TFG | Das margens à cidade: um edifício de uso misto na beira do Rio Piracicaba

Trabalho Final de Graduao

Letcia Barreto Preturlan

Das margens cidade:um edifcio de uso misto na beira do Rio Piracicaba

Trabalho Final de Graduao

Letcia Barreto PreturlanOrientador: Prof. Dr. Fbio Mariz Gonalves

1 semestre/2013

Das margens cidade:um edifcio de uso misto na beira do Rio Piracicaba

Aos meus pais

7Ao Prof. Dr. Fbio Mariz Gonalves, pela orientao cuidadosa e dedicao em todos os momentos do TFG. Pelos ensinamentos de arquitetura e de vida.Aos membros da banca, por aceitarem o convite. A todos os amigos da FAU que compartilharam comigo, ao longo destes anos, um pouco de seus sonhos, esperanas, vivncias, histrias e planos; em especial aos que, nessa etapa final, participaram e ajudaram para que esse trabalho tomasse forma: Didi, Cesco, Lidia, Fabinho e Hiro. Aos amigos da ECA, que mostraram que os vnculos mais fortes de amizade podem vir de lugares inesperados. Ao Kim, com quem aprendo sobre o cotidiano, a arquitetura, a vida e o amor. Sem sua constante ajuda, esse trabalho nunca teria sado dos primeiros rabiscos. minha famlia, pelo amor, carinho e apoio, principalmente em todas as noites mal dormidas de trabalhos da faculdade. minha me, Heloisa, e ao meu pai, Edson, o amor e a doao. s minhas irms, Mariana, Beatriz e Renata, pela amizade e exemplo de trajetria de vida. minha av Lourdes, pelo carinho incondicional.

1. Justificativa do tema 13

2. A cidade de Piracicaba 14

3. Apropriaes dos espaos livres 19

4 . Apresentao da rea de Estudo 25

4.1 Foto area 26

4.2 Mapa esquemtico 28

4.3 Descrio das reas de interesse 30

5. A proposta 42

5.1 Vistas atuais do terreno de interveno 44

5.2 Instrumentos de Pesquisa e determinao do programa 46

5.2.1 Plano de Ao Estruturador do Projeto Beira-Rio 46

5.2.2 Plano de Reabilitao da rea Central 47

6. O projeto 50

6.0 Implantao 52

6.1 Subsolo 54

6.2 Trreo 56

6.3 Primeiro Piso 58

Sumrio

6.4 Segundo Piso 60

6.5 Terceiro Piso 62

6.8 Quarto Piso (Laje Condominial) 64

6.9 Pavimento Tipo - Torre 150 66

6.10 Pavimento Tipo - Torre 75 68

6.11 Cortes 70

6.12 Perpectivas Ilustrativas 76

6.13 Cortes esquemticos 86

7. reas Computveis e Programa de Necessidades 88

8. Bibliografia 94

9. Iconografia 96

Anexo I: Referncias 98

Anexo II: Outros estudos 100

13

A cidade de Piracicaba apresenta caractersticas semelhantes s demais cidades mdias do interior paulista, mas sua identidade marcada por um elemento estruturador da paisagem e da sua identidade: o rio Piracicaba. Suas margens so ocupadas com diferentes usos e apropriaes que acentuam a singularidade da relao entre o cidado e o rio. possvel pensar em um conceito de sinergia, no qual rio e cidade se relacionam sem que haja uma hierarquizao de elementos, pois ambos se colocam no espao de forma a criar uma ligao intrnseca e mutualmente dependente. Nesse contexto, a manuteno dessas apropriaes pblicas nas margens do rio fundamental. As atividades de convvio, lazer, cultura e turismo que esto articuladas hoje devem se expandir. Em todo espao no qual tais atividades estejam aqum de seu potencial, o compromisso de passar por transformaes significativas fundamental. O salto qualitativo proveniente da ocupao consciente desse stio trar desenvolvimento e requalificao em todas as esferas da vida urbana. O escopo deste trabalho foi de, a partir de uma nalise da cidade, do contexto urbano em que se encontra o rio e dos usos exsistentes na margem, propor um edifcio de uso misto que tenha uma insero consciente e contribua para a manuteno scio-cultural desse complexo sistema de espaos livres.

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A cidade de Piracicaba

Piracicaba uma cidade que se localiza no interior paulista, distando cerca de 150km da capital e possui uma populao de cerca de 365 mil habitantes1. Os municpios limtrofes de sua microrregio so: Saltinho, Laranjal Paulista, Rio das Pedras e Tiet (a sul); Santa Brbara dOeste e Capivari (sudeste); Limeira e Iracempolis (leste); Rio Claro (nordeste); So Pedro, Charqueada e Ipena (norte); Santa Maria da Serra (noroeste); Anhembi (oeste); e Conchas (sudoeste). Sua formao urbana se deu primeiramente na margem direita do rio, que, pela sua forma, mais protegida das enchentes: o lado de dentro da curva menos afetado pelas fortes guas que descem o salto do rio e encontram uma curva sinuosa.

1 Fonte: IBGE, 2010.

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Desde antes da chegada dos portugueses, a regio j era ocupada por ndios e a primeira sesmaria foi doada pela coroa portuguesa Felipe Cardoso. Este tinha o compromisso de abrir um caminho terrestre entre Piracicaba e Itu. Logo, o caminho foi fechado para evitar o contrabando de ouro nas recm descobertas minas de Cuiab. O primeiro povoado, ento, s surgiu a partir da chegada de Antonio Correa Barbosa em 1767. Por desobedincia ordem de criar um povoado no encontro do Piracicaba com o Tiet, Barbosa resolveu estabelecer-se no salto piscoso do rio, que, segundo historiadores, j contava com uma populao fixa desde 1693. Sua funo inicial de produo de canoas colnia militar de Iguatemy no foi duradoura e, em 1784, a povoao foi transferida para a margem esquerda. Pouco restou das construes iniciais da margem direita, aonde foi implantado o Engenho Central, no ano de 1881, por iniciativa do Dr. Estevo Ribeiro de Souza Rezende (Baro de Rezende). Desta forma, a margem esquerda passou a abrigar lugares que atualmente so de importantssima relevncia histrica, como a Casa do Povoador e o Largo dos Pescadores que sero mais detalhados adiante e a margem direita se tornou o plo de produo industrial de acar e lcool at o ano de 1974, quando o engenho foi desativado.

Figura 01: Municpios de Piracicaba e So Paulo

no mapa do Estado.

Ao lado, Figura 02: complexo do Engenho

Central e o Rio Piracicaba (2013).

19

Apropriaes dos espaos livres

O sistema de espaos livres da margem do rio Piracicaba um espao de diversas apropriaes e usos. Sua localizao central e de fcil acesso permite que seja utilizado por pessoas de diferentes classes sociais, gerando uma rica participao na esfera pblica da cidade. Essa participao pode ser divida em cotidiana e eventual (FERRAZ, 2010). As apropriaes cotidianas se do: nos passeios e caminhadas de famlias e casais - principalmente aos fins de semana, como possvel ver na foto ao lado e pessoas que procuram o parque da Rua do Porto para a prtica de esportes; na frequncia dos inmeros restaurantes e bares, alm da presena de barraquinhas de gua de coco, pamonha e outros quitutes tpicos; nas feiras de artesanato tambm so um chamariz para a presena de pessoas na margem do rio. As apropriaes eventuais do espao frequentemente tem participao de rgos pblicos como a prefeitura, mas podem contemplar tambm organizaes no governamentais. Essas festas e eventos da cidade acontecem todos os anos e contam com uma presena significativa da populao piracicabana e turistas de muncipios vizinhos. Todas as terceiras sextas-feiras do ms e outros dois dias na poca do carnaval, temos a Noite da Seresta, que, ao som de flauta e cavaquinho, atra cada vez mais pblico. Em 2012, o projeto passou a ser denominado Noite das Tradies, expandindo o envolvimento de todo tipo de manifestao ligada ao folclore, alm de festas populares e tradies musicais, como samba, cururu, catira e samba de leno, assim, ampliando a abrangncia do evento. O objetivo promover o resgate de um gnero musical que que faz parte da cultura piracicabana, revivendo o romantismo de outros

Ao lado, Figura 03: atividades na beira do Rio Piracicaba (2013).

20

tempos com a proposta de fomentar a confraternizao social e valorizar os msicos e cantores de Piracicaba e regio.

Com edies fixas no Largo dos Pescadores, s margens do rio Piracicaba e outras itinerantes, ocorrendo em diferentes bairros da cidade, a Noite das Tradies reune um pblico que, independentemente da poca do ano, chega a marca de duas mil pessoas, incluindo grupos de turistas de vrias regies2.

Em janeiro, temos o Arrasto Ecolgico, organizado pela SOS Bacia do Piracicaba e a Secretaria de Meio Ambiente e Turismo, que age em prol da conscientizao da populao em relao limpeza e manuteno das guas do rio. Em fevereiro, dois passeios ecolgicos so feitos no rio, um em barcos e outro em boias. Maro o ms em que ocorre o Campeonato de Canoagem, a fim de difundir o esporte. Durante o perodo da Semana Santa, reencenada a Paixo de Cristo, festa religiosa que conta com a presena de mais de 500 pessoas entre atores, figurantes e participantes.

2 Trecho retirado do site www.piracicabaemfesta.com.br, acesso em maio,2013.

Em embaixo, Figura 07: Passeio Ecolgico de

boias.

Em cima, direita, Figura 06: Passeio Ecolgico de

barcos.

Em cima, esquerda, Figura 05: Voluntrios do Arrasto Ecolgico

recolhem lixo nas margens do rio.

Nesta pgina, esquerda, Figura 04: Noite das

Tradies no Largo dos Pescadores, poca de

Carnaval.

22

Em maio, temos a Festa das Naes, tradicional evento que traz um pouco da cultura de vrios pases no mundo atravs de comidas, vestimentas, danas e costumes tpicos. A festa ocorre h 30 anos e, desde 1991, realizada no Complexo do Engenho Central. A edio de 2012 contou com 90 mil visitantes, alm dos 7 mil voluntrios para a realizao do evento. Em Pentecostes, temos a Festa do Divino, que se transformou na manifestao religioso-popular mais importante da cidade:

Um mastro fixado s margens do Rio Piracicaba dando incio a um novo tempo, o tempo das festas. Em frente ao Largo dos Pescadores, centenas de pessoas circulam com bandeiras vermelhas com fitas coloridas. Na ponta do mastro das bandeiras uma pomba branca envolta por um arco de flores. O barulho alto provocado pelas guas turbulentas do rio Piracicaba se mistura aos sons dos instrumentos de sopro dos msicos da banda Unio Operria. Dois barcos com a inscrio da Irmandade do Divino Esprito Santo esto posicionados na rua lateral do salo de festas da Irmandade do Divino Esprito Santo onde um altar est preparado para a celebrao das missas3.

Julho o ms em que ocorre o Simpsio Internacional e Mostra de Tecnologia de Agroindstria Sucroalcoleira. Agosto o ms das exposies: orqudeas e veculos antigos, alm de dar incio temporada do Salo Internacional do Humor de Piracicaba, que vai at outubro. Em novembro, podemos ver a Pira Pesca e a Festa do Peixe e da Cachaa, que realizada pela Secretaria de Turismo e conta com a participao de vrios

3 A festa do Divino Esprito Santo em Piracicaba, publicao do DPH-IPPLAP, 2012

Ao lado, Figura 08:28a Edio da Festa das

Naes.

25

restaurantes da rua do Porto. Segundo o site da prefeitura, esperam-se em torno de 20 mil pessoas na festa neste ano (2012). Todas essas festas que foram colocadas anteriormente so realizadas nas margens do rio, tornando o sistema de espaos livres do Beira-Rio um importante articulador da cidade.

Ao lado, Figura 09: Procisso da Festa do Divino Esprito Santo.

Apresentao da rea de Estudo

O trecho central do rio Piracicaba entre as pontes do Morato e do Mirante representa a poro mais significativa dessas apropriaes das margens. A interao dos diversos equipamentos e espaos livres, que so de suma importncia para o entendimento da rea de estudo escolhida, esto representados a seguir. Esses elementos so detalhados de forma sucinta posteriormente.

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Figura 10: Foto rea do trecho entre as pontes

do Morato e do Mirante (2010).

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PON

TE D

O M

ORAT

O

RUA DO PORTO

PARQUE DA RUA DO PORTO

ENGENHO CENTRAL

AV. CRUZEIRO DO SUL

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Legenda

rea de Projeto

BaresRestaurantes

Ciclovia

MirantesAcesso exclusivo de pedestres

Espaos de encontro

Espao de lazer animal

rea de lazer dos trabalhadores

Posto de Informaes Tursticas

SESC Piracicaba

Igreja Evanglica

Igreja Catlica

Fbrica de Tecidos Boyes

Largo dos Pescadores

Teatro do Engenho

Engenho Central

Museu da gua

Casa do Povoador

Nova PassarelaPonte Pnsil

Figura 11: Mapa esquemtico do trecho

entre as pontes do Morato e do Mirante.

Passeios tursticos de barco

PONTE DO MIRANTE

PARQ

UE DO

MIRA

NTE

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Avenida Cruzeiro do Sul - A avenida Cruzeiro do Sul, localizada em um bairro de classe mdia-alta, caracterizada pelo uso intenso das margens, o que gerou uma requalificao modesta de sua margem: abriga agora espaos para caminhadas, uma ciclovia e reas de descanso. Alm disso, por estar localizada na parte mais plana do rio, e, consequentemente, ter guas mais calmas, uma rea bastante frequentada por pescadores. Rua do Porto A famosa rua nem sempre teve este nome; at meados do sculo XIX era a antiga rua da praia, toponmia que lentamente se alterou para rua do porto aps o incio das exploraes comerciais porturias naquele trecho do rio, logo abaixo do Largo dos Pescadores. Atualmente, comporta um complexo de restaurantes e bares acessveis por um calado de pedestres que permite o visitante a escolher o peixe de sua refeio e sentar-se a uma mesa com uma vista privilegiada do rio. considerada uma das maiores atraes tursticas de Piracicaba, trazendo muitas pessoas de cidades vizinhas para almoar nos fins de semana. Parque da Rua do Porto Localizado na parte posterior Rua do Porto, o parque um espao pblico de lazer utilizado por pessoas de diversos bairros do municpio e, depois das dependncias da ESALQ, a rea de lazer mais utilizada da cidade. Possui uma pista de caminhada, equipamentos de ginstica, playground e um lago para a prtica de caiaque e pedalinhos, alm de tirolesa. rea de Lazer dos Trabalhadores Bastante interligada com a Rua do Porto e seu Parque, esta rea de lazer conta com quadras poliesportivas, um campo de futebol e uma pista de skate profissional. Ao contrrio do parque, cercado por um gradil que fechado noite, essa rea est sempre aberta aos que queiram us-la.

Em cima, Figura 12: Foto da Av. Cruzeiro do Sul - ciclovia/caminho

para pedestres. esquerda, Figura 13:

Rua do Porto. direita, Figura 14:

Foto area do Parque da Rua do Porto.

33

SESC Piracicaba Com toda a programao de eventos culturais que os SESCs se propem a realizar, a unidade de Piracicaba contribui para a lista de equipamentos de lazer e cultura da regio Beira-Rio.Museu da gua Local da primeira hidreltrica de Piracicaba, construda por Luiz de Queiroz em 1874. Serviu de abastecimento de gua e energia eltrica para a usina de tecidos e chegou a fornecer energia para toda a cidade.

O museu serve como referencial histrico sobre o saneamento de Piracicaba desde sua fundao. Possui bombas hidrulicas e hidrmetros antigos e painis com fotos dos servios prestados naquele tempo. O local possui detalhes arquitetnicos e tneis, formados por antigos aquedutos. Alm de uma ampla viso do Parque do Mirante, do Engenho Central e do Salto do Rio Piracicaba, o visitante tambm aprende a consumir gua corretamente. Os lavatrios possuem um medidor do consumo de gua. [...] um projeto de educao ambiental e recuperao de mais um patrimnio histrico da cidade.4

Complexo da Fbrica de Tecidos Boyes A fabrica de tecidos Santa Francisca foi construda por Luiz de Queiroz no ano 1874 e foi vendida duas vezes at ganhar o nome de Boyes e Cia., como conhecida hoje. Esse complexo, assim como o Engenho Central, um marco dos primeiros momentos da arquitetura fabril da cidade, mas ao contrrio de seu par na margem oposta ainda no foi tombado pelos patrimnios municipal nem estadual5.

4 Texto extrado de piracicaba.tur.br (acesso em novembro, 2012)

5 Plano de Ao Estruturador, Projeto Beira Rio, 2003Figura 15: Museu da gua (2010).

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Em cima, direita, Figura 18: Engenho

Central visto do acesso de barcos do Largo dos

Pescadores

Ao lado direito, embaixo, Figura 19: Engenho Central e Teatro do

Engenho

Engenho Central Suas terras, como o porto da antiga rua da praia, pertenciam a uma grande propriedade do Baro de Rezende, a fazenda So Pedro. O complexo do engenho uma construo que, como foi dito anteriormente, data do ano 1881. Em 1889, foi vendido uma companhia francesa, a Societ Franaise des Sucrries Brsiliennes, e sua produo anual de 100 mil sacas de acar e trs milhes de litros de lcool trouxe o status de Engenho de Acar mais importante do pas at ser desativado em 1974. Sua rea verde de 80 mil m2 e a rea construda ocupa 12 mil metros quadrados. O grande conjunto arquitetnico foi tombado pelo municpio em 1990, e assim, aberto ao pblico para diversos eventos, que fazem uso dos grandes espaos disponveis. um carto postal da cidade e traz muitos turistas, alm dos piracicabanos que passeiam, principalmente aos finais de semana. Recentemente, foi inaugurado o teatro do engenho, projeto do escritrio Brasil Arquitetura, que contribui ainda mais requalificao desse complexo. Esto previstas ainda as instalaes do Museu de Cincia e Tecnologia, que, segundo o projeto Beira-Rio, seus estudos de implantao vm sendo desenvolvidos desde 2002.

Em cima, esquerda, Figura 17: Teatro do

Engenho.

Ao lado esquerdo, Figura 16: Parque do Mirante

atualmente.

36

Parque do Mirante O parque, como as terras do Engenho ao seu lado, pertencia ao Baro de Resende, onde esse construiu um pequeno Belvedere em 1907. Passou por diversas reformas e deu lugar, a partir da dcada de 1950, para o atual Parque do Mirante. O parque se desenvolve na margem do rio na altura do Salto, a queda dgua que deu origem ao nome da cidade (do tupi: lugar aonde o peixe para). Parte do rio foi desviada para a criao de uma cachoeira artificial, conhecida como a Cascata do Mirante. Ponte Pnsil e Nova Passarela A ponte pnsil, inaugurada em 1992, e a passarela que acaba de ser inaugurada so duas transposies de

37

suma importncia para o sistema de espaos livres do Beira-Rio, pois representam a possibilidade de um circuito turstico, como podemos ver no mapa anterior. As transposies potencializam a manuteno do espao do Engenho e o Parque do Mirante como espao de uso pblico, pois os visitantes so atrados pela beleza natural e arquitetnica do lugar e vm pelo lado mais acessvel, seja de carro ou outro meio de transporte. Casa do Povoador Localizada no corao dessa articulao de espaos livres, a casa do povoador representa a herana patrimonial da cidade que se desenvolveu nas margens do rio. Como foi dito antes, a margem em que ela se encontra faz parte da segunda ocupao histrica do rio, e chamada de Casa do Povoador pois atribuda ao capito povoador Antonio Corra Barbosa (mesmo que sua construo remonte ao sculo XIX). Sendo uma construo simples de taipa, a casa teve, entre muitas funes, a de

esquerda, Figura 20: Ponte Pnsil (2012). direita, Figura 21: Nova Passarela (2013)

38

alfndega para aqueles que passaram por aquele trecho. Exerce um papel muito importante na criao da identidade piracicabana, pelo seu grande valor histrico agregado.

Alm da Galeria Ribeiro Thomazi, a Casa do Povoador dispe de salas alternativas destinadas a exposies peridicas. Seu acervo composto de documentos e fotos que mostram todo o processo de recuperao e preservao do local. Em seu espao externo encontram-se o Marco do Bicentenrio de Piracicaba datado de 1 de agosto de 1967 e o Obelisco Julio Chrisstomo do Nascimento, fabricante de barcos, timoneiro e esportista que se destacou pela luta em defesa do rio Piracicaba. Com o objetivo de preservar e resgatar o folclore local e regional, nessa rea acontecem apresentaes folclricas, exibies de grupos de danas, shows musicais, mostras de pesquisas, acervos e artesanato de diversas regies e culturas6.

Largo dos Pescadores - Na mesma margem e a poucos metros da Casa do Povoador, encontramos um largo que, apesar de no apresentar uma construo de valor arquitetnico, de suma importncia para o entendimento da histria piracicabana; espao de descanso das tropas que cruzavam o rio Piracicaba, viajantes da rota terrestre entre Itu e Cuiab, esse largo foi o ponto histrico da mudana de margem (para a segunda ocupao do territrio). O largo sede de diversas festas j mencionadas anteriormente, como a Noite da Seresta e a Festa do Divino, atraindo muitos moradores e visitantes para esse espao. Seu carter de praa, com a

6 Texto extrado de piracicaba.tur.br, acesso em novembro/2012

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Figura 22: Casa do Povoador atualmente. (2012). Prxima pgina: Largo dos Pescadores atualmente (2013).

presena da Igreja e ao mesmo tempo bares e restaurantes, cria um lugar de convivncia para todos os tipos de visitantes.

Antigamente era chamado de Porto Piracicaba, pois era ponto de chegada e de partida de monoeiros, e onde pescadores se encontravam aps a pesca. Hoje, conhecido como Largo dos Pescadores, faz parte do complexo do Parque da Rua do Porto, prximo ao Rio Piracicaba. Local que retoma a histria da cidade contada por seus moradores, o que faz dela um polo atrativo cultural e artstico. No local so realizadas manifestaes populares, sociais, religiosas e folclricas, por ocasio da Festa do Divino. tambm ponto de partida de embarcaes em eventos diversos, como o passeio de boias, arrasto ecolgico, passeio de barcos, etc. 7

7 Texto extrado de piracicaba.tur.br, acesso em novembro/2012

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No centro de todas as reas descritas anteriormente, encontra-se o Clube e Agncia de Turismo Torres. Atualmente, o clube est desativado e a agncia ocupa uma poro muito pequena do espao da quadra. Pela sua localizao histrica (entre a Casa do Povoador e o Largo dos Pescadores) e posio em relao ao sistema de espaos livres do Beira-Rio, podemos considerar essa quadra um dos vazios urbanos mais expressivos da cidade de Piracicaba. Claramente, esse espao no um vazio urbano em sua mais precisa definio, pois existe um uso atual, mas sua utilizao nfima frente s suas verdadeiras potencialidades. Propor um projeto que aumente significativamente as possibilidades desse espao como um lugar de encontro, lazer, cultura e vivncia dos moradores e visitantes de Piracicaba o foco desse trabalho. A melhoria que possvel a partir da tanto da ocupao consciente de seu stio como da busca por mudana que gere requalificao urbana - considerando os generosos recursos naturais presentes na vizinhana - criar para a populao um vnculo ainda mais estreito com o espao e apropriao enftica desse projeto no tecido urbano.

A proposta

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Vistas atuais do terreno de interveno

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A seguir, so dispostas algumas fotos da situao atual que mostra a evidente subutilizao do terreno em questo. O recuo da edificao, como vemos na foto 01, cria um boulevard agradvel para quem vem da Casa do Povoador, mas o lote murado em todas as outras frentes, fechando-se do entorno imediato. Na foto 02, fica claro que no h uma ligao com o Largo dos Pescadores. No fundo do lote, por sua vez, o muro se torna uma vista bastante desagradvel, tanto aos vizinhos quanto aos que tentam apreciar a vista do rio.

Av. B

eira

-Rio

R. A

nton

io

C. B

arbo

sa

R. Moraes Barros

R. So Jos

45

A

B C

D E

46

Para o melhor entendimento desse trecho do Rio Piracicaba, o Projeto Beira-Rio, desenvolvido durante os anos de 2001 e 2002 e publicado no ano seguinte foi estudado. A equipe multidisciplinar responsvel pela anlise e definio de diretrizes de projeto colocou diversos pontos para a melhoria do trecho entre as pontes do Mirante e do Morato, reproduzido a seguir:

tratamento da margem como espao pblico e acessvel ao pedestre;

constituio de eixos de ligao transversais entre o centro da cidade e a orla do rio e entre as duas margens; constituio de ligaes longitudinais em ambas as margens;

transformao da Avenida Beira Rio em rua de mo nica para alargamento das caladas; conexo entre o Largo dos Pescadores e a Casa do Povoador por meio da nova situao de passeios pblicos; elevao do nvel do leito virio ao da calada, ampliando o Largo dos Pescadores, associado a elementos moderadores de trfego e sonorizadores; instalao de dispositivos moderadores de trfego e sonorizadores nos cruzamentos do virio com os eixos transversais definidos; estudos de viabilidade de percursos de bonde turstico em integrao ao circuito de bonde proposto pelo anteprojeto do Museu

Instrumentos de pesquisa e determinao do programa:

Plano de Ao Estruturador do Projeto Beira Rio:

47

de Cincia e Tecnologia; percurso de transporte coletivo alternativo, preferencialmente no-poluente; desenvolvimento de programa de recuperao e conservao do patrimnio histrico e arquitetnico existente no trecho.

A realizao fsica desses pontos se deu nos ltimos 10 anos e sua fase final (Etapa 3B - Mos obra) terminou em outubro de 2012. A regio perimetral rea de projeto escolhida (entre as ruas Moraes Barros, aonde se encontra o largo dos Pescadores e a Rua So Jos, que da esquina se v a casa do Povoador) foi uma parte que sofreu mudanas muito significativas. O Largo dos Pescadores ganhou muito com essas alteraes do projeto; observa-se que a sua utilizao cada vez maior, o que contribuio para a definio de uma diretriz de projeto que visa criar um dilogo entre o largo e a rea de estudo em questo de forma a trazer espaos qualificados para receber os eventos que so realizadas frequentemente naquela rea.

Plano de Reabilitao da rea Central

A escolha do terreno e sua situao urbana pautaram a premissa inicial desse trabalho. A escolha do objeto de estudo, por sua vez, partiu da anlise do Plano Diretor da cidade de Piracicaba e o Plano de Ao para a Reabilitao da rea Central (que engloba a quadra em questo). A partir desse diagnstico, foi possvel perceber diversas caractersticas que pautaram as escolhas principais do projeto:

48

A regio central de Piracicaba considerada regio de interveno prioritria e j esto estabelecidos diversos incentivos para a construo de novos empreendimentos, especialmente os de uso misto: residncia, comrcio e servios, e que incorporem novas solues de estacionamento (retirado do Plano de Ao para a Reabilitao da rea Central), para assim reverter o processo de esvaziamento demogrfico da regio central. Alm disso, est previsto que reas ocupadas por usos no-residenciais (em edifcios de uso misto) no sero computadas no clculo do Coeficiente de Aproveitamento do terreno, desde de que essas sejam de acesso pblico (no condominial). Com o argumento de que a dinmica do centro muda com lugares de lazer e entretenimento que ficam abertos em perodos noturnos, so previstas isenes de tributos municipais para empreendimentos que visem a construo de espaos de lazer, como salas de cinema, casas de espetculo, casas de shows e danceterias. So incentivados tambm os condomnios comerciais, definidos como congregaes de vrios tipos de estabelecimentos que funcionam como atrativo a diversos perfis de consumidores, tornando complementares as atividades a desenvolvidas. Esses traro oferta de servios mais qualificados e diminuio de custos condominiais. Existe, como esperado, uma saturao do sistema virio e sua rede de estacionamentos em vias pblicas (pelo sistema de zona azul ou da disponibilidade de vagas sem custo agregado).

49

Considerando o nvel baixo de atividade imobiliria e todos os pontos colocados anteriormente, foi estabelecida uma proposta de realizao de um complexo residencial de uso misto que seja provido de comrcio, servios e estabelecimentos de lazer (como cinemas e salas de espetculos). Tambm foi pensada a criao de um edifcio garagem que supra as necessidades de estacionamento da regio da Rua do Porto e da Av. Beira Rio, alm de seu prprio complexo residencial e comercial.

50

O projeto

52

16 x 0,150 = 2,400

53

16 x 0,150 = 2,400

10 20 50m0

Pgina anterior: Fotomontagem:

vista do projeto da nova passarela estaida.

Implantao. Escala 1:2000

54

1. Subsolo

Cota -3,60m

1. Cinema (290 lugares)2. Estacionamento Privativo, 32 vagas (Torre 150)3. Instalaes e reservatrios de gua (Torre 150)

1 10m50

esc 1:750

55

1

2

3

BB

C A

C A

56

2. Piso Trreo

Cota 0,0m - Altitude: 500m

1.Bicicletrio2. Caf3. Lojas 4. Estacionamento Privativo, 32 vagas (Torre 150)5. Estacionamento - vagas avulsas, 46 vagas6. Instalaes e reservatrios de gua (Torre 75)

1 10m50

esc 1:750

57

S-02

S-03

12

3

4

5

6

+2,40

BB

C A

C A

58

3. Primeiro Piso

Cota +3,6m

1. Restaurante2. Academia (piso inferior)3. Acesso Academia4. Acesso Edifcio5. Estacionamento Privativo, 32 vagas (Torre 150)6. Bilheteria - Cinema7. Pipoca/Caf Cinema8. Estacionamento - vagas avulsas, 97 vagas9. Acesso Estacionamento - vagas avulsas

1 10m50

esc 1:750

59

S-02

S-03

S-02

S-03

5

+5,40

+3,90

1

2 3

4

8

9

6

7

BB

C A

C A

60

4. Segundo Piso

Cota +7,2m

1. Restaurante - mirante 2. Academia (piso superior)3. Acesso de carros ao estacionamento privativo (torre 150)4. Cinema 2 (290 lugares)5. Estacionamento - 97 vagas

1 10m50

esc 1:750

61

S-02

S-03

S-02

S-03

+8,40

+6,90

1

2

5

3

4BB

C A

C A

62

5. Terceiro Piso

Cota +10,8m

1. Salo de Festas: parte externa2. Salo de Festas: parte interna3. Estacionamento Privativo, 94 vagas (torre 75).4. Acesso/circulao vertical da torre 75.

1 10m50

esc 1:750

63

S-03S-03

+11,40

+9,90

12

3

4A 4B 4C

BB

C A

C A

64

6. Quarto Piso (Laje Condominial)

Cota +14,4m

1. Salo de festas - mezanino2. Ligao entre os edifcios (torre 150 e torre 75)

1 10m50

esc 1:750

65

1

2

BB

C A

C A

66

7. Pavimento Tipo - Torre 150

Cota +17,4m

1. Salo de Festas/Salo de Jogos

1 10m50

esc 1:750

67

S-02

S-03

1A 1B

BB

C A

C A

68

8. Pavimento Tipo - Torre 75

Cota +20,4m

1 10m50

esc 1:750

69

BB

C A

C A

71

1 10m50

corte

esc 1:500

A-A

73

1 10m50

corte

esc 1:500

B-B

75

1 10m50

corte

esc 1:500

C-C

77

Vista do acesso principal.

Perspectiva ilustrativa area.

79

O plantio escalonado e escadarias redesenham a topografia ngrime na Rua So Jos. A gua desce pelas escadas de forma anloga ao rio, aliviando tambm o clima quente e seco da cidade de Piracicaba.

80

rvores frutferas permeiam a calada da Rua Antonio Correa Barbosa. Os acessos do estacionamento condominial (Rua Antonio Correa Barbosa) e de vagas avulsas (Rua Moraes Barros) desafogam o trnsito na Avenida Beira-Rio.

81

A ligao entre o Largo dos Pescadores e a quadra em questo foi dada pela pavimentao; fazendo uso da lombo-faixa existente, mas nivelando os dois lados, estabeleceu-se, ento, uma conexo mais evidente. A abertura da esquina amplia o Largo para os eventos que ocorrem frequentemente, como a Noite das Tradies e a Festa do Divino Esprto Santo.

82

Escadaria de acesso leste. Uma ligao com a parte mais alta do terreno permite uma maior permeabilidade das pessoas pela circulao por dentro da quadra. Esse acesso leva ao segundo piso, onde encontramos o mirante do restaurante e a sala de cinema 2.

84

Vista da Casa do Povoador

Vista da Ponte Pnsil

86

Cortes esquemticos transversais

87

Cortes esquemticos longitudinais

88

Para o desenvolvimento do projeto, foi consultada a legislao vigente nessa quadra e os seguintes valores foram estabelecidos:

reas Computveis e Programa de Necessidades:

Dentro das colocaes do Plano de Reabilitao podemos destacar as passagens a seguir:

estes empreendimentos devem comportar usos mistos, diferenciando-se dos empreendimentos realizados em outras reas da cidade, e comportar com um mnimo de 70% da rea construda destinada a usos residenciais; no sero computadas para efeito do clculo do coeficiente de aproveitamento da edificao as reas ocupadas por usos no residenciais, como garagens, espaos para estabelecimentos comerciais e de servios, no podendo essas reas, por outro lado, serem de acesso restrito e exclusivo do condomnio; como j definido na legislao edilcia municipal, as reas ocupadas

Zoneamento: Zona Especial Institucional do Parque da Rua do Porto (pertencente delimitao da Zona de Reabilitao da rea Central):

Coeficiente de Aproveitamento: 1,4

Taxa de Ocupao: 70%

Taxa de Permeabilidade: 10%

Lote Mnimo: 250 m.

89

por vagas de garagem de uso exclusivo dos condminios no sero computadas para efeito do clculo do coeficiente de aproveitamento da edificao1;

A partir dessas colocaes, podemos definir: rea do Terreno: 9.480,8 m

Coeficiente de Aproveitamento do lote (C.A.): 1,4

Limite da rea computvel: 1,4 x 9.480,8 = 13.273,12m

Para efeito de clculo da rea computvel mxima, nestas circunstncias especficas de zoneamento, as nicas reas construdas que incidem no clculo do coeficiente de aproveitamento so os de usos residenciais privativos ao pblico em geral; ou seja, somam-se s residncias apenas as reas condominiais, excluindo-se os estacionamentos (13.124,52m no projeto). Sob outra base de clculo, opera a diviso da rea construda para efeitos de adequao ao Plano de Reabilitao da rea Central. Neste caso, visando estimular o uso misto, no se estabelece limites da rea construda. Porm, a proporo estabelecida a de que ao menos 70% do total construdo seja de uso condominial (residncia, circulao condominial, estacionamento condominial e os demais espaos de uso privativo dos condminos). Entende-se que tais espaos so os habitualmente ofertados pelo mercado imobilirio nos investimentos convencionais para os condomnios verticais.

1 Retirado do Plano de Reabilitao da rea Central. IPPLAP, 2005

90

Os outros 30% da rea construda podem, ento, admitir usos de acesso mais abrangente, circunstanciados pela dinmica do prprio comrcio ou servio, como cinemas, academia, restaurante, lojas e at mesmo os estacionamentos. Diferente do que ocorre com o ndice de reas computveis, aqui nessa operao considera-se de fato tudo o que est construdo. Deste processo, podemos concluir os seguintes:

rea computvel:- residncias, - espaos condominiais, circulao condominial

estacionamento privativo

- estacionamento vagas avulsas, -circulao, - WC,comrcios, servios.

13.124 m

9.440 m

9.677 m

70%

30%

limita

do pelo C.A. de 1,4

13.273

,12m

no co

mpu

tvel

no C.A.

rea

con

stru

da de

uso

resid

ncial

rea

con

stru

da de

uso

n

o-reside

ncial

91

Uma vez que a rea computvel limitada, quanto mais estacionamentos privados forem construdos, mais elevado ser a parcela de 70% e, por consequncia, maior ser a rea comercial encaixada nos demais 30%. Temos, portanto:

Habitao + rea condominial = 13.124,52mEstacionamento privativo = 9.440,34 m 70% = 13.124,52 + 9.440,34 = 22.564,86 m

Comrcio/ servios + Estacionamento avulso =

30% = 9.677,14 m

Para a plena adequao dos dispositivos legais, foi necessrio disponibilizar boa parte das vagas de estacionamento projetadas para o uso do condomnio. A quantidade elevada de vagas por apartamento algo bom para a liquidez do empreendimento (cerca de 3,37 vagas por apartamento). Contudo, o projeto foi concebido para ofertar mais vagas avulsas naquela regio. A demanda por estacionamentos que sensvel, ficar ainda maior com a consolidao do programa aqui proposto (o Plano de Reabilitao identificou essa carncia de estacionamentos). A proposta que dois lances no segundo piso do estacionamento privativo (cota +7,20m) sejam designados para usos avulsos ou mensalistas. A arquitetura, com os acessos e divises de nveis propostos, no s contempla esta opo como a estimula. Ademais, considera-se que este

92

uso vantajoso para a coletividade e para a regio de maneira geral, o que poderia ser negociado com os rgos de aprovao do projeto. Alm disso, a receita proveniente dessas vagas poderia se tornar um abatimento na mensalidade condominial, considerando que o estacionamento seria gerido pela administrao do condomnio.

RestauranteA: 515,523 m2

AcademiaA: 441,541 m2

GaragemA: 1.207,396 m2

EstacionamentoA: 2.837,262 m

2

cinemaA: 58,478 m2

Sanitrio PblicoA: 48,398 m2

CirculaoA: 738,851 m2


cinemaA: 572,460 m2



GaragemA: 190,383 m2

Espao CondominialA: 101,798 m2

Sanitrio PublicoA: 48,771 m2



Cinema

A: 573,252 m2

Espao CondominialA: 36,700 m

2

ComrcioA: 571,124 m2

CafA: 237,952 m2




EstacionamentoA: 1.414,208 m2





Residencial 150A: 152,879 m2
















Espao CondominialA: 44,756 m2Restaurante

A: 515,523 m2




2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2






























2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2






























2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2


























Cinema: 573,3 m2

Esp. Condominial: 36,7 m2

Garagem: 1212,8 m2

Caf: 237,9 m2

Lojas: 571,1 m2

Garagem: 1207,9 m2

Estacionamento: 1414,2 m2

WC Pblico: 51,0 m2


Circulao: 622,2 m2

Restaurante: 515,5 m2

Academia: 441,5 m2

Garagem: 1207,4 m2

Estacionamento: 2837,3 m2

WC Pblico: 48,4 m2

Circulao: 738,9 m2

Restaurante: 143,7 m2

Academia: 248,8 m2

Garagem: 2787,5 m2 + 190,4 m2

WC Pblico: 48,7 m2


93

USO PROGRAMTICO UNIDADES REA C. A. REA CONSTRUDAResidncial 75m 48 3.582,00 computvelResidncial150m 38 5.809,44 computvelEspaos Condominiais 1.622,82 computvelCirculao 2.110,26 computvelrea Computvel 13.124,52 13.124,52Estacionamento Condominial 290 vagas 9.440,34 no computvelTotal usos residncias 22.564,86 - 69,99%Cinema 2 salas de 290 assentos 1.204,19 no computvelCaf 237,95 no computvelRestaurante 658,99 no computvelAcademia 690,33 no computvelLojas 571,12 no computvelSanitrios 148,13 no computvelCirculao 1.914,96 no computvelEstacionamento 143 vagas 4.251,47 no computvelTotal usos no residncias 9.677,14 - 30,01%Total Construdo 32.242,00 -





2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2






























2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2






























2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2






























2

cinemaA: 58,478 m2




cinemaA: 572,460 m2








Cinema

A: 573,252 m2


2


CafA: 237,952 m2


























Garagem: 2834,4 m2


Esp. Condominial: 227,5 m2 +

410,5 m2

Esp. Condominial: 8x [44,8 m2 (x3)] + 18x[57,6 m2]

Residencial: 8x[74,6 m2 (x6)] + 18x[152,8 m2 (x2)]

x18

x8

Esp. Condominial: 57,6 m2 + 414,7 m2

Residencial: 152,8m2 (x2)

94

Bibliografia

PMP IPPLAP (PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRACICABA INSTITUTO DE PESQUISAS E PLANEJAMENTO DE PIRACICABA). Plano de Ao Estruturador Beira-Rio, Piracicaba, 2003.

_________________. Plano de Ao para a Reabilitao da rea Central de Piracicaba, Piracicaba, 2004.

PMP (PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRACICABA). Lei Complementar no. 186/2006 Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba, Piracicaba, 2006.

FERRAZ, Karina Trevisan Fernandes. Piracicaba e seu rio construindo uma identidade (Dissertao de Mestrado), So Paulo, 2010.

FRANCIS, Carolyn e MARCUS, Clare Cooper. People Places: Design Guidelines for Urban Open Space, Nova York, 1998.

FERNANDEZ PER, Aurora; MOZAS, Javier; ARPA, Javier. This is Hybrid: An analysis of mixed-use buildings by a+t. Prlogo por Steven Holl. 2011.

MACEDO, Silvio Soares. Paisagismo Brasileiro na virada do sculo 1990-2010. Edusp e Editora Unicamp, So Paulo/Campinas, 2012.

CURTIS, William J. R.Denys Lasdun: Architecture, city, landscape. Phaidon: Londres, 1994.

LOSANTOS, gata. Urban Landscape. LOFT: Barcelona, 2007.

95

Revista AREA: edio nmero 115 Concrete. Motta Architettura: Bologna, Maro/Abril 2011.

sites acessados:

www.ihgp.org.br/acervodigital/

www.ipplap.com.br

www.piracicaba.tur.br

www.piracicaba.sp.gov.br

www.indicapira.com.br

www.urbal.piracicaba.sp.gov.br

www.piracicabaemfesta.com.br

96

Iconografia

Capa e grafismos das pginas 2-3, 14-15, 42-43: base DWG do Zoneamento da Cidade de Piracicaba. Fonte: PMP IPPLAP (Prefeitura Municipal de Piracicaba Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba).

Pginas 8-9: barcos ao Rio Piracicaba. Foto: Nasci. Disponvel em: www.flickr.com/photos/21957462@N08/ Acesso em junho, 2013.

Figura 01: Municpios de Piracicaba e So Paulo. Base: IBGE; Alteraes feitas pela autora.

Figura 02: Acervo pessoal (2013). Figura 03: Acervo pessoal (2012).

Figura 04: Foto: Adilson Zavarize. Disponvel em: piracicabaemfesta.com.br. Acesso em novembro, 2012.

Figura 05: Foto: Nasci. Disponvel em: www.flickr.com/photos/21957462@N08/ Acesso em maio, 2013.

Figura 06: Foto disponvel em: www.sosriosdobrasil.blogspot.com.br.

Acesso em novembro, 2012.

Figura 07: Foto: Ulda Zoca de Gava. Disponvel em: www.olhares.uol.com.br/uldagava. Acesso em maio, 2013.

Figura 08: Foto disponvel em: www.dehmenezes.com. Acesso em maio, 2013.

Figura 09: Foto disponvel em: A festa do Divino Esprito Santo em Piracicaba, publicao do DPH-IPPLAP, 2012.

Pginas 26-27: Figura 10: Foto rea Google Earth (2010). Alteraes da autora.

Pginas 28-29: Figura 11: Mapa de implantao Projeto Beira-Rio (2003). Alteraes da autora.

Figura 12: Acervo pessoal (2013).

Figura 13: Foto: Justino Lucente disponvel em: www.setur.piracicaba.sp.gov.br. Acesso em novembro, 2012.

97

Figura 14: Foto disponvel em: www.historicplacesofpiracicaba.blogspot.com.br. Acesso em novembro, 2012.

Figura 15: Foto disponvel em: www.flickr.com/marciolambais. Acesso em maio, 2013.

Figura 16: Foto: Raquel Vasconcelos. Disponvel em: www.setur.piracicaba.sp.gov.br Acesso em novembro, 2012.

Figura 17: Foto divulgao disponvel em: http://www.brasilarquitetura.com. Acesso em maio, 2013.


Figura 19: Foto disponvel em: www.flickriver.com Acesso em novembro, 2012.




Figura 23: Foto montagem acervo pessoal (2013).

Pgina 44: mapa das fotos. Base: Google Earth (2010).

Figuras A,B,C,D e E (pginas 44-45): Acervo pessoal (2012).

Todas as perspectivas ilustrativas do projeto so de prpria autoria.

98

anexo 1: referncias

David Libeskind

MMBB

Herzog & De Meuron

Denys Lasdun

Morphosis

FMGF

Denys Lasdun

Aflalo & Gasperini

99

Lawrence Halprin

Erwin Hauer

Odebrecht RI

Denys Lasdun

100

anexo 2: outros estudos

102

Caderno TFG

103

Caderno TFG

Documents

TFG | Das margens à cidade: um edifício de uso misto na beira do Rio Piracicaba