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Direito Civil
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DIREITOS DA PERSONALIDADE
Segundo os partidários do Direito Natural clássico, que vem de
Aristóteles até nossos dias, passando por Tomás de Aquino e seus
continuadores, os direitos da personalidade seriam inatos.( Que é
inerente desde o nascimento)
Cada direito da personalidade corresponde a um valor fundamental,
a começar pelo do próprio corpo, que é a condição essencial do
que somos, do que sentimos, percebemos,
pensamos e agimos.
Em razão do que representa nosso corpo
que é defeso o ato de dele dispor, salvo por
exigência médica, quando importar diminuição permanente da
integridade física, ou contrariar os bons costumes, salvo para fins
de transplante.
Estatui o Código Civil que é válida com objetivo científico, ou
altruista, a disposição gratuita do próprio corpo, para depois da
morte, ninguém podendo ser constrangido a submeter-se, com risco
de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Em seguida, a proteção ao nome, nele compreendido o
prenome e o sobrenome, não sendo admissível o emprego por
outrem do nome da pessoa em publicações ou representações que
a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção
difamatória. É o mesmo motivo pelo qual, sem autorização, é
proibido o uso do nome alheio em propaganda comercial.
Não há, pois, como confundir direitos da
personalidade, que todo ser humano possui como razão de ser de sua própria existência, com os atribuídos
genérica ou especificamente aos indivíduos, sendo possível a sua
aquisição. Assim, o direito de propriedade é
constitucionalmente garantido, mas não é
dito que todos tenham direito a ela, a não
ser mediante as condições e processos
previstos em lei.
Poderíamos dizer, em suma, que são direitos da personalidade
os a ela inerentes, como um atributo essencial à sua
constituição, como, por exemplo, o direito de ser livre, de
ter livre iniciativa, na forma da lei, isto é, de conformidade com
o estabelecido para todos os indivíduos que compõem a
comunidade.
O último valor adquirido pela espécie humana é o ecológico,
por força do qual estabelece o Art. 225 da Lei Maior que “todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para a presente e futuras gerações”. Trata-se já agora de novo
direito da personalidade.
Nas palavras de Miguel Reale, o que podemos esperar, sob a
perspectiva histórico-cultural, é que, no futuro, novas aquisições
aconteçam, transformando em direitos da personalidade as que
ainda constituem possibilidade de ser e de agir para o maior
número de seres humanos.