ÉTICA AMBIENTAL: A FORMAÇÃO DE UMA ÉTICA ECO-CENTRADA

Camila Pires de Almeida1

RESUMO

A ética visa estudar o conjunto de regras comportamentais intersubjetivas pela qual o homem tende a realizar o bem, objetivando-as e, assim, influenciando atitudes humanas. Grandes mentes contribuíram para a riqueza deste aprendizado.

Nos últimos atos de sua existência, observamos que o ser humano, após um acelerado desenvolvimento tecnológico, deixou de priorizar o conhecimento e o comportamento ético, resultando numa eleição de valores profundamente deturpada.

Esta precariedade valorativa gera uma crise em todos os setores da experiência humana, tal qual no meio ambiente.

A ciência jurídica busca solucionar esta crise ecológica, através de um novo ramo do Direito, o Direito Ambiental. No entanto, as medidas Judiciárias estão sendo suficientes para colhermos resultados satisfatórios?

O objetivo deste estudo é demonstrar que apenas a tutela jurídica não é capaz de solucionar a crise ambiental, evidenciando que originalmente ela decorre do deficiente posicionamento do homem na relação com o meio-ambiente, sendo assim necessária uma reestruturação ideológica e comportamental.

1. O CONCEITO DE ÉTICA

A ética é uma ciência de natureza abstrata, sendo muito fácil percebê-la, mas difícil explicá-la. Como com os conceitos de LIBERDADE, IGUALDADE, JUSTIÇA, que possuem como denominador comum sua carga emocional, o emprego freqüente de algumas expressões parece implicar à ÉTICA uma interpretação diferente daquela que realmente expressa seu sentido, tradicionalmente entendida como uma ciência que estuda o comportamento moral dos homens na sociedade.

1. CURSANDO MESTRANDA EM DIREITO AMBIENTAL JUNTO À UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS, ADVOGADA MILITANTE, ESPECIALISTA EM DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E CONTRATOS.

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No entanto, em uma análise científica que tipo de ciência seria a ética? De acordo com Álvaro L. M. Valls: “tratando de normas de comportamento, deveria chamar-se ciência normativa, tratando-se de costume, pareceria uma ciência descritiva”.

Didaticamente, verificamos que o objeto de estudo da ética é a MORAL, qual seja, o conjunto de regras de comportamento intersubjetivo através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.

Com esta conceituação, destaca-se a diferença entre ética e moral. ETHOS, em grego, quer dizer costume, nesse sentido a ética seria a teoria dos costumes, ou melhor, a ciência dos costumes. Já a moral não é ciência e sim objeto de ciência.

Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis: “Enquanto conhecimento científico a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, com provável” 2.

Pode-se dizer que, o que designa a ética, não é apenas a moral, mas uma meta moral, uma doutrina situada além da moral, daí sua característica de maior amplitude face à esta, pois a ética é desconstrutora, fundadora e enunciadora de princípios.

Assim uma disciplina normativa, não pela sua criação normativa, e sim pelo seu descobrimento e elucidação, leva o ser humano aprimorar seu sentido moral e, conseqüentemente, influenciando sua conduta.

Como toda norma, a norma ética se baseia em valores, que quase sempre, remetem aos valores do bom. Todo juízo normativo é uma regra de conduta, porém nem toda regra de conduta se concretiza na norma, visto que algumas se tratam de regras de condutas obrigatórias e outras de regra de conduta facultativas, considerando o livre-arbítrio individual.

Isto posto, a não observância, infringência ou indiferença da norma ética não retira sua validez, cabendo assim aos doutrinadores da ciência normativa reforçar sua tendência.

Ao analisarmos seu sentido filosófico, verificamos que ética vem do grego ETHOS. Esta palavra se escreve de duas maneiras: com e maiúsculo e com e minúsculo. Quando a escrevemos com e minúsculo, esta se traduz por morada, ou abrigo permanente, seja dos seres humanos, seja dos animais. A morada que lhe delimita sua localização no universo, que o enraíza na realidade. É construída a partir de sua atividade contínua e deve estar sempre sendo conservada e melhorada.

Não é algo terminado, concreto, formado por aspectos materiais que dêem conforto ao corpo físico, mas abrange a conduta do morar bem, viver bem. De acordo com Platão, o centro da ethos é o bem, visto que somente ele permite que alcancemos nosso fim. Já para Aristóteles, o centro da ethos é a felicidade, não no sentido moderno, egoísta e individualista, mas sim no sentido da autonomia vivida ao nível pessoal e social, traduzindo-se pela auto-realização do cidadão na sua dimensão social e pessoal, encontrando como veículos concretos para sua realização os hábitos, virtudes e estatutos jurídicos.

2 JOSÉ RENATO NALINI, Ética Geral e Profissional, São Paulo, RT, 4º edição,2004, p.27.

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Estes mesmos meios também eram chamados de Ethos (com e maiúsculo), traduzindo assim o conjunto de valores e de hábitos consagrados pela tradição cultural de um povo, ou seja, a soma de meios destinados a um fim, pois a noção da ética traz consigo a idéia de algo maior que o individual.

Raciocínio este que nos reporta ao preceito cristão “amai-vos uns aos outros como ama a ti mesmo” um pensamento essencialmente ético, defendido também pelo grande filósofo Emannuel Kant: “Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”.

Fica evidente que, em seus sentidos filosóficos, e nos etimológicos, a palavra ética sempre irá versar sobre o conjunto de condutas que o homem deve adotar para que possa fazer sua existência cada vez mais plena e prazerosa para si e para seus semelhantes.

“A potencialidade de conversão de um ser humano para comportar-se eticamente em seu universo será sempre uma jornada significativa de trabalho e a humanidade só irá avançar se uma grande maioria se convencer de que o homem pode ser recuperado. A luta da parcela sensível da humanidade é ampliar esse espaço de trabalho comunitário e por estrito possa parecer tal espaço, tantos os maus exemplos, o bom combate é válido. Sob este prisma, se justifica o estudo e a pregação da vivência ética” 3

2. A ÉTICA NA ERA MODERNA

A ética historicamente sempre se traduziu em diversas morais, de acordo com a cultura ou região em que se exteriorizava.

Todas nasceram da reflexão humana sobre o ethos, da atitude de responsabilidade e de cuidado com a vida, mas, a “ética” que adota a civilização tecnológica gera conseqüências totalmente inversas do que em outras épocas.

Antes da Idade Contemporânea, por exemplo, as conseqüências destas ações eram imediatamente percebidas.

Na era da tecnológica moderna, os efeitos da atividade do homem estão isentos de qualquer controle ou previsão.

A “ética” Moderna funda-se sobre a concepção das relações do homem com as tecnologias, baseada num Sistema Capitalista, centrada na neutralidade da ciência e voltada para servir ao próprio homem.

Nos tempos atuais, a compreensão do logos encontra-se distorcida. O indivíduo racional é visto como portador privilegiado deste. A natureza é tida caótica e deve ser civilizada pela razão humana. Ela é nada mais senão objeto e lugar da ação livre do ser humano.

3 JOSÉ RENATO NALINI, ib idem, p.30.

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Assim, este sujeito racional figura como o único ser dotado de vida que possui a capacidade de dominar e transformar o ambiente .

Dita atuação, juntamente com a falta de uma consciência de vida holística, vem deteriorando nossa casa comum e ameaçando a continuidade da vida humana na Terra em diversos aspectos.

Com a eminência desta ideologia patológica, a subjetividade moderna não nos fornece bases seguras para responder questões de caráter difuso. O peso dos interesses particulares o fusca a visão dos interesses coletivos.

A ânsia de acelerar todos os meios produtivos na perspectiva de acumulação de bens, seja privadamente, seja coletivamente, entorpece a consciência.

Quando analisamos o reflexo desta maneira de agir do homem no meio-ambiente, verificamos que o capitalismo desenfreado, que possui a lógica predatória do lucro imediato, retira mais da natureza do que ela pode repor, esquecendo-se que ela é finita e esgotável.

Uma exploração da natureza pelo homem de maneira irresponsável, degrada em ritmo frenético o que a mãe-natureza esculpiu com tanta paciência ao longo de bilhões de anos, causando danos irreparáveis à biosfera, o que conseqüentemente, poderá destruir as condições de vida dos seres humanos.

Como prevê o best seller da literatura mundial contemporânea: “Há anos atrás, decidimos coletivamente nos concentrarmos em dominar a natureza, em usar nossa ciência e tecnologia para nos acomodarmos no mundo... Fabricamos a ilusão de que vivíamos num universo totalmente explicável e previsível... Aos poucos, contudo, um despertar teve início. Nosso despertar não é nada menos do que nos libertarmos da preocupação secular da era moderna, e abrirmos nossa mente para uma visão nova e mais verdadeira do mundo " 4.

3. A CONSOLIDAÇÃO DE UM NOVO DIREITO FUNDAMENTAL       

Atualmente a poluição, a destruição do patrimônio cultural, a deterioração dos alimentos, dos produtos industrializados, dos recursos naturais atraem, ainda que insuficiente atenção, de todos os povos do planeta, marcando assim outra característica do direito ecológico: sua internacionalização, caracterizando um interesse difuso em sua forma mais cristalina, pois o meio natural, por si mesmo, é difundido em tudo e a todos.

A poluição ocorrida em um determinado país não respeita as fronteiras nacionais.

Consequentemente os diferentes movimentos sociais reivindicatórios têm incluído, cada vez mais, em sua pauta a luta por uma melhor qualidade de vida pois os efeitos sofridos pelo avanço tecnológico da civilização já não podem ser ignorados 4 JAMES REDFIELD E CAROL ADRIENNE - "Guia de Leitura de 'A Profecia Celestina” .

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ou negligenciados.

O direito como uma disciplina dinâmica que visa atender as demandas da sociedade, vem adaptando-se a este nova modalidade de direito fundamental, qual seja, tutelar o meio ambiente visando à qualidade de vida digna da humanidade.

Em junho de 1972, em Estocolmo, realizou-se uma Conferência das Nações Unidas, aonde foi promulgado um prolongamento da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Esta declaração, nos seus Primeiros e Segundos Princípios, confirmou que o ser humano tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e condições adequadas de sobrevivência num meio ambiente que o permita usufruir uma vida digna, ou seja, com qualidade de vida, com a finalidade também de preservar e melhorar o meio ambiente para as gerações atuais e futuras.

A proteção ambiental referenciada em Estocolmo faz com que o comecemos a pensar de maneira diferente, acordando que junto com o desenvolvimento econômico mundial deva ser consagrado o direito fundamental da vida humana na terra, visando com isto à melhora do meio ambiente em benefício do homem atual e de seus descendentes.

Assim, infere-se que Estocolmo foi à abertura do caminho para o reconhecimento do meio ambiente como um direito fundamental entre os direitos sociais do homem.

Este novo ramo do Direito, formado em torno do fenômeno ambiental, consiste na formação de regras jurídicas de natureza pública, que buscam soluções possíveis para os problemas desta ordem apresentados. È uma disciplina jurídica de grande autonomia, devido à natureza do objeto destinatário da norma, qual seja, a compatibilidade da qualidade de vida com a qualidade do meio ambiente.

De acordo com Michel Prier, Diretor e Professor do Centro de Direito do Ambiente. Da Universidade de Strasbourg: “Na medida em que o ambiente é a expressão de uma visão global das intenções e das relações dos seres vivos entre eles e com seu meio, não é surpreendente que o Direito do Ambiente seja um Direito de caráter horizontal, que recubra os diferentes ramos clássicos do Direito (Direito Civil, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Internacional), é um Direito das Interações, que se encontra disperso nas várias regulamentações. Mais do que um novo ramo do Direito com seu próprio corpo de regras, o Direito Ambiental tende a penetrar todos os sistemas jurídicos existentes”

A Declaração de Estocolmo influenciou a elaboração do capítulo destinado ao meio ambiente na Constituição Federal de 1988 que reconhece o direito a um meio ambiente como um direito humano fundamental.

4. AS SOLUÇÕES ÉTICAS ACIMA DAS SOLUÇÕES JURÍDICAS

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Constatamos que o sistema jurídico mundial não está tão inerte perante a crise ecológica. Porém as mudanças conquistadas não obstam a crescente manifestação de clemência do meio-ambiente. Verifiquemos o porquê.

Sem dúvida, a forma jurídica de comportamento humano é a que possui maior semelhança com a moral. É com base no binômio moral e direito é que traçamos a relação entre ética e direito.

Nossa carta magna celebra esta inter-relação ao enunciar o Princípio da Moralidade.

Além disto, princípios como os da liberdade, da igualdade e o da justiça, escritos no preâmbulo dos Princípios fundamentais, são tidos como valores supremos na busca da harmonia social, guardando explícita influência de preceitos éticos.

Outros elementos como a maneira de disciplinar o ser humano através das normas, a forma imperativa de atuarem, a coesão social e a vulnerabilidade aos fatores históricos externos, são comuns ao direito e a moral.

No que tange a coação inerente a ambas, na violação da norma jurídica verifica-se uma sanção concreta que varia de acordo com o ramo do direito em que se ocorre tal infração.

Apesar de disponibilizar várias formas de sanções, o que muitas vezes é a única maneira de garantir sua aplicabilidade, a luta pelo direito gera desgastes emocionais e, principalmente, delongas temporais.

Já a norma moral reduz-se numa forma interna e é cumprida justamente no momento da interiorização de um preceito: “a legalidade de um proceder consiste na mera adequação externa do ato à regra; sua moralidade, na concordância interna”5, sendo assim o ato moral anterior à exteriorização de uma conduta.

Nota-se que numa composição ética a escolha do dever ser parte da própria parte de forma pacífica.

A faculdade de determinar a suficiência e razoabilidade para um consenso de interesses na sociedade reside na virtude e no conhecimento da realidade dos fatos pelo próprio indivíduo.

Consolidar a conscientização da conduta ética adequada é essencial para que as reformas que ocorram no campo jurídico sejam eficazes.

Assim, ao tutelar juridicamente o meio-ambiente, o estudo da ética ambiental deve ser evidenciado e aperfeiçoado, na mesma proporção com qual evoluímos tecnologicamente, pois a prevenção é indispensável para evitar os riscos e ocorrências dos danos ambientais, que podem ser irreversíveis. Além do que não podemos, nem devemos, nos dar ao luxo de aceitar ATRASOS na apresentação de soluções eficazes

5 EDUARDO GARCIA MAYNEZ, op. cit., p.166.

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5.ÓTICA GLOBAL, ÉTICA GLOBAL

Estamos, assim, participando para o nascimento da exigência de uma consciência planetária, na qual uma densa rede de interações está se formando sobre a superfície do planeta, interessando profundamente, nas formas mais imprevisíveis, à vida cotidiana de cada habitante da Terra.

A necessidade é de uma Ética que esteja de acordo com esta nova realidade de nossa história, uma ética globalizada . Que traduza a expressão da planetização da experiência humana, tendo como alicerce a base territorial onde interage a humanidade.

Esta visão holística consiste em respeitar as diversidades das tradições e expressões culturais.

Estas diferenças não podem interagir de maneira antagônica, como é da natureza humana fazê-lo, pois sempre nos sentimos ameaçados pelo diferente, pelo desconhecido, resultando na perda de oportunidade de enriquecimento recíproco.

Ninguém pode saber o que é bom para o todo, se não conhecer a parte. A diferença assim não pode destruir a comunhão.

Esta perspectiva não procura somar toda a vista de um ponto, além do que seria impossível fazê-lo, mas, estabelecer uma visão transversal. Isto somente se dá quando encaramos a sociedade a partir desta vista panorâmica, quando verificamos a sincronicidade das coisas e dos seres. Nada está desvinculado do todo.

Atribui-se a ética holística uma conduta de “adaptabilidade, versatilidade, consorciação, contínua aprendizagem, regeneração, reciclagem e sinergia” 6.

Através desta visão holística enxergamos os problemas decorrentes da globalização que vem afetando o mundo, aonde todas as diversidades possuem um denominador comum, qual seja viver neste planeta. Como dizia Francisco Vitória, jurista de Salamanca: “totus orbis, aliquo modo, est um a republica” (de certa forma, toda a orbe é uma única república).

A ética holística, portanto, pretende identificar, pela análise da moral de cada povo e região, uma conjugação de todas as vertentes numa única premissa que respeite a individualidade de cada um e ainda assim busque interesse coletivo de uma melhor vivência terrena.

Cria-se um consenso sobre valores éticos válidos a partir de uma conduta construtivista, isto é, uma preocupação de estabelecer diretrizes de coordenação de interesses:

Percebemos que todas estas diretrizes fundam-se numa solidariedade intersubjetiva, e partem de uma ótica mais ampla, base para uma ética mais sólida, adaptada ao contexto mundial.

6 LEONARDO BOFF. ETHOS MUNDIAL. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2003, p. 98.

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6. A ÉTICA ECOCENTRADA

O Homo Sapiens é um ser vivo e, como tal, divide esta característica comum com todos outros habitantes do mundo. Se por um lado possui peculiaridades como a racionalidade, de outro possui semelhanças básicas, como por exemplo, as fases de todo ciclo de vida: nascer, crescer, se reproduzir e morrer.

Contudo, nossa existência enquanto humana não deve mais ser considerada como algo incomparável.

Mister se faz uma conceituação mais abrangente e profunda de nossa pessoa. Devemos reconhecer a existência do sentimento, do espírito e da energia que move todo ser vivo, e conseqüentemente, cada indivíduo.

Tomemos como exemplo, uma árvore. Essa árvore além de sua parte material, visível, tem sua existência espiritual, invisível, assim também como o solo onde será plantada. Quem planta também tem um sentimento, da mesma forma como aquele que cuida do solo. E todos estes fatores irão influenciar a maneira como irá se desenvolver o vegetal. Fatores estes que igualmente circunstanciam a realidade humanista.

Não reconhecer todo esse conjunto de partes invisíveis da existência, e o quão profundamente são interligados, acarreta uma incompreensão e desrespeito às leis da grande natureza.

Não mais fixemos os olhos sobre os interesses particulares deste ou daquele país, desta ou daquela região, mas iremos ter a consciência de que todos os interesses deverão estar subordinados a um interesse maior, qual seja, a preservação da vida do homem na Terra.

Ademais, quando falamos de uma ética ecocentrada, não estamos atribuindo valores intrínsecos e isolados ao meio, não se defende aqui uma “utópica e romântica volta à natureza”7, mas sim, institucionalizar uma postura ideológica aonde o equilíbrio ecológico do sistema de vida deve estar acima de quaisquer outros interesses.

Esta nova ética atinge todos que são nobres de espírito e sentem-se responsáveis pelo futuro, não se inserindo no hedonismo da sociedade moderna, comprometendo-se a preservar o meio ambiente para que as gerações futuras possam ter a oportunidade de existir e gozar de um meio ambiente saudável.

A esta nova forma de conduta em relação à natureza denomina-se ÉTICA AMBIENTAL. É a natureza começando a ser considerada como sujeito de direito, a partir de um despertar do homem para o valor da ecologia.

De maneira simples podemos entender por ecologia como uma ciência que estuda as relações dos organismos vivos e seu habitat, considerando a interdependência de ambos, ou seja, “mútuo influxo entre uma espécie de organismo e o que se

7 JOSÉ RENATO NALINI, op.cit. p.176

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chama seu nicho ecológico, isto é, os fatores edáficos, climáticos e hidrográficos do lugar em que se vive. Tem-se então o se denomina auto-ecologia. Posto que um determinado nicho ecológico não se encontra isolado senão em simbiose com outros situados em seu contorno, o estudo se pode ampliar ao conjunto de todos estes nichos, e das espécies que o povoam, o que é objeto da sinecologia,. Finalmente, se pode proceder a contemplar a totalidade dos seres vivos, suas mútuas relações e as relações que guardam com os fatores abióticos, o que constitui a biosfera ”.8

Ética Ambiental é uma conduta de comportamento do ser humano com a natureza, que se baseia na conscientização ambiental e no compromisso preservacionista, visando à conservação da vida global.

A proteção da natureza não está ligada à educação, riqueza ou religião. Trata-se de uma obrigação legal, moral e ética, que posiciona o homem frente à natureza, refletindo-se em ações que sem dúvida trarão resultados favoráveis à preservação ambiental e conseqüentemente à melhoria da qualidade de vida.

A ética ecológica passa a ser o início de uma nova tendência ideológica.

A lei ambiental não está sendo suficiente para coibir o desastre ecológico, fazendo crer como única solução viável para salvar o meio ambiente, e o homem, a formação de uma nova cultura ecológica, que inverta a pretensiosa concepção de que a natureza é apenas meio e os objetivos do homem o único fim.

Tudo que existe tem sua importância e passa a fazer parte desta nova relação ética.

Assim como em toda ética contemporânea, requer o aparecimento de um compromisso pessoal que se desenvolve pelo próprio indivíduo, dentro dele, ou seja, é Ético.

É preciso a mudança na consciência de cada um. “Se ninguém é capaz individualmente, de reverter o processo destrutivo todos são capazes, em pessoa, de uma correção de rumos”. 9

Tratando aqui da sobrevivência de todos os seres que habitam a Terra, transcendendo os interesses imediatistas e egoísticos, não é preciso ter uma personalidade mundial para ser ambientalmente ético, basta acreditar na causa e atuar no universo em que habita de maneira a contribuir para a melhoria do mundo.

Precisamos de pessoas que acreditem, participem e sejam cidadãos

8 EMÍLIO GARCIA ESTÉBANEZ, “ El âmbito para l vida: ecologia, in Violência y respeto a

la vida, Salamanca: Editorial San Esteban, 1980, p. 190.

9 JOSÉ RENATO NALINI, op. cit., p. 178.

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do mundo, construindo assim um mundo democrático e melhor.

A partir deste sentimento interno, desta sensação de se portar de acordo com as necessidades atuais, não só ambientais como as demais, verificamos o caráter de uma pessoa.

De acordo com Hans Jonas, podemos resumir esta ordem na seguinte sentença: “Age de tal maneira que as conseqüências de tuas ações não sejam destrutivas da natureza, da vida e da Terra”.

A história da biologia demonstra que todas as espécies que conseguiram estabilizar-se na Terra o fizeram seguindo estratégias de cooperação e solidariedade para com as outras espécies. As que usaram meios contrários não sobreviveram.

CONCLUSÃO:

A ética é a ciência que estuda a moral e tem como objetivo influenciar esta de acordo com os valores e necessidades da sociedade. .

O mundo, nos últimos tempos, vem sofrendo de uma doença moral que se reflete em todos os âmbitos de sua existência.

Esta doença se deve à eleição de valores incorretos e vazios.

Na questão ambiental. O Homem vem tratando a natureza, dádiva do criador, como uma matéria a ser utilizada na satisfação das suas necessidades capitalistas, retirando dela mais do que precisa.

Esta ambição imensurável passa a surtir seus efeitos. E o meio ambiente entra em crise, o que demanda providências imediatas, pois ele condiciona nossa sobrevivência.

O direito, como ciência que busca solucionar os conflitos da sociedade, inicia uma reforma e reconhece o direito ao meio ambiente saudável como direito fundamental da pessoa humana..

No entanto, a crise da natureza não regrediu, a lei não freia a crise ecológica, e a urgência na interrupção da degradação do meio ambiente não admite delongas jurídicas.

Torna-se premente que reformemos eticamente nossos atos em relação à natureza, antecedendo assim sua exteriorização. Visto que o meio ambiente natural, uma vez degradado, dificilmente pode ser recomposto.

Deve-se formar uma ética ambiental, uma ética, assim como toda aquela que deverá a humanidade buscar no séc. XXI, globalizada.

A partir de uma reforma da concepção homem-natureza, o Homem

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deve passar a tratá-la como seu semelhante, evitando a partir disto subjugá-la. Buscando formar uma postura ética consciente, que considere a preservação do Planeta como ponto central de sua conduta, ou seja, uma ética ECOCENTRADA.

Percebendo sua responsabilidade perante a natureza e às futuras gerações, tende a assumir um compromisso pessoal que o obriga a executar ações que não sejam prejudiciais ao meio ambiente.

Sabemos que para qualquer mudança ocorrer é preciso:

1º. Saber que está errado, o que é inquestionável;

2º. Saber que é preciso mudar, também inquestionável;

3º. Saber que possível mudar,precisamos acreditar;

4º. Saber que a mudança só ocorre mediante esforço contínuo.

Assim, só será possível a manutenção da vida terrena se realmente acreditarmos e lutarmos pela possibilidade de reversão da situação ecológica atual.

MUDAR É EVOLUIR

Ao buscarmos mudanças, quase sempre vamos terPoderosas relutâncias, Grandes lutas de querer

Nunca nos esqueçamos, o lutar que é trabalhosoGera certo no futuro, colher de belo fruto

Pois a norma do universo, será sempre observadaAtravés de disposição, lei da ação e reação

Concluindo proporção: Grande luta e recompensaPara aquele que almeja, enfrentar a desavença

Pois ao saber esperar, ao ficar, perseverarVeremos com certeza, a perfeição da natureza

BIBLIOGRAFIA

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ENVIRONMENTAL ETHICS: THE FORMATION OF AN ECO-ETHICS CENTERED

Camila Pires de Almeida 1

ABSTRACT

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Ethics aims to study the intersubjective set of behavioral rules by which man tends to perform well, objectifying them, and thus influencing human attitudes. Great minds have contributed to the richness of this learning.

In the last acts of his existence, we observe that humans, after an accelerated technological development, declined to promote the knowledge and ethical behavior, resulting in a choice of values deeply misleading.

This instability creates a crisis of values in all sectors of human experience, like the environment.

Science seeks legal remedy this ecological crisis, through a new branch of law, the Environmental Law. However, the Judicial measures are sufficient to reap satisfactory results?

The aim of this study is to demonstrate that only the legal protection is not able to solve the environmental crisis, showing that it originally derives from the poor positioning of man in relation to the environment and therefore require an ideological and behavioral restructuring.

1. The Concept of Ethics

Ethics is a science of abstract nature and is very easy to perceive it, but hard to explain it. As with the concepts of LIBERTY, EQUALITY, JUSTICE, which have as their common denominator emotional charge, the frequent use of some expressions seem to imply ETHICS to a different interpretation of what really expresses its sense, traditionally understood as a science that studies the moral behavior of men in society.

However, in a scientific analysis of what kind of science is ethics? According to Alvaro LM Valls: "dealing with standards of behavior should be called normative science, since it is usual, seem to be a descriptive science."

Didactically, we find that the object of study of ethics and morality, namely the set of rules of conduct by which tends intersubjective man to realize the value of the property.

With this concept, there is a difference between ethics and morals. ETHOS in Greek, means custom, that effect would be the ethical theory of morals, or rather the science of morality. Already morality is not science but rather the object of science.

As a science, ethics seeks to draw the moral facts of the general principles applicable to them: "While the ethics of scientific knowledge should aspire to the rationality and objectivity most complete and at the same time, it should provide knowledge in systematic, methodical and in the limit as possible, with probable "2.

You could say that what ethics means, not only moral but a moral goal, one located beyond the moral doctrine, hence its characteristic of greater magnitude in the face of this, because ethics is deconstructive, founder and utterance principles.

Thus a normative discipline, not the normative creation, but for his discovery and elucidation, it takes humans to improve their moral sense and, consequently, influencing their behavior.

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Like any standard, the standard is based on ethical values, which almost always refer to the values of good. All normative judgments is a rule of conduct, but not every rule of conduct is realized in the standard, as some are dealing with rules of conduct mandatory and other optional rule of conduct, considering the individual free will.

That said, the non-compliance, infringement or indifference of the ethical rule does not draw its validity, while it is the normative science scholars to strengthen its trend.

In reviewing its philosophical sense, we see that ethics comes from the Greek Ethos. This word is written in two ways: with and with and uppercase and lowercase. When we write with and tiny, this translates to address, or permanent shelter, whether human, whether the animals. The address which defines its location in the universe, which is rooted in reality. It is built from its ongoing activity and should always be kept and improved.

It is not something finished, concrete, formed by the material aspects that give comfort to the physical body, but covers the conduct of the live well, live well. According to Plato, the center's ethos is good, since it only allows us to achieve our end. As for Aristotle, the center's ethos is happiness, not in the modern sense, selfish and individualistic, but in the sense of autonomy experienced the personal and social level, translating for self-realization of the citizen in its social and personal finding as vehicles for their concrete realization habits, virtues and legal status.

These same media were also called Ethos (with and caps), reflecting the set of values and habits established cultural traditions of a people, ie the sum of means to an end, because the notion of ethics carries the idea of something greater than the individual.

Reasoning that this refers to the Christian precept "Love one another as you love yourself" an essentially ethical thinking, also advocated by the great philosopher Kant Delly: "Act so that the maxim of thy will can always be worth the same time as a principle of universal legislation. "

It is evident that, in its philosophical meaning, and etymology, the word ethics will always relate to the set of behaviors that the man should take so you can make your lives more fully and enjoyable for themselves and their peers.

"The capability of converting a human being to behave ethically in their universe will always be a significant shift work and humanity will only move forward if a majority was convinced that the man can be recovered. The struggle of the sensitive portion of humanity is to expand this area of community work and such space may seem strict, so many bad examples, the good fight is valid. From that perspective, justified the study of living and preaching ethics "3

2. Ethics in the Modern Age

The ethics historically always resulted in several moral, according to the culture or region in getting off.

All were born of human thinking about the ethos, the attitude of responsibility and care of life, but the "ethics" which adopts the technological civilization generates consequences fully backward than in other seasons.

Before the Modern Age, for example, the consequences of these actions were immediately noticeable.

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In the era of modern technology, the effects of human activity are exempt from any control or predict.

The "ethics" Modern is based on the concept of the relationship between man and technology, based on a capitalist system, centered on the neutrality of science and turned to serve the man himself.

Nowadays, the understanding of the logos is distorted. The rational individual is seen as the bearer of this privileged. The chaotic nature is taken and must be civilized by human reason. She is nothing but object, and place of free action of man.

So, this guy stands as the only rational being endowed with life that has the ability to dominate and transform the environment.

Dita performance, together with the lack of an awareness of holistic living, our common home is deteriorating and endangering the continuity of human life on Earth in several ways.

With the imminence of this ideology Pathology, modern subjectivity does not provide secure bases to answer questions of diffuseness. The weight of the interests fusca vision of collective interests.

The eagerness to expedite all production resources from the perspective of asset accumulation, either privately or collectively, numbs the conscience.

When we analyze the reflection of this man's way of acting in the environment, we see that unbridled capitalism, which has the predatory logic of immediate profit, takes more than nature can replenish it, forgetting that it is finite and exhaustible.

An exploration of nature by man so irresponsible, degrades at a frenetic pace that mother nature carved so patiently over billions of years, causing irreparable damage to the biosphere, which consequently, could destroy the livelihoods of human beings .

As expected the bestseller of contemporary world literature: "Years ago, we decided collectively to focus on mastering nature, to use our science and technology to accommodate us in the world ... We manufacture the illusion that we lived in a universe totally explainable and predictable ... Gradually, however, an awakening has begun. Our awakening is nothing less than freeing ourselves from the secular concerns of the modern era, and we open our minds to a new and more real world "4.

3. The consolidation of a new fundamental right

Currently, pollution, destruction of cultural heritage, the deterioration of food, manufactured goods, natural resources attract, though insufficient attention, of all people on the planet, marking another feature of ecological law: its internationalization, featuring an interest diffuse in its most crystalline, because the environment in itself, is widespread in everything and everyone.

The pollution occurred in a particular country does not respect national boundaries.

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Consequently the various social movements have included vindicated, increasingly, on its agenda to fight for a better quality of life for the effect on the technological advancement of civilization can no longer be ignored or neglected.

The law as a dynamic discipline that aims to meet the demands of society, has been adapting to this new type of fundamental right, that is, protect the environment aimed at the decent quality of life of mankind.

In June 1972, in Stockholm, there was a UN conference, where he was promulgated an extension of the Universal Declaration of Human Rights.

This statement, in its first and second principles, confirmed that the human being has the fundamental right to liberty, equality and adequate conditions for survival in an environment that enables you to enjoy a dignified life, or quality of life, with the purpose also to preserve and improve the environment for present and future generations.

Environmental protection referenced in Stockholm causes begin to think differently, agreeing that along with world economic development should be devoted to the fundamental right of human life on earth, thus trying to improve the environment for the benefit of present man and their descendants.

Thus, it appears that Stockholm was opening the way for the recognition of the environment as a fundamental right between social rights of man.

This new branch of law, formed around the environmental phenomenon, is the formation of legal rules of a public nature, seeking possible solutions to the problems of this order presented. It is a highly autonomous legal discipline, the nature of the recipient object to the standard, namely, the consistency of quality of life with the quality of the environment.

According to Michael Prier, Director and Professor of Environmental Law Center. University of Strasbourg: "To the extent that the environment is the expression of a global view of the intentions and relationships of living beings among themselves and with their environment, it is not surprising that the Environmental Law is a law of a horizontal nature, which recubra the different branches of the classical law (Civil Law, Administrative Law, Criminal Law, International Law), is a law interactions, which is dispersed in the various regulations. More than a new branch of law with its own body of rules, the Environmental Law tends to penetrate all legal systems "

The Stockholm Declaration has influenced the development of the chapter for the environment in the 1988 Federal Constitution which recognizes the right to a clean environment as a fundamental human right.

4. The ethical solutions above the legal remedies

We note that the international legal system is not as helpless in the face of ecological crisis. But the changes do not preclude conquered the growing manifestation of mercy of the environment. Check what why.

Undoubtedly, the legal form of human behavior is that which has similarity to the morally. It is based on the binomial and moral right is that we trace the relationship between ethics and law.

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Our foundational philosophy celebrates this interplay by stating the Principle of Morality.

Moreover, as the principles of liberty, equality and justice, written in the preamble of the Fundamental Principles, are regarded as supreme values in the pursuit of social harmony, keeping explicit influence of ethical principles.

Other factors such as how to discipline the human through the standards, the imperative form of acting, social cohesion and vulnerability to external historical factors, are common to law and morality.

Regarding the coercion inherent in both, in violation of the rule of law there is a specific penalty that varies depending on the branch of law where such violation occurs.

While providing various forms of sanctions, which often is the only way to ensure its applicability, the struggle for the right generates emotional exhaustion and, especially, temporal delay.

Have the moral norm reduces to an internal form and is satisfied just when the internalization of a precept: "The legality of a proceeding is in the mere act of external fit to rule, his morality, the internal agreement" 5 and therefore the act prior to the manifestation of moral conduct.

Note that in choosing the composition of ethics should be part of the party itself peacefully.

The power to determine the sufficiency and reasonableness for a consensus of interests in society lies in virtue and the knowledge of the reality of the facts by the individual himself.

Strengthen the awareness of proper ethical conduct is essential if the reforms occurring in the legal field to be effective.

Thus, to legally protect the environment, the study of environmental ethics must be evidenced and perfected in the same proportion with which we evolve technologically, since prevention is essential to avoid the risks and occurrence of environmental damage, which may be irreversible. Apart from that we can not, nor should we, give us the luxury of accepting DELAYS in the presentation of effective solutions

5.Ótica Global, Global Ethics

We are therefore participating in the birth of the requirement of a planetary consciousness, in which a dense network of interactions is forming on the surface of the planet, deeply interested in more unpredictable ways to the daily life of every inhabitant of Earth.

The need is an ethics that complies with this new reality of our history, ethics globalized. Reflecting the expression of planetization of human experience, taking as its foundation the territory where humanity interacts.

This holistic view is to respect the diversity of traditions and cultural expressions.

These differences can not interact in a manner antagonistic, as is human nature to do so, because whenever we feel threatened by different, unknown, resulting in loss of opportunity for mutual enrichment.

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Nobody can know what is good for all, if not know the part. The difference thus can not destroy the fellowship.

This perspective does not seek to add any view of a point, beyond what would be impossible to do so, but to establish a cross-sectional view. This only happens when we look at society from this panoramic view, when we see the synchronicity of things and beings. Nothing is detached from the whole.

It is attributed to a holistic ethical conduct of "adaptability, versatility, intercropping, continuous learning, regeneration, recycling and synergy" 6.

Through this holistic view we see the problems arising from the globalization that has affected the world, where all the differences have a common denominator, which is live on this planet. As I said Francisco Victoria, lawyer of Salamanca, "totus orbis, aliquis mode, the republica est a (somehow, the whole orb is a single republic).

Ethics holistic therefore aims to identify, by analyzing the morality of every nation and region, a combination of all parts on a single premise that respects the individuality of each person and yet seek the collective interest of better living on earth.

Creates a consensus on ethical values, valid from a constructivist practice, this is a concern to establish guidelines for coordination of interests:

We realize that all these guidelines are founded on a solidarity intersubjective n, and assume a broader perspective, the basis for a stronger ethics, adapted to the global context.

6. Ethics ecocentric

Homo Sapiens is a living being and as such, shares this common characteristic with all other inhabitants of the world. If one hand has peculiarities such as rationality, has another basic similarities, such as the phases of the whole life cycle: birth, grow, reproduce and die.

However, our existence as human should no longer be regarded as unparalleled.

Mister becomes a broader and deeper conceptualization of our people. We must recognize the existence of feeling, spirit and energy that drives every living being, and therefore, every individual.

Take, for example, a tree. This tree beyond its material part, visible, their existence is spiritual, invisible, so as the soil where it will be planted. Who plants also have a feeling the same way as the one who takes care of the soil. And all these factors will influence the way the plant will develop. These factors also circumstances humanistic reality.

Not recognizing this whole set of invisible parts of existence, and how deeply they are connected, carries a misunderstanding and disregard for the laws of the great nature.

No longer fix our eyes on the special interests of this or that country, this or that region, but will be aware that all interests should be subordinated to a greater interest, namely the preservation of human life on Earth.

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Furthermore, when we speak of an ethics nearest recycling center, we are not attributing intrinsic value and isolated in the middle not suggesting here a "utopian and romantic return to nature," 7

but, to institutionalize an ideological stance where the ecological balance of the system of life must be above any other interests.

This new ethic that all reaches are noble in spirit and feel responsible for the future, not entering the hedonism of modern society, pledging to preserve the environment so that future generations have the opportunity to exist and enjoy a healthy environment.

This new form of conduct in relation to nature is called environmental ethics. It is the nature beginning to be regarded as subjects of law, from one man's awakening to the value of ecology.

In its simplest form we can understand why ecology as a science that studies the relationships among living organisms and their habitat, given the interdependence of both, ie, "mutual influence between one kind of organism and what is called its ecological niche, ie edaphic, climatic and hydrographic on where you live. We then have the self is called ecology. Since a particular ecological niche is not isolated but in symbiosis with others located in outline, the study may expand the set of all these niches, and species that populate it, what is the object of sinecologia,. Finally, you can proceed to consider the totality of living beings, their mutual relations and relations that hold with abiotic factors, which is the biosphere. "8

Environmental Ethics is a conduct of behavior of humans with nature, which is based on environmental awareness and commitment preservationist, aiming at the preservation of life overall.

The protection of nature is not linked to education, wealth or religion. This is a legal, moral and ethics, which places the man versus nature, reflected in actions that undoubtedly will bring favorable results to environmental preservation and therefore improving the quality of life.

The ecological ethics becomes the beginning of a new ideological trend.

The environmental law is not sufficient to curb the ecological disaster, giving an impression as the only viable solution to save the environment, and man, the formation of a new ecological culture, which reverses the pretentious notion that nature is only half and goals for the sole purpose of man.

Everything that exists has its importance and becomes part of this new relationship ethics.

As in all contemporary ethics, requires the appearance of a personal commitment that develops by the individual within it, or is Ethical.

We need to change the consciousness of everyone. "If one individual is capable of reversing the destructive process everyone is able, in person, a course correction." 9

Since here the survival of all beings that inhabit the Earth, transcending the immediate interests and selfish, you do not need a world figure to be environmentally ethical, just believe in the cause and act in the universe they inhabit in order to contribute to improving the world.

We need people who believe, and be participating citizens of the world, thereby building a democratic world and better.

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  From this inner feeling, this feeling to behave in accordance with current needs, not only environmental, like others, found the character of a person.

According to Hans Jonas, this order can be summarized in the following sentence: "Act in such a way that the consequences of your actions are not destructive of nature, life and earth."

The history of biology shows that all species that have managed to stabilize itself on earth did the following strategies for cooperation and solidarity with other species. The means used to counter did not survive.

Conclusion:

Ethics is the science that studies the moral and aims to influence this in accordance with the values and needs of society. .

The world, in recent times has been suffering from a moral disease that is reflected in all spheres of their existence.

This disease is due to the election of incorrect values and empty.

On the environmental issue. The man has been treating nature, a gift from the creator, as a matter to be used in meeting their needs capitalists, taking it more than you need.

This ambition is to have an immeasurable effect. And the environment enters into crisis, requiring immediate action because it affects our survival.

The law, as a science that seeks to resolve conflicts in society, begins to reform and recognizes the right to a healthy environment as a fundamental right of human beings ..

However, the nature of the crisis did not subside, the law does not brake the ecological crisis and the urgency in stopping the degradation of the environment does not allow legal delay.

Is urgent that we reform our acts ethically in relation to nature, thus preceding its manifestation. Since the natural environment, once degraded, can not be joined.

It should form an environmental ethic, an ethic, as well as all those who should seek humanity in the century. XXI, globalized.

From a reform of design man-nature, man must pass to treat her as her equal, preventing it from subdue it. Seeking to form an ethical awareness that considers the preservation of the planet as a central point of his conduct, or an ethical recycling centers.

Realizing its responsibility towards nature and future generations, tends to make a personal commitment which obliges him to perform actions that are not harmful to the environment.

We know that any change to occur you need:

1. Knowing what's wrong, what is indisputable;

2. Knowing that we must change, too unquestioned;

3. Knowing that can change, we must believe;

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4. Knowing that change occurs only through continuous effort.

Thus, only be possible to maintain life on earth if we really believe and fight for the possibility of reversing the current ecological situation.

Change and evolve

As we seek changes, almost always going to have

Powerful reluctance, wanting to Great Fights

Let us never forget the fight it is laborious

It generates in the future harvest of beautiful fruit

For the norm of the universe, will always be observed

Through provision, law of action and reaction

Completing proportion: Great fight and reward

For one who aspires to face fallout

For the know expect to get, persevere

We'll see for sure, the perfection of nature

BIBLIOGRAPHY

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