23
TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA A DANÇA? Não é movimento, súbito gesto musical. É concentração, num momento, da humana graça natural. No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança – não vento nos ramos: seiva, força, perene estar. Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado... Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir à forma do ser, por sobre o mistério das fábulas. (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.) Habilidades / Habilidade 06 Questão 01 - (ENEM/2005) O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e “concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é: a) éter. b) seiva. c) chão. d) paixão. e) ser. Gab: A TEXTO: 2 - Comum à questão: 2 A Ema O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoitecer, na segunda quinzena de junho, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte. É limitada pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut'uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda a

TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

TEXTO: 1 - Comum à questão: 1

A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é movimento, súbito gesto musical. É concentração, num momento, da humana graça natural. No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança – não vento nos ramos: seiva, força, perene estar. Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado... Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir à forma do ser, por sobre o mistério das fábulas.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

Habilidades / Habilidade 06 Questão 01 - (ENEM/2005)

O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e “concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é: a) éter. b) seiva. c) chão. d) paixão. e) ser.

Gab: A TEXTO: 2 - Comum à questão: 2

A Ema

O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoitecer, na segunda quinzena de junho, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte. É limitada pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut'uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda a

Page 2: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

água do nosso planeta. Os tupisguaranis utilizam o Cut'uxu para se orientar e determinar a duração das noites e as estações do ano.

A ilustração a seguir é uma representação dos corpos celestes que constituem a constelação da Ema, na percepção indígena.

Almanaque BRASIL, maio/2007 (com adaptações).

A próxima figura mostra, em campo de visão ampliado, como povos de culturas não-indígenas percebem o espaço estelar em que a Ema é vista.

Internet: <geocities.yahoo.com.br> (com adaptações).

Questão 02 - (ENEM/2008)

Assinale a opção correta a respeito da linguagem empregada no texto A Ema. a) A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado pelas populações próximas às

aldeias indígenas. b) O autor se expressa em linguagem formal em todos os períodos do texto. c) A ausência da palavra Ema no início do período “É limitada (...)” caracteriza

registro oral. d) A palavra Cut’uxu está destacada em itálico porque integra o vocabulário da

linguagem informal. e) No texto, predomina a linguagem coloquial porque ele consta de um almanaque.

Gab: B TEXTO: 3 - Comum à questão: 3

1 Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros,

Page 3: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 4 Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros,

7 Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,

10 Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,

13 E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

Questão 03 - (ENEM/2008)

Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.

a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1) b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5) c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6) d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7) e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)

Gab: A Questão 04 - (ENEM/2008)

Dick Browne. O melhor de Hagar, o horrível,

Page 4: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

v. 2. L&PM pocket, p.55-6 (com adaptações).

Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem.

a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!” b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!” c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua...” d) “...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro” e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão...”

Gab: A TEXTO: 4 - Comum à questão: 5

Texto I

Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.

Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.

Texto II

Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.

Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.

Questão 05 - (ENEM/2007)

No texto II, verifica-se que o autor utiliza a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de

Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.

Page 5: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.

c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca.

d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar determinado momento da literatura brasileira.

e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto.

Gab: A Questão 06 - (ENEM/2007)

Antigamente

Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (...)

Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, p. 1.184.

O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão, em linguagem atual.

Antigamente

Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio

chamar o doutor e, depois, ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (...)

Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças relativas a a) vocabulário. b) construções sintáticas. c) pontuação. d) fonética. e) regência verbal.

Gab: A TEXTO: 5 - Comum à questão: 7

O canto do guerreiro

Aqui na floresta Dos ventos batida,

Page 6: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar.

Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou?

Gonçalves Dias.

Macunaíma (Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os

filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?

Mário de Andrade. Questão 07 - (ENEM/2007)

Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro

quanto no segundo texto. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo,

predomina a linguagem formal. c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem

indígena. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da

linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo

texto, está ausente no primeiro. Gab: C TEXTO: 6 - Comuns às questões: 8, 9

Page 7: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Aula de Português

1A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar 4e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, 7sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando 10o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me. 13Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, 16a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

Questão 08 - (ENEM/2006)

Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em a) situações formais e informais. b) diferentes regiões do pais. c) escolas literárias distintas. d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas.

Gab: A Questão 09 - (ENEM/2006)

No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho: a) “A linguagem / na ponta da língua” (v.1 e 2). b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v.5 e 6). c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v.14).

Page 8: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v.15). e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v.17).

Gab: B Questão 10 - (ENEM/2006)

No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:

1Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no

papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. 4Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de 7alforria?

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.

Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.

Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho: a) “Não se conformou: devia haver engano” (ℓ.1). b) “e Fabiano perdeu os estribos” (ℓ.3). c) “Passar a vida inteira assim no toco” (ℓ.4). d) “entregando o que era dele de mão beijada!” (ℓ.4-5). e) “Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou” (ℓ.11).

Gab: A Questão 11 - (ENEM/2005)

Leia com atenção o texto: [Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)

(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.)

O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto a) ao vocabulário. b) à derivação.

Page 9: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

c) à pronúncia. d) ao gênero. e) à sintaxe.

Gab: A Questão 12 - (ENEM/2005)

As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema: “(....) Que importa que uns falem mole descansado Que os cariocas arranhem os erres na garganta Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais? Que tem se o quinhentos réis meridional Vira cinco tostões do Rio pro Norte? Junto formamos este assombro de misérias e grandezas, Brasil, nome de vegetal! (....)”

(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)

O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito a) étnico e religioso. b) lingüístico e econômico. c) racial e folclórico. d) histórico e geográfico. e) literário e popular.

Gab: B TEXTO: 7 - Comum à questão: 13

Leia o poema abaixo.

Carnaval o fizeram ECum Cum Babá Canhem Babá Canhém

Deus de graça pela Sim-respondeu e palavra aΤomou

fornalha da saídozonzo negroΟ

uu!ua!Uu! resmungava onça a longe LáQuecê! Quizá tetê Τeterê

ΜortedafilhosoufortesoubravoSouNão ¯cristão Sois¯

virgem mata da guarani propreguntou Ecaravela dechegou Pereira ZéO

!

, , .?

Brasil

(Oswald de Andrade)

Page 10: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Questão 13 - (ENEM/2004)

Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é

a) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional,

quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem. b) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e

índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira. c) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do

Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos. d) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo

positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas. e) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa,

resultando em anarquia e falta de seriedade. Gab: A Questão 14 - (ENEM/2004)

Braga) (Rubem mal! fez me não Ele macaco? um quePor -

:índio o Emacaco.

um de cabeça a com isso Faça não. homem, Umnão! Não, -:Matter Sr. O

inimigo. um comacertar a contas tinhaele exatamente que disse lhe índio o

e operações, dessas uma aassistir Queria pequenina. bemficar ela até morto um de cabeça areduzir sabem que desses

jivaro, índio um com conversa sua jornal um a conta Sul, do América à exploração de viagemuma fez que Matter, Sr. Um

jivaro O

O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida por ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma descrição objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pretendida, pode-se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão-somente provocar o riso. Na crônica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos:

Page 11: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

reflexãopromover mentativa

-argu exposiçãopessoal aexperiêncie) riso oprovocar sugestiva narrativapessoal aexperiêncid)

mento -senti umdefinir

objetiva descriçãocolhida informaçãoc)

reflexãopromover sugestiva narrativacolhida informaçãob)

riso oprovocar objetiva descrição imaginário casoa)

Finalidadeapresentar

de ModoAssunto

Gab: B Questão 15 - (ENEM/2004)

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para

a) condenar a prática de exercícios físicos. b) valorizar aspectos da vida moderna. c) desestimular o uso das bicicletas. d) caracterizar o diálogo entre gerações. e) criticar a falta de perspectiva do pai.

Gab: E TEXTO: 8 - Comum à questão: 16

Leia o poema abaixo.

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade) Questão 16 - (ENEM/2004)

Page 12: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para estabelecer uma relação de conseqüência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:

a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias

que eu era fraco.” b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da

senzala – e nunca se esqueceu / chamava para o café.” c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma

criança.” d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada

nos meus braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.” e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam

ser escritos.” Gab: D Questão 17 - (ENEM/2003)

No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM

NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:

a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase. e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

Gab: E Questão 18 - (ENEM/2003)

Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda. O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (...) que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?

(Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)

Page 13: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação literária. A idéia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase:

a) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.” b) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.” c) “O período de maturação na gaveta é necessário, (...).” d) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.” e) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz

amadurecer o vinho.” Gab: B Questão 19 - (ENEM/2003)

(Quino. Mafalda)

O humor presente na tirinha decorre principalmente do fato de a personagem Mafalda

a) atribuir, no primeiro quadrinho, poder ilimitado ao dedo indicador. b) considerar seu dedo indicador tão importante quanto o dos patrões. c) atribuir, no primeiro e no último quadrinhos, um mesmo sentido ao vocábulo

“indicador”. d) usar corretamente a expressão “indicador de desemprego”, mesmo sendo

criança. e) atribuir, no último quadrinho, fama exagerada ao dedo indicador dos patrões.

Gab: C Questão 20 - (ENEM/2002)

Page 14: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

“ Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina . achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo..

LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.

No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de a) esvaziamento de sentido. b) monotonia do ambiente. c) estaticidade dos animais. d) interrupção dos movimentos. e) dinamicidade do cenário.

Gab: E Questão 21 - (ENEM/2002)

Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber: ....... • Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional; • Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”; .......... • Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”; .......... • Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”.

PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.

No texto acima, o autor

Page 15: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso.

b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.

c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.

d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros lingüísticos ao propor medidas que os controlem.

e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.

Gab: B Questão 22 - (ENEM/2002)

A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.

“Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê..

COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No terceiro parágrafo em “... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua”. , a troca de De pelo Na determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja

a) de localização e não de qualidade. b) de origem e não de posse. c) de origem e não de localização. d) de qualidade e não de origem. e) de posse e não de localização.

Gab: C Questão 23 - (ENEM/2001)

O mundo é grande

Page 16: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

O mundo é grande e cabe Nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro:

Nova Aguilar, 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões lingüísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de a) oposição. b) comparação. c) conclusão. d) alternância. e) finalidade

Gab: A Questão 24 - (ENEM/2001)

Os provérbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos semelhantes é:

a) “Quem diz o que quer, ouve o que não quer” e “Quem ama o feio, bonito lhe

parece”. b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinha enche o papo”. c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e “Não se deve atirar

pérolas aos porcos”. d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não faz milagre”. e) “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Casa de ferreiro, espeto de

pau”. Gab: B Questão 25 - (ENEM/2001)

Nas conversas diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de diálogos:

I. A Vera se veste diferente!

- É mesmo, é que ela tem um estilo próprio .

Page 17: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

II. A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim. - É que ele é próprio para adolescente.

III. Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! - Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.

Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente,

a) adequado, particular, típico. b) peculiar, adequado, característico. c) conveniente, adequado, particular. d) adequado, exclusivo, conveniente. e) peculiar, exclusivo, característico.

Gab: B Questão 26 - (ENEM/2000)

Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados, como se vê nos quadrinhos abaixo.

(SOUZA, Maurício de. Chico Bento. Rio de

Janeiro: Ed. Globo, no 335, Nov./99)

Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que é:

a) Faz uma pose bonita! b) Quer tirar um retrato? c) Sua barriga está aparecendo! d) Olha o passarinho! e) Cuidado com o flash!

Gab: D Questão 27 - (ENEM/2000)

Page 18: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

“Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo presente mas estalando naquele cio racial que só as tradições maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante força na peitaria, bastante paciência no entusiasmo e sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.”

(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. Mário de Andrade: ramais e caminhos. São Paulo: Duas Cidades, 1972)

No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista, que é o de firmar a feição de uma língua mais autêntica, “brasileira”, ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela (o):

a) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha. b) emprego da pontuação. c) repetição do adjetivo bastante. d) concordância empregada em Assim está escrito. e) escolha de construção do tipo precisa-se gentes.

Gab: E Questão 28 - (ENEM/2000)

O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro

(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988)

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...).”

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:

Page 19: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

a) condenam essa regra gramatical. b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra. c) criticam a presença de regras na gramática. d) afirmam que não há regras para uso de pronomes. e) relativizam essa regra gramatical.

Gab: E Questão 29 - (ENEM/1999)

SONETO DE FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou ao seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

(MORAES, Vinícius de. Antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 1992)

A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase. Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo equivale ao que se verifica no 3º. verso da 1ª. estrofe do poema de Vinícius de Moraes.

a) “Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mesmas ruas...” (Augusto dos

Anjos) b) “Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é

modesta, com a exterior, que é ruidosa.” (Machado de Assis) c) “Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito,

mesmo em doses variáveis.” (Raimundo Faoro) d) “Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?”

(Machado de Assis) e) “Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo.” (Aurélio)

Gab: C

Page 20: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Questão 30 - (ENEM/1999)

(QUINO. Mafalda inédita. São

Paulo: Martins Fontes, 1993)

Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE,

a) em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”. b) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”. c) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”. d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”. e) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma ” e "a si mesmas",

respectivamente. Gab: E TEXTO: 9 - Comum à questão: 31

Diante da visão de um prédio com uma placa indicando SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA? Levado o problema à sala de aula, a discussão girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acentuação e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras. Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes conclusões a respeito da palavra PAPALIA:

I. Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveria ser PAPÁLIA, pois a

palavra seria paroxítona terminada em ditongo crescente. II. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALÍA, pois “i” e “a” estariam

formando hiato. III. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALIA, pois não haveria razão

para o uso de acento gráfico.

Page 21: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Questão 31 - (ENEM/1999)

A conclusão está correta apenas em:

a) I b) II c) III d) I e II e) I e III

Gab: E TEXTO: 10 - Comuns às questões: 32, 33, 34

Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.

Aí, Galera

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. -Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é? - Aí, galera. - Quais são as instruções do técnico? - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.

- Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?

Page 22: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?

- Pode. - Uma saudação para a minha progenitora. - Como é? - Alô, mamãe! - Estou vendo que você é um, um... - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?

- Estereoquê? - Um chato? - Isso.

Correio Braziliense, 13/05/1998.

Questão 32 - (ENEM/1998)

O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:

a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação

final dirigida à sua mãe. b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com

desenvoltura, de modo muito rebuscado.

c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.

d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.

e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

Gab: B

Questão 33 - (ENEM/1998)

O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:

a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu

ao acidente comenta com o outro que vai passando. b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um jovem que fala para um amigo. c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” - alguém

comenta em uma reunião de trabalho. d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária

Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.

e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacional.

Gab: E

Page 23: TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 A DANÇA E A ALMA · (Carlos Drummond de Andrade. Obra completa . Rio de Janeiro: Aguilar, ... Almanaque BRASIL , ... predomina a linguagem coloquial

Questão 34 - (ENEM/1998)

A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:

a) pegá-los na mentira. b) pegá-los desprevenidos. c) pegá-los em flagrante. d) pegá-los rapidamente. e) pegá-los momentaneamente

Gab: B