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TIKVÁ BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 54 | 6º Ano Julho/Agosto/Setembro de 2005 Tamuz/Av/Elul 5765

Tikvá nº 54, 6º ano

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Page 1: Tikvá nº 54, 6º ano

TIKVÁBOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA N º 5 4 | 6 º A n o

J u l h o / A g o s t o / S e t e m b r o d e 2 0 0 5T a m u z / A v / E l u l 5 7 6 5

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5766 - Tudo de bompara a CIL ! Caros leitores, correligionários e sim-patizantes! É com alegria e grande an-siedade que retomamos a publicaçãodo nosso querido Boletim Tikvá, agorana sua edição de nº 54. A nova perio-dicidade bimestral por calhar tambémcom as férias de verão, acabaram poradiar um bocadinho mais esta trocafundamental com todos aqueles queacompanham e desfrutam desta publi-cação. Águas passadas, ou ainda mel-hor; passado o verão, o importante éque estamos de volta com força total esempre cheios de novidades para lhescontar sobre muita coisa que se passouna nossa Comunidade e no mundo ju-daico durante este verão! Melhor ainda podermos voltar às vés-peras de mais um novo ano judaico,que como não poderia deixar de ser éo tema central desta edição, assim co-mo os últimos e importantes aconteci-mentos na nossa querida Medinat Is-rael, a quem sempre desejamos diascada vez melhores, de muita tranquili-dade e harmonia para os nossosirmãos que lá vivem. Em 5765 tivemos novamente um anocheio de grandes realizações na nossaCIL, motivo este de grande alegria e or-gulho para todos e será certamente nes-te espírito que entraremos também em5765. Sempre a elevarmos os nossospensamentos para o que há de melhor,no desejo de um espírito irmanado eúnico seguiremos juntos na busca denovas e maiores realizações na nossaComunidade em todas suas áreas. Masacima de tudo, no desejo de uma mobi-lização e integração comunitária cadavez maior, em prol da continuidade e dofortalecimento do judaísmo em Portugal.Que seja este também um ano marca-do pela paz, pela tolerância e respeitoentre as pessoas e entre os povos emtodo o mundo.Desejamos a todos os nossos sincerosvotos de um SHANA TOVÀ, SHNATSHALOM UGMAR CHATIMÁ TOVÁ

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o

O que fizemos nós pelanossa comunidade?

Neste ano de 5765 que agora termina, o acontecimen-to mais decisivo para o povo judeu foi sem dúvida a re-tirada de Israel de Gaza, profundamente dolorosa, masao mesmo tempo fonte de esperança para a paz.Por isso, damos neste número um grande destaque aeste acontecimento, nomeadamente publicando ohistórico discurso de Ariel Sharon nas Nações Unidas,por ocasião do seu 60º aniversário, afirmando o direi-to eterno e inalienável do Povo de Israel à Terra de Is-rael, e apelando os palestinianos a "trabalhar emconjunto para transformar o nosso pedaço de terra,que é querido a ambos os povos, numa terra de paz."Assim no limiar deste Novo Ano de 5766, os nossosvotos mais ardentes são que esta esperança seconcretize e possa finalmente iniciar-se um caminhode paz e tranquilidade.O nosso pensamento vai também para a nossa comu-nidade como parte integrante e inseparável do povojudeu. Somos uma comunidade pequena, um pouco àimagem do país em que vivemos e por vezes com amesma tendência de acharmos que temos todos osdefeitos e de nos culpar de tudo e mais alguma coisa.Obviamente que nem tudo corre como gostaríamos,mas se analisarmos a situação de outras comuni-dades deparamo-nos na essência com os mesmosproblemas: falta de educação religiosa, fraca assidui-dade nas sinagogas, indiferença e apatia comunitá-rias, assimilação crescente, radicalizaçãoortodoxia/laicismo. Infelizmente estes são problemascomuns a uma grande parte das comunidades, sobre-tudo a nível europeu, o que não nos deve impedir,muito pelo contrário, de procurar encontrar localmen-te soluções, mas sempre mantendo a perspectiva deque esses problemas são globais, para não entrarmosnum exercício de auto-flagelação altamente negativo.Em Portugal, os problemas são agravados pela peque-na dimensão da nossa comunidade o que torna aindamais importante e indispensável o contributo e a cola-boração de todos. Por isso, nestes dias tão impor-tantes em que nos preparamos para prestar contas danossa acção individual, é uma boa altura para ques-tionarmos, não o que a comunidade fez por nós, maso que cada um de nós fez pela sua comunidade ....Desejamo-vos de todo o coração um Shaná TováUmetuká

Esther MucznikVice-Presidente

2 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

FFIICCHHAA TTÉÉCCNNIICCAA Director Esther MucznikChefe de Redacção Marcos Prist Colabo-radres Diana Ettner, Fany Sechter, GabrielSteinhardt , Nuno Mart ins e Samuel LevyConcepção e produção gráfica Raimundo Santos

A escolha de nomes própriospara os bebés era realizada

de acordo com uma lista denomes, ditos portugueses, queexistia nas diversas Conservató-rias do Registo Civil. Os pais es-tavam limitados na escolha dosnomes para os seus filhos sobre-tudo no que toca àqueles quesão considerados como sendo detradição judaica. A Lei da Liberdade Religiosa de-fine o conteúdo da liberdade deconsciência, de religião e de cul-to. Nesse conteúdo está com-preendida a escolha para os fil-hos de nomes próprios daonomástica da religião professa-da. Assim, poderão ser atribuí-dos aos bebés nomes tradicio-

nais da religião e cultura judai-ca, sem uma necessária adapta-ção. Contudo, para evitar dificul-dades de registo e perdas detempo, os pais poderão solicitarjunto da secretaria da CIL, umdocumento que comprove quedeterminado nome faz parte daonomástica religiosa do Judaís-mo (quer do ponto de vista reli-gioso, quer cultural).Os nomes fazem parte da histó-ria de um Povo e, por vezes, asua tradução para uma compo-nente nacional, retira todo o sen-tido histórico que esse nome car-rega, desfigurando a tradição ju-daica do mesmo.

Nuno Wahnon Martins

SABIA QUE...L E I D A L I B E R D A D E R E L I G I O S A

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sempre que os vencedores, aspessoas que vencem as batalhasnão precisam de mim, eles têmpropagandistas para escrever ahistória do seu ponto de vista,quem precisa de mim são as pes-soas que não têm voz ou que nãotinham voz, as pessoas que per-deram as eleições, os vencidos.Eu assumi o propósito, ou por ou-tras palavras, a missão de dar vozàs pessoas que foram sistemati-camente silenciadas na História eos judeus sefarditas são umexemplo perfeito disso.

Sente que influencia de algu-ma forma as pessoas que nãoconhecem a história judaica? Eu sinto essa responsabilidadesempre que escrevo um romancebaseado em factos e eventosreais. Escrever, para mim, é umaprofissão muito séria. No caso do"Último Cabalista de Lisboa", porexemplo, eu senti a responsabili-dade de escrever um romancemuito bom porque tinha em cimados meus ombros o peso de doismil cristãos novos que forammortos no Rossio em 1506. Sinto,sempre que escrevo um romance,a responsabilidade de não trairessas pessoas, de contar comosofreram e como foram persegui-dos, tenho a responsabilidade delhes dar voz, de falar por eles.

Tem também uma responsa-bilidade como professor. Sen-te que os jovens têm poucoconhecimento da História?Não são apenas os alunos. Existeem Portugal um grande vazio emrelação ao conhecimento da histó-ria judaica e da própria religião ecultura. Lido com isso com paciên-cia e muita boa vontade. Portugaltem uma história muito interes-sante em relação ao judaísmo. Osjudeus foram convertidos e depoisimigraram durante séculos e aspessoas que ficaram cá não têmobrigação de saber nada sobre os

judeus, quer dizer, eles têm umacerta obrigação, é uma dupla face,acho que seria importante elesconhecerem muito bem o passadodo seu país, incluindo a históriajudaica, mas também sei que umjovem de 15, 20 ou 25 anos temtanta coisa para estudar e saberque a história do século XIV, XVestá nos antípodas.

Mas em relação aos judeus dehoje, ao conflito no MédioOriente e, por exemplo, aocrescente anti-semitismo naEuropa?Existe anti-semitismo, mas emPortugal é "light".

Light ou dissimulado?Dissimulado e light, os dois. Maseu nunca tive a experiência deum anti-semitismo muito violentoou primário em Portugal. Tenhoessa experiência noutros sítios,mas em Portugal não. Nos Esta-dos Unidos, por exemplo, as pes-soas dizem coisas horríveis sobrejudeus. Principalmente, nos EUA.Aqui, o que sinto é que aindaexiste a ligação entre judeus ecultura judaica e certas maneirasde pensar e agir, por exemplo, jáouvi dez, vinte vezes pessoas di-zerem: "ele é muito agressivo oumuito forreta porque é judeu".Claro que a pessoa pode ter tidoantepassados judeus, mas o queessa pessoa sabe sobre culturajudaica é absolutamente nada.Para mim é um disparate total li-gar pessoas judias com maneirasde ser e aqui as pessoas ligam fi-sionomia de uma pessoa com ju-daísmo. Já ouvi pessoas a dizerque tenho cara de judeu. Eu nãosei o que isso quer dizer, não fa-ço a mínima ideia. E a minhareacção é dizer: muito obrigado.Como posso responder a isso?Deixa-me sem palavras. Eu nãoposso formar e instruir as pes-soas numa situação dessas. Aminha luta é contra a intolerân-

cia, o anti-semitismo, a persegui-ção. A minha luta está nos livros.

Teve uma base judaica forte?Não. Eu sou de uma família laica.Claro que estar numa família lai-ca judaica em NY significa conhe-cer muito bem aquela cultura no-va-iorquina judaica, Woody Allen,aquela coisa toda. O amor judai-co, etc, mas não estudei judaís-mo, nem fiz sequer a Bar-Mitzvá.

Os livros aproximaram-no dojudaísmo?Muito, pelo menos da história ju-daica. Eu descobri o judaísmoatravés da pesquisa que ia fazen-do para os meus livros e aindabem, porque gosto muito dehistória judaica.

Disse que vem de uma famí-lia judaica laica e não fezBar-Mitzvá. O que é para siser judeu?Essa é uma pergunta difícil. Eusinto-me muito judeu porquevenho daquela cultura muito for-te que influencia as pessoas eque é a cultura de NY. Aliás, pala-vras yiidish já entraram na línguanova-iorquina há 60, 70 anos.Em Portugal existe uma confusãogrande entre uma pessoa quetem um nome judaico e as pes-soas que dizem que são judiassem saberem absolutamente na-da de judaísmo, história, rituaisou o que é a Torah, já que nuncaa leram. Para mim é complicado.Para mim, ser judeu é ter umaatitude a favor das pessoas des-favorecidas. Para mim, isso é serjudeu. O nosso povo sofreu tantoe sempre que há um evento nomundo em que há pessoas queestão a ser perseguidas, queestão a sofrer, estou sempre aolado dessa gente. Timorenses,brasileiros, até podem ser pales-tinianos. O que for. Acho que es-ta é para mim, no fundo, a emo-ção de ser judeu.

Qual é a sua origem?Eu sou originalmente de NovaIorque. Nasci em 1956, numa ci-dade perto de Manhattan. Crescie aí fiz a minha escola.

E a família Zimmler?A família Zimmler... Os meusavós são todos judeus da Polónia.Os meus avós maternos vieramde uma cidadezinha pequena.Vieram para os EUA em 1905. Dolado do meu pai, vieram de per-to de Varsóvia.

Mesmo não sendo sefardita,nem português, sente-se àvontade para escrever sobreesses temas?Em parte, penso que estouconfortável com a cultura portu-guesa. Tenho que lidar evidente-mente com a língua, com as pes-soas, a maneira de pensar... Maspenso que é natural que eu estejainteressado na cultura portuguesae daí o meu interesse pelos judeusportugueses porque eu tenho umbackground judaico. É uma mistu-ra da história portuguesa e a min-ha própria história judaica e tam-bém porque a diáspora sefardita émuito interessante. Vai das Caraí-bas até a Índia. Eu posso pegarem qualquer parte do mundo e daídesenvolver uma história que en-volva uma família sefardita.

Quando escreve os seus li-vros, onde vai buscar a cultu-ra sefardita?Quando escrevo, leio tudo o queposso encontrar sobre o períodoe o local da narrativa. O livro quedecorre em Goa, por exemplo,fez-me ler tudo sobre Goa no fimdo século XVIII. O meu conheci-mento de história judaica sefardi-ta, de Goa e Lisboa é, em grandeparte, dos textos que vou lendo.

Por que escolheu escreversobre os judeus sefarditasportugueses? Uma vez estava em casa da min-ha mãe a passar férias, ela adoralivros e tem uma biblioteca fabu-losa. Estava a ver os livros de ar-te e encontrei um, acidentalmen-te, sobre iluminuras judaicas me-dievais. Não sabia nada sobreaquela tradição. Tirei o livro e viumas ilustrações, eram umas re-produções absolutamente fabulo-sas. Fiquei encantado com aquilo.E eu vi no livro que algumas dasiluminuras tinham sido feitas emLisboa no século XV. Já tinha es-tado em Lisboa em visita de ami-gos, e as ilustrações despertaramem mim uma ideia para um ro-mance sobre um artista iluminu-rista de Lisboa, anterior à Inquisi-ção. Continuei a fazer pesquisa edescobri o massacre de Lisboa em1506 e ao descobrir esse evento,decidi que seria o contexto parauma história sobre um iluminuris-ta lisboeta da altura. Daí o meuinteresse pela história sefardita. Edepois de escrever "O Último Ca-balista de Lisboa", que foi um su-cesso mundial, felizmente paramim, e continua a ser, tornei-meapaixonado pela história sefardi-ta, pelo judaísmo, e decidi contara história portuguesa de uma for-ma diferente. Eu digo quase

R O S T O S D O J U D A Í S M O

4 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

“Tinha em cima dos meus ombros

o peso de dois milcristãos-novos

que foram mortos no Rossio em 1506”

Entrevista com RICHARD ZIMMLER

Conduzida por NUNO W. MARTINS E CAMILA WELIKSON

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palestinianos… amontoados emcampos de refugiados, na po-breza e em viveiros de ódio, semesperança à vista". Pedindo aoscolonos para pouparem as for-ças da ordem que cumpriam assuas instruções às agressões eaos insultos, Sharon levantou otom de voz, e acrescentou comnobreza: "Culpem-me a mim. Adecisão foi minha."

E, de facto, é de prever que oseu eleitorado, todo ele de direi-ta, o responsabilize e o penalize.Opuseram-se-lhe também cincoministros do seu próprio gover-no e o poderoso Benjamin Neta-nyahu, seu ministro da econo-mia (e que já foi, ele próprio,primeiro ministro), foi ao pontode se demitir do governo e seopor à sua liderança do partido.Já aqui dissemos que Sharon éprovavelmente o melhor líder deIsrael para o actual momento e,internacionalmente, não obstan-te as opiniões que se possam fa-zer ouvir sobre a importânciadestes colonatos, será lembradopara a posteridade, como dizClara Ferreira Alves no Diário Di-gital, "Não como o homem quedeixou que os massacres de Sa-bra e Chati la acontecessemmas, e sim como o homem quepercebeu que Israel não poderiacontinuar a pagar em dinheiro evidas humanas o elevado preçoda ocupação de Gaza". Não po-deríamos concordar mais. Infe-lizmente, a sua posição políticainterna, no governo e no parti-do, ficou debilitada. E mesmoentre os seus apoiantes. Não se-jamos ingénuos: o slogan "ju-deus não expulsam judeus" nãofoi escolhido por acaso e, natu-ralmente, mesmo para os israe-litas que concordaram com a de-cisão, foi duro ver as imagenstelevisivas dos seus filhos eirmãos polícias e soldados a ex-pulsar à força os seus compa-

triotas e não deixaram de derra-mar uma lágrima de solidarieda-de. As contrastantes ameaçasda continuação da luta armadaque se ouvem da boca dos lí-deres do Hamas, em vias deocupar os territórios ora desocu-pados, deixam a todos aindamais apreensivos.Embora sendo admissível que o

Hamas não elogie o primeiro-mi-nistro israelita, os seus líderes(nomeadamente MohammedDeif, chefe das brigadas Ezzedi-ne al-Qassam, o "braço armado"

do Hamas) demonstraram umavez mais que, provavelmente,não serão nunca um parceiropara a Paz. A afirmação de Deifde que a retirada dos israelitas éum seu sucesso militar é obvia-mente ridícula. Os ataques à po-pulação civil israelita levados acabo por bombistas suicidas logoapós a desocupação, o disparode rockets sobre Israel, a tenta-tiva de humilhação com come-morações em Gaza de rostospintados de sangue e disparosde metralhadoras acompanha-

I S R A E L E M F O C O

A desocupação de 21 colona-tos israelitas na faixa de

Gaza e quatro na Cisjordânia é,sem sombra de dúvida, o temado momento, e Ariel Sharon oprincipal obreiro deste extraor-dinário acontecimento histórico.Não obstante, as vozes dos queo criticaram elevaram-se bemmais alto do que aquelas que oaplaudiram, pelo menos aberta-mente. A bem da verdade, háque reconhecer que não é fácilgostar do primeiro-ministro deIsrael: ou pelo seu passado mili-tar e político que se presta àsmais variadas interpretações, oupela a sua deselegância física,

ou pelos seus tiques faciais, ouporque não gosta de dar entre-vistas sobre a sua vida privadaque poderiam contribuir para asua maior "humanização" me-diática. Sharon, como outros ex-generais, tem algum carismamas liga pouco à sua imagem etampouco é um bom orador. Tal-vez por tudo isso valha a penacitarmos aqui algumas frases dasua mensagem aos israelitas,proferida a 15 de Agosto passa-do. Quiçá a mais importante dasua carreira política, mas quemesmo assim não durou mais doque quatro (!) minutos: " (…)Não é segredo que eu, tal como

outros, alimentei a esperança eacreditei que nunca nos vería-mos obrigados a abandonar Net-zarim e Kfar Darom.(…) Altera-ções na realidade do país, da re-gião e do mundo forçaram-nos areavaliar a situação e a mudar a(minha) posição" (…) A evacua-ção dos colonos de Gaza e a re-tirada das tropas é vital, nãoobstante o sofrimento causado."(…) Esta acção é essencial paraIsrael. Acreditem que a dor queeu sinto… é a melhor prova danecessidade absoluta que temosde o fazer. (…) Não podemos fi-car em Gaza para sempre…é ha-bitada por mais de um milhão de

UM CONTRA TODOS

6 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 7

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I S R A E L E M F O C O

dos por declarações jurando "in-ferno" aos israelitas, apenas evi-denciam a ideologia extremistado Hamas, não contribuindo pa-ra os verdadeiros interesses docomum dos palestinianos. So-mos levados a concluir que o seufundamentalismo medieval, talcomo o da al-Quaeda, visa ape-nas a destruição de uma socie-dade que optou por um modusvivendi que contrasta com o seu,utilizando os direitos legítimos eo sofrimento real da populaçãocomo um mero subterfúgio.

Bem diferente foi a posição as-sumida por Mahmoud Abbas, opresidente da Autoridade Palesti-niana. Abbas foi a Gaza, arris-

cando a vida em pleno "Hamas-land", para acompanhar os acon-tecimentos e tentar que os pa-lestinianos não se envolvessemem confrontos com Israel. Cominteligência e habilidade, procu-rou tirar dividendos políticos echegou a fazer declarações sobrea continuação da "guerra santa",que fizeram levantar o sobrolhoa muita gente em Israel e, comoseria de esperar, referiu-se a es-ta retirada como "um primeiropasso". Infelizmente, Abbas nãocontrola nem Gaza nem o Hamase, quanto a nós, também nãotem razão ao afirmar que a reti-

rada foi o resultado das suas ne-gociações. Na verdade, nem re-sultou de uma derrota (como dizo Hamas) nem das suas negocia-ções com Sharon. A decisão uni-lateral do governo de Israel foiprecisamente uma consequênciado impasse criado nessas nego-ciações e, naturalmente, Abbasnão irá escrever uma carta deagradecimento a Sharon.

A mediatização dos aconteci-mentos teve a virtude de revelarfacetas desconhecidas sobre os"temíveis soldados" e os "fami-gerados colonos". Israel disponibilizou e preparou

cerca de 40.000 polícias e sol-dados para esta operação, mas

os seus comandantes cedo per-ceberam que o limitado númerode confrontos que teve lugarnão justificou o aparato. O com-portamento destes, acompan-hado antes, durante e depoispor psicólogos, foi, no mínimo,exemplar. Não vimos investidasviolentas de tropas de elite nemde polícia de choque, cargas,escudos, bastões, cães ou cava-los. Vimos jovens rapazes e ra-parigas a cumprir ordens comcontenção, humanidade e digni-dade, independentemente dasua opinião e da chuva de acu-sações e insultos que sobre eles

caía. Vimos as mais altas pa-tentes de comando a seu lado.Vimos também cerrar um portãode ferro fechado e dispararcanhões de água num ou noutrocaso mais difícil de resolver.Mas, sobretudo, vimos soldadosa rezar com os colonos uma últi-ma oração nas sinagogas aban-donadas, a abraça-los e a cho-rar com eles, a segurar grávidase a acariciar crianças de colo. Assupostamente "temíveis" forçasde segurança de Israel cumpri-ram a sua missão sem máculaem apenas 7 dias, para que "aschaves de Gaza" fossem en-tregues aos palestinianos emmeados de Setembro, conformeprevisto. No entanto, Ariel Sha-ron sabe que foi ele o responsá-vel pela experiência traumáticaque tiveram de viver e que nun-ca esquecerão.

Muito haveria também a dizersobre os "colonos fanáticos e ex-tremistas". Milhares de portu-gueses já foram colonos e tive-ram de lidar com acusações e si-tuações que nem sempre foramjustas ou merecidas. Claro que ogoverno de Israel também pode-ria dado ordens às forças arma-das que os protegiam dos "movi-mentos de libertação" para sim-plesmente abandonarem o ter-ritório. A consequente debanda-da dos colonos teria sido total ebem mais desagradável. Mas oscolonos israelitas foram avisadosatempadamente, o transporte depessoas e bens fez-se da melhorforma possível, foram-lhes ofe-recidas alternativas para habita-ção e, sobretudo, indemnizaçõespelos seus custos e danos pes-soais e até pelos negócios queperderam (nomeadamente, agrí-colas). Muitas foram as famíliasde colonos que, desiludidas masresignadas, abandonaram assuas casas pacificamente atrásde um camião de mudanças;mas obviamente que não os vi-

mos na televisão, a qual não vêinteresse em contar-nos a histó-ria banal "do cão que mordeu ohomem". Obviamente que osânimos atingiram por vezes aexaltação e que houveram al-guns incidentes aqui e ali (namaioria de pouca importânciarelativamente ao que estava emcausa) mas o batalhão de jorna-listas de todo o mundo que veiocobrir a desocupação teve mui-tos poucas histórias ou imagenspicantes "do homem que mor-deu o cão". Afinal, os 8.000 co-lonos resistentes, "fanáticos eextremistas" eram apenas famí-lias frustradas por abandonar,sob uma enorme sensação deimpotência, territórios que acre-ditam, bem ou mal, serem partede Israel. Não vimos homensencapuçados de metralhadorana mão, disparando para o ar.Não se queimaram bandeiras daPalestina. Não se gritou "morteaos palestinianos". Dava a sen-sação de que sabiam qual seriao desfecho e a única coisa quealguns deles exigiam a Arik Sha-ron, a seu ver o culpado peloseu infortúnio, era serem leva-dos dali à força. Neste imaginário jogo de "Umcontra todos", Ariel Sharon es-colheu "difícil" mas, por não sa-ber a resposta, gastou um trun-fo e perdeu 25% do seu "capitalvirtual". Resta a dúvida sobrese terá eliminado algum dosseus opositores, qual será apróxima "categoria" e a suapróxima opção.Após mais algumas sessões, comas eleições à porta em 2006, na-da garante que a cadeira nãodesça se a próxima resposta es-tiver errada. Para já, restam-lheos trunfos de 50 e 75%, por mui-to que custe gastá-los, e osamantes da almejada paz espe-ram que termine o jogo vencedore duplicando a aposta. Gabriel Steinhardt

8 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

Encontro Israel e PaquistãoA reunião na Turquia entre os ministros de Relações Exteriores de Israel e do Paquistão foi recebida

com satisfação pelas autoridades israelitas e com cautelapela Autoridade Nacional Palestiniana (ANP). "Israel dá as boas-vindas a este encontro e esperamos que seja oprecursor de uma relação benéfica para os nossos doispaíses", afirmou o ministro israelita de Relações Exteriores, Silvan Shalom. Reuniões como esta "são umafonte de alento para o povo de Israel. Com os nossos esforços, somos capazes de abrir novos canais de diálogoe estimular a compreensão entre nós e os outros povos domundo, entre eles os muçulmanos", disse Silvain Shalom.Esta foi a primeira reunião aberta entre altos funcionáriosde Governo de Israel e do Paquistão. Apesar desta aproximação, o presidente do Paquistão, o general PervezMusharraf, advertiu que não reconhecerá Israel até a criação de um Estado Palestiniano. No mundo árabe, Israel tem laços diplomáticos com o Egipto (desde 1979),a Jordânia (desde 1994) e a Mauritânia (desde 1999). Jornal ALEF, Brasil

Universidades israelitas oferecem vagas para vítimas do furacão "Katrina"

Cinco universidades israelitas ofereceram vagas provisórias a 11mil estudantes da Universidade deTulane, nos EUA, que foi inundadae fechada com a passagem do furacão Katrina em Nova Orleães.A oferta foi feita pela Agência Judaica para que os estudantesnão percam o próximo semestrelectivo, que se inicia nos próximosdias. Estudantes de outras universidades localizadas em Nova Orleães também foram convidados a estudar em Israel.

Participe nos serviços religiosos especiais de ROSH HASHANÁ E YOM KIPUR na nossa Sinagoga!

Venha e traga toda a sua família!

Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 9

Page 6: Tikvá nº 54, 6º ano

Quinta-feira, 15 de Setembro2005, os Grão-Rabinos de Is-rael, o Rav sefardita SchlomoAmar e o Rav Aschkenaze YonaMetzger foram recebidos peloPapa Bento XVI, num encontroconsiderado " muito caloroso ",pelos respectivos porta-vozes.Para além dos assuntos confi-denciais , o Rav Metzger apre-sentou ao Papa a associação in-ternacional e interconfessional "Salvadores sem fronteiras" , as-sociação de socorros de primeiranecessidade, fundada por GuySenbel e pelo Rav Arié Lévy,respectivamente representantesde Guysen Israël News e de Hat-zalah-Yoch.

Por Meyer Rosenthal para Guysen Israël News

Q uando o tema "Refugiadosdo Médio Oriente" é discuti-

do, as pessoas, geralmente, lem-bram-se apenas dos refugiadospalestinianos, esquecendo porcompleto as centenas de mil-hares de judeus que foram expul-sos dos países árabes. Seria umainjustiça reconhecer e reivindicardireitos apenas para os palesti-nianos sem aplicar a mesma me-dida para os judeus que residiamnos países árabes e de onde tive-ram de sair praticamente com aroupa do corpo. Muitos nãoconseguiram sair e foram feitosprisioneiros ou mortos.

Uma grande campanha de esclare-cimento sobre esse importante epouco mencionado capítulo dahistória está a ser organizada, comvistas a colocar esse tema à mesadas negociações de um almejadoacordo de paz entre Israel e umfuturo Estado Palestino. Em Junhodeste ano, expressivas liderançascomunitárias dos EUA, Canadá,Grã- Bretanha, França, Bélgica,Itália, México, Austrália e Israelestiveram reunidas em Paris paraa mobilização inicial das colectivi-dades judaicas e não judaicas detodo o mundo com o objectivo dechamar a atenção para este as-

sunto. Na ocasião, foram traçadasas linhas mestras de actuação dacampanha, que deverá ser lançadaoficialmente em Março de 2006.Este mês, realizou-se um segundoencontro, em Londres, para pla-near os próximos passos, já com apresença de representantes doBrasil, país que recebeu grandeslevas de refugiados judeus do Lí-bano, Síria e Egipto. O objectivo émobilizar os governos, os médiajudaicos e não judaicos, as sina-gogas, as escolas e demais enti-dades da sociedade para um as-sunto de tanta importância. Nelson Menda (Brasil)

A Knesset (Parlamento Israeli-ta) realizará uma sessão ex-

traordinária para debater aquestão das sinagogas abandona-das por Israel na Faixa de Gaza, in-cendiadas por palestinianos. O de-bate também se centrará nasconsequências que isto poderá ter

na sinagogas de todo o mundo. Co-mo se sabe, quatro das dezanovesinagogas que Israel abandonou aoevacuar os seus assentamentos naFaixa de Gaza foram incendiadas.Israel tinha decidido demolir osedifícios, mas finalmente, perantea pressão do rabinato, o Governo

alterou a sua decisão. Os incêndiosnão causaram muitos danos nasestruturas das sinagogas de Netza-rim, Neveh Dekalim, Morag e KfarDarom que, segundo anunciou oPresidente palestiniano, MahmudAbbas, serão destruídas.Site Iton Gadol

O escritor israelita Amos Ozrecebeu o Prémio Goethe

pelo conjunto da sua obra. O pré-mio, que homenageia um dosmais importantes autoresalemães dos séculos XVIII e XIX,concedido pela cidade de Frank-furt de três em três anos desde1927, tem o valor de 50 mil eu-ros. Autor de livros como A Ter-ceira Condição, Não Chames àNoite ou Uma Pantera na Cave,Oz começou a publicar em 1960,escrevendo sobre a história de Is-rael e a sua relação com os vizin-hos árabes, sobretudo palestinia-

nos, e com a Alemanha. "Atravésdas suas obras literárias, AmosOz sabe transmitir aos seus lei-tores, em todos os cantos domundo, um profundo sentimentode humanidade, de valores mo-rais e de solidariedade que ultra-passa todas as fronteiras", escre-veu o júri, justificando a atribui-ção do prémio ao escritor israeli-ta. O Prémio Goethe já foi en-tregue a autores como SigmundFreud, Hermann Hesse, ThomasMann ou Ingmar Bergman. Jornal Público, extractos

- Agosto de 2005

A C O N T E C E U N O M U N D O

Refugiados Judeus do Médio-Oriente

O escritor Amos Oz recebe PrémioGoethe

10 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

Encontro noVaticano entre o PapaBento XVI e osGrão-Rabinosde Israel

Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 11

S imon Wiesenthal, o famosocaçador de Nazis, morreu

em Viena aos 96 anos de idade. Segundo o Rabi Marvin Hier, de-cano e fundador da ONG Interna-cional de Direitos Humanos, queem homenagem a Wiesenthaladoptou o seu nome:

"Simon Wiesenthal era a consciên-cia do Holocausto. Quando termi-nou o Holocausto em 1945 o mun-do inteiro voltou para casa para es-quecer, apenas ele se mantevepara recordar. Ele nunca esqueceu.Tornou-se o representante per-manente das vítimas, determina-do em trazer à justiça os crimi-nosos do maior crime da história.Nenhuma conferência de impren-sa, nenhum presidente, nenhumprimeiro-ministro ou líder mundi-al o mandatou para esse cargo.Ele simplesmente, assumiu-o. Eraum cargo que ninguém queria.Era uma tarefa esmagadora. Acausa tinha poucos amigos. Os Ali-ados estavam já focados na GuerraFria, os sobreviventes estavam areunir os fragmentos das suas vi-das e Simon Wiesenthal estava só,assumindo o cargo de acusador edetective ao mesmo tempo.Ultrapassando a indiferença e apa-tia mundiais, Simon Wiesenthalajudou a trazer à Justiça mais de1.100 Criminosos de Guerra Nazis"

Necessitamos do seu apoio paracontinuar o nosso trabalho. Podecontactar-nos para: [email protected]

SIMON WIESENTHAL" A Consciência do Holocausto " morre em Viena aos 96 anos

Incêndio de sinagogas em Gaza e os efeitos que pode ter nas Sinagogas de todo o mundo

Page 7: Tikvá nº 54, 6º ano

N asci na Terra de Israel,filho de pioneiros - pes-

soas que cultivaram as terras semantever batalhas - que não vierampara Israel para desapropriar osseus residentes. Se as circunstân-cias a tal não me tivessem obriga-do, não me teria tornado um solda-do mas sim um fazendeiro ou agri-cultor. O meu primeiro amor era econtinua a ser o trabalho manual;semear e colher; pasto e gado.

Eu, como alguém cujo camin-ho na vida o levou a ser um comba-tente e um comandante nas guer-ras de Israel, lanço hoje aos nossosvizinhos Palestinianos um apelo àreconciliação e ao compromisso pa-ra acabar com o conflito sangrentoe embarcar num caminho que leveà paz e à compreensão entre osnossos povos. É isto que me move eque considero a minha principalmissão para os próximos anos.

A terra de Israel é preciosapara mim e para o povo Judeu,mais do que tudo. Renunciar aqualquer parte do legado dos nos-sos antepassados é uma mágoa,tão difícil quanto a separação doMar Vermelho. Cada centímetro deterra, cada monte e cada vale, ca-da rio e cada pedra, estão impre-gnados de história judaica, reple-tos de memórias.

A continuidade da presençajudaica da Terra de Israel nuncacessou. Mesmo aqueles que foram

exilados da nossa terra, contra asua vontade, para os confins domundo - as suas almas, em todasgerações, ficaram ligadas à terra-mãe por milhares de fios escondi-dos de ânsia e amor, expressostrês vezes por dia em orações ecânticos de saudade.

Digo-vos estas coisas porquesão a essência da minha consciên-cia Judaica e da minha crença nodireito eterno e inatacável do Povode Israel à Terra de Israel. No en-tanto, eu digo isto aqui tambémpara enfatizar a imensa dor quesinto profundamente no meu cora-ção, ao reconhecer que temos quefazer concessões pela causa da pazentre nós e os nossos vizinhos Pa-lestinianos.

O direito do povo Judeu à Ter-ra de Israel não significa o despre-zo dos direitos de outros na mes-ma terra. Os Palestinianos serãosempre nossos vizinhos. Respeita-mo-los e não aspiramos a controlá-los. Também têm direito à liberda-de e a uma existência nacional esoberana no seu próprio Estado.

Esta semana, o último soldadoIsraelita deixou a Faixa de Gaza e alei militar cessou. O Estado de Is-rael provou que está disposto a fa-zer concessões dolorosas com o ob-jectivo de resolver o conflito com osPalestinianos. A decisão da separa-ção foi-me muito difícil de tomar eenvolve um preço pessoal muito al-

to. A sociedade Israelita está a pas-sar por uma crise difícil em resulta-do da Separação e necessita agorade sarar as suas feridas.

Cabe agora aos Palestinianosprovar o seu desejo de paz. O fimdo controle e da responsabilidadeIsraelita sobre a Faixa de Gazapermite aos Palestinianos, se as-sim o desejarem, desenvolver asua economia e criar uma socieda-de pacífica desenvolvida em liber-dade, justiça e transparência, queadira aos princípios democráticos.O teste mais importante pelo quala liderança Palestiniana passará,será o de cumprir o compromissode pôr um fim ao terrorismo e àssuas infra-estructuras, eliminar oregime anárquico de grupos arma-dos e cessar o incitamento e a dou-trina de ódio contra Israel e oscontra os Judeus.

Até que o façam, Israel sa-berá defender-se contra os hor-rores de terrorismo. É por isso queconstruímos a Barreira de Segu-rança e continuaremos a construí-la até que esteja completada, talcomo faria qualquer outro país pa-ra defender os seus cidadãos.

A Barreira de Segurança evitaque terroristas e assassinos che-guem diariamente às nossas ci-dades, atingindo cidadãos a camin-ho do seu trabalho, crianças a ca-minho da escola e famílias reunidaem restaurantes. A Barreira é in-

dispensável. A Barreira salva vidas!O sucesso da implementação

do Plano de Separação abre umajanela de oportunidades paraavançar no caminho da paz, deacordo com a sequência do queestá estabelecido no Roadmap(Roteiro da Paz). O Estado de Is-rael está comprometido a cumpriresse Roadmap e a implementar osacordos de Sharm-el-Sheik. E es-pero que seja possível, por este ca-minho, renovar o processo político.

Estou entre aqueles que acre-ditam ser possível atingir um com-promisso justo e a coexistência emboa vizinhança entre Judeus eÁrabes. Devo, no entanto, enfati-zar um facto: não haverá compro-misso no direito da existência doEstado de Israel como um EstadoJudaico, com fronteiras defensá-veis, em total segurança e semameaças de terror.

Apelo à liderança Palestinianaque demonstre determinação eque elimine o terror, a violência e acultura do ódio no nosso relaciona-mento. Estou certo que temos opoder de apresentar aos nossospovos um horizonte novo e promis-sor, um horizonte de esperança.

Distintos representantes,Tal como mencionei, o Povo

Judaico tem uma longa memória.Lembramos eventos que tiveramlugar há milhares de anos e certa-

mente lembramos eventos que ti-veram lugar neste mesmo salãonos últimos 60 anos. O Povo Ju-deu lembra-se do voto dramáticona Assembleia da ONU de 29 deNovembro de 1947, quando re-presentantes das nações recon-heceram o nosso direito ao resta-belecimento nacional na nossapátria histórica.. No entanto, lem-bramos também dezenas de de-cisões severas e injustas, toma-das pelas Nações Unidas ao longodos anos. E sabemos que, aindahoje, se encontram entre nós re-presentantes de um país cuja li-derança apela a que Israel sejaapagado da face da terra, e nin-guém contesta.

As tentativas desse país de searmar com armas nucleares, deveperturbar o sono de qualquer umque deseje a paz e a estabilidadeno Médio Oriente e no mundo intei-ro. A combinação de fundamenta-lismo obscuro com apoio a organi-zações terroristas cria uma sériaameaça à qual cada membro daONU se deve opor.

Espero que entre as grandesreformas pelas quais as NaçõesUnidas estão a passar no seu 60ºaniversário, se inclua uma mudan-ça fundamental e uma melhoria naabordagem das Nações Unidas,das suas organizações e das suasInstituições, em relação ao Estadode Israel.

Meus caros colegas e repre-sentantes.

A Paz é um valor supremo naherança Judaica e é o objectivoda nossa política. Após a longa econturbada errância, cheia deprivações, do povo Judaico; apóso Holocausto que aniquilou umterço do nosso povo; após a lon-ga e árdua luta pelo seu renasci-mento; após mais de 57 anosconsecutivos de guerra e terrorque não pararam o desenvolvi-mento do Estado de Israel; apóstudo isto - o desejo do nosso co-ração era, e permanece, o dechegar à paz com os nossos vi-zinhos. O nosso desejo de paz ésuficientemente forte para asse-gurar que a alcançaremos se osnossos vizinhos forem parceirosgenuínos neste grande objectivo.Se conseguirmos trabalhar emconjunto poderemos transformaro nosso pedaço de terra, que équerido a ambos os povos, deuma terra de discórdia numauma terra de paz - para os nos-sos filhos e netos.

Dentro de alguns dias, nocalendário Hebraico começaráum novo ano, o 5766º desde aCriação. De acordo com a fé ju-daica, o destino das pessoas edas nações é determinado peloCriador no Ano Novo - se serãoabsolvidas ou condenadas. Quepossa o Santíssimo, bendito sejaEle, determinar que, este ano, onosso destino e o dos nossos vi-zinhos seja a paz, o respeito mú-tuo e um bom relacionamento..

Deste distinto podium, em no-me do povo de Israel, desejo a to-dos os povos do mundo, um FelizAno Novo.

Fonte: Gabinete do Primeiro Ministro

(adaptado para português por Henrique

Ettner, a partir de uma tradução para in-

glês, do discurso original em hebraico)

Ariel Sharonna Assembleia Geral da ONU

Excertos do discurso do Primeiro-Ministro Ariel Sharon na cimeira especial de líderesmundiais na Assembleia Geral da ONU, em 15 de Setembro de 2005.

E S P E C I A L

12 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 13

Page 8: Tikvá nº 54, 6º ano

T eve lugar, no passado dia 24de Julho, no Hotel Diplomá-

tico, mais uma Assembleia-Geralda Comunidade Israelita de Lis-boa, que contou com a presençade dezenas de pessoas. O pontoúnico da ordem dos trabalhosera decidir e votar sobre ascondições de cedência do espaçoonde se encontra o Centro Israe-

lita de Portugal, na Rua RosaAraújo, em Lisboa. Após uma detalhada apresenta-

ção da proposta por parte da Di-recção da CIL, seguiu-se um im-portante debate muito animado eparticipativo, no final do qual agrande maioria dos presentes sepronunciou democraticamentepela entrega e saída da RosaAraújo, mediante uma indemni-zação que será reinvestida numfuturo espaço de eventos e en-

contros sociais e culturais da CIL,em Lisboa. A Direcção já está em-penhada na procura de um espa-

ço no mais breve espaço de tem-po possível, tendo sido prestadosesclarecimentos nesse sentido.Após alguns anos de impasse to-tal, com dificuldades jurídicas e fi-nanceiras a impedirem as obras ea reanimação da vida do Centro,fica então solucionada esta situa-ção, apesar das muitas saudadesna mente e no coração de todosos que ali viveram momentosmuito bonitos e emocionantes dahistória da Comunidade Israelitade Lisboa. Mas a vida continua emais importante do que os espa-ços são as pessoas - e essascontinuarão a escrever a históriada nossa comunidade.

O Movimento Juveni l DorChadash de Lisboa reali-

zou durante o mês de Julho a 4ªedição da sua já tradicional Ma-chané de Verão. Desta vez, es-tavam presentes 30 jovens comidade entre os 7 e 16 anos queparticiparam nesta rica vivên-cia, marcada por momentosmágicos de muita integração,interacção, conteúdo judaico elazer. Como sempre ocorre, es-ta foi para alguns a primeiravez, mas isto novamente nãoimpediu que a participação detodos fosse absolutamente ho-mogénea e de grande valor co-lectivo. O programa teve como temacentral a "Volta ao Mundo",através do qual os jovens pude-ram conhecer, bem como viven-ciar a história e o judaísmo depaíses de di ferentes conti-nentes, nomeadamente a China,Marrocos, Grécia, México e Is-rael, sempre através de contí-nuas e variadas actividades, lin-damente aplicadas e coordena-

das de forma incansável (15 ho-ras diárias) pelos nossos jovensMadrichim, que mais uma veztrabalharam e se empenharampara o seu sucesso. O tema, lo-gicamente, era dirigido e adap-tado respectivamente aos 3 gru-pos etários participantes, comalgumas actividades a ocorrercolectivamente.Parabéns aos chanichim pela bela

participação e aos madrichim pe-lo tradicional empenho e dedica-ção! Obrigado também aos paispor todo o apoio e crédito maisuma vez manifestado nesteevento e que continuemos a rea-lizar cada vez mais iniciativas erealizações de grande êxito nonosso querido movimento juve-nil. Kadima Dor Chadash!Marcos Prist

Vinho Kasher "Ben Rosh"

O vinho "Ben Rosh" 2003, vinho Kasher produzido emAlenquer pela Sociedade Agrícola Félix Rocha, será pu-

blicamente lançado no final do mês de Setembro pelas 16 ho-ras nos Paços do Concelho de Alenquer, contando com a pre-sença de autoridades e personalidades ligadas directamentee indirectamente ao vinho em questão. No que diz respeito aovinho propriamente dito, ele apresenta-se como um vinho jo-vem, mas com carácter forte e vincado, características pró-prias da sua casta de origem - a Castelão (Periquita).

O vinho foi produzido de acordo com todas as leis de Kashrut e portanto ganhou o certificado de "Ka-sher" do Rav Boaz Pash, Rabinato-Chefe de Israel, e "Triangle K" de EUA. Pode servir tranquilamentepara Kidush, Havdala, e não menos para Quatro Copos de Pessach."LECHAYIM!"

A C O N T E C E U N A C I L

CIL realiza importante Assembleia-Geral

IV Machané de Verão do Dor Chadash

14 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 15

Page 9: Tikvá nº 54, 6º ano

F ace à decisão do Rabino BoazPash de regressar a Israel,

teve lugar, no passado dia 18 deJulho uma reunião para debateras diferentes alternativas em re-lação ao futuro. A reunião contoucom a presença de 18 pessoasconvidadas pela Direcção da CIL edecorreu com seriedade e espíritoconstrutivo. Principais questõesque reuniram o consenso geral:- A necessidade de Educação Re-ligiosa como sustentáculo do fu-turo. Sem uma educação judaica sis-temática, o futuro do judaísmo eda comunidade está hipotecado.No entanto não basta ter um bomeducador, é preciso que os mem-bros da CIL tenham a vontade deaprender e estimulem os seus fil-hos nesse sentido.- Foram equacionadas as opçõesde um Rabino ou Educador Reli-gioso, sendo que o consenso do-minante recaiu sobre a segunda

alternativa, neste momentoconsiderada prioritária, tendo si-do sugerido um educador próxi-mo da linha Bnei Akiva. Nestaperspectiva foi apreciada a possi-bilidade de um Educador Resi-dente e de um Rabino itinerante- Foi igualmente proposta a ela-boração de um plano global de

educação que tenha em conta arealidade da CIL e que tire parti-do dos recursos humanos locais.- Finalmente foi focada a urgên-cia da organização e coordenaçãodo sector religioso, nomeada-mente dos serviços, assegurar ominian, livros e outras questõesessenciais.

A C O N T E C E U N A C I L

A CIL tem recebido, através dosseus serviços administrati-

vos, um volume crescente de soli-citações para visitas das mais dife-rentes instituições, nomeadamen-te e na sua grande maioria escolaspúblicas, grupos de turistas, uni-versidades, instituições públicas eprivadas e outras. Graças a funda-mental e nobre colaboração daSra. Anita Bekerman, que há anosacolhe estes grupos, a CIL recebeuem 2005 (Janeiro a Setembro)2270 alunos, 253 professores e

mais 1367 pessoas de diversasinstituições, chegando ao expres-sivo número de 3.890 visitas, quepossuem um roteiro pré-estabele-cido, que permite aos visitantesobterem importantes informaçõese dados a respeito da nossa reli-gião e da história da nossa Sinago-ga. Em geral, as visitas acontecemdurante a semana e têm uma du-ração média de cerca de 30 a 45minutos. É de lembrar que estesgrupos nos chegam das mais di-versas partes do país.

Visitas à Sinagoga cada vez mais frequentes

Encontro enfatiza importância da educação religiosa na CIL

Obras do Mikvê

É com grande satisfaçãoque comunicamos que o

processo das obras para o no-vo Mikvê da CIL está a decor-rer de forma definitiva. Os pro-jectos de arquitectura e en-genharia em conformidadecom a lei judaica já estão orça-dos e aprovados. Nos próxi-mos dias irá ocorrer o concur-so através da Direcção Geraldos Edifício e Monumentos Na-cionais para a definição da em-preitada, para logo a seguir seiniciarem as obras, cujo térmi-no se prevê no final de 2005. Agradecemos a todos os quetêm colaborado para a concre-tização de mais esta impor-tante obra da CIL e que aindanecessita de apoio financeiro.Contribua, fazendo um donati-vo em nome da ComunidadeIsraelita de Lisboa/ Obras Mik-vê - Banco BES -NIB: 00070006 0000 5570009 02.

7ª Conferência da ConfederaçãoMundial de Centros Comunitários Judeus

O Director Executivo -Marcos Prist irá parti-

cipar neste tradicional eimportante evento de âm-bito mun-dial queterá lugarna cidadede Haifa,em Israel,entre osdias 19 e 22 de Setembro,com a presença de repre-sentantes de vários países,entre os quais dirigentesprofissionais e voluntáriose líderes comunitários.

A Direcção do Maccabi CountryClub tem a satisfação de in-

formar que as atletas participantesna 17ª Maccabíada em Israel, re-presentando o nosso Maccabi-Por-tugal em golf, foram condecoradascom duas medalhas: uma de ouro

e uma de bronze. A Sra. FernandaCarp recebeu a medalha de ouro, ea Sra. Isabel de Botton, a medalhade bronze. É de realçar que os par-ticipantes se auto financiaram paraparticipar no evento. Estamos to-dos de parabéns!

OPresidente da Cil - José Oul-man Carp esteve presente e

participou nesta importante inicia-tiva realizada pela Escola Secundá-ria Carlos Amarante e que teve lu-gar no passado dia 15 de Junho emBraga, Também estiveram presen-te o Embaixador de Israel em Por-tugal - Sr. Aaaron Ram, o Presi-

dente da Comunidade Judaica doPorto - Moisés Medina, autoridadeslocais, jovens alunos, pais e mora-dores da região. O evento decorreudurante um dia todo com distintasactividades, entre as quais a inau-guração de uma pedra (memorial)e plantação de uma árvore simbó-lica em homenagem a esta data.

Macabiada 2005 Maccabi Portugal:Medalhas de Ouro e Bronze!

Cerimónia do 60º Aniversário do fim do Holocausto na Escola Carlos Amarante

16 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 17

Palestra com o Embaixador de Israel

T eve lugar no final do mês de Julho naHasifriá - Espaço Cultural e Biblioteca

Dr. Elias Baruel, uma interessante palestraproferida pelo Embaixador de Israel em Por-tugal - Sr. Aaron Ram. - sobre o tema : "Di-sengagment", explicando pormenorizada-mente aos presentes as razões políticas eestratégicas da retirada completa e definiti-va dos assentamentos judaicos e do exérci-to de Israel da Faixa de Gaza.

Visitas de candidatos às eleições autárquicas deLisboa à nossa comunidade

A2 e 5 de Agosto respectivamente, recebemosa visita do Engº Carmona Rodrigues, candi-

dato independente pelo PSD à Câmara de Lisboae da Drª Maria José Nogueira Pinto, do CDS-PP,com o objectivo de melhor conhecer a nossa co-munidade e os seus mais prementes problemas.Ambas as reuniões decorreram num ambiente decordialidade, tendo-lhes sido oferecido o livro"Judeus em Portugal".

Page 10: Tikvá nº 54, 6º ano

Desafiando os seus chefes em Washington,passou mais de 2,500 vistos americanos a refu-giados Judeus e outros, incluindo os artistasMarc Chagall e MaxErnst e à família doescr i tor ThomasMann. Também deuabrigo a Judeus nasua casa em Marselhae obteve papéis deidentidade falsos paraajudar os Judeus nassuas perigosas tra-vessias pela Europa.Trabalhou com as or-ganizações secretasfrancesas para ajudaros Judeus a passaremclandestinamente de

França para a Espanha de Franco ou para a zonaMediterrânea, contribuindo para as suas despe-sas do seu próprio bolso.

Em 1941 Washington perdeu a paciência comele. Mandaram-no para a Argentina, onde maistarde continuou a incomodar os seus superioresdenunciando os movimentos de criminosos deguerra Nazis. Acabou por ser, muito provavel-mente, forçado a sair do serviço diplomático.

Bingham morreu sem um tostão em 1988. Asua extraordinária actividade era praticamentedesconhecida até o seu filho ter descoberto, apósa sua morte, algumas cartas nos seus haveres.Desde então tem sido homenageado por muitosgrupos e organizações incluindo as Nações Uni-das e o Estado de Israel.

Texto enviado por Eduardo Ruah

e traduzido do inglês por Clara K. Cassuto

Esta pequena história torna um poucomais evidente o comportamento infame da admi-nistração Roosevelt para com os Judeus durantea IIª Guerra Mundial. Há uns meses atrás o (ex)Secretário de Estado Collin Powell condecorou atítulo póstumo Hiram (ou Harry) Bingham, IV por"dissidência construtiva".

Há mais de cinquenta anos que o Departa-

mento de Estado Americano resistia a todas astentativas para homenagear Bingham. Para oDepartamento ele era um membro insubordina-do do corpo diplomático dos E.U , um aventurei-ro provavelmente despromovido. Agora, após asua morte, foi oficialmente reconhecido comoum herói.

Bingham veio de uma família ilustre. O seupai (em quem foi baseado o personagem de fic-ção Indiana Jones) foi o arqueólogo que desco-briu a cidade Inca de Machu Pichu no Peru, em1911. Harry entrou para o serviço diplomáticoamericano e em 1939 foi colocado em Marselha(França) como vice-cônsul. Na altura os EUAeram neutros, e não querendo irritar o regimefantoche do Marechal Petain em Vichy, o gover-no do Presidente Roosevelt proibiu os seus re-presentantes em Marselha de darem vistos a Ju-deus. Bingham considerou esta orientação políti-ca imoral e, arriscando a sua carreira, fez tudo oque estava ao seu alcance para a contrariar.

M O M E N T O D E R E F L E X Ã O

18 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

A princípio, o tzaddik* rabino Pinraz de Koritzera um desconhecido entre as gentes. Mas,aos poucos, a sua reputação foi crescendo e opovo começou a visitá-lo aos magotes, a talponto que ele chegou a lamentar todo o tempoque passava a atender os visitantes, que noseu entender o distraiam do estudo da Torá.Foi então que rezou, pedindo que o povo o

deixasse de ter em tão alta consideração, para que não o apoquentassem tanto. A ora-ção foi atendida e o rabino passou a viver uma vida solitária. Na festa de Sukkot, quan-do é um grande mandamento ter convidados e ser generoso e hospitaleiro, o rabinoPinraz construiu um pequeno tabernáculo em frente do qual se pôs convidando os espí-ritos dos Patriarcas porque, sendo solitário e retirado do mundo, não queria partilharrefeição nenhuma com os vivos. Foi então que o Patriarca Abraão passou em frente dacasa sem entrar. "Abraão, não quereis ser meu convidado? Teria muito gosto que vosjuntásseis a mim", pediu o rabino Pinraz ao espírito do Patriarca. "Meu caro, estudastanto mas não compreendes nada… eu não posso juntar-me a quem recusa o mundo eenjeita os seus semelhantes", respondeu-lhe Abraão prosseguindo o seu caminho.Ao ouvir as palavras do Patriarca, grossas lágrimas escorreram pelo rosto do rabi Pin-raz. Finalmente compreendera que a sua vida só fazia sentido se fosse compartilhada eposta ao serviço dos outros. Recolhendo-se no seu quarto, o rabino rezou para que me-recesse de novo a estima do povo. Mais uma vez, a oração foi atendida.

Conto tradicional dos judeus da Europa oriental, transcrito por Martin Buber no livro Die Erzählungen derChassidim (As Lendas dos Hassidim), publicado simultaneamente em Jerusalém e Zurique, em 1949.* Tzaddik - homem justo e honesto. Expressão usada frequentemente para designar os rabinos seguidoresdo Hassidismo, o movimento místico fundado no século XVIII na Polónia por Baal Shem-Tov (o Mestre doBom Nome). (Blogue A Rua da Judiaria, de Nuno Guerreiro)

ABRAÃO E O TZADDIK SOLITÁRIO

Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 19

Um verdadeiro heróiHiram (ou Harry) Bingham, IV

Page 11: Tikvá nº 54, 6º ano

Ao Presidente da Câmara Municipal de BelmonteSenhor Amândio Manuel Ferreira de Melo,

É com profunda tristeza que este e-mail lhe édirigido. Com efeito recentemente foi inaugu-rado em Belmonte um Museu consagrado àpresença judaica em Portugal.Este Museu deveria ter recebido o apoio incon-dicional de todos, tão notáveis são as colec-ções que aí estão expostas. Somente esseapoio não existe, dado que a obra do Eng. Sa-muel Schwarz foi simplesmente ocultada (àexcepção de uma lápide cuja tradução está as-sinalada como sendo de S. Schwarz).Entre os especialistas desta questão é reconhe-cido que S. Schwarz está na origem da desco-berta dos cristãos novos de Belmonte. Graças àsua enorme sabedoria ele revelou os ritos ecostumes destes cristãos novos, em numero-sos livros dos quais o principal, publicado em1925, "Os cristãos novos em Portugal no Sécu-lo XX, livros esses que são uma referência in-contestável tanto para historiadores portu-gueses como estrangeiros. Depois de ter ad-quirido a Sinagoga de Tomar, ele restaurou-a edoou-a ao Estado Português que também ad-

quiriu a sua enorme biblioteca luso-hebraica.Este esquecimento é uma injustiça sem limitesao homem que foi Samuel Schwarz, de certamaneira umasegunda morte e também uma negação à ver-dade histórica.O Museu Judaico de Belmonte não pode existirperante esta dupla ofensa e deve oferecer àobra de S. Schwarz o lugar eminente que lhe édevido. Lembro-lhe a sua declaração no dia dainauguração "este museu foi criado devido àurgente necessidade de prestar uma real ho-menagem ao povo Judeu e de dar visibilidadeà Comunidade Judaica de Belmonte, além dehonrar a História". Compete-lhe a si repor arealidade e honrar a história.

A S N O S S A S S U G E S T Õ E S

R e v i s t a sOS JUDEUS NO BRASILCONTEMPORÂNEORevista de Estudos Judaicos,nº 8, Abril 2005Coord. de José Alberto Tavim Um panorama do Brasil judaico contemporâneo,com especial incidência nas comunidades do Rio deJaneiro e de S. Paulo

L i v r o sSugerimos a leitura do ciclo sefardita de RichardZimmler, editado na Gótica:

O Último Cabalista de LisboaMeia Noite ou o Princípio do MundoGoa ou o Guardião da Aurora

Três encontros com diferentes gerações da linhagemdos Zarco.

E S P A Ç O A B E R T O

Divulgamos a Carta Aberta de Clara Schwarz, filha do grande investigador do cripto-judaísmo, Samuel

Schwarz, ao Presidente da Câmara de Belmonte, Amândio Manuel Ferreira de Melo, em protesto contra o

apagamento desta grande figura no Museu de Belmonte recentemente inaugurado.

Como se sabe, Samuel Schwarz foi um estudioso incansável do fenómeno cristão novo em Portugal e o

primeiro a descobrir a comunidade de Belmonte e a divulgá-la ao mundo.

Carta Aberta de Clara Schwarz ao Presidente da Câmara de Belmonte

20 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

A pedido de Clara Schwarz, juntamos os en-dereços do museu e da câmara municipal, ca-so queiram manifestar directamente a vossaopiniã[email protected]

[email protected]

Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 21

Salvando os Sefarim

da uma Sinagoga de Nova Orleães

A CIL NA TVRTP 212 de Outubro - 4ª F - 18:00

Fé dos Homens"O Sentido do Iom Kipur, Dia do Perdão"

7 Novembro - 2ª F - 18:00Fé dos Homens "A presença judaica em Cabo Verde"

13 Novembro - Domingo - 09:00 Caminhos"Percorrendo a exposição 'Joshua Benoliel'

30 Novembro - 4ª F- 18:00 Fé dos Homens "O Museu Judaico de Belmonte"

Eventual mudança no horário da emissão é de total responsabilidade da emissora.

Na 1ª fila: Esther Sorin, Rivka Sorin, Miriam Sorin, ??? Janowski (3) 2ª fila : Erich Neumann, (Lesser?), Igo Kantor,Leah Sorin, Sulamit Stein, Nathan Mucznik, D.Julia , ??, D.Irene (professoras da instrução primária da Escola Israelita da ruaConde de Redondo, Lily Diesendruck, Isaac Mucznik, Arnon Hiller (Gueguel), Abraháo S. Levy, ??Lesser ou Stern, 3ª fila:Max Stahl (?) Hanah Schächter, Abrahão Sorin, Sofia Stein, Zelig Kit, Anita Sequerra (Marqués) Miriam Glazberg, Isaac S. Levy,,Batsheba Levy, Samuel Levy, Arnold Diesendruck, Waltuch, Abrahão S. Esaguy, Miriam Moskowicz (Brodheim), ?? Sol AmramLevy 4ª fila: Carlos Schächter ?? , Abolnik, ?? Janowski ?? Chaya Stein 5ª fila: Lea Szternfeld, ??, ??, HeinzRomerowski, Isaac H.Levy, Salomão Sequerra Amram, Raquel Levy, Hannah Esther Stein.

Do nossoqueridoSamuel Levy,recebemos esta foto que hoje publicamos,com o seguintetexto e legendas:"Junto fotoque encontrei,com os nomesque conseguireconhecer.Agradeço mecorrijam ecompletem.Obrigado."Samuel Levy

R e c o m e n d a m o s e s t e s s i t e s i n t e r e s s a n t e swww.jewfaq.org/prayer/shema.htm www.timeanddate.com www.spielbergfilmarchive.org.

Page 12: Tikvá nº 54, 6º ano

N o calendário hebraico en-contramos cinco festas bí-

blicas, que são os três Regalim -Pessach, Shavuot e Sukkot - emais duas celebrações - RoshHashana e Yom Kipur. Todas asfestas têm ligação entre a descri-ção na Torá e a maneira como ascelebramos. As rezas, as leis e ascostumes correspondem e ex-pressam a intenção das escritos.Por exemplo, os nomes dos trêsRegalim no Kidush são "época danossa liberdade" (Pessach),"época da entrega da Torá" (Sha-vuot), ou "época da nossa ale-gria" (Sukkot) - correspondentesinteiramente ao conteúdo da fes-ta, na Torá. Assim, também dize-mos na oração de Yom Kipur "diaque foi dado para perdão, cle-mência e expiação, de todas asnossas transgressões…" dito que,adequado para o verso da Toráreferindo o objectivo deste dia:"é o dia da expiação, para nele sefazer expiação por vós perante oAdonai vosso Deus" (Vaikra23;28) ou "…fazer expiação umavez por ano pelos filhos de Israelpor causa de todos os seus peca-dos." (idem 16:34).Surpreendentemente, há umdia, Rosh Hashaná, sem ligaçãoentre a descrição da Torá e omodo de celebração que o ju-daísmo prático lhe atribui.De acordo com a tradição, emprimeiro lugar Rosh Hashaná é oprimeiro dia de "dez dias de arre-pendimento" que são o tempomais adequado para meditar, darconta das acções do passado efazer promessas com vista a umfuturo melhor. Também as ora-ções desse dia expressam estasideias, tal como o seu conteúdo.As preparações encarregam a

natureza de preparar os cora-ções para voltar para Hashem epara o caminho certo; em cadadia do mês anterior, Elul, toca-seo Shofar e um trecho especial édito duas vezes por dia (Salmos27, "Adonai é a minha luz") e du-rante um mês - ou semana, deacordo com o costume - antes deRosh Hashana acordamos cedode madrugada para nos reunir-mos e dizer "Slichot" (=súpli-cas), que continuarão uma se-mana depois. Através destes fei-tos liga-se Rosh Hashana a YomKipur, que vem logo em seguida,com um objectivo comum: peni-tência, invocação e perdão. Ob-viamente, no início do ano novo,são as coisas mais procuradaspor uma criatura moral. Até umnome comum foi adoptado aestes dias: "Yamim Noraím"(="os dias terríveis")Qual é a origem de identificar odia de Rosh Hashaná como umdia perdão, penitencia e recupe-ração? Na descrição na ParashatPinchas não se encontra nadadisso, aí é dito: "No sétimo mês,no primeiro dia do mês, tereisuma santa convocação; nenhumtrabalho servil fareis; será paravós dia de som de trombetas"(Números 29:1). Assim, tambémse levanta a questão do contactoentre Rosh Hashaná e Yom Kipurcomo "Yamim Noraím", na Toránão há referência nenhuma queligue os dois dias. De acordo com o escrito da Toráexiste somente uma Mitzvá quepertence a Rosh Hashaná - tocar oShofar, "será para vós dia de toquede Shofar" - diz-nos a Torá e nadamais, até o motivo deste manda-mento de tocar o Shofar não estáexplicitamente esclarecido na Torá.

É interessante comentar que noaparecimento desta Mitzvá emoutro ponto da Torá, a linguagemé um bocado diferente: "No séti-mo mês, no primeiro dia domês… em memória de som deShofar, uma santa convocação…"(Vaikra 23:24) isto é, de um lado"dia de toque de Shofar (Yom Te-ruá)" e noutro é só "Recordaçãode som do Shofar (=Zichron Te-ruá)". Talvez este último se refiraao dia de Rosh Hashaná que cal-hou no Shabbat, quando não setoca Shofar e é somente lembra-do nas orações.A expressão "memória do som deShofar" vem indicar que o própriotoque de Shofar vem para memo-rizar algo, mas aquele "algo" nãofoi esclarecido na Torá.Vale a pena enfatizar que a recor-dação não é uma coisa secundária,eis que o nome oficial do dia é "odia da lembrança" (=Yom ha-Zica-ron), lembrança que é levantadaatravés da voz de Shofar. Aquitambém a Torá deixa o conteúdodesta "lembrança" em branco. Co-mo se nos dissesse, "procura o se-gredo que está escondido atrás".Uma das possibilidades de encon-trar resposta é procurar mençõessemelhantes na Torá, onde tam-bém é usado o som de instrumen-to musical para objectivo religio-so, e fazer a analogia. No livro Ba-midbar está escrito: "Faz duastrombetas de prata" (Números10:2), e naquele mesmo capituloestão detalhadas as ocasiões queobrigam ao seu uso: na viagemdo povo no deserto ("para as par-tidas dos arraiais se tocará reti-nindo". idem 5) nas festas ("nosdias da vossa alegria, nas vossasfestas fixas, e nos princípios dosvossos meses, tocareis". idem

M E N S A G E M D O R A B I N O

UM PONTO DE COMPREENSÃO

ROSH HASHANA

22 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 23

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10) e mais uma ocasião que temmuito a ver com o nosso tema -na altura de guerra, quando o in-imigo se aproxima, "Ora, quandona vossa terra sairdes à guerracontra o inimigo que vos estiveroprimindo, fareis retinir as trom-betas; e perante o Senhor vossoDeus sereis tidos em memória, esereis salvos dos vossos inimigos"(idem 9) este verso vem parasublinhar que na hora de tensão,o povo de Israel não fica sozinho;o Eterno fica ao nosso lado paranos ajudar e proteger do ataquedo inimigo. Porém, a ajuda divinanão é óbvia e automática, nós de-vemos trombetear, e como resul-tado da trombeta Deus "lembra-se" de nós ("sereis tidos emmemória") e age para nos salvar("e sereis salvos") o verso revela-nos que o povo tem o direito depedir, talvez até exigir que Deus oajude. O toque manifesta o com-promisso mútuo entre nós e a di-vindade: dirigimo-nos a ele, e eleajuda nos. Daqui podemos com-preender o sentido tocar o Shofar.Corremos neste mundo duas es-pécies de perigo: um é físico e o

outro é espiritual. Além do per-igo da ameaça de um inimigo fí-sico que nos tenta atacar e tirara nossa liberdade, existe sempreo perigo do inimigo moral, quetenta fazer o mesmo ao nível donosso modo de viver - ameaçara nossa liberdade moral. Na sua vida, a pessoa estásempre rodeada de tentações quea podem levar a transgredir a leida moralidade judaica: começacom alimentação proibida, dinhei-ro que não devia ter recebido,uma conduta não apropriada narelação com os familiares e comos próximos, ignorar os desejosdos outros ou negligenciar o fraco- são fraquezas que o esperam naesquina, e que não raramentemuitos falham na confrontação.Foi por isso que a Torá definiu umdia no ano cuja única finalidade édespertar-nos e redireccionar-nospara caminho certo. Mas o segredo é que até nestedesafio não estamos sozinhos, oEterno está pronto para nosapoiar, mas tal como na alturada guerra, é preciso que nos di-rijamos a Ele e solicitemos a Sua

assistência. O apelo é feito atra-vés do som de Shofar. Tal comoo uso das trombetas - feitas pelamão humana - acontece na altu-ra dum perigo físico, do ataquede um inimigo, assim também éo som de Shofar - obra da natu-reza - é a chamada para o apoiodivino no confronto a nível espiri-tual. Uma chamada profunda pa-ra ajudar a encontrar o objectivotão desejado - o caminho da ver-dade, da justiça e da paz. A mensagem de Rosh Hashana éclara, e é a que levaremos da si-nagoga pelo resto do ano: a as-sistência celestial é garantida,mas o primeiro passo - ou, aomenos, a primeira aproximação- deve partir de nós.Os meus sinceros votos de umShana Tova uMetuka, um ano bome doce. Que seja este ano de 5766um ano repleto de verdade, justiçae, acima de tudo, um ano de PAZ.Rezamos, junto com todo o povoIsrael e com toda a humanidade,para que neste ano Deus apliqueo seu nome sagrado "SHALOM" àrealidade de nosso mundo.Rabino Boaz Pash

Page 13: Tikvá nº 54, 6º ano

Actividades Sociais e Culturais

Educação Judaica e Religião Shiurim - 5765

Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano IVA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !!Actividades todos os domingos, das 15h00 às 18h00 no Maccabi Country ClubJovens e crianças a partir de 03 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas Muitas surpresas em 2005 !

As nossas actividades já reiniciaram no dia 18/ 9!

Coral Etz Chaim - Ano III Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros semanais - às 3 ª s e 5ªs feiras, das 19:30 às 21:00 - Monte OliveteParticipação: 5€ por encontro | Inscreva-se já! Reinicio das actividades no dia 29/9!

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos

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3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected] | www.cilisboa.org/documents/maccabi/FichaMembro

LEHAKAT HAMACCABI NOVO GRUPO DE DANÇA ISRAELI NÃO PERCAM ! TODOS OS DOMINGOS DAS 12H00 ÀS 13H30 - NO MACCABIJOVENS DOS 12 AOS 15 ANOS

Mais informações e inscrições através da nossa secretaria !!!Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você !!

Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade Venha e traga toda a sua família !

6ªs feiras às 20h00 / Sábados às 9h00

SEUDÁ SHELISHITZemirot (canções) e a tradicional refeição de ShabatTodos os Sábados, após o serviço de Minhá

Grupo de Estudos sobre a Parashá da semanaTodas as 6ªs feiras às 19 horas na Sinagoga. Aberto a todos.

Coordenação: Alain Hayat

A S N O S S A S A C T I V I D A D E S

24 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

Dia Hora Grupo Tema Local Domingo 09:00 - 10:00 Aberto Talmud Sinagoga Domingo 14:00 - 15:00 De 10 - 14 anos Bar/bat Mitzva MCC Segunda-feira 19:00 - 20:30 Aberto Judaísmo SinagogaSegunda-feira 20:30 - 22:00 Aberto Ivrit SinagogaTerça-feira 19:00 - 20:00 Aberto Cabalá e Filosofia Judaica Sinagogaquarta-feira 12:00 - 13:00 De 10 - 14 anos Bar/bat Mitzva Sinagoga quarta-feira 20:00 - 21:30 Aberto Ivrít (iniciantes) Sinagoga Sábado 12:00 - 13:00 De 10 - 14 anos Bar/bat Mitzva Sinagoga

Grupo Guil Hazaav - Ano III (Idade de Ouro) Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanente (música, ginástica, palestras, passeios ...)Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 horasSede no Monte Olivete | Participação: 5,00 € Reinicio das actividades no dia 28/9 !

Tikvá 54 • Julho/Agosto/Setembro 25

O Maccabi Informa os sócios

Almoço aos Domingos Todos os Domingos há almoçono clube, sempre a partir das12:30 horas.

Aula de Dança Israeli -LEHAKAT HAMACCABI Já reiniciaram os ensaios deDança Israeli dirigidos pela Lil-ian Prist para os jovens dos 12aos 25 anos- Todos os Domin-gos - das 12 às 13:30 horas.Não é preciso inscrever-se. Asaulas são gratuitas.

A g e n d a

Setembro

Dia 16 Oneg Shabat Especial com o Rabino Boaz

Dia 24 Chá para Senhoras

Outubro

Dia 2 Palestra com Dr. Joshua Ruah Tema: "A Contracepção,Aborto e reprodução medicamente assistida no judaísmo"

Dia 8 Rosh-a-shanah Party (a confirmar)

Informações: 21 911 11 88

O Maccabi é a sua casa!

Oneg Shabat com karaokeUma noite muito especial e divertidarealizada no passado dia 17 de Junho ecom a feliz descoberta de vozes e ta-lentos extraordinários, até então nnoanonimato...

Uma noite no Marrocos Realizado no dia 25 de Junho, o eventosuperou às expectativas e levou a to-dos (muitos vestidos a carácter) a via-jar pelos Marrocos e desfrutar de umamaravilhosa comida típica , com direitoa apresentaçãoda verdadeiradança do ventree muita descon-tração entre osvários presentes.

Chá com a Roc Ocorreu no início de Julho esta tarde de importantes escla-recimentos sobre os produtos de beleza e os efeitos emnossa pele. Foi uma apresentação didática e muito inter-essante dirigida por Estella Cutten que ainda ofereceumuitos prémios às pessoas presentes

1º Open de Ténis O evento desportivo realizado nos dia 9 e10 de Julho, encerrou com um almoço deconfraternização entre os vários partici-pantes desta 1ª edição que juntos pude-ram comemorar o sucesso na organiza-ção de mais este evento do Maccabi queteve como vencedor o Arnaldo Grossman. No almoço foram distribuídos pré-mios aos demais competidores.

Filme Irmãos de NavioNo dia 23 de Julho foi realizada no clube uma sessão especial com este belofilme que fala da cumplicidade de todos aqueles que juntos fugiram dos hor-rores da Guerra na Europa, das suas amizades e generosidades. Históriasa não esquecer...

Jantar comemorativo dos prémios da MaccabiahNo dia 28 de Julho realizou-se esta justa homena-gem. Portugal participou pela primeira vez namaccabiada com dois concorrentes na modalida-de de Golf Master e trouxe para o país duas hon-rosa medalhas: a de Ouro com Fernanda Carp ea de Bronze com Isabel de Botton. Parabéns àsnossa representantes e à Portugal !!

Palestra com o Rabino BoazNo final de Julho, dia 31 o nosso Rabino nos presenteou com uma interes-santissima pakestra sobre "Guilgulim" (Reencarnação), mostrando o pontode vista cabalístico sobre as almas.

Page 14: Tikvá nº 54, 6º ano

N A H A L O T

ELULSábado 17/09 Eduardo José De CamposPereira Manaças 15

Simão Kadosch 16 Alberto R. Blumenfeld 17 Regina Israel 18 Hans H. Golschmidt 19 Alexandre Joanes 19

Sábado 24/09 Anna Korn 21Júlia Seruya 26

Sábado 01/10 Arnold B. Gomperts 27 Maximiliano Azancot 28

TISHRIMark Seruya 1 Isaac Harsan 2 Abraham T. Esaguy 3 Carlos Seruya 3Isaac Bentes Ruah 4 Moisés Ettner 4

Sábado 08/10 Ester B. Cardona 5 Isaac Segal 5 Simy Ruah Benoliel Kadosch 6 Avrum Olosinski 6 Judah Benoliel 7 Elias Seruya 8 David Obadia 8 Yehnia Israel 9Yehuda Leon Cassuto 10 Eva Terló 11

Sábado 15/10 Moisés Israel 12 Joaquim Mitnitzky 13Rushla Dyna Koperman 14Salomão Cagi Ruah 15 Thelma Blumenfeld 16 Samuel Amram 17

Sábado 22/10 Ruy Mark Seruya 19 David Broder 23

Jeta Noymark 24 Joshua H. Levy 24 Salomão Moscovic Isaac Querub 25Sol Tuaty 25Judith Levy 25

Sábado 29/10 Anabela Maria Levy Mendes 26 Salomão Moskovic 27David Benoliel 28 Ino Levy 29 Marie Langber 29 Samuel Benady 30 Rabino Abrahão Assor 30 Jonathan David P. Cowl 30Henriequeta Matias 30

HESHVANMoisés B. Ruah 1 Norman Staley Beebe 1 Jacob Israel Levy 1 Icko Bekerman 1 Ernest Aberlé 2 Miriam Kofflea Katchi 2

Sábado 05/11 Raquel Belmar Ruah 3 Roshym Unterman 3 Tamo Sabath 5 Mary Rafael Benoliel 6Lothar Geismar 7Jacome Nahom 8 Erich Damann 8 Maurício Sulema 9 Sara Sorin Goldberg 9

Sábado 12 /11 Grete Friman 10 Esther Levy 12 Ana Tuaty 12 José Bento Esaguy Ruah 12 Helen Sorin 13Sultana Tuaty 13 Victoria Arié 16 Narciso Arié 16

H O M E N A G E N S Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

26 Tikvá 54 • Maio/Julho/Agosto/Setembro

ANIVERSÁRIOSSETEMBROVictor Blumenfeld 04Maurice Mayper 06Valerie Brodheim 06Michel Kopejka 08Joshua Gabriel Ruah 08Gal Yarkoni 09Daniel Beckerman 09Josée Bollack 11Emilia Ettner 11Charles Sammartano 13Tomás Ayash 20Charles Arié 20David Katz 22Eduardo Ruah 25David Yarkoni 27Jens Classen 28Samuel Ruah 29Gabriel Pihas 30Alexandre Arié 30

OUTUBROAndrea Classen 02Henrique Ettner 02Abraham Sorin Cowl 03Marcos B. Zagury 05Inacio Steinhardt 05Alberto Fresco Marques 06Sofia Gabriel Khaski 06Clara Cohen Morão 08John Blumenfeld 10Esther Atzmon 11Daniel Ayash 11Judith Shap Pinto 13Eva Mayer Raposo 17José Salomão Ruah 22Susana Ruah Arié 23Monique F.Schwartz Bento 24Ana Arié 26

NOVEMBROEdgar Loewenthal 03Moriel Levy 07Salomão Rosenfeld 07Beila Leia Szary 11Edith Foerster 14René Arié 14Álvaro Leon Cassuto 17Clara Bensimon Hayat 17

Andréia Fernandes Teruszkin 18Toni Ruah 19Alexandre Brodheim 19Eva Ettner 19Ester Bekerman N. Carneiro 21Mark Robertson 21Vera Goldschmidt Ferreira 21Vera Broder Koshet 25Martha Steinhardt 25Vera Curiel 27José Salvado 28Jeremy D. Yarnell Aboab-Leidstar 29Gabriel Steinhardt 29

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

BAR - MITZVOTDavid Carp, fez a sua Bar Mitzvá, em Jerusalém, no Kotel (Shar Hahashpod) na sexta-feira dia 15 de Julho / 8 de Tamuzde 5765 com o Rabino Epstein, na presença de seus pais e de Elie e Ana Shalit, Samy e Nava Tevet, Yair e Sara Sachs,Isabel de Botton e José Silva Dias .

Ricardo Banon, celebrou a sua Bar Mitzvá, na SinagogaShaaré Tikvá a 27 de Agosto de 2005/ 22 de Av de 5765, na presença de seus pais Yeoshua e Rosa Banon, do RabinoBoaz Pash e de todo o "Kahal " presente.

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos!

NOTAS DE FALECIMENTOSÉ com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:

Isabel Maria De Sousa Costa Belo Correia Levy Z´L (Q.D.T)22 de Junho de 2005 / 15 de Sivan de 5765

Alicia Salomea Goldreich Amram Z´L (Q.D.T)09 Agosto de 2005 / 4 de Av de 5765

Elizabeth Bensimon Cardona Z´L (Q.D.T)19 de Agosto de 2005 / 14 de Av de 5765

Apresentamos as nossas sentidas condolências às famílias enlutadas

Page 15: Tikvá nº 54, 6º ano

TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

TesourariaMaria João [email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

RabinoBoaz [email protected]@cilisboa.org

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles ArieVogal efectivo Sonia Hulli Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Vera G. Ferreira

Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao AyashVice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente HonorárioDr. Samuel Ruah