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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃO CARLOS CLEVER APARECIDO VALENTIN Estudo da degradação de geomembrana de polietileno de alta densidade de 2,5 mm de espessura frente à gasolina, óleo diesel e álcool combustível São Carlos 2008

Tesis Degradacion de Geomembranas Por Combustibles

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Tesis Degradacion de Geomembranas

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO INSTITUTO DE QUMICA DE SO CARLOS

    CLEVER APARECIDO VALENTIN

    Estudo da degradao de geomembrana de polietileno de alta

    densidade de 2,5 mm de espessura frente gasolina, leo diesel e

    lcool combustvel

    So Carlos

    2008

  • CLEVER APARECIDO VALENTIN

    Estudo da degradao de geomembrana de polietileno de alta densidade de 2,5

    mm de espessura frente gasolina, leo diesel e lcool combustvel

    Dissertao apresentada ao Instituto de Qumica de

    So Carlos da Universidade de So Paulo para

    obteno do ttulo de Mestre em Cincias

    rea de Concentrao: Qumica Analtica Orientadora: Profa. Dra. Maria Olmpia de Oliveira

    Rezende

    So Carlos

    2008

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho a Sandra, minha esposa, com muito amor e carinho, pela

    namorada que foi e esposa maravilhosa que est sendo, em todos esses anos de

    convivncia, e tambm ao nosso filho Cleber Felipe, que est complementando

    nossa felicidade.

  • AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, Clovis e Inez grandes responsveis pela concluso desta etapa em minha vida, sem eles teria sido impossvel!

    Ao meu irmo Leonardo, pela importantssima ajuda e incentivo.

    Ao Professor Benedito Bueno, responsvel direto pelo meu crescimento profissional e pessoal, e tambm pela pessoa que .

    Ao Daniel, Marcus, Walter, Danilo, Fagner, Sergio, Paulo, Juliana, Natalia, Ana, Aline, Camila, Julio, Rafael, Thelma, Fernando, Neto pela grande amizade construda, e muitos colegas do Laboratrio de Geossintticos e Departamento de Geotecnia.

    A minha orientadora Maria Olmpia, pela oportunidade e confiana na realizao do trabalho.

    A Maria Diva, pelo auxlio na execuo dos trabalhos, com grande conhecimento e experincia.

    Ao grupo de Biopolmeros e Biomateriais, Ana Plepis, zer e Virgnia, pela ajuda nos testes de DSC e amizade de todos.

    Ao Evaldo (Empresa Proteu), pela construo do equipamento de Difuso.

    A todas as pessoas que contriburam para que o trabalho fosse realizado.

  • RESUMO

    VALENTIN, C. Ap. Estudo da degradao de Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade de 2,5 mm de espessura frente Gasolina, leo Diesel e lcool combustvel. 2008. Dissertao (Mestrado) Instituto de Qumica de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2008.

    Os constantes vazamentos de combustveis derivados do petrleo nos postos de abastecimento tm gerado grande preocupao em diversos pases do mundo. Estes combustveis apresentam em sua composio compostos orgnicos, entre eles os hidrocarbonetos poliaromticos (HPAs) nocivos sade humana. Este trabalho visa ao estudo da eficincia de uma camada de impermeabilizao, constituda por uma Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) de 2,5 mm de espessura. Os estudos se basearam em anlises fsicas (Densidade), mecnicas (Trao e Permeabilidade) e trmicas (Calorimetria Exploratria Diferencial) da geomembrana exposta aos trs combustveis, alm de analisar a estanqueidade por Difuso, na geomembrana intacta. Os resultados mostraram que: a densidade das geomembranas sofre pequenas variaes, e que para um perodo de at 6 meses o parmetro mantido; as resistncias mecnicas apresentam maior influncia nas suas propriedades em relao ao leo diesel e gasolina, e menor para o lcool; os testes de anlise trmica mostram que as cadeias polimricas mantiveram as ligaes atmicas, baseado nas temperaturas de fuso e degradao; os testes de permeabilidade ao vapor dgua mostram que a geomembrana exposta gasolina apresenta tendncia de aumento da permeabilidade em funo do tempo; os resultados dos testes de impermeabilizao a um grupo de compostos policclicos aromticos, mostram que a geomembrana apresenta desempenho menos satisfatrio para os compostos antraceno e naftaleno. A geomembrana de polietileno de alta densidade de 2,5 mm uma boa alternativa na preveno da contaminao pelos compostos estudados, at um perodo aproximado de um ano, tendo em vista seu desempenho no perodo estudado.

    Palavras chave: HPAs, Polietileno, Geomembrana.

  • ABSTRACT

    VALENTIN, C. Ap. Degradation study of the High Density Polyetilene Geomembrane of 2.5 mm thickness front to gasoline, diesel oil and alcohol fuel. 2008. Dissertation Instituto de Qumica de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2008. The constant petrol fuel leaks in gas stations has been caused concern in many countries around the world. This fuel has toxic organic compounds in their composition, like Polyciclic Aromatic Hidrocarbons (PAHs) harmful to the human health. In this work the efficiency of the protection layer with a Hight Density Polyetilene Geomembrane (HDPE) 2.5 mm thickness was used. The study is based upon the physical (density), mecanical (Tensile and Permeability) and thermal tests (Differential Scanning Calorimetry) and was used for the three fuels, as well as the difusion test of intact geomembrane. The results show that the geomembrane density has changed a little bit, holding the standard values up to 6 months; the mecanical resistence decreases in diesel oil and gasoline, and increases in alcohol; the thermic analisys tests show that the polimeric chains maintain the same chemical bonds, based on the melting point and degradation temperature; the water vapor permeability test shows, as the time increases, the water vapor throught the geomembrane which was exposed to gasoline tends to increase; the results of impermeabilization test of a poliaromatic compound group shows that the geomembrane is less efective to antracene and naftalene compounds. The hight density polyethylene geomembrane of 2.5 mm thickness is a good alternative preventing contamination of water and soil, by the compounds under stusy, about up to one year, based on this time of study performance.

    Key words: PAHs, Polyetilene, Geomembrane.

  • SUMRIO LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................i

    LISTA DE TABELAS.................................................................................................viii

    LISTA DE SIGLAS......................................................................................................xi

    1 INTRODUO 1.1 Generalidades...........................................................................................20

    1.2 Justificativa................................................................................................24

    1.3 Objetivos....................................................................................................26 2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Introduo

    2.1.1 Tanques de armazenamento de combustveis............................27

    2.2 Hidrocarbonetos aromticos......................................................................29

    2.3 Hidrocarbonetos poliaromticos................................................................30

    2.4 Polietileno..................................................................................................33

    2.5 Densidade do polmero..............................................................................34

    2.6 Cristalinidade.............................................................................................37

    2.7 Revestimento com geomembranas de PEAD...........................................39

    2.8 Antioxidantes.............................................................................................42

    2.8.1 Mecanismo de oxidao..............................................................43

    2.9 Cargas (fillers)...........................................................................................45 2.10 Propriedades mecnicas.........................................................................47

    2.11 Resistncia trao................................................................................49

    2.12 Anlise trmica........................................................................................53

    2.13 Calorimetria exploratria diferencial (DSC).............................................54 2.14 Permeabilidade........................................................................................56

  • 2.15 Permeao atravs de filmes polimricos...............................................58

    2.16 Cromatografia..........................................................................................60

    2.17 Cromatografia gasosa.............................................................................61

    2.18 Detector (Espectrometria de massas).....................................................63 2.19 Extrao em fase slida (SPE)................................................................65

    3 MATERIAIS E MTODOS 3.1 Combustveis............................................................................................67

    3.2 Geomembrana de polietileno de alta densidade.......................................67

    3.3 Reservatrios dos ensaios de compatibilidade.........................................68

    3.4 Ensaio de densidade.................................................................................69

    3.5 Ensaio de trao........................................................................................69

    3.6 Calorimetria exploratria diferencial (DSC)...............................................70 3.7 Permeabilidade ao vapor dgua...............................................................70

    3.8 Difuso.......................................................................................................71

    3.9 Cromatografia gasosa...............................................................................73

    3.10 Metodologias

    3.10.1 Preparao preliminar da amostra.............................................74

    3.10.2 Reservatrio de combustveis....................................................74

    3.10.3 Ensaio de densidade.................................................................75

    3.10.4 Ensaio de trao........................................................................75

    3.10.5 Ensaio de calorimetria exploratria diferencial (DSC)...............76 3.10.6 Ensaio de permeabilidade ao vapor dgua...............................76

    3.10.7 Ensaio de difuso......................................................................76

    3.10.8 Extrao em fase slida e cromatografia gasosa......................77

    3.10.9. Ensaios de recuperao...........................................................78

  • 4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Ensaio de densidade.................................................................................79

    4.2 Ensaio de trao

    4.2.1 Tenso de escoamento...............................................................82

    4.2.2 Mdulo de elasticidade................................................................90

    4.2.3 Tenso de ruptura........................................................................93

    4.3 Calorimetria exploratria diferencial........................................................101

    4.4 Permeabilidade ao vapor dgua.............................................................108

    4.5 Difuso dos contaminantes.....................................................................111

    5 CONCLUSES.....................................................................................................115 6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.....................................................................116 7 ANEXOS...............................................................................................................121

  • Lista de Figuras

    Figura 1 Crescimento populacional mundial ......................................................... 23

    Figura 2 Crescimento do consumo de energia....................................................... 23

    Figura 3 Porcentagem dos causadores de contaminao..................................... 28

    Figura 4 Estrutura tpica de alguns hidrocarbonetos aromticos........................... 30

    Figura 5 Estrutura de alguns hidrocarbonetos poliaromticos............................... 32

    Figura 6 Representao esquemtica da estrutura do PEAD................................ 35

    Figura 7 - Grfico de comparao de densidades de diversos materiais................. 37

    Figura 8 - Estrutura das cadeias dos diferentes tipos de polietileno: (a) alta densidade, (b) baixa densidade e (c) linear de baixa densidade.............................. 38 Figura 9 - Representao esquemtica de uma matriz polimrica mostrando as

    regies cristalinas...................................................................................................... 39

    Figura 10 - Filme de polietileno de alta densidade revestindo uma lagoa................ 41

    Figura 11 Propriedade do polmero vs. carga (filler) e o enchimento extender..................................................................................................................... 48

    Figura 12 - Curva geral tenso-deformao de um termoplstico tpico................... 50

    Figura 13 - Curva tenso-deformao....................................................................... 51

    Figura 14 Dimenses dos corpos de prova utilizados nos ensaios........................ 53

    Figura 15 - Curva DSC tpica para polmeros orgnicos........................................... 56

    Figura 16 - Suporte para o teste de transmisso de vapor dagua........................... 58

    Figura 17 - Concentrao da permeao de solventes orgnicos............................ 61

    Figura 18 - Separao por interaes analito-fase estacionria............................... 62

  • Figura 19 Esquema das partes bsicas de um cromatgrafo gasoso simples...... 64

    Figura 20 - Sistema analtico para extrao em fase slida (SPE)........................... 67 Figura 21 Bobina de geomembrana de PEAD 2,5 mm.......................................... 68

    Figura 22 Armazenamento das placas nos reservatrios...................................... 69

    Figura 23 Mquina universal de ensaios EMIC utilizada nos ensaios de trao ...71

    Figura 24 Recipiente e balana semi-analtica utilizados no ensaio de

    permeabilidade ao vapor........................................................................................... 72

    Figura 25 Permemetro para isolamento............................................................... 73

    Figura 26 Geomembrana exposta gasolina variao mdia de densidade......81

    Figura 27 Geomembrana exposta ao lcool Geomembrana exposta ao leo

    diesel..........................................................................................................................81

    Figura 28 Geomembrana exposta ao leo diesel variao mdia de

    densidade...................................................................................................................82

    Figura 29 Geomembrana exposta a gasolina - variao mdia da tenso de

    escoamento ...............................................................................................................87

    Figura 30 Geomembrana exposta ao lcool - variao mdia da tenso de

    escoamento ...............................................................................................................88

    Figura 31 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao mdia da tenso de

    escoamento ...............................................................................................................88

    Figura 32 Geomembrana exposta a gasolina - variao mdia da deformao de

    escoamento ...............................................................................................................89

    Figura 33 Geomembrana exposta ao lcool - variao mdia da deformao de

    escoamento ...............................................................................................................89

    Figura 34 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao mdia da deformao

    de escoamento...........................................................................................................90

  • Figura 35 Geomembrana exposta a gasolina - variao mdia do mdulo............92

    Figura 36 Geomembrana exposta ao lcool - variao mdia do mdulo..............92

    Figura 37 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao mdia do mdulo......93

    Figura 38 Geomembrana exposta a gasolina - variao mdia da tenso de

    ruptura........................................................................................................................98

    Figura 39 Geomembrana exposta ao lcool - variao mdia da tenso de

    ruptura.......................................................................................................................99

    Figura 40 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao mdia da tenso de

    ruptura.......................................................................................................................99

    Figura 41 Geomembrana exposta a gasolina - variao mdia da deformao de

    ruptura......................................................................................................................100

    Figura 42 Geomembrana exposta ao lcool - variao mdia da deformao de

    ruptura......................................................................................................................100

    Figura 43 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao mdia da deformao

    de ruptura.................................................................................................................101

    Figura 44 Calorimetria de Varredura Diferencial geomembrana exposta

    gasolina....................................................................................................................102

    Figura 45 Calorimetria de Varredura Diferencial geomembrana exposta ao

    lcool........................................................................................................................102

    Figura 46 Calorimetria de Varredura Diferencial geomembrana exposta ao leo

    Diesel........................................................................................................................103

    Figura 47 Geomembrana exposta a gasolina variao da temperatura de

    fuso.........................................................................................................................104

    Figura 48 Geomembrana exposta ao lcool - variao da temperatura de

    fuso.........................................................................................................................104

  • Figura 49 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao da temperatura de

    fuso.........................................................................................................................105

    Figura 50 Geomembrana exposta a gasolina - variao da temperatura de

    degradao...............................................................................................................105

    Figura 51 Geomembrana exposta ao lcool - variao da temperatura de

    degradao...............................................................................................................106

    Figura 52 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao da temperatura de

    degradao...............................................................................................................106

    Figura 53 Geomembrana exposta a gasolina - variao da cristalinidade............107

    Figura 54 Geomembrana exposta ao lcool - variao da cristalinidade..............107

    Figura 55 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao da cristalinidade......108

    Figura 56 Geomembrana exposta gasolina - variao da permeabilidade ao

    vapor dgua.............................................................................................................109

    Figura 57 Geomembrana exposta ao lcool - variao da permeabilidade ao vapor

    dgua.......................................................................................................................110

    Figura 58 Geomembrana exposta ao leo diesel - variao da permeabilidade ao

    vapor dgua.............................................................................................................110

    Figura 59 Curvas da concentrao de cada composto presente na gua pela

    anlise da difuso.....................................................................................................113

    Figura 60 Ensaio de trao da amostra intacta - longitudinal.............................. 121

    Figura 61 Ensaio de trao da amostra intacta transversal ............................. 121

    Figura 62 Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 2 meses

    longitudinal ............................................................................................................. 122

    Figura 63 Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 2 meses

    transversal............................................................................................................... 122

  • Figura 64 Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 4 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 123

    Figura 65 - Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 4 meses

    transversal............................................................................................................... 123

    Figura 66 - Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 6 meses

    longitudinal ............................................................................................................. 124

    Figura 67- Ensaio de trao da geomembrana exposta gasolina 6 meses

    transversal............................................................................................................... 124

    Figura 68 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 2 meses

    longitudinal ............................................................................................................. 125

    Figura 69 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 2 meses

    transversal............................................................................................................... 125

    Figura 70 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 4 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 126

    Figura 71 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 4 meses

    transversal............................................................................................................... 126

    Figura 72 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 6 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 127

    Figura 73 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao lcool 6 meses

    transversal............................................................................................................... 127

    Figura 74 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 2 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 128

    Figura 75 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 2 meses

    transversal............................................................................................................... 128

  • Figura 76 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 4 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 129

    Figura 77 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 4 meses

    transversal............................................................................................................... 129

    Figura 78 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 6 meses

    longitudinal.............................................................................................................. 130

    Figura 79 - Ensaio de trao da geomembrana exposta ao leo diesel 6 meses

    transversal............................................................................................................... 130

    Figura 80 - Ensaio de DSC geomembrana intacta................................................. 131

    Figura 81 - Ensaio de DSC geomembrana exposta gasolina-2 meses............... 131

    Figura 82 - Ensaio de DSC geomembrana exposta gasolina-4 meses............... 132

    Figura 83 - Ensaio de DSC geomembrana exposta gasolina-6 meses............... 132

    Figura 84 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao lcool-2 meses................ 133

    Figura 85 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao lcool-4 meses................. 133

    Figura 86 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao lcool-6 meses................. 134

    Figura 87 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao leo diesel-2 meses......... 134

    Figura 88 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao leo diesel-4 meses......... 135

    Figura 89 - Ensaio de DSC geomembrana exposta ao leo diesel-6 meses......... 135

    Figura 90 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana intacta................. 136

    Figura 91 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta gasolina

    meses...................................................................................................................... 136

    Figura 92 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta gasolina 4

    meses...................................................................................................................... 137

    Figura 93 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta gasolina 6

    meses...................................................................................................................... 137

  • Figura 94 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao lcool 2

    meses...................................................................................................................... 138

    Figura 95 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao lcool 4

    meses...................................................................................................................... 138

    Figura 96 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao lcool 6

    meses...................................................................................................................... 139

    Figura 97 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao leo

    diesel 2 meses ........................................................................................................ 139

    Figura 98 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao leo

    diesel 4 meses......................................................................................................... 140

    Figura 99 - Ensaio de permeabilidade ao vapor geomembrana exposta ao leo

    diesel 6 meses......................................................................................................... 140

    Figura 100 Teste de recuperao 1..................................................................... 141

    Figura 101 Teste de recuperao 2..................................................................... 142

    Figura 102 Amostra de solo contaminado............................................................ 143

    Figura 103 Amostra 1 (primeiro ms)................................................................... 144 Figura 104 Amostra 2 (segundo ms).................................................................. 145 Figura 105 Amostra 3 (terceiro ms).................................................................... 146 Figura 106 Amostra 4 (quarto ms)..................................................................... 147 Figura 107 Amostra 5 (quinto ms)...................................................................... 148 Figura 108 Amostra 6 ( sexto ms)...................................................................... 149

  • Lista de Tabelas

    Tabela 1 reas contaminadas do Estado de So Paulo ....................................... 28 Tabela 2 - Comparao entre as principais propriedades do PEBD, PELBD e PEAD

    ................................................................................................................................... 34

    Tabela 3 - Tabela de diversas propriedades das geomembranas de PEAD-lisa,

    manual tcnico.......................................................................................................... 43

    Tabela 4 Tabela dos valores das dimenses dos Corpos de prova........................54

    Tabela 5 - Tcnica de anlise trmica mais utilizadas.............................................. 55

    Tabela 6 Valores de densidade e resistncia trao............................................69

    Tabela 7 Resultados dos testes de densidade amostra intacta.......................... 79

    Tabela 8 - Resultados dos testes densidade geomembrana em contato com

    gasolina..................................................................................................................... 79

    Tabela 9 - Resultados dos testes densidade geomembrana em contato com

    lcool......................................................................................................................... 80

    Tabela 10 - Resultados dos testes densidade geomembrana em contato com leo

    diesel......................................................................................................................... 80

    Tabela 11 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana intacta........ 83

    Tabela 12 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com gasolina (perodo de 2 meses).......................................................................... 83 Tabela 13 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com gasolina (perodo de 4 meses).......................................................................... 83

  • Tabela 14 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com gasolina (perodo de 6 meses).......................................................................... 84 Tabela 15 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com lcool (perodo de 2 meses).............................................................................. 84 Tabela 16 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com lcool (perodo de 4 meses)............................................................................. 85 Tabela 17 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com lcool (perodo de 6 meses)............................................................................. 85 Tabela 18 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com leo diesel (perodo de 2 meses)..................................................................... 86 Tabela 19 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com leo diesel (perodo de 4 meses)..................................................................... 86 Tabela 20 - Tenses e deformaes de escoamento geomembrana em contato

    com leo diesel (perodo de 6 meses)...................................................................... 86 Tabela 21 - Mdulos de elasticidade (MPa) sentido longitudinal........................... 91 Tabela 22 - Mdulos de elasticidade (MPa) sentido transversal............................ 91 Tabela 23 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana intacta................ 94

    Tabela 24 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    gasolina (2 meses).................................................................................................... 94 Tabela 25 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    gasolina (4 meses).................................................................................................... 94 Tabela 26 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    gasolina (6 meses).................................................................................................... 95 Tabela 27 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    lcool (2 meses)........................................................................................................ 95

  • Tabela 28 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    lcool (4 meses)........................................................................................................ 96 Tabela 29 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    lcool (6 meses)........................................................................................................ 96 Tabela 30 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    leo diesel (2 meses)................................................................................................ 97 Tabela 31 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    leo diesel (4 meses)................................................................................................ 97 Tabela 32 - Tenses e deformaes de ruptura geomembrana em contato com

    leo diesel (6 meses)................................................................................................ 97 Tabela 33 - Tabela de resultados do teste de calorimetria exploratria diferencial

    temperatura de fuso, temperatura de degradao e cristalinidade........................103

    Tabela 34 Resultados de permeabilidade ao vapor..............................................109

    Tabela 35 Testes de recuperao dos HPAs........................................................111

    Tabela 36 Compostos e concentraes encontradas...........................................112

    Tabela 37 - Compostos e concentraes encontradas em cada perodo de anlise,

    em ppb e %..............................................................................................................112

  • Lista de Siglas

    ASTM American society test method

    BTEX Benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos

    CADAC Cadastro de acidentes ambienais

    CETESB Companhia de tecnologia de saneamento ambiental

    CG Cromatografia gasosa

    EPA Environmental protection agency

    HPAS Hidrocarbonetos policclicos aromticos

    PEAD Polietileno de alta densidade

    PEBD Polietileno de baixa densidade

    PELBD Polietileno linear de baixa densidade

    PTFE Politetrafluoretileno

    RMSP Regio metropolitana de So Paulo

    SASC Sistema de armazenamento subterrneo de combustveis

    SPE Solid phase extraction

  • Introduo_________________________________________________________ 20

    1. INTRODUO

    1.1. Generalidades

    No contexto mundial, o armazenamento de combustveis automotivos

    em tanques subterrneos considerado potencialmente poluidor. A

    ocorrncia de vazamentos no seu armazenamento pode comprometer a

    qualidade do solo, dos aqferos subterrneos e, conseqentemente, afetar a

    sade humana.

    Nesse contexto, o processo de armazenamento dos combustveis tem

    sido de grande interesse nas ltimas dcadas.

    Na dcada de 1980, a Agncia Americana de Proteo Ambiental

    (EPA) estipulou um prazo de dez anos (1988-1998) para que os proprietrios de Sistemas de Armazenamento Subterrneo de Combustveis (SASC) cumprissem as exigncias tcnicas de substituio de seus equipamentos e

    conseqente implantao de medidas preventivas (EPA, 2004). No Brasil, o processo de licenciamento ambiental que visa adequao das atividades de

    SASC passou a ser obrigatrio a partir da Resoluo CONAMA-273, de 29

    de novembro de 2000. Esta resoluo estabelece o cadastramento e o

    licenciamento ambiental de postos e sistemas retalhistas de combustveis. A

    partir da Resoluo SMA-5, de 28 de maro de 2001, o Setor de

    Planejamento de Aes Especiais da CETESB fez o cadastramento ambiental de 8.489 postos e sistemas retalhistas de combustveis no Estado

    de So Paulo sendo 1.874 na capital, 5.544 no interior e 2.945 na Regio

    Metropolitana, incluindo o Municpio de So Paulo e criou uma agenda

  • Introduo_________________________________________________________ 21

    fixando o prazo de cinco anos para que os estabelecimentos em operao

    fossem licenciados. (CETESB, 2005) De acordo com o levantamento do Cadastro de Acidentes Ambientais

    da CETESB (CADAC), no perodo de 1984 a 2004 as situaes emergenciais de vazamentos de combustveis automotivos em postos e sistemas

    retalhistas de combustveis no estado de So Paulo, corresponderam a

    aproximadamente 9% (550) do total de casos registrados (5.884). Essas atividades comerciais tambm so responsveis pelo elevado nmero de

    reas contaminadas. At novembro de 2004, a CETESB tinha registrado

    1.336 reas contaminadas. Desse total, 69 % (931) foram causadas por vazamentos de postos de combustveis (CETESB, 2005). Ainda segundo dados das reas contaminadas no estado de So

    Paulo, a maior concentrao dessas reas encontra-se no municpio de So

    Paulo (397), o que possivelmente est associado maior concentrao desses estabelecimentos na capital. Dados da Prefeitura indicam a existncia

    de 2.267 postos de combustveis no municpio (CETESB, 2005). Como fatores significativos que contribuem para o elevado nmero de

    ocorrncias dessa natureza, incluem-se os envelhecimentos dos tanques,

    das tubulaes e acessrios nos locais de armazenamento de combustvel.

    Os acidentes ambientais em postos e sistemas retalhistas de

    combustveis, com destaque para o comrcio varejista de combustveis automotivos, caracterizam-se como uma importante fonte de contaminao

    do solo e de guas subterrneas, principalmente nas regies metropolitanas

    (CETESB, 2005).

  • Introduo_________________________________________________________ 22

    O processo de contaminao pode ser de extrema gravidade, visto

    que estes ambientes apresentam-se confinados como galerias subterrneas

    de concessionrias pblicas ou privadas, gerando riscos de incndio e

    exploso.

    Cole (1994) menciona que outra sria conseqncia dessas ocorrncias so os incmodos causados pelo odor de combustvel quando

    este atinge o interior de residncias e estabelecimentos comerciais. Este

    processo expe os seres humanos a substncias txicas, entre as quais

    esto os hidrocarbonetos monoaromticos, mais conhecidos como BTEX

    (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos). Embora no seja muito comum tambm possvel ocorrer contaminao das redes de abastecimento de gua

    potvel por meio da migrao de poluentes para o interior das tubulaes.

    (CETESB, 2003). O constante crescimento populacional acoplado ao grande

    consumismo por produtos de melhor qualidade resultam em uma poluio

    mundial em escala massiva. A poluio ambiental pode ser dividida entre as

    categorias; gua, ar e solo, mas todas elas esto interligadas. Por exemplo,

    alguns gases emitidos para a atmosfera podem ser convertidos em cidos

    fortes atravs de processos qumicos atmosfricos, caindo no solo na forma

    de chuva cida. Disposio imprpria de resduos perigosos pode lixiviar para

    as guas subterrneas liberando eventualmente fluxos de contaminantes

    para a gua. (MANAHAN, 1999). O crescimento da populao mundial e do consumo de energia entre

    1890 e 1990, que trouxe como conseqncia o aumento na gerao de

    resduos e poluio ambiental, so mostrados nas Figuras 1 e figura 2.

  • Introduo_________________________________________________________ 23

    Figura 1 Crescimento da populao mundial (ADAPTADO DE REEVE, 2002).

    Figura 2 Crescimento do consumo de energia (ADAPTADO DE REEVE, 2002).

    Como uma segunda categoria de fonte de contaminao do solo e das

    guas subterrneas, esto includas as fontes projetadas para armazenar, tratar e/ou dispor substncias no solo. Entre estas possveis fontes esto

    reunidas as reas de disposio de resduos (aterros sanitrios e industriais, lixes, bota-fora etc.); lagoas de armazenamento e tratamento de vrios tipos de efluentes industriais, depsitos ou pilhas de resduos de minerao;

  • Introduo_________________________________________________________ 24

    tanques de armazenamento de substncias, areos ou subterrneos

    (LAGREGA, 2001). Os hidrocarbonetos policclicos aromticos (HPAs) tambm formam um grande grupo de compostos com ocorrncias freqentes no meio

    ambiente, por fontes de contaminao natural e antropognica. Quando dois

    ou mais anis benznicos podem estar unidos, dividindo pares de tomos de

    carbonos, estes so conhecidos como HPAs.

    Presente nos combustveis automotivos, gasolina e leo diesel, os

    HPAs fazem parte de uma importante classe de contaminantes dos solos e

    de guas subterrneas, por trazerem grandes prejuzos sade humana. Neste sentido, considerando as informaes sobre acidentes envolvendo tais

    substncias, principalmente os vazamentos em tanques de armazenamento,

    estudos de preveno so fundamentais para a preveno de certas

    doenas, alm de buscar preservar a gua de boa qualidade para as

    geraes futuras.

    1.2. Justificativa

    Com o aumento das frotas de veculos automotivos movidos a lcool,

    gasolina e leo diesel, principalmente nos grandes centros urbanos,

    houve tambm um conseqente acrscimo no nmero de postos de

    abastecimento. Isto remete a uma maior probabilidade de ocorrncias de

    vazamentos em tanques de armazenamento. Dessa forma, o trabalho visa

    estudar a aplicao de uma camada de proteo, composta por

    Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade, junto aos tanques de

  • Introduo_________________________________________________________ 25

    armazenamento, para que eventuais vazamentos ou derrames estejam confinados em uma rea conhecida e relativamente pequena.

    Os resultados desta pesquisa tm aplicao prtica imediata j que possibilita da aplicao de procedimentos de remediao ou remoo e

    disposio dos solos, no processo de contaminao dos solos e das

    guas subterrneas. Desta forma, trata-se de uma contribuio de grande

    dimenso, tendo em vista que a permeao de certos compostos atravs

    do solo e conseqente contaminao de lenis de gua subterrnea

    ocasionam srios problemas para toda a populao.

  • Objetivos__________________________________________________________ 26

    1.3. Objetivo

    O objetivo do trabalho avaliar as propriedades mecnicas e estruturais de uma Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade de 2,5

    mm, por meio de ensaios de Resistncia Mecnica, Anlise Trmica,

    Permeabilidade e estanqueidade, frente a hidrocarbonetos policclicos

    aromticos (HPAs). As informaes obtidas a partir dos ensaios permitiro avaliar tanto a

    possibilidade da sua aplicao como barreira de proteo aos

    combustveis estudados, como tambm servir como base de clculo do

    perodo de espera para o tratamento da regio contaminada.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 27

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. Introduo

    2.1.1 Tanques de armazenamento de combustveis

    A origem das reas contaminadas est relacionada ao

    desconhecimento, em pocas passadas, de procedimentos seguros para

    manejo de substncias perigosas, ao desrespeito a esses procedimentos seguros e ocorrncia de acidentes ou vazamentos durante o

    desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de

    armazenamento de matrias primas e produtos.

    A existncia de uma rea contaminada pode gerar srios problemas,

    entre os quais podem-se citar os danos sade humana, comprometimento

    da qualidade dos recursos hdricos, restries ao uso do solo e danos ao

    patrimnio pblico e privado, com desvalorizao das propriedades e danos

    ao meio ambiente.

    Em maio de 2002, a CETESB divulgou a existncia de 255 reas

    contaminadas no estado de So Paulo. Em outubro de 2003 este nmero

    passou para 727, em novembro de 2004 para 1.336, e em maio de 2005 a

    lista foi novamente atualizada, totalizando 1.504 reas contaminadas. Na

    Tabela 1 apresentada a distribuio das reas contaminadas do estado de

    So Paulo.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 28

    Tabela 1 reas contaminadas do Estado de So Paulo Maio 2005 (ADAPTADO DE CETESB, 2003)

    Regio/Atividade Comercial Industrial Resduos Postos de Combustvel

    Acidentes Desconhecidos

    Total

    So Paulo 28 42 20 398 2 490 * RMSP outros 11 70 11 222 4 318

    Interior 44 84 21 332 9 490 Litoral 10 31 10 63 1 115

    Vale do Paraba 1 19 0 71 0 91 Total 94 246 62 1.086 16 1.504

    * RMSP Regio Metropolitana de So Paulo

    A partir da Tabela 1, verifica-se que os postos de combustveis so a

    atividade com o maior nmero de registros: 1086 (73% do total), seguidos das atividades industriais com 246 (16%), das atividades comerciais com 94 (6%), das instalaes para destinao de resduos com 62 (4%) e dos casos de acidentes e fonte de contaminao de origem desconhecida com 16 (1%). A Figura 3 ilustra em termos percentuais essa distribuio de causadores de

    contaminao.

    Figura 3 Porcentagem de causadores de contaminao

    O aumento no nmero de reas contaminadas na lista de maio de

    2005 em relao de 2004 deveu-se ao rotineira de licenciamento e

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 29

    controle sobre os postos de combustveis, as fontes industriais, comerciais,

    de tratamento e disposio de resduos e ao atendimento aos casos de

    acidentes.

    Os principais grupos de contaminantes encontrados nas reas

    contaminadas foram: combustveis lquidos, solventes aromticos,

    hidrocarbonetos policclicos aromticos (HPAs), espcies metlicas e solventes halogenados.

    2.2. Hidrocarbonetos aromticos

    Os hidrocarbonetos aromticos podem ser divididos em duas classes

    principais: os que possuem somente um anel benznico e os que possuem

    mltiplos anis, conhecidos como Hidrocarbonetos Policclicos Aromticos

    (HPAs). Os hidrocarbonetos aromticos que apresentam dois anis, entre eles o naftaleno, apresentam comportamento intermedirio. Alguns desses

    compostos tpicos so mostrados na Figura 4.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 30

    Figura 4 Estrutura tpica de alguns hidrocarbonetos aromticos

    Os seis primeiros compostos mostrados na Figura 4 esto entre os 50

    mais fabricados por ano, podendo ser considerados as mais comuns fontes

    de poluio (MANAHAN, 2001).

    2.3. Hidrocarbonetos Poliaromticos

    Muitos hidrocarbonetos poliaromticos (HPAs) encontrados em traos so carcinognicos para mamferos, fazendo com que sua ocorrncia no

    meio ambiente gere grande preocupao. Eles so absorvidos em materiais

    particulados que podem estar presentes em amostras de gua, sendo,

    tambm, solveis em gua em alguma extenso. Pelo menos uma centena

    desses compostos tem sido detectada e caracterizada em amostras

    ambientais. A estrutura bsica da molcula consiste em anis benznicos

    fundidos juntos ou ligados por cadeias laterais metlicas. Esses compostos podem ser produzidos por degradaes bioqumica

    de outros compostos orgnicos em condies convenientes. Podem ocorrer

    no meio ambiente pela combusto de materiais, como madeira ou folhas.

    Outra origem dos compostos aromticos dos quais os HPAs podem derivar

    inclui o leo cru que pode conter 20% em massa de compostos dicclicos.

    Gorduras cidas insaturadas, terpenides e esterides podem tambm ser

    precursores potenciais de HPAs. Alguns desses HPAs assim formados so

    relativamente estveis para sofrerem biodegradaes. A conseqncia

    desses compostos no meio ambiente tem sido estudada, mas dificuldades

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 31

    analticas impedem que sejam realizados exames em maiores quantidades de amostras, necessrios em estudos detalhados (CROMPTON, 1985).

    A Figura 5 mostra a estrutura de alguns HPAs estudados neste

    trabalho, com alta expectativa de serem encontrados nas amostras do estudo

    de difuso atravs da geomembrana. (EPA 8310)

    Naftaleno

    Antraceno

    FenantrenoAcenaftileno Acenafteno Fluoreno

    Fluoranteno Pireno Benzo(a)antraceno

    Criseno Benzo(a)pireno

    Benzo(g,h,i)pirileno Benzo(b)fluoranteno

    Benzo(k)fluoranteno Dibenzo(a,h)antraceno Indeno(1,2,3-c,d)pireno

    Figura 5 Estrutura de alguns Hidrocarbonetos Poliaromticos

    Existe uma srie de hidrocarbonetos do tipo benznico que contem

    vrios anis de seis membros, conectados por meio do compartilhamento de

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 32

    um par de tomos de carbono adjacentes, que unem anis condensados. O exemplo mais simples o naftaleno, C10H8.

    Do ponto de vista terico, existem duas maneiras de condensar um

    terceiro anel benznico a dois carbonos do naftaleno; uma delas resulta em

    um arranjo linear dos centros dos anis (ncleos), enquanto o outro um arranjo ramificado. Tanto o antraceno como o fenantreno, mostrados na Figura 5, so poluentes associados combusto incompleta, especialmente

    de madeira e carvo, sendo tambm emitidos para o ambiente pelos

    depsitos de lixo de plantas industriais, que convertem o carvo em

    combustvel gasoso, e pelas refinarias de petrleo e xisto. Em rios e lagos,

    encontram-se principalmente ligados a sedimentos, e no dissolvidos na

    gua; subseqentemente incorporando-se em parte a mexilhes de gua

    doce (BAIRD, 2002). Como fontes antropognicas de poluio incluem-se os motores dos

    veculos (particularmente os motores a diesel), fornos de cozimento, fabricao de asfalto, fornos de combustveis fsseis, cigarros e churrascos.

    Os HPAs podem ser formados por alguma fonte de hidrocarboneto pela

    combusto incompleta devido a uma falta de oxignio. Hidrocarbonetos com

    cadeia longa saturada, como o metano ou n-octano so menos propcios a

    formar os HPAs, enquanto os hidrocarbonetos cclicos, como os encontrados

    em diesel e leos combustveis, apresentam-se com maior probabilidade

    para formar os HPAs. A proximidade dessas estruturas de hidrocarbonetos

    com os HPAs facilitam sua formao. O aumento do uso de combustveis

    fsseis tem aumentado a exposio humana a esses compostos. No Reino

    Unido, antes da introduo do Clean Air Act (1956), as lareiras domsticas

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 33

    eram as maiores fontes de HPAs, com a tendncia de serem absorvidas

    pelas superfcies das fuligens e partculas de fumaa. A relao entre a

    fuligem de chamins e o cncer foi reconhecida no sculo XIX. Os nveis de

    HPAs na atmosfera urbana seguiram decaindo aps a introduo do Clear Air

    Act, tendo um aumento devido s emisses dos motores a diesel com

    manuteno mal feita (ONEILL, 1985).

    2.4. Polietileno

    O Polietileno (PE) um material termoplstico, claro a esbranquiado, translcido e freqentemente fabricado sob a forma de filmes finos. As

    sees mais espessas so translcidas e tm um aspecto ceroso.

    Recorrendo utilizao de corantes, pode obter-se uma grande variedade de

    produtos coloridos (WILLIAM, 1998). Um comparativo de algumas das principais propriedades dos

    polietilenos e suas respectivas nomenclaturas; Polietileno de Baixa

    Densidade (PEBD), Polietileno Linear de Baixa Densidade (PELBD) e Polietileno de Alta Densidade (PEAD) mostrada na Tabela 2.

    Tabela 2 Comparao entre as principais propriedades do PEBD, PELBD E

    PEAD (ADAPTADO DE DOAK, 1986) e (ADAPTADO DE WILLIAN, 1998)

    Propriedade PEBD PELBD PEAD Temperatura de Fuso (oC) 110 120 130 > 130

    Densidade (g/cm3) 0,920 0,920 0,940 0,940 0,970 Resistncia Trao (MPa) 24 37 43 Cristalinidade (%) 50 - 70 --- < 95

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 34

    A Figura 6 representa o esquema da estrutura de uma cadeia

    polimrica de PEAD, mostrando as ligaes entre os tomos de carbono e

    carbono e hidrognio.

    Figura 6 Representao esquemtica da estrutura molecular do PEAD

    2.5. Densidade do polmero

    A densidade de um material reflete a sua estrutura qumica e a sua

    organizao molecular. Assim, as regies cristalinas so mais compactas,

    enquanto que as regies amorfas so as mais volumosas. Os materiais

    polimricos so todos comparativamente leves, como se v na Figura 7, em

    que esto listadas as suas densidades em comparao com outros materiais.

    A maior parte dos polmeros apresenta densidade na faixa 0,9 1,5, com a

    maior concentrao de valores em torno de 1. A presena de halognios

    conduz a maiores densidades, especialmente no politetraflor-etileno,

    produto totalmente halogenado, em que a densidade atinge 2,3. Observa-se

    que, em geral, os materiais no-polimricos tm densidade muito maior,

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 35

    especialmente os metais (por exemplo, ferro em densidade 7-8) (MANO, 1991).

    A densidade ou gravidade especfica de um plstico pode ser

    calculada conforme a equao (ASTM D 792).

    d (g/cm3) = a / (a w) x b (Equao 1)

    Em que:

    d = densidade calculada

    a = massa aparente da amostra

    b = densidade do solvente usado

    w = massa submersa da amostra

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 36

    Figura 7 Grfico de comparao de densidades de diversos materiais

    (ADAPTADO DE MANO, 1991)

    As estruturas das cadeias do polietileno de baixa densidade e alta

    densidade esto representadas na Figura 8. O polietileno de baixa densidade

    tem uma estrutura de cadeia ramificada, o que diminui o seu grau de

    cristalinidade e de densidade. A estrutura ramificada tambm faz reduzir a

    resistncia mecnica do polietileno de baixa densidade, j que reduz as

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 37

    foras de ligao intermoleculares. Ao contrrio, o polietileno de alta

    densidade tem poucas ramificaes na cadeia principal, permitindo um

    arranjo mais compacto entre as cadeias, resultando no aumento da cristalinidade e de sua resistncia mecnica (WILLIAN, 1998).

    Figura 8 Estrutura das cadeias dos diferentes tipos de Polietileno: (a) Alta Densidade, (b) Baixa Densidade e (c) Linear de Baixa Densidade (ADAPTADO DE WILLIAN, 1998).

    2.6. Cristalinidade

    Uma molcula apresenta regularidade estrutural, porque as ligaes

    covalentes determinam um nmero especfico de vizinhos para cada tomo e

    a orientao no espao dos mesmos. Portanto, uma repetio deve existir ao

    longo de um polmero linear. A maioria dos materiais de interesse para o

    engenheiro tem arranjos atmicos, que tambm so repeties, nas trs dimenses, de uma unidade bsica. Tais estruturas so denominadas cristais

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 38

    e sua repetio tridimensional devida coordenao atmica no interior

    do material e, adicionalmente, esta repetio, algumas vezes, controla a

    forma externa do material (VAN VLACK 2004). Quando um polmero tiver uma estrutura altamente estreo regular

    com pouca ou nenhuma ramificao, ou quando tiver grupos muito polares

    que resultem em fortes interaes do tipo dipolo-dipolo, podem existir como

    formas cristalinas. Tal cristalinidade diferente da daqueles compostos de

    baixa massa molecular, mas existem em regies da matriz polimrica onde a

    ordem molecular dos polmeros tiver alinhamentos termodinamicamente

    favorvel. O modelo Fringed Micelle define cristalinidade em termos de

    regies, chamadas cristalitos, os quais algumas cadeias polimricas, em

    particular, podem se estender atravs de um nmero de cristalitos, como

    mostra a Figura 9 (STEVENS, 1990).

    Figura 9 Representao esquemtica de uma matriz polimrica mostrando as

    regies cristalinas. (ADAPTADO DE STEVENS, 1990)

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 39

    2.7. Revestimentos com Geomembrana de PEAD

    As Geomembranas polimricas podem ser definidas como materiais

    no porosos que so impermeveis a lquidos orgnicos e outras solues

    (CADWALLADER, 1986). Quando utilizadas em conjunto com argila compactada, esses

    materiais tm apresentado excelente comportamento como barreiras de

    proteo, evitando o transporte e migrao de contaminantes em aterros de

    resduos e aterros sanitrios. Muitos resduos industriais, tais como solventes

    orgnicos, so freqentemente descartados em aterros sanitrios,

    especialmente por pases desenvolvidos. Embora as geomembranas

    polimricas sejam materiais no porosos e impermeveis a lquidos, a lixvia dos lixos qumicos ou aterros sanitrios podem ainda permear atravs das

    geomembranas por difuso.

    Esses produtos so usados como liners para o isolamento ou

    conteno de substncias perigosas ou lixos municipais, em conjunto com geotxteis que reforam ou protegem as geomembranas que so mais

    flexveis e, ao mesmo tempo atuando como sistemas de drenagem para

    gases ou lixvias gerados em determinados resduos. Os vrios tipos de

    geomembranas e suas aplicaes tm-se expandido rapidamente nas ltimas

    dcadas (ORTEGO et. al., 1995). Os revestimentos fazem parte de um dos desenvolvimentos de

    sistemas para minimizar os problemas causados pela disposio de resduos

    perigosos, entre outros aspectos tcnicos de facilidades de disposio em

    solos. O propsito do revestimento promover uma barreira para minimizar a

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 40

    migrao de contaminantes. Um revestimento com 100% de eficcia daria

    total preveno da migrao de compostos qumicos atravs da barreira para

    o meio ambiente. Mas nenhum sistema completamente efetivo, pelo fato de

    nenhuma barreira ser perfeitamente impermevel (LaGrega, 2001). A Figura 10 ilustra a instalao de uma geomembrana de polietileno.

    Figura 10 Filme de polietileno de alta densidade revestindo uma lagoa

    (ADAPTADO DE WILLIAN, 1998).

    As geomembranas so fabricadas a partir de mantas polimricas

    contnuas relativamente finas ou sprays de elastmeros em geotxteis, ou

    como geocompostos em multicamadas betuminosos. As geomembranas

    polimricas no so absolutamente impermeveis, mas comparadas com

    geotxteis ou solo, at mesmo solos argilosos, podem ser consideradas

    relativamente impermeveis. Valores tpicos de permeabilidade das

    geomembranas so mensurados pelo teste de transmisso de vapor de

    gua, e esto entre 1 x 10-12 a 1 x 10-15 m/s. Assim, sua funo primria ser

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 41

    sempre a de formar uma barreira para lquidos ou vapores. O processo de

    fabricao das geomembranas comea com a produo dos elementos

    individuais, que incluem a resina polimrica; diversos aditivos, como os

    antioxidantes, plastificantes, fillers, negro de fumo e lubrificantes (que ajudam no processo). Esses elementos so, ento, processados em folhas de diversas larguras e espessuras.

    Todas as geomembranas de polietileno so fabricadas pelo mtodo de

    extruso. Neste mtodo, a resina polimrica, o negro de fumo e uma gama

    de aditivos so encaminhados pneumaticamente dentro de um alimentador

    da extrusora, que possui um parafuso com rotao contnua. A formulao

    passa sucessivamente atravs da seo de alimentao, compresso e

    seo de fuso onde finalmente emerge como um material filtrado, misturado

    e derretido para o moldador. Um processo usa moldagem por achatamento

    que fora a formulao polimrica entre duas calandras horizontais,

    resultando em mantas com controles de espessuras de 0,75 at 3,0 mm, e as

    larguras variam de 1,8 a 4,6 m. Quando duas extrusoras so usadas em

    paralelo, a largura pode ser aumentada para 9,5 m (KOERNER, 1994). Essas Geomembranas so fabricadas com polietileno de alta

    densidade, que so produzidos pela polimerizao do etileno a baixas

    presses, com copolmeros e catalisadores especficos resultando em um

    polmero de alta massa molecular, com excelentes propriedades fsicas e

    qumicas. No polmero assim obtido so adicionados aditivos para melhorar

    ainda mais as caractersticas bsicas da geomembrana. Aditivos como os

    termo-estabilizantes e antioxidantes melhoram significativamente as

    resistncias s intempries e ao calor, facilidade nas soldas e resistncia

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 42

    degradao. O negro de fumo na quantidade entre 2 a 3% em massa protege

    a geomembrana contra a ao dos raios ultravioleta, aumentando sua vida

    til (NORTENE, 2008). A Tabela 3 sintetiza algumas propriedades das Geomembranas de

    PEAD,

    Tabela 3 Tabela de diversas propriedades das Geomembranas de PEAD-Lisa,

    (Adaptado de NORTENE, 2008)

    Propriedades Mtodo de Teste Geomembrana de PEAD Lisa Espessura (mm) ASTM D 5199 0,75 1,00 1,5 2,0 2,5

    Densidade (g/cm3) ASTM D 792 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 Trao

    Resistncia de escoamento (kN/m)

    11 15 22 29 37

    Resistncia de ruptura (kN/m)

    20 27 40 53 67

    Deformao de escoamento (%)

    12 12 12 12 12

    Deformao de ruptura (%)

    ASTM D 638

    700 700 700 700 700

    Resistncia ao Rasgo (N)

    ASTM D 1004 93 125 187 249 311

    Resistncia ao Puncionamento (N)

    ASTM D 4833 240 320 480 640 800

    Teor de Negro de Fumo (%)

    ASTM D 1603 2 - 3 2 3 2 3 2 - 3 2 3

    Disperso de Negro de Fumo

    ASTM D 5596 Nota Nota Nota Nota Nota

    Nota 1- Disperso de negro de fumo para 10 visualizaes diferentes 9 na categoria 1 ou 2 na 1 e 1 na categoria 3

    2.8. Antioxidantes

    Os plsticos so geralmente considerados materiais durveis. Isto ,

    na realidade, uma desvantagem em certas situaes, j que esta elevada durabilidade implica em um material de difcil degradao, permanecendo por

    muitos anos no meio ambiente, e isto se deve utilizao de aditivos,

    resultando nesse defeito. Sem a incorporao dos antioxidantes na sua

    formulao (um tipo de aditivo), poucos plsticos no degradariam em um

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 43

    curto perodo de tempo, no sendo estveis nem no processo de fabricao.

    A razo para a necessidade do uso dos aditivos muito simples, a maioria

    dos polmeros contm ligaes de carbono-hidrognio e a termodinmica

    para a converso de uma ligao C H para C = O e O H favorvel,

    como so mostradas as energias de ligao:

    C H (primria) 95 kcal/mol C H (secundria) 90 kcal/mol C H (terciria) 85 kcal/mol C H (allica) 77 kcal/mol O H 110 kcal/mol

    C = O 150 kcal/mol

    O valor energtico de um substrato contendo ligaes C H

    obviamente substancial. Polmeros constitudos por ligaes C H (i.e PTFE) so altamente resistentes a oxidaes; aqueles com baixo nvel (ex. silicone) esto logo atrs (LUTZ, 2001).

    2.8.1 Mecanismo de Oxidao

    A pior caracterstica da oxidao que, uma vez iniciada, uma

    reao em cadeia, que se auto propaga rapidamente, e tem um alto

    rendimento. No primeiro estgio, a iniciao, um radical livre formado. Isto

    pode ocorrer na cadeia polimrica principal ou uma separao em cadeias

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 44

    laterais [Reao (1) ] ou pela perda de hidrognio de ligaes C H [Reao (2) ] - C C - - C. + - C. Reao (1)

    - C H - C. Reao (2)

    A reao (2) pode resultar de uma instabilidade trmica, ataque de oxignio atmosfrico ou, mais provavelmente, perda de on de hidrognio

    para outro radical. Na ausncia de oxignio, os radicais livres tendem a

    reao de recombinao [reverso da reao (1)] com mnimos efeitos de degradao. O uso desse critrio (i.e., processamento em um ambiente de gs inerte) uma prtica ocasional. As propagaes das etapas da Reao (3) e (4) so claramente mais rpidas quando comparadas com as Reaes (1) e (2):

    - C + O2 - COO. Reao (3)

    - COO. + - C H - COOH + -C. Reao (4)

    Se essa for nica reao envolvida, um antioxidante qumico seria

    relativamente simples. A Reao (4), entretanto, no somente se propaga, mas tambm forma hidroperxido, - COOH, sendo uma fonte adicional de

    radicais; calor ou luz ultravioleta podem iniciar a Reao (5):

    - COOH - CO. + .OH Reao (5)

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 45

    Ambos os novos radicais gerados na reao (5) possuem atividade suficiente para abstrair hidrognio do polmero;

    - CO. + - C H - COH + - C. Reao (6)

    HO. + - C H H2O + - C. Reao (7)

    Deste modo, se a Reao (5) aumentar, haver um maior rendimento do desenvolvimento de reaes na cadeia, mostrado nas Reaes (6) e (7). Outro processo indesejvel ainda a formao de gua, que pode degradar muitos polmeros.(LUTZ, 2001)

    2.9. Cargas (Fillers)

    De um modo geral, as cargas so definidas como materiais que so

    adicionados s formulaes que visam, principalmente, a minimizar o custo

    final do produto. Tais materiais podem estar no estados slido, lquido ou

    gasoso. Atravs da seleo adequada e otimizao desses materiais, alm

    de favorecer o critrio econmico, outras propriedades tambm passam a ser

    beneficiadas entre as quais o processamento e o comportamento mecnico.

    As cargas tm sido classificadas de muitas maneiras diferentes, entre as

    quais podem estar as variaes de formas (esfricas, redondas, tiras, floculares) ou caractersticas especficas (condutividade, retardante de

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 46

    chamas). Para maior simplicidade as cargas podem ser classificadas em 2 categorias: (1) extenders e (2) materiais funcionais (LUTZ, 2001).

    Embora todas as cargas exibam alguma propriedade funcional, a sua

    classificao est ligada fundamentalmente razo primria para a sua

    utilizao. Por definio, uma carga extender primria ocupa espao e

    usada principalmente para minimizar o custo da formulao. Uma carga

    funcional, entretanto, aplicada quando uma funo definida sem a

    considerao do custo; como por exemplo, o xido de antimnio para a

    atuao como retardante a chamas, e slicas pirognicas para modificaes

    reolgicas.

    Assim como todas as metodologias de classificao, h algumas

    definies que geram algumas dvidas. Algumas cargas extender, por

    exemplo, quando reduzidas a partculas de tamanhos bem finos ou com

    superfcie tratada, podem ser novamente classificadas como cargas

    funcionais. Entretanto, o desenvolvimento de novas tecnologias de

    tratamento de superfcie tm ampliado os avanos da habilidade para as

    caractersticas funcionais de enxerto para as cargas extender, ou seja, as cargas que forem funcionais em um polmero podem ser meramente extender

    em outros. Tais fatores vem dificultando a tarefa de estabelecer uma relao

    entre os extenders e as cargas funcionais em termos de suas composies

    genricas. Entretanto, as performances base, dos dois podem ser separadas

    como mostra a Figura 13 (LUTZ, 2001).

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    Figura 11 Propriedade do Polmero vs. Carga (Filler) e enchimento (Extender) (ADAPTADO DE LUTZ, 2001).

    2.10. Propriedades Mecnicas

    Estgios simples de carregamento so amplamente utilizados para a

    determinao das propriedades mecnicas dos materiais. Este grupo inclui a

    resistncia trao, compresso, ao dobramento, ao rasgamento, dureza

    e muitos outros ensaios em que os corpos de prova sofrem um carregamento

    mecnico at atingir a condio de ruptura, ou atingir um nvel aceitvel de

    deformao. Um polmero linear tpico, composto por unidades repetitivas

    uniformes e grupos terminais discretos, com baixas massas moleculares,

    estes grupos contribuem significativamente nas propriedades, podendo-se

    destacar a densidade, o ndice de refrao e a absoro espectroscpica,

    que variam com a massa molecular. Quando determinada massa molecular

    alcanada, por exemplo, 15.000, a concentrao dos grupos terminais torna-

    se desprezvel e estas propriedades, densidade, ndice de refrao e

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 48

    absoro espectroscpica, passam a ser constantes, independentemente de

    algum acrscimo na massa molecular. Isto no acontece com as

    propriedades mecnicas, que so dependentes de foras intermoleculares.

    As propriedades mecnicas so muito mais dependentes da massa

    molecular do que grandes extenses de cadeia, embora haja um nivelamento em altos nveis do espectro de massa molecular, em que a estabilizao

    dependente da estrutura. Para poliolefinas como o polietileno, onde foras de

    disperso so responsveis pelas propriedades mecnicas, a estabilidade

    ocorre pelas massas moleculares relativamente altas (acima de 105), levando em considerao que em polmeros muito polares como poliamidas, isto pode

    ocorrer a massas moleculares to baixas quanto 20.000 a 50.000

    (STEVENS, 1990). Uma curva do tipo Tenso-Deformao tpica de um ensaio de

    Resistncia Trao de um material como o PEAD, que exibe uma tenso

    de escoamento, em que o limite do comportamento elstico, e depois uma

    tenso de ruptura, com valores muito superiores aos valores de escoamento,

    mostrada na Figura 12.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 49

    Figura 12 Curva tpica tenso-deformao de um termoplstico (ADAPTADO DE STEVENS, 1990).

    2.11. Resistncia Trao

    O teste de trao pode ser usado para a averiguao de diversas

    propriedades mecnicas dos materiais que so importantes para a aplicao

    do produto. Um corpo de prova deformado usualmente at a ruptura, com o

    incremento gradual de carga que aplicado uniaxialmente pelo comprimento

    axial do corpo de prova. Normalmente a seo transversal circular, mas

    corpos de prova retangulares tambm so usados. (CALLISTER, 1994) O ensaio de trao usado para medidas quantitativas de algumas

    propriedades estruturais especfica dos materiais. Historicamente, este teste

    foi desenvolvido para a padronizao de metais, mas os mesmos princpios

    se aplicam a polmeros, a materiais cermicos compostos (SCHAFFER, 1999).

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    A ductilidade inerente da maioria dos polmeros confere uma

    simplicidade aos equipamentos utilizados para a confeco dos corpos de

    prova conforme geometria estabelecida por normas tcnicas. Curvas tpicas

    de Tenso-Deformao que representam dois comportamentos distintos de

    polmeros so mostradas na Figura 13.

    Figura 13 Curva tenso-deformao (ADAPTADO DE SCHAFFER, 1999).

    Observa-se a partir da Figura 13, exemplos de classes de polmeros

    que exibem comportamento aproximadamente linear, os quais incluem os

    termofixos, termoplsticos abaixo da temperatura de transio vtrea, e

    polmeros compostos termoplsticos que possuem cadeia alinhada ao longo

    da tenso axial para testes a qualquer temperatura. Por outro lado, polmeros

    compostos termoplsticos semicristalinos de cadeias dispersas mostram um

    comportamento da curva tenso-deformao diferenciado. Para esses

    polmeros essa curva pode ser dividida em 3 regies. Inicialmente, h uma

    regio prxima linear caracterizada por uma subida superficial (mdulo) que reflete um aumento de tenso necessrio para romper as ligaes

    secundarias intermoleculares. Com a deformao, h a formao de

    fragmentos esfricos e regies estreitas. Nesse instante, a curva tenso

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 51

    deformao se mantm praticamente horizontal, indicando que a fora

    mantida constante durante o alongamento da regio estreita. Finalmente,

    quando a maioria das esferas tiverem sido desfeitas e a cadeia polimrica

    estiver parcialmente alinhada, um aumento de carga causa uma deformao

    homognea, ou um maior alinhamento das cadeias, e ento a curva

    apresenta novamente uma inclinao positiva. A inclinao ou mdulo na

    regio de alta tenso maior que a regio de baixa tenso, sendo reflexo das

    foras entre as ligaes primrias nas cadeias alinhadas (SCHAFFER, 1999). A tenso de escoamento pode ser definida como o ponto de carga em

    que a deformao do material polimrico torna-se notvel. Esse o instante

    que divide o comportamento elstico do comportamento plstico do material.

    Em caso de aplicaes que no puderem atingir a deformao plstica, deve-

    se ento selecionar um material que tenha um alto ponto de escoamento, ou

    que o maior carregamento aplicado esteja abaixo do ponto de escoamento (ASKELAND, 1994).

    Os resultados obtidos a partir de um ensaio simples para todos os

    tamanhos e formatos de corpos de prova so convertidos de fora para

    tenso e o deslocamento para deformao, a partir das equaes

    apresentadas abaixo:

    = F/A0 (Equao 2) e

    = (l l0)/ l0 (Equao 3)

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 52

    Em que: a Tenso em kN/mm2 ou MPa, F a fora em kN e A0 a

    rea do corpo de prova em mm2 e, a Deformao em %, l0 o comprimento

    inicial e l o comprimento final (ASKELAND, 1994). O teste da norma ASTM D 638 designado para determinar a

    propriedade de resistncia trao para controle e especificao das

    geomembranas de polietileno e polipropileno no reforadas flexveis. Esses

    dados so tambm proveitosos para caracterizaes qualitativas e para

    pesquisas de desenvolvimento (ASTM D 638, 2003). O formato do corpo de prova de teste ilustrado na Figura 14, e suas

    dimenses na Tabela 4.

    Figura 14 Dimenses dos Corpos de prova utilizados nos ensaios

    (ADAPTADO DE ASTM D 638, 2003).

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 53

    Tabela 4 Tabela dos valores das dimenses dos Corpos de prova

    Descriao Dimenses (mm)

    Tolerncias (mm)

    W-largura da parte estreita 6 +/- 0,5 L-comprimento da parte estreita 33 +/- 0,5

    GLy-medida do comprimento para o escoamento 33 +/- 0,5 GLs-medida do comprimento para a ruptura 50 +/- 0,5

    WO-largura global 19 +/- 0,5 LO-comprimento global 115 No h Mximo ou

    Mnimo G-comprimento 25 +/- 0,5

    D-distncia entre garras 65 +/- 0,5 R-raio do filete 14 +/- 0,5

    RO-raio exterior 25 +/- 0,5

    2.12. Anlise Trmica

    um conjunto de tcnicas que monitoram as propriedades do material em funo do tempo ou temperatura enquanto a temperatura da amostra, em

    uma atmosfera especfica, programada. O programa pode envolver

    aquecimento ou resfriamento a uma razo de aquecimento / resfriamento,

    temperatura constante (isoterma) ou ainda uma combinao de ambas. A palavra amostra interpretada como a substncia posicionada em um

    aparato no incio do experimento. A propriedade usada para o estudo pode

    ser escolhida de uma extensa lista, como mostra a Tabela 5 (HAINES 1995).

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 54

    Tabela 5 Tcnica de anlise trmica mais utilizadas (ADAPTADO DE HAINES, 1995).

    Tcnica Abreviao (Ingls)

    Propriedade Uso

    1. Termogravimetria (Anlise

    Termogravimtrica

    TGA Massa Decomposio, Desidratao, oxidao

    2. Anlise trmica diferencial

    DTA Diferena de temperatura

    Modificaes de fases, reaes

    3. Calorimetria exploratria diferencial

    DSC Diferena de energia

    Capacidade calorfica, Modificaes de fase, reaes,

    4. Anlise termomecnica

    TMA Deformaes Variaes mecnicas, expanso

    5. Anlise dinmico mecnica

    DMA Mdulo Modificaes de fases, Cura do polmero

    6. Anlise trmica dieltrica

    DETA Permissividade Modificaes de fases, Modificaes polimricas

    7. Anlise envolvendo Gs

    EGA Gases Decomposio, reaes de catlise superficial

    8. Termofotometria ptica Modificaes de fase, reaes superficiais, trocas de cor

    2.13. Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC Diferencial Scanning Calorimetry)

    Esta tcnica monitora a diferena do fluxo de calor (energia) entre a amostra (em um recipiente) e um material de referncia (outro recipiente) em funo do tempo ou temperatura, enquanto a temperatura da amostra, em

    uma atmosfera especfica, programada.(HAINES 1995). A seguir so apresentadas as diferenas entre os ensaios de DSC

    com compensao de energia e DSC com fluxo de calor:

    1. DSC com compensao de energia, onde a amostra e a

    referncia so aquecidas separadas em aquecedores

    individuais, e a diferena de temperatura mantida prxima

    de zero, enquanto medida a diferena de energia eltrica

    para manter as temperaturas em equilbrio (P = d(Q/dt).

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 55

    2. DSC com fluxo de calor, onde a amostra e a referncia so

    aquecidas de uma mesma fonte e a diferena de temperatura

    medida T. Esse sinal convertido para diferena de

    energia P usando a sensibilidade calorimtrica. (HAINES 1995)

    A Figura 15 representa uma curva tpica DSC.

    Figura 15 Curva DSC tpica para polmeros orgnicos (ADAPTADO DE CHEREMISIONOFF 1996).

    A ocorrncia de eventos trmicos apresentada na curva a partir de

    desvios na linha de base da curva DSC, podendo apresentar-se tanto na

    direo endotrmica como exotrmica, dependendo da necessidade de

    fornecimento de mais ou menos energia para a amostra, em relao ao

    material de referncia (BROWN, 1988).

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 56

    A calorimetria exploratria diferencial um mtodo de anlise trmica

    rpido para a determinao de variaes de entalpia acompanhada por

    transies de primeira ordem do material. O calor de fuso, o calor de

    cristalizao, e tambm o efeito de recristalizao podem ser determinados

    em polmeros com esses tipos de eventos trmicos. Pode ser usada ainda

    como mtodo complementar na identificao de polmeros especficos, ligas

    polimricas e determinados aditivos que exibam transies trmicas.

    Reaes qumicas que causam ou afetam certas transies tm sido

    medidas pelo DSC como uma tcnica complementar; tais reaes incluem

    oxidao, cura de resinas thermosetting, e decomposies trmicas (ASTM D 3418, 2003).

    2.14. Permeabilidade

    Uma geomembrana, mesmo sendo utilizada como barreira

    impermeabilizante para vrios fluidos (gases, vapores, lquidos, e compostos dissolvidos), no um material completamente impermevel a todos. Desta forma, torna-se necessrio realizar ensaios para mensurar esta propriedade,

    para determinados fluidos com os quais estar em contato durante sua vida

    til (ROLLIN, 1991). O mtodo de ensaio baseia-se na norma ASTM E96 e engloba a

    determinao da transmisso de vapor de gua atravs dos materiais tais

    como papis, filmes plsticos e outros materiais como filmes, placas de fibra,

    placas de gesso, produtos de madeira e plsticos. Este mtodo de ensaio

    est limitado a materiais com espessuras inferiores a 32 mm. H

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    basicamente duas metodologias, o mtodo dessecante e o mtodo com

    gua, ambos fornecendo a medida de permeabilidade, as duas variaes

    incluem condies de execuo mida de um lado, e a outra com baixa

    umidade de um lado e alta do outro. Discordncias de resultados no devem

    ocorrer pela diferena das metodologias, mas o mtodo selecionado deve ser

    o que se aproximar mais da aplicao prtica do material estudado (ASTM E96, 2005). A Figura 16 mostra o esquema de montagem do teste.

    Figura 16 Suporte para o teste de transmisso de vapor dagua (ADAPTADO DE ASTM E96, 2005).

    Calcula-se com este teste a Transmisso de Vapor de gua (TVA):

    TVA = g/t.A (Equao 4)

    Em que:

    g = a massa em gramas

    t = o tempo em horas

    A = a rea de teste

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    Pode-se calcular a Permeabilidade:

    Permeabilidade = TVA/S (R1-R2) . E (Equao 5)

    Em que:

    S= presso de vapor na temperatura do teste em Hg

    R1= umidade relativa externa

    R2= umidade relativa interna

    E= espessura da geomembrana

    2.15. Permeao atravs de filmes polimricos

    A permeao de solventes orgnicos atravs de filmes polimricos

    primariamente o mecanismo de difuso de nveis moleculares, que pode ser

    descrito pela primeira lei de Fick, representada pela equao (4):

    J= -D dCz (Equao 6) dZ

    Em que J a taxa de permeao por unidade de rea (ML-2T-1); D o coeficiente de difuso do solvente orgnico na membrana polimrica (L2T-1); Cz concentrao do solvente na membrana (ML-3); Z a posio para dentro da membrana (L), onde M a massa, L o comprimento e T a temperatura.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 59

    A difuso pelo filme polimrico unidimensional podendo ser expresso

    pela segunda lei de Fick com um coeficiente de difuso como mostrado na

    equao (7):

    Cz = D 2Cz (Equao 7) t Z2

    Crank empregou um diagrama celular para investigar a permeao de

    vapores de compostos volteis (VOC) atravs de filmes polimricos com espessura L e assumindo que o limite das condies da equao (4) fosse Cz=L igual a zero a todo o momento, e Cz=0 igual solubilidade, S(ML-3), do VOC no polmero. (CHAO et al, 2007)

    De acordo com a soluo da Eq. (6), o coeficiente de difuso, Dp (L2T-1), da permeao de VOC atravs do filme polimrico dado por:

    Dp = L2 (Equao 8) 6t1

    em que t1 o tempo de atraso (T) que dado pelo tempo axial interceptado da extrapolao do estado constante da poro permevel da

    curva de permeao cumulativa.

    A Equao (8) tem sido largamente utilizada para estimar o coeficiente de difuso da permeao de lquidos qumicos atravs do filme polimrico

    (CHAO et al, 2007). Baseado na suposio de Crank, a taxa do estado constante da poro permevel, Js (ML-2T-1), para filmes polimricos pode ser determinado pela Eq. (6) como mostra (CHAO et al, 2007):

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 60

    Js = - D Cz=l Cz=o = D S (Equao 9) L L

    A Figura 17 mostra a permeao da concentrao de compostos orgnicos.

    Figura 17 Concentrao da permeao de solventes orgnicos (ADAPTADO DE CHAO et al, 2007).

    2.16. Cromatografia

    Cromatografia um conjunto de tcnicas que tem em comum a separao de componentes de misturas, por sries de equilbrios que

    resultam na separao de compostos. Como resultados de suas parties

    (sores diferenciais) entre duas fases diferentes, uma estacionria com uma grande superfcie e outra sendo uma fase mvel em contato com o primeiro.

    A cromatografia no est restrita em separaes analticas, podendo ser

    usada na preparao de substncias puras, estudo de cinticas de reao,

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 61

    investigao estrutural de molculas e determinao de constantes fsico-

    quimicas, incluindo constante de estabilidade de complexos, entalpia,

    entropia e energia livre (GROB, 2004). A Figura 18 mostra um esquema bsico de funcionamento de uma

    separao cromatogrfica.

    Figura 18 - Separao por interaes analito-fase estacionria.

    2.17. Cromatografia Gasosa (CG)

    A Cromatografia Gasosa (CG) uma das mais importantes tcnicas analticas por ter, principalmente, se tornado disponvel comercialmente h

    mais de uma dcada antes da Cromatografia Lquida de Alta Eficincia (High Performance Liquid Cromatography HPLC). Este fato remete ao maior e moderno avano dos instrumentos de anlises e rotinas analticas

    (BRAITHWAITE, 1999).

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 62

    Desenvolvimentos constantes da teoria da CG, colunas e detectores

    seguiram at a introduo das colunas capilares como uma alternativa em

    relao s colunas empacotadas. Golay props em 1958 que a eficincia da

    coluna poderia ser aumentada pela eliminao das colunas empacotadas,

    isto , usando colunas abertas tubulares que poderiam ser

    consideravelmente maiores. Desenvolvimentos mais interessantes e rpidos

    da instrumentao e aplicaes continuaram, com a cobertura da fase

    estacionria das paredes internas inicialmente usando metais e vidro.

    Colunas mais robustas e com capacidades para maiores temperaturas foram

    desenvolvidas na dcada de 1980, a partir da introduo de colunas de slica

    pura e fases estacionrias ligadas na parede interna da coluna. Modificaes

    e novas fases estacionrias so continuamente introduzidas, no entanto, o

    desenvolvimento nas ltimas dcadas tem sido aperfeioado com a

    engenharia instrumental, usando tecnologias com microprocessadores e

    unindo a CG com as tcnicas espectroscpicas, particularmente a

    espectrometria de massas, auxiliando a identificao dos analitos

    (BRAITHWAITE, 1999). A Figura 19 representa esquematicamente um cromatgrafo a gs.

  • Reviso Bibliogrfica________________________________________________ 63

    Figura 19 Esquema das partes bsicas de um cromatgrafo a gs simples

    (ADAPTADO DE MCNAIR et al., 1997).

    2.18. Detector -Espectrometria de Massas

    Trata-se de uma verso simplificada e econmica de um

    espectrmetro de massas, adequado deteco de picos cromatogrficos.

    Surgiu no incio da dcada de 80 em duas verses mais populares

    denominadas ITD (ion trap detector) pela Finnigan e de MSD (mass selective detector) pela Hewlett Packard. Cada pico eludo da coluna de cromatografia gasosa bombardeado com uma fonte ionizante (geralmente impacto por eltrons nas verses mais simples) conse