teste11-educação_os maias

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/12/2019 teste11-educao_os maias

    1/2

    Pgina 1

    IA

    L o texto com ateno e, de seguida, responde s questes com frases completas:

    1

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    Mas quando ela se acomodou ao lado da Viscondessa, gravezinha e com as mos no regao -Carlos veio logo estirar-se ao p dela, meio deitado para as costas do canap, bamboleando aspernas.

    - Vamos, filho, tem maneiras- rosnou-lhe muito seca D. Ana.- Estou cansado, governei quatro cavalos- replicou ele, insolente e sem a olhar.De repente porm, dum salto, precipitou-se sobre o Eusebiozinho. Queria-o levar frica, a

    combater os selvagens: e puxava-o j pelo seu belo plaidde cavaleiro de Esccia, quando a mamacudiu aterrada.

    - No, com o Eusebiozinho no, filho! No tem sade para essas cavaladas... Carlinhos, olheque eu chamo o av!

    Mas o Eusebiozinho, a um repelo mais forte, rolara no cho, soltando gritos medonhos. Foi umalvoroo, um levantamento. A me, tremula, agachada junto dele, punha-o de p sobre as perninhasmoles, limpando-lhe as grossas lgrimas, j com o leno, j com beijos, quase a chorar tambm. Odelegado, consternado, apanhara o bonetescocs, e cofiava melancolicamente a bela pena de galo.E a Viscondessa apertava s mos ambas o enorme seio, como se as palpitaes a sufocassem.

    O Eusebiozinho foi ento preciosamente colocado ao lado da titi; e a severa senhora, com umfulgor de clera na face magra, apertando o leque fechado como uma arma, preparava-se a repelir oCarlinhos que, de mos atrs das costas e aos pulos em roda do canap, ria, arreganhando para oEusebiozinho um lbio feroz. Mas nesse momento davam nove horas, e a desempenada figura doBrown apareceu porta.

    Apenas o avistou, Carlos correu a refugiar-se por detrs da Viscondessa, gritando:- Ainda muito cedo, Brown, hoje festa, no me vou deitar!Ento Afonso da Maia, que se no movera aos uivos lancinantes do Silveirinha, disse de dentro,

    da mesa do voltarete, com severidade:- Carlos, tenha a bondade de marchar j para a cama.- vov, festa, que est c o Vilaa!

    Afonso da Maia pousou as cartas, atravessou a sala sem uma palavra, agarrou o rapaz pelobrao, e arrastou-o pelo corredor - enquanto ele, de calcanhares fincados no soalho, resistia,protestando com desespero:

    - festa, vov... uma maldade!... O Vilaa pode-se escandalizar... vov, eu no tenho sono!Uma porta fechando-se abafou-lhe o clamor. As senhoras censuraram logo aquela rigidez: a

    estava uma coisa incompreensvel; o av deixava-lhe fazer todos os horrores, e recusava-lhe entoo bocadinho da soire...

    - sr. Afonso da Maia, porque no deixou estar a criana?- necessrio mtodo, necessrio mtodo- balbuciou ele, entrando, todo plido do seu rigor.E mesa do voltarete, apanhando as cartas com as mos trmulas, repetia ainda:- necessrio mtodo. Crianas noite dormem.D. Ana Silveira voltando-se para o Vilaa - que cedera o seu lugar ao Dr. delegado e vinha

    palestrar com as senhoras - teve aquele sorriso mudo que lhe franzia os lbios, sempre que Afonsoda Maia falava em mtodo.Depois, reclinando-se para as costas da cadeira e abrindo o leque, declarou, a transbordar de

    ironia, que, talvez por ter a inteligncia curta, nunca compreendera a vantagem dos mtodos...Era inglesa, segundo diziam: talvez provassem bem em Inglaterra; mas ou ela estava enganada,ou Sta. Olvia era no reino de Portugal... []

    D. Ana, depois de bocejar de leve, retomou a sua ideia:- Sem contar que o pequeno est muito atrasado. A no ser um bocado de ingls, no sabe

    nada... Nem tem prenda nenhuma!- Mas muito esperto, minha rica senhora! - acudiu Vilaa.- possvel, respondeu secamente a inteligente Silveira.E, voltando-se para Eusebiozinho, que se conservava ao lado dela, quieto como se fosse de

    gesso:- Oh filho, diz tu aqui ao Sr. Vilaa aqueles lindos versos que sabes... No sejas atado, anda!...

    V, Eusbio, filho, s bonito...

  • 8/12/2019 teste11-educao_os maias

    2/2