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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFICAÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO ESTUDO DE CASO: ANÁLISE COMPARATIVA DO CONFORTO TÉRMICO ENTRE DUAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE IGUATU - CE. THIAGO DE SOUZA FREITAS JUAZEIRO DO NORTE, CE. 2017

THIAGO DE SOUZA FREITAS - wiki.urca.brwiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=estudo_de_caso_analise... · Apresentar as diretrizes construtivas, presentes na NBR 15220/2005, que

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFICAÇÕES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE COMPARATIVA DO CONFORTO TÉRMICO

ENTRE DUAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE IGUATU - CE.

THIAGO DE SOUZA FREITAS

JUAZEIRO DO NORTE, CE.

2017

THIAGO DE SOUZA FREITAS

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE COMPARATIVA DO CONFORTO TÉRMICO

ENTRE DUAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE IGUATU - CE.

Monografia apresentada ao curso de Tecnologia em

Construção Civil com habilitação em Edifícios, da

Universidade Regional do Cariri, como requisito

básico para a obtenção do grau de Tecnólogo em

Construção Civil.

ORIENTADOR: Professor José de Anchieta A.

Santana.

JUAZEIRO DO NORTE, CE.

2017

THIAGO DE SOUZA FREITAS

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE COMPARATIVA DO CONFORTO TÉRMICO

ENTRE DUAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE IGUATU - CE.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________________

PROF. ESP. JOSÉ DE ANCHIETA A. SANTANA, URCA. (ORIENTADOR)

__________________________________________________________________

PROF. ME. BRUNO BARBOSA DE OLIVEIRA (AVALIADOR)

__________________________________________________________________

PROF. ESP. SAMUEL BEZERRA CORDEIRO (AVALIADOR)

DATA DE APROVAÇÃO: 29 DE NOVEMBRO DE 2017.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente aos meus pais, Graça e Antônio, pelo apoio constante e

incondicional que me deram desde os meus primeiros passos até aqui, por

buscarem sempre me oferecer o melhor em todas as situações, pelo amor, e por me

fazerem sentir-me seguro para enfrentar os obstáculos da vida.

À minha namorada Solange pelo companheirismo e incentivo em todas as

minhas escolhas.

À minha irmã Janicléia e ao meu cunhado Nunes, por estarem sempre

dispostos a ajudar nos momentos difíceis.

Ao meu orientador Anchieta Santana, que seguiu firme até a conclusão

deste trabalho.

Ao meu amigo José Ribeiro por dar-me inspiração quanto às batalhas da

vida de estudante.

Por fim, à Universidade Regional do Cariri e a todos os professores por

compartilharem o conhecimento e por aconselharem nós alunos na nossa formação

profissional.

“Suba o primeiro degrau com fé. Não

é necessário que você veja toda a

escada. Apenas dê o primeiro passo.”

Martin Luther King

RESUMO

O conforto térmico ambiental tem uma forte influência na qualidade de vida das pessoas, principalmente no interior de suas residências, local este onde ocorre o ambiente familiar, lugar de descanso e de maior permanência. A maioria das edificações é construída por todo país sem o devido planejamento, seguindo esta tendência, no estado do Ceará, o município de Iguatu além de apresentar o mesmo problema, passa por períodos do ano de altas temperaturas, típicos do clima tropical semiárido, o que agrava o desconforto térmico das residências nele localizadas. Este trabalho apresenta uma análise do conforto térmico de duas edificações residenciais localizadas no município de Iguatu-CE, onde foram estrategicamente escolhidas de forma que apresentassem características opostas para que em seguida se analise a aplicação e eficiência da ABNT NBR 15220/2005, norma esta que aborda o desempenho térmico das edificações e que sugere as diretrizes construtivas para cada região do Brasil, no intuito de potencializar o conforto térmico das residências familiares. Foram observadas as características quanto aos materiais utilizados para a construção das edificações e as aberturas de ventilação, por fim foi aplicada uma pesquisa de satisfação sobre conforto térmico para os usuários das residências. Os resultados se mostraram favoráveis para a edificação que apresentou características mais próximas às que a norma estabelece, compreendendo-se assim a sua eficiência para o caso estudado. Por fim, são dadas algumas sugestões de intervenção para que as duas edificações, com o intuito de melhorar a eficiência térmica alcançando assim o objetivo proposto pelo trabalho. Palavras-Chave: Conforto térmico, eficiência energética, análise, Iguatu-CE.

LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 – Diagrama do Conforto Humano .......................................................... 11

Imagem 2 – Zoneamento Bioclimático Brasileiro .................................................... 13

Imagem 3 – Regiões de Planejamento do Estado do Ceará .................................. 14

Imagem 4 – Tipos Climáticos do Estado do Ceará ................................................. 15

Imagem 5 – Dados de temperatura do ar do mês de setembro de 2017 do município

de Iguatu – CE............................ ............................................................................. 16

Imagem 6 – Dados de umidade relativa do ar do mês de setembro de 2017 do

município de Iguatu – CE......................................................................................... 16

Imagem 7 - Dados de temperatura do ar do mês de outubro de 2017 do município de

Iguatu – CE............................................................................................................... 17

Imagem 8 – Dados de umidade relativa do ar do mês de outubro de 2017 do

município de Iguatu – CE......................................................................................... 17

Imagem 9 – Zona Bioclimática 7............................................................................... 18

Imagem 10 - Ventilação Cruzada e Efeito Chaminé ............................................... 21

Imagem 11 - Edificação de Amostra 1 .................................................................... 26

Imagem 12 – Coberta de Amostra 1 em telhas cerâmicas ..................................... 27

Imagem 13 - Edificação de Amostra 2..................................................................... 28

Imagem 14 – Coberta de Amostra 2 em Telha de Fibrocimento ............................. 29

Imagem 15 - Escala de Satisfação quanto ao Conforto Térmico ............................ 33

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 6

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 7

1.2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 7

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 7

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 8

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 9

2.1 CONCEITOS SOBRE CONFORTO TÉRMICO ................................................. 9

2.2 CLIMATOLOGIA E DIRETRIZES CONSTRUTIVAS ....................................... 11

2.2.1 PROJETOS BIOCLIMÁTICOS E CASSIFICAÇÃO DOS CLIMAS ............... 12

2.2.2 CLIMATOLOGIA DO CEARÁ E DA SUA REGIÃO CENTRO-SUL .............. 14

2.3 NBR 15220 – DIRETRIZES CONSTRUTIVAS PARA A ZONA BIOCLIMÁTICA

7 ............................................................................................................................. 18

2.4 TÉCNICAS DE ARQUITETURA E CARACTERÍSTICAS RELEVANTES NAS

EDIFICAÇÕES ...................................................................................................... 20

2.4.1 TÉCNICAS DE ARQUITETURA ................................................................... 20

2.4.3 CARACTERÍSTICAS DAS EDIFICAÇÕES ................................................... 22

2.5 MATERIAIS ..................................................................................................... 22

3. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA APLICADA E DAS AMOSTRAS .................. 24

3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................... 24

3.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................... 25

3.3 DESCRIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES .................................................................. 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 30

4.1 DIMENSÕES DE ABERTURAS EXTERNAS .................................................. 30

4.2 MATERIAIS E TIPOS DE VEDAÇÕES EXTERNAS ....................................... 31

4.3 PESQUISA DE SATISFAÇÃO AO CONFORTO TÉRMICO RESIDENCIAL ... 33

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 37 5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38 APÊNDICE A ............................................................................................................ 40

6

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem natureza descritiva e abordagem qualitativa,

desenvolvido com base em normas brasileiras e revisões bibliográficas sobre

conceitos de arquitetura, engenharia, conforto ambiental, conforto térmico e métodos

de aproveitamento da ventilação natural.

O conteúdo abordado no referencial teórico foi elaborado a partir de

pesquisas em livros, artigos, revistas e monografias na área da Engenharia Civil e

Arquitetura e faz uma breve revisão em assuntos considerados básicos e essenciais

sobre o tema como: conceitos, definições, caracterizações, aplicabilidade, NBRs

(Normas Brasileiras).

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Segundo o (IBGE, 2010), o município de Iguatu, onde foi feito o estudo,

contém 96.495 habitantes, sua área territorial é de 1.029,25 Km², é localizado na

macrorregião centro sul do estado do Ceará e fica a 365 Km da capital Fortaleza. O

site do município afirma que Iguatu exerce papel de centro regional de comércio e

serviços. Sua economia é baseada no comércio, pecuária e agricultura (plantio de

arroz e algodão), seu bioma é a Caatinga e seu clima predominante é o semiárido,

característico da macrorregião centro-sul do estado.

Tendo como ponto de partida a percepção das temperaturas decorrentes

da época de verão, além do período de seca atual na região Nordeste, mais

precisamente no município de Iguatu, percebe-se um aumento considerável no

desconforto das pessoas no que se diz respeito à sensação térmica e ao conforto

térmico no interior de suas residências.

Nas cidades cearenses, especialmente em residências com perfil popular,

nem sempre é levada em consideração a elaboração de um bom projeto de

arquitetura e na maioria das vezes incide a falta de conhecimento até mesmo de

informações básicas. Por conta desse fato se ocorrem várias patologias na

edificação assim como problemas relacionados à eficiência energética e ao conforto

7

térmico da mesma, afetando negativamente a qualidade de vidas dos que ali

residem.

Este trabalho contém uma revisão bibliográfica que traz informações

importantes relacionadas ao conforto térmico no interior de edificações residenciais e

traz um estudo de caso direcionado a duas edificações localizadas no município de

Iguatu – CE partindo da premissa que, no município mencionado, o planejamento do

desempenho térmico das edificações e o conforto térmico ainda são pouco

considerados.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar o estudo de diretrizes construtivas, especialmente as

apresentadas na NBR 15220/2005, que trata do desempenho térmico das

edificações, e em obras bibliográficas, onde se abordam assuntos sobre

desempenho térmico das edificações de residências, demonstrar os resultados do

estudo de caso e avaliá-los, a fim de verificar a eficiência da aplicação dessas

diretrizes no estudo de caso.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar as diretrizes construtivas, presentes na NBR 15220/2005, que

são indicadas para a região onde o município em estudo está inserido.

Fazer um levantamento das duas residências do estudo de caso se

atentando às características mais pertinentes das diretrizes construtivas

acima mencionadas.

Fazer um comparativo dos resultados do estudo de caso com as normas,

técnicas e métodos exigidos a fim de avaliar suas conformidades e

eficiência no cenário em questão.

8

Conhecer o grau de satisfação dos usuários das residências estudadas.

Detectar possíveis inconformidades nas residências e propor soluções para

saná-las ou minimiza-las.

1.3 JUSTIFICATIVA

Para Lamberts (1997), é indispensável um planejamento para a

construção de uma edificação residencial, principalmente em climas desfavoráveis.

A distribuição adequada dos ambientes, os materiais, as aberturas de ventilação,

dentre outras medidas, pode prevenir o desconforto do usuário, tanto em épocas

quentes quanto em épocas frias.

De acordo com o INMET – Instituto Nacional de Meteorologia (2017), em

Iguatu, baseado em dados meteorológicos históricos, a temperatura do ar apresenta

média acima de 30° C nos picos que ocorrem durante a tarde, assim sendo

necessário o emprego da ação do vento para atingir o conforto térmico.

Paralelamente, os dados também mostram a frequente ocorrência de baixa umidade

relativa do ar, assim sendo o micro-clima classificado como “muito seco”, fato este

desfavorável para o conforto térmico ambiental segundo a mesma fonte. Com essas

informações é possível identificar que as características climáticas da região onde o

estudo foi realizado são desfavoráveis ao conforto térmico e que é indispensável

considerar este fator na elaboração do projeto da edificação a ser construída.

Por conta das características desfavoráveis da região e por conveniência

quanto à locomoção e realização das pesquisas, foi escolhido o município de Iguatu

para a realização do estudo proposto neste trabalho. Sendo escolhidas duas

amostras de edificações no município de características opostas, uma com

características consideradas adequadas e outra com características consideradas

inadequadas pelo referencial teórico.

A relevância do tema, que ainda é pouco lembrado, e a influência direta

na qualidade de vida das pessoas despertaram o interesse para o desenvolvimento

deste trabalho, na busca de realizar uma contribuição por meio de estudo e

pesquisa, para o setor da construção civil local.

9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCEITOS SOBRE CONFORTO TÉRMICO

De acordo com Maitelli (Apud SILVA et al, 2010), as atividades humanas

possuem forte influência nos padrões climáticos de uma região, sendo a urbanização

a mais acentuada. A construção de edificações de grande porte próximas umas das

outras e a impermeabilização cada vez maior do solo causam variações nas

características climáticas locais, favorecendo o surgimento das chamadas ilhas de

calor, que são microrregiões caracterizadas como desconfortáveis termicamente.

Santos e Andrade (2008) afirmam que o conforto térmico é uma condição

que expressa à satisfação do ser humano com o ambiente térmico onde ele se

encontra, sendo ainda uma característica que resulta da relação entre o meio

ambiente e a edificação.

A definição de conforto térmico humano em um ambiente é algo subjetivo,

pois esta sensação térmica pode ter resultados distintos em cada individuo,

considerando que a percepção à temperatura depende de vários fatores.

Ashrae (1977) define conforto térmico como “O estado de espirito que

expressa satisfação com o ambiente térmico”. Em um ambiente de temperatura

elevada alguns indivíduos podem se adaptar melhor que outros, logo estariam mais

satisfeitos e mais confortáveis.

Como complemento do conteúdo abordado, os fatores físicos são aqueles

que determinam as trocas de calor do corpo com o meio; já os fatores fisiológicos

referem-se às alterações na resposta fisiológica do organismo, resultantes da

exposição contínua a determinada condição térmica (aclimatação humana); e

finalmente, os fatores psicológicos, que são os que se relacionam às diferenças na

percepção e na resposta aos estímulos sensoriais, frutos da experiência passada e

da expectativa do indivíduo. (LAMBERTS, 2016).

Para Lamberts (2016), atualmente os estudos de conforto térmico visam

principalmente analisar e estabelecer as condições necessárias para a concepção

de um ambiente térmico adequado às atividades e ocupação humanas, bem como

estabelecer métodos e princípios para uma avaliação térmica detalhada de um

ambiente.

10

Conforme Lamberts (2016), a importância do estudo de conforto térmico

está baseada principalmente em três fatores:

A) A satisfação do homem ou seu bem-estar em se sentir termicamente

confortável;

B) O desempenho humano, muito embora os resultados de inúmeras

investigações não sejam conclusivos a esse respeito. No entanto, alguns estudos

mostram uma clara tendência a redução no desempenho humano quando existe

desconforto térmico causado por calor ou frio em excesso. As atividades intelectuais,

manuais e perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento quando

realizadas em conforto térmico.

C) A conservação de energia, pois devido à crescente mecanização e

industrialização da sociedade, as pessoas passam grande parte de suas vidas em

ambientes condicionados artificialmente. Ao conhecer as condições e os parâmetros

relativos ao conforto térmico dos ocupantes em seus ambientes, evitam-se

desperdícios com calefação e refrigeração, muitas vezes desnecessários.

Para Costa (1982), as condições climáticas comumente não interferem na

temperatura interna do corpo humano, que permanece constante, pois o homem é

um ser homeotérmico e sua temperatura interna pode eventualmente variar de 33° a

41° C.

Na imagem 1, a seguir, apresentam-se algumas informações sobre as

variações de temperatura aceitáveis pelo corpo humano. Pode-se observar que o

conforto térmico do corpo varia conforme a temperatura do ar e umidade relativa do

ar. Em situações onde a umidade relativa do ar é baixa (menor que 30%), a

temperatura ideal para o conforto varia entre 20° e 30°C, já quando a umidade

relativa do ar se encontra alta (maior que 80%) esta variação fica entre 15° e 25°C.

11

Imagem 1. Diagrama do conforto humano.

Fonte: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/confortotermicoHumano

Segundo Rocha (2004) a edificação sempre afeta o microclima e o

conforto ambiental dos que habitam, entretanto "fabricar" o clima, isto é, criar

condições artificiais para o conforto ambiental é indispensável.

Vistas as definições, fica evidente a importância do conforto térmico e do

desempenho térmico de uma edificação quanto à sua funcionalidade e quanto a

qualidade de vida das pessoas que nela habitam.

2.2 CLIMATOLOGIA E DIRETRIZES CONSTRUTIVAS

Neste item serão apresentadas algumas informações relacionadas aos

projetos bioclimáticos, ao modelo de zoneamento bioblimático adotado no Brasil,

além da climatologia do estado do Ceará e informações do município onde a

pesquisa deste trabalho foi realizado

12

2.2.1 PROJETOS BIOCLIMÁTICOS E CASSIFICAÇÃO DOS CLIMAS

Conforme diz Frota e Schiffer (2001), existem vários tipos de classificação

no que se refere à variação de climas que são utilizados ao redor do mundo, porém

dentre vários esses sistemas de classificação, nos dias atuais os mais utilizados são

os Koppen, Atkinsons, Thornthwaite e Mahoney.

Para Lamberts (1997), os dados climáticos mais influentes, para efeito

arquitetônico, são os relativos às variações de temperaturas, umidade relativa do ar,

precipitações atmosféricas e, quando disponível, a quantidade de radiação solar.

Com posse destes dados é possível traçar métodos construtivos para cada tipo de

clima, considerando as classificações apresentadas pelo zoneamento bioclimático

brasileiro, de forma que se alcance uma melhor eficiência térmica da edificação.

Segundo Lamberts (1997), um projeto bioclimático é um estudo que

relaciona as condições de conforto térmico humano e as técnicas construtivas e

arquitetônicas que, combinadas com as características de cada clima, proporcionam

condições favoráveis ao desempenho térmico desejado no ambiente. No Brasil, o

projeto bioclimático foi realizado com base em um modelo já existente, o modelo de

carta bioclimática de Givoni criada em 1969 que relacionava as temperaturas

externas e internas da edificação com o ser humano.

De acordo com o Comitê Brasileiro de Construção Civil (1998), o

zoneamento bioclimático brasileiro é dividido em oito zonas climáticas diferentes e

foram classificadas 330 (trezentas e trinta) cidades de acordo com suas

características climáticas.

No modelo adotado no Brasil, o zoneamento bioclimático é o resultado

geográfico de três principais fatores para que se atinja o conforto térmico. Os fatores

são: Condições e zonas de conforto humano, dados climáticos, e estratégias de

construção. Para a realização desta divisão foi considerada a homogeneidade

climática utilizando dados, de décadas, de médias de temperatura máximas e

mínimas como também de umidade relativa do ar.

Devido a sua grande extensão e variação geográfica, o Brasil se dividiu

em oito zonas bioclimáticas, e está localizado quase em sua totalidade entre os

trópicos de Câncer e de Capricórnio. Segundo Mendonça (2007) cerca de 55% do

13

território nacional se encontra na zona climática equatorial e 39% na tropical, o que

lhe confere a predominância de climas quentes.

Especificando um pouco mais em relação ao zoneamento, Silva (1994)

diz que o Nordeste apresenta climatologia de alta complexidade devido a sua

posição geográfica e ao sistema de circulação atmosférica diferenciado. A região é

definida por dois tipos climáticos: o clima quente, que detém cerca de 95% da área

regional; e o subquente que está nas maiores altitudes.

A atual divisão bioclimática brasileira, presente na NBR 15220/2005, está

representada na imagem 2 a seguir. Esta divisão foi desenvolvida através de

estudos e análises do clima em todo o território nacional, e com os dados obtidos foi

realizada uma homogeneização das características climáticas resultando na divisão

em oito zonas bioclimáticas.

Imagem 2 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro.

Fonte: NBR 15220/2005.

É previsto na própria norma, na parte 3, anexo A, um informativo que

consta uma lista de estados e alguns de seus municípios, sendo o Iguatu um dos

municípios inseridos nesta lista e que é categorizado como pertencente à zona

bioclimática 7. A mesma zona, que foi utilizada como referência neste estudo, se

caracteriza por apresentar altas temperaturas e umidade relativa do ar instável.

14

2.2.2 CLIMATOLOGIA DO CEARÁ E DA SUA REGIÃO CENTRO-SUL

A imagem 3 mostra o mapa do estado do Ceará e a sua atual divisão de

regiões de planejamento, a área do mapa na cor rosa se trata da região centro-sul

do Ceará, onde o município das residências do estudo está localizado.

Imagem 3 – Regiões de planejamento do estado do Ceará.

Fonte: Adaptado de: http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/11/122.htm

Na imagem 4 são apresentados os tipos de clima característicos de cada

região do estado, podendo-se observar que o clima predominante é o clima tropical

quente semiárido e que o município onde o estudo foi realizado está incluído nesta

classificação de clima.

15

Imagem 4 – Tipos Climáticos do estado do Ceará.

Fonte: Adaptado de: http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/12/126x.htm

O INMET disponibiliza um banco de dados no formato digital em seu

portal na internet chamado de BDMEP (BANCO DE DADOS METEOROLÓGICOS

PARA ENSINO E PESQUISA) que dispõe de dados meteorológicos diários e

também de séries históricas das várias estações meteorológicas distribuídas no

território nacional, sendo os dados de interesse deste trabalho os relativos às

temperaturas máximas e à umidade relativa do ar dos dias de coletas de dados da

pesquisa.

Na cidade de Iguatu está instalada uma das estações meteorológicas do

INMET, denominada de “Estação A 319 – Iguatu”. No sistema é possível realizar

consultas de períodos desejados preenchendo as datas de início e fim selecionando

os filtros desejados. Sendo considerados para este estudo os seguintes fatores:

Temperatura, Umidade Relativa do ar e Radiação.

16

Através dos dados que constam na Imagem 5, é possível observar que as

temperaturas máximas diárias ultrapassaram os 30 º C em todos os dias do mês de

setembro.

Imagem 5 – Dados de temperatura do ar do mês de setembro de 2017 do município de Iguatu - CE.

Fonte: INMET

Através dos dados que constam na Imagem 6, é possível observar que

umidade relativa do ar diária fica sempre próxima ao limite mínimo de 20% nas horas

de menor incidência, sendo considerado "muito seco" para esses eventos.

Imagem 6 – Dados de umidade relativa do ar do mês de setembro de 2017 do município de Iguatu - CE.

Fonte: INMET

17

Através dos dados que constam na Imagem 7, é possível observar que as

temperaturas máximas diárias ultrapassaram os 30 º C em todos os dias do mês de

setembro.

Imagem 7 – Dados de temperatura do ar do mês de outubro de 2017 do município de Iguatu - CE.

Fonte: INMET

Através dos dados que constam na Imagem 8, é possível observar que

umidade relativa do ar diária fica sempre próxima ao limite mínimo de 20% nas

horas de menor incidência, sendo considerado "muito seco" para esses eventos.

Imagem 8 – Dados de umidade relativa do ar do mês de outubro de 2017 do município de Iguatu - CE.

Fonte: INMET

18

2.3 NBR 15220/2005 – DIRETRIZES CONSTRUTIVAS PARA A ZONA

BIOCLIMÁTICA 7

A NBR 15220/2005 é a Norma Brasileira que trata o assunto

“Desempenho térmico de edificações unifamiliares“ e traz em seu corpo assuntos,

dentre outros, como: Definições; símbolos; unidades; propriedades térmicas de

materiais e elementos construtivos. Na Parte 3 da norma, são apresentados o

Zoneamento Bioclimático Brasileiro e algumas diretrizes construtivas para

habitações unifamiliares de cada zona bioclimática.

A imagem 9 mostra o mapa do Brasil, onde é destacada a zona

bioclimática 7. Pode-se observar que grande parte do estado do Ceará está inserida

nesta zona, com exceção de suas áreas litorâneas, estas inseridas na zona

bioclimática 8.

Imagem 9 – Zona Bioclimática 7.

Fonte: NBR 15220.

Na Norma 15220/2005 parte 3, são previstos os parâmetros considerados

para o estudo e elaboração das diretrizes construtivas para cada zona bioclimática.

As estratégias estabelecidas para o condicionamento térmico são: Tamanho das

aberturas para ventilação; sombreamento das aberturas; vedações externas (tipos

de paredes e de cobertas); e estratégias de condicionamento térmico passivo.

19

Na parte 3, anexo D, a norma apresenta as propriedades térmicas de

alguns dos materiais mais utilizados na construção civil e de alguns elementos

construtivos já executados.

Na tabela 19, nomeada de “aberturas para ventilação e sombreamento

das aberturas” para a zona bioclimática 7, está indicada a utilização de aberturas

pequenas e sombreadas utilizando, por exemplo, árvore, quebra-sol, e elementos

similares para que se evite a incidência solar diretamente sobre estas aberturas.

A classificação das aberturas é feita de acordo com suas dimensões,

conforme a tabela C.1 do anexo C da mesma norma, sendo classificadas como:

pequenas, médias ou grandes. As aberturas pequenas, que são as que interessam

para este estudo, segundo a mesma norma, são aquelas que possuem área entre

10% e 15% da área total do piso do ambiente em que ela está inserida. Sendo

médias possuindo área de aberturas entre 15% e 25% no mesmo contexto.

A seguir, a definição das três propriedades térmicas consideradas dos

materiais, segundo a NBR 15220/2005:

Tramitância térmica (U): Inverso da Resistência térmica, expressa em

W/(m2.K), ou seja, é a quantidade de calor que atravessa, em cada segundo,

de um metro quadrado de um componente construtivo com espessura de 1

metro, existindo diferença de temperatura entre duas camadas de ar de um K.

Logo, quanto menor o (U) de um material, menor é sua capacidade de

dispersão de calor.

Atraso Térmico (J): Expressa em h (horas), é o tempo transcorrido entre uma

variação térmica em um meio e sua manifestação na superfície oposta de um

componente construtivo submetido a um regime periódico de transmissão de

calor.

Fator Solar de elementos opacos (FSo): É o quociente da taxa de radiação

solar transmitida através de um componente opaco pela taxa da radiação

solar total incidente sobre a superfície externa do mesmo.

Os tipos de vedação, conforme a tabela C.2 do anexo C da NBR

15220/2005, são classificados como: Leve, leve refletora ou pesada para paredes, e

leve isolada, leve refletora ou pesada para cobertas. Estas classificações são dadas

de acordo com os materiais utilizados e com algumas especificações físicas, como

espessura por exemplo. As propriedades dos materiais consideradas para a

20

classificação das vedações se dão na seguinte distribuição: Tramitância térmica,

atraso térmico e fator solar.

Para especificar os tipos de vedações externas indicados para a zona

bioclimática 7, a tabela 21, nomeada de "tipos de vedação externa", traz que as

vedações externas, tanto de paredes quanto de coberta, devem ser pesadas.

Nas diretrizes previstas pela norma, segundo a tabela C.2 do anexo C,

para uma parede ser classificada como pesada, ela precisa apresentar tramitância

térmica (u) menor ou igual a 2,20 W/m²K, Atraso térmico () maior ou igual 6,5 horas

e Fator Solar (FSo) menor ou igual a 3,5 %. Na mesma tabela são apresentadas as

propriedades de coberta pesada, sendo a tramitância térmica (u) igual a 2,00 W/m²K,

atraso térmico () maior ou igual 6,5 horas e Fator Solar (FSo) menor ou igual a 3,5

%.

Essas características são de grande importância e devem ser sempre

consideradas na hora de projetar uma edificação. Os materiais empregados, a

distribuição dos ambientes no terreno, posição de cada cômodo, técnicas

construtivas, posições e dimensões de aberturas e esquadrias, são alguns dos

pontos cruciais que precisam ser observados a fim de que sejam evitados erros de

execução e custos futuros com meios artificiais de conforto térmico.

2.4 TÉCNICAS DE ARQUITETURA E CARACTERÍSTICAS RELEVANTES NAS EDIFICAÇÕES

Para se obter um bom resultado de eficiência na construção de uma

edificação, faz-se necessário a elaboração de um bom projeto de arquitetura e de

projetos complementares, sendo o arquitetônico o mais importante para o

planejamento e decisões técnicas a fim de evitar possíveis problemas futuros antes

mesmo de iniciar a obra.

2.4.1 TÉCNICAS DE ARQUITETURA

Cabe à arquitetura amenizar os desconfortos causados por climas rígidos,

com excesso de calor, frio ou ventos. Deve existir uma afinidade entre os fatores do

21

clima e as soluções arquitetônicas aplicadas, tendo a climatização por

condicionamento de ar apenas como artifício de melhoria. (FROTA et al, 2001).

A ventilação natural, representada na imagem 10, é um dos principais

métodos de combate à ineficiência do desempenho térmico de uma edificação. Para

que esta ventilação aconteça é necessário que seja criado um caminho que

possibilite o fluxo desse ar, por meio de aberturas que sirvam de entrada e saída

para o mesmo. Para tanto é necessário que essas aberturas sejam corretamente

posicionadas e dimensionadas.

Imagem 10 – Ventilação Cruzada e Efeito Chaminé.

Fonte: http://www.arquitetosassociados.arq.br/?attachment_id=1755

De acordo com Frota (2001), a ventilação natural ocorre por duas

maneiras: pela ação dos ventos, e pela diferença de densidade através do chamado

“efeito chaminé”.

Para que se chegue a um bem elaborado projeto arquitetônico de uma

edificação quanto à sua funcionalidade, incluindo o desempenho térmico, também

devem ser considerados os seguintes pontos: Fluxo de ar nos recintos; Ventilação e

telhado; aberturas; dispositivos de proteção solares internos e externos; orientação

solar; iluminação natural; escolha de cores; e condicionamento de ar. (BAGNATI,

2013).

22

2.4.3 CARACTERÍSTICAS DAS EDIFICAÇÕES

Trindade, Pedrine e Duarte (2005) Observaram que nos últimos anos a

adequação da arquitetura ao clima ganhou maior importância, principalmente devido

às preocupações com a eficiência energética das edificações. Entre os recursos

bioclimáticos adotados para este fim, se destaca a ventilação natural como o

principal meio de obtenção do conforto térmico no clima quente. Para os mesmos

autores, ainda são estabelecidas algumas variáveis relativas às características da

edificação a serem consideradas. São elas:

Características qualitativas:

Tipo de vedação: Tijolos cerâmicos ou de concreto, vazados ou maciços;

Revestimento externo: Pintura, revestimento cerâmico ou texturizado na

fachada;

Cor predominante do revestimento;

Tipo de telhas empregadas na cobertura;

Existência de forro e o material utilizado;

Tipos e disposição de aberturas nas fachadas longitudinais;

Tipos de elementos vazados empregados.

Características quantitativas:

Orientação do eixo longitudinal da edificação;

Vão entre pilares;

Altura do pé direito;

Extensão dos beirais;

Dimensão das aberturas.

2.5 MATERIAIS

Na fase de projeto, os materiais a serem especificados pelo projetista

devem receber a devida atenção, considerando suas propriedades relativas ao

conforto térmico para execução de paredes, pisos, cobertura, revestimentos e

23

demais aplicações, considerando também o fator econômico. Com base nessas

considerações busca-se um resultado de perfeitas condições ambientais para os

usuários da edificação.

As caraterísticas relacionadas aos materiais empregados se incluem nas

variáveis arquitetônicas, materiais estes que interagem com fatores climáticos e

transmitem consequências para o conforto térmico da residência.

Mascaró (1985) ressalta a importância da adequação da cobertura ao

clima local e que às vezes não são consideradas essas características a fim de

evitar um custo extra, visto que o custo da coberta e o clima local estão diretamente

relacionados.

Góes (2004) considera que as lições pertinentes ao uso adequado dos

materiais não é nenhuma novidade e trás algumas observações importantes em

suas obras que são apresentadas a seguir:

Telhados Cerâmicos trazem mais isolação térmica, comparado ao de concreto.

Quanto mais denso for o revestimento mais isolará o ambiente interno contra a

temperatura exterior.

O Bloco cerâmico oferece maior isolamento térmico com relação ao bloco de

concreto.

Deve-se ter atenção quanto ao uso do vidro, pois este material permite que a

insolação penetre no ambiente tornando-o mais quente. As esquadrias

compostas por vidros devem ser voltadas adequadamente para direções que

não tenham incidência solar ou na direção do sol da manhã em ambientes de

permanência prolongada. O uso do insufilme neste material pode ser utilizado

como regulagem da incidência solar.

Materiais orgânicos como gramas, árvores, arbustos e vegetação em geral

possuem uma propriedade de absorção de calor no seu processo de

fotossíntese, ocorrendo assim um resfriamento em ambientes que possuam

estas áreas verdes.

24

3. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA APLICADA E DAS AMOSTRAS

Com base nos referenciais teóricos, no intuito de gerar dados para as

análises, o estudo de caso foi realizado em duas edificações residenciais localizadas

no município de Iguatu – CE, através de pesquisas de dados meteorológicos e de

aplicação de questionários aos usuários dessas edificações.

As edificações, conforme descrito anteriormente, foram escolhidas

estrategicamente, considerando as características mais relevantes de cada uma,

conforme demonstra a NBR 15220/2005, de maneira que os parâmetros

considerados na análise de conforto térmico tendam a apresentar resultados

opostos e que o objetivo de evidenciar e ressaltar a aplicação e eficiência das

diretrizes construtivas da norma e das obras bibliográficas seja alcançado.

Para validar as informações sobre dados meteorológicos, serão utilizadas

as fontes do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) como parâmetros para

basear a metodologia da pesquisa e possibilitar um comparativo entre o resultado

final da mesma com as características das edificações e as temperaturas

recorrentes no período de tempo estudado.

Este trabalho aborda algumas vertentes contidas na NBR 15220/2005

(Desempenho térmico das Edificações) e em obras bibliográficas que contém

diretrizes construtivas e devem ser seguidas para que o desconforto térmico seja

amenizado, paralelamente foi realizado um estudo de caso para observar os

resultados na intensão de avaliar a eficiência dessas vertentes no cenário escolhido.

3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA

A aplicação da pesquisa seguiu o seguinte procedimento:

I. Definição das residências.

As características consideradas na escolha das residências foram: localização (onde

se observou grau de urbanização, ocupação do solo, e tipo de pavimentação das

ruas); planta arquitetônica, materiais utilizados, direção do norte em relação ao

imóvel, distribuição e dimensões de esquadrias.

25

II. Coleta de dados.

O sistema de coleta de dados foi realizado através de questionários realizados

durante dois meses, aplicados aos usuários das residências, no qual foram

adquiridas informações sobre o grau de satisfação ao conforto térmico ambiental no

interior das residências.

III. Analise de dados.

Os dados obtidos na pesquisa foram organizados, compilados, confrontados com o

referencial teórico e interpretados, trazendo uma visão da aplicação do referencial

teórico e das diretrizes construtivas do zoneamento bioclimático no estado do Ceará,

por consequência nas edificações estudadas.

3.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Para a realização do estudo de caso deste trabalho foram aplicados

questionários aos usuários das edificações selecionadas, utilizando como dado a

grandeza prevista na NBR 15220/2005 denominada de PPI (Porcentagem de

Pessoas Insatisfeitas com o Ambiente) também chamada de PPD (Predicted

Percentage of Dissatisfied), expressa em (%), que representa a porcentagem de

pessoas que não se encontram termicamente satisfeitas no ambiente.

Também como instrumentos de pesquisa, as edificações estudadas foram

visitadas para realização de levantamentos de dimensões diversas e especificações

dos materiais utilizados, além de produção de representação gráfica das edificações

de amostra; e por fim consulta de dados meteorológicos no portal online do INMET

para comparação de dados.

A aplicação dos questionários ocorreu durante os meses de setembro e

outubro de 2017, na frequência de três vezes por semana, por questões de

conveniência. No questionário, os usuários puderam responder através de uma

pesquisa qualitativa, baseados em sua sensação térmica, que escalona a satisfação

quanto ao conforto térmico ambiental da residência onde reside. Escala esta sendo

distribuída da seguinte maneira:

26

1. Muito Desconfortável

2. Desconfortável

3. Confortável

4. Muito Confortável

3.3 DESCRIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

A edificação escolhida como amostra 1, representada nas imagens 11 e

12, é localizada na Avenida Guilherme de Oliveira, bairro Prado, no município de

Iguatu – CE. O seu tipo de uso se enquadra em Residencial Unifamiliar e tem uma

área construída de 165 m², dispondo de recuo frontal de 7,65 metros, lateral do sol

poente de 1,50 metros, lateral do sol nascente de 2,00 metros e de fundo de 3,00

metros. A edificação é composta de área descoberta, garagem, sala de estar, sala

de jantar, cozinha, três dormitórios, dois banheiros e área de serviço e é implantada

em pavimento único (térreo).

Imagem 11 – Edificação de amostra 01

Fonte: Autoria própria, 2017.

27

Imagem 12 - Coberta de Amostra 1 em telha cerâmica

Fonte: Autoria própria, 2017.

A amostra 01 está inserida em um bairro residencial, entre outras duas

edificações vizinhas, sem existência de indústrias, em uma avenida de oito metros

de largura (duplicada) perfazendo dezesseis metros, seu entorno possui médio grau

de urbanização predominando edificações de um ou dois pavimentos, pavimentada

em calçamento de pedras portuguesa Inter-travadas, constando vegetações de

paisagismo e árvores.

Algumas características importantes podem ser observadas no local. A

face lateral da edificação, onde estão localizados os ambientes de permanência

prolongada (dormitórios), está direcionada para o sol nascente (leste). Na frente e no

interior da residência existem árvores, sendo as internas, duas no recuo frontal e

uma no recuo de fundos. A área descoberta possui superfície de gramados, jardins e

vegetações de paisagismo.

A estrutura é composta por sapata contínua de alvenaria de pedra

argamassada e sapatas isoladas, pilares, vigas e laje mista (Concreto e aço). As

alvenarias da edificação foram, em sua totalidade, construídas com bloco cerâmico

de oito furos de dimensões (9x19x19) cm e espessura acabada de 14 cm.

A coberta instalada na edificação é composta por estrutura de madeira

“Maçaranduba” e de telhas cerâmicas do tipo colonial e tem pé direito de 3,00 m. As

esquadrias (portas) em sua totalidade são de madeira em tamanhos variados e as

esquadrias (janelas) são de alumínio branco e vidro de correr. Na fachada lateral

sentido sol nascente (leste) possuem esquadrias (janelas) de alumínio branco e

28

vidro com aplicação de insufilme semi-opaco e foram implantadas de forma bem

distribuída.

Nos acabamentos de pisos internos foram utilizadas cerâmicas

esmaltadas e nos pisos externos cerâmicas acetinadas e pedras “cariri”. As áreas

internas têm paredes pintadas com tintas do tipo látex sobre massa acrílica com

cores diversas e as áreas externas com tintas do tipo texturada com cores claras.

A edificação escolhida como amostra 2, representada nas imagens 13 e

14 é localizada na Rua Otaviano Benevides, bairro Santo Antônio, no município de

Iguatu – CE. O seu tipo de uso se enquadra em Residencial Unifamiliar e tem uma

área construída de 60 m², com taxa de ocupação do terreno de 90%, sendo os 10%,

de área descoberta utilizada como área de serviço. A mesma dispõe de uma sala de

estar com cozinha conjugada, três dormitórios, um banheiro e uma área de serviço e

é implantada em pavimento único (térreo).

Imagem 13 – Edificação de amostra 02

Fonte: Autoria própria, 2017.

29

Imagem 14 – Coberta de Amostra 2 em telha de fibrocimento.

Fonte: Autoria própria, 2017.

A amostra 02 está inserida em bairro residencial, sem existência de

indústrias, em uma rua de 7 metros de largura possuindo pavimentação asfáltica e

seu entorno se caracteriza pela pouca existência de árvores, ausência de

vegetações mais diversificadas e de paisagismos.

Algumas características importantes foram observadas no local. A

edificação é de esquina e possui fachada lateral direcionada para o sol poente

(oeste), inexistindo árvores na frente da mesma e nas mediações. As alvenarias são

de bloco cerâmico de oito furos de dimensões (9x19x19) cm e a estrutura é

composta apenas de sapata contínua de alvenaria de pedra argamassada e cintas

de amarração inferiores e superiores.

A coberta possui estrutura de madeira “pinho” e telhas de fibrocimento

com espessura de 7mm, não possui forro, com platibanda e pé direito de 2,90

metros. As esquadrias externas são metálicas e as fachadas são pintadas de cor

escura.

30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DIMENSÕES DE ABERTURAS EXTERNAS

A NBR 15220/2005 estabelece em sua Tabela 19 que as aberturas

empregadas devem ser no mínimo pequenas para a zona bioclimática 7. Para que

as aberturas sejam classificadas como pequenas, a soma das áreas das aberturas

de um ambiente deve totalizar entre 10% e 15% da área do mesmo. Além disso, a

norma sugere que as aberturas sejam sombreadas, através de árvores, quebra-sol

ou elemento similar.

Os quadros a seguir, mostram o levantamento, das duas edificações

estudadas, de áreas dos pisos de cada ambiente e apresentam a área das aberturas

em metro quadrado e em porcentagem das mesmas.

No Quadro 1, é possível observar que as áreas das aberturas de

ventilação se mostraram divergentes ao que a NBR 15220/2005 sugere, sendo

classificadas como pequenas apenas as aberturas de ventilação da suíte, Dormitório

1 e dormitório 2. É possível observar também que os demais ambientes

apresentaram classificação de abertura média, ou seja, a área das aberturas de

ventilação está entre 15% e 25% da área do piso do respectivo ambiente.

Quadro 1- Quadro de relação de áreas de piso com áreas de aberturas de cada ambiente da amostra 01.

Ambiente Área do Piso Ambiente (m²)

Área de Aberturas (m²)

Porcentagem De Aberturas

Cozinha 28,35 5,70 20%

Estar/ Jantar 48,15 10,40 21%

Suíte 14,80 2,40 15%

Dormitório 1 15,40 1,5 10%

Dormitório 2 12,25 1,5 12%

W.C Suíte 3,25 0,9 25%

W.C Social 3,25 0,65 20% Fonte: Autoria própria, 2017.

O quadro 2, apresentado a seguir, mostra os dados levantados da

edificação da amostra 2, com estes dados é possível observar que neste caso

apenas dois ambientes dos cinco existentes estão de acordo com o mínimo

sugerido, onde a soma das áreas das aberturas de ventilação da Cozinha/Estar não

31

atingiu os 10% da área do piso da mesma. Também é possível constatar através dos

dados que no quarto 3 e W.C social não existem aberturas.

Quadro 2- Quadro de relação de áreas de piso com áreas de aberturas de cada ambiente da amostra

02.

Ambiente Área do Piso Ambiente (m²)

Área de Aberturas (m²)

Porcentagem De Aberturas (m²)

Cozinha/Estar 20,00 1,47 7%

Quarto 1 9,00 1,20 13%

Quarto 2 9,00 1,20 13%

Quarto 3 9,00 0 0%

W.C Social 2,00 0 0% Fonte: Autoria própria, 2017.

4.2 MATERIAIS E TIPOS DE VEDAÇÕES EXTERNAS

Como visto no item 3.3 (Descrição das edificações) as duas edificações

do estudo apresentam vedação externa de parede composta de alvenaria de bloco

cerâmico de 8 furos quadrados nas dimensões 9x19x19 cm, sendo a sua espessura

final de 14 cm.

Consultando a tabela D.3 do anexo D da NBR 15222/2005, é possível

verificar que a alvenaria com as mesmas especificações utilizadas nas duas

amostras apresenta a seguinte propriedade térmica: Tramitância térmica de 2,49

[W/(m².K)] e atraso térmico de 3,3 horas, não sendo apresentados dados quanto ao

fator solar. Com estes dados é possível constatar que as duas edificações não

atendem ao que é sugerido pela norma. Pode-se observar também, através da

mesma tabela, que a vedação ideal para a zona 7, ainda utilizando o bloco

cerâmico, deve ter no mínimo 26 cm de espessura para que o ambiente interno seja

bem isolado termicamente.

Para as vedações externas de coberta, foram utilizadas na edificação de

amostra 1 telhas cerâmicas com estrutura de madeira sobre forro de laje composta

de treliças pré-moldadas de concreto armado e lajotas cerâmicas; já na edificação

de amostra 2, como vedação de coberta foram utilizadas telhas de fibrocimento, de

espessura 7mm, sem emprego de forro.

32

Consultando a tabela D.4 do anexo D da NBR 15222 é possível verificar

que a vedação de coberta que adota telhas cerâmicas sobre forro de laje mista

possui as seguintes propriedades: Tramitância térmica de 1,92 [W/(m².K)] e atraso

térmico de 3,6 horas. Enquanto no caso de emprego da vedação de coberta de

telhas de fibrocimento sem forro as propriedades térmicas são: Tramitância térmica

de 4,6 [W/(m².K)] e atraso térmico de 0,2 horas. Não sendo apresentados dados

referentes ao fator solar para os dois casos. Dados estes demonstrados nos quadros

3 e 4 a seguir:

Quadro 3- Comparativo de levantamentos com a NBR 15220/2005 quanto a vedação de parede pesada.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Quadro 4- Comparativo de levantamentos com a NBR 15220/2005 quanto à vedação de coberta

pesada.

Fonte: Autoria própria, 2017.

33

Com base nas informações acima, pode-se entender que as duas

amostras não estão integralmente de acordo com as diretrizes sugeridas, porém a

vedação de coberta da amostra 1 atende ao fator de tramitância térmica e que o

atraso térmico é mais próximo ao recomendado pela norma, comparado à amostra

2.

4.3 PESQUISA DE SATISFAÇÃO AO CONFORTO TÉRMICO RESIDENCIAL

A pesquisa aplicada aos usuários das edificações estudadas teve como

objetivo obter informações a fim de possibilitar a compreensão quanto a satisfação

do conforto térmico ambiental das mesmas. Na edificação de amostra residem cinco

pessoas, sendo três adultos e dois jovens, na edificação de amostra 2 também

residem cinco pessoas, sendo dois adultos, dois adolescentes e uma criança.

As pesquisas foram realizadas, por questões de conveniência, em um

período de dois meses, sendo nos meses de setembro e outubro de 2017, com

frequência de três vezes a cada semana, no horário de 13 horas onde todos os

usuários se encontravam nas edificações, e seus registros sendo devidamente

realizados no dia da coleta.

A imagem 15 a seguir apresenta a escala de satisfação utilizada na

pesquisa, escala esta representada por cores associadas às opções e ordenadas na

seguinte classificação: Muito desconfortável, desconfortável, confortável e muito

confortável.

Imagem 15 – Escala de satisfação quanto ao conforto térmico.

Fonte: Autoria própria,2017

34

Considerando que o número de usuários das duas amostras escolhidas é

igual, cinco pessoas em cada residência, foi utilizada a grandeza de PPI

(porcentagem de pessoas insatisfeitas com o ambiente) mencionada na NBR

15220/2005, sendo assim, cada usuário representa 20% das opiniões em cada

amostra. Nos gráficos a seguir são apresentados os dados referentes a cada dia de

coleta, mostrando as porcentagens de cada escala de conforto térmico.

Gráfico 1 – Dados obtidos na pesquisa para o mês de setembro de 2017.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Observando os dados coletados neste mês nota-se, através dos gráficos,

que a satisfação térmica ambiental dos usuários foi predominantemente respondida

como desconfortável (cor amarela), nota-se também que a situação onde o usuário

35

se sentiu confortável (cor verde) ocorreu em sua maior parte no gráfico da amostra 1

enquanto a situação onde os usuários se sentiram muito desconfortáveis (cor

vermelha) ocorreu em sua maior parte na amostra 2.

Gráfico 2 – Dados obtidos na pesquisa para o mês de outubro de 2017.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Observando os dados coletados neste mês nota-se, através dos gráficos,

que a satisfação térmica ambiental dos usuários teve maior frequência entre

desconfortável (cor amarela) e muito desconfortável (cor vermelha). É possível

visualizar também através do mesmo gráfico que na amostra 1 os dados se

apresentaram semelhantes entre desconfortável e muito desconfortável, enquanto

que na amostra 2 se apresentaram predominantemente muito desconfortável,

36

inclusive atingindo o resultado de 100% em dois eventos, ou seja, todos os usuários

da mesma amostra se sentiram muito desconfortáveis.

Como alternativa, apesar de não aprofundar-se em detalhes, foi proposto

que sejam realizadas algumas intervenções nas duas edificações a fim de alcançar

um conforto térmico mais adequado. Para a edificação 1 propõe-se aumentar a

espessura das vedações de paredes externas com o objetivo de atingir um fator

solar mais eficiente, para que a edificação fique isolada termicamente da

temperatura externa por mais tempo. Para a edificação 2, propõe-se a mesma

intervenção quanto às vedações de paredes externas, acrescentando intervenções

que adequem as aberturas de ventilação deixando-as nas devidas proporções e

sombreadas como sugere a norma, implantando uma laje, e por fim substituindo a

sua coberta de telhas de fibrocimento por telhas cerâmicas.

37

5. CONCLUSÃO

A pesquisa de satisfação ao conforto térmico residencial realizada nas

amostras apresentou resultados que mostram que a edificação 1 é mais eficiente

que a edificação 2. Deve-se considerar que no período que esta pesquisa foi

realizada, ocorreram temperaturas bastante elevadas, o que dificultou a ocorrência

de eventos onde os usuários se sentissem muito confortáveis ou confortáveis.

Através dos gráficos que constam nos resultados, é possível concluir que

o evento mais recorrente foi onde o usuário se sentiu desconfortável, todavia os

resultados mais favoráveis, onde ocorreram eventos nos quais o usuário se sentiu

confortável foram constatados nos dados da edificação 1, enquanto os resultados

mais desfavoráveis onde o usuário se sentiu muito desconfortável foram constatados

nos dados da edificação 2. Sendo assim a pesquisa demostra que a edificação 1,

que está mais alinhada à norma, proporciona melhores condições de conforto

térmico que a edificação 2.

Com o resultado da fase de levantamentos de características das

aberturas de ventilação, obtidas as informações necessárias para consultas à

norma, verificou-se a conformidade de cada edificação. Concluiu-se que a edificação

1 fica mais próxima dos parâmetros sugeridos pelas diretrizes construtivas para

aberturas de ventilação enquanto a edificação 2 apresenta maior inconformidade.

Os materiais e tipos de vedação externa, de paredes e de coberta, foram

observados e analisados nas duas edificações considerando a NBR 15220/2005.

Concluiu-se com os resultados obtidos que as duas edificações estudadas não

atendem os parâmetros previstos na norma, tanto para vedações de paredes quanto

para vedações de coberta. É possível concluir também que a edificação 1 está mais

próxima das características consideradas adequadas pela mesma norma, e que a

edificação 2 apresenta características bastante divergentes.

Para a continuação desta pesquisa, sugere-se adotar uma edificação que

atenda integralmente as diretrizes construtivas apresentadas na NBR 15220/2005

para a realização de nova análise, utilizando equipamentos profissionais e aplicando

as metodologias de análise por um período de tempo maior e constante.

38

5. REFERÊNCIAS

ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220/2005: Desempenho térmico de edificações: Parte 3: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social. Rio de Janeiro, 2005.

BAGNATI, Mariana Moura. Zoneamento Bioclimático e Arquitetura brasileira: Qualidade do ambiente construído. 2013. 133 p. Trabalho de conclusão de mestrado (Arquitetura)–Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br%2Fbitstream%2Fhandle%2F10183%2F78378%2F000897077.pdf%3Fsequence%3D1&usg=AFQjCNHnYGDfQaxPfjpY3hivVcKIYyihTg&sig2=2TTEVVDd_Ctc7lA1W8nFEg&bvm=bv.147448319,d.Y2I&cad=rja>. Acesso em: 11/09/17.

COMITÊ BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO CIVIL. Desempenho térmico de edificações: Parte 3 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social. Rio de Janeiro, 2005.

COSTA, Ennio Cruz. Arquitetura Ecológica: Condicionamento térmico natural. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1982.

FROTA, Anésia Barros; SHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. 5. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001.

IGBE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico: Censo 2010 – Município de Iguatu – CE. Ceará, 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/iguatu/panorama>. Acesso em: 07/09/17.

LAMBERTS, Roberto (Org.). Desempenho Térmico de Edificações. Florianópolis: [s.n.], 2016.

LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: PW Editores, 1997.

39

NOGUEIRA, Carlos Eduardo Camargo. et al. Avaliação do conforto térmico nas residências convencional e inovadora do “projeto casa”, Unioeste, campos de Cascavél. Acta Scientiarum, v.34, n.1, p. 3-7, 2012. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/article/view/10875>. Acesso em: 15/02/17.

ROCHA, Angélica Melissa. Avaliação das condições de conforto térmico ao calor em edificações habitacionais multipavimentadas na cidade de Ijuí – RS. 2004. 78 p. Trabalho de conclusão de curso (Engenharia Civil)-Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, Ijuí. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9971401-Avaliacao-das-condicoes-de-conforto-termico-ao-calor-em-edificacoes-habitacionais-multipavimentadas-na-cidade-de-ijui-rs.html>. Acesso em: 13/02/17.

SANTOS, R. L.; ANDRADE, H. O. Avaliação quantitativa do conforto térmico de uma cidade em área de transição climática: Feira de Santana-Bahia, Brasil. Revista de Geografía Norte Grande, n. 40, p. 77-84, 2008. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5779558>. Acesso em: 20/08/17.

SILVA, C. G. T. Conceito e preconceitos relativos às construções em terra crua. 2000. 89 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública)-Fundação Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4736>. Acesso em: 14/09/17.

TRINDADE, Sileno Cirne; ALDOMAR, Pedrine; DUARTE, Raimundo Nonato Calazans. Métodos de aplicação da simulação computacional em edifícios naturalmente ventilados no clima quente e úmido. Ambiente construído, v. 10, n. 4, p. 37-54, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-6212010000400004&script=sci_abstract&tlng=es>. Acesso em: 11/02/17.

40

APÊNDICE A – Questionário aplicado na pesquisa de satisfação de conforto

térmico.

41

QUESTIONÁRIO SOBRE O CONFORTO TÉRMICO DA RESIDÊNCIA Rua:_________________________________________________nº: ___________ Projeto:____________________________________________________________ Cor da pintura externa: _______________________________________________ Presença de estratégia de sombreamento: ( )Árvore ( )Elemento construtivo Avalie sua residência, conforme sua sensação, a respeito da satisfação quanto ao conforto térmico e à percepção da temperatura no ambiente.

1 2 3 4

Como você considera a sensação térmica de sua casa ?

Onde: 1 – Muito confortável 2 – Confortável 3 – Desconfortável 4 – Muito desconfortável