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TÍTULOS DE CRÉDITO CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO Art. 887 - O título de crédito (documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido) só produz efeito quando preenche os requisitos da lei. (tal conceito nasceu c/ Cesare Vivante). PRINCÍPIOS DO TÍTULO DE CRÉDITO Literalidade : só vale o que está escrito no título de crédito. Exceção: na duplicata é admitida a quitação em separado, a compensação de valores não previstos no título e a assunção de obrigação fora do título (como o chamado aceite presumido). Autonomia : obrigações são autônomas (o título de crédito se desvincula da relação que lhe deu origem); mas tal autonomia não se refere à relação de débito e crédito (e sim ao relacionamento entre o devedor e terceiros). Assim, o fato de um título de crédito conter assinatura falsa de um dos obrigados não impede que o título circule. Tal falsidade não desnatura o documento como título de crédito (salvo no caso de má-fé do seu portador). Exceção: nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não tem autonomia (Súmula 258 STJ). O princípio da autonomia se desdobra em 2 subprincípios: Abstração : o título de crédito não é vinculado à relação originária que lhe deu causa. Inoponibilidade das exceções pessoais a 3º de boa-fé : como relações cambiais são autônomas entre si, devedor original do título não pode alegar exceções (defesas) pessoais q possui contra credor original, opondo-as ao portador de boa-fé. Cartularidade/incorporação : exercício do direito ao crédito só vale se o beneficiário apresentar o próprio documento. Exceções: - admite-se a execução judicial de crédito representado por duplicata sem apresentação pelo credor; - título eletrônico corresponde a uma modalidade não cartularizada; - portador de uma letra pode tirar cópia dela (q poderá ser endossada, avalizada e terá mesmos efeitos q original). Independência/substantividade : o título de crédito basta por si só; não é necessário apresentá-lo em conjunto c/ outros documentos. Tal princípio não está presente em alguns títulos - e pode deixar de ser aplicado pela vontade da partes (remissão a contrato) ou pela lei (vinculação legal a algum documento). Legalidade/tipicidade : só é válida a emissão de título de crédito que tenha lei específica regulamentando seu regime jurídico. Logo, não existem títulos de créditos inominados/atípicos.

Títulos de Crédito - Doutrina

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TÍTULOS DE CRÉDITO

CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO

Art. 887 - O título de crédito (documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido) só produz efeito quando preenche os requisitos da lei. (tal conceito nasceu c/ Cesare Vivante).

PRINCÍPIOS DO TÍTULO DE CRÉDITO

Literalidade: só vale o que está escrito no título de crédito.

Exceção: na duplicata é admitida a quitação em separado, a compensação de valores não previstos no título e a assunção de obrigação fora do título (como o chamado aceite presumido).

Autonomia: obrigações são autônomas (o título de crédito se desvincula da relação que lhe deu origem); mas tal autonomia não se refere à relação de débito e crédito (e sim ao relacionamento entre o devedor e terceiros).

Assim, o fato de um título de crédito conter assinatura falsa de um dos obrigados não impede que o título circule. Tal falsidade não desnatura o documento como título de crédito (salvo no caso de má-fé do seu portador).

Exceção: nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não tem autonomia (Súmula 258 STJ).

O princípio da autonomia se desdobra em 2 subprincípios:

Abstração: o título de crédito não é vinculado à relação originária que lhe deu causa.

Inoponibilidade das exceções pessoais a 3º de boa-fé: como relações cambiais são autônomas entre si, devedor original do título não pode alegar exceções (defesas) pessoais q possui contra credor original, opondo-as ao portador de boa-fé.

Cartularidade/incorporação: exercício do direito ao crédito só vale se o beneficiário apresentar o próprio documento.

Exceções:

- admite-se a execução judicial de crédito representado por duplicata sem apresentação pelo credor; - título eletrônico corresponde a uma modalidade não cartularizada;- portador de uma letra pode tirar cópia dela (q poderá ser endossada, avalizada e terá mesmos efeitos q original).

Independência/substantividade: o título de crédito basta por si só; não é necessário apresentá-lo em conjunto c/ outros documentos. Tal princípio não está presente em alguns títulos - e pode deixar de ser aplicado pela vontade da partes (remissão a contrato) ou pela lei (vinculação legal a algum documento).

Legalidade/tipicidade: só é válida a emissão de título de crédito que tenha lei específica regulamentando seu regime jurídico. Logo, não existem títulos de créditos inominados/atípicos.

CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO DE CRÉDITO:

Negociabilidade: um título de crédito é negociável, por seu portador, a qq pessoa capaz de efetuar negócios jurídicos. Por isso são chamados títulos de circulação; mas qq bem não personalíssimo/sem vedação em lei pode ser negociado.

Executividade: os títulos de crédito são + facilmente executados, pois as defesas contra eles são muito mais limitadas.

Título de resgate: pelo menos quanto aos títulos executivos próprios, o direito está sempre expresso em um crédito pecuniário (o que também facilita a executividade).

Documento formal: a lei sempre irá ditar as características q o documento q materializa a obrigação cambiária deverá conter p/ ser válido. A obrigação poderá até ser cobrada, mas será necessário ajuizar processo de conhecimento (e o documento não será considerado um título de crédito, mas apenas uma prova documental).

Obrigação quesível: o credor deve cobrar do devedor a importância devida (ao contrário das obrigações portáveis).

Natureza pro solvendo: pelo princípio da autonomia, via de regra os títulos de crédito não extinguem a obrigação originária que deu ensejo ao título; não há novação da dívida (as 2 obrigações passam a coexistir). Logo, regra geral o título de crédito tem natureza pro solvendo (para pagamento). Só seria pro soluto (em pagamento) se contivesse cláusula expressa dizendo que substitui o negócio que originou o título (visto que a novação não se presume).

Título de apresentação: pelo princípio da cartularidade, deve ser apresentado p/ exercício do direito contido na cártula.

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Natureza essencialmente comercial: mas vale destacar q qq particular pode, por exemplo, documentar um empréstimo em uma nota promissória (mesmo que não seja comerciante/empresário).

Agilidade/celeridade: por ser título de formalidade mais simples (e, tb, por ser um título executivo, de fácil cobrança).

Liquidez da obrigação: a obrigação é conhecida, determinada.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Próprios (cambiais): só a letra de câmbio e a nota promissória. São considerados títulos propriamente ditos porque

possuem todas as características que são atribuídas aos títulos de crédito.

Impróprios (cambiariformes): são todos os outros títulos (inclusive o cheque e a duplicata) pois sempre vão ter alguma situação/questão que retira algum atributo próprio dos títulos de crédito. Cambiariforme é o título assemelhado por lei aos demais títulos de crédito p/ fins de circulação; faz referência a títulos que não nascem abstratos (tais como cheque e duplicata) mas que a eles se aplicam as normas de direito cambiário.

Cheque: é uma ordem de pagamento à vista (mas títulos de crédito pressupõem prazo);

Duplicata: é um título causal - está vinculado a um contrato (mas títulos de crédito pressupõem autonomia);

QUANTO À ESTRUTURA: ordem de pgto (duplicata, cheque e letra de câmbio) e promessa de pgto (nota promissória).

Ordem de pagamento: existem 3 pessoas: aquele que dá a ordem (sacador) ao devedor (sacado), p/ que o título seja pago a alguém (tomador, beneficiário).

Exemplo: o cheque é emitido pelo sacador (emitente) contra o sacado (instituição bancária), em favor próprio/de 3º (tomador) - e que incide sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

Promessa de pagamento: existem 2 pessoas: quem promete pagar (sacador) e o beneficiário do pagamento (tomador).

QUANTO AO MODELO: livre (nota promissória e letra de câmbio) e vinculado (cheque e duplicata).

Livre: a lei não trata pormenorizadamente de seus detalhes.

Vinculado: a lei trata de forma exata sobre seus detalhes.

QUANTO À CRIAÇÃO: causal/condicional (duplicata) e não-causal/abstrato (nota promissória, cheque e letra d câmbio).

Causal (condicionado): a lei determina a causa de sua emissão/criação. A duplicata é emitida c/ base em obrigação proveniente de compra e venda comercial/prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968. Porém, após ser emitida a duplicata deixa de ter nexo c/ o negócio que lhe deu origem, tornando-se independente.

Não causal (abstrato): é emitido em diversas hipóteses, sem causa fixada (nota promissória, cheque e letra de câmbio).

QUANTO À CIRCULAÇÃO: nominal (à ordem e não à ordem), nominativo e ao portador.

Título nominal: nome do beneficiário é indicado no documento. Pode ser classificado em à ordem ou não à ordem.

Título nominal à ordem: permite a transferência por meio de endosso. Título nominal não à ordem: não permite a transferência por meio de endosso (por conter cláusula expressa “não à ordem”); a transferência é feita por meio de cessão civil do crédito.

Título nominativo: é definido pelo Código Civil (art. 921); é emitido em favor da pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Difere do título à ordem porque a transferência se dá mediante termo, p/ determinada pessoa (conforme livro de transferência dos títulos nominativos); já no título nominal à ordem, a transferência se dá mediante endosso (que pode ser feito pra qualquer pessoa). Vale destacar q parte da doutrina não admite o título nominativo como modalidade.

Título ao portador: segundo o Código Civil (art. 907) é nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.

A lei 9.069 confere direito de emissão de cheque ao portador se o valor for inferior a R$ 100,00 (cem reais). A transferência de um título ao portador se dá mediante sua simples tradição.

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ATOS/DECLARAÇÕES CAMBIÁRIOS

ENDOSSO: é o ato mediante o qual se transfere a propriedade de um título. É um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo qual se transferem os direitos emergentes de um título. O endosso (além de transferir o título) é uma garantia.

O endosso é instituto exclusivo do direito cambial.

O endosso gera naturalmente os seguintes efeitos:

- vinculação do endossante ao pagamento do título de crédito (na qualidade de coobrigado);- transfere a propriedade do título de crédito;- endossatário passa a ser o novo credor do título do crédito.

De acordo com o Código Civil (art. 893) a transferência do título de crédito implica a de todos direitos q lhe são inerentes.

Art. 914 - Salvo cláusula expressa em contrário no endosso, o endossante não responde pelo cumprimento da prestação constante no título.

Logo, pelo Código Civil o endossante não responde (via de regra) pelo pagamento da obrigação. Porém, como o Código Civil é norma geral, pode ser excepcionado por norma especial. Tanto que (de acordo c/ as legislações especiais) o cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio são títulos que mantêm o endossante como devedor solidário/coobrigado (mas o título pode conter cláusula sem garantia, que exime o endossante da obrigação).

O endosso ocorre c/ a assinatura do endossante na própria cártula.

O 1º endossante de um título de crédito será sempre o 1º credor (tomador, beneficiário).

Existem 2 tipos de endosso:

Endosso em preto => é indicado o nome do novo beneficiário (endossatário);Endosso em branco => não é indicado o nome do novo beneficiário.

Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso (atrás) ou no anverso (frente) do próprio título.

§1º O endossante pode designar o endossatário (ou seja, efetuar o endosso em preto); p/ a validade do endosso dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.

=> Logo (a contrario sensu) a simples assinatura p/ endosso feita no anverso (frente) não é suficiente p/ transferência do título. No anverso deve ser mencionado expressamente q se trata de endosso (sob pena de ser entendido como aval).

Art. 919. A aquisição de título à ordem (por meio diverso do endosso) tem efeito de cessão civil.

E ndos so Cess ão civ i l do cr é dito

Forma própria de transferência dos títulos de crédito Aplica-se à transferência de qualquer título

Declaração unilateral de vontade Declaração bilateral de vontade

Literal (no próprio documento) Qualquer forma

Não necessita de notificação do devedor Necessita de notificação do devedor

Ato pelo qual credor de um título de crédito c/ cláusula à ordem transmite seus direitos a outra pessoa.

Ato pelo qual credor de um título de crédito c/ cláusula não à ordem transmite seus direitos a outra pessoa.

Quem transfere título de crédito (endossante) responde pela existência do título e pelo seu pagamento; passa a ser devedor indireto/coobrigado.

Quem transfere título de crédito (cedente) só responde pela existência do título (pro soluto) - não responde pelo seu pagamento; não é devedor perante quem recebe o título de crédito (cessionário/3º).

Devedor não pode alegar (contra o endossatário de

boa-fé) exceções pessoais referentes ao endossante

(pois o endossatário recebe o direito relativo ao título, e

não o direito do endossante).

Devedor pode alegar exceções pessoais contra

cessionário/3º de boa-fé (bem como contra o cedente, no

momento em que tomou conhecimento da cessão).

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Outra classificação do endosso é a que o divide em próprio ou impróprio. E ndosso próprio/regular/puro e simples/translativo => transfere a propriedade imediata do título e torna o endossante responsável solidariamente (lembre-se: segundo o CC, apenas se contiver cláusula expressa, todavia, a legislação especial que rege os diversos títulos previu a responsabilidade solidária) pelo pagamento do crédito.

E ndosso impróprio/irregular => não transfere o direito/a propriedade do título; só permite o endossatário exercer os direitos relativos a ele; assim, beneficiário do título de crédito não integra a relação cambiária como devedor. O endosso impróprio se subdivide em outros 2:

- endosso-mandato/endosso-procuração - endosso-caução/endosso-pignoratício/endosso-penhor/endosso-garantia

Endosso-mandato/endosso-procuração: o endossatário atua em nome do endossante, mas sem possuir a posse do título. Tal endosso não perde a eficácia c/ a morte/superveniente incapacidade do endossante. Além disso, o título poderá ser novamente endossado (se nos mesmos poderes recebidos e na qualidade do mesmo tipo de endosso).

Endosso-caução/endosso-pignoratício/endosso-garantia: endossante dá título, p/ endossatário, como garantia de uma dívida. O título endossado em garantia permanecerá c/ endossatário até q a dívida seja liquidada. Caso ocorra o inadimplemento do endossante, o endossatário passará a ter a efetiva propriedade do título. Tal tipo de endosso pressupõe a existência de uma relação jurídica principal (empréstimo). Por último, não se aplica ao cheque (pois como este se liga a pagamento à vista, não há por que se falar em garantia).

Existem, ainda, 3 tipos peculiares de endosso impróprio: endosso póstumo/tardio, endosso de retorno e reendosso.

Endosso póstumo/tardio:

- se endosso for após vencimento, mas antes do protesto por falta de pagamento/do término do prazo p/ efetivação do protesto => terá os mesmos efeitos q o endosso anterior (ou seja, do endosso feito antes do vencimento)

- se endosso for após protesto por falta de pagamento/após prazo p/ efetivação do protesto => só terá os efeitos de uma cessão ordinária/civil/comum de crédito (logo, o cedente/credor não responderá pela solvabilidade/pagamento do crédito, pois não será devedor solidário/coobrigado; além disso, o cedido/devedor poderá alegar exceções pessoais contra o cessionário/3º de boa-fé - tais efeitos não ocorrem no endosso próprio)

Salvo prova em contrário, presume-se q um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo p/ se fazer o protesto.

Endosso de retorno: é realizado a favor de alguém que já fez parte da relação cambiária como obrigado direto/indireto.

Reendosso: ocorre quando alguém que já participou da relação cambiária realiza um novo endosso. O reendosso pressupõe um endosso de retorno.

A lei veda ao endossante limitar o endosso a uma parte do valor da letra (ou seja, o endosso parcial é nulo).

O endosso condicional (em que a transferência do crédito fica subordinada a alguma condição) não é nulo - mas a referida condição será ineficaz (porque a lei a considera não-escrita).

Não há limite quanto ao nº de endossos dos títulos de crédito (inclusive em relação ao cheque).

AVAL: ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo (avalizado).

Art. 897. O pagamento de título de crédito (q contenha obrigação de pagar certa soma) pode ser garantido por aval. Parágrafo único. é vedado o aval parcial (limitado).

O avalista responde solidariamente (ou seja, s/ benefício de ordem) com o devedor principal. Logo, se o título não for pago no vencimento, o credor poderá cobrar diretamente do avalista (se quiser).

Segundo Código Civil (art. 897, § único) é vedado o aval parcial (limitado); mas tal regra não vale p/ títulos q tenham legislação específica prevendo de forma contrária (caso do cheque, letra de câmbio e nota promissória). Como a lei que trata da duplicata é omissa quanto à possibilidade de aval parcial, p/ efeito de concurso deve-se atentar para o seguinte:

- questão especifica Código Civil: é vedado aval parcial (inclusive p/ cheque, letra de câmbio e nota promissória)

- questão é genérica: é possível aval parcial (pois leis especiais de cheque, letra de câmbio e nota promissória permitem)

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- questão é genérica/especifica leis especiais, mas afirma que em todos os casos/sempre é possível aval parcial (ou cita exclusivamente a duplicata): só não é possível aval parcial para a duplicata (pois, na omissão da lei especial referente a ela, vale o disposto no Código Civil – que é lei geral e veda o aval parcial)

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado (ou seja, terá os mesmos efeitos se tivesse sido prolatado antes de seu vencimento).

Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor solidário. O aval não é garantia acessória (pois é autônomo e independente).

Art. 898. O aval deve ser dado no verso (atrás) ou anverso (frente) do próprio título. § 1º P/ validade do aval dado no anverso (frente) do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.

=> Logo (a contrario sensu) a simples assinatura p/ aval feita no verso (atrás) não é suficiente p/ avalizar o título. No verso deve ser mencionado expressamente q se trata de aval (sob pena de ser entendido como endosso).

Existem 2 tipos de aval:

Aval em preto => é indicado o nome do avalizado (endossatário);Aval em branco => não é indicado o nome do avalizado (logo, entende-se q o aval é prestado em favor do emitente).

Pagando o título, o avalista tem direito de ação de regresso contra seu avalizado (e demais coobrigados anteriores).

A responsabilidade do avalista subsiste ainda q a obrigação do avalizado seja nula (salvo se a nulidade decorrer de vício de forma). Assim, se um negócio jurídico praticado c/ simulação é avalizado por Beltrano, ele não poderá alegar eventual nulidade no aval (pois o verdadeiro prejudicado c/ tal situação será o credor).

Aval simultâneo: + de 1 pessoa pode ser avalista de um devedor (B, C, D, E e F avalizam A).

Aval sucessivo: o avalista posterior avaliza o anterior (B avaliza A, C avaliza B, D avaliza C, E avaliza D e F avaliza E).

Aval Fiança

Regulado pelo Direito Comercial/Empresarial Regulado pelo Direito Civil

Obrigação autônoma Obrigação acessória

Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária

Deve estar contido no título de crédito Pode estar em outro documento

O avalista não pode opor exceções pessoais do

avalizado p/ se defender do credor de boa-féO fiador pode alegar exceções pessoais do afiançado.

Em ambos necessita de autorização do cônjuge (salvo no regime de separação absoluta/total)

PROTESTO: se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.

Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.

O protesto é feito no Cartório de Protesto de Títulos. Sua função é constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a impontualidade do devedor.

Cobrança contra o devedor principal e seu avalista => o protesto é desnecessário.Cobrança contra os demais coobrigados => o protesto é necessário.

No título de crédito pode existir cláusula “sem protesto”/“sem despesas”. A aposição desta cláusula dispensará o portador de protestar o título p/ exercer seu direito de ação contra os coobrigados. A cláusula pode ser aposta pelo sacador/endossante/avalista, mas nas 2 últimas hipóteses só produzirá efeito em relação a esse endossante/avalista.

Os títulos de crédito são negócios jurídicos abstratos (pois produzem efeito independente da causa q lhes deu origem). Caso falte algum requisito legal p/ validade do documento como título de crédito, este perderá sua validade como tal (ou seja, seu caráter cambiário) mas continuará vigendo conforme o direito civil.

A data de vencimento do título não é requisito obrigatório (mas se o título não contiver a data em que a obrigação vence, está será considerada à vista).

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LETRA DE CÂMBIO

Letra de câmbio é um título de crédito decorrente de relação de crédito entre 2/+ pessoas, onde o sacador dá a ordem de pagamento ao sacado, a seu próprio favor/de 3ª pessoa (tomador/beneficiário) no valor e condições nela constantes.

Saque: ato de criação e emissão de um título de crédito; por meio dele o título de crédito é colocado em circulação.

Sacador/emitente: é quem dá a ordem de pagamento.

Sacado/aceitante: é quem recebe a ordem de pagamento.

=> para lembrar: empregaDOR dá a ordem (como o sacaDOR); empregaDO recebe a ordem (como o sacaDO).

Tomador/beneficiário: é o credor (que poderá inclusive ser o próprio sacador).

A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra (LUG); é uma ordem de pagamento em franco desuso.

Exemplo: Alberto deve uma quantia X a Carlos e Breno deve a mesma quantia X a Alberto. Alberto pode emitir uma letra de câmbio (figurando como sacador) contra Breno (sacado) que passará a dever a quantia perante Carlos (tomador).

Um dos motivos do desuso da letra de câmbio é que depende do aceite do sacado (devedor).

Enquanto Breno não aceitar as condições de pagar a quantia p/ Carlos, não poderá ser responsabilizado.

Após a emissão da letra de câmbio, a obrigação cambial não nasce de imediato; é necessário que o sacador a entregue ao sacado E que este a aceite. Porém, o aceite é facultativo.

O aceite é escrito na própria letra (exprime-se pela palavra "aceite"/qualquer outra palavra equivalente).

O aceite é assinado pelo sacado (vale como aceite a simples assinatura do sacado, aposta na parte anterior da letra).

Só quem recebe a ordem é que pode concordar (significa que o aceite é ato privativo do sacado).O aceite é puro e simples (mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada).

Se o aceite for recusado, será considerado que houve vencimento antecipado do título.

O cancelamento do aceite será possível se for anterior à restituição do título de crédito.

Prazo de respiro: sacado tem direito de pedir q a letra de câmbio lhe seja apresentada no dia seguinte à 1ª apresentação p/ aceite (p/ que ele possa realizar consultas e pensar a respeito da conveniência de aceitar/não a letra de câmbio).

O portador de uma letra pode tirar cópias dela. A cópia deve reproduzir exatamente o original (c/ os endossos e todas outras menções que nela figurem - e deve mencionar onde acaba a cópia). A cópia pode ser endossada e avalizada da mesma maneira (e produzir os mesmos efeitos) que o original.

Se o título original (em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia) contiver a cláusula "daqui em diante só é válido o endosso na cópia" (ou qq outra fórmula equivalente) será nulo qq endosso assinado ulteriormente no original.

Prazos de prescrição p/ todas ações cambiais contra o aceitante (sacado , devedor):

- 6 meses (após pagamento/após ajuizamento da execução em que ele próprio foi acionado) => dos endossantes contra outros endossantes/sacador (direito de regresso contra coobrigados);

- 1 ano (após protesto ; ou após vencimento, se houver cláusula "sem despesas” - pois neste caso não será necessário protesto) => do portador contra endossantes/ sacador;

- 3 anos (após vencimento) => contra o devedor principal e seu avalista.

NOTA PROMISSÓRIA

A nota promissória (NP) é uma promessa de pagamento que se consubstancia em um título de crédito emitido pelo devedor. Ele é quem promete pagar determinada quantia a alguém.

Existem apenas 2 figuras na NP:

- emitente/devedor/promitente/comprador/sacado => aquele que emite a NP. - tomador/beneficiário =>aquele que se beneficia da NP.

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Na NP não existe a figura do aceite (pois é emitida pelo próprio devedor , sacado). Logo, não há a figura do aceitante.

A NP não pode ser emitida ao portador, mas nada impede que seja emitida em branco (assim, o credor deve completar o título de boa-fé antes da cobrança/protesto - sob pena de não se conferir ao título natureza cambial).

Torna-se nula a execução de NP s/ o preenchimento de seus requisitos essenciais (a NP não será nula, só perderá suas características de título cambial).

Prazos de prescrição p/ todas ações cambiais contra o aceitante (devedor, na NP):

- 6 meses (após pagamento/após ajuizamento da execução em que ele próprio foi acionado) => dos endossantes contra outros endossantes/sacador (direito de regresso contra coobrigados);

- 1 ano (após protesto ; ou após vencimento, se houver cláusula "sem despesas” - pois neste caso não será necessário protesto) => do portador contra endossantes/ sacador;

- 3 anos (após vencimento) => contra o devedor principal (emitente, sacado) e seu avalista.

CHEQUE

O cheque é uma ordem de pagamento à vista. O cheque é regido pela Lei 7.357/85 (Lei do Cheque).

O cheque é emitido pelo sacador (emitente) contra o sacado (instituição bancária), a seu próprio favor/de 3ª pessoa (e que incide sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado).

O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado (banco) e estar autorizado a sobre eles emitir cheque (em virtude de contrato expresso/tácito); mas a infração desses preceitos não prejudicará a validade do título como cheque.A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento.

O cheque é pagável à vista (contra-apresentação). Considera-se não-escrita qualquer menção em contrário.Porém, segundo STJ: emissão de cheque pós-datado (conhecido como cheque pré-datado) não o desnatura como título de crédito - e tem como única consequência ampliação do prazo d apresentação; caracteriza dano moral sua apresentação antecipada. Assim, é plenamente aceito o cheque pré-datado (embora constitua costume contra legem).

O sacado (banco) não se obriga ao pagamento do cheque; é responsabilidade do emitente (é quem assina, e não quem só figura como titular de uma conta conjunta). O banco (sacado) não responde pela inexistência/insuficiência de fundos.

A responsabilidade do banco (sacado) ocorre só no processamento de pagamento indevido (como creditar a cliente errado) ou no pagamento de cheque falso/falsificado (salvo se houver dolo/culpa do correntista/endossante/beneficiário).

O emitente garante o pagamento (considera-se não escrita a declaração pela qual se exima dessa garantia).

O cheque não admite aceite (considera-se não escrita qualquer declaração nesse sentido, pois o banco não é devedor).

O endosso deve ser puro e simples (considera-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado).

É nulo o endosso feito pelo sacado; vale apenas como quitação (exceção: um dos estabelecimentos do sacado pode

endossar o cheque p/ pagamento em outro estabelecimento => mas só se a questão da prova não for genérica).

O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante responsável (nos termos das disposições que regulam o direito de ação) mas não converte o título num cheque ‘’à ordem’’.

O endosso feito após o prazo de apresentação serve apenas como cessão civil de crédito.

O cheque pode servir como instrumento de prova de pagamento e extinção de obrigação.

Salvo prova de novação, a emissão/transferência do cheque não exclui a ação fundada na relação causal (se feita a prova do não-pagamento).

O cheque sem fundos é tipificado como estelionato.

O credor não pode recusar pagamento parcial.

Apresentados 2/+ cheques simultaneamente (sem que os fundos disponíveis bastem p/ o pagamento de todos) terão preferência os de emissão + antiga (e, se da mesma data, os de nº inferior).

O correntista pode impedir/sustar o pagamento de um cheque já emitido de 2 formas:

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- oposição ao pagamento/sustação (feita pelo emitente/pelo portador legitimado, durante o prazo de apresentação);

- contra-ordem/revogação (feita pelo emitente após o prazo de apresentação).

O sacado (banco) não pode impedir/limitar o direito do emitente de sustar o pagamento de um cheque.

Prazo de apresentação p/ pagamento do cheque (cobrança extrajudicial):

- 30 dias (p/ mesma praça do local da emissão); praça => Município- 60 dias (p/ praça diversa do local da emissão).

O cheque apresentado p/ pagamento entre os prazos de apresentação (30/60 dias após data de emissão) e de prescrição (6 meses após prazo de apresentação) será pago se a conta tiver fundos; caso contrário, será devolvido. Já se ele for apresentado após o prazo de prescrição, o banco (sacado) não o pagará (mesmo q a conta tenha fundos).

A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral (independente de prejuízo da vítima).

O cheque apresentado p/ pagamento após o prazo de apresentação perde sua força de título executivo extrajudicial contra os coobrigados (endossantes e seus avalistas), mas o direito de ação permanecerá contra os obrigados diretos pelo título (emitente e seus avalistas) conforme Súmula 600 do STF: "Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária".

A perda da força executiva do título pode se dar até mesmo contra o emitente (desde que se comprove que este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação, mas que os deixou de ter por fato que não lhe seja imputável).

Prazo de prescrição do cheque (ação executiva/de execução forçada/cambiária):

- ação do portador contra endossantes/sacador/demais coobrigados => 6 meses após prazo de apresentação;- ação de um coobrigado contra os demais (ação regressiva) => 6 meses após dia em q pagou o cheque/q foi acionado.

Prescrita a ação de execução do cheque, este não poderá mais ser protestado - e o aval perderá eficácia (o avalista não responderá mais pela obrigação assumida pelo devedor principal, salvo se ficar provado q auferiu benefício c/ a dívida).

O protesto do cheque acontece pela ausência de fundos. Se a ação executiva for contra o emitente e seus avalistas, o protesto não será necessário; já se for proposta contra os endossantes e seus avalistas, o protesto será necessário.

Se o cheque for pago após o protesto, este poderá ser cancelado a pedido de qq interessado (mediante arquivamento, no Cartório de Protesto de Títulos, de cópia autenticada da quitação q contenha perfeita identificação do cheque).

Após o prazo de prescrição do cheque, este não poderá mais ser executado (ação executiva/de execução forçada) mas seu portador ainda poderá ajuizar 3 tipos diferentes de ações:

- ação de enriquecimento ilícito/de locupletamento sem causa (ação ainda de natureza cambial, podendo ser proposta em até 2 anos após o prazo da prescrição da ação executiva/de execução forçada/cambiária). Não é necessária menção à relação causal subjacente (pois tanto nela como na ação executiva, por terem natureza cambial, a causa de pedir é o próprio cheque). Após o referido prazo de 2 anos, o título perde seus atributos cambiários;

- ação monitória (ação de natureza civil, podendo ser proposta em até 5 anos após data da emissão do cheque). É uma ação de conhecimento, condenatória, c/ procedimento especial de rito sumário e de execução sem título. Nela, há inversão do contraditório; logo, o autor não precisa demonstrar a causa subjacente do título que a embasa;

- ação ordinária de cobrança (ação de natureza civil, podendo ser proposta em até 5 anos após prazo de prescrição da ação executiva/de execução forçada/cambiária). Nela, o cheque é só um meio de prova (logo, será necessário provar a relação causal subjacente - causa debendi). Tipos de cheques:

CRUZADO: o emitente apõe 2 traços paralelos no anverso do título. A principal finalidade do cruzamento é impedir que um cliente saque o cheque no caixa; só poderá ser pago por meio de crédito em conta corrente.

Tipos de cruzamento: - geral (as 2 linhas em branco/contendo apenas a palavra "banco" entre elas);- especial (as 2 linhas contendo o nome específico do banco entre elas).

CHEQUE P/ SER CREDITADO EM CONTA: o emitente/portador proíbe o pagamento em dinheiro mediante a inscrição "para ser creditado em conta", feita no anverso (frente) do cheque.

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VISADO/BANCÁRIO/DE CAIXA/COMPRADO: o emitente solicita ao banco (sacado) que vise (certifique) o cheque, atestando haver fundos para pagamento durante o prazo em que o título será apresentado.

ADMINISTRATIVO: o cheque é emitido pelo próprio banco (o qual figurará como sacador e sacado). Pode ser comprado pelo cliente em qq agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente efetuará o pagamento. O cheque é sacado pelo banco contra um de seus estabelecimentos.

ESPECIAL: o banco concede ao titular da conta um limite de crédito para saque quando não dispuser de fundos. O cheque especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente.

VIAGEM/TURISMO (TRAVELER CHECK) : cheque é emitido em quantia prefixada e expressa em moeda estrangeira. Serve p/ atender gastos em viagens internacionais.

DUPLICATAS

A duplicata é documento cambial de criação do legislador brasileiro. É o título de crédito emitido c/ base em obrigação proveniente de compra e venda comercial/prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968.

É título causal (está vinculada à relação jurídica q lhe dá origem - compra e venda mercantil/prestação de serviços).

Porém, tão logo emitida a duplicata deixa de ter nexo c/ o negócio que lhe deu origem; torna-se independente.

Só a compra e venda mercantil/a prestação de serviços permitem o saque da duplicata mercantil.

Após emitida, a duplicata deve ser remetida ao comprador p/ que este dê o aceite (no prazo de 30 dias após a emissão).

O comprador, por sua vez, deve devolvê-la em 10 dias.

Via de regra, o aceite na duplicata é obrigatório. O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por certos motivos especificados na lei.

A duplicata é título de crédito formal, impróprio, causal, à ordem, extraído por vendedor/prestador de serviços, q visa documentar o saque fundado sobre o crédito decorrente de compra e venda mercantil/prestação de serviços; a duplicata é assimilada aos títulos cambiários por lei - e tem como seu pressuposto a extração de fatura.

A duplicata não nasce abstrata, mas após receber o aceite passa a ser título cambial (circulável à ordem - ou seja, por endosso). Antes, é apenas um documento.

Formas de aceite da duplicata

- aceite expresso/ordinário: resulta de assinatura lançada no título pelo comprador;

- aceite por comunicação: resulta de retenção da duplicata pelo sacado, autorizado por instituição financeira cobradora, e de comunicação escrita do aceite;

- aceite tácito/presumido: resultante da prova de recebimento das mercadorias, da falta de recusa justificada do aceite, no prazo de 10 dias, e do protesto do título.

Se houver perda/extravio de duplicata, o vendedor deverá emitir uma triplicata (cópia da duplicata).

Sobre o pagamento da duplicata, é lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la/antes da data do vencimento. Este é o denominado pagamento antecipado.

A duplicata admite reforma/prorrogação do prazo de vencimento (mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderes especiais).

Caso o pagamento não seja efetuado deverá ser procedida à cobrança da duplicata.

A cobrança não necessita ser efetuada pelo banco. Pode ser feita diretamente na via judicial.

Se o aceite foi devidamente realizado, o título não precisa necessariamente ser protestado para sua execução judicial. Contudo, o portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30 dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

Se a duplicata não contiver o aceite, para execução da duplicata serão necessários 3 procedimentos cumulativamente:

1º) Protesto; 2º) Documentos que comprovem a entrega e recebimento da mercadoria, E

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3º) Verificar se o sacado/devedor recusou o aceite pelos motivos previstos na lei.

O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório por parte do devedor/sacado) ou de pagamento.

A duplicata pode ser protestada por:

- Falta de aceite; - Falta de devolução; - Falta de pagamento.

A cobrança do devedor principal (comprador/sacado) e seu avalista independe de protesto; já a cobrança dos endossantes e seus avalistas dependerá de protesto (o qual deverá ser feito em até 30 dias após o vencimento).

Vencimento da duplicata: à vista/à data certa; não pode ser emitida c/ vencimento a certo termo de vista (letra de câmbio pode). No título a certo termo de vista, vencimento é contado a partir da data do aceite (ou, na falta deste, do protesto).

Aceite: ato cambiário pelo qual o sacado de um título de crédito concorda em cumprir a ordem que lhe é dada e se vincula ao pagamento do título de crédito. É através do aceite que o sacado se obriga cambiariamente.

O aceite pode ser total/parcial. No parcial, será limitativo (sacado aceita pagar parte do valor) ou modificativo (sacado altera condições de pagamento do título). O aceite (seja total/parcial) acarretará o vencimento antecipado do título.

Se houver recusa do aceite, sacado não se obrigará cambiariamente (logo, só caberá contra ele ação ordinária - na qual deverá ser provada a origem do débito). A falta de aceite na duplicata não a desnatura como título cambial (pois este poderá ser suprido c/ documentos q comprovem compra e venda/prestação de serviços q deu causa ao título de credito).

Prazos de prescrição p/ todas ações cambiais:

- 1 ano (após pagamento) => de qq coobrigados contra os demais (e caberá direito de regresso contra os demais, no prazo de 1 ano a partir do pagamento);

- 1 ano (após protesto, q deverá ser feito em até 30 dias após vencimento) => contra endossantes e seus avalistas;

- 3 anos (após vencimento) => contra sacado (devedor principal) e seu avalista.