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Fisiologia do Sistema Endócrino Glândula Tireóide

TIREOIDE

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Fisiologia do Sistema Endócrino

Glândula Tireóide

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OBJETIVO

O objetivo do trabalho é discutir a formação e a secreção dos hormônios tireoideanos, suas funções metabólicas e a regulação da sua secreção.

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• Situa-se no pescoço, imediatamente abaixo da laringe, cresce para baixo anteriormente à traquéia.

• É constituída por dois lobos unidos pelo istmo.• Está envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo.

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A função desta glândula é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoidianos na corrente sangüínea, principalmente tiroxina (T4) e triidotironina (T3), que regulam a taxa do metabolismo e afetam o aumento e a taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo.

A tireóide também secreta calcitonina, um importante hormônio para o metabolismo do cálcio.

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• Os folículos são responsáveis pela síntese, armazenamento eliberação dos hormônios T3 e T4.• As células C são responsáveis pela síntese, armazenamentoe liberação da calcitonina.

É composta de uma grande número de folículos fechados, preenchidos por uma substância secretora, chamada colóide e revestidos por células epiteliais cubóides, que secretam seus produtos no interior dos folículos. Essa secreção será reabsorvida através do epitélio folicular para o sangue para poder realizar sua função corporal.

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ETAPAS DA SÍNTESE

Iodo e a formação da tiroxina

O T3 e T4 apresentam iodo em sua composição.

Para formar uma quantidade normal de tiroxina é necessária a ingestão de cerca de 50 mg de iodo por ano ou cerca de 1mg por semana, na forma de iodeto, proveniente dos alimentos + sal de cozinha acrescido de I.

O iodo é absorvido sob a forma salina, mas deve estar sob a forma iônica para formar iodo. Ele é absorvido no duodeno e vai ao sangue.

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A primeira etapa na formação dos hormônios tireóideos é a transferência de iodeto do sangue para as células glandulares da tireóide, e daí para o folículo. A membrana basal das células tem a capacidade de transportar iodeto ativamente para o interior da célula através de um processo denominado bomba de iodeto ou sequestro de iodo.

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O retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi sintetizam e secretam para os folículos uma grande glicoproteína chamada tireoglobulina.

Cada molécula de tireoglobulina contém cerca de 70 aminoácidos de tirosina, que são os principais substratos que se ligam ao iodo. Assim os hormônios tireoideanos se formam no interior da molécula de tireoglobulina.

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Os íons iodeto são convertidos para uma forma oxidada de iodo, que é então capaz de se combinar diretamente com o aminoácido tirosina.

Essa oxidação é promovida pela enzima peroxidase acompanhada do peróxido de hidrogênio.

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Quando a enzima é bloqueada ou está ausente, a taxa de formação de hormônios tireoideanos cai a zero.

A ligação do iodo com a molécula de tireoglobulina é chamada de organificação da tireoglobulina, ou seja, o iodo oxidado ou até mesmo na forma molecular, liga-se diretamente ao aminoácido tirosina.

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Após sucessivas etapas de iodetação da tirosina, há a formação final dos dois hormônios da tireóide:

1 iodo + tirosina = MIT (monoiodotirosina). 2 iodos + tirosina = DIT (diiodotirosina).

Acoplamento: ·        MIT + DIT: T3. ·        DIT + DIT: T4.

Os hormônios T3 e T4 podem ser armazenados por vários meses nos folículos.

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Liberação da Tiroxina e Triiodotironina pela Tireóide

A superfície apical das células da tireóide emite pseudópodos, os quais cercam pequenas porções do colóide, formando vesículas pinocíticas que penetram o ápice da célula. Os lisossomos no citoplasma então se fundem com as vesículas liberando enzimas digestivas que digerem as moléculas de tireoglobulina e liberam tiroxina e triiodotironina em sua forma livre. Assim, os hormônios se difundem através da base da célula tireoideana para os capilares adjacentes e são liberados no sangue.

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Ao ser liberadas no sangue, mais de 99% da tiroxina e triidotironina se combinam imediatamente com diversas proteínas plasmáticas, que são sintetizadas pelo fígado.

Elas se combinam, principalmente, com a globulina ligadora da tiroxina e muito menos com pré-albumina ligadora de tiroxina e albumina.

Devido à alta afinidade das proteínas plasmáticas de ligação dos hormônios tireoideanos, estas substâncias, a tiroxina em particular, são liberadas lentamente para as células teciduais.

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O transportador se liga preferencialmente à T4 e o T3 circula, principalmente, livre. A facilidade maior de ligação com receptor ocorre com T3, pois ele está livre no plasma. T4 deve antes, se desligar do transportador e depois se ligar ao receptor.

A conversão periférica de T4 em T3 ocorre, principalmente, nos rins por ação da enzima 5’ monodesiodase, mas também pode ocorrer no fígado, através 3’ monodesiodase, formando T3 reverso cuja função biológica é desconhecida.

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A metade da tiroxina sanguínea é liberada a cada 6 dias, enquanto a metade da triidotironina, devido a sua menor afinidade pelas proteínas transportadoras, é liberada para as células em cerca de 1 dia.

Ao penetrar as células, ambos os hormônios se ligam novamente a proteínas intracelulares, sendo que a ligação da tiroxina é mais forte que da triidotironina. Portanto, são novamente armazenados, mas desta vez nas próprias células-alvo e são usados lentamente ao longo de dias ou semanas.

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Regulação da secreção do hormônio

A quantidade de hormônios tireoideanos produzidos pela glândula tireóide é controlada por uma glândula que se encontra no cérebro, a glândula hipófise.

• O hipotálamo envia informação à glândula hipófise .

• A glândula hipófise por sua vez controla a tireóide.

A glândula tiróide, a hipófise e o hipotálamo trabalham juntos no controle da quantidade de hormônios tireoideanos no corpo.

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A glândula hipófise mede em forma constante a quantidade de hormônios tireoideanos no sangue. Se não há suficiente hormônio, ela percebe a necessidade de produzir mais.

Isto se faz liberando mais hormônio estimulante da tireóide (TSH), que, através da corrente sanguínea, chegará a glândula tireóide onde se ligará a receptores de membrana, o que estimulará a secreção do T3 e T4 e estes, por sua vez, se deslocarão até as células alvo, onde se ligarão a receptores no núcleo celular, o que estimulará o metabolismo celular.

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-Maior proteólise da tiroglobulina nos folículos, com consequente liberação do hormônio para o sangue

-Maior atividade da bomba de iodeto.

-Maior iodetação da tirosina e maior ligação entre as moléculas de tirosina.

-Aumento do tamanho e da atividade secretora das células da tireóide.

-Aumento do número de células da tireoíde e alterações das células cubóides para colunares.

De maneira geral, o TSH aumenta todas as atividades secretoras das células glandulares da tireoíde.

Efeito do TSH na Tireoíde

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A regulação da secreção hormonal se faz por feedback negativo de alça longa por T3 e T4 sobre a adenohipófise e o hipotálamo. Quando a concentração destes hormônios estão elevados, inibe-se a produção de TRH pelo hipotálamo e de TSH pela adenohipófise, levando a célula folicular da tireóide a reduzir tanto a captação de iodo como a liberação de vesículas de tireoglobulina. Com isso, ocorre uma diminuição da produção e secreção de T3 e T4.

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Se o indivíduo não ingere alimentos ricos em iodo o TSH aumenta a captação de iodo, mas não há formação de T3 e T4 suficiente, não havendo feed-back negativo, provocando permanente estímulo da glândula.

Outro mecanismo que estimula a secreção do hormônio, agora através do estímulo da secreção de TRH pelo hipotálamo, é a noradrenalina e colesterolemia.

O frio aumenta em 100% a produção de TRH e TSH.

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Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoideanos

O efeito geral dos hormônios tireoideanos consiste em ativar a transcrição nuclear de um grande número de genes. Portanto, em praticamente todas as células do organismo é sintetizado um grande número de enzimas, proteínas estruturais e de transporte e outras substâncias. O resultado final é o aumeto generalizado na atividade funcional de todo o organismo.

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• Aumentam a atividade metabólica celular com o aumento do número e a atividade das mitocôndrias elevando a taxa de formação de trifosfato de adenosina (ATP) para fornecer energia para as funções celulares.

• Aumentam o transporte ativo de íons através de membranas celulares, aumentando assim a taxa metabólica corpora, através do aumento da ativação da bomba de sódio e a produção de calor.

• Promoção do crescimento e desenvolvimento do cérebro durante a vida fetal e nos primeiros anos de vida pós-natal. Na fase de criança, eles determinam a maturação dos ossos e o fechamento das epífises.

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• Influenciam o metabolismo dos carboidratos estimulando a captação rápida de glicose pelas células, aumento da glicólise, da gliconeogênese, da taxa de absorção pelo trato gastrointestinal e da secreção da insulina.

• Influenciam no metabolismo de lipídios, os quais através dos hormônios tereoideanos são mobilizados rapidamente do tecido adiposo, o que reduz os acúmulos de gordura do organismo e aumenta a concentração de ácidos graxos livres no plasma e acelera amplamente sua oxidação pelas células.

Devido ao aumento no metabolismo provocado pelos hormônios tireoideanos, os tecidos utilizam o oxigênio mais rápido que o normal e há uma liberação aumentada de produtos metabólicos. Esses efeitos aumentam a vasodilatação e, conseqüentemente, o fluxo sangüíneo e o débito cardíaco.

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• Apresentam um efeito direto sobre a excitabilidade do coração, o que eleva a freqüência cardíaca.

• A elevação da atividade enzimática, provocada pelos hormônios tireoidianos, provoca um aumento da força de contração cardíaca. • A freqüência e a profundidade da respiração são aumentados, devido aos efeitos causados pelos hormônios tireoideanos, como maior taxa metabólica basal que aumenta a utilização de oxigênio e a formação de dióxido de carbono, o que ativará todos os mecanismos e amplitude os movimentos respiratórios.

Efeitos no crescimento e no desenvolvimento tecidual:

• T3 estimula ossificação, crescimento linear ósseo ematuração das placas de crescimento ósseo.

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Patologias mais comuns da Tireóide

Hipertireoidismo

É uma doença da glândula tireóide, na qual a glândula produz, em excesso, os hormônios tireoidianos: tiroxina (T4), triiodotironina (T3) ou ambos, devido a baixa do TSH. O excesso destes hormônios em circulação faz com que o organismo encontre-se com oferta excessiva destes.Encontra-se, em alguns pacientes, níveis plasmáticos de TSI ( imunoglobulina estimulante das tireóide), que tem atividade semelhante aoTSH.

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As causas mais comuns são:

• Doença de Graves: essa doença ocorre quando o sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) começa a produzir anticorpos que atacam a própria glândula tireóide. Esses anticorpos exercem um efeito semelhante ao do hormônio que regula o funcionamento da tireóide, o TSH, e levam ao crescimento e ao funcionamento exagerado da glândula.

• Nódulos na tireóide.

• Tireotoxicose: síndrome hipermetabólica causada por excesso de hormônios tireóideos.

• Todos podendo originar um bócio, glândula tireóide aumentada.

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Independente da causa, o Hipertireoidismo pode fazer a pálpebra superior retrair, mas a doença de Graves freqüentemente faz com que um olho ou ambos projetem-se para fora de suas órbitas oculares. Esta condição, conhecida como exoftalmia.

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Propiltiouracil

O tratamento mais direto do hipertireoidismo é a remoção cirúrgica da glândula tireóide, entretando, casos mais leves podem ser tratados com propiltiouracil.

Propiltiouracil: inibe a peroxidase tireoidiana , impedindo a oxidação do iodeto e acoplamento das tirosinas. Também inibe a conversão doT4 em T3.

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Hipotireoidismo

• Diminuição ou ausência de tiroxina.• Diminuição da atividade celular até cerca da metade.

o metabolismo se torna mais lento, algumas regiões do corpo ficam inchadas, o coração bate mais vagarosamente, o sangue circula mais lentamente, a pessoa gasta menos energia, tornando-se mais propensa à obesidade, as respostas físicas e mentais tornam-se mais lentas.

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Há várias causas distintas para o hipotireoidismo, sendo que a mais comum é a inflamação da glândula tireóide, que danifica as células.

• A tireoidite de hashimoto uma doença auto-imune onde os próprios anticorpos do organismo lutam contra as células da tiróide.

• Terapia com radiação na região do pescoço para tratar diversos tipos de câncer, que pode danificar a glândula.

• A deficiência de iodo na dieta também pode causar hipotireoidismo, porém sua prevalência tem diminuído em todo o mundo devido aos programas governamentais de adição de iodo à alimentação (especialmente ao sal de cozinha).

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Mixedema

Condição causada por deficiência no nível dos hormônios tireóideos. É caracterizada por um tipo de edema seco, 'maleável‘. A pele se torna entumecida ao redor dos olhos e nas bochechas, e a face é 'sombria' e sem expressão, com lábios e nariz mais espessos.

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Arterioesclerose

A falta do hormônio da tireóide aumenta a quantidade de lipídeos no sangue, com proporção particularmente elevada de colesterol, que pode desencadear arteriosclerose (endurecimento e espessamento da parede arterial) e aterosclerose (depósito de gordura nas paredes das artérias.

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Levotiroxina sódica

Levotiroxina sódica é o sal sódico do isômero sintético da tiroxina (T4), sendo que sua utilização para reposição hormonal produz a normalização do estado metabólico que se encontra deficiente no hipotireoidismo. No meio intracelular, T4 é convertido em T3, desta forma disponibiliza-se ambos os hormônios tireoidianos, mesmo administrando somente um deles.

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Cretinismo

Afecção causada por hipotireodismo extremodurante o primeiro ano de vida e a infância, caracterizado pela insuficiência do cretinismo.Decorre da ausência congênita da glândula tireoide(cretinismo congênito); ausência da produção de hormônios tireoidianos devido a uma insuficiência genética da glândula; falta de iodo na dieta(cretinismo endêmico).

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Referências bibliográficas

GUYTON e HALL. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 1998. 6° edição.