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1 (Original em Inglês) UM ÓRGÃO INCIPIENTE DE PERCEPÇÃO SUPERIOR Os Sufis acreditam que, expressado em uma forma, a humanidade está evoluindo para certo destino. Nós estamos todos tomando parte nessa evolução. Órgãos vêm à existência como resultada da necessidade de órgãos específicos.(Rumi). O organismo do ser humano está produzindo um novo complexo de órgãos em resposta a tal necessidade. Nesta idade de transcendência do tempo e espaço, o complexo de órgãos diz respeito a transcender tempo e espaço. O que pessoas comuns consideram como explosões esporádicas e ocasionais do poder telepático ou profético são consideradas pelos Sufis como nada menos do que o funcionamento inicial destes órgãos. A diferença entre toda a evolução até o momento atual e a necessidade atual de evolução é que nos últimos dez mil anos ou algo assim, nos tem sido dada a possibilidade de uma evolução consciente. Tão essencial é esta evolução mais rarefeita que nosso futuro depende dela. Ela pode ser chamada, nas palavras de nossa fábula, “aprender como nadar”. Como estes órgãos são desenvolvidos? Pelo método Sufi. Como nós sabemos que nós os estamos desenvolvendo? Somente através de experiência. No sistema Sufi há um número de “etapas” O alcance destas etapas é marcado por uma experiência inconfundível se inefável. Esta experiência, quando vinda de nosso escalar para cima, e nos dá a força suficiente para continuar a escalar. O alcance das etapas é permanente. Até que uma destas etapas tenha sido alcançada, a placa fotográfica, por assim dizer, pode ter sido exposto e revelada, mas ainda não foi fixada; e as experiências reais são a substância fixadora. Este é o significado da experiência mística, a qual, no entanto, quando se sente sem harmonia apropriada com evolução parece meramente ser algo sublime- uma sensação de onipotência ou de graça, mas sem nenhuma garantia de para onde o feliz ou infeliz mortal está indo em seguida. Os Sufis acreditam que a atividade Sufi produz e concentra o que pode ser denominado uma força centrífuga ou magnética. Esta força atrai uma força similar em outro lugar.

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(Original em Inglês)UM ÓRGÃO INCIPIENTE DE PERCEPÇÃO SUPERIOR

Os Sufis acreditam que, expressado em uma forma, a humanidade está evoluindo para certodestino. Nós estamos todos tomando parte nessa evolução.

Órgãos vêm à existência como resultada da necessidade de órgãos específicos.(Rumi).

O organismo do ser humano está produzindo um novo complexo de órgãos em resposta a talnecessidade. Nesta idade de transcendência do tempo e espaço, o complexo de órgãos dizrespeito a transcender tempo e espaço.

O que pessoas comuns consideram como explosões esporádicas e ocasionais do podertelepático ou profético são consideradas pelos Sufis como nada menos do que ofuncionamento inicial destes órgãos.

A diferença entre toda a evolução até o momento atual e a necessidade atual de evolução éque nos últimos dez mil anos ou algo assim, nos tem sido dada a possibilidade de umaevolução consciente. Tão essencial é esta evolução mais rarefeita que nosso futuro dependedela. Ela pode ser chamada, nas palavras de nossa fábula, “aprender como nadar”.

Como estes órgãos são desenvolvidos?Pelo método Sufi.

Como nós sabemos que nós os estamos desenvolvendo?Somente através de experiência.

No sistema Sufi há um número de “etapas”

O alcance destas etapas é marcado por uma experiência inconfundível se inefável.

Esta experiência, quando vinda de nosso escalar para cima, e nos dá a força suficiente paracontinuar a escalar.

O alcance das etapas é permanente.Até que uma destas etapas tenha sido alcançada, a placa fotográfica, por assim dizer, pode tersido exposto e revelada, mas ainda não foi fixada; e as experiências reais são a substânciafixadora.

Este é o significado da experiência mística, a qual, no entanto, quando se sente sem harmoniaapropriada com evolução parece meramente ser algo sublime- uma sensação de onipotência oude graça, mas sem nenhuma garantia de para onde o feliz ou infeliz mortal está indo em seguida.

Os Sufis acreditam que a atividade Sufi produz e concentra o que pode ser denominado uma forçacentrífuga ou magnética.Esta força atrai uma força similar em outro lugar.

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Com a união de tais forças, o trabalho continua.Esta é uma explicação das misteriosas “mensagens” que os mestres Sufi recebem, dizendo-lhespara se dirigir para tal e qual lugar, para responder ao chamado da força lá que se tornouabandonada (no sentido de abandono) ou necessita o reforço deles.

Isto é até onde qualquer coisa no Sufismo pode ser explicada em termos formais. Quanto ao resto,a única coisa válida é a palavra de ordem Sufi:

“Aquele que não experimenta, não sabe”. ( Rumi)

The Background II – The Elephant in the Dark---

“The Sufis”, (Idries Shah, 1964), p.61--2

FLEXIBILIDADE E OBJETIVIDADE

No mundo moderno nós estamos em uma situação paradoxal; porque embora na teoria ohomem saiba que pode estender sua atenção a alguma coisa e então removê-la, ele muitofreqüentemente não o faz. Em muitas áreas ele não olha para alguma coisa e então se desapegadela, e olha para alguma outra coisa mais.

Uma vez que ele tenha encontrado alguma coisa para se interessar nela, ele não pode sedesapegar dela eficientemente, e então ele não pode ser objetivo.

Note que, na maioria se não em todos os idiomas, nós temos palavras como “objetividade” queleva as pessoas a imaginar que elas a têm, ou podem usá-la facilmente.

“Isso “é equivalente (na realidade se não em teoria) a dizer “eu conheço a palavra” ouro”,portanto eu sou rica”.

As conseqüências dessa falta de flexibilidade nos cercam em todo lugar, em todos os países, emtodas as culturas, e esta falta de flexibilidade é um grande perigo para a existência dahumanidade. *

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“Os exercícios gêmeos de identificação e desapego são valiosos no treinamento do eu.Identificação demasiada produz uma atrofia da faculdade de desapego. O resultado freqüente é ofanatismo. Um homem pode se tornar apegado a algo e não poder escapar.

Quando o sábio Ibn --- Sena (Avicenna) estava escrevendo seu trabalho sobre minerais, elecostumava estudar o mundo mineral, em geral e em particular.Ele concentrava-se em exemplos individuais, então se desapegava disso e se absorvia notodo.Então “atingiu um equilíbrio, junto com concentração e desapego em outros campos e

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pensamento e da essência”.

ANWARFARIS*** “Knowing How to Know” (IDRIES SHAH, 1988), p. 8, Octagon Press.** “The Sufis” (IDRIES SHAH, 1964), ‘The Secret Doctrine’, p. 268--‐9.

VER E SABER

Ibn Sina o grande filósofo, encontrou o Sufi Abu Said.Quando lhes foi pedido para comentar sobre o encontro, o filósofo disse do Sufi:--“O que eu sei, ele vê”.O Sufi disse do filósofo,-- “O que eu vejo, ele sabe.”

Aqui, certamente, nós temos as duas formas de consciência: a seqüencial sabe de uma maneira,a holística sabe de outra – a forma que aqui nós chamamos ‘ver’.

Assim é com a natureza do conhecimento Sufi.Este conhecimento, em sua forma, pode ser provocada e cultivada - dada a existência de certosfatores-chave.Ele não pode ser descrito; nem pode ser chamado de possível de comunicar, nem pode ser diluido.No entanto, estas são as três formas em que as pessoas tentam oferecê-lo para você.

Na forma em que ele é conhecido como a consciência e Sufi e ainda aparece na forma de ditossábios e informações interessantes, é um produto secundário, e realmente requer uma palavradiferente para transmitir o que se quer dizer com isso.Mas este material secundário, corretamente utilizado, é o maior valor possível para o provocar oentendimento Sufi.

A maioria das pessoas comete o erro de aprender o material secundário: o que é um pouco comomemorizar a forma ou a aparência, o peso e tamanho, de um instrumento, ao invés de aprendercomo usá-lo.

Nós, por outro lado, só sabemos o como e porque, e o tamanho e peso para outros.

Materiais Sufi, quando empregados pelos sufis, constroem a ponte que preenche o espaço entre aexperiência inexprimível holística e o funcionamento do duro --- e --- rápido, modo óbvio linear.

Eles fazem isto, pela operação do sistema Sufi de aprendizagem.Pergunte a qualquer Sufi o que é o uso da experiência, e ele vai dizer que é o organismo Sufi quepermite às pessoas 'voltar ao mundo', para relatacionar a experiência holística á sua vida humanae seu ser.

Isto é muito claramente observado pelo próprio Jalaluddin Rumi, em uma coleção de poemaspersas (Shams --- i --- Tabriz):

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"Toda forma que você vê tem sua essência no Sem Lugar(NT: Placeless) [diz ele] Se a forma se for, não importa, pois sua origem é eterna ...

Tudo sobre a Terra, como Rumi disse, existe porque tem uma origem em outra dimensão, ondeaquela coisa é perfeita, onde a multiplicidade de formas é entendida - não só percebida - comouma unidade.

É por isso que, é claro, os Sufis consideram as coisas "do mundo", como sendo valiosas para ajudarpara a experiência do absoluto e compreender seu significado.Qualquer interesse maior no mundo fenomênico é considerado como propenso a se desenvolverem uma forma de idolatria: o termo técnico utilizado para fixações e apego condicionada.O automatismo do sistema de suposições.

Sufis diagnosticam como fetichistas aquelas pessoas de mentalidade religiosa, que adoram oexterior da religião, ou que estão condicionadas a responder apenas emocionalmente, e sempercepção avançada, para fórmulas religiosas.

Os argumentos dos mestres clássicos Sufis sobre este ponto, (e eles são a direção para a qualrecorrer para obter informações confiáveis sobre isto ainda são insuperáveis.Expoentes Sufi sempre tem sido de mentalidades claras o suficiente para entender como atémesmo alguns dos mais sublimes dos pensamentos humanos tornaram-se - por mau uso ou porabuso--- - 'véus', como eles os chamam, na verdade, as barreiras interpostas entre o homem ecoisas mais sutis.

* O Sufi Abu Sulaiman corretamente escreveu:

"Quando o eu chora porque perdeu.A essência ri porque encontrou”

"A Perfumed Scorpion" (IDRIES SHAH, 1978), p. 69, Octagon Press .

PENSAMENTO SEQUENCIAL E PENSAMENTO HOLISTICO: O RELATIVO COMO UM CANAL PARA AVERDADE.

Uma posição do Leste sobre a função cerebral à esquerda--- e à direita pode bem ser que, pormais importante que estas especializações possam respectivamente ser, e por mais útil que possaser defini-las, há ainda um outro modo de cognição—embora ela possa estar conectada com ainteração dos dois. * .....................................

Em termos de especialização lateral dos hemisférios cerebrais, eu acho que nós temos umailustração interessante aqui.

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O item linear, dizer uma frase composta de palavras originalmente semanticamente significativas,torna-se um canto fúnebre ou mantra mágico, que é transferido para o hemisfério principalmenteholístico na forma de algo então dotado de significado seqüencial.Uma palavra torna-se um formulário.

Há uma pista, talvez, para o que realmente deve acontecer na tradição Sufi que "uma palavra deveter um som, uma forma e um significado, e todos eles devem ser apreciadas em conjunto".

É certamente verdade que a experiência Sufi parece para fazer com que as coisas que sãopercebidas como idéias venham para o campo de ação, e que as ações produzam idéias .Isto também pode ser um dos fundamentos de os Sufis fazerem coisas que têm uma forma físicamas nenhuma explicação verbal, embora se originem com uma ‘inspiração’, e não sob a forma depalavras.

Poderia até mesmo ser mantido que a educação Sufi visa conseguir que ambos os lados docérebro funcionem, ajudando-os a atuar às vezes como em concerto, e não alternadamente. **

…………………………………

Um elemento importante da posição Sufi, por conseguinte, é que existe um Absoluto a partir doqual coisas normalmente perceptíveis podem ser denominadas uma concretização local e inferior,incompleta.Apegar-se a estas coisas secundárias, além de seu devido papel como preliminares, inibe oprogresso em direção à percepção deste Absoluto.No entanto, uma compreensão e emprego do possível papel das coisas secundárias torna possívelo progresso em direção ao Absoluto.Isto está contido no aforismo Sufi: Ai ai mujazu qantarat Haqiqat- o Relativo é um canal para aVerdade; geralmente-- menos acuradamente - traduzido como "O Fenomênicol é a Ponte para oReal '.

O estímulo do modo holístico do cérebro, alcançado por aqueles que percebem como, quando,onde e com quem isto deve ser feito, é parte de alguns dos procedimentos de conhecimento Sufi,onde outra parte pode ser considerada a aplicação de estímulos provenientes do outro lado docérebro, o lado sequencial.A necessidade de evitar a hiperconcentração de intelectualidade e também demasiado estímulodo emocional, pode até ser levado, às vezes, como análogos culturais e técnicos do funcionamentopreferido dos dois hemisférios cerebrais [...]É interessante assinalar que agora estamos em condições de avaliar o estado de espírito doscomentaristas de sistemas místicos e da religião, pelo peso relativo que eles colocam em um ououtro modo.

O erudito extremo estará ligado ao sequencial, e a personalidade quase inteiramente 'inspiradora'comprometida com a holística.

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Em face aos materiais Sufi que alternam os específicos com a poesia amorosa ou a exposição asons e cores, por exemplo, estes dois tipos de pensador mostram suas características de formabastante dramática.

Eu, por exemplo, tenho tido mais de uma vez o prazer de observar que dois revisores pegam umlivro que eu publiquei, e nos fornecem o que cada um deles imagina ser uma revisão equilibrada,quando o que eles realmente mostram é um reflexo de seus respectivos vieses cerebrais direito ---ou esquerdo.Portanto, o mesmo artigo literário será caracterizada por um como "demasiado estéril eintelectual", e por outro como "experiencialismo fantástico”.

Isso só é possível, é claro, quando as informações sobre o efeito dos dois vieses sobre a opiniãoainda não foram filtradas para o conhecimento geral e, eventualmente, revisores como estes semdúvida terão que modificar seu comportamento para se tornarem, ou parecerem ser, objetivos[...]

O isolamento dos dois tipos de funcionamento do cérebro, que ocorre em sociedades onde não háponte real entre eles, onde as vocações são divididos de acordo com se elas são intuitivas oulógicas, pode realmente produzir uma sociedade na qual dois lotes de pessoas não podem falarumas com as outras.Pior, elas podem falar, mas serem incapazes de entender um ao outro.Pior ainda, elas podem pensar que elas entendem, mas é improvável que compreendam. ***

"A Perfumed Scorpion" (IDRIES SHAH, 1978), p.*18, **p.30, p.***70, Octagon Press.

EXTRADIMENSIONAL

A experiência Sufi, para o Sufi,é cósmica e, portanto, extradimensional: a humanidade tendo acapacidade de perceber o que está além do alcance da física experimentada convencionalmente.

Mas, desde que o Sufi tem a experiência, ele pode inventar os meios de retornar a ela, e --- se eleé um mestre, o que não é invariável --- de ajudar outros ao longo do mesmo caminho:Na literatura Sufi, o tema da busca ou da viagem é uma convenção usual seja na forma de umacaravana de almas, ou de um amante, ou de um buscador --- em busca da --- Verdade.Em situações de escolas Sufi estes materiais são transcendidos á proporção que os aspirantes vãoatras e para além do significado do simbolismo, que sucessivamente ajuda e então pode dificultarse mantido por tempo longo demais.

O sistema é, portanto, muito semelhante à situação onde que você pode marchar num pontovisível, de modo a manter-se em linha reta, apenas para abandoná-la quando a função foicumprida, a escolha de uma outra e, se necessário, ainda uma outra, até que o objetivo sejaatingido.

A experiência não é apenas uma de auto --- realização, mas uma que permite ao Sufi entenderquais elementos nesta morada terrena da verdade relativa podem conduzir para a iluminação.

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A coisa real é trazida de volta ao mundo, e traduzida em termos aproximados, mas efetivos.

O Perfeito, de acordo com os Sufis, existe em outras dimensões que não a nossa; mas sua formalocal, uma aproximação, leva-nos a ele, manifesta-se em toda parte.

Por isso, esses dizeres entre os Sufis como: "Amor comum é a equivalência temporal de amorReal", e "O criado é a indicação do Criador '.

O cientista ou outro pesquisador, é claro, pode muitas vezes ter uma atitude semelhante quando asua motivação é começar com o que é conhecido ou visto, e ele trabalha para trás para as suasfases anteriores, até mesmo, se puder, a sua origem.

O desejo profundo do ser humano, visto tão frequentemente, de buscar a origem de tudo, é,naturalmente, devida ao fato de que ‘tudo volta á sua origem” [...] A psicologia Sufi, então, sópode funcionar na presença de uma consciência de unidade de toda a Criação, e de Criação comtoda a existência, e toda a existência com algo eterno.

Não é necessário, e talvez não deva, ser negado que as palavras e as ações dos Sufis sempre têmeludido a um plano cósmico, do qual a humanidade é uma parte.

As comunidades humanas são vistas como parte desse plano; religiões como instrumentos doPlano; ainda todas as formas de conhecimento são admitidas como relacionadas, mais ou menosdiretamente, ao mesmo plano.

A função do Sufi (e o Sufi é o nome para o homem ou a mulher realizado(a), não para o meroBuscador da Verdade; não se pode considerar um Sufi alguém que ainda está aprendendo comotampouco pode se considera médicos todos os estudantes de Medicina) é visto como nada menosdo que um instrumento do plano: mas como um instrumento consciente, não como um pregadorde bons desejos ou herói, não como um seguidor ou otimista, não como um idealista ou nemtampouco como um monge dedicado.

Seu papel é, naturalmente, por vezes, expresso em forma muito espetacular; ele é o ser humanoque é capaz de ser independente, igualmente, do medo da perda e do desejo de ganhar; talpessoa sozinha, insiste-se, pode desempenhar funções que seriam completamente fora do âmbitoda pessoa comum, enganchada pelo bastão e cenoura de existência familiar.

Ele ou ela --- tem opções mais amplas --- embora muitas vezes em áreas diferentes --- do que asoutras pessoas [...] O Sufi deve ser capaz de alternar o seu pensamento entre o relativo e oAbsoluto, o aproximado e o Real .

Um ponto importante no pensamento Sufi, portanto,é que há um Absoluto a partir da qual ascoisas normalmente perceptíveis devem ser considerados como concretizações locais.

É por isso que apegar-se às coisas secundárias, e ser incapaz de se desapegar, inibepotencialmente progredir na direção da percepção deste Absoluto.

Isto, em resumo, está contido no aforismo Sufi: Al mujazu qantarat al Haqiqa --- 'O Relativo é um canal para a Verdade'.

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“A Perfumed Scorpion” (IDRIES SHAH, 1978), p.151--‐5, Octagon Press.

O SEGREDO DO SEGREDO

O paradoxo Sufi: "O segredo do sufismo é que ele não tem nenhum segredo, de jeito nenhum"significa que o que é secreto e escondido para aqueles que não são Sufis completos fica entendidoe experimentado para o Sufi, e, portanto, deixa de ser chamado um segredo, em absoluto.

A palavra 'Sirr " , geralmente traduzida como" segredo ", está na terminologia Sufi aceita para"consciência mais profunda ".

De modo que, se a consciência mais profunda não é conhecida por seu possuidor, ela permanecepara ele "segredo".

E, no nível verbal, onde por definição a consciência não pode ser experimentada, apenas referida,ela permanece por esta razão ‘secreta’, ‘escondida’.

Uma das habilidades dos Sufis é que eles podem ver através da aparência exterior e auto-enganodos outros, e assim são capazes de ensinar a esses prisioneiros do eu secundário a alcançar o real"segredo", consciência mais profunda, interior.

“Learning How to Learn” (IDRIES SHAH, 1978), p. 64--‐5.

BARAKA

[...] Baraka, um elemento sutil de comunicação e enriquecimento.

Em nível de pensamento deteriorado, folclórico e inferior --- esta "substância" (como tem sidochamada) tem sido imaginada ser algo na natureza do poder mágico.

Em pensamento pseudocientífico, às vezes é concebida como uma força com característicasespeciais, como, digamos, magnetismo.

Tais caracterizações, para o Sufi,têm exito apenas para ilustrar as limitações de ambos os tipos deformulação, e não na definição desse elemento, de jeito nenhum.

Na realidade, é apenas "compreendida" pela maioria das pessoas através dos seus mal-entendidos, suas distorções dela.

............................................................

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Quando o eu depravado ou dominante e os eus repreendedor ou acusador fizeram o seutrabalho, o órgão de percepção e ação torna-se suscetível à entrada de percepções anteriormentebloqueadas.

Por este motivo, é denominado Eu Inspirado.

Nesta etapa, vêm as primeiras indicações, ainda que imperfeitas, da existência e funcionamentode um elemento superior confiável, força, poder ou sistema de comunicação. ** ...................................................... .........

Há um som contínuo ou tom, ou chamada, chamando a pessoa de volta. *** (RUMI) “APerfumed Scorpion” (IDRIES SHAH, 1978).*p.178, **p.84, ***p.154

A PALAVRA ‘DEUS'

Fazer frases relacionadas com Deus, fé, ou qualquer religião é um assunto externo, namelhor das hipóteses , emocional.

Esta é uma razão pela qual os Sufis não discutirão Sufismo no mesmo contexto quereligião.

Diferentes planos estão envolvidos.

Uma vez que tenha ocorrido uma experiência interior do que se entende pela fraseologiafamiliar de religião, as frases deixam de ter qualquer significado, porque ocorreu atransição do rude para o mais refinado .

Ghazali ilustra esse fato por um relato.O mestre Sufi Fudayl (falecido em 801) disse:

"Se lhe for perguntado se você ama a Deus, não diga nada,Isso é porque, se você diz, 'Eu não amo a Deus ", você é um descrente.Se, por outro lado, você diz, 'eu amo a Deus, suas ações o contradizem. "*

[...] Quando o Sufi fala de Deus, ele não quer dizer a divindade, no sentido em que éentendido pelo homem que foi treinado pelo teólogo.Esta deidade é aceita por alguns, o piedoso; rejeitado por outros, os ateus.Mas é uma rejeição ou aceitação de algo que tenha sido apresentado pelos escolásticos eo sacerdócio.

O Deus dos Sufis não está envolvido nesta controvérsia; porque a divindade é umaquestão de experiência pessoal para o Sufi. **

O teólogo (Ghazali), mestre aceito em matéria de religião exterior, sabia que a percepçãodo que pode ser significado pelo termo "Deus" era algo que só poderia ser apreciado pormeios interiores, não acessíveis através do esquema de qualquer religião formal.

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Ao invés de se sentir confuso por suas experiências de êxtase e considerá-las toda abusca mística, Ghazali percebeu que "a assim chamada --- absorção em Deus,considerado o objetivo do Sufi , é na verdade apenas o começo. "***

O Sufi não adora a nada exceto a Deus, o Único, Um.A resposta à pergunta é "Ele". Ele está no tempo de "Ele".Ele fez com que as coisas se assemelhem e sejam suficientes por meio de "Ele".

Não há possibilidade de discutir a existência ou a morada de Deus, porque Deus não é suscetívelaos critérios que estão disponíveis.

Este conhecimento é o produto do que é chamado de certeza (yakina), que tem um modusoperandi próprio, não um intelectual.Portanto, o Sufismo tem sua própria ciência através da qual ele aborda a questão. Esta ciênciabaseia-se em prática e não em especulação.****

“The Sufis” (IDRIES SHAH, 1964), Octagon Press,p.*180--‐1, **135, ***170--‐1, ****301.

......................................................................................

Entre os sufis há uma história, relatada por Attar, de um dervixe que se candidatou aentrar num mosteiro vestindo preto.

Quando lhe foi perguntado --- por Ibn Khafif, que morreu cerca de 1.000 anos atrás --- por que eleestava de luto, ele respondeu que o seu "Deus estava morto".

As pessoas de lá o expulsaram 40 vezes antes de eles absorverem o fato de que seu "deus" --- oque ele tinha adorado --- tinha sido seu eu secundário, a personalidade condicionada. *

Um mestre Sufi conhecido meu disse em meu ouvido quando alguém lhe pediu para falar de Deus:

'Seria um insulto a Deus falar dele para você; e seria valorizar a “mim” demasiadamente assumirque me atrevi a falar de Deus. "

Para a maioria das pessoas 'Deus' é a sua vaidade, a sua própria arrogância , seu epíteto, utilizadopara fins emocionais e intelectuais.

É importante falar de uma coisa com reserva, sem mencionar a Deus, a menos que se justifiquefazê-lo .

O uso da palavra "Deus" deve depender do estado de compreensão da pessoa que usa o termo eda pessoa ou pessoas que o escutam ou lêem.

"O homem tem três estados espirituais.

No primeiro ele não presta nenhuma atenção a Deus,

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mas reverencia e presta serviço a tudo,mulher e homem, riqueza e crianças, pedras e torrões.Ele não adora a Deus.

Quando ele adquire um pouco de conhecimento e consciência, então ele só serve a Deus.

Mais uma vez, quando ele progride mais neste estado ele se torna silencioso; ele não diz: "Eu não sirvo a Deus," nem que ele diz: "Eu sirvo a Deus", pois ele transcendeu essesdois graus "*

(RUMI --‐ ‘Fihi ma Fihi’ ,'In it what is in it')“Learning How to Learn” (IDRIES SHAH, 1978), p.*275 and **302, Octagon Press.…………………………………………………………………………..

O FRUTO DA ÁRVORE

Um conto antigo, entre os Sufis, conta como um homem sábio, uma vez contou uma história sobreuma árvore notável, que podia ser encontrada na Índia. As pessoas que comeram do fruto destaárvore, como ele disse, nem envelheceriam nem morreriam.

Esta lenda foi repetido, por uma pessoa digna de confiança, a um dos reis da Ásia Central há muitotempo atrás, e este monarca de imediato concebeu um desejo apaixonado pela fruta - a fonte doElixir da Vida.

Assim, o rei enviou um representante apropriado e devidamente engenhoso para encontrar etrazer de volta o fruto daquela árvore. Por muitos anos, o emissário visitou uma cidade após aoutra, viajou por toda a Índia, cidade e campo, e diligentemente perguntou sobre o objeto de suabusca a qualquer pessoa que pudesse saber sobre a sua natureza e onde ela poderia serencontrada.

Como você pode imaginar, algumas pessoas disseram a este homem que tal busca deve,obviamente, ser apenas busca de um louco; outros questionaram-lo de perto, para descobrircomo uma pessoa de inteligência tão evidente realmente poderia estar envolvida em umaaventura tão absurda; e a bondade deles a este respeito, mostrando sua consideração por elecomo um incauto enganado, feriu-o ainda mais do que os golpes físicos que os ignorantes tambémhaviam chovido sobre ele.

Muitas pessoas, é claro, disseram-lhe contos falsos, mandando-o de um destino a outro, alegandoque eles também tinham ouvido falar da Árvore milagrosa.

Anos se passaram, desta forma, até que o representante do Rei perdeu toda a sua esperança desucesso, e tomou a decisão de retornar à corte real e confessar o seu fracasso.

Agora, também houve, por sorte, um homem de real sabedoria na Índia --- eles ocasionalmenteexistem lá --- e o homem do Rei, tendo ouvido falar dele no final de sua pesquisa, pensou: 'Eu irei,

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pelo menos, para ele, desesperado como eu estou, para buscar a sua bênção em minha viagem devolta para casa ... "

Ele foi para o homem sábio, e pediu-lhe uma bênção, e ele explicou como foi que ele entrou emuma condição tão angustiado, uma falha sem esperança.

O sábio riu e explicou:"Você simplório, você não precisa de bênção a metade do que você precisa de orientação”.Sabedoria é o fruto da Árvore do Conhecimento.Devido a que você tomou imagens e formas, nomes secundários para as coisas, como seu objetivo,você não foi capaz de encontrar o que está além.Tem milhares de nomes:Pode ser chamada a Água da Vida, o Sol, um Oceano e até mesmo uma Nuvem ...Porém o emblema não é a coisa em si. "

Quem quer que, continuou este Mestre, se apegue aos nomes e se apegue a conceitos sem sercapaz de ver que estas coisas secundárias são apenas etapas,e por vezes barreiras para acompreensão, permanecerá na etapa de coisas secundárias.Eles criam, e permanecem em, uma sub-cultura de estímulo emocional, fantasia e quase-religião..

‘A Perfumed Scorpion’ (IDRIES SHAH, 1978), Pgs. 137--‐8, Octagon Press.

O INDIVÍDUO E A COMUNIDADE

[...] Se você pertence a uma comunidade que tem feito certas suposições sobre a vida e asociedade, e até mesmo conhecimento, você vai encontrar que a comunidade constitui umaentidade estável desde que ela não questione suas premissas básicas. Isto pode inibir o progresso.

[...] Em qualquer sociedade estabilizada em cima de um conjunto de pressupostos interligados,muitos dos quais realmente parecem confirmar um ao outro, há um sentido de coerência e força,que é, naturalmente, altamente valorizada pelos seus membros.

Isto é, naturalmente, porque os indivíduos não são autônomos o suficiente para ficarem sozinhospor muito tempo.

Este desejo de se identificar por associação a um grupo é tão forte que, quando se quebra oagrupamento social é normal que seja sucedido por outra ideologia oferecendo facilidadessemelhantes para garantia e um mundo adequado --- vista.Esta é a história familiar da história nacional e cultural.Ela tem seus paralelos no indivíduo.

Quando as idéias de alguém começam a fornecer um apoio menos do que adequado para o seusenso de integridade individual e coesão do grupo, temos uma remodelação deles em torno de umconceito novo ou melhor: de novo, se ele ou ela não é psicologicamente autônomo .

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É a insatisfação e insegurança, uma sensação de necessidade de algo, que é muitas vezes descritacomo mais "real" ou "verdadeira", que precede a condição conhecida como síndrome deconversão ---, pouco antes da restabilização que eu acabo de mencionar.

Os membros de culturas orientadas para dependência conseqüentemente encontram-se muitopreocupados com a busca de conforto e segurança, o que eles não precisam: eles são apenasacostumados a ele.

A Psicologia Sufi reconhece dois elementos importantes nesta situação:

1 --- que, a fim de avançar no conhecimento ou eficácia, as pessoas têm que quebrar as ligaçõesque os impedem de alcançar desenvolvimento e visão.Estas podem incluir dependência imatura em demasiados totens.

Você deve conceber possibilidades além do seu estado atual, se for para você ser capaz deencontrar a capacidade para chegar até eles.

Se você acha que o conhecimento ou a vida longa é uma árvore, você pode literalmente olhar parauma árvore se você quiser essas coisas.

Se você acredita que, digamos, os seus desejos podem ser alcançados por meio da estrutura deum sistema no qual você vive ou pensa, você só será capaz de obter os resultados que a sociedadeou o sistema pode conceder-lhe.

2 --- os Sufis reconhecem que a flexibilidade de abordagem é necessária, não a reprogramação decrenças.

Isso tudo pode parecer muito óbvio, uma vez afirmado.Mas é uma das características do nosso tempo é que as pessoas em geral não o encontram óbvio osuficiente para basear seus objetivos ou vidas sobre ele.E a maioria deles não concebem que essa autonomia é boa ou mesmo possível.

A consequência é uma confusão considerável.

“A Perfumed Scorpion” (IDRIES SHAH, 1978), p.138--‐9, Octagon Press.

BUSCADOR OU DESCOBRIDOR?

[...] Para propósitos práticos, todos os sistemas que existem para promover um propósito tambémconseguem, quase por definição, a exclusão de muitas outras possibilidades: a menos que vocêadicione as dimensões extras --- o sistema não adicionará.

Você pode fazer um monte de dinheiro em um negócio, mas isso pode ser à custa de desenvolverseus interesses em outras direções.Se você for para uma investigação clínica, pode ser que não ser capaz de fazer tanta terapiaquanto poderia ser possível de outra forma.

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Se você precisar do apoio social dado a você por qualquer tipo de sistema ao qual você pertençaem um grau extremo, você será impedido de deixá-lo, mesmo que temporariamente, a fim defazer as coisas em áreas onde não há apoio social: assim reduzindo sua eficácia.

Falando francamente, isso significa que você não será capaz de ir para a frente porque as suasnecessidades mandam você girar sobre seu próprio eixo para manter algum tipo de equilíbrio.

Você pode ser um buscador, mas você nunca pode ser um descobridor, a menos que a busca sejasuficientemente efetiva.

Diante de uma situação como esta, o diagnóstico Sufi tem sido, durante séculos, claro einequívoco.Diz-se que o homem "se encontra a si mesmo", se ele apenas aceitasse isso, não em qualquermundo estático ou sociedade estática, mas em ambientes que sejam apenas ‘semelhantes’ a isso.

Ele não vive muito tempo, ele pode controlar muito pouco das suas circunstâncias, e as coisas queacontecem com ele, mesmo nos ambientes mais altamente estruturados, podem ter mais efeitosobre sua vida do que as coisas que ele faz com que aconteçam: por muito que se esforce, eindependente de se ele acredita ou não que o inverso seja verdade.

Assim, para modo funcionar mais efetivamente, ele deve ser versátil e flexível, não considerarconstantes coisas que são transitórias: ao invés disso, tratar transitoriedade como se fosse oconstante.

Este conceito transfere sua vulnerabilidade para além das coisas menores e caprichosas.Por causa disso ele pode transcender as limitações que de outra forma o paralisam ou manipulam.

[...] O Sufi diria, por outro lado, que as pessoas que acreditam na realidade de absolutos, atémesmo os absolutos amplamente aceitos no Ocidente, se fazem prisioneiros, pessoas que têmdificuldade para se ajustar até mesmo quando a Natureza prega peças que afetam , digamos, aeconomia em uma forma mais abrangente do que qualquer intervenção humana.

Os cientistas ocidentais estão apenas começando a proclamar a relatividade de absolutos,naturalmente como a sua própria descoberta --- como, de fato, é, até onde eles o sabem.

Então, você poderia dizer que o Sufi domina seu meio ambiente por ser capaz, quando necessário,ficar de fora dele, permitindo-lhe ter apenas o efeito mínimo sobre ele, e pelo entrosamento comele, quando indicado; enquanto o individual (especialmente no Ocidente ) muito frequentementetenta domina-lo empurrando todo o seu peso contra ele, organizando toda a forma de energiaque ele possa pensar.

‘A Perfumed Scorpion’ (IDRIES SHAH, 1978), Pgs.139--‐41, Octagon Press.

O CENSOR INTERIOR

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[...] pessoas, tentando adivinhar um carta ou dado, vão fazer tantos erros que éestatisticamente impossível para elas estarem erradas tantas vezes.

Isso tem mostrado que há pessoas que estão de fato advinhando certo, mas que algumcensor interior as impede de admitir isso, e realmente inverte os fatos.

O "censor" é aquela parte do Eu Dominante – a personalidade artificial, que busca proteger asformas existentes de pensamento da pessoa, que, portanto, está sofrendo de um conflito interno:

--- metade do qual sabe a verdade e a quer , admitindo-o em seu cérebro,--- a outra metade inibe a aceitação deste fato, uma vez que se dedica a manter o que for precisopara estar em equilíbrio.

Se fosse para admitir a verdade, portanto,seu raciocínio,--ele teria de enfrentar o desconhecido; apersonalidade,ela teme, iria mudar, ou então a pessoa que seria motivada por algo mais (verdade)e não pelo pequeno feixe de idéias e reacções com as quais está familiarizada.

Enquanto você mantiver certas portas abertas, tais como a porta para imaginar que você podedominar a sua própria aprendizagem com ferramentas insuficientes, você não pode abrir -- epassar através de - a porta de uma maior compreensão.

É por isso que Saadi, por exemplo, diz (em seu Bostan, The Orchard):

". “A porta da iluminação está aberta para aqueles para quem outras portas estão fechadas”.

’Opening Another Door’, “The Commanding Self” (IDRIES SHAH, 1994), p.116.

BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO DO CONHECIMENTO (como visto do Ponto de Vista dos Mestres)

Desde que os discípulos não podem ver as suas próprias barreiras, uma perspectiva diferente podeser dada a eles.

A perspectiva do mestre vai ajudá-los a ver a distância entre o mestre e eles mesmos.

No início, estas barreiras incluem as seguintes barreiras principais que causam os maioresproblemas de comunicação.

a) SUPOSIÇÕES

A falta de pensamento coerente faz com que o estudante pense todos os tipos de coisassobre o ensino e / ou o mestre. Isso, de fato, faz com que o estudante veja coisasincorretas na hora errada e de maneiras incorretas.Isso é tão profundamente enraizado que finalmente se torna uma "motivação".

O estudante pensa :---que a transmissão de conhecimento deve ser contínua,

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--- que ele possa encontrá-lo,--- que pode ser dado a ele na velocidade e na forma que ele espera.

Todas essas coisas são absurdas, embora elas sejam geralmente aceitos em outrasáreas da experiência do estudante.

b) CONDICIONAMENTO.

O estudante tem tomado certos princípios de leituras, coisas que ouviu, e estudos de seu passadoque ele acha que poderiam ser aplicáveis na aprendizagem. Estes princípios variam muito, porquecada pessoa tem estabelecidos diferentes padrões de preconceito em relação à aprendizagem.

Por exemplo: Aqueles que foram ensinados que mais alto conhecimento vem de mãos dadas coma experiência emocional vão procurar isso no ensino.Se eles o encontrarem, isso será para eles prova ou evidência da realidade do ensino.

Se eles sentem que é ausente eles vão concluir que este não é o ensino para eles ou até mesmoque não é ensino, ou algo assim.

Nenhum ensino real aceitaria por um instante essas atitudes porque elas são superficiais esintéticas, inúteis para avaliar, reconhecer, ou corretamente se beneficiar do ensino real.

c) EMOÇÕES.

Emoções humanas comuns minimizadas na vida social e profissional, no entanto,precisam ser expressas e filtrada através desta pesquisa.Nós queremos dizer, simplesmente, coisas como a ganância, medo, esperança ecomportamento compensatório de todos os tipos de incapacidades.

Processos tradicionais que foram desenhados para eliminar esses elementos sãodeliberadamente introduzidos para afastar o discípulo de perder o controle de suasemoções comuns no contexto da Tradição.

Sufism in the West”, chapter X.

PERFEIÇÃO

Como há uma palavra para perfeição, as pessoas sempre imaginarão que elas sabem disso.

“Reflections” (IDRIES SHAH, 1971), p.124

PROFUNDO E SIGNIFICATIVO

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Aqueles que são atraídos por fatores externos, que procuram por sinais exteriores do magistério,que dependem de emoção em seus estudos ou leitura de qualquer livro que possam escolher,essas são as moscas da Tradição; eles saltam e deslizam sobre a superfície.

Como eles têm palavras para "profundo" e "significativo", eles pensam, erroneamente,que conhecem essas experiências. É por isso que dizemos, para fins práticos, eles não sabemnada.

Talib Shamsi Ardabili

“The Way of the Sufi” (IDRIES SHAH, 1968), p.268.

MEU PROPRIO OBSTÁCULO

Perguntaram a Shibli : 'Quem te guiou no Caminho? "Ele disse:"Um cachorro".

Um dia eu o vi quase morto de sede, parado à beira da água.

Toda vez que ele viu seu reflexo na água, ele se assustou, e retirou-se, porque ele pensou que eraoutro cão.

Finalmente, tal foi a sua necessidade, que ele rejeitou o medo e pulou na água; na qual o "outrocão" desapareceu.

O cão descobriu que o obstáculo, era ele mesmo,e a barreira entre ele e o que buscava, derreteu-se.

Desta mesma forma, meu próprio obstáculo desapareceu, quando eu soube que era o que eutomei para ser meu próprio eu. E o meu Caminho me foi mostrado primeiro pelo comportamentode um cão. "

“The Way of the Sufi” (IDRIES SHAH, 1968), ‘Why the dog could not drink’, Part IV;and you also have to give it the kind of attention which will enable you to learn.

APRENDer E NÃO APRENDER

P: Por que é que tantas pessoas leem tanto e ainda assim não são mudadas por isso? As pessoaspodem não absorver informações Sufi através da palavra escrita?

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R: Para aprender algo, você pode frequentemente ter de ser exposto muitas vezes, talvez a partirde perspectivas diferentes; e você também tem que dar o tipo de atenção que lhe permitiráaprender.

Em nossa experiência, as pessoas falham em aprender a partir de materiais Sufi pela mesma razãoque elas não aprendem outras coisas --- elas lêem seletivamente.

As coisas que as tocam emocionalmente, ou que elas gostam ou estão entusiasmados com, elasvão se lembrar ou procurar em maior quantidade e profundidade.

Uma vez que estas são muitas vezes os últimos materiais que elas provavelmente vão precisar, euma vez que tal atitude desequilibrada em direção a algo faz com que a pessoa que precisa deequilíbrio em sua abordagem, temos a situação à qual você se refere.

Podemos admitir, uma vez que as culturas que buscam destacar vulgaridades, coisas que deimediato chamam atenção, e de projetá-las em formas atraentes e endossar e sustentá-las sãoimprováveis de produzir, em geral, pessoas com apetites para que não sejam outra coisa mais amesma coisa .REVISAR ESTA TRADUÇÃOMas esse comportamento vai meramente perpetuar o mesmo tipo de personalidade e atitude queo criou, em primeiro lugar.

Se você tem um bolo de chocolate decorado com 16 cerejas, e você devorar as cerejas porquevocê gosta delas, e então quer saber por que você não comeu o bolo --- o que isso faz de você? Ese eu lhe contasse, você gostaria de mim?

Esta é a barreira a superar.É atravessada por observá-la em ação, decidindo superá-la, e tomar medidas para estudar deforma abrangente e não fingir ser um estudante e depois se perguntar por que a pessoa nãoaprendeu.

A leitura não muda as pessoas, a menos que elas estejam prontas para mudar..

“Learning How to Learn” (IDRIES SHAH, 1978), p.165--‐6, Octagon Press.

TURISMO ESPIRITUAL

As escolas Sufi têm um glamour que atrai tanto o• totalmente inadequado• e a parte em muitas pessoas que não é o lado que se deve conectar com o ensino.

Na realidade, o estudo Sufi é difícil e imprevisível.

As pessoas devem aprender o que elas precisam saber, não o que elas podem pensar que querem.

A aparência externa das coisas, que por vezes tem incluido música e dança, traje estranho eregalia, importância na comunidade, o ar de segredos e da realização, tudo isso pode ter um lugar,mas elas não constituem estudo Sufi, do mesmo modo que os elementos de algo externonão

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constituem a base, a raiz, a realidade, o trabalho que vai para produzir o efeito ou a aparência.

Não estranhamente, imitadores e pessoas que imaginam que as coisas Sufi sejam apenas oexterno organizam cerimônias e iniciações, reuniões e grupos de estudos, e assim por diante,incluindo os supostos ‘ensinamentos' que despertam emoção, inclusive até mesmo livros erecitais, que têm esta qualidade atraente.

Algumas pessoas nunca descobrem que elas têm sido, de fato, consumidores, de aparências evaidades, e não pessoas espirituais, de jeito nenhum.

Há uma história muito antiga, expressa em termos religiosos, que tenta transmitir de uma formagráfica uma estrutura para manter em mente visando coisas reais, para não ser desviado pelaatração de uma pessoa para os estímulos que são na realidade superficiais.

A história é sobre um homem que morreu e foi recebido por um anjo que lhe disse:"Durante a sua vida, você foi sempre de uma mente para acreditar que as coisas por aqui nãopoderiam ser realmente tão ruins quanto você pensava. Você gostaria de ver o Céu e o Inferno eescolher o seu próprio destino, assim como você tem sempre escolhido em sua vida terrena?"É claro que ele concordou, e o anjo abriu uma porta, marcado 'Inferno'.Dentro havia foliões e pessoas dançando e batendo tambores.Parecia que uma orgia constante estava acontecendo, homens e mulheres brincavam, demônios eduendes(NT:ou espíritos mágicos) fazendo cabriolas.

Tudo parecia muito ativo e interessante.

Então o anjo abriu a porta com a inscrição marcada "Céu".

Dentro dele, havia fileiras de pessoas sorrindo, sentadas e deitadas ao redor, em um estado defelicidade asséptica.

Mas tudo parecia bastante frio.

"Eu vou pegar o primeiro", disse o homem, porque ele não queria passar toda a eternidade semfazer nada.

Eles voltaram para a primeira porta e o anjo abriu.Ele encontrou-se capturado em uma caverna cheia de chamas e fuligem, sujeira e fumaça, com osdemônios chicoteando os presos e um rugido constante do trovão.

Dolorosamente e ofegante ele lutava para conseguir levantar-se e parou um demônio que por alipassava."Fui levado em uma excursão e optaram por Inferno. Mas não era nada assim”

"O demônio sorriu:" Ah, mas você estava apenas visitando no momento. Aquilo foi simplesmente para os turistas! "

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Special Illumination" (IDRIES SHAH, 1977), pgs 36 --- 8, Octagon Press.

ESTIMULOS

Quando uma pessoa tem um paladar cansado,ela precisa como todos nós sabemos, de estímulosmais e mais picantes e provavelmente mais variados para ativá-lo.

Nas culturas atuais, o resultado do excesso de estimulação do paladar mental é obvio.

A analogia do paladar, no entanto, não é completamente exata, porque a mente humana temcapacidades de "sabor" que nas sociedades contemporâneas não estão satisfeitas em absoluto.

A falta deste estímulo é porque não é percebido que, nesta área, um estímulo não precisa de serintenso para operar.

O resultado desta ignorância é que as pessoas não vão dar a um estímulo 'suave' uma chance defuncionar, e chegar à frente para o que parece mais provável de provocar estímulos instantâneosou profundos.

Tais pessoas têm se colocado, quase completamente colocar-se fora do alcance do estímulomenos forte.É somente quando elas estão preparadas para entreter a possibilidade de sua existência, epreparadas, também, para testar seu funcionamento, que eles podem se comunicar.

Nós não podemos fazer progressos com uma demanda como esta: "Dê-me chillie em pó ---, mas deixe-o com gosto de água de rosas."

"Reflections" (Idries Shah, 1971), p.66.

REAÇÕES

Psicólogos têm observado, com razão, que quando as pessoas são culpadas de alguma coisa, elaspodem reagir fortemente contra elas, pensando que seu comportamento está enraizado emoutras razões.

Todos nós sabemos, também, que uma reação enérgica pode não ter nada a ver com o assuntosobre o qual se está aparentemente reagindo.Nós devemos observar essas coisas.

Mas há outro tipo de reação também.As pessoas que estão acostumadas a serem estimuladas por impactos grosseiros ou tensos sesentem estranhas quando abordadas por um impacto, muitas vezes mais valioso, mas,geralmente, mais sensível.

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Elas tendem a evitar o contato com isso, pelo simples pretexto de chamar isso de "banal", ou"desinteressante".

Um sentido de anti-clímax deve ser observado.Pode frequentemente ser causado pelo desapontamento desejável de uma expectativaindesejável.

Você não pode ter a certeza de ser capaz de fixar a expectativa de que estava errado(a), ou atémesmo os pressupostos que fazem você reagir dessa maneira.

Mas você pode observar a si mesmo(a) reagindo desta forma.Este é um pré-requisito indispensável para o treinamento para se tornar realmente sensível aimpressões essenciais. Chama-se de "Observação".

“Reflections” (IDRIES SHAH, 1971), p.86.

ELUSIVE The supposed elusiveness of Sufi concepts and experience is found, on experience, tobe nothing of the kind.

Sufi experience is difficult to register in the mind only for those who are too accustomed to cruderimpacts: rather as the sound of a watch ticking will not be audible to someone deafened by achurch bell or even listening for a factory hooter.

ELUSIVO

O suposto caráter elusivo dos conceitos e experiência Sufi é encontrado , na experiência que nãocorresponda a nada do tipo.

A experiência Sufi é difícil de registrar na mente apenas para aqueles que estão muitoacostumados a impactos mais crus: assim como o som de um relógio tiquetaqueando não seráaudível a alguém ensurdecido por um sino de igreja ou mesmo por escutar uma buzina de fábrica.

É interessante que as coisas que movem as pessoas poderosamente em um sentido emocional sãomuitas vezes tomadas por elas como sendo coisas espirituais.

Povos primitivos ou ignorantes é claro, na verdade adoram (até que eles aprendam melhor) comomilagres ou divinas, coisas naturais como o trovão ou coisas manufaturados, como armas.Embora historiadores, antropólogos e psicólogos saibam disso e o tenham relatado amplamente,esta reação primitiva persiste, especialmente em países "desenvolvidos".

Uma experiência sutil ou de baixa intensidade não é pedida, apreciada ou compreendida, onde háuma mais crua.

Eu chamaria isso de diagnóstico de se uma pessoa sabe sobre percepções superiores: ela podetrabalhar com as percepções sutis, ela vê a crueza das percepções grosseiras?

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Há uma analogia no conto dos dois pequenos meninos que estavam discutindo sobre doces.

"Eu me pergunto", disse o primeiro, "por que é que nós sempre compramos o doce quebra--queixo, quando esse material macio é muito mais doce?""Eu compro porque eu gosto de SABER que eu estou comendo alguma coisa!"

O objetivo Sufi é inteiramente diferente.Alguém pode estar aprendendo no Sufismo, embora não esteja consciente disso.Melhor ainda, ele pode estar aprendendo por meios sutis que são equivalentes ao sabor de umdoce, e não à sua dureza.

É quase clássico no contexto Sufi, de fato, que é só depois que os estímulos mais crus não são maisdesejados que a verdadeira aprendizagem pode ter lugar.Você pode dizer que existem duas "seletividades".As pessoas são alertadas para coisas que lhes são familiares ou para coisas que ativam uma oumais de suas percepções vinculadas a emoções.

Estes hábitos deixam uma grande quantidade de capacidade humana não utilizado na faixa maissensível, com a qual o Sufi trabalha.

Para fazer isso, no entanto, os Sufis sempre têm que aprender sobre a atenção geral, bem comosobre a atenção concentrada.

"Special Illumination" (IDRIES SHAH, 1977), pgs. 43--‐44, Octagon Press.

ESCADAS

"No momento em que você entrou nesse mundo de forma, uma escada de fuga foi colocada para você." (Rumi) *

P: O que você disse sobre a mesma pessoa, ou o mesmo grupo de pessoas, sendo capaz deempregar técnicas completamente diferentes para alcançar o mesmo objetivo me interessa.Mas como pode um método ser tão bom quanto outro?

R: Se uma casa está pegando fogo, duas escadas podem ser encostadas contra uma janela.Ambas levam para o chão. As diferentes cores da tinta sobre elas podem esconder o fato de queelas são escadas.

P: Mas como é que nós sabemos que cada uma delas é uma escada?

R: Você sabe, aprendendo a reconhecer uma escada quando você vê uma.

P: Como isso é feito?

R: Ao familiarizar-se com escadas.

P: E subir escadas?

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R: Enquanto você está aprendendo a reconhecê-las, escale-as como uma parte do aprendizado.

P: Mas algumas pessoas insistem em que só há uma escada, a sua própria..

R: Elas têm razão, se elas estão apenas dizendo aquilo para focalizar a atenção sobre uma escadaespecífica de fuga --- como um instrumento. Se funciona, é equivalente a ser a única verdadeira.Para fins práticos, é.

P: Elas estão certas sob quaisquer outras circunstâncias?

R: Raramente, porque se elas realmente estivessem certas que não iriam ensinar "Existe apenasesta escada ', mas, sim, ' Olhe para todas essas escadas, pois elas podem --- ou poderiamfuncionar.

A nossa, no entanto, é aplicável para você e para mim. " Falha em fazer isso revela ignorância.Observação: Mas elas são de curto tempo.

Comentário: Então, é todo mundo.

P: Algumas escadas são muito curtas?

R: Escadas estão em todas as condições: nova, velha, podre, curta, longa, azul, verde, fraca, forte,disponível, em uso em outros lugares, e todo o resto das possibilidades.

P: O que se deve fazer sobre tudo isso?

R: Tente imaginar que a casa está pegando fogo.Se você pode fazê-lo sem se tornar obcecado ou irracional sobre isso, particularmente sem setornar sugestionável mergulhando nessa idéia, você pode sair.

Mas enquanto você estiver cheio de esperança ou medo, do sentimento ou desejo de atividadesocial ou proeminência pessoal ou até mesmo de reconhecimento, você não será capaz de usaruma escada, você pode não ser capaz de reconhecer uma, certamente você deve estar gastandosuas energias em círculos que abundam com o propósito de acolher tais tendências.

As pessoas aprendem por métodos que correspondem com o tipo e a extensão de suasaspirações: esse é a constante do dictum Sufi.**

* “Caravan of Dreams” (IDRIES SHAH, 1968), p.84, Octagon Press. ** “Learning Howto Learn” (IDRIES SHAH, 1978), p. 153--‐4, Octagon Press.

TRANQUILIDADE

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As pessoas estão movendo em uma velocidade demasiadamente alta, porque esta é umasociedade “civilizada” e se supõe que tudo deve ser feito rapidamente. Tudo é rápido, assim quesempre existe um elemento de tensão.

É essencial, especialmente neste dia e época, que as pessoas sejam capazes de maximizar sobre otempo de tranquilidade que eles têm à sua disposição durante o dia [...]

“Working with the Rules” “The Rules or Secrets of the Naqshbandi Order” (OMARALI--‐SHAH, 1998), p.39, Tractus Books.

..........................................................

[…] uma pessoa está visando estabelecer uma espécie de situação ideal.Todo mundo em sua própria mente tem uma idéia do ideal [...]

"Vá, e sente-se em um canto de uma tekkia onde tudo é agradável, calmo e quieto."

Isso é bom, exceto que não há sempre um tekkia á mão................................................... ........Uma pessoa então seleciona um lugar na sua própria casa ou em outro lugar, e a pessoa cria umambiente de calma em torno de si mesmo, tanto quanto possível.

Se você não pode escolher o local ou circunstância ideal, escolha uma circunstância que é tão boaquanto possível, e, então, crie um ambiente mais benéfico ao redor e dentro de si mesmo: nãoapenas para estimular a habilidade da pessoa para fazer certos zikrs ou outras atividades, mastambém para cancelar qualquer perturbação externa, ruído ou outras coisas que podem causarfalta de concentração.

“HUSH DAR DAM or the Awareness of Breathing” (fragments) “The Rules or Secretsof the Naqshbandi Order” (OMAR ALI--‐SHAH, 1998), p.71, Tractus Books...........................................................

Há um ditado de Jalaluddin Rumi, onde ele diz:

"Desenvolva uma Tekkia dentro de si mesmo".

E se você examinar - o que eu poderia chamar - o conceito Tekkia você verá que isso émuito verdadeiro, e é algo que uma pessoa necessita fazer e precisa de ter. Porque issosignifica que é um lugar dentro de si mesmo onde a pessoa se sente segura, onde apessoa tem um refúgio, onde a pessoa está funcionando utilmente.

Omar Ali Shah ---11/04/1990

LUZ

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É relatado que Bahaudin Naqshband foi questionado sobre os vários tipos de pessoasque buscam um conhecimento superior.

Ele disse: "Eu vou dizer-lhe por meio de uma alegoria, não deve ser tomado literalmentecomo verdade, mas que reflete a condição do ser humano."

Então ele contou esta história:Está registrado nas tradições dos Amantes da Verdade, que quando as almas foramcriadas, antes dos corpos, perguntou-se o que elas queriam como um meio de viajarneste mundo.

Havia quatro grupos entre elas.O primeiro desejou viajar a pé, como o método mais seguro.O segundo desejou cavalos, pois isso significaria menos trabalho para eles.O terceiro desejou viajar com o vento, para superar as limitações.O quarto escolheu a luz, pela qual elas podiam entender bem como se mover.

Estes quatro grupos ainda existem, e todas as pessoas ainda se regem por uma dessascaracterísticas.Aquelas que são os pedestres são limitadas no espaço e velocidade. Elas são os imitadores.Os cavaleiros são aqueles que dependem de livros, e são, assim, conduzidos pelo cavalo decrenças do autor.As da terceira categoria são sopradas por todo o lugar, como se pelo vento, e o quarto são osSufis.

Em termos de estudos,o primeiro grupo a se juntar a cultos mais baixos e excitantes;o segundo a idéias zelosamente propagadas idéias,o terceiro aos sistemas de sua própria escolha ou concepção , tomando uma coisa aqui e outracoisa lá;o quarta são os Sufis.

Nós podemos julgar a habilidade das pessoas pela escolha que elas fizeram para viajar.

O primeiro grupo está interessado no que eles acham que são técnicas, o segundo em pensamentos excitantes e relatórios, o terceiro em uma coisa depois da outra --- e o quarto em reconhecer a verdadeira realidade Sufi.

THE FOUR TYPES, “Seeker after Truth” (IDRIES SHAH,1982), p.14.

PERFUME E REALIDADE

O Mestre Bahaudin estava sentado uma noite após o jantar, cercado por um grandenúmero de recém-chegados,velhos e jovens, todos desejosos de aprender.

Um silêncio caiu, e o Mestre pediu uma questão.

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Alguém disse:"Qual é a maior dificuldade na aprendizagem e no ensino do Caminho?" O Mestre respondeu: "As pessoas vão por superficialidades.Elas são atraídos pela pregação, pelos boatos einformes, e por aquilo que as excita --- como abelhas ao perfume das flores "

O homem perguntou:".Mas de que outra forma as pessoas devem se aproximar da sabedoria, ou abelhas, dasflores ?"O Mestre respondeu: "O humano aborda a sabedoria através de informes e pregação, ruído e leitura e excitação.Depois que ele se aproximou dela, no entanto, ele permanece perto para exigir mais do mesmo:não o que quer que lhe possa ser dado, que é para o que ele está lá.

"As abelhas abordam as flores pelo cheiro, mas uma vez que chegam à proximidade da flor, nãoexigem meramente mais e mais perfume.

Elas se ajustam ao néctar, que elas têm de recolher.Isto é o equivalente da realidade da sabedoria, da qual o informe e imaginários são como sefossem o perfume.

"Assim, o número de" abelhas reais "entre a humanidade é muito pequena.

Enquanto que quase todas as abelhas são abelhas, em serem capazes de coletar néctar, quasetodos os seres humanos ainda não são seres humanos, no sentido de estarem em sintonia paraperceber para o que eles foram criados.

"Então o Mestre disse:" Que aqueles que vieram aqui, para Qasr --- Arifin, por causa da leiturafiquem de pé. "Muitos ficaram de pé."Deixem que aqueles", continuou ele, "que vieram para nós por causa de ouvir sobre nós tambémse levantem".Muitos mais se levantaram.

"Aqueles que ainda estão sentados", continuou ele, "são aqueles que vieram porque elesperceberam nossa presença e autenticidade em outra maneira sutil.

"Aqueles que estão de pé, velhos e jovens, incluem muitos que só exigem que mais e mais de seussentimentos sejam agitados, que desejam excitação ou calma.

Antes que eles possam aprender que eles não podem experienciar em outro lugar, eles devemexigir conhecimento e não serviços de atração ".

Ele, então, disse:". Há aqueles que são atraídos para um Mestre por causa de sua reputação, e queconforme isso viaja para vê-lo, para buscar ainda mais a mesma sensação. Quando ele morre, elesvisitam seu túmulo, mais uma vez por um motivo semelhante.

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"A menos que suas aspirações sejam transformadas, como se por alquimia, eles não encontrarãoa verdade.

"E", disse ele, "há aqueles que visitam um Mestre não porque tenham ouvido falar dele como umgrande mentor vivo; não porque eles queriam ver seu túmulo, mas porque reconhecem a suaRealidade mais profunda. Um dia todos possuirãor essa faculdade.

"Agora Bahaudin, o Desenhador disse:" Mas no meio tempo o trabalho que será feito ao final através das gerações tem de ser realizadoem uma pessoa e no mesmo indivíduo.Para tornar-se um Moisés ele terá que transcender seu Faraó.

O homem que é atraído pela reputação deve tornar-se, por assim dizer, um outro homem.Ele deve tornar-se um homem que fica nas proximidades da sabedoria, porque ele sentiu a suarealidade mais profunda.

"Este é o objetivo deste trabalho antes que ele possa aprender.Até que ele tenha aprendido isso, ele é um mero dervixe.

Um dervixe deseja, um Sufi percebe.

‘Seeker after Truth’ (IDRIES SHAH, 1982), p.10--‐12, Octagon Press.

SETE HOMENS

O desenvolvimento Sufi requer que o Buscador passe por sete fases de preparação, antes que aindividualidade esteja pronta para sua plena função.

Estas fases, às vezes chamadas de "homens", são graus na transmutação da consciência, o termotécnico para o qual é nafs, respiração.Embora as pessoas tenham muitas vezes traduzido a palavra Nafs, que aqui nós denominamoscomo "Eu" , como "alma", na verdade absolutamente não é isto, mas sim é o que pode serchamado de a verdadeira personalidade do indivíduo.A palavra para alma é "rouh", espírito.

Alguns têm chamado este processo o “refinamento do Ego".

Brevemente, as etapas de desenvolvimento são:

1.Nafs --- i --- ammara ( Eu Dominante)O Eu Dominante é a origem do indivíduo controlado por uma consciência composta, que é umamistura de esperanças e temores, de treinamento e de imaginação, de fatores emocionais eoutros, que formam a pessoa em seu estado "normal", como uma pessoa comumente o chama.É a fase da maioria das pessoas que não passaram através do processo de clarificação.

2. Nafs --- i --- lawwama ( Eu Acusador)A aurora da consciência do eu e "acusação", na qual os pensamentos automáticos são vistos peloque são.

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O Eu Acusador é o estado do Eu quando é capaz de monitorar seu comportamento e perceber anatureza secundária de tantas coisas anteriormente imaginadas como sendo primárias, arelatividade real de absolutos assumidos, e assim por diante.Esta parte do homem ou da mulher é tanto a verificação sobre a ação imperfeita como também aárea através da qual a censura legítima de outras pessoas ou do ambiente chega para o indivíduo.

Este é o estágio de consciência comum.

A maioria das pessoas para aqui e dá voltas em círculo.

3. Nafs --- i --- mulhama ( Eu Inspirado)É o início da integração mental real, quando a mente está se tornando capaz de operar em umnível mais alto do que era seu fútil costume anterior.

Quando o Eu Depravado ou Dominante e o Eu Crítico(NT Censor) ou Acusador tiverem feito o seutrabalho, o órgão de percepção e ação torna-se suscetível à entrada de percepções anteriormentebloqueadas. Por esta razão é denominado o Eu Inspirado. Nesta etapa, vêm os primeiros indícios,ainda que imperfeitos, da existência e do funcionamento de um fidedigno elemento superior,força, poder ou sistema de comunicações.

4. Nafs --- i --- mutmainna (Eu Tranquilo)Equilíbrio sereno, equilíbrio da individualidade.

5.Nafs --- i --- radiyya (Eu Satisfeito ou Realizado)Poder de realização, novas gamas de experiência não suscetíveis a descrição além de analogiaaproximada.

6. Nafs --- i --- mardiyya (Eu que Realiza ou Eu Que Satisfaz)Uma nova atividade e função, incluindo as dimensões extras da individualidade.

7. Nafs --- i --- Safiyya wa kamila (Eu Purificado e Completo)Conclusão da tarefa de reconstituição, possibilidade de ensinar a outros, capacidade decompreensão objetiva.

Cada uma das palavras dadas acima significa uma característica importante do Eu na sua ascensão,portanto, aos olhos Sufi, a maioria das pessoas em todas as culturas estão geralmentefamiliarizadas apenas com a primeira etapa do Eu como representado nos seus sistemas éticoscomo algo que busca apenas seu próprio interesse.

A pessoa comum, permanecendo no nível de ensino religioso e moral comum, está no estágio queos Sufis considerariam como apenas lutando com o Eu Dominante, com, em ação, o Eu Acusadorrepreendendo a si mesmo por suas deficiências. É por causa deste esquema que os observadorestêm dito ser o estilo de desenvolvimento Sufi como algo indo além de cinco etapas que sãoconhecidas da pessoa comumente "Moral".

Não se pode negar que, aos olhos Sufi as etapas do serviço humano, por exemplo, e preocupaçãocom os outros, são considerados como conquistas não muito grandes, embora elogiada aos céus

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em sistemas centrados em moralismo como quase impossível de alcançar. Então, quando Saadi dizno século 13:

Todos os filhos de Adam são membros um do outro, cada um dos eu-- a mesma substância que a de seus irmãos,assim sendo, enquanto um membro sofre dor e tristeza,os outros membros não podem ganhar alívio.

Tu, que és desatento (NT sem te importares) com a dor do teu irmão,Não é correto, de jeito nenhum, que ele seja chamado homem...

(Gulistan, tr.Browne),

ele quer dizer que os Sufis, embora reconhecendo a sua importância vital, ainda mantêm a portaaberta para muitos estágios de maior função para a humanidade.Eles sustentam que para considerar o bem estar humano, embora essencial, como a mais altapossível, a sublime, realização da humanidade, é limitar-se tanto que é, efetivamente, umapostura pessimista e inaceitavelmente limitada.

Mais uma vez, o desejo de bem estar humano é o mínimo, não o máximo, dever da humanidade.

“The Sufis” (IDRIES SHAH), Annotations, p.394--‐5.“A Perfumed Scorpion” (IDRIES SHAH), p.82--‐4.

TEORIA DA REINCARNAÇÃO

"A Alma passa, da Divindade, para o mundo material bruto. Ela então tem que retornar para aDivindade passando, sucessivamente, através de seis fases:

AnjosDemôniosHomensQuadrúpedesPássarosRepteis. “

Esta afirmação, encontrada nos ensinos tradicionais, tem sido assumida por literalistas e poraqueles a quem falta percepção, para significar que membros da Raça humana podem “habitar” ocorpo físico literal de uma ou mais das acima—chamadas seis criaturas.

O ensino, no entanto, está de fato dizendo: “O ser humano tem seis estados de alma.Cada um é simbolizado por uma destas criaturas. ' (Embora dadas em ordem descendente, a Almapode proceder de qualquer um destes estados para sua perfeição)..

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A degradação do figurativo, ilustrativo, no literal é uma das mais comuns degenerações dopensamento humano.(Igualmente, é claro, o pensamento ignorante pode atingir o oposto: a crença de que o literal éapenas figurativa).

O propósito de um Mestre real (iluminado) é revelar, quando necessário, a verdadeira"tecnologia" e o significado dos símbolos. Os maiores Mestres religiosos têm, portanto, sempresido conhecidos como "reformadores", em vez de como inovadores criativos.

(O significado de "absorção na Divindade, da qual o Mestre retorna em forma humana paraexpurgar os erros e ensinar o Caminho", é realmente muito clara, vista à luz do precedente.

"The Commanding Self" (IDRIES SHAH, 1994), 'The Secret Meaning ofReencarnation Theory', Section VIII, p.289.

TELEPATIA E FICÇÃO CIENTÍFICA

O processo da vida parece ser o resultado de forças aleatórias?Ou sugere o desdobramento de um plano vasto e solene?O veredito, em última instância, deve ser emocional.Nem o acúmulo de incidentes históricos selecionados, nem nenhuma sequência sugerida, neminterrelação pode provar a existência de um nível de mundo fora da mente(noumenal) .Na melhor das hipóteses, podemos ver manchas de espuma sobre a superfície e suspeitar daexistência de um sistema de ondas na profundidade.

Por sua própria natureza este deve ser invisível.

Mas se há algum grande plano para o homem e o mundo, com objetivos solares e cósmicosdefinidos contra milhões de anos: e se o nosso estado presente, é uma fase em tal plano,entãocertas considerações surgem que devem ser enfrentadas de frente [...]

Se isto foi "arranjado", pode a Inteligência que o arranjou ser benigna? Parece que qualquer teoriada intervenção deve ser acusada segundo os padrões humanos.Nós sentimos que o sofrimento é suficientemente lamentável quando é a consequência de acasoe perigo.Se é proposital e deliberada, nós só podemos considerá-lo como intolerável.

A resposta, se houver uma, deve situar-se na idéia de escala [...]

Esta limitação de escala está conectada com o tempo: com o valor máximo e mínimo do"momento presente", que nossa consciência é capaz de abarcar[...]

Se toda a humanidade é um organismo em outra escala de tempo, seu bem último pode requereruma ação por uma Inteligência que possua um momento presente imensamente maior.

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Para o homem individual, cujo presente momento, no máximo, é a sua própria vida, tal ação podesugerir apenas indiferença no melhor e crueldade deliberada no pior.

Se o seu momento presente pudesse ser muito prolongado e se, deste ponto de vista, ele pudessever algum tipo de continuidade de Ego --- fora de uma única vida, sua relação com o "destino"seria totalmente transformada.

Mas tais considerações parecem remotas e impessoais.Pressões sobre formas de vida elementar ---para produzir a humanidade: mesmo, muito maisrecentemente, a manipulação de impulsos religiosos ou culto para criar oportunidades ambientaispara populações vastas - tais coisas são remotas da nossa experiência imediata.Se influências para persuadir ou restringir o desenvolvimento humano ao longo de linhas pré-determinadas influenciam sobre a vida humana, elas devem ser detectáveis de alguma formaobscura em nosso próprio dia e experiência.

A equipe que fez contato com um número de fontes Sufi concluiu que TELEPATIA foi utilizada nãoapenas como um sistema de comunicação inter --- Sufi, mas como um meio de "influenciarpessoas e coisas".

Se tal influência existe, ela apaga muitas "coincidências" que provam intratável a explicaçãocomum [...]

Se, como sugerido, a telepatia é um meio pelo qual a atividade humana é incitada ou inibida, éconcebível que a circulação de tais energias pode causar tendências de pensamento deste tipo anível mundano.

Também pode ser que os eventos futuros sejam deliberadamente prenunciados para preparar umclima mental para o evento que se encontra sobre uma linha de realização provável.

Existem razões para supor que quase toda a ficção científica pertence a esta categoria.

"The People of the Secret" (ERNEST SCOTT, 1983) Chapter 12: Science Fiction andthe Ancient Tradition, excerpts from pgs. 233--‐6, Octagon Press.

TELEPATIA

P: Como uma pessoa pode desenvolver poderes telepáticos, ou como é que se lê os pensamentosdos outros ou percebe o futuro?

R: Os requisitos para isso são extremamente bem conhecidos entre os Sufis.A questão não é geralmente como fazê-lo, mas se a pessoa pode.

O ser humano já está perceptível às coisas que você menciona.

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Dizer que ele ou ela “desenvolve a capacidade " é como dizer que o Sol gira em torno da Terra: sóparece assim.

O fato é que a tensão emocional, incluindo o que é criado por querer algo, impede ofuncionamento dessas capacidades.

P: Então por que é tão frequentemente relatado que as pessoas em momentos de tensãoemocional ganham percepções paranormais, e por que os cientistas, que não têm apegosemocionais não obtêm resultados?

R: Pessoas em momentos de tensão emocional nunca têm percepções paranormais.Elas só os pegam as obtêm (se o fazem sob estas circunstâncias), quando elas esgotaram seuestado emocional, por ultrapassar os limites das suas emoçõesNeste ponto, elas estão temporariamente sem desejos, e obtêm lampejos de percepção.

Como para cientistas, que obtêm poucos ou nenhum resultado, precisamente porque não sãodesapegadas: elas querem produzir resultados.Isto é importante para elas. E, assim, elas inibem o aparecimento da função, e a perturbam emoutros.

Seus assuntos experimentais, também, estão similarmente em estados de emoção, que têm omesmo efeito.

O processo é descrito no último livro de Masnavi de Rumi, onde ele fala da mente do homemcomo um canal cheio de lixo, impedindo-o de ler pensamentos.

Quando a água tiver sido limpa, o reflexo do que está além aparece nela.

"Indulgência", diz ele, "é similar a verter sujeiras na água."

Estas incluem fantasias e ilusões, ocupam a mente e impedem que ela funcione corretamente.

"The Commanding Self" (IDRIES SHAH, 1994), Section VIII, p.296.

"EU DESEJO NÃO TER DESEJO"

P: Conta-se que o grande Sufi Bayazid disse: "Tudo o que eu desejo é não ter desejo".Isto parece com o tipo de comentário “mistico" que os pensadores orientais são famosos porfazer.Será que isso significa alguma coisa mesmo? Se sim, qual é o significado?

R: Desejo significa, para as pessoas comuns, querer alguma coisa, e sempre diz respeito a egoísmo,embora muito escondido ou socialmente sancionado.Tem sido frequentemente observado, por exemplo, que pessoas que parecem ser altruísta estãode fato obtendo satisfações a partir desta postura.

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Agora, de acordo com os Sufis, você não pode ser pago duas vezes pela mesma coisa.

Neste contexto, esta declaração significa que, se você deseja algo e tem prazer em sentir aqueledesejo, você foi pago.Mesmo se você estiver profundamente emocionalmente agitado no que parece ser uma formaque não agradável de desejar, você ainda está sendo "pago" pelo estímulo emocional.

Os Sufis também afirmam que desejo deste tipo impede as pessoas de avançar: elas obtêmsatisfações ou alimentam os seus desejos até que sejam ou satisfeitos ou cronicamenteinsatisfeitos.

Mas, eles continuam, além disso há uma forma de progresso, compreensão, percepção, que é"velada" (tornada obscura) pelo desejo. Por esta razão, Bayazid procura evitar o desejo.

Coisas mundanas, e isso inclui estímulos emocionais que muitas vezes são imaginados por pessoasmuito devotas serem religioso, são perseguidas por meio de este desejo, esta cobiça.

Isso é evidenciado pelo fato de que a coisa desejada adquire uma grande importância na mente davítima, do mesmo modo como a pessoa deseja posses, importância, reconhecimento, honras,sucessos.

Para distinguir os objetivos reais de secundários os Sufis têm dito: "A importância de algo está emproporção inversa à sua atratividade." Este é o paralelo da negligência com que as pessoas muitasvezes não conseguem, no mundo comum, reconhecer eventos importantes, invenções oudescobertas.

Que isso é o que é apreciado em assuntos do dia a dia talvez seja evidenciado pelo aparecimentodessa declaração em um jornal diário de Londres recentemente * como "A importância de umassunto pode ser julgada pela falta de interesse por ela."

*Daily Mail, 17 March 1979, p.7 col.4, quoting P.Butler.of Sussex."Attraction and Importance", “Seeker after Truth” (IDRIES SHAH, 1982), p.38.

AGORA QUE EU ESTOU MORTO

"Agora que eu estou morto, vocês podem ler algo da verdade do Sufi.

Se esta informação tivesse sido dada a vocês , direta ou indiretamente, quando eu eraperceptivelmente entre vocês, vocês todos, com exceção de uns poucos, alimentariam suamesquinhez e amor das maravilhas apenas a partir dele.

Saiba, então, que o que o Mestre Sufi está fazendo para o mundo e para o seu povo, grande epequeno, muitas vezes não é visto pelo observador.

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Um Mestre Sufi usa seus poderes para ensinar, para curar, para fazer o homem feliz e assim pordiante, de acordo com as melhores razões para usar os poderes.

Se ele não mostra a você milagres, isso não significa que ele não os está fazendo.Se ele declina de beneficiar você da maneira que você deseja, não é porque ele não pode.Ele beneficia você, de acordo com o seu mérito, e não em resposta a uma demanda feita por você.Ele tem um dever maior; isto é o que ele está cumprindo.

Muitos de vocês tiveram suas vidas transformadas, foram resgatados de perigos, foram dadaschances --- nenhuma das quais vocês reconheceram como benefícios.Mas vocês já tiveram esses benefícios da mesma forma.

Muitos de vocês, embora estejam à procura de uma vida mais plena, não teriam absolutamentevida nenhuma, se não fossem os esforços da Comunidade dos Amigos.Muitos de vocês que são pobres, seriam amaldiçoados se fossem ricos.

Muitos de vocês ainda são ricos por causa da presença de um Homem de Sabedoria.Muitos de vocês que têm estado na minha escola pensam que têm sido ensinados pormim.

Na verdade, vocês têm estado fisicamente presente em nossas assembléias, enquanto vocêsestavam sendo ensinados em outra assembléia.

Todas essas coisas são tão estranhas aos seus pensamentos habituais que você ainda não está emposição de reconhecê-las.

Minha tarefa foi a de beneficiar você.A tarefa de tornar aquele benefício perceptível para você é que é de outros.

Sua tragédia é que, enquanto estava esperando por mim para salvaguardar milagres e fazeralterações perceptíveis em você, você inventou milagres que eu não realizei, e desenvolveu umalealdade a mim que não tem valor algum.E você tem imaginado 'mudanças' e 'ajuda' e 'lições' que não aconteceram.As 'mudanças', a 'ajuda', as "lições", no entanto, estão lá.Agora descubra o que elas realmente são.

Se você continuar pensando e fazendo o que eu lhe disse para fazer e pensar, você estátrabalhando com materiais de ontem, que já foram utilizadas.

" Mirza Abdul--‐Hadi Khan of Bokhara “The Way of the Sufi” (IDRIES SHAH, 1968),p.264.

O MESTRE

Há determinadas características que atravessam magistério.

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Esta é uma pergunta muito grande, embora em sua essência real muito simples.Com isto quero dizer que pode ser tocado em cem mil palavras, ou entendido sem palavras;dependendo da abordagem.

Mas observe isso.

O guia Sufi ensina de uma posição que está ás vezes 'no mundo', porque ele tem de mantercontato com seu ambiente.Ele segue o "arco de subida 'para aprender; e quando ele completou o" arco de descida ", ele estáentre as pessoas. Ele agora está transmutado

Isto significa que, embora sua forma exterior e até mesmo uma parte de sua essência possa servisível, sua profundidade toda só se desdobra para aqueles que estão desenvolvidos o suficientepara entender e perceber.

Há mais do que uma analogia aqui com o ensino ou liderança em outros campos; porque aliderança nas coisas mais comuns é uma 'sombra' ou distorção da essência do "magistério".

Se você está ensinando a uma criança, ou um estudante, algo que você sabe e ele não , você temque trazer a você ao que você chama “nível dele”, e puxá-lo para cima, lentamente.

Mais uma vez você tem que se retirar de envolvimento, a fim de ver a coisa objetivamente.

Como no ordinário, assim no extraordinário: daí o Mestre está em um caminho (ou em o queparece ser muitos caminhos) distante, ou que tenha sido designado para estar distante, a partir damassa.Ele não pertence à massa, e ainda assim ele o faz.A sua relação com a massa é como a do ouro refinado em comparação com o minério.

Ele não está "em sua própria terra", porque a sua própria terra já está cultivada.O conceito e o desapego são claros, se você olhar a ambos o Mestre espiritual e outrosprofessores, buscando a lei geral que os permeia.Desconsidere, para o momento, o elemento de diferença pessoal ou autenticidade; mesmo dequalidade, nacionalidade ou de ensino. Olhe para as pessoas.

Buda funcionou em um meio diferente daquele do seu palácio real. Antes dele ensinar, ele sedesapegou de sua "terra" como profetas e outros fizeram.Napoleão veio da Córsega para França; Jesus de Nazaré e, em última análise, de além do 'mundo'ou terra como a conhecemos normalmente.

Todas as nuances desta "estranheza " como os Sufis a chamam, têm que ser sentidas se oparadoxo do "salvador de longe" é para ser captado e feito funcionar dentro do organismo no qualele aparece.

“The Commanding Self” (IDRIES SHAH, 1994), p.34--‐5.

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DERVIXE OU SUFI?

Era uma vez um muito --- reverenciado Dervixe, que vivia em uma pequena cela em uma rota decaravanas, ocupado com exercícios religiosos.Um dia, um número de comerciantes trouxe uma grande quantidade de ouro e deixou-a em suaporta.De manhã ela tinha ido embora, mas os viajantes haviam dito ao povo da cidade vizinha de suaoferta, e as pessoas se perguntavam se o Dervixe tinha se apropriado do ouro para si mesmo.

Muitos anos mais tarde, o Dervixe morreu, e as pessoas começaram a construir um túmulo(maqbara) incorporando sua cela.

À proporção que eles estavam trabalhando nisso, uma parede desabou e a bolsa de ouro caiu parafora.

Com ele, escrito em uma placa, estava esta mensagem: "Isto foi guardado para evitar tentação”.Tome cuidado para que você, também, não seja tentado.

"Este conto é contada por dervixes para mostrar como seus companheiros são muitas vezes malcompreendidos, e quão duros eles trabalham para vencer a tentação e também na prevenção deque outros sejam tentados.

Mas o conto é também contada por Sufis e outros, para ilustrar a diferença entre o Sufi e oDervixe.

O Dervixe é o homem de regras, que tem que aderir a crenças e práticas, porque ele realmentenão sabe de nada.O Sufi é aquele que sabe como, por exemplo, desapegar-se da tentação e também como usar oouro se for oferecido a ele.

Que não se pense que, a este respeito, os Sufis e os Dervixes se opõem.

O dervixe representa o mais alto exemplar de moral do homem comum, e o Sufi o mais altoexemplar do homem consciente.

“The Commanding Self” (IDRIES SHAH, 1994), p.318, Octagon Press.

QUANTO MAIS VOCÊ PENSA

Quanto mais você pensa sobre o seu Mestre, menos você pode aprender.Quanto mais você pensa que você não deve pensar sobre os Mestres, menos você pode aprender.Quanto mais você pensa sobre si mesmo, ou livros, ou contra livros, ou a favor ou contra materiaisdidáticos e exercícios, e a difusão de um ensinamento, menos você pode aprender.

A única maneira de aprender é manter estes e outros fatores em constante equilíbrio.

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Isso só pode ser alcançado pela prática sob direção.Algumas pessoas algumas vezes não gostam de receber direção. Isso seria excelente se estasatitudes fossem baseadas em qualquer percepção real. Infelizmente, elas são baseadas em auto ---diversão.

Querendo isto e não querendo aquilo são manifestações de aspiração mais baixa, e como tal nãosão genuínas o suficiente para suportar o peso de estudo.

“Knowing How To Know” (IDRIES SHAH, 1988), Chapter “The More You Think”.

COMPREENSÃO

Uma pessoa não pode garantir a compreensão humana, mas pode ajudar a desenvolvê-la.

Você pode, no entanto, capacitar a outros para compreender apenas muito pouco mais do quevocê entende uma coisa.

É por isso que o patrimônio humano de materiais de estudo é tão sub--utilizado; os instrutoresestão repassando somente o que eles podem, não o que existe.

Entender um nível de materiais é apenas uma fase de passagem para outros níveis.

Comprometer-se com a própria ignorância, assumindo que não há nível superior é uma sériafraqueza. Retém os outros, faz com que a pessoa confunda o veículo com o conteúdo, e é umaoperação de auto --- estima disfarçada.

Acreditar que a mais alta compreensão é algo que não está disponível para os homens comuns éuma mistura do legado da cultura pessimista e, paradoxalmente, a auto estima novamente,manifestada em:

"Se eu não entendo, não há nada para entender ", e," Se eu não gosto, é inútil ".

“Reflections” (IDRIES SHAH, 1968) p.51.

O CORAÇÃO À DISPOSIÇÃO DO 'MESTRE

‘Por si mesmo, você não pode fazer nada: procure um Amigo.

Se você pudesse sentir o gosto de um pequeno pedaço SLIGHTEST BIT de sua insipidez, você odetestaria.

"(Nizami," Tesouro de Mistérios ')

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[...] Quase todos os seres humanos são criados com alguma medida de auto --- dependência, quese torna um hábito de pensamento.Através de uma falta bastante natural de verdadeiro raciocínio, a idéia de aceitar orientação setorna confundida com uma perda de liberdade.

A maioria das pessoas - no Oriente e no Ocidente - não percebe que colocar-se nas mãos de umespecialista não implica em perda de importância pessoal.De forma inconsistente, eles vão permitir que um cirurgião remova seus apêndices, masdisputarão o conhecimento superior ou experiência de um mestre em um campo em que eles sãotão ignorantes como cirurgia [...]

"Você vai para o sacerdote a partir de hábito ou crença, e porque ele afirma certas coisas.Você visita o médico, porque você foi recomendado a ele, ou porque você tem um senso de urgência ou desespero.Você freqüenta a companhia de mágicos por causa de uma fraqueza interior; o ferreiro por causa de uma força externa; o sapateiro porque você tem visto seus produtos e você mesmo quer possuir alguns.

Não visite o Sufi, a menos que você queira se beneficiar,pois ele vai levá-lo para adiante, se você começar a disputar ".O Sufi acredita que a atração de um Mestre Sufi é essencialmente por causa do reconhecimentointuitivo; os motivos que o candidato a Sufi dá são secundários, racionalização.

"Eu sabia que o Mestre era um grande e bom homem antes de eu conhecê-lo.Mas só quando ele trouxe a iluminação para mimeu percebi a sua grandeza e bondade serem de uma ordem muito maior,muito além da minha capacidade inicial de entender.

"A sensação de liberdade e o reverso tende a ser subjetiva no homem comum.

"Meu Mestre me libertou do cativeiro em que eu estava;o cativeiro no qual eu pensei que eu estava livre,quando na verdade eu estava realmente girando dentro de um padrão"

A transição isenta de crítica do sentido de confiança em campos onde ele de fato não funciona éilustrado neste fragmento autobiográfico de um Sufi:

"Eu resolvi que deveria trilhar o Caminho místico sozinho, e lutei para conseguir fazê-lo assim atéque uma voz interior me disse:`Você vai a um desbravador para lhe mostrar um caminho através de um deserto, ou você vaipreferir buscar seu próprio caminho e destruir a si mesmo no processo?"

"Enquanto algumas faculdades Sufi podem desenvolver-se espontaneamente, a personalidadeSufi não pode amadurecer na solidão, porque o Buscador não sabe exatamente em qual caminhoele está indo, em qual ordem as suas experiências virão.No início ele está sujeito à sua própria fraqueza, a qual o influencia, e a partir da qual um Mestre o“ampara”

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Por esta razão Sheikh Abu al Hasan --- Saliba disse:"É melhor colocar um discípulo sob o controle de um gato do que sob seu próprio controle." Assimcomo os impulsos de um gato são variáveis e incontroláveis, assim são os candidatos asufi(estudantes) em um estágio inicial.

Este paralelo do homem não regenerado como em grande parte animal, dotado de faculdades queainda não pode usar apropriadamente, é freqüente no ensino Sufi:

"Quanto mais animal o homem, menos ele entende de magistério.Para ele, o Guia pode parecer com o caçador, que o obriga a entrar numa gaiola.Eu era assim.O falcão não domesticado acha que se ele for capturado, como ele o chama, ele seráescravizado.Ele não percebe que o falconeiro vai dar-lhe uma vida mais plena,empoleirado livremente no pulso do Rei, sem as preocupações perpétuas de comida e medo.A única diferença entre o ser humano e animal aquié que o animal tem medo de todos.O humano reinvindica que ele está avaliando a confiabilidade do mestre..O que ele está fazendo realmente é sufocar a sua intuição,sua inclinação a colocar-se nas mãos de quem conhece o Caminho. "

(AALI PIR) “The Sufis” (IDRIES SHAH, 1964), chapter ‘The Teacher, the Teaching,the Taught’, p.389--‐91, Octagon Press.

INTELIGÊNCIA E OBEDIÊNCIA

Era uma vez um Mestre Sufi que foi abordado por dois homens, que lhe imploraram para que elesse tornassem seus discípulos.Ele concordou, no entendimento de que eles estavam em liberdade condicional de três meses.

Por cerca de 90 dias o Mestre não lhes deu nenhuma tarefa, não lhes contou histórias, não osconvidou para nenhuma reunião.

Então, quando o tempo estava quase terminado, chamou os dois para o pátio de sua casa, e disse:"Eu quero que cada um de vocês vá lá para fora, onde há camelos. Cada um de vocês pegue arédea de um camelo, e traga-o para mim, você escalando a parede, e fazendo com que o cameloescale a parede”.

"O primeiro discípulo disse:" Mestre, está escrito que o homem deve exercitar sua inteligência.

Minha inteligência diz-me que o que você pede é impossível, e meu bom senso me diz que você sópediu isso para testar se eu sou inteligente ou não, e se eu uso meu sentido comum ou não. "

" Então ", disse o Mestre," você não vai tentar trazer o camelo por cima do muro? "" Eu não ", disse o discípulo:" Peço perdão por minha aparente desobediência.

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"Então o Mestre virou-se para o segundo discípulo, e disse :"Qual é a sua resposta ao meu pedido?"

Sem uma palavra, o segundo discípulo começou a sair do pátio, através do portão.

O Mestre seguiu, indicando ao primeiro discípulo que o acompanhasse.

Quando eles todos estavam do lado de fora da parede alta, onde os camelos estavam, o segundodiscípulo tomou a redea de um dos animais e caminhou com ele para a parede.Ele então fez uma tentativa de escalar a parede, com a rédea do camelo ainda em sua mão,fazendo barulhos de incentivo para ele.

Quando ficou óbvio que ele não poderia ter êxito, o Mestre disse: "Retorne este camelo para o seulugar e siga-me para dentro."

Alguns minutos mais tarde, quando os três homens estavam novamente de pé dentro do pátio, oMestre disse:

"Todo mundo sabe, desde os primeiros dias da humanidade, que o Caminho exige váriascapacidades. Isto inclui o uso da inteligência e a aplicação do senso comum, e também obediência.

"A obediência é tão importante quanto a inteligência e sentido comum.”

Todos os que já foram ensinados em algum momento, saberão que quase todos tentarão usar ainteligência e senso comum, de preferência à obediência, o que coloca essas três qualidades forade equilíbrio.

A grande maioria da humanidade considera que obedecer é menos importante do que pensaruma maneira de sair de uma situação. Mas é de fato sabido que nenhuma dessas coisas é maisimportante do que outra, exceto no desempenho.

Agora nós podemos encontrar homens de inteligência em qualquer lugar, mas onde podemosencontrar pessoas de obediência?

"O primeiro discípulo é rejeitado, porque ele colocou demasiada importância no intelecto.O segundo é mantido, porque ele não saltou para a conclusão óbvia que os homens dizem uns aosoutros que é a melhor coisa a fazer, e ainda que muitas vezes não os priva de sua capacidade total.

"Ele virou-se para o segundo discípulo e perguntou-lhe por que ele tinha tentado fazer oimpossível.

O discípulo disse:"Eu sabia que você sabia que era impossível, de modo que não havia mal nenhum em obediência,para ver onde ela levaria.

Eu sabia que o caminho fácil para sair era dizer:

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"É impossível, eu não vou tentá-lo por causa do senso comum", e que apenas uma pessoasuperficial poderia pensar dessa forma.

Todo mundo tem tanto senso comum como seria necessário para recusar-se a obedecer.Portanto, eu sabia que você estava testando minha obediência e recusa a escolher opções fáceis ".."Seeker after Truth" (IDRIES SHAH, 1982), p.71--‐2.

O MESTRE SUFI É MAIS

O Mestre Sufi é mais do que uma pessoa que está passando no conhecimento formal; mais do queaquele que está em um estado de harmonia com o aprendiz(estudante), mais do que umamáquina que facilita uma parte de um estoque de informações que está disponível de formaarmazenada.E ele está ensinando mais do que um método de pensar, ou uma atitude perante a vida; mais atédo que uma potencialidade para o auto-desenvolvimento [...]

A função do mestre Sufi é ainda mais complexa do que isso [...]ele não tem tarefa no sentido usual da palavra.Sua tarefa está em ser, sendo ele mesmo; e é através do funcionamento apropriado daquele ser que o significado dele é projetado.

Assim é que não há divisão na personalidade pública e privada do mestre Sufi.Ele que tem uma cara na sala de aula e outra em casa, que tem uma atitude profissionalou uma maneira de cabeceira de sua cama, não é um Sufi.Esta consistência, no entanto, é dentro dele mesmo.Seu comportamento externo pode muito bem parecer mudar, mas sua personalidade interior éunificada.

O ator, que se “identifica com seu papel," não pode ser um mestre Sufi.

O homem ou a mulher cujo rosto oficial foge com ele, para que ele se deixe levar por umapersonalidade temporária, não pode ser um mestre Sufi [...]Magistério não pode vir através de alguém propenso a posse temporária por um personagem.

No entanto, o hábito de alternar a personalidade é tão firmemente estabelecido no homemcomum que é socialmente aceito "representar um papel."Em uma proporção muito grande de instâncias deste procedimento social padrão , há um dominioda personalidade sintética ou alternativa.Isto não é em si mesmo considerado como um mal; isto é, sem dúvida, uma indicação deimaturidade, no sentido Sufico.

Esta unificação interna da personalidade, expressa através de uma diversidade de formas, significaque o mestre Sufi não se assemelha a personalidade exterior, idealizada do literalista.A calma, a personalidade que nunca --- muda, o mestre distante, ou, a personalidade que inspiraadmiração por si só, o "homem que nunca varia" não pode ser um mestre Sufi.

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O asceta que atingiu desapego das coisas do mundo e é, portanto, ele mesmo uma encarnaçãoexteriorizada do que parece ao externalista ser desapegado não é um mestre sufi.A razão não é difícil de encontrar.Aquilo que é estático torna-se inútil no sentido orgânico.

Uma pessoa que está sempre, na medida em que possa ser determinada, calma e serena, foitreinada para ter esta função, a função de desapego.

Ele "nunca mostra agitação"; e, privando-se de uma das funções da vida orgânica bem como damental, ele reduziu seu leque de atividades.O homem excessivamente treinado é dominado por seus músculos.

Desapego, para o Sufi, é uma parte, apenas uma parte, do intercâmbio dinâmico.Sufismo funciona por alternância.Desapego do intelecto é útil apenas se permite que o praticante faça algo como um resultado.Ele não pode ser um fim em si mesmo em qualquer sistema que esteja lidando com autorealização da humanidade.

Em sistemas metafísicos parciais ou abandonados, é claro, o meio tornou-se um fim.Atingir o desapego, ou imobilidade, ou benignidade (que são todos partes do desenvolvimento dequalquer indivíduo) são considerados como sendo tão estranho, ou desejável em si mesmos, eassim raramente atingível, que o praticante "opta por" eles.

Um desenvolvimento adicional vem quando racionalizações são fornecidas, para provar queatingir desapego, ou ascetismo, ou qualquer um dos outros desenvolvimentos parciais, tem algumtipo de significado sublime ou infinito."Então fulano e beltrano atingiram desapego completo, e como resultado, ele foi extremamenteiluminado", e muito mais disso se torna a lenda.É claro que uma pessoa não segue a outra, mas de alguma forma parece seguir [...]

O método de ensino Sufi abrange um campo mais amplo.Ao chamar a atenção para outros pontos de vista além dos convencionais, e praticar um complexode atividades coletivamente denominado Sufismo, o mestre se esforça para disponibilizar ao alunoos materiais que irão desenvolver a sua consciência..Seu procedimento, como Sir Richard Burton observa, pode até parecer ser destrutivo,mas é "essencialmente reconstrutivo."Rumi refere-se a esse fator, quando ele fala sobre derrubar uma casa para encontrar umtesouro.Um homem não quer que sua casa seja derrubada, mesmo que o tesouro seja de maiorutilidade para ele do que o edifício para o qual (para os fins desta ilustração, podemosassumir isso) ele não tem afeição especial.O tesouro, como Rumi diz, "é a recompensa por derrubar a casa."

Não é questão de ser obrigado a romper ovos antes de uma omelete possa ser feita; mas dos ovosfazendo a sua quebra própria, a fim de ser capaz de aspirar a ser uma omelete.

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“The Sufis” (IDRIES SHAH, 1964), chapter ‘The Teacher, the Teaching, the Taught’,p.392--‐5, Octagon Press.

"BÁRBAROS"

As premissas da sociedade educada, que nós construído por nós mesmos em várias comunidadesfamiliares humanas previne mais efetivamente o desenvolvimento da compreensão real,principalmente porque os sistemas culturais erigidos pelos homens em geral são esparsos eincompletos; irregulares porque são não abrangentes, incompletas porque não existem emprofundidade.

Aqui está um exemplo:

Você olha para um objeto, e o julga pelas associações que ele evoca.Você pode gostar ou não.As razões para gostar raramente são razoáveis.Uma pessoa pode, legitimamente, gostar de uma flor.Ele gosta da cor, forma, impacto total, cheiro e assim por diante.Mas ele não tem concepção de qualquer significado mais profundo da flor.

By this I do not mean the airy--‐fairy feeling 'that this must really mean something'.

Por isso eu não quero dizer um sentimento vago e etéreo "de que isso deve realmente significaralguma coisa".Tal idéia é muito imprecisa e primitiva.

A flor tem um significado e um valor que eu chamo o significado mais profundo.Significado aqui significa a real relação entre a flor, o indivíduo e o grupo, bem como a sua realfunção em relação à totalidade da vida.

Alguns filósofos e poetas falam e pensam sobre essas coisas.Quase nenhum participa nelas.

De esta maneira de pensar, a partir do que chamamos a percepção de que, digamos, uma florrealmente significa, aqueles que são absorvidos na estética da flor são "bárbaros", confinados aimpactos sensoriais e seus processamentos mentais.

Aqui está uma analogia.

Você recebe o valor, o valor real, de um presente dado por uma pessoa boa, se você o recebe noespírito certo.A pessoa gananciosa vê apenas o valor do presente como dinheiro, bens, status, emoção, e assimpor diante.

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Há uma forma de refinamento humano muito maior do que a estética comum, artística ousocialmente consciente e pessoa bem comportada imagina.

E este refinamento transmite um escopo específico não confuso, para o desenvolvimentosubsequente.

“The Commanding Self” (IDRIES SHAH, 1994), Section V, p.191--‐192.

PRESENTES

Você obtém o valor, o valor real, de um presente dado por uma boa pessoa, se você o recebe como espírito certo. *

As formas de aprendizagem, o conhecimento da natureza e necessidades dos alunos, e todas asoutras coisas que são possuídas e disponibilizadas pelos Sufis, são conhecidas por eles como"presentes".Estas, portanto, são "coisas dadas", que podem ser de uso para o destinatário.

Quando as pessoas pedem orientação ou ensino, eles estão, neste sentido, pedindo presentes.Mas, como com mais presentes materiais, elas não podem estipular a natureza, extensão emomento de sua outorga.

"Presentes" não são apenas dados, mas eles só podem ser dados no esquema que regulapresentes deste tipo.

Esta concepção de outorgas de capacidade e de sua recepção e emprego é muito útil noentendimento de que a pessoa não pode negociar com alguém que tem presentes para dar; que apessoa não pode apreciar o seu valor, a menos que seja mostrado o que são ou como usá-los; quea pessoa não realmente, para a maioria, se candidate para os presentes a serem dados.

** “The Commanding Self” (IDRIES SHAH, 1994), * ’Barbarians’, Section V, p.192; **‘Arguing about gifts’, Section III, p.100.

ENSINO POR SINAIS

O Grande Mestre Ahmad Yasavi de Khorasan passou nove anos em contato irregular e estranhocom alguns dos seus discípulos. Eles eram Shabaz, Lukman, Jalal e Jan --- Nush.Durante este tempo, ele lhes deu praticamente nenhuma instrução verbal, e não realizou rituais,nem estudos em livros.

Ao invés disso, ele os tinha observando-o e praticando artes aplicadas, que incluiam tecelagem detapete e construção e, por vezes, suas próprias profissões.Na cidade de Balkh ele às vezes os chamou para ver algum objeto que ele tinha para lhes mostrar.Para outros estudos, ele os enviou para ouvir exposições aparentemente irrelevantes dadas poroutros.

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Foi pelos seus poderes interiores que todas estas experiências se transformaram na consciênciadesses seguidores.Este é o processo conhecido como "ensino por meio de sinais.

Às vezes, estes quatro exclamaram: "Por que não podemos participar do exercício --- reuniões doMestre?" E ainda assim, são eles que se tornaram mestres, os fundadores da Ordem, e chegaram no final aAlta Consecução do Objetivo.

Que a sua consciência mais interna seja santificada.

Jangju Khanabadi: “Isharat--‐i--‐Khwajagan” (“Signs of the Masters”)“Silent Teaching” “Caravan of Dreams” ” (IDRIES SHAH, 1968), pg.209, OctagonPress.

O SILÊNCIO DO SUFIUma das coisas mais difíceis de ensinar é que Sufis podem ensinar sem a excitação e atenção, semnenhum dos fatores externos, que as pessoas desejam e acreditam que são uma parte dosensinamentos superiores.

No mundo ocidental, por exemplo, provavelmente haveria muito pouco espaço para um Sufisilencioso.No entanto, há, de fato, dervixes silenciosos, bem como os rodopiantes, dansantes, uivantes esaltadores.

Mas as pessoas são, em muitos aspectos semelhantes em todo o mundo, e um conto é contado doDervish Silencioso que veio se estabelecer em uma vila, onde as pessoas fizeram de tudo parafazê-lo falar, de modo que eles pudessem obter alguns ensinamentos dele .Eles foram incapazes de aquietar seu desejo de estimulação por ele, e como resultado eles não

foram capazes de perceber que ele estava continuamente emanando baraka e ensinamentos queeles poderiam ter absorvido.

Um dia, quando ele decidiu seguir em frente, ele pensou que ele daria a eles um toque de suafunção, porque embora ele fosse um Dervish Silencioso, eles não o acreditariam.

As pessoas trouxeram-lhe comida todos os dias, e ele sempre a comeu.Um dia ele não tinha, e quando as pessoas chegaram com suas ofertas, ele disse:

"Você pode tirar isso!"

"Mas por que você nunca falou uma palavra antes?" eles clamaram.

"Bem, a comida tem sido sempre boa até agora!"

"Special Illumination" (IDRIES SHAH, 1977), 'The Secret,' pg. 20, Octagon Press.

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COMO O HOMEM É SUSTENTADO

Imam Putsirr anunciou:

"As pessoas visitam o Mestre da Era para ganhar o que são vantagens realmente pequenas.

"Será que eles percebem, que eles devem construir sobre as grandes vantagens que já lhes foramsempre dadas pelo Mestre da Era.

'A maior delas é que toda a comunidade humana, e não apenas um bando de "crentes", sócontinua a existir na forma física por causa do trabalho e da vida do Mestre da Era.

"Este é um fato tão surpreendente e improvável que é chamado, pelos Eleitos",

o segredo que é completamente escondido pela sua improbabilidade imediata. “

“Thinkers of the East” (IDRIES SHAH, 1971), pg. 29, Octagon Press.