,1  24,8  18,4  3,8  2,5 11  425  4  26,9  21,2  60,4  14,3  1  47,3  29,5  25,5  73,0  20,1  5,9  24,8  17,8  4,3  2,6 12  425  0  21,0  17,0  67,9  11,1  2  63,2  37,4  23,8  33,0  14,0  3,0  18,8  25,8  6,8  16,4 13  425  1  21,1  16,8  67,0  11,0  2  59,7  30,8  23,4  56,3  16,5  5,5  21,2  28,9  6,6  9,7 14  425  2  22,9  17,2  56,8  10,6  2  62,5  30,4  23,0  54,3  15,7  5,0  22,1  32,1  5,8  7,4 15  425  3  24,3  17,4  51,6  10,3  2  63,9  29,5  23,7  62,0  17,1  6,8  22,9  34,4  6,3  5,3 16  425  4  23,1  17,3  57,0  10,6  2  62,6  29,4  24,0  64,8  17,7  7,1  23,5  33,2  6,8  6,3 17  425  0  20,9  16,8  67,3  10,9  3  81,3  44,5  25,5  22,3  13,9  2,9  20,5  36,8  8,7  23,6 18  425  1  22,7  19,4  75,2  13,6  3  70,9  34,8  25,1  47,5  17,4  3,8  22,6  36,1  5,7  12,1 19  425  2  29,0  20,7  48,1  12,7  3  88,0  37,8  27,8  47,4  20,9  8,2  25,6  50,2  7,1  8,8 20  425  3  25,2  19,9  63,0  13,2  3  80,9  34,4  27,9  61,5  22,5  9,3  27,0  46,5  8,0  9,2 21  425  4  25,2  21,3  71,4  15,2  3  83,8  33,7  27,9  64,9  22,8  7,7  26,1  50,1  6,6  8,5 22  425  0  17,0  13,6  69,8  8,8  4  77,8  40,1  22,5  22,0  11,1  2,3  19,0  37,7  8,9  23,1 23  425  1  24,9  21,1  71,7  15,1  4  86,6  40,8  28,5  40,8  21,0  5,9  26,2  45,8  7,4  15,8 24  425  2  18,4  14,2  64,5  8,9  4  80,0  26,6  22,4  70,4  16,2  7,3  21,0  53,4  8,2  8,2 25  425  3  18,8  14,4  63,0  8,9  4  80,0  23,0  22,8  98,3  18,4  9,5  22,0  57,0  8,4  4,2 26  425  4  19,0  14,4  61,6  8,9  4  80,0  23,2  22,9  97,7  18,5  9,6  22,0  56,8  8,5  4,2 27  525  0  18,0  17,8  97,7  13,3  0  18,0  20,0  18,2  84,9  13,2  ‐0,2  18,0  ‐2,0  0,4  2,0 

Continua 

Page 97: Tes Ever Final

97

Continuação Portador Entrada  Aquecedores  Portador Saída  Diferenças de Temperatura 

Fo‐lha 

Alt.da cha‐miné mm 

n.º bicos

TBS ent.. (ºC) 

TBU ent.. (ºC) 

Φ (%) 

ω  (g/kg)

n.º  oC TBS saída oC 

TBU saída oC 

Φ (%)  ω  (g/kg) 

Varia‐ção w 

(g/kg) 

Tempágua ºC  TAq–Tbs 

oC Tbue – Tbus 

oC Tbse–Tbss 

oC 

28  525  1  19,2  17,4  84,0  12,4  0  19,2  21,0  18,4  78,6  12,9  0,5  18,0  ‐1,8  1,0  1,8 29  525  2  30,4  23,4  56,8  16,5  0  30,4  27,7  24,0  75,5  18,7  2,2  23,0  2,7  0,6  ‐2,7 30  525  3  21,6  20,7  92,8  15,9  0  21,6  24,6  22,0  80,5  16,7  0,8  21,6  ‐3,1  1,4  3,1 32  525  0  19,5  18,1  87,5  13,1  1  41,8  29,0  21,7  53,3  14,2  1,1  18,6  12,8  3,6  9,5 33  525  1  18,8  18,0  92,4  13,3  1  40,0  27,4  21,6  60,8  14,7  1,5  19,8  12,6  3,6  8,6 34  525  2  19,1  18,2  92,2  13,5  1  41,0  26,8  22,1  67,1  15,7  2,2  20,9  14,2  3,8  7,7 35  525  3  20,2  18,4  84,1  13,2  1  41,6  26,6  22,5  71,1  16,4  3,3  21,8  15,0  4,2  6,4 36  525  4  21,4  18,6  77,0  13,0  1  43,3  26,9  22,9  71,9  16,9  3,9  22,0  16,4  4,3  5,5 37  525  0  16,8  16,0  92,4  11,6  2  58,0  33,6  22,4  38,9  13,4  1,8  17,5  24,4  6,5  16,8 38  525  1  17,2  16,3  91,0  11,8  2  58,8  30,8  22,3  48,8  14,4  2,5  19,4  28,0  6,0  13,6 39  525  2  17,2  16,0  88,8  11,5  2  58,8  29,0  22,7  58,7  15,8  4,3  21,5  29,8  6,7  11,8 40  525  3  16,5  15,5  90,8  11,2  2  57,9  28,0  23,1  66,6  16,7  5,5  22,5  29,9  7,6  11,5 41  525  4  15,8  15,1  93,7  11,0  2  54,6  27,1  23,2  72,2  17,3  6,2  23,0  27,5  8,0  11,3 42  525  0  12,8  11,2  84,1  8,1  3  74,0  36,9  22,0  27,7  11,4  3,3  16,1  37,1  10,8  24,1 43  525  1  13,9  11,7  78,0  8,1  3  75,2  33,2  21,8  37,3  12,5  4,4  18,9  42,0  10,1  19,3 44  525  2  15,8  12,7  70,6  8,3  3  76,0  30,7  22,5  50,1  14,6  6,3  21,4  45,3  9,8  14,9 45  525  3  16,8  13,2  67,0  8,4  3  75,8  29,4  23,3  60,6  16,5  8,1  22,4  46,4  10,1  12,6 46  525  4  17,7  13,1  60,3  8,0  3  78,0  30,0  23,8  60,4  17,0  9,0  23,5  48,0  10,7  12,3 47  525  0  17,8  16,5  88,3  11,8  4  76,6  39,9  25,2  31,2  15,2  3,4  19,5  36,7  8,7  22,1 48  525  1  24,0  18,4  58,8  11,6  4  87,4  39,2  25,8  35,2  16,6  5,0  22,0  48,2  7,4  15,2 49  525  2  24,4  18,1  55,5  11,1  4  88,8  35,9  26,2  47,4  18,7  7,6  24,0  52,9  8,1  11,5 50  525  3  24,4  18,0  55,0  11,0  4  89,8  34,2  26,8  57,0  20,5  9,5  25,4  55,6  8,8  9,8 51  525  4  24,4  18,4  57,5  11,6  4  88,8  34,0  27,2  59,7  21,3  9,8  26,5  54,8  8,7  9,6 52  625  0  21,0  18,0  74,9  12,3  0  21,0  23,2  18,9  67,4  12,7  0,4  23,0  ‐2,2  1,0  2,2 53  625  1  21,4  18,0  72,7  12,2  0  21,4  23,9  20,2  71,8  14,1  1,9  22,4  ‐2,5  2,2  2,5 54  625  2  22,2  18,3  69,7  12,3  0  22,2  24,0  20,4  73,1  14,5  2,2  21,3  ‐1,8  2,1  1,8 

Continua 

Page 98: Tes Ever Final

98

Continuação Portador Entrada  Aquecedores  Portador Saída  Diferenças de Temperatura 

Fo‐lha 

Alt.da cha‐miné mm 

n.º bicos

TBS ent.. oC) 

TBU ent.. oC 

Φ (%) 

ω  (g/kg) 

n.º  T oC 

TBS saída oC 

TBU saída oC 

Φ (%)  ω  (g/kg) 

Varia‐ção w 

(g/kg) 

TempáguaoC  TAq–Tbs 

 Tbue – Tbus 

oC Tbse–Tbss 

oC 

55  625  3  22,7  18,4  67,1 12,2  0  22,7  24,0  20,3  72,2  14,3  2,1  20,4  ‐1,3  1,9  1,3 56  625  4  23,3  18,7  68,9 12,6  0  23,3  23,7  20,2  73,7  14,3  1,7  20,0  ‐0,4  1,6  0,4 57  625  0  14,4  12,3  79,1 8,5  1  35,0  23,3  16,6  51,5  9,7  1,2  16,0  11,7  4,3  8,9 58  625  1  21,2  18,3  76,2 12,7  1  42,0  29,0  22,4  57,4  15,3  2,6  21,6  13,0  4,1  7,8 59  625  2  22,0  18,5  72,2 12,6  1  44,0  28,0  22,4  62,5  15,7  3,1  21,5  16,0  3,9  6,0 60  625  3  23,0  18,7  66,9 12,5  1  44,0  27,2  22,2  65,6  15,7  3,2  21,0  16,8  3,5  4,2 61  625  4  23,5  18,5  62,6 12,0  1  44,2  23,7  20,2  68,3  15,3  3,3  20,0  20,5  1,8  0,2 62  625  0  14,8  12,6  78,2 8,7  2  55,4  30,5  19,7  30,5  19,7  37,3  10,7  24,9  7,1  15,7 63  625  1  15,4  13,0  77,2 8,9  2  55,6  28,1  20,0  48,3  12,1  3,2  17,8  27,5  7,0  12,7 64  625  2  17,0  14,0  72,9 9,3  2  57,2  27,0  20,7  57,6  13,6  4,3  19,5  30,2  6,7  10,0 65  625  3  17,4  14,2  71,8 9,4  2  56,8  26,3  21,0  63,3  14,3  5,0  20,0  30,5  6,8  8,9 66  625  4  17,9  14,5  70,5 9,4  2  57,4  26,5  21,5  65,0  14,9  5,5  21,0  30,9  7,0  8,6 67  625  0  18,6  15,1  69,9 9,9  3  77,6  40,5  24,6  27,7  13,8  3,9  21,3  37,1  9,4  21,9 68  625  1  18,7  15,0  68,2 9,7  3  78,2  35,8  24,4  39,8  15,5  5,9  22,5  42,4  9,4  17,1 69  625  2  18,8  15,2  68,7 9,8  3  79,2  33,0  24,4  50,3  16,9  7,0  23,2  46,2  9,3  14,2 70  625  3  18,4  15,0  70,0 9,7  3  78,6  31,0  24,6  60,0  18,0  8,3  24,0  47,6  9,6  12,6 71  625  4  18,5  15,1  70,7 9,9  3  77,2  31,0  24,8  61,1  18,3  8,4  24,0  46,2  9,7  12,5 72  625  0  14,0  13,5  94,3 9,9  4  95,8  44,4  25,7  23,1  14,3  4,4  17,1  51,4  12,2  30,4 73  625  1  14,2  13,5  93,1 9,8  4  94,4  36,7  24,3  36,6  15,0  5,2  20,5  57,7  10,8  22,5 74  625  2  14,3  13,8  94,7 10,1  4  93,8  32,8  24,4  50,9  16,9  6,8  22,1  61,0  10,7  18,5 75  625  3  14,2  13,8  95,5 10,2  4  94,4  31,7  25,4  61,0  19,1  8,9  24,3  62,7  11,6  17,5 76  625  4  14,0  13,8  97,1 10,2  4  94,6  31,9  26,1  63,8  20,2  10,0  25,4  62,7  12,3  17,9 

 

 

Page 99: Tes Ever Final

99

O  projeto  fatorial  three‐way  permitiu  estimar  a  significância  dos  efeitos 

principais e das interações de dois fatores. A ANOVA para este planejamento 

para  o  modelo  proposto  estão  apresentadas  como  Tabelas  7  e  8.  Já  a 

estatística descritiva da análise está na Tabela 9. 

Tabela  7  ‐ Análise de variância do projeto  fatorial  three‐way, mostrando  a significância dos efeitos principais, das interações de dois fatores e o erro basedo no resíduo 

Fonte de variação  G.L. Soma de Quadrados 

Média de desvios quad. 

Valor de F 

Valor de p 

Efeitos principais 

Chaminé  2  63,81 31,91 9,71  0,00051

Aquecedores  4  28269,34 7067,34 2149,97  0,00000

Bicos  4  688,16 172,04 52,34  0,00000

Interações de dois fatores 

Chaminé×Aquecedores  8  258,20 32,28 9,82  0,00000

Chaminé×Bicos  8  22,56 2,82 0,86  0,56095

Aquecedores×Bicos  16  336,22 21,01 6,39  0,00000

Erro  32  105,19 3,29  

Total  74  29743,48      

 

Tabela 8 ‐ Análise de variância para o modelo proposto 

  Soma de Quadrados 

G.L. Média de desvios quad. 

Valor de F 

Valor de p 

Modelo  29638,29  42  705,67  214,67 0,00000

Erro residual 

105,19  32  3,29 

R2=0,996 e  9920R2aj ,=  

Page 100: Tes Ever Final

100

Nota‐se pela  análise de  variância  que  os  efeitos principais  e  as  interações, 

Chaminé×Aquecedores  e Aquecedores ×Bicos,  são  todos  importantes a um 

nível  de  significância  α=0,05.  Apenas  a  interação  Chaminé×Bicos  não 

apresentou significância, pois p>>>0,05. 

A importância dos parâmetros citados anteriormente, bem como, o ajuste dos 

dados ao modelo proposto (F=215) foi, também, indicada pelo coeficiente de 

determinação ajustado para os graus de  liberdade,  com os quais o erro  foi 

estimado, R2=0,992. Este resultado foi corroborado pelas Figuras 64(a) e 64(b), 

respectivamente  os  resíduos  expressos  em  papel  de  probabilidade  normal 

(valores se ajustam a uma reta) e os valores preditos em função dos valores 

observados (valores tendem a uma reta de 45O). 

 

(a) Resíduos em papel de proba‐              lidade normal 

(c) Valores preditos em função dos   valores observados 

Figura 64  Diagramas com testes de adequação do modelo testado 

 

Page 101: Tes Ever Final

101

Tabela 9 ‐ Estatística descritiva obtida com a análise de variância do planejamento fatorial three‐way, levando em conta os efeitos principais e as interações de dois fatores, para a altura da chaminé, aquecedores e bicos 

Intervalo de confiança  Nível  Nível 

No 

Obs Média 

Desvio

Padrão Erro Padrão  95% 

Total      75  28,06  20,05  2,32  23,45  32,67 

Chaminé  1    25  28,13  19,50  3,90  20,09  36,18 

Chaminé  2    25  26,90  19,46  3,890  18,86  34,93 

Chaminé  3    25  29,15  21,86  4,38  20,13  38,18 

Aquecedores  1    15  ‐1,17  1,46  0,38  ‐1,98  ‐0,36 

Aquecedores  2    15  15,44  2,54  0,68  14,04  16,85 

Aquecedores  3    15  29,20  2,91  0,75  27,59  30,85 

Aquecedores  4    15  43,87  4,96  1,28  41,12  46,61 

Aquecedores  5    15  52,96  7,98  2,06  48,54  57,38 

Bicos  1    15  22,99  16,79  4,33  13,70  32,29 

Bicos  2    15  26,19  19,45  5,02  15,42  36,96 

Bicos  3    15  29,80  21,33  5,51  17,92  41,616 

Continua

Page 102: Tes Ever Final

102

Continuação 

Intervalo de confiança  Nível  Nível 

No Obs 

Média DesvioPadrão 

Erro Padrão  95% 

Bicos  4    15  30,39  22,15  5,72  18,12  42,65 

Bicos  5    15  30,93  21,67  5,60  18,93  42,94 

Chaminé×Aquecedores  1  1  5  ‐0,82  1,19  0,53  ‐2,29  0,654 

Chaminé×Aquecedores  1  2  5  16,52  2,17  0,97  13,82  19,22 

Chaminé×Aquecedores  1  3  5  30,88  3,50  1,57  26,53  35,23 

Chaminé×Aquecedores  1  4  5  43,94  7,00  3,13  35,24  52,64 

Chaminé×Aquecedores  1  5  5  50,14  8,30  3,71  39,83  60,45 

Chaminé×Aquecedores  2  1  5  ‐1,04  2,22  0,99  ‐3,80  1,72 

Chaminé×Aquecedores  2  2  5  14,20  1,58  0,71  12,24  16,162 

Chaminé×Aquecedores  2  3  5  27,92  2,24  1,00  25,14  30,70 

Chaminé×Aquecedores  2  4  5  43,76  4,32  1,93  38,39  49,13 

Chaminé×Aquecedores  2  5  5  49,64  7,78  3,48  39,98  59,30 

Chaminé×Aquecedores  3  1  5  ‐1,64  0,83  0,37  ‐2,67  ‐0,61 

Chaminé×Aquecedores  3  2  5  15,60  3,45  1,54  11,32  19,88 

Continua

Page 103: Tes Ever Final

103

Continuação 

Intervalo de confiança  Nível  Nível 

No 

Obs Média 

Desvio

Padrão Erro Padrão  95% 

Chaminé×Aquecedores  3  3  5  28,80  2,56  1,14  25,63  31,98 

Chaminé×Aquecedores  3  4  5  43,90  4,26  1,91  38,60  49,20 

Chaminé×Aquecedores  3  5  5  59,10  4,76  2,13  53,18  65,010 

Chaminé×Bicos  1  1  5  22,60  16,25  7,27  2,42  42,78 

Chaminé×Bicos  1  2  5  25,14  18,23  8,15  2,50  47,78 

Chaminé×Bicos  1  3  5  30,10  23,37  10,45  1,08  59,12 

Chaminé×Bicos  1  4  5  31,14  22,83  10,21  2,79  59,49 

Chaminé×Bicos  1  5  5  31,68  23,12  10,34  2,98  60,38 

Chaminé×Bicos  2  1  5  21,80  16,66  7,454  1,11  42,49 

Chaminé×Bicos  2  2  5  25,80  20,65  9,234  0,16  51,44 

Chaminé×Bicos  2  3  5  28,98  20,91  9,35  3,02  54,94 

Chaminé×Bicos  2  4  5  28,76  23,65  10,58  ‐0,60  58,12 

Chaminé×Bicos  2  5  5  29,14  22,84  10,22  0,77  57,51 

Chaminé×Bicos  3  1  5  24,58  20,97  9,38  ‐1,46  50,62 

Continua

Page 104: Tes Ever Final

104

Continuação 

Intervalo de confiança  Nível  Nível 

No 

Obs Média 

Desvio

Padrão Erro Padrão  95% 

Chaminé×Bicos  3  2  5  27,62  23,69  10,60  ‐1,79  57,03 

Chaminé×Bicos  3  3  5  30,32  24,65  11,02  ‐0,28  60,93 

Chaminé×Bicos  3  4  5  31,26  25,13  11,24  0,06  62,46 

Chaminé×Bicos  3  5  5  31,98  24,12  10,79  2,03  61,93 

Aquecedores×Bicos  1  1  3  ‐1,50  1,04  0,60  ‐4,09  1,094 

Aquecedores×Bicos  1  2  3  ‐1,77  0,75  0,43  ‐3,63  0,098 

Aquecedores×Bicos  1  3  3  ‐0,60  2,89  1,67  ‐7,79  6,59 

Aquecedores×Bicos  1  4  3  ‐1,67  1,29  0,74  ‐4,87  1,54 

Aquecedores×Bicos  1  5  3  ‐0,30  0,76  0,44  ‐2,18  1,58 

Aquecedores×Bicos  2  1  3  12,50  0,70  0,40  10,76  14,24 

Aquecedores×Bicos  2  2  3  13,83  1,80  1,04  9,36  18,31 

Aquecedores×Bicos  2  3  3  15,90  1,65  0,95  11,80  20,01 

Aquecedores×Bicos  2  4  3  16,73  1,70  0,98  12,51  20,96 

Aquecedores×Bicos  2  5  3  18,23  2,08  1,20  13,06  23,41 

Continua

Page 105: Tes Ever Final

105

Continuação 

Intervalo de confiança  Nível  Nível 

No 

Obs Média 

Desvio

Padrão Erro Padrão  95% 

Aquecedores×Bicos  3  1  3  25,03  0,71  0,41  23,27  26,80 

Aquecedores×Bicos  3  2  3  28,13  0,71  0,41  26,37  29,90 

Aquecedores×Bicos  3  3  3  30,70  1,23  0,7  27,65  33,75 

Aquecedores×Bicos  3  4  3  31,60  2,44  1,41  25,53  37,67 

Aquecedores×Bicos  3  5  3  30,53  2,87  1,6  23,41  37,66 

Aquecedores×Bicos  4  1  3  37,00  0,17  0,10  36,57  37,436 

Aquecedores×Bicos  4  2  3  40,17  3,53  2,04  31,40  48,93 

Aquecedores×Bicos  4  3  3  47,23  2,61  1,51  40,75  53,713 

Aquecedores×Bicos  4  4  3  46,83  0,67  0,38  45,18  48,49 

Aquecedores×Bicos  4  5  3  48,10  1,95  1,13  43,25  52,95 

Aquecedores×Bicos  5  1  3  41,93  8,2144  4,74  21,53  62,34 

Aquecedores×Bicos  5  2  3  50,57  6,294  3,63  34,93  66,20 

Aquecedores×Bicos  5  3  3  55,77  4,544  2,62  44,49  67,04 

Aquecedores×Bicos  5  4  3  58,43  3,7622  2,17  49,09  67,78 

Aquecedores×Bicos  5  5  3  58,10  4,12  2,37  47,90  68,30, 

Page 106: Tes Ever Final

106

Com base na estatística descritiva foram construídas as Figuras de 65 a 69. Com 

as  figuras  vê‐se  que  os  desvios maiores  são  atribuídos  à  variável  altura  da 

chaminé seguida dos bicos injetores e da temperatura de aquecimento.  No caso 

das  interações vê‐se que os desvios em decorrência altura da  chaminé volta a 

ficar evidente na Figura 70(b). 

Por  outro  lado,  vê‐se  que  as melhores  condições  operacionais  indicadas  pela 

análise  é  uso  de  quatro  aquecedores  e  altura  da  chaminé  na  posição  3  (que 

corresponde a altura 625 mm), como  indicado na Figura 68(a) e 68(b).   Quanto 

ao número de bicos, vê‐se pela Figura 69(a) e 69(b) que a melhor configuração é 

com  quatro  bicos  ligados  (maior  vazão  de  água).  Nessas  condições  o 

equipamento oferece a mais elevada diferença de temperatura. O uso de quatro 

bicos  mostrou‐se  melhor,  uma  vez  que  apresentou  maior  redução  da 

temperatura do ar na saída. Os dados também definiram que os testes, visando 

a  eficiência  de  coleta,  deveriam  ser  realizados  nas  melhores  condições  de 

operação definidas neste planejamento. 

 Figura 65  Efeito da altura da chaminé na diferença de temperatura,  

(Taquec –Tsaída) 

Page 107: Tes Ever Final

107

 

 

Figura 66  Efeito  do  número  de  aquecedores  ligados  na  diferença  de temperatura, (Taquec –Tsaída) 

 

 

Figura 67  Efeito  do  número  de  bicos  ligados  na  diferença  de  temperatura, (Taquec –Tsaída) 

 

Page 108: Tes Ever Final

108

Interação Chaminé×Aquecedores  (a)  (Taquec –Tsaída) em  função da altura da chaminé,  tendo  como  parâmetro observado  o  número  de  aquecedores ligados 

Interação Chaminé×Aquecedores  (b) (Taquec –Tsaída) em função do no de aquecedores,  tendo  como parâmetro observado a altura da Chaminé 

Figura 68  Efeito  da  interação  Chaminé×Aquecedor  na  diferença  de temperatura, (Taquec –Tsaída) 

 

 

 

Interação Aquecedores×Bicos 

(a)  (Taquec  –Tsaída)  em  função  do  no  de aquecedores,  tendo  como  parâmetro observado o número de bicos ligados. 

Interação Aquecedores×Bicos  

(b)  (Taquec –Tsaída) em função do no bicos ligados,  tendo  como  parâmetro observado o no de aquecedores. 

Figura 69  Efeito  da  interação  Aquecedores×Bicos  na  diferença  de temperatura, (Taquec –Tsaída) 

Page 109: Tes Ever Final

109

4.1.2  Estimativa  do  consumo  de  energia  do  ciclone  úmido 

operando nas melhores condições 

A  estimativa  do  consumo  de  energia  do  ciclone  foi  feita  a  partir  dos 

experimentos  apresentados  na  Tabela  10,  utilizando  os  valores  médios  dos 

parâmetros monitorados durante os ensaios. Os valores obtidos são orientativos. 

Durante a  realização dos  testes, as  leituras  foram  feitas com  intervalo de meia 

hora,  no  mesmo  dia.  A  temperatura  da  água  do  selo  não  sofreu  alteração 

perceptível durante duas horas  e meia de  ensaios  e ofereceu uma  redução de 

temperatura sensível do portador, por causa da evaporação da água injetada no 

ciclone. Apesar  da  quantidade  de  água  injetada  não  houve  saturação  do  gás 

portador, porque o exaustor  (montado no duto de  saída do gás) aquece o gás 

tornando‐o  insaturado.  Com  auxílio  dos  dados  da  tabela  fez‐se  a  seguinte 

estimativa: 

(a) o  incremento de umidade absoluta é de 10,0 gramas por quilograma 

de ar; 

(b) a massa de ar é de 1289×1,1 = 1417,9 kg de ar por hora; 

(c) a quantidade de água  evaporada no  ar  é 1417,9x10,0 = 14179,0 g de 

água por hora; 

(d) a  quantidade  de  calor  necessária  para  evaporação  é  de 

14,18×540kcal/kg = 7656,6 kcal/h que corresponde a 6,5847 kWh/h; 

Page 110: Tes Ever Final

110

(e) este calor é obtido do aquecimento do ventilador e da bomba de água. 

A  energia  consumida pelo ventilador  é de 3,2kWh/h. Esta  energia  é 

necessária para energia de deslocamento e de perdas de aquecimento; 

(f)  a perda de calor para ar é de 20 a 30 % da energia consumida,  isto é 

0,8kWh/h  (688 kcal/h); 

(g) a energia consumida pela bomba de água é de 4,2kWh/h. Esta energia 

é  necessária  para  energia  de  deslocamento  e  de  perdas  por 

aquecimento; 

(h) a perda de calor para  água é de 12 a 16 % de energia consumida, isto 

é 0,572 kWh/h  (470 kcal); 

(i)  a soma de calor corresponde 1,370kWh/h, sendo que para evaporação 

é  de  1178,2  kcal,    a  diferença  é  retirada  de  calor  do  portador  

6478,0kcal sem provocar aquecimento perceptível de água; 

(j)  os valores apresentados são orientativos. Mas pode‐se considerar que 

esta condição é real; 

(k) ‐não  se  levou em  considerações as perdas de  calor entre o corpo do 

lavador e ambiente. 

 

Page 111: Tes Ever Final

111

 Tabela  10  ‐ Resultados  obtidos  nas melhores  condições  de  operação  do  ciclone  com  selo  úmido. Condições  dos 

ensaios:  injeção de água com quatro bicos  instalados e em  funcionamento no corpo do ciclone, quatro aquecedores ligados e altura da chaminé 625 mm 

Portador entrada  Aquec  Portador saída   

NO ∆p placa (mmH2O) 

Vazão (m3/h) 

∆p ciclone 

(mm H2O)TBS (oC) 

TBU (oC) 

φ  (%) 

ω  (g/kg) 

TBS (oC) 

TBS (oC) 

TBU (oC) 

φ  (%) 

ω  (g/kg) 

∆ ω  (g/kg) 

Temp água (oC) 

1  195  1289  150  14,0  13,6  95,9  10,0  95,0  32,0  25,8  61,8  19,7  9,7  25,5 2  195  1289  150  14,2  13,8  95,9  10,2  95,0  31,5  26,0  65,4  20,2  10,0  25,5 3  195  1289  150  14,0  13,8  97,9  10,3  94,0  32,0  26,2  63,9  20,4  10,1  25,5 4  195  1289  150  14,0  13,8  97,9  10,3  93,0  32,0  26,2  63,9  20,4  10,1  25,5 5  195  1289  150  14,0  13,8  97,9  10,3  96,0  32,0  26,2  63,9  20,4  10,1  25,5 M  195  1289  150  14,0  13,8  97,1  10,2  94,6  31,9  26,1  63,8  20,2  10,0  25,5 

 

Page 112: Tes Ever Final

112

4.1.3  Comparação do consumo energético entre ciclones 

A  Tabela  12  apresenta  o  consumo  energético  de  vários  equipamentos  de 

lavagem  de  gás,  com  características  especificadas  na  própria  tabela,  entre  os 

quais  foi  introduzida  a  estimativa  feita  no  ciclone  objeto  de  estudo  deste 

trabalho. 

O menor  consumo  da  potência  elétrica  do  exaustor  é  provocada  pela menor 

perda de carga do portador no ciclone. Esta operação é provocada pela injeção 

de água contra  força centrífuga do portador eliminando assim a resistência do 

mesmo na parede do ciclone. 

A pressão da  água  injetada depende da velocidade do portador no  corpo do 

ciclone. É importante lembrar que o jato de água não deve alcançar a o duto de 

saída. Essa regulagem é definida pela quantidade de água arrastada na saída. 

Embora  o  ciclone  lavador,  objeto  de  estudo  desse  trabalho,  apresente  um 

consumo de potência  levemente superior aos  lavadores de  transbordo, porque 

nestes  últimos  o  consumo  de  energia  é  apenas  para  a  reposição  da  água  no 

corpo do lavador. 

 

Page 113: Tes Ever Final

113

Tabela 11 ‐ Apresentação comparativo das características de alguns lavadores de gases para 1000 m3/h com bombas de água para deslocamento de água 

η dp>1µm ∆p Consumo de água 

Consumo de energia eletrica 

Investimento Tipo de Separador  Característica 

%  Pa  L/m3  kWh  kR$ 

Característica e aplicação 

sem enchimento  50‐80  100‐300  Até 6  7,5  60,0 

resfriadores para separação inicial, construção pesada Lavador de 

torre  com enchimento  80‐95  100‐1000  1‐20  8,5  75,0 

resfriadores para separação inicial, construção pesada 

de colisão  90‐98  1500‐3000  0,2‐0,5  5,0  80,0 

de espuma  90‐95  1400‐2000  0,3‐1,0  5,5  60,0 

para particulado de materiais triturados mecanicamente com fácil umidificação 

Lavadores de 

transbordo 

transbordo  95‐98  1300‐2000  0,05‐0,1  6,0  55,0 para particulado de difícil umidificação e de alta segurança do trabalho. 

Lavadores rotativos 

  95‐98,5  2500‐4000  0,5‐0,3  9,0‐13,0  65,0 

construção complicada, elevado consumo de água, usado em todos os tipos de particulado 

Ciclone úmido 

  90‐98  500‐1000  0,5‐1,4  6,5  42,0 para particulado de fácil umidificação, maior consumo de água 

Continua

Page 114: Tes Ever Final

114

Continuação 

η dp>1µm ∆p Consumo de água 

Consumo de energia eletrica 

Investimento Tipo de Separador  Característica 

%  Pa  L/m3  kWh  kR$ 

Característica e aplicação 

Ciclone com movimenta‐ção de água 

  90‐98  1000‐2500  0,01‐0,05  8,2  50,0 pequeno consumo de água, usado para dp>1µm 

de elevada velocidade  >98,5  5000‐20000  0,5‐1,5  8,0  60,0 

Lavadores Venturi  de baixa 

velocidade 90‐98  1000‐3000  0,02‐0,5  7,0  47,0 

para particulado de difícil umidificação dp<1µm, construção compacta. Consome mais energia com dp>1µm. Baixo consumo de água 

Ciclone lavador 

(desenvolvido neste trabalho) 

De elevada velocidade e reciclo de agua 

95‐98  800‐1350  0,2      6,2         42,0 

para particulado de <1 µm, construção compacta, maior consumo de energia. para particulado >1 µm,  baixo consumo de água 

Page 115: Tes Ever Final

115

4.2 Resultados  dos  ensaios  da  segunda  fase  (determinação  da 

eficiência de coleta) 

O ciclone  lavador  tipo americano aqui estudado  (Um misto de ciclone simples 

com  lavador)  apresentou  eficiências  de  95,2  a  98,8%  (média  97.1%),  com 

partículas de diâmetro médio  em  torno de  7,48  μm,  isto  é,  cerca de  10 vezes 

menores  (ver Tabela 12) e Figura 70. Estes  resultados mostram  também que a 

eficiência de coleta neste lavador é independente da concentração inicial. 

Por outro lado, sabe‐se que a eficiência dos ciclones secos simples pode ser vista 

na  carta  de  Sylvan,  Figura  71,  no  canto  direito  inferior.  Estes  ciclones  são 

caracterizados por possuir relação altura e diâmetro do costado quase unitária. 

Estes ciclones separam partículas a partir de 10 μm. Porém, com partículas entre 

10 e 40μm, sua eficiência não ultrapassa a 70%. Somente a partir de partículas 

com mais de 100 μm é que se pode obter eficiências em torna de 98%. Ainda na 

Figura 71 foi ilustrado com o círculo a condição obtida no ciclone estudado neste 

trabalho. 

Grande parte da melhoria dessa eficiência deve‐se a: 

• o  ciclone  lavador processa  a  separação  em duas direções,  ascendente  e 

descendente; 

• como a água é  injetada no  fluxo contra a  força centrífuga, a gotícula de 

água  permanece  dentro  do  fluxo  mais  tempo,  acarretando  maior 

probabilidade de retenção da partícula, 

Page 116: Tes Ever Final

116

• a injeção de água dentro do ciclone introduz gotículas dentro do fluxo do 

portador provocando uma mistura mais homogênea entre o portador e as 

gotículas de água. 

 

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117

Tabela 12 ‐ Eficiências obtidas para o ciclone lavador operando nas melhores condições com de partículas em torno de 7μm   Portador Entrada  Aque Portador Saída    Vazão   

# Filtro Ident.

Δp placa(mm ca)

Vazão (m3/s) 

Δp cicl.(mm ca)

TBS(oC)

TBU(oC) 

Ø (%) 

ω  (g/kg)

TBS(oC) 

TBS(oC)

TBU (oC) 

Ø (%) 

ω  (g/kg)

Δω  (g/kg)

N. debicos

T. água (oC) 

Água (m3/h) 

Δp fluido mca 

Efic. (%) 

1  28  190  0,353  150  30,8 22,8 51,08 15,1  94,8  39,0 31,5  59,5  28,3  13,2  4  31,5  7,5  0,3  96,9 

2  29  190  0,353  150  32,2 22,8 45,6  14,6  98,0  39,0 31,4  59,0  28,0  13,4  4  31,5  7,5  0,3  97,3 

3  2A  190  0,353  150  31,8 21,6 41,4  12,9  98,0  39,0 31,0  57,2  27,0  14,1  4  31,0  7,5  0,3  97,6 

4  4A  190  0,353  150  29,6 21,8 51,3  14,1  97,2  38,0 30,4  58,4  26,1  12,0  4  30,0  7,5  1,4  97,7 

5  5  190  0,353  150  19,2 15,8 71,2  10,4  82,0  32,0 25,8  61,8  19,7  9,3  4  26,0  7,5  0,6  96,1 

6  10A  190  0,353  145  23,6 20,6 76,9  14,9  89,0  36,0 29,6  63,1  25,3  10,4  4  30,0  7,5  0,3  96,2 

7  3  190  0,353  145  21,8 20,8 91,7  15,9  84,0  34,0 28,4  66,2  23,7  7,8  4  27,0  7,5  0,3  97,7 

8  11  190  0,353  145  22,0 20,6 88,5  15,5  82,0  31,0 25,4  64,5  19,4  3,9  4  24,0  7,5  0,3  97,1 

9  10  190  0,353  145  22,8 20,2 79,5  14,6  88,0  35,0 29,4  66,7  25,3  10,7  4  29,0  7,5  0,3  98,8 

10  5A  190  0,353  150  20,7 16,9 69,2  11,15  84,0  32,5 26,9  65,4  21,45  10,3  4  27,0  7,5  0,85  98,7 

11  11A  190  0,353  150  18,0 15,4 76,9  10,5  78,0  28,0 24,4  74,9  18,9  8,4  4  21,0  7,5  0,6  95,2 

12  9  190  0,353  150  20,2 16,4 68,8  10,7  82,0  32,5 26,4  62,6  20,5  9,8  4  26,0  7,5  0,6  96,7 

13  8  195  0,358  150  30,2 19,9 39,3  11,1  95,3  35,1 26,5  51,7  19,6  8,5  4  25,8  7,5  1,4  96,7 

14  9A  195  0,358  150  30,6 19,8 37,35 10,8  96,5  36,6 28,3  54,2  22,4  11,5  4  28,0  7,5  1,4  97,4 

15  24  195  0,358  150  22,0 17,4 64,32 11,18  86,6  33,5 27,1  61,76 21,44  10,3  4  27,0  7,5  0,6  97,5 

16  25  195  0,358  150  20,8 16,4 64,78 10,48  84,0  32,9 26,6  61,58 20,66  10,2  4  26,2  7,5  0,3  95,3 

Page 118: Tes Ever Final

118

 

Figura 70. Efeito da concentração de particulado na eficiência de coleta no ciclone lavador objeto de estudo deste trabalho 

 

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 Figura 71 Carta de  Sylvan  apresentando níveis de  concentração  e  tamanho 

das  partículas,  para  a  maioria  dos  equipamentos  de  separação disponíveis. Fonte: (INDUSTRIAL VENTILATION, 1998) 

Page 120: Tes Ever Final

120

4.3  Perspectivas específicas do ciclone lavador 

De  acordo  com  a  opinião  do  autor  pode‐se melhorar  ainda mais  a  eficiência 

deste  ciclone  para  partículas  menores  do  que  7  μm,  e  até mesmo,  obter‐se 

purificação do nível de bactérias (<1 μm). Para este fim o equipamento merece 

estudos  adicionais,  visando  especialmente  fluxo  de  água  e  sua  pulverização, 

introdução de água no  corpo, posicionamento dos bicos  injetores, variação de 

pressão e de velocidade. 

Este  ciclone  mostrou  as  informações  necessárias  para  a  adequação  de  seus 

elementos ao consumo mínimo de energia elétrica, o que o torna mais rentável. 

Apesar  de  compacto,  esse  equipamento  exerce  várias  funções,  tais  como: 

umidificação,  resfriamento,  retenção  de  partículas,  tratamento  bioquímico  da 

água, resfriamento abaixo da temperatura ambiente (ar condicionado).  

O  referido  equipamento  pode  ser  montado  sobre  uma  carreta,  dispensa  a 

necessidade de ambiente  fechado,  conferindo ao mesmo uma  característica de 

mobilidade, o que é muito útil para deslocamentos, dentro ou fora do ambiente 

fabril, eliminando instalações fixas nas várias necessidades. 

Page 121: Tes Ever Final

121

 

 

Capítulo 5 

Conclusões 

Com  base nos  resultados  obtidos neste protótipo, pode‐se verificar que  ele  já 

atingiu os objetivos econômicos e técnicos de purificação, a saber: 

Econômicos (estimativa do autor): 

• custo baixo de investimento: R$42 000,00); 

• custo de operação: R$0,10/m3 de aerossol purificado; 

• custo de manutenção: 10% do valor de investimento por ano (vida útil do 

equipamento). 

Técnico (observado no equipamento): 

• permite a purificação de portador com partículas com diâmetro médio de 

7,48  μm,  com  eficiência  média  de  97.1%,  independentemente  da 

concentração inicial de poluente; 

• a operação dispensa profissionais especializados. 

Page 122: Tes Ever Final

122

 

Capítulo 6 

Referências bibliográficas 

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