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TÍTULO: O OLIGOPÓLIO NO SETOR AÉREO E A MUDANÇA NA FRANQUIA DE BAGAGENS TÍTULO: CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA: SUBÁREA: CIÊNCIAS ECONÔMICAS SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: FACULDADE FUCAPE INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): DANIEL GONÇALVES GALVÊAS AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): FERNANDO ANTÔNIO DE BARROS JÚNIOR ORIENTADOR(ES):

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CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADASÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS ECONÔMICASSUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE FUCAPEINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DANIEL GONÇALVES GALVÊASAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): FERNANDO ANTÔNIO DE BARROS JÚNIORORIENTADOR(ES):

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RESUMO

A recente flexibilização na cobrança por tarifas de despacho de bagagens da aviação comercial

brasileira deve provocar mudanças na forma com a qual as companhias aéreas operam. Este estudo

elabora um modelo teórico em que as firmas competem via quantidade em um oligopólio para analisar

os impactos do novo cenário regulatório. As simulações do modelo, em equilíbrio de mercado, trazem

evidências de que a flexibilização da regulamentação acerca da cobrança no despacho de bagagens

num cenário de baixa competição, como é o caso brasileiro, resulta em um aumento na oferta de

despacho de bagagens, nos preços totais praticados (soma de bagagens e passagem) e também

aumento nos lucros das companhias aéreas. Além disso, estima-se uma queda no número de voos

ofertados, assim como diminuição no bem-estar dos consumidores deste mercado. Estes resultados

estão respaldados em estudos empíricos realizados internacionalmente que sugerem que o resultado

final de uma mudança regulatória no setor aeroviário depende do nível de competição entre as

empresas.

1. INTRODUÇÃO

O setor da aviação comercial brasileira passou por mudanças regulatórias em 2017

que flexibilizam a cobrança das tarifas de bagagens e Lehn et al. (1999) apontam que

tais mudanças regulatórias propiciam cenário favorável para análise, nos ajudando a

entender os seus efeitos sobre o ambiente de negócios. Apesar da cobrança por

despacho de bagagem ser nova no mercado brasileiro de aviação comercial, a prática

é comum em mercados como Europa e Estados Unidos da América. No cenário

internacional, as tarifas de bagagens são comumente utilizadas por companhias de

baixo-custo e, segundo Alderighi et al. (2012), a entrada de competidores desse tipo

diminuiu o preço de outros serviços oferecidos pelas companhias. E Nicolae et al.

(2016) indicam que a cobrança pela bagagem está associado a custos que podem

superar as receitas geradas, fazendo com que algumas firmas não a cobrem.

Acerca dos preços no setor aeroviário, Borenstein et al. (1994) apontam que, dado um

número constante de vôos, o aumento da competição leva a uma maior dispersão dos

preços, confrontando com Obermeyer et al. (2013) que encontraram evidências de

que um aumento da competição pode reduzir ou aumentar a dispersão de preços.

No aspecto regulatório, Dobruszkes (2009) aponta que desregular aumenta a

competição, porém a concentração das rotas aéreas tende a permanecer alta,

concluindo que o setor tem competição pouco desenvolvida. Segundo Rose (2012)

medidas regulatórias são feitas por reguladores que comumente não entendem os

incentivos criados, o que pode resultar em custos maiores do que o benefício gerado

pela medida. Esse desconhecimento por parte dos reguladores explica, segundo

Borenstein et al. (2014) os fenômenos ocorridos após o marco desregulatório dos

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EUA na década de 1970, cujos resultados foram tarifas mais altas, operações

ineficientes e queda no lucro médio das firmas. Borenstein (2011) relata que apesar

das firmas reclamarem dos tributos cobrados, estes tem pouco efeito sobre a

lucratividade.

A literatura nacional tem apontado que o setor tem tendência natural à concentração e

que medidas desregulamentadoras resultam em cenários menos benéficos ao

consumidor (BUSTO et al., 2006 e ESPÍRITO SANTO, 2000). Atualmente, quatro

firmas concentram 99,5% da fatia do mercado, enquanto outras cinco os 0,5%

restantes, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Comercial (ANAC). O

setor tem passado por consecutivos prejuízos desde 2012, conforme as

Demonstrações dos Resultados das três firmas que somam mais de 85% do market-

share, com volatilidade dos resultados muito superior ao Índice Bovespa (Ibovespa). A

demanda doméstica do setor apresentou trajetória crescente entre 2009 e 2016 e

volatilidade menor do que os lucros das firmas, dados também da ANAC.

Neste estudo fizemos uma avaliação da mudança na regulação do setor aeroviário.

Propomos um modelo em que as firmas competem em um oligopólio de Cournot e

fazemos a análise de dois cenários: (i) as firmas podem cobrar preços diferentes por 2

serviços e não há nenhuma quantidade mínima de bagagem a ser oferecida. (ii) as

firmas são obrigadas a fornecer uma franquia mínima de bagagens e não podem

cobrar um valor adicional por isso.

2. OBJETIVO

Este estudo objetiva, a partir de modelagem teórica, entender as consequências da

mudança na regulação das tarifas relacionadas ao despacho de bagagem no

equilíbrio competitivo, verificando a alteração das principais variáveis envolvidas.

3. MODELO

Considere uma economia com uma massa unitária de consumidores homogêneos.

Cada consumidor possui uma renda I > 0 e tem preferências u sobre dois bens, x e y,

em que ux > 0 e uy > 0. Nesta economia existem n ∈ N firmas simétricas, sendo n ≥ 2.

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Cada uma das firmas produz os bens x e y e possui uma função custo c(x, y) não

decrescente em seus argumentos.

Vamos considerar o caso em que os bens x e y são transacionados em um mercado,

nos qual as n firmas competem via quantidade. Então, dados os preços px e py

respectivamente dos bens x e y, o problema de um consumidor representativo é

Sejam, px(xd, yd) e py(xd, yd) as demandas inversas de mercado dos bens x e y

respectivamente, em que xd é a quantidade demanda no mercado do bem x e yd é a

quantidade demanda no mercado do bem y. Então o problema da firma j é dado por

Assim, podemos usar a seguinte definição para um equilíbrio nesta economia:

Definição 1. Um equilíbrio sem regulação é um perfil tal que:

(i) resolvem o problema de otimização da firma j ∈ {1, ... ,n} dado que as demais

firmas produzem ;

(ii) px = px(xd, yd) e py = (xd, yd) ;

(iii) Dados px e py, xd e yd resolvem o problema do consumidor;

(iv)

3.1. REGULAÇÃO NO MERCADO

Consideraremos que o bem y deverá ser oferecido por cada firma em uma quantidade

fixa �̅�, e que cada firma deve ofertará este bem sem cobrança adicional. Note que

quando há este tipo de intervenção, cada consumidor gasta toda sua renda com x,

isto é,

em que �̂�x é o preço do bem x e �̂�x(xd) é a demanda inversa no mercado do bem x na

economia com a regulação. Assim, o problema da firma j, passa ser descrito por:

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Neste caso, teremos o seguinte equilíbrio para a economia:

Definição 2. Um equilíbrio com regulação é um perfil tal que:

(i) resolve o problema de otimização da firma j ∈ {1, ... ,n} dado que as demais firmas

produzem ;

(ii) �̂�x = �̂�x(xd) ;

(iii) Dado �̂�x, xd resolve o problema do consumidor

(iv)

4. EQUILÍBRIO SIMÉTRICO DE MERCADO

Suponha que os consumidores apresentam preferências do tipo Stone-Geary. De

forma que, vale a seguinte hipótese:

Hipótese 1. u(x,y) = αlog(x − γx) + log(y − γy)

Esse tipo de função utilidade assume preferências homotéticas e não homotéticas

quando se alteram os γ. Já o parâmetro α influencia a utilidade marginal do bem x e

será utilizado em nosso exercício numérico como um ponderador nas demandas dos

bens x e y.

Considere que não há intervenção no mercado por parte do regulador. Dados os

preços, a solução do problema do consumidor descrito em (1) é dada por (xd, yd) que

resolve o seguinte sistema:

A partir desse sistema, podemos escrever as demandas inversas de mercado como:

Vamos assumir que a estruturas de custos das firmas apresentam economias de

escopo e que o custo marginal da produção de um bem é linear e decrescente na

produção do outro bem:

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Hipótese 2. c(x,y) = cxx + cyy − cexy

Então, as condições de primeira ordem do problema da firma j são:

Em que

Num equilíbrio simétrico sem regulação temos que xj = x* e yj = y* ∀j. Então xd = nx* e

yd = ny* são as condições de equilíbrio entre oferta e demanda.

Considere o caso em que o mercado tem a regulação sobre a oferta do bem y. Neste

caso, substituindo a equação (3) no problema descrito em (4) e derivando, temos

Considerando um equilíbrio simétrico com regulação, xj = x** ∀j, é possível caracterizar

complemente o equilíbrio. Assim, resolvendo a equação acima para x** e depois

substituindo em (3), temos as seguintes expressões para a quantidade produzida por

cada firma e o preço de mercado:

De acordo com as equações acima, podemos perceber que os resultados do modelo

de Cournot continuam válidos neste contexto: a medida que a concorrência aumenta

(n cresce), o preço se aproxima do custo marginal e a quantidade ofertada por cada

firma diminui. Note ainda que nx** é crescente em n.

RESULTADOS

Os resultados obtidos neste estudo são baseados em simulações do modelo teórico e

fazemos um estudo de como a concorrência no setor aeroviário pode influenciar

algumas variáveis de nosso modelo como preços, lucro das empresas, bem-estar dos

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consumidores, etc. A partir deste ponto, trataremos o bem x descrito em nosso

modelo como o número de passagens aéreas e y como o volume de bagagens

despachadas pelos passageiros. Consideramos o seguinte conjunto de parâmetros

e computamos os equilíbrios com e sem regulação da nossa economia para diversos

cenários de concorrência no oligopólio do setor aéreo.

A figura 1 apresenta os preços de mercado para as passagens aéreas. Na subfigura

1(a) estão dispostos os preços no equilíbrio em que há uma franquia obrigatória de

bagagem e a soma dos preços para o caso em que as empresas podem fazer a

cobrança separada pelos serviços. No caso em que há pelo menos 12 empresas

operando no mercado, o equilíbrio sem regulação apresenta um preço total menor.

Mesmo quando olhamos apenas para o preço das passagens aéreas, nossas

simulações mostram que o preço das passagens é menor no equilíbrio sem regulação

quando a concorrência no setor é baixa (ver subfigura 1(b)).

Além desta mudança nos preços das passagens, também identificamos diferenças

significativas nos lucros das companhias aéreas. A figura 2 apresenta o lucro das

firmas e também o bem-estar dos consumidores. Como esperado neste tipo de

modelo, o lucro é reduzido quando a concorrência aumenta. Um resultado que não

depende da presença da regulação. Entretanto, notamos que há um acréscimo no

lucro das companhias quando é permitido fazer uma cobrança separada pelos dois

serviços para qualquer nível de concorrência, pois a regulação impõe uma restrição

sobre a maximização do lucro. Logo, é natural encontrar lucro reduzido quando há a

regulação no mercado. Também notamos na figura 2 que o bem-estar dos

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consumidores é crescente no número de firmas operando no mercado. No entanto,

quando a concorrência é baixa notamos que o consumidor apresenta bem-estar maior

quando o mercado é regulado. Por outro lado, se a concorrência no setor é grande,

então os consumidores apresentam maior bem-estar quando o mercado não está

sujeito à regulação.

Parte desta história pode ser entendida olhando para a figura 3. Note que, dada uma

estrutura de concorrência de mercado, a presença da regulação faz com que cada

firma oferte mais passagens aéreas quando comparada ao equilíbrio sem regulação.

Além disso, quando o mercado não é regulado, as firmas aumentam muito a oferta do

transporte de bagagem. Um dos fatos por trás deste resultado é a economia de

escopo: a regulação está impondo um volume de bagagens despachadas abaixo da

quantidade ótima para as firmas. Assim, quando o mercado é mais flexível, as

empresas aumentam a oferta deste serviço.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nosso estudo investiga as consequências da mudança regulatória sobre as tarifas de

bagagens do setor aeroviário brasileiro, a partir de um modelo teórico de firmas

simétricas competindo em um oligopólio de Cournot, com a presença de

consumidores homogêneos. Após simularmos o modelo, variando o número de firmas,

verificamos evidências de que o número de competidores no mercado impacta

diretamente no bem estar dos consumidores após a inclusão de tarifas sobre as

bagagens, isto é, mercados mais concentrados como o brasileiro apresentam uma

piora no bem-estar dos consumidores, enquanto mercados mais competitivos como o

americano apresentam melhoras no nível de utilidade dos consumidores. Em ambos

os casos, há redução na oferta de vôos, aumento da oferta de bagagens e aumento

do lucro das firmas.

Este estudo se mostra oportuno dado o recente cenário regulatório no Brasil e

adiciona, de forma simples, uma perspectiva diferente de Piermartini et al. (2008), ao

analisar ações regulatórias em 184 países. Esperamos que, com a evolução do

modelo proposto neste artigo, seja possível contribuir para melhores práticas

regulatórias no setor de aviação comercial, com resultados positivos para firmas e

consumidores.

Nosso modelo trata firmas e consumidores de forma homogênea, não incorpora

estratégias competitivas como parcerias e Code-Shares, conforme destacado por

Rubinfeld et al. (2013), Armantier et al. (2008) e Gayle (2006), e também não possui

os parâmetros de utilidade e custos das firmas calibrados com a realidade. A

impossibilidade de verificar empiricamente os resultados não nos permite observar o

poder explicativo do modelo utilizado. O modelo também faz uma abstração da

estrutura econômica do setor aeroviário, o que não nos dá precisão quantitativa dos

resultados sobre o impacto da mudança regulatória. Borenstein et al. (2014) apontam

que o preço dos combustíveis estava entre os principais fatores de impacto na

lucratividade da firma, enquanto Scotti et al. (2015), Obermeyer (2013) indicam que há

custos significativos envolvidos no transporte das bagagens. Autores como Mazzeo

(2003) e Kidokoro et al. (2016) citam os atrasos nos vôos como um fator impactante

na estrutura de custos das firmas, e outros estudos apontam parcerias e Code-

Sharing como maneira de aumentar os lucros. Assim, ao estudar uma estrutura de

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custos dada, podemos perder alguns efeitos sobre o equilíbrio de mercado que

analisamos.

Mesmo com todas as abstrações, nossas simulações encontram suportes em

trabalhos empíricos realizados no contexto americano. O estudo de Scotti et al. (2015)

mostra o impacto da tarifa das bagagens no mercado aeroviário americano. Eles

concluem que a cobrança da tarifa impacta positivamente no lucro das firmas devido à

possibilidade de cobrarem por dois serviços (passagens aéreas e bagagens). Notou-

se também redução na oferta de vôos e aumento na oferta de bagagens, pois o custo

marginal da passagem é maior do que o custo marginal da bagagem despachada. Os

consumidores também se beneficiaram da medida com a redução no preço das

passagens e a possibilidade de não pagar pelo transporte de suas bagagens. Tais

resultados são baseados em um cenário menos concentrado que o mercado

aeroviário brasileiro e, implicando as projeções do modelo dos autores à realidade

brasileira, pode-se observar um aumento de preços e redução no bem-estar dos

consumidores.

Nosso estudo se apresenta de maneira relevante no cenário brasileiro e acrescenta

uma análise simples, porém não utilizada até o momento para estudar o mercado

aeroviário no Brasil. Rose (2012) explicita a dificuldade de se criar uma

regulamentação benéfica para firmas e consumidores devido à intensidade das

informações envolvidas, e cremos que este estudo contribui para a elaboração boas

políticas microeconômicas.

Futuros estudos sobre o assunto podem, além de verificar empiricamente o modelo,

aplicar os conceitos de oligopólio dinâmico e jogos repetidos à realidade brasileira, tal

qual Brander et al. (1993); fazer uma calibragem dos parâmetros das preferências e

dos custos e modelar firmas e consumidores de forma heterogênea para obter

resultados mais precisos.

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