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Teste hipocrático do óleo essencial de citronela
(Cymbopogon sp. Spreng, 1815) e avaliação in vitro do efeito
larvicida do geraniol e citronelal sobre Contracaecum sp.
Railliet & Henry, 1912 (Nematoda: Anisakidae).
ANDREIA RIZZIERI YAMANAKA
Dissertação apresentada ao curso de mestrado em
Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Federal de Mato Grosso
para obtenção do Grau de Mestre.
Área de concentração: Enfermidades Infecciosas e Tropicais
ORIENTADOR: PROF. DR. LUCIANO ANTUNES BARROS
Cuiabá, MT
2008
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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução
total ou parcial desta dissertação, por processos foto copiadores.
Assinatura:
Data:
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A todos os professores, mestres pela
vocação, que buscam o aperfeiçoamento
contínuo objetivando a formação profissional
e moral dos seus alunos!
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Agradecimentos
A Deus por permitir que nessa existência eu tenha o prazer da busca
e transmissão do conhecimento;
Ao meu esposo, Dimas Yamanaka, que acompanha e incentiva os
meus sonhos desde a Faculdade sempre com total doação. Meu amor sem
você à vida não teria graça, Eu te amo!!;
Aos meus filhos, Fernanda (Fê) e Arthur (Tui) por quem tudo vale a
pena, pela ausência e falta de paciência dispensada nesses dois anos de
estudo, Mamãe ama vocês!!;
Aos meus sogros, Jorge e Bernadeth, pelo amor incondicional e
presença contínua nas vidas dos seus netos, pois sem suas participações
muitas aulas e estudos não seriam possíveis;
À minha mãe, Ilda, e aos meus irmãos, Eduardo, Marcelo e Adriana
que estão sempre presentes na minha vida, Amo vocês!!,
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luciano A. Barros, me orientando
novamente com dedicação e paciência e contribuindo com a minha
formação ética e profissional;
Ao Dr. Lázaro Manoel de Camargo, por tornar este mestrado possível,
flexibilizando meus horários e afazeres profissionais;
Ao Prof. Dr. Edson Moleta Colodel, pela assistência constante na
histopatologia, que mesmo estando muito ocupado, conseguiu
disponibilidade para a realização desse trabalho;
À Profa. Dr. Maria Luzinete A. Vanzeler pela participação ativa em
todas as etapas do experimento;
Ao Dr. Luiz Everson Silva que contribuiu na etapa metodológica desse
trabalho estando sempre à disposição quando solicitado;
Aos professores do Curso de Pós-graduação em Ciências da Saúde
pela contribuição teórica necessária para que esse trabalho fosse realizado
e que também será útil na minha vida profissional;
Ao Prof. Dr. Joadil Gonçalves de Abreu pela contribuição na análise
dos dados obtidos;
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Ao Biotério do Hospital Veterinário da UNIC, por ter fornecido os
animais para este experimento;
Ao técnico do laboratório de Farmacologia da UNIC, Adonel Pacheco
de Almeida, pela contribuição na realização do teste hipocrático;
Às amigas Elaine de Arruda Campos e Rosymeire da Silva, pelo
auxílio no inglês gramatical;
Aos discentes Dionatan Tatieri Braum e Jhonatan Bonaldo, pelo
auxilio nas necropsias das traíras e coleta das larvas durante o experimento;
À todos que contribuíram, direta e indiretamente, para que esta etapa
tão importante na minha vida profissional se concretizasse o meu muito
obrigado!!!!
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RESUMO
Yamanaka AR. Teste hipocrático do óleo essencial de citronela (Cymbopogon sp. Spreng, 1815) e avaliação in vitro do efeito larvicida do geraniol e citronelal sobre Contracaecum sp. Railliet & Henry, 1912
(Nematoda: Anisakidae). Cuiabá; 2008. [Dissertação – Faculdade de
Ciências Médicas da UFMT] A infecção do homem com parasitos de peixes pode ocorrer a partir da
ingestão de pescado cru ou mal cozido, promovendo a ocorrência de
doenças parasitárias entre as quais destaca-se a anisaquiose que é causada
por parasitos da família Anisakidae. No Brasil há uma ocorrência maior do
gênero Contracaecum, no entanto nenhum caso humano ainda foi relatado
para essa parasitose, provavelmente pela falta de diagnóstico adequado e
não pela ausência da doença no país. Devido ao crescente uso de plantas
medicinais e compostos monoterpênicos no controle parasitário, objetivou-se
avaliar o efeito larvicida in vitro de dois compostos monoterpênicos, o
geraniol e o citronelal sobre Contracaecum sp. e o possível efeito tóxico do
óleo essencial de citronela (Cymbopogon sp.) em camundongos (Mus
musculus) através do teste de toxicidade aguda, visto que esse óleo tem
como principais constituintes compostos monoterpênicos. Foram utilizadas
quatrocentas larvas vivas de Contracaecum sp., obtidas de traíras (Hoplias
malabaricus, Bloch, 1794) mantidas em placas de petri com os compostos a
serem testados (geraniol e citronelal). As concentrações finais testadas, para
cada composto, foram de 250, 125, 62,5 e 31,2μg/ml e a avaliação realizada
em cinco tempos diferentes (2, 4, 8, 24 e 48 horas). As larvas mortas foram
processadas e avaliadas histopatologicamente. O teste de toxicidade aguda
(teste hipocrático), foi realizado com doze camundongos e estes foram
submetidos a gavagem orogástrica com óleo essencial de citronela nas
seguintes doses: 3033,33mg/Kg, 1516,66mg/Kg, 758,33mg/Kg, além do
grupo controle que recebeu óleo vegetal. Foram observados os efeitos
comportamentais resultantes de possíveis ações estimulante ou depressora
do Sistema Nervoso Central e ao final do teste os animais foram sacrificados
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e seus órgãos submetidos a exame histopatológico. A ação larvicida do
geraniol, nas concentrações de 250μg/ml e 31,2 μg/ml e do citronelal, nas
concentrações de250μg/ml, 125μg/ml e 62,5μg/ml, apresentou diferença
estatisticamente significante (p<0,005) quando comparada ao controle
(etanol 1%). Quando comparou-se a ação larvicida do geraniol em relação
ao citronelal, o primeiro apresentou diferença estatisticamente significante
(p<0,05) ao segundo nas concentrações de 250μg/ml e 31,2 μg/ml. Por
outro lado o citronelal apresentou diferença estatisticamente significante
(p<0,005) ao geraniol nas concentrações de 125μg/ml e 62,5μg/ml. A
equação estimada da taxa de mortalidade das larvas em função do tempo
(horas), mostrou maior ação larvicida do geraniol com o passar do tempo na
concentração de 250μg/ml. O dano histológico observado nas larvas
submetidas ao geraniol foi o descolamento cuticular. Nas larvas submetidas
ao citronelal foi observado ruptura cuticular e ductos excretores
entumecidos. Dos camundongos submetidos ao teste hipocrático apenas
um, que recebeu a dose de 3033,33mg/Kg, apresentou aumento de
motilidade e não houve nenhuma morte no final dos 14 dias. O exame
histopatológico não mostrou alterações nos órgãos examinados. Os
compostos monoterpênicos apresentaram ação larvicida in vitro sobre
Contracaecum sp. e isto sugere que o uso do óleo essencial de citronela é
eficaz para tratamento de anisaquiose, pois o mesmo não apresenta
toxicidade aguda, porém análises in vivo e determinação do mecanismo de
ação do geraniol e citronelal ainda devem ser investigados.
Descritores: geraniol; citronelal; larvicida; Contracaecum sp., teste
hipocrático
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SUMMARY
Yamanaka AR. Hippocratic test of citronela essential oil (Cymbopogon
sp. Spreng, 1815) and in vitro evaluation of the larvicidal effect of the geraniol and citronellal upon Contracaecum sp. Railliet & Henry, 1912
(Nematoda: Anisakidae). Cuiabá; 2008. [Master Dissertation – Faculdade
de Ciências Médicas da UFMT] Man’s infection with fish parasites can occur after raw or uncooked fishes,
causing a parasitic disease among which the most important is anisaquiosis
that is caused by parasites of the Anisakidae family. In Brazil there is a big
incidence of the gender Contracaecum sp., however, no other human case
has been reported for this parasitosis, probably due to lack of an adequate
diagnosis and not for the absence of the disease in the country. Because of
the increasing number of medicinal plants and monoterpene compounds in
the parasitic control we aimed at evaluating the in vitro larvicidal effect of the
two monoterpene compounds, the geraniol and the citronellal upon
Contracaecum sp. and the possible toxic effect of the citronella essential oil
(Cymbopogon sp.) in mice (Mus musculus) through the acute toxicity test,
since this oil has as the main components monoterpene compounds. Four
hundred live larvae of Contracaecum sp. were used, obtained from the fish
called traíra (Hoplias malabaricus, Bloch, 1794) maintained in Petri’s plate
with the compounds to be tested (geraniol e citronellal). The final
concentrations tested for each compound, were of 250, 125, 62,5 and
31,2μg/ml and the evaluation was carried out in five different times (2, 4, 8,
24 and 48 hours). The dead larvae were processed and evaluated
histopalogically. The acute toxicity test (hippocratic test), was performed with
twelve mice and these one were submitted to orogastric gavage with the
citronela essential oil in the following doses: 3033,33mg/Kg, 1516,66mg/Kg,
758,33mg/Kg, and the control groupreceived vegetable oil. The behavioral
effects resulting from possible actions stimulating or depressing of the
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Central Nervous System were observed and at the end of the test the
animals were sacrificed and their organs submitted to histopatological exam.
The larvicidal action of geraniol, at the concentrations of 250 μg/ml and 31,2
μg/ml and citronelal, at the concentrations of 250 μg/ml, 125 μg/ml and 62,5
μg/ml, showed a difference significant statistically (p <0005) compared the
control (1% ethanol). When compared the larvicidal action between geraniol
and citronelal, the first one presented difference significant statistically (p
<0,05) at the concentrations of 250 μg/ml and 31,2 μg/ml. On the other hand,
the citronelal showed a significance statistically different (p <0005) to the
geraniol at concentrations of 125 μg/ml and 62,5 μg/ml. The estimated
equation of the mortality rate of the larvae in relation to time (hours), showed
a higher larvicidal activity of the geraniol with the passing of time in the
concentration of 250μg/ml. The histological damage observed in the larvae
submitted to the geraniol was of cuticular displacement and in the larvae
submitted to the citronellal were also observed the cuticular rupture and
swallowed excretory ducts. The mices submitted to the hippocratic test only
one, which received the dose of 3033,33mg/Kg, presented an increase of
motility and there was no death at the end of the 14 days. The
histopatological exam did not show any alteration in the organs that were
examined. The monoterpene compounds presented in vitro larvicidal activity
upon Contracaecum sp. and we may suggest the use of the citronella
essential oil for the treatment of anisaquiose because it does not present
acute toxicity, yet, in vivo analyses and the determination of the activity
mechanism of the geraniol and citronellal should still be researched.
Key words: geraniol; citronellal; larvicide; Contracaecum sp., hippocratic test
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura química do praziquantel .............................................. 05
Figura 2 – Estrutura química do geraniol ..................................................... 15
Figura 3 – Estrutura química do citronelal ................................................... 16
Figura 4 – Espécimes de traíra (Hoplias malabaricus) capturados do rio
Mimoso, município de Santo Antônio de Leverger-MT, em
setembro de 2007 ........................................................................ 17
Figura 5 –Mapa de localização do município de Santo Antônio do Leverger,
estado de Mato Grosso, Brasil, local de captura das espécimes de
traíras.. ......................................................................................... 17
Figura 6 – Recepção de espécimes de traíra (Hoplias malabaricus) no
laboratório de Parasitologia - UFMT ........................................ ... 18
Figura 7 – Larva de Contracaecum sp. na cavidade celomática de um
espécime de traíra (Hoplias malabaricus). ................................... 19
Figura 8 – Camundongos (Mus musculus) identificados e acondicionados
em gaiolas de polipropileno para realização de teste hipocrático
.................................................................................................... .22
Figura 9 - Camundongo (Mus musculus) sendo submetido a gavagem
orogástrica com óleo essencial de citronela (Cymbopogon sp.) .. 23
Figura 10 – Representação esquemática do teste hipocrático do óleo
essencial de citronela, utilizando camundongos (Mus musculus)..
..................................................................................................... 25
Figura 11 - Corte transversal de larva de Contracaecum sp., larva controle,
corados por hematoxilina-eosina (barra=10μm) ........................... 28
Figura 12 - Corte transversal de larva de Contracaecum sp., exposta ao
composto monoterpênico geraniol, demonstrado descolamento da
cutícula, corados por hematoxilina-eosina (barra=30μm) ............ 28 Figura 13 - Corte transversal de larva de Contracaecum sp., exposta ao
composto monoterpênico citronelal, demonstrando ruptura
cuticular, corados por hematoxilina-eosina (barra=10μm) ........... 29
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Figura 14 - Corte transversal de larva de Contracaecum sp., exposta ao
composto monoterpênico citronelal, demonstrando ductos
excretores entumecidos, corados por hematoxilina-eosina
(barra=50μm) ............................................................................... 29
Figura 15 - Corte histológico do sistema nervoso central de camundongo
(Mus musculus) sem alterações histológicas, corado por
hematoxilina-eosina.(barra =20μm) ............................................. 30
Figura 16 – Corte histológico do pulmão de camundongo (Mus musculus)
sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-
eosina.(barra =100μm) ................................................................. 31
Figura 17 - Corte histológico do coração de camundongo (Mus musculus)
sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina.(barra =20μm ). ................................................................. 31
Figura 18 – Corte histológico do baço de camundongo (Mus musculus) sem
alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina.(barra
=100μm) ....................................................................................... 32
Figura 19 - Corte histológico do fígado de camundongo (Mus musculus) sem
alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina.(barra
=100μm) ....................................................................................... 32
Figura 20 – Corte histológico do intestino de camundongo (Mus musculus)
sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-
eosina.(barra =20μm) ................................................................... 33
Figura 21 – Corte histológico do estômago de camundongo (Mus musculus)
sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina.(barra
=200 μm )......................................................................................33
Figura 22 – Corte histológico do osso (fêmur) de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-
eosina.(barra =200μm ).................................................................34 Figura 23 – Corte histológico do rim de camundongo (Mus musculus) sem
alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina.(barra =20
μm)................................................................................................34
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Avaliação in vitro da atividade larvicida do Geraniol e Citronelal
contra Contracaecum sp. (Nematoda:Anisakidae)..................... 26
Tabela 2 – Taxa de mortalidade real e estimada de larvas de Contracaecum
sp.em função do tempo quando utilizado geraniol a 250 μg/ml in
vitro. ....................................................................................... ....27
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13
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................1
2. REVISÁO DA LITERATURA.......................................................................3
2.1 PRINCIPAIS ZOONOSES PARASITÁRIAS TRANSMITIDAS POR PESCADO...........3
2.2 PARASITOS DA FAMÍLIA ANISAKIDAE: TAXONOMIA, CICLO BIOLÓGICO,
PATOGENIA, SINAIS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICO............................................6
2.3 USO DE PLANTAS MEDICINAIS E COMPOSTOS MONOTERPÊNICOS NO
CONTROLE
PARASITÁRIO..........................................................................................9
3. OBJETIVOS..............................................................................................14
3.1 OBJETIVOS GERAIS 14
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 14
4. MATERIAL E MÉTODOS 15
4.1 AVALIAÇÃO IN VITRO DO EFEITO LARVICIDA DE COMPOSTOS
MONOTERPÊNICOS SOBRE CONTRACAECUM SP. 15
4.1.1 Compostos monoterpênicos 15
4.1.2 Espécie de peixe utilizada para a obtenção de larvas de
Contracaecum sp. 16
4.1.3 Captura e necropsia dos peixes 18
4.1.4 Avaliação e identificação das larvas 19
4.1.5 Diluição dos compostos monoterpênicos e distribuição dos
grupos.20
4.1.6 Avaliação in
vitro................................................................................20
4.2 TESTE HIPOCRÁTICO DA CITRONELA (CYMBOPOGON SP., SPRENG, 1815) 21
4.2.1 Óleo essencial de Citronela 21
4.2.2 Animais utilizados no experimento 22
4.2.3 Determinação da toxicidade aguda (Teste hipocrático) 23
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14
5. RESULTADOS 26
5.1 AVALIAÇÃO IN VITRO 26
5.1.2 DANOS HISTOLÓGICOS NAS LARVAS MORTAS SOB AÇÃO DOS COMPOSTOS
MONOTERPÊNICOS 27
5.2 EFEITOS GERAIS COMPORTAMENTAIS E TÓXICOS DA CITRONELA MEDIANTE
TESTE HIPOCRÁTICO 30
6. DISCUSSÃO 35
7. CONCLUSÕES 38
8. REFERÊNCIAS 39
ANEXO 1: Yamanaka AR, Silva LE, Barros LA. In Vitro Test of the larvicidal
activity of the Geraniol and Citronellal against Contracaecum sp. (Raillet &
Henry, 1912) (Nematoda: Anisakidae). Phytother Res 2007; (No
prelo)........................................................... A-1
ANEXO 2: Tabela de Malone …………………………………………………. ... A-7
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15
1 INTRODUÇÃO
O pescado é uma fonte alimentar de fácil digestão, rico em
aminoácidos não sintetizados e necessários para o organismo, além de ser
abundante em vitaminas e sais minerais. Entretanto a população mundial
torna-se cada vez mais dependente da cultura artificial de peixes, uma vez
que os estoques naturais dos mesmos estão reduzindo gradativamente,
devido à pesca predatória e aos impactos ambientais decorrentes do
desenvolvimento humano. Vários fatores causam doença e morte dos
peixes, fatores esses que podem ser potencializados em criações intensivas
(pisciculturas), devido à restrição do espaço físico e a não ocorrência dos
agentes controladores naturais. Dentre esses fatores estão as doenças
parasitárias que além de trazer prejuízos econômicos podem causar danos à
saúde humana, pois muitas delas possuem caráter zoonótico.
De acordo com Germano (1998) citado por SOUZA (2003, p.11),
diversas populações no mundo, situadas particularmente nos países
subdesenvolvidos, tem sua sobrevivência altamente dependente do
pescado. No entanto o consumo per capita é muito maior nos países
desenvolvidos, sendo crescente a procura por uma alimentação mais
saudável pelas populações de média e alta renda. Para as populações de
baixa renda, é observado um consumo maior nas regiões ribeirinhas ou
litorâneas.
A infecção do homem com parasitos de peixes pode ocorrer a partir
da ingestão de pescado cru ou mal cozido. Dentre as doenças parasitárias
podemos destacar a anisaquiose que é uma doença causada por parasitas
da família Anisakidae, sendo o Anisakis simplex a espécie com maior
número de relato de casos em diferentes países (LITTLE e MACPHAIL
1972; OSHIMA 1987; CABRERA et. al 2004; SZOSTAKOWSKA et. al 2005).
Sua sintomatologia varia desde quadros alérgicos até crises de dores
epigástricas e obstrução intestinal. O diagnóstico e tratamento são baseados
principalmente na visualização e extirpação das larvas da mucosa
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16
gastroentérica através do uso da endoscopia (DÓI et. al 1989; TAKABE et. al
1998; MUGURUMA et. al 1999; ESTEVE et. al 2000; GOMEZ et. al 2003;
PETITHORY 2007). No Brasil há uma ocorrência maior de Contracaecum sp. parasitando
peixes em relação a Anisakis sp., ambos da família Anisakidae (MARTINS
et. al 2005; PRADO e CAPUANO 2006), fato observado também no estado
de Mato Grosso (BARROS et. al 2006; BARROS et. al 2007).
Apesar da infecção experimental em coelhos e gatos domésticos
(VIDAL-MARTINEZ et. al 1994; BARROS et. al 2004), nenhum caso humano
foi relatado dessa parasitose, provavelmente devido à falta de diagnóstico e
não à ausência da doença no país (OKUMURA et. al 1999).
A infecção por parasitos da família Anisakidae é ainda de difícil
diagnóstico e pouco se sabe sobre as possibilidades de tratamento,
constituindo um bom campo para investigação científica.
O uso de plantas medicinais com a finalidade de realizar o controle de
helmintos tem aumentado nos últimos anos, devido principalmente à
resistência parasitária dos produtos comercializados e o crescente uso de
produtos ecologicamente mais seguros. Compostos monoterpênicos foram
testados por HIERRO et. al (2004), contra helmintos da família Anisakidae
demonstrando uma boa ação larvicida. No entanto a preocupação com
intoxicações também é pertinente no uso dessas substâncias in vivo.
A preocupação com as doenças zoonóticas parasitárias transmitidas
por peixes e a necessidade de buscar procedimentos terapêuticos seguros
para o controle destas zoonoses, são os principais motivos que justificam
este trabalho.
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17
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Principais zoonoses parasitárias transmitidas por pescado
As zoonoses parasitárias transmitidas por pescado ocorrem devido ao
consumo de pescado cru ou mal cozido. O aumento do intercâmbio de
viajantes para o Sudeste Asiático, a importação de alimentos daquela região
e a “moda” de pratos como o sushi e sashimi tem aumentado a ocorrência
dessas doenças de difícil diagnóstico e tratamento. Podemos citar como
principais zoonoses a anisaquiose, a eustrongilidiose, a capilariose, a
fagicolose, a clonorquiose e a difilobotriose. (OKUMURA et. al 1999;
WOLFF et. al 1999). No Brasil existem relatos em humanos apenas de
fagicolose, difilobotriose e clonorquiose (LEITE et. al 1989; CHIEFFI et. al
1990; CHIEFFI et. al 1992; DIAS et. al 1992; EDUARDO et. al 2005a;
EDUARDO et. al 2005b; SANTOS e FARO 2005; EMMEL 2006). A difilobotriose é causada em humanos pela infecção com vermes
adultos da espécie Diphyllobothrium latum, conhecido como a tênia do peixe,
após ingestão de crustáceos e peixes. Seus principais sinais clínicos são:
distensão abdominal, flatulência, dor epigástrica, anorexia, náuseas,
vômitos, astenia, perda de peso, eosinofilia e diarréia após 10 dias do
consumo do peixe cru ou mal cozido. O diagnóstico consiste no exame de
fezes observando os ovos típicos operculados e o tratamento com
praziquantel surte bom resultado (EDUARDO 2005; SANTOS 2005; EMMEL
et. al 2006).
A clornoquiose é uma doença dos ductos biliares, causada em
humanos através da infecção por trematódeos adultos da espécie Clonorchis
sinensis, após a ingestão de peixe cru ou mal-cozido contendo o parasito. A
ingestão de peixes defumados, em conserva ou secos, não afasta o risco de
contrair a infecção. A infecção aguda caracteriza-se por febre, eosinofilia,
hepatomegalia, artralgia e urticária. Na fase crônica, observa-se anorexia,
dor epigástrica, diarréia, febre baixa e prolongada, com progressiva
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18
hepatomegalia. Esse quadro ocorre em pacientes gravemente infectados. As
complicações mais sérias estão relacionadas à colangite ascendente
recidivante e à pancreatite, podendo desenvolver colangiocarcinoma. O
diagnóstico pode ser através da visualização dos ovos em repetidas
amostras de fezes e no aspirado duodenal. O tratamento de escolha é o
praziquantel (LEITE et. al 1989; OKUMURA et. al 1999; WOLFF et. al 1999).
A fagicolose é a doença causada por Ascocotyle (Phagicola) longa,
sendo associada à ingestão de carne de tainhas cruas ou mal cozidas
podendo infectar o homem e diferentes espécies de aves e mamíferos
piscívoros, uma vez que possuem baixa especificidade parasitária (CHIEFFI
et. al 1990; CHIEFFI et. al 1992; DIAS et. al 1992; BARROS e AMATO
1995a; BARROS e AMATO 1995b; BARROS e AMATO 1996). Os principais
sinais clínicos são aqueles observados na maioria das verminoses, como
cólicas, flatulência, diarréias, emagrecimento. O tratamento consiste no uso
do anti-helmíntico a base de praziquantel (CHIEFFI et. al 1990; CHIEFFI et.
al 1992; OKUMURA et. al 1999).
O praziquantel (2-ciclo-hexilcarbonil-[1,2,3,6,7,11b] hexa-hidro-4H-
pirazino [2,1-a] isoquinolona-4-1), fármaco anti-helmíntico utilizado no
tratamento de várias parasitoses, tem efeito no parasito sobre o potencial de
membrana das células musculares, promovendo a entrada de íon cálcio para
o interior da célula, o que resulta na contração muscular, na vacuolização e
desintegração do tegumento do helminto. Suas etapas sintéticas são
incompletas e na sua maioria patenteadas por indústrias farmacêuticas, ou
seja, apesar da estrutura química final ser conhecida às etapas de
desenvolvimento não são bem elucidadas, o que torna sua execução
complexa e utilização onerosa. Algumas rotas sintéticas são propostas,
utilizando a glicina como matéria-prima, visando simplicar o método de
produção desse produto, embora ainda careçam de otimização do
rendimento global (NOVAES et. al 1999; SPINOSA et. al 2006).
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19
Figura 1 – Estrutura química do praziquantel
Como medidas profiláticas, em relação à essas zoonoses
parasitárias, recomenda-se a inspeção visual do peixe, o cozimento
adequado dos mesmos, o destino adequado aos excretos humanos, a
inspeção do pescado e o congelamento adequado dos peixes nos frigoríficos
(EMMEL et. al 2006). Segundo EDUARDO et. al (2005a), deve-se fazer a
recomendação aos órgãos de fiscalização sanitária para que ocorra a
aplicação de medidas cautelares aos restaurantes com culinária japonesa e
fornecedores, a fim de prevenir o consumo de peixes crus suspeitos de
contaminação, além de alertar à população sobre os riscos de consumo de
peixes crus e comunicar aos laboratórios e serviços médicos para
notificação dos casos.
Para que a população possa ingerir os pratos típicos à base de peixe
cru recomenda-se o congelamento à temperatura de -20°C durante 7 dias ou
a -35°C por 15 horas (EMMEL et. al 2006). O uso da salmoura por 72 horas
e a cocção à temperatura de 100°C por 60 minutos são suficientes para
matar as larvas (SÃO CLEMENTE et. al 1996).
Segundo THATCHER e NETO (1994) as autoridades sanitárias, os
piscicultores, ictiopatologistas e veterinários devem atentar para um maior
controle, desde a produção até a comercialização do pescado, para diminuir
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20
as taxas de morbidade e mortalidade nas criações, melhorando a qualidade
do pescado destinado ao consumidor e prevenindo as zoonoses
transmissíveis por peixes.
2.2 Parasitos da família Anisakidae: taxonomia, ciclo biológico, patogenia, sinais clínicos e diagnóstico.
Data de 1845 a primeira descrição de vermes adultos de Anisakis, por
um naturalista francês chamado Félix Dujardin. Em 1876 foi descrito pela
primeira vez um caso desta parasitose em um menino na Groelândia e em
1960 foi identificado como uma larva de terceiro estágio de Anisakis o
parasito agressor (LÓPEZ-SERRANO et. al 2000b).
A taxonomia da família Anisakidae consiste em: classe Nematoda;
subclasse Secernentea; Ordem Ascaridida; subordem Ascaridina e
superfamília Ascaridoidea (VICENTE e PINTO 1999).
Os parasitos da família Anisakidae, são de ampla distribuição
geográfica, parasitando peixes como hospedeiros intermediários, e
mamíferos marinhos e aves piscívoras como hospedeiros definitivos. Seus
ovos são eliminados juntamente com as fezes do hospedeiro definitivo em
meio aquático, quando então embrionam tornando-se larva infectante (L2),
esta será ingerida pelo hospedeiro intermediário e se desenvolverá até o
terceiro estágio larval (L3), que por sua vez será a forma infectante para o
hospedeiro definitivo, que ingere o hospedeiro intermediário contendo a larva
e se desenvolve até o estágio adulto. O homem (hospedeiro acidental) pode
ser infectado após o consumo do peixe, com larvas de terceiro estágio (L3),
cru ou mal cozido. O principal agente etiológico da anisaquiose humana é o
Anisakis simplex e ocasionalmente outros anisaquídeos (GERMANO e
GERMANO 1998; LOPES-SERRANO et. al 2000b; GÓMEZ et. al 2003;
MADI e SILVA 2005; SZOSTAKOWSKA et. al 2005; PETITHORY 2007).
Raramente o homem infecta-se com larvas de quarto estágio (L4)
(ROSALES et. al 1999).
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21
A larva pode migrar pelo organismo do homem, com possibilidade de
localização diversa. Existem relatos de larvas encontradas na garganta de
um esquimó no Alaska e de uma mulher em Nova York, também em um
aneurisma do lado direito da artéria ilíaca de um homem em Massachusetts
e na mucosa esofagiana de um homem no Japão, porém a localização mais
comum é no estômago e intestino. Nestes órgãos a larva pode penetrar na
submucosa desenvolvendo reações na parede causando a anisaquiose
subaguda ou crônica e mesmo, mais raramente atravessar a parede gástrica
e intestinal originando granulomas e abcessos peritoniais. O granuloma
eosinofílico, resultante da resposta inflamatória do organismo ao parasita,
pode ser observado na parede do estômago, no intestino preferencialmente
no jejuno e íleo e com menor freqüência no cólon (LITLE e MACPHAIL 1972;
LITTLE e MOST 1973; LICHTENFELS e BRANCATO 1976; GERMANO e
GERMANO 1998; MUGURUMA et. al 1999; LOPEZ-SERRANO et. al
2000b).
Desde 1972 o Japão e alguns países como o EUA, tem mostrado um
aumento de casos de anisaquioses em humanos. Acredita-se que o
repentino aumento dessas infecções esteja associado à melhora da
performace dos aparelhos de endoscopia e radiologia e ao movimento de
proteção para os mamíferos marinhos, uma vez que os mesmos podem ser
hospedeiros definitivos desse parasito (OSHIMA 1987). Os principais sinais
clínicos da doença vão desde dores epigástricas e abdominais até obstrução
intestinal, podendo também ser observado tosse, expectoração, dores na
faringe, náusea e prurido anal ou nasal (DOI et. al 1989; TAKABE et. al
1998; MUGURUMA et. al 1999; MERCADO et. al 2001; YU et. al 2001). Nas
infecções crônicas o paciente relata mal estar e dor abdominal intermitente,
com perda de peso e frequentemente confundidos com outras enfermidades
gastrintestinais (GERMANO e GERMANO 1998). O principal meio
diagnóstico da anisaquiose é a endoscopia que além de diagnosticar e
remover o parasito permite sua identificação (OSHIMA 1987; MUGURAMA
et. al 1999; KOH et. al 1999; YU et. al 2001). Outras técnicas são utilizadas
com menor precisão no diagnóstico, como é o caso da ultrassonografia,
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22
radiologia contrastada e colonoscopia, que associadas ao histórico de
consumo de peixe cru, aos sinais gastroentericos e tratamento com sucesso
reduzem a necessidade de uma intervenção cirúrgica (MATSUMOTO et. al
1992; SHIRAHAMA et. al 1992).
A ingestão do peixe mesmo que cozido pode desenvolver um quadro
alérgico conhecido como anisaquiose gastroalérgica ou gastrite eosinofílica,
podendo desenvolver urticária, angioedema e até mesmo reação anafilática,
isso se deve à presença de antígenos de superfície termoestáveis presentes
no parasito, o quadro alérgico se desenvolve em média após 6 horas do
consumo do peixe (LÓPEZ-SERRANO et. al 2000a; GÓMEZ et. al 2003;
CHO et. al 2005; PETITHORY 2007). FOTI et. al (2006) testaram os fatores
de risco através de uma análise multivariada, para sensibilidade alérgica ao
Anisakis e sugeriram que pessoas atópicas tem menor risco de desenvolver
o quadro alérgico que as não atópicas. Estes autores concluíram ainda que
há associação entre o consumo de peixe mal cozido e frutos do mar com os
quadros alérgicos e o risco aumenta com a idade. LÓPEZ-SERRANO et. al
(2000a) diagnosticaram 22 pacientes com gastroalergia por anisaquiose em
um ano na Espanha, a maioria dos pacientes apresentavam-se na sala de
emergência com sintomas alérgicos e sintomas gástricos moderados, o
diagnóstico foi através de teste de reação intradérmica para Anisakis
simplex, sorologia para IgE específica para Anisakis através de ensaio
imunoenzimático, gastroscopia e histórico de sintomas de persistência
gástrica após ingestão de frutos do mar. Segundo PETITHORY (2007) as
vítimas da gastroalergia tem predisposição genética, sendo incomum na
França e Alemanha e freqüente no Japão.
No Brasil há uma prevalência maior de Contracaecum sp. parasitando
peixes em relação à Anisakis sp. (BARROS e AMATO 1993; REGO et. al
1983; BARROS 1994; SÃO CLEMENTE et. al 1995; SILVA et. al 2000;
THIENGO et. al 2000; MARTINS et. al 2005; PRADO e CAPUANO 2006),
fato observado também no estado de Mato Grosso (BARROS et. al 2006;
BARROS et. al 2007) e em países como México, Colômbia e Argentina
(OLIVERO-VERBEL et. al 2006; AGUIRRE-MACEDO et. al 2007; GARBIN
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23
et. al 2007). Apesar da infecção experimental em coelhos e gatos
domésticos (VIDAL-MARTINEZ et. al 1994; BARROS et. al 2004) não há
relatos em humanos no Brasil, acredita-se que seja pela falta de diagnóstico
e não pela ausência da doença, tornando-se necessário a intensificação dos
estudos da fauna parasitária de peixes no país, aumentando assim o
conhecimento das características morfológicas e biológicas dos parasitos de
importância em saúde pública (OKUMURA et. al 1999; BICUDO et. al 2005).
2.3 Uso de plantas medicinais e compostos monoterpênicos no controle parasitário
O uso de plantas para o tratamento de enfermidades é um costume
tão antigo quanto à espécie humana, as observações populares contribuem
na divulgação das virtudes terapêuticas, mesmo sem o seu conhecimento
químico e farmacológico, despertando dessa maneira interesse dos
pesquisadores em estudos envolvendo áreas multidiciplinares (MACIEL et.
al 2002).
O uso de plantas medicinais tem aumentado nos últimos anos com a
finalidade de realizar o controle parasitário, seja para endo ou ectoparasitas,
como é o caso do Cymbopogon citratus e Digitaria insularis, conhecidos
respectivamente como capim-santo e capim-açu, sobre cultura de
nematóides gastrintestinas de caprinos, onde demostraram efeito larvicida
de até 95% (ALMEIDA et. al 2003). Já COSTA et. al (2002) testou o extrato
hexânico e a fração etanólica do extrato hexânico obtido a partir de
sementes de Mangifera indica L.(Anacardiaceae) sobre ovos de
Haemonchus contortus, a fração etanólica do extrato hexânico inibiu 95,66%
da eclosão dos ovos na concentração de 50 mg/ml, no entanto o extrato
hexânico apresentou atividade insignificante na mesma concentração.
MOORE et. al (2007) testaram a ação repelente do Cymbopogon citratus
sobre Anopheles darling em voluntários na Bolívia demonstrando um
resultado satisfatório (p=0.0159). O eucalyptol também foi testado quanto a
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24
ação inseticida in vitro sobre Musca domestica e Chrysomya megacephala,
demostrando excelentes resultados (SUKONTASON et. al 2004).
Os carrapatos de bovinos, Boophilus microplus, trazem perdas
econômicas inestimáveis à pecuária de corte, devido à transmissão de
doenças e depreciação do couro. O uso de produtos químicos tem
propiciado o aparecimento de cepas resistentes e contaminação ambiental,
o Cymbopogon tem demostrado acaricida (HEIMERDINGER et. al 2006;
MARTINS 2006). AMBROZIN et. al (2004) testaram a atividade
tripanosomicida in vitro de 22 extratos de plantas das famílias Meliaceae e
Rutaceae, buscando novas drogas para a doença de Chagas.
As plantas também podem ser utilizadas profilaticamente, foi o que
NWABUISI (2002) concluiu quando usou extrato de multiervas ( Agbo-Iba)
em ratos inoculados com malária. O uso da planta preveniu o
desenvolvimento da parasitemia nesses animais.
As substâncias químicas extraídas das plantas são classificadas em
metabólitos primários e secundários. Os metabólitos primários são
substâncias amplamente distribuídas na natureza, ocorrendo em
praticamente todos os organismos, já os secundários tem distribuição
limitada a determinados grupos taxonômicos do Reino Vegetal, não
possuindo função aparente no metabolismo primário da planta, mas
possuem papel ecológico como atrativos para polinizadores e defensores
químicos contra microorganismos, insetos e predadores (BALANDRIN et al
1985).
Os terpenóides constituem uma família numerosa de compostos
muito diversos que se encontram espalhados por todos os seres vivos,
podendo também ser designados por terpenos ou isoprenóides e fazem
parte do metabolismo secundário das plantas. São formados pela união de
unidades com cinco átomos de carbono. Todos os terpenóides (com
algumas exceções) são moléculas cujo esqueleto possui um número de
átomos de carbono múltiplo de cinco. As duas unidades que dão origem a
todos os terpenos são o pirofosfato de isopentenilo (IPP) e o pirofosfato de
dimetilalili (DMAPP). Compostos pertencentes a essa família estão
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25
presentes em todas as partes: sementes, folhas, flores, raízes, em bolores,
fungos e líquens. Os esteróides, subconjunto desta família de compostos,
encontram-se presentes em todos os animais, plantas e na maioria dos
microrganismos. Os compostos mais simples são os constituintes principais
dos óleos essenciais e são os responsáveis pelo aroma das plantas
(ARAÚJO 2005).
De acordo com Dey e Harbone (1997) citado por PRADO (2007,
p.10), os monoterpenos fazem parte da classe mais simples dos
terpenóides, sendo constituídos por 10 átomos de carbono, ou seja, duas
unidades de isopreno. São componentes da maioria dos óleos essenciais. O
maior interesse nestes compostos se deve ao seu uso como perfumes e
flavorizantes em alimentos, apresentando também efeito farmacológico.
Compostos monoterpênicos também foram utilizados com sucesso
para promover ação fitotóxica contra ervas daninhas, problema atual na
agropecuária mundial, com destaque para o citronelal. Este composto
causou injúria nas plantas na forma de necrose, ruptura cuticular, obstrução
do estroma e encolhimento das células epidermais (BATISH et. al 2006;
SINGH et. al 2006). Os compostos monoterpênicos também são utilizados
com sucesso quanto à ação inseticida (RICE e COATS 1994; MOMIN e
NAIR 2002; BARNAND e XUE 2004) e acaricida (TAK et. al 2006). Segundo
LEYVA e TACORONTE (2007) os compostos monoterpênicos e
sesquiterpenos são tipicamente lipofílicos e afetam de maneira negativa o
crescimento, desenvolvimento e reprodução de insetos das espécies Aedes
aegypti e Musca domestica. SIMAS et. al (2004) relatam a ação larvicida do
sesquiterpeno E- nerolidol sobre larvas de A. aegypti, e a importância da
lipofilicidade de terpenos para essa atividade larvicida.
GOTO et. al (1990) relataram que o uso in vitro do extrato de Zingiber
officinale é efetivo contra larvas de Anisakis, e suas frações [6]-shogaol e [6]-
gingerol com a concentração de 62,5 e 250μg/ml respectivamente é a dose
efetiva mínima para matar as larvas de Anisakis. De acordo com KASUYA
et. al (1990) o extrato de Perilla frutescens usado na medicina tradicional
chinesa, tem ação larvicida para Anisakis e sua fração perillaldehyde na
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26
concentração de 125 μg/ml é a dose efetiva mínima para matar essas larvas,
sugerindo que o perillaldeído é o componente ativo desse extrato contra
Anisakis.
HIERRO et. al (2004) testaram in vitro a ação anti-helmíntica de
diferentes compostos monotêrpenicos (geraniol, citronellol, citral, carvacrol,
cuminaldeído e eugenol) nas concentrações de 12,5 μg/ml, 6,25 μg/ml e
3,12 μg/ml, contra larvas de terceiro estágio (L3) de Anisakis simplex. O
geraniol mostrou seu efeito letal máximo entre 8 e 24 horas a 12,5 μg/ml, o
citronellol foi 100% letal a 4 horas na concentração de 12,5 μg/ml, o citral
mostrou os melhores resultados em todas as três concentrações, o carvacrol
foi muito eficiente a 4 horas exceto na concentração de 3.12 μg/ml e o
eugenol não mostrou efeito larvicida na concentração máxima testada, assim
conclui-se que todos os compostos acima citados foram ativos na
concentração máxima testada com exceção do eugenol.
ASHA et. al (2003) testaram in vitro a atividade anti-helmíntica do
geraniol e da planta Cymbopogon martinii contra o helminto Caenorhabditis
elegans e sugerem que o geraniol, o principal constituinte dessa planta, seja
o princípio anti-helmintico da mesma, onde obteve-se a ED50 (dose efetiva)
de 66,7 μg/ml para o geraniol. ASHA et. al (2001) testaram in vitro a
atividade anti-helmíntica do eugenol e da planta Ocimum sanctum contra o
helminto Caenorhabditis elegans e sugerem que o eugenol, o principal
constituinte dessa planta, seja o princípio anti-helmíntico da mesma, onde
obteve-se a ED50 de 66,7 μg/ml para eugenol.
Quando relatado o uso de plantas e produtos naturais há a
preocupação com a toxicidade das mesmas para o homem. LEITE et. al
(1986) utilizaram em voluntários da saúde um chá de ervas à base de
Cymbopogon citratus para avaliar o efeito tóxico, hipnótico e ansiolítico do
mesmo, chegando à conclusão que não produz efeito tóxico clínico e
laboratorial, não sendo observadas propriedades hipnóticas e ansiolíticas.
SOUZA et. al (1986) utilizaram a infusão em ratos antes da cópula e durante
a gestação e não foram observados efeitos tóxicos. ADENEYE e AGBAJE
(2007) testaram o Cymbopogon citratus quanto ao efeito hipoglicêmico,
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27
hipolipidêmico e toxicidade aguda. Os resultados demonstraram baixa
toxicidade sendo considerado relativamente seguro na exposição aguda.
COSTA et. al (2007) através de estudos de toxicidade aguda da DCTN
(diterpeno isolado do Croton cajucara), concluíram que a mesma possui
baixa toxicidade, porém quando usada indevidamente na medicina
alternativa pode acarretar efeitos hepatotóxicos irreversíveis.
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3 OBJETIVOS
3.1 Objetivos Gerais
• Avaliar o efeito larvicida de compostos monoterpênicos
(citronelal e geraniol) in vitro sobre Contracaecum sp.
• Avaliar o possível efeito tóxico do óleo essencial de
citronela (Cymbopogon sp.) em camundongos (Mus
musculus).
3.2 Objetivos específicos
• Comparar a ação larvicida entre os compostos monoterpênicos
(geraniol e citronelal).
• Avaliar a taxa de mortalidade das larvas de Contracaecum sp.
em função do tempo.
• Determinar toxicidade do óleo essencial de citronela para
camundongos por meio de teste hipocrático.
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4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Avaliação in vitro do efeito larvicida de compostos monoterpênicos sobre Contracaecum sp.
4.1.1 Compostos monoterpênicos (geraniol e citronelal) Para a etapa de avaliação in vitro, foram utilizados o geraniol (Acros®,
USA; Lote: A0122403) (Figura 1) e citronelal (Spectrum®, USA: Lote:
RP0474R) (Figura 2), seus níveis de pureza foram fornecidos pela empresa
fabricante (Tedia do Brasil Ltda) conferindo grau de pureza de 96,6 e 94%
respectivamente. Uma amostra de cada composto foi analisada por
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas CG/EM1, a fim
de confirmar o grau de pureza dos compostos.
Figura 2 – Estrutura química do geraniol
____________________
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30
1Aparelho Shimadzu® GCMS-QP5050A
1
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31
Figura 3 – Estrutura química do citronelal
4.1.2 Espécie de peixe utilizada para a obtenção de larvas de Contracaecum sp.
As larvas de Contracaecum sp. foram obtidas de traíras (Hoplias
malabaricus, Bloch, 1794) (Figura 3) um peixe carnívoro de água doce da
família Caracidae, presente em quase todos os açudes, lagos, lagoas e rios
do território nacional. Nas regiões que oferecem boa alimentação é comum
que atinjam 69 cm de comprimento e alguns exemplares excedem 2 Kg de
peso, predador de hábitos noturnos tem marcada predileção por sombras e
escuridão. Tendo ampla distribuição na América do Sul, é utilizado como
fonte alimentar de aves e mamíferos, incluindo o homem; assim as traíras
atuam além de hospedeiros definitivos e intermediários como hospedeiros
paratêmicos de helmintos, com destaque para Contracaecum sp.
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32
Figura 4 – Espécimes de traíra (Hoplias malabaricus) capturados do
rio Mimoso, município de Santo Antônio de Leverger,MT, em setembro de 2007.
Figura 5 – Mapa de localização do município de Santo Antônio do Leverger, estado de Mato Grosso, Brasil, local de captura das espécimes de traíras. Fonte: google earth 2007
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33
4.1.3 Captura e necrópsia dos peixes
Os peixes foram capturados pelo funcionário Luiz Carlos de Sá
Neves, no mês de setembro. A captura foi realizada com anzol no rio
Mimoso, município de Santo Antônio de Leverger, localizado a 140 km de
Cuiabá, a 16° 12' 50" Sul, 55° 48' 29" Oeste, O município foi escolhido por
se tratar de uma localidade aonde tem como a pesca o principal produto de
subsistência e turismo da região (Figura 4). Após a coleta foram
acondicionados em caixas térmicas e transportados ao laboratório de
Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (Figura
5).
As traíras foram necropsiadas seguindo a metodologia adotada por
PAVANELLI et. al (1998) através de uma incisão ventral longitudinal da
abertura cloacal à região branquial, com retirada das vísceras da cavidade
celomática, para exame e coleta dos parasitos (Figura 6).
Figura 6 – Recepção de espécimes de traíra (Hoplias malabaricus)
no laboratório de Parasitologia – UFMT.
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34
Figura 7 – Larva de Contracaecum sp. na cavidade celomática de um
espécime de traíra (Hoplias malabaricus)
4.1.4 Avaliação e identificação das larvas
As larvas encontradas durante a necropsia foram mantidas em
placas de Petri com solução fisiológica 0,65% NaCl. Posteriormente as
mesmas foram avaliadas em microscópio estereoscópico2, utilizando como
parâmetros a motilidade e a integridade estrutural. A identificação
taxonômica foi realizada de acordo com HARTWICH (1974) e espécimes
representativos foram depositados na Coleção Helmintológica do Instituto
Oswaldo Cruz, sob o número CHIOC 35505.
____________________2 Olympus® SZ-4045
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36
4.1.5 Diluição dos compostos monoterpênicos e distribuição dos grupos
Os compostos monoterpênicos (geraniol e citronelal) foram pesados
em balança analítica3 e diluídos em etanol a 96° chegando as seguintes
concentrações: 25, 12,5, 6,25 e 3,12mg/ml.
As larvas de Contracaecum sp., consideradas viáveis, foram
separadas em vinte grupos de dez larvas cada, para cada composto
testado, totalizando duzentas larvas por composto avaliado e quatrocentas
larvas para os dois compostos. Além dos grupos testados foi destinado um
grupo de 10 larvas em etanol a 1% para ser usado como controle.
4.1.6 Avaliação in vitro
Um total de 5 ml de água destilada e 50μl do produto diluído nas
quatro concentrações foram depositados em placas de Petri nos grupos
citados acima, obtendo concentração final de 250, 125, 62,5 e 31,2 μg/ml.
As placas foram mantidas em incubadora tipo B.O.D4 (carência
bioquímica de O2 dissolvido) à 37o C (± 0,6 o C), com 90% de umidade. As
observações foram realizadas a 2, 4, 8, 24 e 48 horas, após o início do
experimento. No momento da avaliação, a placa de Petri era retirada da
B.O.D e as larvas lavadas com água destilada e levadas ao microscópio
estereoscópico para ser avaliado o efeito larvicida do produto, utilizando
como parâmetros a motilidade e a integridade estrutural. O grupo controle
também foi avaliado nos mesmos intervalos de tempo, utilizando-se os
mesmos parâmetros.
As larvas mortas foram fixadas com AFA (álcool, formalina e ácido
acético) produto esse utilizado como fixador de helmintos. Posteriormente
processadas conforme as técnicas histológicas descritas por PROPHET
(1992), sendo cortadas em espessura de 2µm, utilizando-se um micrótomo
manual5. 3 Shimadzu Libror AEG-220g 4 B.O.D. 347 CD 5 Microm® HM 325
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As lâminas confeccionadas foram coradas pela técnica de
hematoxilina-eosina descrita por ALLEN (1992) e posteriormente
examinadas e microfotografadas, com aumentos de 40X e 100X, com o
auxílio de microscópio óptico6 visando avaliar alterações decorrentes da
ação dos compostos sobre as larvas.
Utilizou-se o teste exato de Fisher a fim de avaliar se houve ação
larvicida do produto quando comparado ao grupo controle (etanol 1 %) e
entre os dois produtos (SIEGEL 1975). A determinação da equação de
regressão foi utilizada para avaliar a taxa de mortalidade das larvas em
função do tempo, utilizando como ferramenta o programa estatístico
SAEG® 4.0 (RIBEIRO JUNIOR 2001).
4.2 Teste hipocrático da Citronela (Cymbopogon sp., Spreng, 1815)
Foi realizado o teste hipocrático (MALONE 1977) com o objetivo de
avaliar o possível efeito tóxico do óleo essencial de citronela (Cymbopogon
sp.) em camundongos.
4.2.1 Óleo essencial de Citronela
O óleo essencial de citronela foi adquirido em farmácia de
manipulação (Fórmula Certa, Cuiabá, MT, Lote N.º 1256) com densidade de
0,910g/ml. Os seus níveis de pureza foram garantidos através de análises
sensoriais e físicas, as quais encontravam-se dentro da normalidade,
segundo laudo fornecido pela EML - Distribuidora Ely Martins. Uma amostra
do mesmo lote do óleo foi analisada por cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massa (CG-EM), a fim de determinar os compostos
presentes em sua formulação, determinando que os principais compostos
presentes no óleo essencial de citronela, utilizado para o experimento in
vitro, foram o geraniol, o citronelal e o citronelol.
6 Olympus® MOD. BX-41
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38
4.2.2 Animais utilizados no experimento
Foram utilizados camundongos Swiss Webster (Mus musculus),
machos, entre 29 e 31 gramas, provenientes do Biotério da Universidade de
Cuiabá (UNIC), localizado no Hospital Veterinário da mesma instituição
(Figura 7).
Figura 8 – Camundongos (Mus musculus) identificados e
acondicionados em gaiolas de polipropileno para realização de teste hipocrático .
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4.2.3 Determinação da toxicidade aguda (Teste hipocrático)
O teste hipocrático é utilizado com o objetivo de determinar a
toxicidade aguda de substâncias, através da observação dos efeitos gerais
comportamentais e tóxicos das mesmas.
Foram utilizados doze camundongos machos , submetidos a dezoito
horas de jejum alimentar sem restrição hídrica e separados aleatoriamente
em quatro grupos com três animais cada. Por gavagem, utilizando sonda
orogástrica, foi administrado óleo essencial de citronela ou veículo (óleo de
soja Sadia®, Lote: 00106P), no volume de 0,1ml para cada 30 gramas de
peso corporal (Figura 8).
Figura 9 – Camundongo (Mus musculus) sendo submetido a
gavagem orogástrica com óleo essencial de citronela (Cymbopogon sp.).
O grupo 1 recebeu óleo essencial de citronela sem diluição. O grupo
2 recebeu óleo essencial diluído em óleo de soja sendo 50% de óleo
essencial de Citronela e 50% de óleo de soja. O grupo 3 recebeu óleo
essencial diluído em óleo de soja, sendo 25% de óleo essencial de
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Citronela e 75% de óleo de soja. O grupo 4 recebeu somente o óleo de soja
(controle). As doses administradas foram as seguintes: grupo 1
(3033,33mg/Kg), grupo 2 (1516,66mg/Kg), grupo 3 (758,33mg/Kg) e grupo 4
(óleo de soja).
Os animais devidamente identificados foram distribuídos em gaiolas
individuais de polipropileno (16 X 26 X 13 cm), em temperatura ambiente de
28 ±2°C, umidade de 60 ± 5% e ciclo claro/escuro de 12 horas, com livre
acesso à água e ração para roedores (Purina®). O ambiente foi mantido em
silêncio a fim de evitar o estresse e possível influência nos resultados.
Foram observados os efeitos comportamentais resultantes de
possíveis ações estimulantes ou depressoras do Sistema Nervoso Central
(SNC), efeitos toxicológicos e morte. Estas possíveis alterações foram
acompanhadas desde o instante da administração e por 10, 15, 30, 240 e
480 minutos pós administração. Após a avaliação de 480h seguiu-se
observações a cada 24 horas durante 14 dias consecutivos (Figura 9). Os
dados foram anotados em tabela de Malone (ANEXO I).
Os parâmetros observados, relacionados às ações estimulantes,
foram: coçar o focinho, convulsão clônica e tônica, exoftalmia, aumento da
freqüência respiratória, lamber patas, morder cauda, aumento da motilidade,
movimentos estereotipados, piloereção, tremores finos e grosseiros. Os
parâmetros observados, relacionados às ações depressoras, foram:
alienação ao meio, analgesia (por teste de compressão da cauda do
animal), anestesia (puxando o pêlo e suspendendo o animal), ataxia,
diminuição da apreensão da pata, catatonia, dispnéia, exoftalmia,
diminuição da freqüência respiratória, diminuição da motilidade, diminuição
do reflexo corneano, tônus dorsal, ptose palpebral e sedação. Outros
parâmetros observados foram: agressividade, contorção, coloração da
urina, diâmetro da pupila, diarréia, ereção da cauda, fasciculações,
grunhidos, aumento ou diminuição da micção, midríase, orelha (cianótica,
hiperêmica ou pálida), passividade, reação de fuga, sialorréia, tremor da
cauda, lacrimejamento, sudorese, coma e morte.
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41
Ao fim do período de observação todos os animais foram sacrificados
obedecendo às normas preconizadas por BRASIL (2000) e a necropsia foi
realizada segundo a técnica descrita por FELDMAN e SEELY (1988). Foi
realizado exame macroscópico e coletado os seguintes órgãos para exame
histopatológico: SNC, coração pulmão, baço, fígado, intestino, estômago,
osso (fêmur), rim; sendo os mesmos conservados em formalina 10% e
realizada técnica histológicas e confecção das lâminas utilizando-se
métodos já descritos no processamento das larvas de Contracaecum sp.
Figura 10 – Representação esquemática do teste hipocrático do
óleo essencial de citronela, utilizando camundongos (Mus musculus).
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42
5 RESULTADOS
5.1 Avaliação in vitro
O geraniol teve efeito larvicida a partir de 2 horas na concentração
máxima testada, 250 μg/ml, demonstrando um aumento de taxa de
mortalidade em função do tempo. Com 48 horas o geraniol matou 90% das
larvas avaliadas. Nas concentrações de 125 e 62,5 μg/ml este composto
não teve efeito larvicida no período de 48 horas e na concentração de 31,2
μg/ml obteve efeito larvicida com 48 horas para apenas 10% das larvas.
(Tabela 1)
O citronelal teve efeito larvicida contra Contracaecum sp., na
concentração de 250μg/ml com 8 e 24 horas, na concentração de 125μg/ml
com 24 horas e na concentração de 62,5 μg/ml com 48 horas.(Tabela 1)
Tabela 1 - Avaliação in vitro da atividade larvicida do Geraniol e Citronelal contra Contracaecum sp (Nematoda: Anisakidae).
SUBSTÂNCIAS % DE LARVAS MORTAS
TESTADAS 2 hs 4 hs 8 hs 24 hs 48 hs GERANIOL μg/ml
250 10% - 30% 70% 90% 125 - - - - - 62,5 - - - - - 31,2 - - - - 10%
CITRONELAL Controle (etanol 1%)
250 - - 20% 10% - 125 - - - 10% - 62,5 - - - - 20% 31,2 -
-
- -
- -
- -
- -
Quando comparou-se a ação do citronelal e do geraniol em relação
ao controle (etanol 1%), observou-se que ambos tiveram ação larvicida
sobre Contracaecum sp. (p <0,005). O geraniol na concentração de
250μg/ml às 2, 8, 24 e 48 horas e na concentração de 31,2 μg/ml às 48
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43
horas. O citronelal na concentração de 250μg/ml às 8 e 24 horas, na
concentração de 125μg/ml às 24 horas e na concentração de 62,5μg/ml às
48 horas. Quando comparou-se a ação entre o geraniol e o citronelal
observou-se que o geraniol tem maior ação larvicida que o citronelal (p
<0,05) na concentração de 250μg/ml às 2, 8, 24 e 48 horas e na
concentração de 31,2 μg/ml às 48 horas e o citronelal tem maior ação
larvicida que o geraniol (p < 0,005) na concentração de 125μg/ml às 24
horas e na concentração de 62,5μg/ml às 48 horas.
A equação estimada da taxa de mortalidade das larvas de
Contracaecum sp. em função do tempo (horas), na concentração de
250μg/ml do geraniol foi: y = 7,33297 + 1,899925x (R2 = 0,8926), mostrando
maior ação larvicida com o passar do tempo nessa concentração. (Tabela 2)
Tabela 2 - Taxa de mortalidade real e estimada de larvas de Contracaecum
sp. em função do tempo quando utilizado geraniol a 250μg/ml in vitro.
Horas Mortalidade Real (%) Mortal. estimada (%)
2 10 11,13
4 0 14,93
8 30 22,53
24 70 52,91
48 90 98,50
5.1.2 Danos histológicos nas larvas mortas sob ação dos compostos monoterpênicos
Nas larvas de Contracaecum sp., quando submetidas ao geraniol in
vitro foi observado principalmente descolamento cuticular (Figura
11).Quanto ao citronelal, observou-se ruptura cuticular e ductos excretores
entumecidos (Figura 12-13) .
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44
Figura 11 – Corte transversal de larva de Contracaecum sp., larva
controle, corados por hematoxilina-eosina. (barra=10 μm)
Figura 12 – Corte transversal de larva de Contracaecum sp.,
exposta ao composto monoterpênico geraniol, demonstrando descolamento da cutícula, corados por hematoxilina-eosina. (barra = 30μm)
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45
Figura 13 – Corte transversal de larva de Contracaecum sp.,
exposta ao composto monoterpênico citronelal, demonstrando ruptura cuticular, corados por hematoxilina-eosina. (barra = 10μm)
Figura 14 – Corte transversal de larva de Contracaecum sp.,
exposta ao composto monoterpênico citronelal, demonstrando ductos excretores entumecidos, corados por hematoxilina-eosina. (barra = 50μm)
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46
5.2 Efeitos gerais comportamentais e tóxicos da citronela mediante teste hipocrático
O óleo essencial de citronela nas doses administradas de
3033,33mg/Kg, 1516,66mg/Kg e 758,33mg/Kg, provocou apenas alterações
de aumento de atividade motora em um animal do grupo que recebeu a
dose de 3033,33mg/Kg, nos primeiros trinta minutos do experimento. Não
houve morte de nenhum animal durante os 14 dias de tratamento, bem
como não foram observados alterações comportamentais ou efeito tóxico no
grupo controle (óleo de soja).
A avaliação microscópica, através do exame histopatológico, não
demonstrou alterações nos órgãos examinados (SNC, coração, pulmão,
baço, fígado, intestino, estômago, osso e rim) (Figuras 14 a 22)
Figura 15 – Corte histológico do sistema nervoso central de
camundongo (Mus musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 20 µm)
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47
Figura 16 – Corte histológico do pulmão de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 100µm)
Figura 17 – Corte histológico do coração de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 20µm)
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48
Figura 18 – Corte histológico do baço de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 100µm)
Figura 19 – Corte histológico do fígado de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 100µm)
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49
Figura 20 – Corte histológico do intestino de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 20µm)
Figura 21 – Corte histológico do estômago de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 200 µm)
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50
Figura 22 – Corte histológico do osso (fêmur) de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 200µm)
Figura 23 – Corte histológico do rim de camundongo (Mus
musculus) sem alterações histológicas, corado por hematoxilina-eosina. (barra = 20µm)
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51
6 DISCUSSÃO
O presente trabalho testou dois compostos monoterpênicos, o
geraniol e o citronelal, que são frações do óleo essencial de citronela
(Cymbopogon sp.), sobre larvas de Contracaecum sp. Os mesmos além de
já terem sido utilizados para obter efeito anti-helmíntico (HIERRO et. al
2004; ASHA et. al 2003) foram também utilizados com sucesso quanto à
ação inseticida (RICE e COATS 1994; MOMIM e NAIR 2002; BARNAND e
XUE 2004) e acaricida (TAK et. al 2006).
O geraniol teve efeito larvicida a partir de 2 horas na concentração
máxima testada (250 μg/ml) matando 10% das larvas. Com 48 horas o
mesmo matou 90% das larvas na mesma concentração, demonstrando um
aumento de taxa de mortalidade em função do tempo. Nas concentrações
de 125 e 62,5 μg/ml o geraniol não teve efeito larvicida no período de 48
horas e na concentração de 31,2 μg/ml obteve efeito larvicida com 48 horas
para apenas 10% das larvas. Quando comparado aos resultados obtidos
por HIERRO et. al (2004) que utilizaram o geraniol, além de outros
compostos monoterpênicos, sobre larvas de Anisakis simplex na
concentração de 12,5 μg/ml obtendo efeito letal máximo entre 8 e 24 horas,
podemos observar que para Anisakis simplex, parasito da mesma família
do Contracaecum sp., o efeito larvicida do geraniol é efetivo em
concentrações muito menores.
ASHA et. al (2003) testaram o geraniol, principal constituinte da
planta Cymbopogon martinii, contra helmintos Caenorhabditis elegans e os
mesmos mostraram a ED50 de 66,7 μg/ml. Podemos observar que este
composto possui efeito anti-helmíntico sobre outros parasitos, além do
Anisakis simplex descrito por HIERRO et. al (2004) e do Contracaecum sp.
utilizado nesse trabalho. Outro composto monoterpênico utilizado contra
Caenorhabditis elegans por ASHA et. al (2001) foi o eugenol, principal
constituinte da planta Ocimum sanctum. Estes autores obtiveram a ED50 de
62,1 μg/ml demonstrando o efeito anti-helmíntico do eugenol. HIERRO et. al
(2004) testaram o eugenol contra larvas de Anisakis simplex e não
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52
obtiveram efeito larvicida na concentração máxima testada, que foi de 12,5
μg/ml. Com esses resultados podemos observar que apesar dos compostos
monoterpênicos serem descritos como anti-helmínticos, a dose e o helminto
estudado influencia diretamente no resultado encontrado.
Observamos alterações de descolamento de cutícula no exame
histopatológico das larvas de Contracaecum sp. mortas sob efeito do
geraniol. HIERRO et. al, em 2004, relataram protuberâncias na cutícula e
danos intestinais na histopatologia das larvas de Anisakis simplex mortas
sob efeito do geraniol, demonstrando que a ação do geraniol nas larvas de
Contracaecum sp. e Anisakis simplex é na estrutura cuticular do parasito.
O citronelal teve efeito larvicida contra Contracaecum sp, na
concentração de 250μg/ml com 8 e 24 horas, na concentração de 125μg/ml
com 24 horas e na concentração de 62,5 μg/ml com 48 horas. O citronelal já
foi testado quanto sua ação fitotóxica em ervas daninhas tendo excelentes
resultados, o mesmo causou injúria nas plantas na forma de necrose,
ruptura cuticular, obstrução do estroma e encolhimento das células
epidermais (BATISH et. al 2006; SINGH et. al 2006). Quando analisamos a
histopatologia das larvas mortas por citronelal, observamos ruptura da
cutícula e ductos excretores entumecidos, o que possivelmente é a causa
da morte das larvas.
GOTO et. al (1990) relatam a ação larvicida in vitro do extrato de
Zingiber officinale contra larvas de Anisakis, avaliando suas frações [6]-
shogaol e [6]-gingerol com a concentração de 62,5 e 250μg/ml
respectivamente, concluindo que são doses efetivas mínimas suficientes
para matar as larvas de Anisakis. Segundo KASUYA et. al (1990) o extrato
de Perilla frutescens, usado na medicina tradicional chinesa, é eficiente
contra larvas de Anisakis e sua fração perillaldehyde na concentração
mínima de 125 μg/ml é efetiva para matar larvas de Anisakis. As
concentrações utilizadas nesses trabalhos foram as mesmas utilizadas para
Contracaecum sp. neste trabalho, porém com outros compostos (geraniol e
citronelal). Estes dados demonstram que outros compostos monoterpênicos
também apresentam ação larvicida sobre parasitos da família Anisakidae.
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53
Realizamos o teste de toxicidade aguda (teste hipocrático) com o
objetivo de determinar a toxicidade do óleo essencial de citronela
(Cymbopogon sp), uma vez que seus principais constituintes são o geraniol,
citronelol e citronelal. O teste determinou que o óleo essencial de citronela
não é tóxico, nas doses estudadas (3033,33mg/Kg, 1516,66mg/Kg e
758,33mg/Kg) pois apresentou apenas aumento da motilidade motora em
um animal do grupo que recebeu a dose de 3033,33mg/Kg nos primeiros
trinta minuto e não houve nenhum óbito no final dos 14 dias de
acompanhamento. Segundo LEITE et. al (1986) o chá de ervas a base de
Cymbopogon citratus não demonstrou efeito tóxico, hipnótico ou ansiolítico
quando foi utilizado em voluntários de saúde, o mesmo foi observado por
ADENEY e AGBAJE (2007) e SOUZA et. al (1986) quanto ao uso do
mesmo produto em pessoas. Esses resultados demonstram que é seguro o
uso dos produtos a base de Cymbopogon sp, porém deve-se levar em
consideração que, o uso indevido na medicina alternativa de plantas
medicinais pode acarretar em sérios prejuízos à saúde humana, conforme
relatado por COSTA et. al (2007).
Segundo LEYVA e TACORONTE (2007) os compostos
monoterpênicos e sesquiterpenos são tipicamente lipofílicos e afetam de
maneira negativa o crescimento, desenvolvimento e reprodução de insetos
das espécies Aedes aegypti e Musca domestica, esta lipofilicidade também
foi observado por SIMAS et. al (2004) sobre larvas de A aegypti na
utilização do sesquiterpeno E-nerolidol. Esta ação lipofílica dos compostos
pode ser um possível mecanismo de ação larvicida contra Contracaecum
sp..
Assim associando o resultado satisfatório do efeito larvicida dos
monoterpenos, geraniol e citronelal e a não toxicidade de produtos à base
de Cymbopogon, sugerimos estudos adicionais, para que no futuro os
derivados da planta Cymbopogon sp. ou mesmo seus principais
constituintes possam ser usados como terapêutica da anisaquiose.
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54
7 CONCLUSÕES
o Os compostos monoterpênicos geraniol e citronelal
apresentam ação larvicida sobre Contracaecum sp. em teste
in vitro. O geraniol nas concentrações de 250μg/ml e 31,2
μg/ml e o citronelal nas concentrações de 250μg/ml, 125 μg/ml
e 62,5 μg/ml.
o A taxa de mortalidade das larvas aumenta em função do
tempo quando se utiliza o geraniol na concentração de
250μg/ml
o O óleo essencial de citronela, que tem como principais
compostos os monoterpenos utilizados nesse estudo, não
apresentam toxicidade aguda. Os compostos geraniol e
citronelal podem ser utilizados como fitofármacos no
tratamento de anisaquiose.
o Análises in vivo e determinação do mecanismo de ação do
geraniol e citronelal quanto ao efeito anti-helmíntico, ainda
devem ser realizadas.
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55
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