126
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO DO SOFTWARE “SISTEMA DE INDICADORES DE GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM EM CENÁRIO HOSPITALAR” - estudo metodológico Niterói 2014

TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

  • Upload
    buidat

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial

TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO

CONSTRUÇÃO DO SOFTWARE “SISTEMA DE INDICADORES DE GESTÃO

DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM EM CENÁRIO HOSPITALAR” -

estudo metodológico

Niterói

2014

Page 2: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO

CONSTRUÇÃO DO SOFTWARE “SISTEMA DE INDICADORES DE

GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM EM CENÁRIO

HOSPITALAR” - estudo metodológico

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para a obtenção do Grau de Mestre.

Linha de pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde

Orientadora: Profª Drª Bárbara Pompeu Christovam Coorientador: Prof Dr João Luis Fernandes

Niterói Junho/2014

Page 3: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

F 475 Figueiredo, Tony de Oliveira. Construção do software “sistema de indicadores de

gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar” - estudo metodológico / Tony de Oliveira Figueiredo. – Rio de Janeiro: [s.n.], 2014.

126 f. Dissertação (Mestrado Profissional em

Enfermagem Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientador: Profª. Bárbara Pompeu Christovam. Coorientador: Prof. João Luis Fernandes

1. Recursos Humanos de Enfermagem no Hospital. 2. Indicadores de Gestão. 3. Sistemas de informação. 4. Avaliação de Recursos Humanos em Saúde. 5. Gestão em Saúde. I. Título

CDD 610.7306

Page 4: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO

CONSTRUÇÃO DO SOFTWARE “SISTEMA DE INDICADORES DE GESTÃO

DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM EM CENÁRIO HOSPITALAR” -

estudo metodológico

Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao programa de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Área de concentração: Processo de Cuidar em Enfermagem. Linha de pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde.

Aprovada em 11 de junho de 2014

BANCA EXAMINADORA:

Presidente: Profª. Drª Bárbara Pompeu Christovam - Orientadora

UFF

1º Examinador: Profª. Drª. Margarethe Maria Santiago Rego UFRJ

2º Examinador: Prof. Dr. João Luis Fernandes UFF

1º Suplente: Profª. Drª Keroulay Estebanez Roque UFRJ

2º Suplente: Profª. Drª. Zenith Rosa Silvino

UFF

Niterói

2014

Page 5: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

DEDICATÓRIA

Aos enfermeiros gerentes que se empenham no

desenvolvimento e motivação do capital humano de suas

organizações.

Page 6: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela energia vital e pelo espírito de perseverança.

Aos meus pais, minha base, por toda dedicação, todo amor à

nossa família, toda educação, conhecimento e sabedoria, pelo

exemplo de responsabilidade e ética e por todo o incentivo em

todas as minhas escolhas.

Aos meus filhos, João Arthur, Ana Carolina e Maria Clara, razão

do meu viver, melhor dizendo, minha vida! Agradeço a Deus por

estas dádivas, minha inspiração!

À Carla, minha amada esposa, amiga e companheira, pelo seu

carinho e dedicação à nossa família, pelo apoio e incentivo em

tudo que me proponho a fazer e também por cuidar de min.

À Ana Lídia, grande amiga, mãe dos meus filhos João Arthur e

Ana Carolina, pela dedicação e amor a eles, o que me

proporciona grande alegria e tranquilidade. Obrigado por seu

apoio.

Aos amigos e familiares, pelo incentivo e por entender os

momentos de ausência.

À minha orientadora, Profª Drª Bárbara Pompeu Christovam, por

disponibilizar seu tempo e conhecimentos, mas acima de tudo por

sua amizade e sabedoria, que tornaram esta caminhada

agradável e tranquila. “Ensinar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua

construção”. (Paulo Freire).

Ao meu coorientador, Prof. Dr. João Luis Fernandes, pelo apoio

na aquisição de conhecimentos em tecnologia da informação e

Page 7: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

por disponibilizar a estrutura necessária ao desenvolvimento do

software, produto deste estudo.

À Thiago Giannini Ramos, analista de sistemas da GTI-HUAP,

profissional de excelência, agradeço pelo empenho e parceria no

desenvolvimento do software.

Page 8: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

Quase tudo que me proponho a fazer, eu consigo!

E quando não consigo, me dou por satisfeito por ter exaustivamente tentado, e ainda assim,

tento outra vez!

Tony Figueiredo

Page 9: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

RESUMO

Situação Problema: há uma tendência na gestão de pessoas, no qual a ênfase está no “Capital Humano”. Nesse modelo as pessoas são consideradas como

capital, pois agrega valor as organizações. Observa-se que a ausência de um sistema informatizado de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem parece não oferecer subsídios suficientes aos gerentes para

fundamentar sua prática, bem como condutas e tomadas de decisão. A informação sobre recursos humanos em saúde no Brasil ainda é incipiente, existindo uma lacuna no conhecimento produzido sobre o tema, o que justifica e

torna relevante a realização deste estudo. Para desenvolver o presente estudo foram traçados os seguintes objetivos: Objetivo geral: Construir um sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem para o Hospital

Universitário Antônio Pedro (HUAP). Objetivos específicos: Identificar na literatura científica a utilização de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem; evidenciar junto aos enfermeiros que desempenham funções de

gerência no Hospital Universitário Antônio Pedro, aspectos relacionados à utilização de indicadores de gestão de capital humano de enfermagem. Método: Estudo metodológico com abordagem quanti-qualitativa, desenvolvido em três

fases: 1ª Fase Revisão integrativa da literatura cientifica em bases virtuais de dados, realizada em setembro de 2012, atualizada em maio de 2013, no recorte temporal: 1998-2013; 2ª Fase entrevista com enfermeiros gerentes do HUAP, a

fim de evidenciar aspectos relacionados à utilização de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem; 3ª Fase construção do sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem para o HUAP. Resultados: 1ª Fase A

revisão da literatura identificou 11 categorias que foram divididas em 02 grupos: Indicadores de gestão do capital humano de enfermagem; Possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Permitiram elucidar o tema e

subsidiaram a construção do instrumento de coleta de dados da segunda etapa. 2ª Fase A abordagem aos enfermeiros gerentes possibilitou a identificação do perfil destes profissionais, evidenciar a utilização de indicadores de gestão do

capital humano de enfermagem no hospital e analisar por meio de escala Likert a concordância quanto à relevância dos indicadores identificados na revisão integrativa da literatura. E, ainda, identificar possíveis novos indicadores

propostos pelos gerentes. Na 3ª Fase da pesquisa, 05 indicadores base foram eleitos, estudados e desenvolvidos, derivando em um total de 26 indicadores, que foram operacionalizados através da construção tecnológica do software “Sistema

de Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem do HUAP”. Conclusão: O sistema de indicadores de gestão desenvolvido neste estudo possibilita uma visão ampla e sistemática do capital humano de enfermagem do

hospital. Constitui importante fonte de dados, permitindo o monitoramento e comparação com parâmetros internos e externos, favorecendo a tomada de decisão gerencial e a identificação de áreas que necessitem de intervenção.

Descritores: Recursos Humanos de Enfermagem no Hospital; Indicadores de Gestão; Sistemas de informação; Avaliação de Recursos Humanos em Saúde;

Gestão em Saúde.

Page 10: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

ABSTRACT

Problem situation: there is a tendency in personal management, in which the emphasis is on "Human Capital". In this model people are considered as capital,

because adds value to organizations. It is observed that the absence of a computerized system of indicators of human capital management of nursing does not seem to provide sufficient subsidies to managers to support their practice, as

well as behaviors and decision making. Information on human resources for health in Brazil is still incipient, there is a gap in knowledge produced on the subject, which justifies and makes this study relevant. To develop the present study the

following objectives were outlined: General Objective: Building a system of indicators of human capital management of nursing for the Antonio Pedro University Hospital (HUAP, in Portuguese). Specific Objectives: Identify the use

of indicators of human capital management of nursing in the scientific literature; to evidence together with nurses who perform management functions in the Antonio Pedro University Hospital, aspects related to the use of indicators of human capital

management of nursing. Method: Methodological study with quantitative and qualitative approach, developed in three phases: Phase 1 Integrative review of the scientific literature on virtual databases, held in September 2012, updated in May

2013, of publications dated in the period from 1998 to 2013; Phase 2 interview with the nurse managers of the HUAP in order to highlight issues related to the use of indicators of human capital management of nursing; Phase 3 construction

of the system of indicators of human capital management of nursing for HUAP. Results: Phase 1 The literature review identified 11 categories that were divided into 02 groups: Indicators of human capital management of nursing; Possible

indicators of human capital management of nursing. Helped to clarify the issue and supported the construction of the instrument to collect data from the second step. The phase 2 the approach to nurse managers allowed the identification of

the profile of these professionals and to evidence the use of indicators of human capital management of nursing in the hospital and analyze through Likert scale the agreement on the relevance of the indicators identified in the literature review. And

still identify possible new indicators proposed by managers. In Phase 3 of the research, were elected 05 base indicators, studied and developed, deriving others 26 indicators, which were operationalized through technological construction of the

software: "System of Indicators for Human Capital Management in Nursing at HUAP". Conclusion: The system of management indicators developed in this study provides a comprehensive and systematic vision of the human capital

nursing of the hospital. Is an important source of data, enabling monitoring and comparison with internal and external parameters, favoring the managerial decision-making and identification of areas requiring intervention.

Keywords: Nursing Staff, Hospital; Management Indicators; Information Systems; Health Human Resource Evaluation; Health Management.

Title: System of Indicators of Human Resource Nursing Management in Hospital Setting - Methodological Study.

Page 11: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ADIns Ações Diretas de Inconstitucionalidade

ANA American Nursing Association

BDENF Base de Dados de Enfermagem

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CINAHL Cummulative Index Nursing and Allied Health Literature

CIRH Comissão Intersetorial de Recursos Humanos

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CNS Conselho Nacional de Saúde

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

DE Diretoria de Enfermagem

DER Diagrama de Relacionamento de Entidades

dp Desvio Padrão

EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

EPI Equipamentos de Proteção Individual

Fi Frequência Absoluta

Fr Frequência Relativa

FTICHE Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem

GTI Gerência da Tecnologia da Informação

HUAP Hospital Universitário Antonio Pedro

IFES Instituição Federal de Ensino Superior

IST Índice de Segurança Técnica

IWS Index of Work Satisfaction

LILACS Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEC Ministério da Educação e Cultura

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

NAS Nursing Activities Score

NEMS Nine Equivalents of Nursing Manpower use Score

NOB/RH Norma Operacional Básica de Recursos Humanos

ObervaRH Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Panamericana de Saúde

PBE Prática Baseada em Evidência

PCCS Plano de Carreiras, Cargos e Salários

QVT Qualidade de Vida no Trabalho

Page 12: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

REHUF Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais

Universitários Federais

RJU Regime Jurídico Único

SciELO Scientific Eletronic Library Online

SCP Sistema de Classificação de Pacientes

SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

SI Sistemas de Informação

SIG Sistemas de Informações Gerenciais

SIPAGEH Sistema de Indicadores Padronizados para Gestão Hospitalar

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TI Tecnologia da Informação

TISS-28 Therapeutic Intervention Scoring System–28

USP Universidade de São Paulo

Page 13: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

LISTA DE SÍMBOLOS

(Figura nº 7)

Page 14: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 Distribuição quantitativa da bibliografia localizada nas bases

de dados LILACS, BDENF e SciELO por descritor. Niterói, 2012

55

Quadro 2 Distribuição quantitativa da bibliografia localizada nas bases

de dados LILACS, BDENF e SciELO, com a associação dos três descritores. Niterói, 2012

56

Quadro 3 Estudos incluídos na revisão integrativa da literatura sobre

indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013

57

Quadro 4 Indicadores de gestão do capital humano de enfermagem consagrados na literatura. Niterói, 2013

60

Quadro 5 Possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem evidenciados na literatura. Niterói, 2013

61

Quadro 6 Síntese do conhecimento extraído dos estudos incluídos na revisão integrativa sobre indicadores de gestão de recursos humanos de enfermagem. Niterói, 2013

62

Quadro 7 Recursos utilizados na avaliação da qualidade da gestão do capital humano de enfermagem pelos gestores do HUAP. Niterói, 2013

78

Quadro 8 Utilização de indicadores para avaliar a qualidade da gestão do capital humano de enfermagem por gestores do HUAP.

80

Quadro 9 Outros indicadores a serem utilizados na avaliação da

gestão do capital humano de enfermagem pelos gestores do HUAP. Niterói, 2013

81

Quadro 10 FTICHE Nº 01 – Absenteísmo. Niterói, 2013 87

Quadro 11 FTICHE Nº 02 - Rotatividade. Niterói, 2013 88

Quadro 12 FTICHE Nº 03 - Acidentes de trabalho. Niterói, 2013 89

Quadro 13 FTICHE Nº 04 - Treinamento. Niterói, 2013 90

Quadro 14 FTICHE Nº 05 - Dimensionamento. Niterói, 2013 91

Page 15: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Características essenciais à produção nas organizações. Niterói, 2013

18

Figura 2 Problemas na gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013

19

Figura 3 Problemas institucionais do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013

20

Figura 4 Estratégias do governo para melhoria da qualidade da gestão de recursos humanos em saúde. Niterói, 2013

21

Figura 5 Esquema das considerações iniciais acerca do objeto de estudo. Niterói, 2013

23

Figura 6 Resumo esquemático da metodologia. Niterói, 2013 47

Figura 7 Fluxograma de busca e seleção das produções científicas. Niterói, 2013

55

Figura 8 Lista dos Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem – HUAP. Niterói, 2013

86

Figura 9 Planilha dos indicadores de gestão do capital humano de enfermagem – HUAP. Niterói, 2014

93

Figura 10 Diagrama de relacionamento de entidades (DER) do

sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar - HUAP. Niterói, 2014

96

Figura 11 Desenvolvimento da aplicação do sistema de indicadores de

gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar - HUAP. Niterói, 2014

97

Figura 12 Tela de apresentação do software. Niterói, 2014 98

Figura 13 Tela de cadastro de usuários. Niterói, 2014 99

Figura 14 Tela para seleção de indicadores por unidade. Niterói, 2014 100

Figura 15 Tela de cadastro de indicadores e cálculos. Niterói, 2014 101

Figura 16 Tela para preenchimento pelas gerências, relativo a valores de cada unidade. Niterói, 2014

102

Figura 17 Tela para apresentação de gráficos relativos a cada indicador. Niterói, 2014

103

Page 16: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Perfil demográfico dos enfermeiros gerentes do HUAP. Niterói, 2014

73

Tabela 2 Caracterização profissional dos enfermeiros gerentes do HUAP. Niterói, 2014

74

Tabela 3 Concordância dos gerentes quanto à relevância de

utilização de cada um dos indicadores e possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2014

82

Page 17: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

SUMÁRIO

RESUMO viii

ABSTRACT ix

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS x

LISTA DE SÍMBOLOS xii

LISTA DE QUADROS xiii

LISTA DE FIGURAS xiv

LISTA DE TABELAS xv

INTRODUÇÃO 18

CAPÍTULO I

1 FUNDAMENTAÇÃO TERÓRICA 25

1.1 Contexto socioeconômico e político da gestão de recursos humanos em saúde no Brasil

25

1.2 Planejamento e desenvolvimento de capital humano em saúde 30

1.3 Sistemas de Informação (SI) 32

1.3.1 Definindo e caracterizando sistemas de informação 32

1.3.2 Sistemas de informação gerencial (SIG) 32

1.3.3 Sistemas de informação em saúde 33

1.4 Indicador 34

1.4.1 Definindo e caracterizando indicador 34

1.4.2 Utilidade dos Indicadores 35

1.4.3 Propriedades essenciais aos indicadores 35

1.4.4 Propriedades complementares aos indicadores 36

1.4.5 Atributos dos indicadores 37

1.4.6 Limitações na utilização de indicadores 37

1.5 Capital humano 38

1.5.1 Considerações 38

1.5.2 Teoria do Capital Humano 39

1.5.3 O conceito de capital humano 40

1.5.4 Críticas à Teoria do Capital Humano 41

1.5.5 Gestão do capital humano 41

1.5.6 Medição do capital humano 42

CAPITULO II

2 METODOLOGIA 44

2.1 1ª Fase: revisão integrativa da literatura científica: indicadores

de gestão do capital humano de enfermagem

47

Page 18: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

2.2 2ª Fase: pesquisa de campo com enfermeiros gerentes do 49

2.3 3ª Fase: construção do sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar

51

CAPITULO III

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 54

3.1 1ª Fase: revisão integrativa da literatura científica: indicadores de gestão do capital humano de enfermagem

54

3.1.1 Resultados 60

3.1.2 Discussão 65

3.2 2ª Fase: pesquisa de campo com enfermeiros gerentes do HUAP

73

3.2.1 Resultados 73

3.3 3ª Fase: construção do software “sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar”

83

CONSIDERAÇÕES FINAIS 104

REFERÊNCIAS 108

APÊNDICES 115

APÊNDICE 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 115

APÊNDICE 2. Formulário de coleta de dados 117

ANEXOS 121

ANEXO 1. Organograma da Direção de Enfermagem 121

ANEXO 2. Parecer consubstanciado do Comitê de Ética 125

ANEXO 3. Requisição da confecção do sistema de indicadores ao Setor de Tecnologia da Informação - HUAP

125

Page 19: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

18

INTRODUÇÃO

No atual contexto de globalização, há uma tendência na gestão de

pessoas, no qual a ênfase está no “Capital Humano”. Nesse modelo as pessoas

são consideradas como capital, pois agrega valor às organizações, na medida em

que o conhecimento, as habilidades e talento de seus funcionários são traduzidos

em ações, e que, se bem alinhadas às estratégias da instituição, são

fundamentais para o alcance das metas da organização1. Na gestão do setor

saúde, entende-se que a produção depende de estrutura física, material e

tecnológica disponível e da existência de profissionais qualificados e motivados

para transformar esses recursos em resultados. E, portanto, a dimensão humana

no ambiente da qualidade é considerada o centro das atenções, uma vez que os

anseios, as expectativas e a satisfação dos funcionários, é imprescindível na

execução dos processos, na satisfação dos clientes e no sucesso da instituição2,3.

O atual foco no ser humano e na qualidade de vida no trabalho (QVT) tem

lavado as organizações a dar maior valor a essas questões. As pessoas são as

responsáveis por transformar a estrutura e os recursos em bons resultados e no

sucesso da organização, através do gerenciamento de processos e manutenção

de um relacionamento cooperativo. É importante o desenvolvimento de um clima

organizacional, e à medida que esta integração gera maior satisfação, aumenta

os níveis de motivação, que são traduzidos em melhores resultados. A Figura 1, a

seguir, mostra características essenciais à produção nas organizações.

Figura 1. Características essenciais à produção nas organizações. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

Ao longo de 20 anos como enfermeiro assistencial em unidades de

atendimento de maior complexidade, líder de equipe com especialização na área

de Terapia Intensiva Cardiovascular e em Administração Hospitalar, responsável

pelo gerenciamento do cuidado direto ao paciente, pude observar que vários

Estrutura:

Física Material Tecnológica

Capital Humano:

Qualificado Satisfeito Motivado

Processos

Gerenciados Bons

Resultados

Alcance das Metas

Institucionais

Page 20: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

19

fatores relacionados à gestão do capital humano em enfermagem influenciam

diretamente no desempenho da equipe e na qualidade da assistência prestada.

Entre estes fatores, alguns estão relacionados diretamente à qualidade dos

próprios gerentes, como: falta de incentivos salariais aos cargos de gerência, o

que não estimula o interesse em exercer o cargo; a não exigência de qualificação

na área de administração para o desempenho da função, o que favorece a

atividade por profissionais nem sempre tão bem preparados. Já outros fatores

estão mais diretamente relacionados ao modelo de gestão, como: ausência de um

modelo gerencial bem definido, atualizado e participativo; a não utilização de

indicadores de forma sistematizada, o que torna mais difícil trabalhar com dados

precisos e fidedignos como subsídio às tomadas de decisão4. A Figura 2

apresenta a síntese destes problemas.

Figura 2. Problemas na gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

Destacam-se alguns problemas institucionais relacionados à gestão do

capital humano de enfermagem: quantitativo inadequado de profissionais, quando

relacionado à carga de trabalho nas unidades, o que gera sobrecarga e piora da

QVT, aumentando as taxas de absenteísmo; o pouco incentivo e investimento em

programas e atividades de qualificação, capacitação e desenvolvimento

profissional, demanda em assistência de qualidade questionável, levando

consequentemente à baixa qualidade e desvalorização do trabalho realizado4.

Ainda neste aspecto, no âmbito dos serviços públicos de saúde, há a

precarização do trabalho, assim como a reposição inadequada de pessoal

permanente, com a substituição por profissionais com contrato de trabalho

temporário, com divergências de escalas de trabalho, de carga horária, de salário

Ausência de um modelo

gerencial

Problemas na Gestão do capital humano de enfermagem

Não utilização de um sistema de

indicadores

Falta de incentivos ao

cargo de gerente

Não exigência de qualificação em

administração / gestão

Relacionado aos Gerentes Relacionados à Gerência

Page 21: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

20

e direitos trabalhistas. E, ainda, o fato de que concursos para atividades

temporárias não são atrativos para profissionais mais experientes e qualificados4.

Todos estes fatores levam à insatisfação, desmotivação e enfraquecimento da

autonomia e qualidade profissional. A Figura 3 mostra a síntese destes

problemas.

Figura 3. Problemas institucionais do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

Na administração pública, a gestão do capital humano é composta por um

conjunto de ações que envolvem a contratação dos trabalhadores, a capacitação,

a avaliação, a remuneração, e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho

adequado5. Importantes iniciativas foram tomadas nos últimos anos pelo governo,

principalmente a partir de 2003, com a criação da Secretaria de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), com os Departamentos de Gestão

da Educação e de Regulação do Trabalho, quando o Ministério da Saúde assumiu

com mais clareza o seu papel, atuando na formulação e execução de Políticas de

Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS)6. Citam-se, ainda, a

Política Nacional de Educação Permanente; o Pró-Saúde; as Diretrizes Nacionais

para Elaboração dos Planos de Cargos e Salários dos Trabalhadores do SUS; e,

a elaboração da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB/RH-

SUS)7,8,9, conforme apresentado na Figura 4, a seguir.

Quantitativo inadequado

de profissionais, gerando

sobrecarga de trabalho

Pouco incentivo à qualificação,

capacitação e desenvolvimento

profissional

Precarização do

trabalho nos

serviços públicos

Problemas institucionais na gestão do capital humano de enfermagem

Page 22: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

21

Figura 4. Estratégias do governo para melhoria da qualidade da gestão de recursos humanos em saúde. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

Quanto à utilização de indicadores de qualidade, por suas características

subjetivas e abstratas, carece de subsídios concretos e consensuais para serem

adotados como ferramenta na avaliação de decisões e ações gerenciais10. Neste

sentido, o indicador de qualidade, por sua vez, é uma medida quantitativa de uma

determinada característica associada à qualidade11. A finalidade dos indicadores

é analisar as condições do processo e do produto/serviço e compará-las com os

padrões estabelecidos, contribuindo para a avaliação de desvios e consequente

busca de melhorias, mantendo o aprimoramento do nível de qualidade12.

Indicadores relacionados à assistência são amplamente utilizados pela

American Nursing Association (ANA) para avaliação da qualidade da assistência

de enfermagem13. O Sistema de Indicadores Padronizados para Gestão

Hospitalar (SIPAGEH) e o Programa de estudos avançados em administração

hospitalar e de sistemas de saúde apontam alguns indicadores de qualidade. No

entanto, quando se trata do gerenciamento do capital humano em saúde,

indicadores de gestão na avaliação da qualidade ainda são pouco utilizados14,15.

No âmbito da gestão do capital humano, a informação adequada e

confiável, obtida em tempo hábil e na forma correta, é reconhecida como um dos

mais importantes recursos para a tomada de decisão. Essa temática é objeto de

estudo pela Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (Observa-RH),

implementada pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

Criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e seus departamentos de gestão da educação e de regulação do

trabalho

Política Nacional de Educação

Permanente

Diretrizes nacionais para elaboração dos planos de cargos e salários dos trabalhadores do

SUS

Estratégias do governo para melhoria da qualidade da gestão de RH. em saúde

Elaboração da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB/RH-SUS)

Page 23: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

22

Diante do exposto, o presente estudo tem a pretensão de pesquisar a

temática de gerenciamento do capital humano em saúde e desenvolver um

sistema informações de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem

em cenário hospitalar. Intenciona-se contribuir com dados relevantes ao

gerenciamento desta categoria profissional, ao nível institucional local, podendo

constituir a menor, porém não menos importante célula organizacional deste

imenso complexo de variáveis e indicadores gerenciados pela Rede Observa-RH.

Assim, o objeto deste estudo trata dos indicadores de gestão do capital

humano de enfermagem em cenário hospitalar. Para responder ao objeto de

estudo, as hipóteses, questões norteadoras, objetivos e ações delimitadas para o

desenvolvimento desta pesquisa são apresentadas na Figura 5.

Page 24: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

23

Figura 5. Esquema das considerações iniciais acerca do objeto de estudo. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

Page 25: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

24

A justificativa para a abordagem ao tema “indicadores de gestão do

capital humano de enfermagem” se encontra na necessidade de aprofundar as

pesquisas sobre a dinâmica administrativa e conhecer a qualidade do

gerenciamento do capital humano de enfermagem de forma quantificável, de

modo que seja possível comparar com padrões internos e externos. Isto, a fim de

dar subsídios aos gestores no planejamento estratégico, nas melhores condutas e

tomadas de decisão, no desenvolvimento de educação permanente e na

qualificação profissional da equipe de enfermagem.

A relevância no desenvolvimento deste estudo se define pela importância

desta implementação como ferramenta gerencial pelos gestores de enfermagem

no compartilhamento de dados e experiências, na busca de melhores resultados,

na redução de custos e na melhoria da qualidade e satisfação da equipe. Que, no

entanto, ainda são pouco utilizados nos hospitais, e quando utilizados, não são

um processo integrado e sistematizado, necessitando de maiores estudos para

que esta implementação seja efetiva.

Assim, pretende-se como produto deste estudo a elaboração de um

sistema de informação. Um sistema de informação pode ser definido como um

conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar,

recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de

facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo

decisório em organizações16.

O sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem

para o Hospital Universitário Antonio Pedro, possibilitará aos gerentes alocar

dados primários que serão capturados, processados e calculados pelo sistema

informatizado, a partir das fórmulas dos indicadores evidenciados na literatura e

definidos relevantes por gerentes de enfermagem. Os resultados serão

apresentados em gráficos e tabelas, permitindo observar a evolução cronológica

do indicador e sua comparação com parâmetros internos e externos,

possibilitando de forma sistematizada avaliar a qualidade no gerenciamento do

capital humano de enfermagem no hospital.

Page 26: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

25

CAPÍTULO I

1. FUNDAMENTAÇÃO TERÓRICA

1.1. Contexto socioeconômico e político da gestão de recursos humanos

em saúde no Brasil

No Brasil, até meados dos anos 1980, a preocupação dos gestores

públicos na área da saúde voltava-se para o financiamento e a organização da

assistência à saúde. A questão de recursos humanos, ainda que presente na

retórica como fundamental, não se traduzia em foco de atenção. Vigorava até

então modelo taylorista/fordista, que abordava essa questão como mais um

insumo, ao lado dos recursos materiais e financeiros e que se caracterizava pela

dominância do trabalho prescrito, com poucas possibilidades de intervenção nos

processos produtivos e pouca autonomia por parte dos trabalhadores4.

A partir dos anos 1980, em decorrência da crise econômica mundial, as

relações de trabalho nas sociedades pós-industriais foram marcadas por

mudanças profundas nas relações de emprego/trabalho. A desregulamentação

dos mercados de capitais e do trabalho, a liberação de fronteiras para os fluxos

de capitais e a diminuição do poder de intervenção do Estado sobre a economia

são alguns dos fenômenos importantes. As políticas públicas reconhecem que

Page 27: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

26

tais mudanças acarretaram consequências negativas para as condições de vida e

de trabalho dos assalariados. Entretanto, uma das contradições evidentes é o fato

de que o setor saúde, tanto no segmento público quanto no privado, comporta-se

como um forte indutor de empregos, como é o caso do SUS no Brasil4.

A Constituição Federal de 1988 instituiu o Regime Jurídico Único (RJU),

estabelecendo as novas regras que deveriam orientar a incorporação e

manutenção dos servidores públicos. Na esfera federal, essa norma constitucional

se traduziu na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o

Regime Jurídico dos Servidores Civis da União, das Autarquias e das Fundações

Públicas Federais4.

Para consolidação de um modelo de Estado gerencial, tem início, nos anos

1990, um processo de reforma administrativa, institucionalizado pela Emenda

Constitucional nº 19, de julho de 1998. A reforma, entre outras propostas,

restringia o quadro de servidores com direito à estabilidade e conferia melhores

salários somente às funções consideradas estratégicas e típicas do Estado, como

militares, procuradores, diplomatas, médicos, engenheiros, agrônomos,

sanitaristas, policiais, auditores fiscais, técnicos do Banco Central e especialistas

em orçamento. Para os demais cargos, a reforma autorizava os municípios, os

estados e a União a contratar servidores com base na Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT)4.

Em 1999, Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIns) foram impetradas

tanto contra o regime diferenciado de remuneração adotado para as agências

reguladoras quanto contra a reforma administrativa promovida pela Emenda

Constitucional nº 19, que institucionalizaria o regime de CLT no serviço público.

Essas ações fizeram com que o modelo de reforma fosse parcialmente

implantado, mantendo-se o RJU como forma exclusiva de incorporação de

servidores na administração pública nas diferentes esferas de governo (Lei n.

8.112/1990), adotando-se, de forma complementar, a contratação de serviços

pela via da terceirização (Lei n. 8.666/1993)4.

O panorama entre 2000 e 2010 foi favorável à produção de mudanças na

esfera pública no Brasil e se refletiu em revisões de políticas anteriores,

construídas na década anterior. Esse movimento de questionamento e de

Page 28: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

27

construção de novas possibilidades no campo da gestão do trabalho e de

educação na saúde esteve presente em toda a América Latina, com apoio

substancial da OPAS e do governo brasileiro4.

Nessa conjuntura, o trabalhador é recolocado na centralidade desse

processo, ampliando a discussão sobre a gestão do trabalho, incluindo repensar o

planejamento e a qualificação do trabalho e do trabalhador. Novas competências

são requeridas dos trabalhadores e gestores, o que implica redefinir as formas de

recrutar, selecionar, treinar e manter os profissionais em suas respectivas

atividades, impondo a criação de instrumentos gerenciais essenciais a essa nova

abordagem de gestão de recursos humanos, incidindo, principalmente, na

incorporação e remuneração da força de trabalho, com requerimentos crescentes

de especialização dos trabalhadores4.

A partir da 10ª Conferência Nacional de Saúde, a Comissão Intersetorial de

Recursos Humanos (CIRH), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), iniciou

discussões para a elaboração dos “Princípios e Diretrizes para Gestão do

Trabalho no SUS”. Em 2003, foi aprovada a aplicação da resolução “Princípios e

Diretrizes da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos” como Política

Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, no âmbito do SUS.

No mesmo ano, o Ministério da Saúde reformulou a estrutura e o status da área

de recursos humanos no seu âmbito, criando a SGTES, com dois departamentos:

Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde e Gestão da Educação na Saúde4.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem dedicando esforços ao

reconhecimento da importância das pessoas como sujeitos fundamentais ao bom

funcionamento dos sistemas de saúde. Destaca-se que já no ano de 2006, os

integrantes da Reunião Regional dos Observatórios de Recursos Humanos em

Saúde, realizada em Toronto, no Canadá, reconheceram a importância do tema

dos recursos humanos para os sistemas de saúde, produzindo um “Chamado à

Ação”. Neste documento foram descritos três princípios básicos, apoiados pela

OPAS e pelos países participantes, entre eles o Brasil:

» Os recursos humanos são a base dos sistemas de saúde. A contribuição

do trabalhador é fator essencial para a melhoria da qualidade de vida e de saúde;

Page 29: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

28

» O trabalho em saúde é um serviço público de responsabilidade social. É

necessário o equilíbrio entre os direitos sociais e as responsabilidades dos

trabalhadores da saúde e as responsabilidades dos cidadãos que merecem

atenção e direito à saúde;

» Os trabalhadores são protagonistas do desenvolvimento e melhoria do

sistema de saúde. O desenvolvimento dos recursos humanos em saúde é um

processo social, não exclusivamente técnico, orientado para a melhoria da

situação de saúde da população e da equidade social, por meio de uma força de

trabalho bem distribuída, saudável, capacitada e motivada. Esse processo social

tem o conjunto dos trabalhadores de saúde como um dos seus principais

protagonistas4.

A Rede Observa-RH, instituída pela Portaria. nº 26/MS, de 21 de setembro

de 1999, é coordenada pela SGETES, do Ministério da Saúde, com o

assessoramento permanente da OPAS. Compõe um projeto de âmbito continental

desta organização, implantado em diversos países da América Latina e Caribe,

propiciando o mais amplo acesso a informações e análises sobre os processos de

formação, desenvolvimento, regulação, gestão e formulação de políticas e de

programas setoriais de recursos humanos em saúde4.

Integrada por instituições de ensino, pesquisa e serviços (denominadas de

Estações de Trabalho), a Rede Observa-RH possui como objetivos desenvolver

estudos e metodologias para análise da implementação de políticas de saúde em

seus aspectos relacionados com recursos humanos no campo da gestão,

formação e regulação das profissões e ocupações de saúde; monitorar os

aspectos demográficos, políticos e sociais da oferta e da demanda da força de

trabalho do setor (das profissões e ocupações de saúde); acompanhar, analisar e

orientar o desenvolvimento das estratégias e metodologias de formação e

capacitação de recursos humanos de saúde; acompanhar e analisar as relações

de trabalho e emprego no setor da saúde; desenvolver estudos, metodologias e

indicadores que possibilitem a avaliação da eficiência, eficácia e efetividade do

trabalho em saúde; fomentar o desenvolvimento de mecanismos de gerência da

força de trabalho, especialmente nos aspectos relativos à contratação,

remuneração e incentivos; acompanhar as demandas da regulação do exercício

Page 30: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

29

profissional e das ocupações na área da saúde; desenvolver estudos e análises

sobre as políticas de recursos humanos em saúde no Brasil; subsidiar as ações

das esferas de governo e dos entes governamentais para elaboração de políticas

de gestão e regulação do trabalho e de educação na saúde4.

No entanto, ao longo dos últimos anos, as administrações federal, estadual

e municipal vêm lançando mão de formas de contratação e estratégias de gestão

de pessoal diferenciadas, que incluem: contratação temporária, terceirização de

serviços, bolsa de trabalho, estágios, contratos com cooperativas, contratos por

órgãos internacionais, contratos privados lucrativos ou não lucrativos, contratos e

convênios de gestão com organizações sociais4.

A utilização desses mecanismos tem auxiliado a gestão do SUS a dar

respostas mais rápidas às demandas por serviços. No entanto, essas múltiplas

formas de gestão de contratos mobilizam mudanças na lógica de gestão interna

dos órgãos públicos e geram conflitos e impasses de ordem legal e gerencial nas

relações de trabalho, visto tratamento desigual conferido a cada ente contratado.

Esse processo requer um novo perfil dos gestores, que devem ser capazes de

superar estes desafios e tentar construir coletivamente as estruturas tanto do

ponto de vista administrativo quanto assistencial4.

No âmbito da administração publica federal, em 2010, foi criado pelo

Decreto nº 7.082 o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais

Universitários Federais (REHUF), definindo diretrizes e objetivos para a

reestruturação e revitalização dos hospitais universitários federais integrados ao

SUS. Alegando dar prosseguimento ao processo de recuperação dos hospitais

universitários federais, foi criada, em 2011, por meio da Lei nº 12.550, a Empresa

Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Esta empresa pública vinculada

ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) torna-se o órgão responsável pela

gestão do Programa de Reestruturação das universidades federais que assim

optarem por meio de contrato firmado17.

A EBSERH, desde o momento de sua criação, foi alvo de sérias críticas por

parte de sindicatos e órgãos de representação, levando a formação da Frente

Nacional contra a Privatização da Saúde, constituída por fóruns estaduais e

municipais de saúde, movimentos sociais, sindicatos, trabalhadores, conselheiros

Page 31: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

30

das diversas áreas sociais, estudantes, professores, grupos de pesquisa e de

extensão e sociedade civil organizada. Em 2013, esta Frente Nacional postulou

pela procedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.895/2013, proposta

pela Procuradoria Geral da República contra a Lei 12.550/201118.

A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde considera que a

transferência da administração e da gestão dos hospitais universitários públicos

federais à EBSERH, prevista na Lei 12.550/2011, constitui-se em: terceirização

inconstitucional das atividades finalísticas dos hospitais universitários; desrespeito

material à autonomia universitária definida constitucionalmente e à característica

nata dos hospitais universitários enquanto integrantes das universidades e

promotores de ensino, pesquisa e extensão; ameaça ao caráter público dos

serviços de educação e saúde, visto que o regime de pessoal permanente da

EBSERH se baseia na CLT; flexibilização dos vínculos de trabalho e abertura de

precedente para a não realização de concurso público e; desrespeito ao Controle

Social. O CNS, instância máxima de controle social e de deliberação sobre a

política nacional de saúde, aprovou diversas deliberações contrárias à

implantação da EBSERH nos hospitais universitários do país18.

1.2. Planejamento e desenvolvimento de capital humano em saúde

O planejamento da força de trabalho é fundamental para a gestão de

recursos humanos. Para definir o quantitativo, o perfil e a composição dos

recursos humanos necessários, devem-se considerar os objetivos e metas da

organização, os processos de trabalho e os recursos orçamentários. As

estratégias para captação e manutenção devem ser bem definidas, para

possibilitar o alcance do perfil desejado, seja por meio de processos seletivos ou

da capacitação dos atuais trabalhadores. Ainda se devem incorporar as atividades

técnicas de caráter estratégico e gerencial que envolva o desenvolvimento

pessoal e profissional e que mantenha um bom nível de motivação entre os

trabalhadores4.

Nesse particular, o Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) foi

sempre um caminho apoiado pelos trabalhadores, em conferências nacionais e

Page 32: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

31

outros fóruns específicos sobre o tema recursos humanos. Na esfera federal há

uma tendência, nos últimos anos, em relação à estruturação de PCCS, e de que

esta esteja associada a um modelo de gestão integrada de pessoas, orientado

para os resultados do seu trabalho e da organização, utilizando-se a noção de

competências4.

Tendo em vista as transformações no âmbito do trabalho no SUS, faz-se

necessário considerar fatores importantes neste processo, que incluem a adoção

de um modelo de gestão integrada voltado para resultados institucionais,

organizacionais e individuais e no desenvolvimento de novas competências de

trabalhadores e gestores. Portanto, implica na redefinição das formas de recrutar,

selecionar, treinar e manter os profissionais em suas respectivas atividades e que

abriguem a possibilidade de se institucionalizar mecanismos de remuneração

variável, gratificações por desempenho, localização e qualificação4.

A heterogeneidade de vínculos é outro fator importante que compõe esse

conjunto de transformações. As novas formas de “contrato” mudam radicalmente

os mecanismos de ingresso e a manutenção do trabalhador, estabelecendo novas

relações de trabalho, acarretando que gestores, em todos os níveis, tenham que

adquirir competências que os habilitem como negociadores e administradores da

força de trabalho4.

Nesse contexto, têm-se duas grandes questões: Como avaliar e promover

o desenvolvimento dessas novas competências nos espaços de trabalho e como

garantir uma uniformidade nesse processo de qualificação, de forma a permitir

mobilidade e circulação dos trabalhadores no mercado de trabalho setorial? Que

questões são fundamentais para os formuladores e gestores de políticas setoriais,

no campo da saúde e da educação, para que possam relacionar-se com as

demandas sociais do SUS e com a expectativa dos trabalhadores do setor?4

Na área de desenvolvimento e capacitação, o principal problema, refere-se

à ausência de uma política de planejamento e programação. Identificou-se

também, fragmentação das atividades, indefinição de fluxos de capacitação e

necessidade de inserção da área de recursos humanos na coordenação desse

processo. É possível destacar, no conjunto de problemas enfrentados pelos

gestores nesse campo, questões estratégicas que dizem respeito a: baixa

Page 33: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

32

capacidade gerencial; ausência de pessoal qualificado na área de gestão;

desconhecimento sobre os princípios e as normas operacionais do SUS; falta de

conhecimento de gestores e trabalhadores sobre as bases técnicas e políticas do

SUS e pouca oferta de qualificação na área de Saúde Pública e Gestão de

Serviços de Saúde4.

1.3. Sistemas de Informação (SI)

1.3.1. Definindo e caracterizando sistemas de informação

Um dado por si só e isolado não conduz a compreensão, apenas quando

classificados, relacionados e armazenados, são bases para produzir informação.

A informação é resultado do “tratamento” dos dados19.

Um SI pode ser definido como um conjunto de componentes inter

relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e

distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a

coordenação, a análise e o processo decisório em organizações20.

Em tecnologia da informação (TI), os SI recebem dados como entrada,

processam os dados captados, e geram produtos da informação (mensagens,

relatórios e representações gráficas) como saída. Um SI depende de pessoas

(operadores e usuários); de hardwere (máquinas); de softwere (programas); de

banco de dados (arquivos, tabelas, indicadores e outros dados); de redes (para

compartilhamento de informações) e de procedimentos (que são as funções que o

sistema deve executar)21.

1.3.2. Sistemas de informação gerencial (SIG)

SIG são sistemas de pessoas, equipamentos, procedimentos, documentos

e comunicações que coletam, validam, executam operações, transformam,

armazenam, recuperam e apresentam dados para uso no planejamento,

desenvolvimento e controle de processos gerenciais, devendo fornecer

Page 34: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

33

informações atualizadas e precisas para que possam ser utilizadas no processo

decisório22.

Os SIG são instrumentos essenciais à gestão do trabalho, contribuindo

para os processos de planejamento, monitoramento, desenvolvimento e avaliação

da força de trabalho. A criação de um sistema capaz de produzir dados para a

tomada de decisão pode ser compreendida como uma ação estratégica,

favorecendo a gestão profissionalizada, guiando a eleição de prioridades e

colaborando na definição de instrumentos gerenciais que venham integrar os

planos de ação para a área. Os bancos de dados são também instrumentos

valiosos para subsidiar processos negociais que integram as políticas de gestão

do trabalho22.

1.3.3. Sistemas de informação em saúde

Um sistema de informação bem delineado favorece o fluxo de informações

nas instituições, criando um relacionamento dinâmico entre as unidades,

departamentos e setores da organização, representando, portanto, uma base

concreta para um processo gerencial que dê estabilidade ao sistema e, no caso

da saúde, pode ser um instrumento valioso para a implantação de um SIG. Nesse

sentido, ganha relevância a informatização dos processos, encurtando fluxos,

favorecendo a gestão responsável dos pleitos dos trabalhadores e da gestão

institucional23.

No âmbito da gestão de recursos humanos em saúde, deve ser

considerada uma série de fatores que, por sua vez, encontram-se relacionados a

cinco áreas de atuação, que operam interligadas23:

a) planejamento do setor saúde (em que se destacam as características e

projeções de dados populacionais, econômicos, de morbidade, de mortalidade, de

renda familiar, de gastos governamentais por setor);

b) planejamento dos recursos humanos em saúde (com ênfase para perfis

de profissões, regulação das profissões, indicadores de necessidade de pessoal);

c) formação de recursos humanos (em que sobressaem os programas de

formação, qualificação e treinamento, a oferta de programas de educação

Page 35: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

34

permanente, o quantitativo de ingressos e de formados nos sistemas de ensino, a

modalidade de cursos e sua distribuição geográfica);

d) gestão de recursos humanos em saúde (em que se incluem descrições

e especificações das categorias funcionais, condições de emprego,

características pessoais do trabalhador de saúde);

e) indicadores e monitoração de recursos humanos em saúde.

Apesar da sua importância, a informação específica sobre os recursos

humanos em saúde ainda é precária e de acesso restrito. Muitos gestores

apontam para esse problema como sendo o principal que enfrentam na tentativa

de melhorar os sistemas de saúde, porque existe uma lacuna na base de

conhecimento requerida para se traçar planejamentos e estratégia e fundamentar

as melhores práticas e decisões. Portanto, é possível afirmar que a informação é

um recurso primordial para subsidiar esse processo23.

O estudo “Variáveis e Indicadores para Análise de Recursos Humanos em

Saúde no Brasil”, realizado em 2006 pela Rede Observa-RH/OPAS, contribuiu

para melhorar o conhecimento e a utilização de variáveis e indicadores por parte

de profissionais que atuam na área, propondo formas de abordagem a partir da

análise de bases de dados disponíveis no Brasil. Este estudo propôs ainda ser um

instrumento auxiliar na discussão sobre a padronização de conteúdo e estrutura

da informação na área de recursos humanos em saúde, além de servir como

subsídio na elaboração de um alicerce teórico para a tomada de decisão em

relação aos recursos humanos desse campo23.

1.4. Indicador

1.4.1. Definindo e caracterizando indicador

Os indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de

monitoramento e avaliação das organizações, adicionais aos projetos, programas

e as políticas, pois permite acompanhar o alcance das metas, identificar avanços,

melhorias de qualidade, correção de problemas e necessidades de mudança.

Assim sendo, pode-se dizer que os indicadores possuem, minimamente, duas

Page 36: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

35

funções básicas: descrever por meio da geração de informações o estado real

dos acontecimentos e o seu comportamento e identificar o caráter valorativo, que

consiste em analisar as informações presentes com base nas anteriores de forma

a realizar proposições valorativas24.

1.4.2. Utilidade dos Indicadores

Indicadores são números, ou seja, são atribuições de valor a objetivos,

acontecimentos ou situações, de acordo com regras, que possam ser aplicados

critérios de avaliação, como, por exemplo, eficácia, efetividade e eficiência. Dessa

forma, os indicadores são utilizados para24:

Mensurar os resultados e gerir o desempenho;

Embasar a análise crítica dos resultados e o processo de tomada de

decisão;

Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais;

Facilitar o planejamento e o controle do desempenho;

Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do

desempenho de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes

semelhantes.

1.4.3. Propriedades essenciais aos indicadores

O processo de seleção de indicadores deve buscar o maior grau possível

de aderência a algumas propriedades que caracterizam uma boa medida de

desempenho. As propriedades essenciais são aquelas que qualquer indicador

deve apresentar e sempre devem ser consideradas como critérios de escolha,

independente da fase do ciclo de gestão em que se encontra (planejamento,

execução, avaliação etc.). São elas25:

Utilidade: Deve suportar decisões, sejam no nível operacional, tático ou

estratégico. Os indicadores devem, portanto, basear-se nas necessidades

dos gestores;

Page 37: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

36

Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a

realidade que se deseja medir e modificar. Um indicador deve ser

significante ao que está sendo medido e manter essa significância ao longo

do tempo;

Confiabilidade: indicadores devem ter origem em fontes confiáveis, que

utilizem metodologias reconhecidas e transparentes de coleta,

processamento e divulgação;

Disponibilidade: os dados básicos para seu cômputo devem ser de fácil

obtenção.

1.4.4. Propriedades complementares aos indicadores

São também muito importantes, mas dependendo da avaliação

particularizada da situação, não se apresentam como unanimidade. São elas25:

Simplicidade: indicadores devem ser de fácil obtenção, construção,

manutenção, comunicação e entendimento pelo público em geral, interno

ou externo.

Clareza: geralmente um indicador é definido como uma divisão entre duas

variáveis básicas; é formado, portanto, por um numerador e um

denominador, ambos compostos por dados de fácil obtenção.

Eventualmente, porém, ele pode ter fórmula complexa, envolvendo muitas

variáveis. Em todo caso, porém, é imprescindível que seja claro.

Sensibilidade: capacidade que um indicador possui de refletir

tempestivamente as mudanças decorrentes das intervenções realizadas;

Economicidade: capacidade do indicador de ser obtido a custos módicos;

a relação entre os custos de obtenção e os benefícios advindos deve ser

favorável;

Estabilidade: capacidade de estabelecimento de séries históricas estáveis

que permitam monitoramentos e comparações das variáveis de interesse;

Mensurabilidade: capacidade de alcance e mensuração quando

necessário, na sua versão mais atual, com maior precisão possível e sem

ambiguidade;

Page 38: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

37

Auditabilidade: ou rastreabilidade, qualquer pessoa deve sentir-se apta a

verificar a boa aplicação das regras de uso dos indicadores (obtenção,

tratamento, formatação, difusão, interpretação).

1.4.5. Atributos dos indicadores

Os indicadores permitem identificar e aferir aspectos relacionados ao tema,

auxiliando o monitoramento da evolução de uma determinada realidade. São

atributos básicos dos Indicadores25:

Denominação: forma pela qual o indicador será apresentado;

Fonte: órgão responsável pelo registro ou produção das informações

necessárias para a apuração do indicador e sua divulgação periódica;

Unidade de Medida: padrão escolhido para mensuração da relação

adotada como indicador;

Índice de Referência: Consiste em relacionar a aferição de um indicador

em um dado momento, com a unidade de medida escolhida, ou seja, com

a referência dos desafios a serem perseguidos.

1.4.6. Limitações na utilização de indicadores

Durante a construção e utilização de indicadores é importante estar ciente

que estes apresentam algumas limitações, que precisam ser consideradas para

uma adequada utilização dos mesmos. A seguir são apresentadas as principais

limitações identificadas25:

A medição interfere na realidade a ser medida – A coleta de

informações que subsidiarão decisões superiores altera o contexto no qual

as informações são coletadas, interferindo nos resultados obtidos. Há de

se ter em mente que a gestão e cômputo dos indicadores advêm direta ou

indiretamente de procedimentos executados por pessoas que possuem

interesses, sofrem e geram pressões, e que não podem ser consideradas

plenamente isentas.

Page 39: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

38

Parcimônia e confiança são necessárias – Deve-se buscar uma maior

aproximação entre a fonte primária de informações e as instâncias

decisórias superiores, para que o processo de aferição seja confiável,

subsidiando efetivamente os últimos sem sobrecarregar os primeiros.

Não se deve subestimar o custo da medição – Medições efetivas

envolvem significativos custos, principalmente pelo tempo requerido dos

atores envolvidos na concepção, planejamento e implementação dos

indicadores. Deve-se considerar com a máxima antecedência os custos

associados à intensa comunicação e negociação requerida entre as áreas

fim e as instâncias decisórias.

A medição não constitui um fim em si mesmo – Deve-se tomar cuidado

para que os indicadores não interfiram negativamente no desempenho da

organização, seja pelo volume de recursos envolvidos nas áreas fins, seja

pela supervalorização dos indicadores por parte das instâncias decisórias.

Indicadores são representações imperfeitas e transitórias - Não se

deve confiar cega e permanentemente nas medidas, é necessário

periodicamente realizar uma avaliação crítica acerca da pertinência dos

indicadores selecionados, considerando ainda a possibilidade de

aperfeiçoamento.

O indicador e a dimensão de interesse não se confundem - Deve-se

atentar que o indicador apenas aponta, assinala, indica como o próprio

nome revela. Contudo, são comuns casos em que o foco das ações seja

deslocado da realidade com que se deseja trabalhar para o indicador

escolhido para representá-la.

1.5. Capital humano

1.5.1. Considerações

Capital humano pode ser definido como sendo o conjunto das capacidades

e conhecimentos dos indivíduos que, em conjunto com outras características

pessoais e esforço despendido, aumentam as possibilidades de produção de

Page 40: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

39

bem-estar pessoal, social e econômico. Esta definição engloba o nível de

escolaridade e formação (nível de educação formal e informal, ações de formação

profissional) e investimentos na área da saúde e nutrição, bem como a existência

de um conjunto de infraestruturas de educação, formação e investigação26.

As mudanças econômicas e tecnológicas que têm ocorrido desde a década

de 1970 têm exigido novos e mais elevados níveis de capital humano. Um

crescente número de regiões por todo o mundo está colocando a aprendizagem,

o conhecimento, a educação, a investigação e a inovação no centro das suas

estratégias de desenvolvimento. Argumenta-se que as vantagens comparativas

estão crescentemente mais dependentes dos recursos humanos, criação de

conhecimento e inovações contínuas, do que no acesso a capital físico, monetário

e matérias-primas. Por conseguinte, embora desde sempre importante, o

conhecimento passou a ser, no contexto da sociedade atual, vital para o

crescimento econômico26.

1.5.2. Teoria do Capital Humano

A Teoria do Capital Humano surgiu no início dos anos 1960 do século XX,

através de trabalhos realizados essencialmente por um grupo de economistas

neoclássicos da Escola de Chicago. Entre estes, Theodore Schultz, em 1961,

utilizou pela primeira vez a expressão “capital humano” em um artigo da

Americam Economic Review, intitulado “Investiment im Human Capital”. Em 1963,

ele publicava a obra The economic value of education e; em 1964, Gary Becker

publica Human Capital, uma obra de referência nos estudos sobre investimentos

na formação dos trabalhadores, ampliando a discussão sobre o desenvolvimento

na análise economia familiar, utilizando como base a teoria do capital

humano26,27.

Após a apresentação do conceito, os estudos sobre capital humano

difundiram-se rapidamente, principalmente nos Estados Unidos, mas também

noutros países. Desde então muitos termos se adicionaram a este conceito, no

entanto, é consenso que a ideia de capital humano abrange capacidade,

Page 41: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

40

experiência e conhecimento. Outras associações referem-se ao comportamento,

ao empenho e ao tempo disponibilizado26,27.

1.5.3. O conceito de capital humano

O conceito de capital humano engloba, além do nível de educação

formalmente adquirida, um conjunto mais abrangente de investimentos que

influenciam o bem-estar e a produtividade dos indivíduos, empresas e nações,

podendo incluir investimentos na área de saúde, bem como as ações de formação

profissional adquiridas fora do sistema formal de ensino ou a experiência

profissional e pessoal26.

É muito comum encontrar referências ao capital humano como

correspondendo às qualidades e características das pessoas de uma

organização, ou seja, ele é igualado aos aspectos intangíveis e tangíveis.

Intangíveis quando se refere à formação, educação, escolaridade, ao

conhecimento, à saúde, condições de vida e trabalho, informação, etc; e tangíveis

quando se trata dos aspectos relacionados à produção, salários, contratação,

etc26.

Muitos termos se adicionaram ao conceito de capital humano, no entanto, é

consenso que a ideia dele abranja capacidade, experiência e conhecimento.

Capacidade significa competência em atividades que abrangem três subgrupos27:

Conhecimento - Representa o controle de um conjunto de fatos requeridos

para executar um trabalho. Representa o contexto intelectual em que a

pessoa atua.

Habilidade - É a destreza com os meios e métodos para realizar uma

tarefa específica. As habilidades podem variar desde a força e a destreza

física até a um aprendizado específico.

Talento - Refere-se à aptidão. A facilidade de aprender, aperfeiçoar e /ou

desenvolver uma atividade específica.

Outras associações referem-se ao comportamento, ao empenho e ao

tempo disponibilizado27:

Page 42: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

41

Comportamento são formas observáveis de agir, revelam nossos valores,

ética, crenças, percepções e relações com as pessoas, situações e com o

mundo em que vivemos.

Empenho é a aplicação consciente de recursos mentais e físicos para

determinado fim. O empenho ativa a habilidade, o conhecimento e o talento

e se vale do comportamento para alcançar resultados e para despertar o

interesse do investimento em capital humano.

Tempo é o elemento cronológico do investimento do capital humano: horas

por dia, anos de carreira. O tempo é o recurso mais básico sob o controle

do indivíduo. Mesmo reunindo os demais fatores, se não investir tempo no

serviço não terá bom desempenho. A combinação de capacidade,

comportamento, empenho e investimento em tempo produz desempenho,

que do ponto de vista da organização é o resultado do investimento em

pessoal.

1.5.4. Críticas à Teoria do Capital Humano

A Teoria do Capital Humano não está isenta de críticas, embora estas não

ameacem a viabilidade nem atinjam o cerne do modelo do capital humano.

Basicamente as críticas afirmam que o conceito de capital humano danifica a

dignidade humana, ao apresentar as pessoas como contentoras de

conhecimentos e competências, muito similares aos componentes mecânicos . No

entanto, defende-se a pertinência do conceito por entender que realça a

crescente importância das pessoas no contexto das atuais economias e

sociedades, por agregar valor baseado no conhecimento e nas competências

individuais26.

1.5.5. Gestão do capital humano

A gestão do valor humano é um conceito e um processo estratégico de

gestão. Explicita um modelo de como uma entidade seleciona, recruta, contrata,

mantém, desenvolve, usa, gere, mensura, avalia e informa seus ativos humanos.

Page 43: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

42

Estes cada vez mais são motivados a se integrarem nos objetivos de qualidade

das empresas, continuamente solicitados a se empenharem na estratégia de

gerar valor agregado, através de aperfeiçoamento e melhoria contínua de seu

desempenho, ampliando seu conhecimento, colaborando no incremento da

produção, da qualidade e na produtividade das entidades28.

O conhecimento detido pelos recursos humanos que trabalham nas

entidades representa um ativo. Ele é subjetivo, é invisível, não é transparente,

mas está presente e é o agente motor de mudanças, porém não vem, ainda,

sendo contabilizado e reconhecido pelas entidades. Um grande desafio diz

respeito a contabilizar adequadamente os recursos humanos, reconhecendo a

importância que esses têm para as entidades, pois sem eles não há produção,

nem resultado, nem continuidade, nem ativos28.

O uso intensivo do conhecimento vem impactando, sobremaneira, no valor

das entidades, em decorrência da materialização desse recurso, e somadas às

tecnologias disponíveis e empregadas para atuar num ambiente globalizado

produzem benefícios intangíveis que agregam valor às mesmas. A esse conjunto

de benefícios intangíveis denominou-se capital intelectual28.

Os sistemas criados para recrutar o capital humano, recompensá-los e

desenvolvê-los formam uma parte principal do valor de qualquer empresa – tanto

quanto ou mais do que outros ativos, como dinheiro, terras, fábricas,

equipamentos e propriedade intelectual. O valor da empresa, portanto, pode ser

depreciado quando o capital humano é mal gerenciado. Ideias como estas têm

sido, até o presente momento, pouco valorizadas29.

1.5.6. Medição do capital humano

As empresas necessitam perceber que os seres humanos em seu trabalho

não são apenas pessoas movimentando ativos – eles próprios são ativos que

podem ser valorizados, medidos e desenvolvidos como qualquer outro ativo da

corporação. São ativos dinâmicos que podem ter seu valor aumentado com o

tempo, e não ativos inertes que perdem valor. Com certeza são os mais

importantes de todos os ativos. No entanto, as limitações dos sistemas de

Page 44: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

43

medição e contabilidade ainda são um grande desafio ao contexto gerencial do

capital humano29.

A grande maioria dos gestores já está convencida de que as pessoas são o

ativo mais importante de uma empresa, também não é menos verdade de que a

quase totalidade deles não sabe traduzir isto em dados quantitativos. Não é por

acaso que alguns autores reconhecem a grande importância dos ativos

intangíveis, sabendo-se que estes são fortemente influenciados direta ou

indiretamente pelo capital humano24.

Neste sentido, destacam-se vantagens de se criar um sistema de medição

do capital humano: Clarifica e focaliza as pessoas no que é realmente importante.

As empresas são organizações complexas onde a energia e a atenção das

pessoas se distribui por uma imensidão de atividades. O fato de uma atividade ser

medida é um sinal claro de sua importância; clarifica expectativas. Um sistema de

medição não só transmite “o que é importante”, mas também “quanto é

importante”. A existência de métricas permite a todos maior clareza das

expectativas que existem em relação ao desempenho; demonstra uma orientação

para os resultados. Deixar de expor meras opiniões e sentimentos e apresentar

dados quantitativos que liguem os resultados da gestão do capital humano aos

resultados da empresa são a melhor forma de se sentar à mesa de

negociações24.

Page 45: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

44

CAPITULO II

2. METODOLOGIA

Os métodos os quais se pretende desenvolver este estudo vão ao encontro

dos propósitos da Prática Baseada em Evidência (PBE). Esta é uma abordagem

de solução de problema para a tomada de decisão que incorpora a busca da

melhor e mais recente evidência, competência clínica do profissional e os valores

e preferências do paciente dentro do contexto do cuidado. Envolve a definição de

um problema, a busca e a avaliação crítica das evidências disponíveis, a

implementação das evidências na prática e a avaliação dos resultados obtidos.

Assim, essa abordagem encoraja a assistência à saúde fundamentada em

conhecimento científico, com resultados de qualidade e com custo efetivo30,31.

A Gestão Baseada em Evidências é definida como uma aplicação

sistemática da melhor evidência disponível para avaliação das estratégias de

gestão para melhorar o desempenho das organizações e serviços de saúde. O

que distingue a gestão baseada em evidências de outras abordagens é a adoção,

pelos gestores, no processo de tomada de decisão, de consulta a pesquisas (na

área de gestão) bem conduzidas; busca de outras fontes de informação, por

exemplo, experiência pessoal, experiência de outras organizações em situações

semelhantes, opinião de especialistas, avaliação de tendências e padrões de

Page 46: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

45

dados; utilização dos conhecimentos da prática baseada em evidências;

articulação de modelos para a melhoria da qualidade e o incentivo e uso de

recursos eletrônicos atuais que auxiliam na informação para resolução de

problemas32.

Em estudo recente realizado entre agosto de 2011 e março de 2012,

gerentes de enfermagem descreveram como avaliar criticamente fontes de

evidência na tomada de decisões gerenciais. Enfatizaram a importância de

trabalhar com suas equipes para avaliar a melhor evidência associada à tomada

de decisão gerencial e inovações organizacionais. Suas declarações também

demonstraram como eles usam gestão baseada em evidências para apoiar a

adoção de práticas baseadas em evidências. No entanto, eles não apresentaram

estratégias específicas para a busca e obtenção de provas, o que demonstra que

os aspectos da gestão baseada em evidências precisam de mais

desenvolvimento. Os desafios apontados foram as culturas tradicionais e

burocracias rígidas, enquanto os facilitadores foram o trabalho em equipe e

tomada de decisão compartilhada33.

Trata-se de um estudo metodológico com abordagem quantiqualitativa. A

pesquisa metodológica envolve investigações dos métodos de obtenção e

organização de dados e condução de pesquisas rigorosas. Trata do

desenvolvimento, da validação e da avaliação de ferramentas e métodos de

pesquisa34.

A abordagem qualitativa refere-se à análise de conteúdo temática realizada

na revisão integrativa da literatura científica sobre o tema e na análise temática

realisada no conteúdo das questões abertas, respondidas na pesquisa de campo

junto aos gerentes de enfermagem. Já a abordagem quantitativa se deu na

análise da concordância pelos enfermeiros gerentes, quanto à relevância da

utilização de cada um dos indicadores evidenciados na revisão integrativa da

literatura científica.

A análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise

das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de

descrição do conteúdo das mensagens. Ela é dividida em três fases: pré-análise;

Page 47: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

46

exploração do material; tratamento dos resultados, inferência (deduções lógicas)

e a interpretação35.

Análise temática compreende a contagem de um ou vários temas ou

unidades de significação. Fazer uma análise temática consiste em descobrir os

“núcleos de sentido” que compõem a comunicação e cuja presença, ou frequência

de aparição podem significar alguma coisa para o objeto analítico escolhido35.

O tema pode ser destacado no texto na forma de ideias constituintes, em

enunciados e em proposições portadoras de significações isoláveis. O tema

enquanto unidade de registro corresponde a uma regra de recorte (do sentido e

não da forma). O tema é geralmente utilizado como unidade de registro para

estudar motivações de opiniões, de atitudes, de valores, de crenças, de

tendências, etc35.

“Unidade de registro” é a unidade de significação a considerar como de

base visando à codificação e à contagem frequencial. Ex.: A palavra, o tema, o

personagem, o acontecimento, o documento. Enquanto que “unidade de contexto”

serve de unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e

corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões são ótimas para

compreender a significação exata da unidade de registro35.

A abordagem qualitativa recorre de indicadores não frequenciais

susceptíveis de permitir inferências, por exemplo, a presença (ou ausência) pode

constituir um índice tanto ou mais frutífero que a frequência de aparição.

Corresponde a um procedimento mais intuitivo, mais maleável e adaptável a

índices não previstos. O que caracteriza a análise qualitativa é o fato de a

inferência, sempre que realizada, ser fundamentada na presença do índice (tema,

palavra, personagem, etc.) e não sobre a frequência da sua aparição em cada

comunicação individual35.

A abordagem quantitativa obtém dados descritivos através de um método

estatístico. Esta análise é mais objetiva e mais exata. Fundamenta-se na

frequência de aparição de determinados elementos na mensagem35.

O processo metodológico foi desenvolvido em três fases: 1ª fase: revisão

integrativa da literatura científica: indicadores de gestão do capital humano de

enfermagem; 2ª fase: pesquisa de campo com enfermeiros gerentes do HUAP; 3ª

Page 48: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

47

fase: construção do sistema de indicadores de gestão do capital humano de

enfermagem.

Figura 6. Resumo esquemático da metodologia. Niterói, 2013 Fonte: Construção do autor, Niterói, 2013.

2.1. 1ª Fase: revisão integrativa da literatura científica: indicadores de gestão

do capital humano de enfermagem

Foram identificadas as manifestações do objeto a partir de seus conceitos

e atributos, utilizando-se da revisão integrativa da literatura evidenciada nas

bases de dados. Este tipo de revisão é um dos métodos de pesquisa utilizados na

PBE que permite a incorporação das evidências na prática clínica. Esse método

tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um

delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo

Page 49: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

48

para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado. E, ainda, tem o

potencial de construir conhecimento em enfermagem, produzindo um saber

fundamentado e uniforme para os enfermeiros realizarem uma prática clínica de

qualidade36.

Para determinar os estudos a serem analisados, foram estabelecidos como

critérios de inclusão: produções disponíveis nas bases de dados eletrônicas da

literatura em saúde e em enfermagem online, publicadas no recorte temporal de

1998 a 2012, que versassem sobre a temática: indicadores de gestão de recursos

humanos em enfermagem no Brasil. A opção por esses critérios se deu, pois

estudos sobre recursos humanos e qualidade em saúde no Brasil se apresentam

mais evidentes a partir do final da década de 1990, e por considerar as

especificidades da profissão e as políticas públicas de gerenciamento de recursos

humanos em saúde, determinadas pelo panorama político, socioeconômico e

cultural no país. Foram excluídos estudos que não atendiam aos critérios de

inclusão e os que se encontravam em duplicidade nas bases de dados.

A busca bibliográfica ocorreu em setembro de 2012, sendo atualizada em

maio de 2013. As fontes de busca foram as bases de dados eletrônicas de

circulação nacional e internacional, a saber: Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online

(SciELO), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Cummulative Index toi

Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Medical Literature Analysis and

Retrieval System Online (MEDLINE).

Os descritores utilizados na busca foram: Gestão em Saúde, Recursos

Humanos em Saúde, Recursos Humanos de Enfermagem no Hospital, bem como

suas versões na língua inglesa. Vale resaltar que em todas as associações com

os descritores por meio dos operadores booleanos, nenhuma produção científica

foi evidenciada na base de dados MEDLINE. Após a leitura, seleção e exclusões,

obtiveram-se 46 produções científicas, que se considerou como bibliografia

potencial para iniciar o desenvolvimento desta pesquisa.

A revisão integrativa da literatura nas bases de dados permitiu elucidar o

tema e subsidiou a construção do instrumento de coleta de dados da segunda

fase.

Page 50: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

49

2.2. 2ª Fase: pesquisa de campo com enfermeiros gerentes do HUAP

A escolha do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) como cenário de

estudo, considera o fato de agregar características relacionadas ao ensino,

pesquisa e assistência e ao interesse da instituição em conhecer os resultados e

consequentes benefícios de seus produtos e implementações. O HUAP, como

integrante de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) do MEC, faz

parte do SUS, sendo reconhecido como hospital de ensino, correspondendo ao

perfil assistencial proposto para esse tipo de unidade de saúde, que considera

essencial sua concentração no atendimento em níveis terciário e quaternário,

abrangendo ações de média e alta complexidade. Quanto à relação com a

universidade, é um órgão suplementar diretamente ligado ao Gabinete do Reitor,

e também tem como alvo a realização de atividades acadêmicas.

Pesquisou-se junto aos enfermeiros que desempenham funções de

gerência no HUAP, na intenção de evidenciar aspectos relacionados à utilização

de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem.

A Diretoria de Enfermagem (DE) está inserida no organograma da Direção

Geral do hospital universitário, como um dos três segmentos da gestão executiva

da unidade. A DE é constituída pelos cargos de Diretor e dois Assistentes,

atualmente eleitos por voto direto através do corpo clínico de enfermagem, com

aceite do Reitor da universidade. É composta por seis gerências (Anexo 1):

1- Gerência de Enfermagem na Saúde da Mulher e da Criança;

2- Gerência de Enfermagem em Cirúrgica Geral e Especializada;

3- Gerência de Enfermagem em Clínica Geral e Especializada;

4- Gerência de Enfermagem em Procedimentos Diagnósticos e

intervencionistas;

5- Gerência de Enfermagem em Ambulatório, Internação e Alta;

6- Gerência de Enfermagem em Emergência.

Cada gerência é responsável pela coordenação de unidades, tanto em

relação à assistência quanto aos recursos humanos, e possui autonomia

administrativa de decisão segundo a filosofia e objetivos da DE. Cada uma das

unidades sob coordenação das gerências possui um chefe com função

Page 51: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

50

correspondente à de coordenador de assistência. Também integram a DE, a

Coordenação do Programa de Educação Permanente de Enfermagem e a Equipe

de Supervisores que responde pela DE no horário noturno e nos finais de

semana.

Foram abordados enfermeiros que compõem a DE (diretor e assistentes);

coordenadores das gerências de enfermagem do hospital e enfermeiros

coordenadores da educação permanente do hospital. A amostra intencional foi

composta por dez sujeitos. Os critérios de inclusão foram: ser funcionário

estatutário por pelo menos três anos, período correspondente ao estágio

probatório do servidor público federal, e possuir prática de gerência em

enfermagem no hospital de pelo menos um ano. Os enfermeiros gerentes

receberam representação através da letra “G” referente ao termo gerente,

acrescida de um número cardinal, na medida em que as entrevistas foram

aleatoriamente sendo realizadas, de acordo com a disponibilidade de

agendamento.

Garantiu-se o anonimato aos participantes do estudo e o direito de

desistência a qualquer tempo, sem ônus ou necessidade de justificativa, conforme

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1). O projeto foi

aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal Fluminense, sob nº CAAE: 15978813.4.0000.5243 (Anexo

2). Os preceitos éticos para realização deste estudo obedecem à Resolução nº

466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Os dados foram coletados por meio de entrevista pessoal em local

privativo, tendo sido utilizado formulário (Apêndice 2) contendo três partes. Na

primeira parte verificou-se o perfil demográfico e profissional dos gerentes do

HUAP; a segunda foi constituída de questões abertas sobre o tema da pesquisa;

e a terceira parte foi constituída de uma escala Likert de quatro itens, que

verificou a concordância dos gerentes de enfermagem do HUAP quanto à

relevância de utilização de cada um dos indicadores e possíveis indicadores de

gestão do capital humano de enfermagem identificados na revisão integrativa da

literatura. Nesta questão foi possível assinalar as opções: muito relevante;

Page 52: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

51

relevante; pouco relevante e irrelevante, tendo sido atribuídos os valores 3, 2, 1 e

0, respectivamente.

A escala Likert é não comparativa, do tipo itemizada, na qual o entrevistado

assinala um único item de acordo com seu grau de concordância. Ela é de

simples construção e dá liberdade para que os seus respondentes coloquem ali

seu verdadeiro sentimento. O tipo de escala de Likert mais usual é a de cinco

pontos, tal como a padrão, que tem por possibilidade de respostas ‘discordo

totalmente’, ‘discordo’, ‘nem discordo/nem concordo’, ‘concordo’ e ‘concordo

totalmente’. Com relação ao item neutro há inúmeras controvérsias entre os

autores, por isso a escala de quatro itens, que ignora a alternativa neutra, também

é muito utilizada37.

A utilização de métodos de análise quantitativa em dados de origem

qualitativa, como os provenientes da Escala de Likert, está se tornando cada vez

mais usual entre os estatísticos. A generalização é utilizada e defendida pela alta

correlação obtida entre os dois métodos, tanto qualitativos quanto quantitativos,

quando aplicados a dados de natureza de uma escala itemizada38.

O formulário foi previamente testado e não foi identificada a necessidade

de ajustes. A finalidade desta prova foi evidenciar possíveis falhas, tais como:

complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade das

questões, constrangimentos ao informante, exaustão etc.39.

2.3. 3ª Fase: construção do sistema de indicadores de gestão do capital

humano de enfermagem em cenário hospitalar

No seguimento deste estudo foram relacionados os dados evidenciados na

revisão integrativa da literatura científica aos dados evidenciados na pesquisa

junto aos enfermeiros gerentes, integrando teoria e prática gerencial, dentro dos

preceitos da PBE, uma vez que incluiu a coleta e análise de dados evidenciados

cientificamente, com base em um problema sistemático, e permitiu a tomada de

decisões organizacionais, baseadas nas melhores evidências de modo a

subsidiar a construção tecnológica do Sistema de Indicadores de Gestão do

Capital Humano de Enfermagem para o HUAP.

Page 53: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

52

O desenvolvimento do software “Sistema de indicadores de gestão do

capital humano de enfermagem em cenário hospitalar” incluiu: a fundamentação

teórica; a revisão integrativa da literatura científica; o diagnóstico situacional das

percepções dos enfermeiros gerentes quanto ao uso dos indicadores; o

levantamento de exigências e pré-requisitos. A análise de todos estes fatores

resultou na elaboração do projeto (modelo) para construção do sistema, que foi

encaminhado à GTI do HUAP.

Um software é composto de duas partes: componentes não executáveis

em máquinas (procedimentos) e componentes executáveis em máquina. As

exigências da organização são mapeadas e então é realizado um modelo, o

projeto do software. O projeto é convertido numa forma de linguagem que

especifica a estrutura dos dados, os atributos procedimentais e os requisitos

relacionados. A forma de linguagem é processada por um tradutor e sofre uma

série de conversões para um código executável em máquina40.

O software que este estudo se propôs a desenvolver corresponde a um

SIG. Estes fornecem informações para tomada de decisões. As informações

básicas são inseridas, processadas e armazenadas na base de dados e os

usuários ou o gestor, de acordo com o nível de habilitação, podem utilizar as

informações quando necessário, considerando o ambiente interno e / ou externo à

organização40.

Os indicadores selecionados, nesta pesquisa, para compor a avaliação do

capital humano de enfermagem, analisados de acordo com sua relevância,

aprovados pelo grupo de gerentes de enfermagem do HUAP, foram organizados

em Fichas Técnicas de Indicadores do Capital Humano de Enfermagem

(FTICHE), elaboradas pelo autor, contendo os seguintes elementos: identificação;

objetivo; método de cálculo; unidade de medida; definição; responsável pelos

dados; periodicidade; meta. O esboço da arquitetura do sistema de indicadores foi

realizado pelo pesquisador em uma planilha do programa Microsoft Excel®, bem

como a apresentação da interface para apresentação dos dados.

Por requerimento formal do diretor de enfermagem do HUAP (Anexo 3), foi

solicitado ao chefe do setor de Tecnologia de Informação, a construção do

sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Esta

Page 54: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

53

construção tecnológica teve como base e resultou dos relatórios e documentos

desta pesquisa, bem como contou com as orientações, acompanhamento e

assessoria do pesquisador em todas as fases do seu desenvolvimento. Tem-se a

intenção de que, em breve, sua utilização esteja disponível através do sistema de

intranet do hospital.

Page 55: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

54

CAPITULO III

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1. 1ª Fase: revisão integrativa da literatura científica: indicadores de gestão

do capital humano de enfermagem

A questão norteadora definida para este estudo foi: “Quais as evidências

na literatura científica, sobre a utilização no Brasil, de indicadores de gestão do

capital humano de enfermagem?”. Foram percorridas as seguintes etapas na

operacionalização da revisão integrativa da literatura científica: identificação do

tema, busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos,

interpretação e síntese do conhecimento evidenciado nas produções analisadas.

Com a utilização dos descritores de assunto e de suas associações por

meio dos operadores booleanos, nenhuma produção científica foi evidenciada na

busca realizada na MEDLINE. Em razão do número de produções evidenciadas

na base de dados CINAHL (4431), realizou-se novo refinamento aplicando os

limites área geográfica: América Latina e área de conhecimento - administração

em enfermagem, o que resultou na seleção de quatro produções. A Figura 7

apresenta o fluxograma com a estratégia de busca e seleção das produções que

compuseram a amostra.

Page 56: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

55

Figura 7. Fluxograma de busca e seleção das produções científicas. Niterói, 2013 Fonte: Construído com dados do autor, 2013

Optou-se por trabalhar apenas com publicações disponíveis “online” com

textos completos e produzidos no Brasil, visto as peculiaridades da profissão em

nosso país e as políticas públicas de gerenciamento de recursos humanos em

saúde, determinadas pelo panorama político, socioeconômico e cultural.

Inicialmente pesquisou-se cada descritor individualmente nas bases de dados

LILACS, BDENF e SciELO, conforme quadro 1:

Quadro 1. Distribuição quantitativa da bibliografia localizada nas bases de dados LILACS, BDENF e SciELO por descritor. Niterói, 2012

DESCRITORES LILACS BDENF SciELO

1. Gestão em Saúde 541 115 -107

2. Recursos humanos em saúde 2318 115 -82

3. Recursos humanos de enfermagem no hospital 289 210 -40 Fonte: Criado pelos autores. Niterói 2013.

Em seguida, devido ao quantitativo encontrado e com o intuito de

aproximar o levantamento bibliográfico com os objetivos da pesquisa, realizou-se

Page 57: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

56

refino com a associação dos três descritores nas bases de dados LILACS,

BDENF e SciELO, conforme quadro2:

Quadro 2. Distribuição quantitativa da bibliografia localizada nas bases de dados LILACS, BDENF e SciELO, com a associação dos três descritores. Niterói, 2012

DESCRITORES LILACS BDENF SciELO

1 AND 2 AND 3 0 0 0

1 OR 2 OR 3 3126 352 222

1 AND 2 OR 3 305 210 47

1 OR 2 AND 3 0 0 0 Fonte: Criado pelos autores. Niterói, 2013.

Após concluída a busca, observou-se que a associação de descritores que

apresentou melhor refino foi: Gestão em Saúde “and” Recursos humanos em

saúde “or” Recursos humanos de enfermagem no hospital, tendo sido esta a

escolha para dar andamento a pesquisa.

Realizou-se então a pré-leitura dos artigos, a partir dos resumos, para

melhor verificar o conteúdo das obras e promover uma nova seleção objetivando

selecionar o material para realização de sua leitura. A pré-leitura “é uma leitura

rápida do material bibliográfico, com vistas a verificar em que medida a obra

consultada interessa à pesquisa”39. Procedeu-se a leitura de todos os resumos de

artigos encontrados nos bancos de dados pesquisados: LILACS (305), BDENF

(210), SciELO (47) e CINAHL (04), perfazendo o total de 566 publicações. Esse

procedimento foi efetuado com intuito de selecionar as bibliografias que melhor

atendessem aos objetivos, portanto realizou-se uma leitura seletiva, que faz a

triagem das informações de interesse, após a localização das mesmas. Esta

seleção deve ser realizada tendo em vista as proposições de trabalho, ou seja, o

problema, as hipóteses, os objetivos etc39.

Assim, após a seleção das produções bibliográficas consideradas

relevantes e exclusão de estudos evidenciados em duplicidade nas diferentes

bases de dados, obtiveram-se 46 produções científicas consideradas como

bibliografia potencial para realização do estudo, conforme apresentado no Quadro

3:

Page 58: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

57

Quadro 3. Estudos incluídos na revisão integrativa da literatura sobre indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2013

ESTUDO TÍTULO AUTOR ORIGEM ANO FONTE

E1

Dimensionamento informatizado de profissionais de enfermagem: inovação

tecnológica41

.

Gaidzinski et al

SP 2009 Rev. esc. enferm.

USP

E2

Dimensionamento do pessoal de enfermagem das unidades de internação do Hospital São

Paulo42

.

Matsushita et al

SP 2005 Acta paul. Enferm.

E3 Dimensionamento de pessoal de enfermagem

em um hospital de ensino43

.

Fakih et al SP 2006 Rev. bras. Enferm.

E4

Utilização de sistema classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de

pessoal de enfermagem44

.

Vigna et Perroca

SP 2007 Arq. ciênc.

saúde

E5 Dimensionamento de pessoal de enfermagem

em um hospital universitário45

.

Nicola et Anselmi

SP 2005 Rev. bras. Enferm.

E6 Dimensionamento da equipe de enfermagem

da UTI-adulto de um hospital ensino46

.

Inoue et Matsuda

PR 2009 Rev. Eletr.

Enferm.

E7 Dimensionamento de pessoal de enfermagem

em um hospital universitário47

.

Antunes et Costa

MG 2003 Rev.

Lat.Am.Enferm

E8

Carga de trabalho de enfermagem para quantificar proporção profissional de

enfermagem/paciente em UTI cardiológica48

.

Ducci et al SP 2008 Rev. esc. enferm.

USP

E9

Fatores associados à carga de trabalho de enfermagem em Unidade de Terapia

Intensiva49

.

Gonçalves et al

SP 2007 Rev. esc. enferm.

USP

E10 Número de horas de cuidados de enfermagem

em unidade de terapia intensiva de adultos50

.

Tranquitelli et Ciampone

SP 2007 Rev. esc. enferm.

USP

E11 Nursing Activities Score (NAS) como instrumento para medir carga de trabalho de enf. em UTI adulto

51.

Conishi et Gaidzinski

SP 2007 Rev. esc. enferm.

USP,

E12 Carga de trabalho de enfermeiros: uma análise do Nursing Activities Score (NAS)

52.

Esteves RJ 2009 Dissertação

UERJ

E13 A rotatividade e as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem: um enfoque da ergonomia

53.

Souza SC 2003 Dissertação

UFSC

E14 Rotatividade da equipe de enfermagem: estudo em hospital-escola

54.

Nomura et Gaidzinski

SP 2005 Rev.

Lat.Am.Enferm.

E15

Tempo de permanência de enfermeiros em um hospital-escola e valores monetários despendidos nos processos de admissão, desligamento e provimento de novo profissional

55.

Holanda et Cunha

SP 2005 Rev.

Lat.Am.Enferm

E16 Absenteísmo de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitário

56.

Silva et Marziale,

SP 2000 Rev.

Lat.Am.Enferm

Continua...

Page 59: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

58

...continuação

ESTUDO TÍTULO AUTOR ORIGEM ANO FONTE

E17 O absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem no contexto hospitalar

57.

Magalhães et al

RJ 2011 Rev.

enferm. UERJ

E18 Taxa de absenteísmo da equipe de enfermagem como indicador de gestão de pessoas

58.

Sancinetti et al

SP 2011 Rev. E. Enferm.

USP

E19 Absenteísmo: doença na equipe de enfermagem: relação com a taxa de ocupação

59.

Sancinetti et al

SP 2009 Rev. E. Enferm.

USP

E20 Absenteísmo relacionado à doenças entre membros da equipe de enfermagem de um hospital escola

60.

Costa et al MG 2009 Rev. bras.

enferm;

E21 Ausência dos trabalhadores de enfermagem em um hospital escola

61.

Laus et Anselmi,

SP 2008 Rev. E. Enferm.

USP

E22 Ausências previstas e não previstas da equipe de enfermagem das unidades de internação do HU-USP

62.

Fugulin et al SP 2003 Rev. E. Enferm.

USP

E23 Afastamentos do trabalho na enfermagem: ocorrências com trabalhadores de um hospital de ensino

63.

Barboza et Soler

SP 2003 Rev.

Lat.Am.Enferm

E24 Acidentes ocupacionais com material biológico e equipe de enfermagem de um hospital-escola

64.

Gomes et al SP 2009 Rev.

enferm. UERJ.

E25 Acidentes de trabalho, riscos ocupacionais e absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem hospitalar

65.

Giomo et al SP 2009 Rev.

enferm. UERJ

E26 Acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para os profissionais de enfermagem

66.

Sêcco et al PR 2002 Semina

cienc. biol. saude

E27 Qualidade no desempenho de técnicas dos trabalhadores de enfermagem de nível médio

67.

Peduzzi et al

SP 2006 Rev. saúde

pública

E28 Reelaboração do treinamento admissional de enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva

68.

Bucchi et Mira

SP 2010 Rev. E. Enferm.

USP

E29 Burnout e estresse em enfermeiros de um hospital universitário de alta complexidade

69.

Lorenz et al SP 2010 Rev.

Lat.Am.Enferm

E30 Qualidade de vida associada a saúde e condições de trabalho entre profissionais de enfermagem

70.

Silva et al SP 2010 Rev. Saúde

pública

E31 Escala Bianchi de Stress71

. Bianchi SP 2009 Rev. E. Enferm.

USP

E32 Enfermeiro hospitalar e o stress72

. Bianchi SP 2000 Rev. E. Enferm.

USP

Continua...

Page 60: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

59

...continuação

ESTUDO TÍTULO AUTOR ORIGEM ANO FONTE

E33

Desenvolvimento e validação de versão reduzida do instrumento para avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho de enfermeiros em hospitais

73.

Kimura, Miako; Carandina

SP 2009 Rev. E. Enferm.

USP

E34 A saúde do trabalhador de enfermagem sob a ótica da gerência

74.

Rocha e Felli

MG e SP 2004 Rev. Bras.

Enferm.

E35 Satisfação no trabalho: indicador de qualidade no gerenciamento de recursos humanos em enfermagem

75.

Siqueira et Kurcgant

SP 2012 Rev. E. Enferm.

USP

E36 Fatores de insatisfação no trabalho segundo a percepção de enfermeiros de um hospital universitário

76.

Jeong, et Paulina

SP 2010 Rev.

Gaúcha Enferm.

E37 Gerenciamento do pessoal de enfermagem com estabilidade no emprego: percepção de enfermeiros

77.

Guimarães et al

RS 2011 Rev. Bras.

enf

E38 Significados das hierarquias no trabalho em hospitais públicos brasileiros a partir de estudos empíricos

78.

Vaghetti et al

RS e SC 2011 Acta Paul.

enf

E39 Liderança Coaching: um modelo de referência para o exercício do enfermeiro-líder no contexto hospitalar

79.

Cardoso et al

SP 2011 Rev. Esc. Enferm.

E40 As percepções dos enfermeiros acerca da liderança

80.

Amestoy et al

RS e SC 2009 Rev. gaúch.

enferm

E41 Diagnóstico situacional de um processo de avaliação de desempenho profissional

81.

Gonçalves et Leite

SP 2004 Rev. bras.

enferm

E42 Percepção da equipe de enf. de um hospital universitário acerca da avaliação de desempenho profissional

82.

Lima et al SP 2007 Rev. gaúch.

enferm

E43 Opinião da equipe de enfermagem sobre o processo de avalição de desempenho

83.

Brahm et Magalhães

SP e RS 2007 Acta paul.

enferm

E44 Levantamento dos tipos de repercussões resultantes da avaliação de desempenho em enf. Hospitalar

84.

Balbueno et Nozawa

SP 2004 Rev. Lat.

Am.Enferm

E45 Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a partir da ergologia

85.

Hennington RJ 2008 Rev. Saúde

Pública

E46 A humanização do trabalho para os profissionais

86.

Amestoy et al

RS 2006 Acta

paul.enferm

Fonte: Dados dos autores, Niterói 2013.

Page 61: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

60

3.1.1. Resultados

As 46 produções científicas evidenciadas no levantamento bibliográfico

foram analisadas e agrupadas por similaridade de conteúdo, dando origem a 11

categorias, que com base nos temas evidenciados, foram distribuídas em dois

grupos:

Grupo 01- Indicadores de gestão do capital humano de enfermagem

consagrados na literatura científica e na prática gerencial (Quadro 4). Esses

indicadores foram classificados como consagrados na literatura, por sua aplicação

na prática gerencial, sendo referendados por várias organizações13,14;

Grupo 02- Possíveis indicadores de gestão do Capital Humano de

Enfermagem (Quadro 5). Ressalta-se que, neste estudo, classificaram-se como

possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem, categorias

temáticas que apesar de apontados na literatura, não apresentam evidências de

utilização sistemática na prática gerencial dos enfermeiros.

Quadro 4. Indicadores de gestão do capital humano de enfermagem consagrados na literatura. Niterói, 2013 Indicadores de Gestão de Capital Humano de Enfermagem consagrados na literatura

Nº Estudos Estudos

Dimensionamento 7 E1, E2, E3, E4, E5, E6,

E7

Carga de Trabalho 5 E8, E9, E10, E11, E12

Rotatividade 3 E13, E14, E15

Absenteísmo 8 E16, E17, E18, E19, E20,

E21, E22, E23

Acidentes de Trabalho 3 E24, E25, E26

Treinamento e Capacitação 2 E27, E28 Fonte: Dados dos autores. Niterói, 2013.

Page 62: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

61

Quadro 5. Possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem evidenciados na literatura. Niterói, 2013 Possíveis indicadores de Gestão de Capital Humano de Enfermagem evidenciados na literatura

Nº Estudos Estudos

Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho 7 E29, E30, E31, E32, E33,

E34

Satisfação / Insatisfação 2 E35, E36

Liderança 4 E37, E38, E39, E40

Avaliação de Desempenho 4 E41, E42, E43, E44

Humanização 2 E45, E46 Fonte: Dados dos autores. Niterói, 2013

Das 46 publicações relacionadas a indicadores e possíveis indicadores de

gestão do capital humano de enfermagem, 44 são artigos e duas são

dissertações de mestrado, todas de autoria de enfermeiros. O cenário hospitalar

foi o local de realização de 41 estudos e cinco publicações se tratam de artigos de

revisão e reflexão.

Quanto ao ano de publicação: 03 (6,5%) foram publicados entre 1998 e

2002; 18 (39,1%) entre 2002 e 2007; 25 (54,4%) entre 2007 e 2012. No que tange

ao estado de origem dos autores das produções, 32 (69,5%) foram produzidas

por autores de São Paulo; 03 (6,05%) por autores do Rio de janeiro; 02 (4,3%) por

autores de Minas Gerais; 02 (4,3%) por autores do Paraná; 01 (2,2%) por autores

de Santa Catarina; 02 (4,3%) por autores do Rio Grande do Sul; 02 (4,3%) em

parceria de autores de São Paulo e Rio Grande do Sul; 01 (2,2%) em parceria de

autores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e 01 (2,2%) em parceria de

autores de São Paulo e Minas Gerais.

Quanto à abordagem metodológica, 29 (63%) produções se tratavam de

estudos quantitativos; 15 (32,7%) de estudos qualitativos e 02 (4,3%) de estudos

quantiqualitativos. Com relação ao método de pesquisa, em 34 (74%) das

publicações foi evidenciado delineamento de estudo descritivo exploratório,

destes: 08 (23,4%) estudos do tipo transversal; 03 (8,9%) correlacional; 03 (8,9%)

longitudinal; 02 (5,8%) retrospectivo; e 18 (53%) definidos apenas como estudo

descritivo exploratório. Entre as 12 (26%) demais publicações: 02 (4,3%) são

estudos metodológicos aplicados à produção tecnológica; 02 (4,3%) pesquisa

ação; 03 (6,5%) pesquisa bibliográfica; 01 (2,2%) revisão de literatura; 01 (2,2%)

Survey; 01 (2,2%) estudo de caso; 01 (2,2%) investigação epidemiológica

retrospectiva e 01 (2,2%) artigo de reflexão.

Page 63: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

62

A Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo foi o

periódico que realizou maior número de publicações relacionadas ao tema, 15

(32,6%); seguida por 07 (15,2%) publicações na Revista Brasileira de

Enfermagem; 06 (13%) publicações na Revista Latino-Americana de

Enfermagem; 06 (13%) publicações na Revista ACTA Paulista; 03 (6,5%)

publicações na Revista de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro; 03 (6,5%) publicações na Revista Gaúcha de Enfermagem; 03 (6,5%) na

Revista de Saúde Pública; 02 (4,3%) na Revista Seminários Ciências Biológicas e

Saúde; e 02 (4,3%) dissertações de mestrado.

A maioria dos estudos selecionados, 28 (60,9%), é constituída de

pesquisas relacionadas aos indicadores de gestão de recursos humanos de

enfermagem consagrados na literatura científica, sendo abordados aspectos

relacionados a variáveis preditoras, as quais apontaram uma preocupação por

parte dos gestores e pesquisadores em utilizar medidores quantitativos para

avaliar a qualidade dos recursos humanos de enfermagem. Após leitura na

íntegra das produções selecionadas foram extraídos os conteúdos

especificamente relacionados à utilização de indicadores e possíveis indicadores

de gestão de recursos humanos de enfermagem e realizada a síntese do

conhecimento sobre o tema, conforme apresentado no Quadro 6.

Quadro 6. Síntese do conhecimento extraído dos estudos incluídos na revisão integrativa sobre indicadores de gestão de recursos humanos de enfermagem. Niterói, 2013

GRUPO 01 - INDICADORES CONSAGRADOS NA LITERATURA ESTUDOS

Dimensionamento

Destaca-se a aplicação do método de Gaidzinski, associado ao índice de segurança técnica (IST) para cobertura de ausências previstas e não previstas.

E1, E2, E3, E4, E5, E6,

E7

Ênfase na necessidade de utilização de um Sistema de Classificação de Pacientes (SPC), de Fugulin

e Perroca ou a

construção de método próprio de classificação de pacientes.

E1, E2, E3, E4 e E6

Cálculo do n° de horas de enfermagem fundamentados na resolução COFEN n°189/1996 e outros na resolução COFEN n° 293/2004.

E2, E4, E5, E6, E7, E8

E1, E3

Produto tecnológico: O Sistema DIPE (Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem), que operacionaliza o dimensionamento informatizado.

E1

Continua...

Page 64: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

63

...continuação

GRUPO 01 - INDICADORES CONSAGRADOS NA LITERATURA ESTUDOS

Carga de Trabalho

Utilização do Nursing Activities Score (NAS) como importante instrumento de avaliação da carga de trabalho de enfermagem.

E8,E9,E11,E12

Apesar do NAS ser um instrumento que mensura a carga de trabalho, ele precisa ser adaptado à realidade da unidade onde está sendo aplicada, destacando ainda que a carga psíquica do trabalho não é considerada.

E12

Utilização de método próprio para mensuração da carga de trabalho classificou procedimentos em baixa, média e alta complexidade. Permite a seleção dos procedimentos de acordo com as características da assistência prestada e especificidades de cada unidade.

E10

Rotatividade

Conhecer o fenômeno da rotatividade através da análise de suas causas, consequências e influência no nível de qualidade e produtividade dos serviços prestados na área de saúde, propondo estratégias para reter os profissionais e manter qualidade na assistência de enfermagem.

E13,E14,E15

O tempo de permanência breve do enfermeiro na instituição duplica o custo para a contratação de novo profissional.

E15

Absenteísmo

Utilização da taxa de absenteísmo como ferramenta gerencial para o monitoramento dos afastamentos do trabalho pela equipe de enfermagem e com a análise cruzada com o indicador referente à avaliação da carga de trabalho, como subsídio para decisão acerca da necessidade de realocação ou remanejamento de entre as unidades, propiciando o equilíbrio na distribuição da carga de trabalho entre as equipes de enfermagem e diminuição das ausências.

E16, E17, E18, E19, E20, E21, E22, E23,

28

O absenteísmo por doença está relacionado à cargas físicas e psíquicas enfrentadas no ambiente laboral. O profissional técnico foi a principal categoria de enfermagem acometida e os afastamentos ocorreram principalmente, por problemas no sistema osteomuscular em todas as categorias, vindo em seguida as doenças mentais e comportamentais.

E16, E17, E19

Acidentes de Trabalho

Os estudos revelam ser importante a revisão do processo de trabalho, com destaque para o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e adoção de práticas seguras, e afirmam que a implementação de um programa de educação permanente é relevante não somente para fomentar a aquisição de conhecimento, mas também para incentivar os profissionais a refletirem sobre sua prática e responsabilidade.

E24, E25, E26

GRUPO 02 - POSSÍVEIS INDICADORES DE GESTÃO ESTUDOS

Treinamento e Capacitação

Refere-se ao processo inicial de preparo do enfermeiro para a prestação de assistência integrada, individualizada e humanizada ao paciente e seus familiares, tendo por objetivos: capacitar nas dimensões técnico-científica e relacional; direcionar a assistência prestada conforme as diretrizes assistenciais e a filosofia da Instituição.

E27,E28

Continua...

Page 65: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

64

...continuação

GRUPO 02 - POSSÍVEIS INDICADORES DE GESTÃO ESTUDOS

Saúde e Qualidadede Vida

no Trabalho

A saúde dos trabalhadores de enfermagem é determinada pela forma como o processo de trabalho está organizado, pelas condições e pelo ambiente de trabalho.

E30, E34

Maior probabilidade dos enfermeiros desenvolverem a Síndrome de Burnout. Esta pode ser potencializada pela vivência constante de fatores estressantes no trabalho.

E29

A Escala Bianchi de Stress construída e validada para avaliar o nível de stress do enfermeiro hospitalar, auxilia a tomada de decisão e nas estratégias de enfrentamento do stress.

E31, E32

Utilização de uma versão reduzida de um instrumento para avaliação da QVT de enfermeiros.

E33

Satisfação / Insatisfação

Utilização de uma versão adaptada, validada para a língua portuguesa do Index of Work Satisfaction (IWS), para verificar índices de satisfação relacionados a componentes do trabalho de enfermeiros.

E35

As insatisfações no trabalho causam além de repercussões na assistência ao paciente, impacto no profissional refletindo na qualidade e produtividade do seu trabalho, sendo imprescindível está análise para a definição de estratégias e decisões gerenciais.

E36

Liderança

Avaliação dos resultados referentes às atitudes de enfermeiros lideres, através de um questionário construído conforme diretrizes da ferramenta Coaching. Os resultados apontam que o estilo de liderança adotado pelos enfermeiros foi predominantemente orientado às tarefas e as pessoas, dependendo da situação envolvida e, as habilidades inerentes aos enfermeiros coach: comunicação, dar e receber feedback e ao alcance de resultados.

E39

Observação das percepções dos enfermeiros frente à utilização da liderança como instrumento gerencial, apontando que estratégias de reorientação e conscientização dos limites hierárquicos devem ser equacionados.

E38

Criação de programas de desenvolvimento de líderes na enfermagem, devido a esses profissionais estarem pouco instrumentalizados para exercer tal habilidade no ambiente hospitalar.

E37, E40

Avaliação de Desempenho

Apesar da vulnerabilidade no processo de avaliação de desempenho individual, evidenciou-se que os enfermeiros acreditam na avaliação como ferramenta gerencial.

E41, E42

O instrumento, a periodicidade das avaliações e a possibilidade de avaliações mais participativas necessitam ser discutidos.

E43

Adoção de medidas frente aos resultados das avaliações sendo estas tanto promocionais: elogios, folgas, incentivos financeiros, como correcionais: advertências, punições e demissões.

E44

Humanização

A Política Nacional de Humanização defende a transversalidade na construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde, estimulando o protagonismo e a corresponsabilidade de sujeitos e coletivos. O ponto crítico da humanização no âmbito do Sistema Único de Saúde é o pouco estímulo à inclusão e valorização dos trabalhadores da saúde

E45, E46

Fonte: Dados dos autores, Niterói 2013.

Page 66: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

65

3.1.2. Discussão

As categorias evidenciadas no Grupo 01: dimensionamento, carga de

trabalho, rotatividade, absenteísmo, treinamento e capacitação e acidentes de

trabalho vão ao encontro de indicadores de gestão de capital humano de

enfermagem já consagrados e referendados por várias organizações13,14.

Quanto à categoria Dimensionamento, nos sete estudos que a compõem,

destacou-se a aplicação do método de dimensionamento de pessoal de

Gaidzinski41-47, que prevê ainda um IST, para cobertura das ausências previstas

(folgas e férias) e não previstas (faltas e licenças) e o tempo despendido na

jornada de trabalho para as pausas. Também foi abordado a necessidade de

utilização de um SPC destacando-se o de Fugulin41-43 e Perroca43,46 e nos demais

estudos44,45,47, observou-se a construção de método próprio de classificação de

pacientes. Com relação ao número de horas de enfermagem, observou-se que

foram fundamentadas nas resoluções do Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN) n° 189/1996 ou COFEN N° 293/2004.

Um dos estudos resultou em um produto tecnológico, o sistema DIPE, que

possibilita operacionalizar as variáveis intervenientes no dimensionamento, na

perspectiva de maior segurança no cuidado aos pacientes e a saúde ocupacional

dos profissionais41. Este sistema foi instalado e encontra-se disponível no site da

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP).

Cinco estudos possibilitaram evidenciar a categoria Carga de Trabalho.

Quatro deles49-52 destacam a utilização do NAS como importante instrumento na

avaliação da carga de trabalho de enfermagem em terapia intensiva, uma vez que

o quantitativo de profissionais de enfermagem sugerido, pela pontuação NAS,

está muito próximo ao da realidade encontrada no campo de estudo48,51.

Estudo realizado em 2004 comparou a mensuração da carga de trabalho

pelos instrumentos Therapeutic Intervention Scoring System–28 (TISS-28), sua

versão simplificada Nine Equivalents of Nursing Manpower use Score (NEMS) e

NAS e demonstrou que a medida realizada pelo NAS (73,7%) foi estatisticamente

Page 67: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

66

superior ao do TISS-28 (62,2%) e ao do NEMS (59,7%). A proporção média de

profissionais de enfermagem por paciente, estimada pelo NAS (1,0:1), TISS-28

(0,8:1) e NEMS (0,8:1) foi inferior ao observado na unidade (1,2:1). Concluindo

que o NAS quantificou maior carga de trabalho de enfermagem e apresentou uma

relação profissional de enfermagem por paciente mais próxima ao observado na

unidade estudada. Destaca-se ainda o fato de que o NAS inclui, além das

intervenções terapêuticas, os procedimentos de higiene, mobilização e

posicionamento, suporte e cuidados aos pacientes e familiares e tarefas

administrativas e gerenciais50.

O NAS mensura a carga de trabalho na opinião da maioria dos

enfermeiros, mas poderia ser mais adequado, uma vez que evidencia mais os

itens relacionados à carga de trabalho, sem identificar a carga psíquica do

trabalho como relevante, evidenciando que o trabalho de enfermagem precisa ser

melhor conhecido pelos enfermeiros52.

Estudo utilizando metodologia própria classificou os procedimentos em três

categorias: baixa, média e alta complexidade, em que foram eleitos os cinco

procedimentos mais frequentes e, a partir daí, destacou-se, para cada um deles

cinco diferentes profissionais executantes com o mesmo grau de formação e

tempo médio de trabalho. Mostrou-se útil para o cálculo do número de horas de

cuidado direto neste local, bem como poderia ser utilizada em outras unidades,

uma vez que permite a seleção dos procedimentos, de acordo com a

especificidade da assistência prestada50.

A categoria Rotatividade foi evidenciada a partir da temática de três

estudos53-55 realizados entre 2003 e 2005, em que se buscou conhecer e

aprofundar o fenômeno da rotatividade, através da análise de suas causas,

consequências e influência no nível de qualidade e produtividade dos serviços

prestados na área de saúde, permitindo conhecer melhor essa realidade e propor

estratégias visando reter os profissionais em seus postos de trabalho e, assim,

manter a qualidade da assistência de enfermagem. Demonstrou-se que o tempo

de permanência breve do enfermeiro na instituição duplicou o custo para a

contratação de novo profissional55.

Page 68: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

67

Absenteísmo foi a categoria formada a partir do maior número de

publicações, com um total de oito. Demonstra a relevância do tema e o impacto

do evento nos serviços de saúde, principalmente quando relacionados à equipe

de enfermagem, maior contingente da força de trabalho dos estabelecimentos

hospitalares, responsável pela assistência ininterrupta ao paciente.

Vítimas de atitudes equivocadas por parte dos gestores, os trabalhadores

de enfermagem frequentemente são atingidos por medidas de redução de custos

que acarretam em sobrecarga de trabalho. Sofrem ainda com condições

inadequadas de trabalho e insalubridade do ambiente que diminuem a qualidade

de vida no trabalho, favorecendo o surgimento de agravos à saúde, que por sua

vez, aumentam a insatisfação e as taxas de absenteísmo, tornando um círculo

vicioso, desestimulante e de alto custo.

Estudos permitiram descrever a situação dos afastamentos do trabalho na

equipe de enfermagem no cenário hospitalar, a partir da monitoração do indicador

taxa de absenteísmo, possibilitando um diagnóstico sobre os principais motivos

das ausências não previstas. Em geral, estas são constituídas por licenças

gestantes e licenças por problemas de saúde, evidenciando a necessidade de

serem realizadas avaliações sistemáticas das ausências não previstas da equipe

de enfermagem, bem como da carga de trabalho existente nas unidades de

internação, como subsídio para a realocação ou para o remanejamento de

trabalhadores entre as unidades, com a finalidade de equilibrar a distribuição da

carga de trabalho entre as equipes de enfermagem56-63.

O absenteísmo por doença tem merecido a atenção, pelo alto índice de

ocorrência, indicando a necessidade de estudos mais profundos e que

considerem variáveis capazes de desvelar o fenômeno desse universo de

trabalho56,57,59. O maior absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem parece

estar relacionado às cargas físicas e psíquicas enfrentadas no ambiente laboral,

tanto em hospitais quanto na rede básica. O controle do absenteísmo é

considerado uma tarefa difícil, assim, acredita-se que a satisfação no trabalho

pode ser um dos fatores importantes para reduzir seus índices. Foi possível

evidenciar que o técnico de enfermagem foi a principal categoria de enfermagem

acometida; que os afastamentos ocorreram principalmente por problemas no

Page 69: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

68

sistema osteomuscular em todas as categorias, seguidos pelas doenças mentais

e comportamentais57.

A temática Acidentes de Trabalho foi evidenciada em três estudos, nos

quais se discute os problemas que envolvem a equipe de enfermagem,

enfatizando a necessidade de buscar estratégias que previnam os trabalhadores

desses infortúnios. Os resultados apresentados revelam ser importante a revisão

do processo de trabalho, com destaque para o uso de EPI e adoção de práticas

seguras, e afirmam que a implementação de um programa de educação

permanente é relevante não somente para fomentar a aquisição de

conhecimento, mas também para incentivar os profissionais a refletirem sobre sua

prática e responsabilidade social64-66.

Na categoria Treinamento e Capacitação, evidenciada a partir de dois

estudos, define-se que o processo inicial de preparo do enfermeiro para a

prestação de assistência de enfermagem integrada, individualizada e humanizada

ao paciente e seus familiares compreende capacitação técnica e ética, na busca

do desenvolvimento de sua autonomia no trabalho junto à equipe

multiprofissional. Destacam-se como objetivos: acolher o enfermeiro, integrando-o

à equipe; capacitar o enfermeiro para a prestação da assistência, nas dimensões

técnico-científica e relacional; direcionar a assistência prestada conforme as

diretrizes assistenciais e filosofia de enfermagem da instituição; educar para a

troca de conhecimentos e crescimento da equipe; estimular o desenvolvimento da

autonomia profissional; desenvolver a postura profissional de acordo com os

princípios éticos e legais, valores e normas da instituição68.

Destaca-se, também, que as características dos estabelecimentos de

saúde e as condições de trabalho, especialmente o quadro de pessoal de

enfermagem, a supervisão e a educação continuada, exercem influência nos

resultados que os processos educativos de trabalhadores de enfermagem

produzem na qualidade dos serviços. Abordagens educativas focadas apenas na

capacitação individual que não considerem o ambiente de trabalho e as

possibilidades de mobilidade e migração dos trabalhadores de saúde alcançam

apenas resultados limitados67.

Page 70: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

69

No Grupo 2 foram alocados os estudos que permitiram evidenciar

possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem: saúde e

qualidade de vida no trabalho; satisfação/insatisfação; avaliação de desempenho;

liderança; humanização.

A categoria Saúde/Qualidade de vida no trabalho agrupa seis artigos e

demonstra a crescente preocupação com o tema. Os resultados, sob a ótica da

gerência, mostraram que a saúde dos trabalhadores de enfermagem é

determinada pela forma como o processo de trabalho está organizado no hospital.

As possibilidades de transformação estão postas em novas formas de organizar o

trabalho74. A análise conjunta dos fatores psicossociais de desequilíbrio esforço-

recompensa e demanda-controle contribuem para a discussão sobre os papéis

profissionais, condições de trabalho e qualidade de vida relacionada à saúde de

profissionais de enfermagem70. Conclui-se, ainda, que existe importante

vulnerabilidade dos enfermeiros para Burnout, potencializada pela vivência de

estresse no ambiente de trabalho hospitalar69.

A Escala Bianchi de Stress, construída e validada para avaliar o nível de

stress do enfermeiro hospitalar no desempenho básico de suas atividades é

composta por 51 itens, divididos em seis domínios, que recebem uma pontuação

com variação de 1 a 7, sendo autoaplicável. Os domínios são compostos por

atividades envolvendo a assistência e o gerenciamento do cuidado. Com a sua

utilização, pode-se verificar o domínio mais estressante para o grupo de

enfermeiros ou para cada indivíduo e também avaliar as atividades mais

estressantes naquela instituição. Trata-se de um instrumento que auxilia na

tomada de decisão para a implantação de estratégias de enfrentamento do stress

do enfermeiro hospitalar71-72, constituindo-se forte possibilidade de ser utilizada

como indicador de qualidade na gestão do capital humano de enfermagem.

Outro importante estudo alocado nesta categoria permitiu evidenciar a

possibilidade de utilização de uma versão reduzida de um instrumento para

avaliação da QVT de enfermeiros hospitalares. A partir do instrumento original

com 71 itens, construiu-se uma matriz reduzida (short-forms, minimum item sets)

com 31 itens e quatro domínios: Valorização e reconhecimento institucional;

Condições de trabalho, segurança e remuneração; Identidade e imagem

Page 71: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

70

profissional; e Integração com a equipe. Na análise de consistência interna,

obteve coeficientes alfa de Cronbach de 0,94 para o total de itens e de 0,77 a

0,92 para os domínios. Estes resultados e os obtidos nas análises de validade

convergente, de critério e discriminante sugerem que o instrumento reduzido é

adequado para a mensuração da QVT de enfermeiros em hospitais73.

Na categoria Satisfação/Insatisfação foram evidenciados estudos

recentes na intenção de subsidiar a utilização desta abordagem na construção de

indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Em 2012, o estudo

“Satisfação no trabalho: indicador de qualidade no gerenciamento de recursos

humanos em enfermagem”, que utilizou versão adaptada e validada em 1999

para a língua portuguesa do IWS, elaborado em 1972 por Paula L. Stamps, para

verificar índices de satisfação relacionados a componentes do trabalho

(remuneração, status profissional, autonomia, políticas organizacionais, requisitos

do trabalho e interação com as subdivisões enfermeira-enfermeira e enfermeira-

médico), permitiu identificar o nível de satisfação manifesta por grupos de

enfermeiros75.

Outro estudo recente, publicado em Dezembro de 2010, “Fatores de

insatisfação no trabalho segundo a percepção de enfermeiros de um hospital

universitário”, traz evidências da importância do tema em questão, e conclui que

as insatisfações no trabalho não causam repercussões somente na assistência ao

paciente, mas também causam impacto no profissional, refletindo na qualidade do

seu trabalho e na produtividade.

Fatores geradores de insatisfação não podem ser analisados de forma

isolada ou fragmentados. Deve-se considerar o contexto das políticas e diretrizes

organizacionais, bem como nas decisões e ações gerenciais, sendo

imprescindível que os gerentes conheçam os fatores geradores de insatisfação no

trabalho, e que busquem ações coletivas que minimizem e resolvam os

problemas por eles gerados76.

Quatro estudos possibilitaram evidenciar a categoria Liderança. O estudo

“Liderança Coaching: um modelo de referência para o exercício do enfermeiro-

líder no contexto hospitalar”, publicado em 2011, possibilitou analisar por meio de

um instrumento baseado em uma escala de Likert, elaborado pela autora principal

Page 72: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

71

do estudo, os resultados referentes às atitudes de enfermeiros líderes. O

instrumento teve alta confiabilidade quando analisada em seu total (alfa de

Cronbach de 0,8835), foi de fácil aplicabilidade e amplo nos aspectos que se

propôs avaliar79.

Os estudos possibilitaram observar as estratégias de reorientação e

conscientização dos limites hierárquicos que devem ser equacionados para que o

trabalho seja otimizado78, e identificar as percepções dos enfermeiros frente à

utilização da liderança como instrumento gerencial do seu processo de trabalho.

A liderança possui suas vantagens, no entanto, constata-se que ainda são

grandes as dificuldades para compreendê-la e principalmente para colocá-la em

prática nas instituições hospitalares. Essas organizações também possuem a

responsabilidade de auxiliar o enfermeiro no desempenho da liderança, por serem

reconhecidas como locais propícios para o desenvolvimento profissional. Em

virtude disso, a partir dos resultados obtidos, sugere-se a criação de programas

de desenvolvimento de líderes na enfermagem, devido a esses profissionais

estarem pouco instrumentalizados para exercer tal habilidade no ambiente

hospitalar77,80.

A categoria Avaliação de desempenho também se apresenta como

potencial indicador de gestão do capital humano de enfermagem, passível de

maiores estudos e abordagens específicas na intenção de evidenciar novos

estudos que possibilitem subsidiar esta construção. Apesar da vulnerabilidade no

processo de avaliação de desempenho individual, evidenciou-se que os

enfermeiros acreditam na avaliação como ferramenta gerencial81,82. O

instrumento, a periodicidade das avaliações e a possibilidade de avaliações mais

participativas necessitam ser discutidos83. Adoção de medidas frente aos

resultados das avaliações, sendo tanto promocionais - elogios, folgas, incentivos

financeiros -, como correcionais - advertências, punições e demissões84.

A Humanização, categoria evidenciada pela abordagem do tema em duas

publicações, é preconizada pela Política Nacional de Humanização que defende a

transversalidade na construção de redes cooperativas, solidárias e

comprometidas com a produção de saúde, estimulando o protagonismo e a

corresponsabilidade de sujeitos e coletivos. Entretanto, um dos pontos críticos da

Page 73: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

72

humanização no âmbito do SUS é o pouco estímulo à inclusão e valorização dos

trabalhadores da saúde85,86.

O capital humano é de grande importância para o sucesso da organização,

portanto dentro da estratégia de gestão de pessoas deve-se aplicar um processo

contínuo de empenho e estimulo ao desenvolvimento dos funcionários87. Destaca-

se a importância estratégica das equipes na dinâmica dos processos de trabalho.

O aprimoramento do conhecimento e habilidades individuais é importante, mas

foco no trabalho em equipe é fundamental para os gerentes empenhados na

melhoria contínua do desempenho88.

Gestores e líderes devem ter conhecimento e sintonia com os

componentes específicos de satisfação e QVT. As disparidades entre as

condições do ambiente de trabalho e o ambiente desejável são um importante

fator relacionado ao absenteísmo e rotatividade. A compreensão mais ampla das

características que estão associadas com o aumento da satisfação auxilia no

desenvolvimento da mudança organizacional necessária para atrair e reter

profissionais89.

Destaca-se, neste estudo, o predomínio da utilização de indicadores

tradicionais na avaliação da gestão do capital humano de enfermagem, mais

diretamente relacionados à avaliação da capacidade de produção do capital

humano. No entanto, encontra-se evidências na literatura científica de uma nova

perspectiva de avaliar o capital humano de enfermagem, que demonstra

preocupação com a saúde, qualidade de vida e a satisfação dos sujeitos

responsáveis pela produção, assim como se apresentam aqui, concepções

referentes à humanização e competências relacionadas à liderança e ao

desempenho. Tais abordagens, do ponto de vista das ciências da administração,

corroboram com tendências e estratégias atuais na gestão de pessoas.

A análise dos estudos possibilitou a síntese do conhecimento,

demonstrando a relevância do tema e apontado para indicadores e possíveis

indicadores de gestão de recursos humanos de enfermagem. Não houve

evidências desta implementação de forma ampla, integrada e sistematizada,

através de planilhas e sistemas de informação, reforçando a necessidade de

novos estudos sobre processo de desenvolvimento de indicadores e sua

Page 74: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

73

implementação na prática gerencial. No entanto, a revisão integrativa da literatura

científica permitiu elucidar o objeto de pesquisa e apresentou os subsídios

necessários para construção do instrumento de coleta de dados utilizado na

segunda fase, com a abordagem aos enfermeiros gerentes do HUAP.

3.2. 2ª Fase: pesquisa de campo com enfermeiros gerentes do HUAP

3.2.1. Resultados

O resultado da pesquisa com os enfermeiros gerentes do HUAP está

apresentado nas tabelas e quadros a seguir. Do total de onze enfermeiros

gerentes que compõem a alta direção, um apresentou critério de exclusão por

estar de férias no período de coleta de dados, o mês de novembro de 2013.

A amostra, portanto, foi composta por dez enfermeiros gerentes, cujo perfil

está apresentado nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Perfil demográfico dos enfermeiros gerentes do HUAP. Niterói, 2014 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA Fi Fr (%)

Sexo Masculino 4 40 Feminino 6 60 Total 10 100 Idade* 30 a 40 2 20 41 a 50 3 30 51 a 60 5 50 Total 10 100 Estado Civil Solteiro 2 20 Casado 5 50 Divorciado 3 30 Total 10 100

* Em anos completos; Fi – Frequência absoluta; Fr – Frequência relativa Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013.

Evidenciou-se que a amostra do estudo foi composta predominantemente

por sujeitos do sexo feminino (60%), casados (50%). Com relação à idade, a

média encontrada foi de 47,7 anos, com desvio padrão (dp) de ± 8,1 anos e

mediana de 50 anos. As idades variaram entre 32 e 58 anos, entretanto,

estratificando os dados em intervalos de classe por faixa etária, encontrou-se que

Page 75: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

74

a maior parte dos sujeitos (50% do total) entre os estratos de 51 a 60 anos de

idade, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 2. Caracterização profissional dos enfermeiros gerentes do HUAP. Niterói, 2014 Características profissionais dos gerentes Fi Fr (%)

Tempo de Graduação* 2 a 10 1 10 11 a 20 3 30 21 a 35 6 60 Total 10 100 Tempo de Atuação no HUAP* 1 a 10 4 40 11 a 20 1 10 21 a 35 5 50 Total 10 100 Experiência em Cargos de Gerência* 1 a 10 7 70 11 a 20 2 20 21 a 35 1 10 Total 10 100 Tempo de Atuação como Gerente no HUAP* 1 a 10 8 80 11 a 20 1 10 21 a 35 1 10 Total 10 100 Possui Pós-graduação Sim 9 90 Não 1 10 Total 10 100 Lato Sensu Sim 8 80 Não 2 20 Total 10 100 Strictu Senso Sim 1 10 Não 9 90 Total 10 100 Strictu Senso em curso Sim 4 40 Não 6 60 Total 10 100 Pós Graduação Lato Sensu (por área de Conhecimento) Gestão 3 25 Outras 9 75 Total 12 100

*Em anos completo; Fi – Frequência absoluta; Fr – Frequência relativa Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013.

No que se refere à caracterização profissional dos enfermeiros gerentes do

HUAP, a partir dos dados apresentados na Tabela 2, observa-se que a média

relacionada à variável tempo de graduação encontrada foi de 23 anos, com

desvio padrão de ± 9,4 anos e mediana de 25,5 anos, o que confirma o fato de a

maioria dos gerentes (60%) se encontrarem no estrato de 21 a 35 anos de

Page 76: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

75

formado. Com relação ao tempo de atuação no HUAP, 50% têm mais de 20 anos,

80% dos enfermeiros tem até 10 anos de experiência em cargos de gerência e,

80% destes atuam como gerentes há até 10 anos no HUAP. Diante destes dados

pode-se inferir que a grande maioria dos enfermeiros do grupo de gerentes além

de experiência profissional, também possui conhecimento acerca da estrutura e

funcionamento da instituição.

No que tange à qualificação destes gerentes, 90% possui algum tipo de

pós-graduação, dos quais 80% possui especialização lato sensu, sendo apenas

25% relacionadas à gestão/gerência; e 10% dos gerentes possui somente pós-

graduação stricto sensu, o que caracteriza que a qualificação específica na área

de gerência é baixa. Não obstante, evidencia-se uma tendência dos gerentes em

buscar este tipo de qualificação, visto que 40% possui pós-graduação stricto

sensu em curso.

Quanto à caracterização profissional dos enfermeiros gerentes do HUAP,

foi ainda analisada a satisfação/insatisfação quanto ao trabalho, evidenciada por

meio das respostas à questão n.º 13 do questionário de caracterização dos

sujeitos, parte integrante do formulário de pesquisa (Apêndice 3): Quanto ao seu

trabalho na função de gerente você se considera: ( ) satisfeito ( ) insatisfeito.

Justifique:

“Satisfeito/insatisfeito - Momentos de sucesso e momentos de insucesso”. G1

“Satisfeito/insatisfeito - Quando se consegue resolutividade e quando não se consegue”. G2

“Satisfeito - Não justificado”. G3

“Insatisfeito - Devido às políticas de gestão em que certas prioridades não são levadas em conta; Falta de uma comunicação eficiente no âmbito dos serviços intra-hospitalar; Falta de pessoal e falta de políticas da instituição que atendam as necessidades das gerências”. G4

“Insatisfeito - Falta apoio de uma política institucional”. G5

“Insatisfeito - Não justificado”. G6

“Insatisfeito - Não existe planejamento efetivo para quase nada”. G7

“Satisfeito/insatisfeito - No momento as dificuldades por conta de nº insuficiente de funcionários faz com que precisemos nos desdobrar em

Page 77: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

76

arranjos para que a assistência ocorra de forma qualificada. No entanto`, poder trabalhar e atuar na área de enfermagem me deixa muito feliz”. G8

“Insatisfeito - São desenvolvidas, planejadas várias atividades que não conseguimos implementar”. G9

“Satisfeito - Apesar das dificuldades na instituição, acredito que venho tentando atingir os objetivos da função que desempenho”. G10

A análise da satisfação/insatisfação quanto ao trabalho na função de

enfermeiro gerente no HUAP demonstra que 50% se consideram insatisfeitos,

30% satisfeitos e insatisfeitos e apenas 20% satisfeitos na função. Além das

justificativas apresentadas acima, na qual ficam evidentes dificuldades no

planejamento e execução de atividades e resolução de problemas, e dificuldades

quanto às políticas institucionais em relação à gerência, outros dados parecem

estar associados ao alto grau de insatisfação dos gerentes, como: apenas 50%

recebe gratificação, sendo que 70% se dizem insatisfeitos com a gratificação

recebida.

As questões abertas do formulário de pesquisa: “Que recursos você utiliza

na avaliação da qualidade da gestão do capital humano de enfermagem no

HUAP?”, “Você utiliza indicadores para avaliar a qualidade da gestão do capital

humano de enfermagem? Quais?” e “Você apontaria outros indicadores a serem

utilizados na avaliação da gestão do capital humano de enfermagem?” se

completam na intenção de captar dos entrevistados aspectos relacionados a esta

abordagem temática.

As respostas a estas questões foram alocadas em quadros e tiveram o

conteúdo exaustivamente analisado. Posteriormente foram extraídas das

respostas as “unidades de registro” que foram relacionadas em quatro “unidades

de contexto” (categorias), esquematizadas, como apresentadas a seguir:

Teve o texto selecionado em negrito o conteúdo das respostas que

tem relação com indicadores tradicionais evidenciados na revisão

integrativa da literatura.

Teve o texto selecionado sublinhado o conteúdo das respostas que

tem relação com possíveis indicadores de gestão do capital humano

de enfermagem, evidenciados na revisão integrativa da literatura.

Page 78: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

77

Teve o texto selecionado em itálico o conteúdo das respostas que

consta no impresso de avaliação de desempenho individual da

instituição.

Teve o texto selecionado em itálico, sublinhado o conteúdo das

respostas que se apresentou como possíveis indicadores de gestão

do capital humano de enfermagem, evidenciados na pesquisa com

os gerentes de enfermagem do HUAP.

Na questão n° 01, “Que recursos você utiliza na avaliação da

qualidade da gestão do capital humano de enfermagem no HUAP?”, que

tiveram as respostas relacionadas no Quadro 7, foi possível evidenciar a

utilização de alguns indicadores tradicionais por alguns gerentes de enfermagem

(cinco gerentes), , no entanto de forma aleatória.

G1 informa utilizar: Treinamento e capacitação;

G2 informa utilizar: Dimensionamento e carga de trabalho;

G3 informa utilizar: Treinamento em serviço;

G4 informa utilizar: Cursos e treinamento;

G8 informa utilizar: Absenteísmo.

Possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem foram

identificados:

G2 informa utilizar: Liderança;

Oito dos dez gerentes informa utilizar “Avaliação de desempenho

profissional” como “ferramenta” de avaliação da qualidade da gestão do capital

humano de enfermagem no HUAP. Foi considerada a resposta do G1

“relacionamento interpessoal e comprometimento”, itens que constam na

avaliação de desempenho profissional da instituição, como utilização de avaliação

de desempenho profissional;

G5 informa utilizar: Satisfação “informada” sobre local de alocação;

G9 informa utilizar: Avaliação do alcance dos pactos efetuados.

Page 79: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

78

Quadro 7. Recursos utilizados na avaliação da qualidade da gestão do capital humano de enfermagem pelos gestores do HUAP. Niterói, 2013

Gerente Respostas da Questão 01: Que recursos você utiliza na avaliação

da qualidade da gestão do capital humano de enfermagem no HUAP?

G1

A qualidade da gestão deveria ser norteada por relacionamento interpessoal, comprometimento, treinamento e capacitação, mas

entendo que pouco ou quase nada ainda foi feito, já vivemos com um déficit frequente de profissionais, e a forma distorcida de contratação por processo seletivo.

G2 Os recursos utilizados são alguns indicadores, uns considerados de maior peso, porém nem sempre com melhor efeito satisfatório, exemplo: dimensionamento, carga de trabalho e liderança.

G3 Avaliação de desempenho individual; Treinamento em serviço

(Educação permanente).

G4 Feed back dos profissionais de enfermagem que participam dos cursos e treinamentos ministrados pela Educação Permanente;

Através das avaliações dos servidores de 2/2 anos.

G5 Orientação; avaliação por competência / “habilidade”; Satisfação “informada” sobre local de alocação; avaliação de desempenho.

G6

O único recurso validado na instituição para avaliar a qualidade do capital humano é o formulário de avaliação de desempenho. Paralelo a este documento se faz uma avaliação pessoal quanto ao que se espera de cada servidor enquanto a proposta assistencial ao binômio: Cliente / família x instituição.

G7 Avaliação de desempenho funcional da universidade; observação do funcionário no ambiente de trabalho.

G8

Os recursos no ambulatório tornam-se precários por que os funcionários aqui lotados já vêm para este setor, na sua maioria, em final de carreira e com muita limitação. No entanto, conto com o conhecimento de cada servidor. Na questão da rotatividade me é impossível, visto ter um nº reduzido, pois funcionários se aposentam e não recebo outro para colocar no lugar. Há um grande grau de absenteísmo, as faltas por licença médica são muitas.

G9

Os recursos utilizados na instituição hoje são as avaliações encaminhadas pelo DGD / CPTA a cada 18 meses. Nestes impressos constam uma pactuação com os funcionários, com as principais atribuições e responsabilidades que devem ser desempenhadas no período, qualidade, quantidade e os prazos pactuados; São fornecidas orientações da chefia para realização das atividades pactuadas. Após um período de 18 meses é realizada uma nova avaliação do alcance dos pactos efetuados.

G10

Impresso de avaliação de desempenho do servidor elaborado pelo setor de recursos humanos; Impresso realizado pela Gerência e a Educação Permanente para avaliação anual do prestador de serviço.

Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013.

Page 80: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

79

Na questão n° 02, “Você utiliza indicadores para avaliar a qualidade da

gestão do capital humano de enfermagem? Quais?”, as respostas foram

alocadas no Quadro 8.

Quatro gerentes de enfermagem informaram utilizar algum dos indicadores

tradicionais:

G2 informa utilizar: Dimensionamento, carga de trabalho, absenteísmo,

treinamento e capacitação, rotatividade, acidentes de trabalho;

G3 informa utilizar: Dimensionamento;

G4 e G7 informam utilizar: Absenteísmo.

Sete gerentes de enfermagem informam utilizar indicadores que se

aproximam de algum dos possíveis indicadores evidenciados na revisão

integrativa da literatura:

G1 informa utilizar: Humanização;

G2 informa utilizar: Avaliação de desempenho, liderança, humanização,

saúde e qualidade de vida no trabalho.

Seis dos dez gerentes informa utilizar: Avaliação de desempenho

profissional. Foram consideradas as respostas de G4, G6, G7 e G9 em que

constam itens da avaliação de desempenho profissional da instituição, como

utilização de avaliação de desempenho profissional.

Três gerentes informam não utilizar indicadores para avaliar a qualidade da

gestão do capital humano de enfermagem.

Page 81: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

80

Quadro 8. Utilização de indicadores para avaliar a qualidade da gestão do capital humano de enfermagem por gestores do HUAP. Niterói, 2013

Gerente Respostas da Questão 02: Você utiliza indicadores para avaliar a qualidade

da gestão do capital humano de enfermagem? Quais?

G1 Sim

Deveríamos considerar a qualidade no trabalho, oferecendo condições dignas de trabalho, que incluem descanso, alimentação, vestuários, assim como facilitar cursos e treinamentos; hoje ofereço o mínimo necessário, mas com certeza atenção, humanização e busco reconhecer sempre o reconhecimento profissional.

G2 Sim

Mais utilizados: Dimensionamento, carga de trabalho, absenteísmo, treinamento e capacitação, avaliação de desempenho, liderança,

humanização; Menos utilizados: Rotatividade, acidentes de trabalho, saúde e qualidade

de vida no trabalho.

G3 Sim Dimensionamento; Desempenho.

G4 Sim Absenteísmo; Assiduidade; Disciplina, responsabilidade, iniciativa (não são

indicadores).

G5 Não Ainda não.

G6 Não

Diretamente não, a questão dos indicadores no processo de avaliação fica a cargo dos coordenadores de clínicas, embora estes já pertençam ao formulário (impresso) pela instituição. Compromisso; Pontualidade; Assiduidade x Absenteísmo; Destreza manual x Técnica; Inter-relacionamento.

G7 Sim Absenteísmo; Pontualidade, Respeito às normas e rotinas da instituição;

Desempenho Técnico; Conhecimento Técnico; Relação Interpessoal.

G8 Não Não utilizo.

G9 Sim

Os indicadores de qualidade do trabalho são: Assiduidade; Disciplina; Iniciativa; Produtividade e responsabilidade com as atividades desempenhadas; A gerência trabalha junto com a coordenação dos setores elaborando metas de desempenho que são reavaliadas a cada seis meses para identificar o que foi atingido e o que não foi atingido e os motivos que impediram o alcance das metas traçadas; A coordenação das unidades, que trabalha mais próximo aos servidores traz o grau de satisfação / insatisfação dos mesmos com os serviços e as sugestões apontadas pelos mesmos.

G10 Não

Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013.

Na questão 04, “Você apontaria outros indicadores a serem utilizados

na avaliação da gestão do capital humano de enfermagem?”, as respostas

foram alocadas conforme apresentado no Quadro 9.

Seis gerentes de enfermagem do HUAP afirmaram apontar outros

indicadores a serem utilizados na avaliação da gestão do capital humano de

Page 82: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

81

enfermagem, no entanto apenas quatro gerentes apresentaram as possibilidades,

sendo que um deles apresentou conteúdo que consta na avaliação de

desempenho funcional da instituição.

Os possíveis indicadores apresentados foram: G7: Se o servidor trabalha

na área que tem mais afinidade e qualificação; G9: Experiência pregressa;

G8: Incentivo ao funcionário com alguma premiação. As duas primeiras

possibilidades apresentam correlação entre si e com a resposta do G5 à 1ª

questão: Satisfação “informada” sobre local de alocação.

Quadro 9. Outros indicadores a serem utilizados na avaliação da gestão do capital humano de enfermagem pelos gestores do HUAP. Niterói, 2013

Gerente Respostas da Questão 04: Você apontaria outros indicadores a serem

utilizados na avaliação da gestão do capital humano de enfermagem?

G1 Sim Não indicadores, mas estratégias para melhorar remuneração e aprovação

de carga horária necessária a treinamentos, aperfeiçoamentos e outros.

G2 Sim Da listagem apresentada, não considero como possíveis e sim como

indicadores!

G3 Não

G4 Não

G5 Não

G6 Sim De imediato me vem em mente o inter-relacionamento: Profissional x

Paciente; Profissional x Família; Profissional x Profissional

G7 Sim

Interesse pelo que faz, pela função que desempenha; Grau de

compromisso; Se o servidor trabalha na área que tem mais afinidade e

qualificação.

G8 Sim Incentivo ao funcionário com alguma premiação.

G9 Sim Experiência pregressa.

G10 Não

Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013.

As respostas à questão 03, referentes à “Avaliação da concordância

pelos gerentes de enfermagem do HUAP quanto à relevância da utilização

de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem”, foram

operacionalizada por meio de uma escala Likert de quatro itens. A Tabela 3

Page 83: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

82

demonstra a concordância dos gerentes quanto à relevância de utilização de cada

um dos indicadores e possíveis indicadores de gestão do capital humano de

enfermagem, identificados através da revisão integrativa da literatura científica.

Nesta questão foi possível assinalar as opções: “muito relevante”; “relevante”;

“pouco relevante” e “irrelevante”, tendo sido atribuídos os valores “3”, “2”, “1” e “0”,

respectivamente.

Tabela 3. Concordância dos gerentes quanto à relevância de utilização de cada um dos indicadores e possíveis indicadores de gestão do capital humano de enfermagem. Niterói, 2014

Indicadores MR (x3) R (x2) PR (x1) I (x0) Total %

concordância

Dimensionamento 10 30 0 0 0 0 0 0 30 100

Carga de Trabalho 9 27 1 2 0 0 0 0 29 97,5

Rotatividade 7 21 3 6 0 0 0 0 27 92,5

Absenteísmo 9 27 1 2 0 0 0 0 29 97,5

Acidentes de Trabalho 7 21 3 6 0 0 0 0 27 92,5

Treinamento / capacitação 7 21 3 6 0 0 0 0 27 92,5

Possíveis Indicadores

Saúde / QVT 7 21 3 6 0 0 0 0 27 92,5

Satisfação / Insatisfação 6 18 4 8 0 0 0 0 26 90

Liderança 5 15 5 10 0 0 0 0 25 87,5

Avaliação Desempenho 6 18 3 6 1 1 0 0 25 87,5

Humanização 7 21 2 4 1 1 0 0 26 90

Fonte: Dados do autor, Niterói, Novembro de 2013. Legenda: MR (Muito Relevante); R (Relevante); PR (Pouco Relevante); I (Irrelevante)

A análise da pesquisa com os enfermeiros gerentes do HUAP demonstrou

que a utilização de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem no

HUAP ainda é precária, sendo apenas utilizados alguns indicadores

aleatoriamente, sem, no entanto, ser institucionalizada pela DE. No entanto, o

grupo de gerentes atribuiu alta relevância (acima de 80%) à utilização destes

indicadores.

A maioria dos gerentes acredita na avaliação de desempenho como

importante possibilidade de indicador, no entanto não se evidenciou na literatura a

utilização desta ferramenta como indicador, o que requer maiores estudos para

esta implementação, analisando a possibilidade de desmembrar seu conteúdo em

outros possíveis indicadores.

Page 84: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

83

Outros possíveis indicadores foram evidenciados na pesquisa com os

enfermeiros gerentes do HUAP, “Satisfação informada com o local de

alocação” e “Desempenho no alcance de metas”. Essas possibilidades

necessitam ter seus significados analisados e a essência de seus elementos

submetidos a processos rigorosos de avaliação, no intuito de caracterizá-los como

elementos constitutivos na construção de indicadores de gestão do capital

humano de enfermagem.

Um dos grandes problemas da gestão de recursos humanos tem sido

exatamente a falta de métrica, resumida em meras opiniões, que não são

entendidas nem respeitadas pelos outros profissionais. Deixar de expor opiniões e

sentimentos e apresentar dados quantitativos que liguem os resultados da gestão

do capital humano aos resultados da empresa são a melhor forma de se sentar à

mesa de negociações24.

Neste sentido, destacam-se vantagens de se criar um sistema de medição

do capital humano: clarifica e focaliza as pessoas no que é realmente importante.

As empresas são organizações complexas onde a energia e a atenção das

pessoas se distribui por uma imensidão de atividades. O fato de uma atividade ser

medida é um sinal claro de sua importância; Clarifica expectativas. Um sistema de

medição não só transmite “o que é importante”, mas também “quanto é

importante”. A existência de métricas permite a todos maior clareza das

expectativas que existem em relação ao desempenho; Demonstra uma orientação

para os resultados24.

3.3. 3ª Fase: construção do software “sistema de indicadores de gestão do

capital humano de enfermagem em cenário hospitalar”

A construção do software “Sistema de indicadores de gestão do capital

humano de enfermagem em cenário hospitalar”, um SIG para o HUAP, foi

realizada em duas etapas.

A primeira etapa constitui este estudo propriamente dito, no que se refere à

fundamentação teórica e revisão da literatura científica; a pesquisa das

percepções dos enfermeiros gerentes do HUAP quanto ao uso dos indicadores; a

Page 85: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

84

análise dos resultados; e a elaboração do projeto (modelo) para construção do

sistema.

A segunda etapa compreendeu a concretização do projeto na forma do

software propriamente dito. O projeto elaborado pelo pesquisador foi

encaminhado à GTI do HUAP, onde um analista foi responsável em convertê-lo

em uma linguagem estruturada de dados e atributos procedimentais, de modo

que as funções elaboradas pudessem ser processadas, e através de um tradutor

convertidos para um código executável em máquina.

Os indicadores para compor a avaliação do capital humano de enfermagem

do HUAP, inicialmente selecionados para serem trabalhados nesta fase da

pesquisa foram: taxa de absenteísmo, taxa de rotatividade, taxa de acidentes de

trabalho, índice de treinamento e dimensionamento. Estes indicadores, já

consagrados como indicadores de gestão do capital humano de enfermagem,

foram analisados quanto a sua relevância, e aprovados pelo grupo de gerentes de

enfermagem do HUAP, como de alta relevância. Optou-se por utilizar inicialmente

estes indicadores, pelo fato de já serem amplamente conhecidos, acreditando ser

um fator facilitador tanto na construção e implementação do sistema de

indicadores, quanto na adesão ao seu uso.

É interessante mapear os indicadores candidatos à luz das informações

necessárias às decisões bem assistidas, às possibilidades da informação

disponível, do custo de coleta e tratamento destas informações, e das

potencialidades de uso para qualificação das intervenções21. A pactuação dos

indicadores é necessária para que a implementação de sua aferição como

instrumento de controle não seja relegado a rotinas burocráticas autocentradas

que não contribuem para a o desenvolvimento sistemático desta abordagem

gerencial. Um aspecto importante na seleção de indicadores é que se deve evitar

“reinventar a roda”, pois existe uma grande variedade de indicadores disponíveis

para uso. Somente depois de confirmada a indisponibilidade de medidas

confiáveis é que o gestor deve construí-las21.

Após a definição dos cinco indicadores base, estes foram estudados e

desenvolvidos, derivando em um total de 26 indicadores (Figura 08), que serão

operacionalizados através da construção tecnológica do Sistema de Indicadores

Page 86: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

85

de Gestão do Capital Humano de Enfermagem do Hospital Universitário Antonio

Pedro. Os indicadores eleitos para serem implementados foram organizados em

FTICHE, contendo os seguintes elementos: identificação; objetivo; método de

cálculo; unidade de medida; definição; responsável pelos dados; periodicidade;

meta. As FTICHE serão apresentadas a seguir (Quadros 11,12, 13, 14 e 15).

Page 87: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

86

INDICADORES DE GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM - HUAP:

Taxa de Absenteísmo Enf Gerentes

Taxa de Absenteísmo Enf Coordenadores

Taxa de Absenteísmo Enf Assistenciais

Taxa de Absenteísmo Téc enfermagem

Taxa de Absenteísmo Aux enfermagem

Taxa de Rotatividade Enf Gerentes

Taxa de Rotatividade Enf Coordenadores

Taxa de Rotatividade Enf Assistenciais

Taxa de Rotatividade Téc enf

Taxa de Rotatividade Aux enf

Taxa de Acidentes de trab Enf Gerentes

Taxa de Acidentes de trab Enf Coordenadores

Taxa de Acidentes de trab Enf Assistenciais

Taxa de Acidentes de trab Tec enf

Taxa de Acidentes de trab Aux enf

Indice de treinamento de Enf Gerentes

Indice de treinamento de Enf Coordenadores

Indice de treinamento de Enf Assistenciais

Indice de treinamento de Téc enf

Indice de treinamento de Aux enf

Horas de Enf / Cuidado intensivo

Horas de Enf / Cuidado Semi-intensivo

Horas de Enf / Cuidado intermediário e mínimo

Horas de Téc enf / Cuidado intensivo

Horas de Téc e/ou Aux / Cuidado Semi-intensivo

Horas de Téc e/ou Aux / Cuidado intermediário e mínimo

Figura 8. Lista dos Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem – HUAP. Niterói, 2013 Fonte: Construído pelo autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 88: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

87

Quadro 10. FTICHE Nº 01 – Absenteísmo. Niterói, 2013

Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem (FTICHE) - HUAP

Indicador base: Taxa de Absenteísmo de Profissionais de Enfermagem do HUAP

Objetivo: Acompanhar a as faltas dos profissionais de enfermagem do HUAP

Indicadores derivados:

Taxa de Absenteísmo Enfermeiros Gerentes

Taxa de Absenteísmo Enf. Coordenadores de Assistência

Taxa de Absenteísmo Enfermeiros Assistenciais

Taxa de Absenteísmo Técnicos de enfermagem

Taxa de Absenteísmo Auxiliares de enfermagem

Definição: relação porcentual entre o número de horas/homem (por categoria

profissional) ausentes e o número de horas/homem trabalhadas (por categoria

profissional), multiplicado por 100.

Equação para cálculo:

Taxa de absenteísmo da categoria profissional =

nº de horas/homem da categoria ausentes X 100

nº de horas/homem da categoria trabalhadas

Unidade de medida: %

Responsável pelos dados: Direção de enfermagem (Taxa de Absenteísmo

Enfermeiros Gerentes); Equipe de Gerentes da diretoria de enfermagem do

HUAP (demais indicadores derivados).

Periodicidade: mensal.

Meta: A definir pela Direção.

FTICHE n°: 01 Data de origem: Data de revisão:

Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 89: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

88

Quadro 11. FTICHE Nº 02 - Rotatividade. Niterói, 2013

Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem (FTICHE) - HUAP

Indicador base : Taxa de Rotatividade de Profissional de Enfermagem

Objetivo: Acompanhar a rotatividade dos profissionais de enfermagem do HUAP

Indicadores derivados:

Taxa de Rotatividade Enfermeiros Gerentes

Taxa de Rotatividade Enf. Coordenadores de Assistência

Taxa de Rotatividade Enfermeiros Assistenciais

Taxa de Rotatividade Técnicos de enfermagem

Taxa de Rotatividade Auxiliares de enfermagem

Definição: relação porcentual entre a soma de admissões e demissões por categoria

profissional, dividido por dois e o número de trabalhadores por categoria profissional

ativos no período/mês, multiplicado por 100.

Equação para cálculo:

Taxa de Rotatividade de Profissional da categoria profissional =

(n.º de admissões + n.º de demissões) / 2 X 100

nº de trabalhadores ativos no período/mês

Unidade de medida: %

Responsável pelos dados: Direção de enfermagem (Taxa de Rotatividade

Enfermeiros Gerentes); Equipe de Gerentes da diretoria de enfermagem do HUAP

(demais indicadores derivados).

Periodicidade: mensal

Meta: A definir pela Direção.

FTICHE n°: 02 Data de origem: Data de revisão:

Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 90: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

89

Quadro 12. FTICHE Nº 03 - Acidentes de trabalho. Niterói, 2013

Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem (FTICHE) - HUAP

Indicador base: Taxa de Acidente de Trabalho de Profissionais de Enfermagem.

Objetivo: Acompanhar os acidentes de trabalho dos profissionais de enfermagem

do HUAP.

Indicadores derivados:

Taxa de Acidente de Trabalho Enfermeiros Gerentes

Taxa de Acidente de Trabalho Enf. Coord. de Assistência

Taxa de Acidente de Trabalho Enfermeiros Assistenciais

Taxa de Acidente de Trabalho Técnicos de enfermagem

Taxa de Acidente de Trabalho Auxiliares de enfermagem

Definição: relação porcentual entre o número de acidentes de trabalho por categoria de

profissionais de enfermagem e o número de trabalhadores ativos por categoria

profissional no período/mês, multiplicado por 100.

Equação para cálculo:

Taxa de Acidente de Trabalho =

Número de Acidentes de Trabalho da categoria X 100

nº de trabalhadores ativos da categoria no período/mês

Unidade de medida: %

Responsável pelos dados: Direção de enfermagem (Taxa de Acidentes de Trabalho

Enfermeiros Gerentes); Equipe de Gerentes da diretoria de enfermagem do HUAP

(demais indicadores derivados).

Periodicidade: mensal.

Meta: A definir pela Direção.

FTICHE n°: 03 Data de origem: Data de revisão:

Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 91: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

90

Quadro 13. FTICHE Nº 04 - Treinamento. Niterói, 2013

Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem (FTICHE) - HUAP

Indicador base: Índice de Treinamento de Profissionais de Enfermagem do HUAP

Objetivo: Acompanhar o treinamento dos profissionais de enfermagem do HUAP

Indicadores derivados:

Índice de Treinamento Enfermeiros Gerentes

Índice de Treinamento Enf. Coordenadores de Assistência

Índice de Treinamento Enfermeiros Assistenciais

Índice de Treinamento e Técnicos de enfermagem

Índice de Treinamento Auxiliares de enfermagem

Definição: Relação entre o número de horas dos funcionários ouvintes (por categoria

profissional) nos cursos e o número de horas homem trabalhadas (por categoria),

multiplicado por 1.000.

Equação para cálculo:

Treinamento de Profissionais de Enfermagem =

(nº funcionários da categoria ouvintes no curso 1 X carga horária curso 1) +

(nº funcionários da categoria ouvintes no curso 2 X carga horária curso 2) . X 1000

nº de horas homem da categoria trabalhadas

Unidade de medida: Horas/ homem treinadas por 1000 horas/homem trabalhadas.

Responsável pelos dados: Enfermeiros Gerentes da Educação Permanente.

Periodicidade: mensal.

Meta: A definir pela Direção.

FTICHE n°: 04 Data de origem: Data de revisão:

Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 92: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

91

Quadro 14. FTICHE Nº 05 - Dimensionamento. Niterói, 2013

Ficha Técnica de Indicador do Capital Humano de Enfermagem (FTICHE) - HUAP

Indicador base: Número de horas de Profissional de Enfermagem / por

classificação de tipo de cuidado.

Objetivo: Analisar o dimensionamento dos profissionais de enfermagem do HUAP

Indicadores derivados:

Horas de Enfermeiro / Cuidado intensivo

Horas de Enfermeiro / Cuidado semi- intensivo

Horas de Enfermeiro / Cuidado intermediário e Mínimo

Horas de Técnico Enf. / Cuidado intensivo

Horas de Téc. + Aux. Enf. / Cuidado semi- intensivo

Horas de Téc. + Aux. Enf./ Cuidado intermed. e Mínimo

Definição: relação entre as horas prestadas por categoria profissional no mês, dividido

pelo n° de pacientes/dia período (mês) no tipo de cuidado.

Equação para cálculo:

Horas prestada por categoria profissional em tipo de cuidado =

Nº de horas prestadas por categoria profissional

nº de pacientes dia no período/mês no tipo de cuidado

Unidade de medida: horas prestadas /por nº de pacientes/mês

Responsável pelos dados: Enfermeiros Gerentes da diretoria de enfermagem do

HUAP

Periodicidade: mensal.

Meta: A definir pela Direção.

FTICHE n°: 05 Data de origem: Data de revisão:

Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 93: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

92

O esboço da arquitetura do sistema de indicadores foi realizado pelo

pesquisador em uma planilha do programa Microsoft Excel® (Figura 9), na

intenção de possibilitar aos gerentes alocar dados primários para serem

capturados, processados e calculados em planilhas secundárias. Os resultados

são apresentados através de uma interface de apresentação de dados (Figura 10)

também desenvolvida pelo autor, que permite a apresentação mensal dos

resultados de cada indicador por meio de gráficos e tabelas, permitindo observar

a evolução cronológica do indicador, bem como sua comparação com parâmetros

internos e externos.

A apresentação dos resultados gera, através da análise das metas do

indicador, um status nas cores: verde, quando o indicador está dentro da meta

desejável e não requer ação de melhoria; amarela, quando o indicador requer

atenção em relação à meta e requer ação preventiva; e vermelha, quando o

indicador está abaixo da meta desejável e requer ação corretiva.

O sistema ainda sinaliza quanto à tendência em relação ao período, se

melhor ou pior. Os valores de meta de cada indicador serão definidos em conjunto

com a DE do HUAP, com base na literatura científica, em orientações técnicas de

órgãos que já possuem experiência administrativa no controle de indicadores e na

avaliação técnica de um estatístico.

Por solicitação formal do Diretor de Enfermagem do hospital (Anexo3), o

Sistema de Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem do HUAP

foi construído pela GTI, e encontra-se em fase de adequação na intenção de que

sua utilização seja realizada através do sistema de intranet do hospital. As

informações inseridas e processadas na base de dados poderão ser acessadas e

utilizadas pelos usuários e pelo gestor, de acordo com o nível que cada um esteja

habilitado ao sistema.

Page 94: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

93

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO - - INDICADORES DE GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM MÊS: ANO: ANO:Colunas3 Colunas4Colunas22Colunas5Colunas23Colunas6Colunas24Colunas7Colunas25Colunas9Colunas26Colunas10Colunas27Colunas11Colunas28Colunas12Colunas29Colunas13Colunas30Colunas15Colunas31Colunas16Colunas32Colunas162Colunas33Colunas17Colunas34Colunas172Colunas35Colunas173Colunas36Colunas174Colunas37Colunas176Colunas38Colunas177Colunas39Colunas178Colunas40Colunas179Colunas41Colunas180Colunas42Colunas182Colunas43Colunas183Colunas45Colunas44Colunas46Colunas185Colunas48Colunas187Colunas49Colunas188Colunas50Colunas189Colunas51Colunas190Colunas52Colunas191Colunas53Colunas18Colunas54Colunas2Colunas55Colunas19Colunas20

Total Enf Direção de Enfermagem

Total Enf Ger. da Educ. Permanente

Total Enf Gerentes Administrativos

Total Enf Supervisores da Diretoria

Total de Enf coordenadoresa

Ausência de Enf. Gerentes

Ausência de Enf. Coordenadores

Nº de Admissões Enf Gerentes

Nº de Admissões Enf Coordenadores

Nº de Demissões Enf Gerentes

Nº de Demissões Enf Coordenadores

Nº de Acidente trab Enf Gerentes

Nº de Acidente trab Enf coord.

Enfer Gerentes ouvintes curso 01

Enfer Coord. ouvintes curso 01

GERÊNCIAS Gerência Enf na Saúde Gerência de enfermagem em Gerência Enf em Cl ínica Gera l e Especia l i zada Gerência Enf Procedimentos Gerência Enf Ambulatório Gerência Enf Emergência Gerência Enf

da Mulher e da e da Criança EspacializadaCir Geral e Especializada Diagnósticos e Intervencionís tas Internação e Al ta Ed. permanente

UN

IDA

DES

DE

ATE

ND

IMEN

TO

Clin

ica

Obs

tétr

ica

Clín

ica

Pedi

átric

a

UTI

Neo

nata

l

UI N

eona

tal

Clín

ica

Cir.

Fem

inin

a

Clín

ica

Cir.

Mas

culin

a

Clín

ica

Cir E

spec

ializ

. Mis

ta

Cent

ro C

ir. O

RL /

OFT

Clín

ica

ORL

/ O

FT

Clín

ica

Méd

ica

Fem

inin

a

Clín

ica

Méd

ica

Mas

culin

a

Clín

ica

Hem

atol

ógia

Cent

ro d

eTer

apia

Inte

nsiv

a

Uni

dade

Cor

onar

iana

Doe

nças

Infe

cto

Para

sitá

rias

Cent

ro d

e D

iális

e

Cent

ro C

irúrg

ico

Cent

ral d

e M

at. /

Est

erel

izaç

ão

Hem

odin

âmic

a

Tom

ogra

fia /

Rad

iolo

gia

Serv

iço

de E

ndos

copi

a

Am

bula

tório

Hem

ocen

tro

Qui

mio

tera

pia

/ Pu

lsot

erap

ia

Seto

r de

Inte

rnaç

ão e

Alta

Sala

de

Trau

ma

Hip

oder

mia

Sala

de

Sutu

ra

BOX

Mas

culin

o e

Fem

inin

o

Emer

gênc

ia P

edià

tric

a

Cent

ral d

e M

acas

Carg

a ho

rária

cur

so 0

1

Carg

a ho

rária

cur

so 0

2

classif. da unid. por tipo de cuidado I / M I / M INT SI I / M I / M I / M / I / M I / M I / M SI INT INT SI SI SI / / / / / / / / SI I / M / SI SI / / /

Nº de leitos-dia

Regime de contrato de trabalho RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T RJU T

Total Enfermeiros assist.

Total Téc. Enfermagem

Total Aux. Enfermagem

Ausência Enfermeiros assist.

Ausência Téc. Enfermagem

Ausência Aux. Enfermagem

Nº de Admissões Enf

Nº de Demissões Enf

Nº de Admissões Tec enf

Nº de Demissões Tec enf

Nº de Admissões Aux enf

Nº de Demissões Aux enf

Nº de Acidente trab Enf

Nº de Acidente trab Tec enf

Nº de Acidente trab Aux enf

Enfermeiros ouvintes curso 01

Téc enf ouvintes curso 01

aux enf ouvintes curso 01

Enfermeiros ouvintes curso 02

Téc enf ouvintes curso 02

aux enf ouvintes curso 02

Legenda:

I - Cuidado intensivo

SI- Cuidados semi intensivos RJU - Funcionários Regime Jurídico Único

I /M - Cuidados Intermediário / Mínimos T - Funcionário com contrato Temporario de trabalho

Figura 9. Planilha dos indicadores de gestão do capital humano de enfermagem – HUAP. Niterói, 2014 Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 95: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

94

Absenteísmo Rotarividade Acidentes de trabalho Treinamento Dimensionamento

Taxa de Absenteísmo Enf Gerentes Taxa de Rotatividade Enf Gerentes Taxa de Acidentes de trab Enf Ger Indice de treinamento de Enf Gerentes Horas de Enf / Cuidado intensivo

Taxa de Absenteísmo Enf Coordenadores Taxa de Rotatividade Enf Coordenadores Taxa de Acidentes de trab Enf Cord Indice de treinamento de Enf Coordenadores Horas de Enf / Cuidado Semi-intensivo

Taxa de Absenteísmo Enf Assistenciais Taxa de Rotatividade Enf Assistenciais Taxa de Acidentes de trab Enf Assist Indice de treinamento de Enf Assistenciais Horas de Enf / Cuidado intermediário e mínimo

Taxa de Absenteísmo Téc enfermagem Taxa de Rotatividade Téc enf Taxa de Acidentes de trab Tec enf Indice de treinamento de Téc enf Horas de Téc enf / Cuidado intensivo

Taxa de Absenteísmo Aux enfermagem Taxa de Rotatividade Aux enf Taxa de Acidentes de trab Aux enf Indice de treinamento de Aux enf Horas de Téc e/ou Aux / Cuidado Semi-intensivo

Horas de Téc e/ou Aux / Cuidado intermediário e mínimo

ABSENTEÍSMO TÉC. ENFERMAGEM GRÁFICO TABELA COMPARAÇÃO INTERNA COMPARAÇÃO EXTERNA ANO MÊS

INDICADORES DE GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO - UFF

PERIODO: JUNHO /2014

UNIDADE MEDIDA: %

VALOR: 8,4

STATUS:

TENDÊNCIA:

FÓRMULA

OBSERVAÇÕES:

2014

4414

14

jUN

HNH

OU

N

nº de horas / homem ausentes x 100

nº de horas/ homem trabalhadas

Observações:

Figura10: Interface de apresentação de resultados dos indicadores de gestão do capital humano de enfermagem - HUAP. Niterói, 2014 Fonte: Construído pelo do autor. Niterói, janeiro de 2014.

Page 96: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

95

Na segunda etapa da constução do software, um analista da GTI do HUAP,

com o acompanhamento e assessoria do pesquisador, realizou os procedimentos

necessários para converter o projeto modelo resultante desta pesquisa em uma

de linguagem estruturada de dados informatizados, de modo que as funções

elaboradas pudessem ser processadas e convertidas em um código executável

em máquina.

O projeto conceitual do banco de dados exibe como os dados devem ser

agrupados. Esta atividade tem por objetivo identificar as relações entre eles, e o

meio mais racional de agrupá-los para atender aos requisitos da informação. O

processo também identifica os elementos que possam trazer redundâncias e os

agrupamentos de dados que possam ser requisitos de aplicativos específicos. Os

grupos de dados são lapidados, organizados e normalizados até surgir uma visão

lógica das relações entre os elementos do banco de dados20.

O analista de sistemas da GTI-HUAP elaborou o projeto físico dos dados,

permitindo uma visão de como os dados ficarão armazenados e acessados no

banco de dados. Foi realizado um desenho gráfico exibindo todos os

componentes de dados do sistema. Ou seja, na linguagem da TI, foi realizado um

diagrama de relacionamento de entidades (DER) do sistema de indicadores de

gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar, para o HUAP,

(Figura 11). Um DER é uma figura que dá visão espacial das informações que

serão produzidas, armazenadas e difundidas pelo sistema de uma

organização20,21.

Page 97: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

96

Figura 10. Diagrama de relacionamento de entidades (DER) do sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar - HUAP. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Com a base de dados constituída, partiu-se para o desenvolvimento da

aplicação, realizada em conjunto com a base de dados (Figura 12).

Page 98: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

97

Figura 11. Desenvolvimento da aplicação do sistema de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem em cenário hospitalar - HUAP. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Já com a aplicação e a base de dados funcionando em conjunto, o último

passo do desenvolvimento foi o relatório. Após o desenvolvimento do sistema,

foram cadastrados alguns dados hipotéticos, a fim de se realizar testes para

encontrar possíveis erros ou necessidade de alteração de layout no sistema.

Surgiram apenas algumas alterações de layout relacionadas à estética. Foi

também realizado um teste simples de execução do sistema para garantir o

perfeito funcionamento na intranet do hospital. Apresenta-se, a seguir, algumas

telas (prints) do funcionamento do sistema (Figuras 13, 14, 15, 16, 17 e 18).

Page 99: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

98

Figura 12. Tela de apresentação do software. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 100: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

99

Figura 13. Tela de cadastro de usuários. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 101: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

100

Figura 14. Tela para seleção de indicadores por unidade. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 102: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

101

Figura 15. Tela de cadastro de indicadores e cálculos. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 103: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

102

Figura 16. Tela para preenchimento pelas gerências, relativo a valores de cada unidade. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 104: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

103

Figura 17. Tela para apresentação de gráficos relativos a cada indicador. Niterói, 2014 Fonte: Dados do autor, construção: GTI HUAP - 2014.

Page 105: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

104

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No atual panorama socioeconômico do mundo globalizado existe uma

tendência em nível de gestão das empresas públicas e privadas, no enfoque a

captação, formação, desenvolvimento e manutenção do capital humano. Esse

sofre influências na sua formação e desenvolvimento que vão desde a educação

formal a atividades informais de aprendizagem. O conhecimento, as

competências e aptidões intelectuais são tão importantes quanto à capacidade de

trabalho em equipe, o entusiasmo, a motivação, a capacidade de adaptação a

novas situações, ambientes e ideias.

Neste contexto, o presente estudo teve a intenção de colaborar com os

gestores na medida em que se torna imperativo conhecer a qualidade do capital

humano de enfermagem a ponto que possa ser “medido”. A sistematização das

informações permite analisar e subsidiar as melhores práticas e tomadas de

decisão no que tange ao planejamento, organização, coordenação e avaliação da

equipe de enfermagem, podendo constituir importante base de dados/evidências

para pesquisas e para fundamentação da prática gerencial do enfermeiro. É ainda

imprescindível o compartilhamento de dados e experiências entre gestores de

enfermagem na busca dos melhores resultados, na redução de custos, na

melhoria da qualidade assistencial e na satisfação da equipe.

Não se pode deixar de considerar as políticas públicas de gestão de

pessoas na saúde, em que há uma tendência à precarização do trabalho,

acarretando em divergências que se traduzem em transtornos tanto

administrativo-gerenciais, quanto assistenciais. E, no caso do HUAP, assim como

nos demais hospitais universitários federais, se vive um momento de incertezas

quanto à própria administração e quanto à administração do seu capital humano.

O HUAP, enquanto hospital quaternário de grande porte que conjuga funções de

ensino, pesquisa e assistência, concentrando suas atividades em ações de maior

complexidade, requer profissionais em quantidade e qualidade, devidamente

habilitados, capacitados e motivados.

O sistema de indicadores desenvolvido possibilitará uma visão ampla e

sistemática, permitindo aos gestores identificar áreas favoráveis e áreas que

necessitam de alguma intervenção. A utilização de uma planilha de indicadores

Page 106: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

105

permitirá compatibilizar as metas e propostas da direção de enfermagem quanto

ao desenvolvimento, qualificação, avaliação e monitoramento do capital humano,

visando reduzir a assimetria das informações, de modo que possam ser

processadas e utilizadas como importante fonte de dados.

Acredita-se que incorporar a análise desta ferramenta gerencial nas etapas

de planejamento estratégico possam gerar condutas gerenciais mais acertadas e

fundamentadas, gerando maior satisfação e melhoria da qualidade do capital

humano de enfermagem do hospital, repercutindo em melhores resultados

institucionais. No entanto, para que as avaliações e processos de monitoramento

possibilitem retroalimentar o processo de tomada de decisão, se faz necessário,

na sua implementação, vontade e apoio político institucional e consenso na

coordenação e definição de funções e processo operacional, designando funções

e responsabilidades.

Deve-se considerar a viabilidade dos indicadores e dos sistemas de

informação, bem como a necessidade de capacitação dos gestores e a

determinação de metodologia gerencial, atualizada, participativa e motivacional

que considere o fator humano, sua saúde, capacitação e valorização como

fundamentais ao desenvolvimento da equipe de enfermagem e a manutenção da

qualidade dos serviços da instituição. Sinaliza-se, ainda, quanto à importância da

análise dos processos determinantes do desempenho de cada indicador e a

necessidade de traçar metas e estratégias de intervenção para sua respectiva

melhoria.

Trabalhar com indicadores em planilhas não informatizadas não se

demonstra uma tarefa fácil, e quando realizáveis, demandam tempo, paciência e

grande habilidade de seus operadores. Teve-se a intenção de produzir e ordenar

uma plataforma básica de indicadores de interesse à gestão do capital humano de

enfermagem do HUAP, de fácil interação e inserção de dados, tornando a tarefa

mais rápida, agradável e confiável. Possíveis ajustes podem ser necessários a

partir de sua implementação na prática administrativa e gerencial, tanto

relacionados à operacionalização pela equipe de gerentes, quanto à necessidade

de resolver problemas técnicos relacionados ao sistema de informação, o que vai

Page 107: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

106

requerer uma constante monitoração e aperfeiçoamento, possibilitando a inclusão

de outros indicadores quando considerados pertinentes e necessários.

Outros estudos poderão ser realizados com a proposta de desenvolver

novos indicadores, visto que foram evidenciados possíveis indicadores na revisão

integrativa da literatura científica e que foram considerados relevantes pelo grupo

de gerentes e ainda outros possíveis indicadores foram demonstrados na

pesquisa de campo com estes gerentes. A pesquisa apresentou uma nova

perspectiva de concepção de indicadores que vão além dos tradicionais, mais

relacionados à produção. Observa-se um maior interesse nos sujeitos como

responsáveis pelo bom resultado na produção, o que corrobora com o atual

enfoque na gestão do capital humano.

Acredita-se que este estudo tenha atingido seus objetivos, já que

comprova suas hipóteses e responde à suas questões norteadoras, tendo

cumprido o percurso metodológico proposto para seu desenvolvimento,

culminando na construção de uma tecnologia aplicável à prática gerencial, ou

seja, um “produto” na concepção técnico-científica do mestrado profissional, o

Sistema de Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem para o

HUAP. Esse vai permitir, inicialmente, o acompanhamento de 26 indicadores,

relacionados a cinco indicadores base: dimensionamento, absenteísmo,

rotatividade, acidentes de trabalho e treinamento. De tal modo, proporcionará

dados fidedignos e atualizados, que poderão ser utilizados tanto para subsidiar

decisões e ações gerencias, quanto para proporcionar dados para pesquisas

científicas.

Denota-se o caráter “piloto” deste estudo, possível de ser replicado, com as

devidas modificações, em outras instituições e a outras categorias profissionais.

Requer-se o aprofundamento de estudos com o objetivo de desenvolver e

construir novos indicadores a partir das possibilidades apresentadas tanto na

revisão integrativa da literatura científica, quanto na pesquisa com os enfermeiros

gerentes. Recomenda-se que tais estudos se debrucem sobre possíveis

indicadores de gestão, menos ligados a produção em si e mais relacionados a

fatores qualitativos do capital humano, tais como: humanização, liderança,

satisfação, insatisfação, motivação, qualidade de vida, desempenho, entre outros,

Page 108: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

107

que estão relacionados a melhoria da qualidade da equipe e que se traduzem em

uma melhor qualidade de assistência ao cliente/paciente.

Page 109: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

108

REFERÊNCIAS

1- Kaplan RS, Norton DP. Medindo a prontidão estratégica de ativos intangíveis. Harv Bus Rev. São Paulo. 2004 Fev; 108 p.38-49.

2- Scalco SV, Lacerda JT, Calvo MCM. Modelo para avaliação da gestão de recursos humanos em saúde. Cad Saúde Pública. 2010 mar.; 26(3): 603-14.

3- Leitão RER, Kurcgant P. Qualidade na prática gerencial da enfermagem. Niterói (RJ): Intertexto; 2004.

4- Conselho Nacional de Secretários de Saúde (BR). A Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Brasília: CONASS; 2011. 120 p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 9).

5- Dessler G. Administração de recursos humanos. São Paulo: Prentice Hall; 2003.

6- Arias EHL, Vitalino HA, Machado MH, Filho WA, Cruz LAM. Gestão do trabalho no SUS. Cad RH Saúde. 2006; 3:119-34.

7- Machado MH, Aguiar Filho W, Zamberlan FX, Ribeiro SB, Mendonça EP. A mesa de negociação como instrumento para a gestão do trabalho no SUS. Cad RH Saúde. 2006; 3:141-8.

8- Ministério da Saúde (BR), Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente

em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

9- Hoefel MGD, Elizabete CS, Jandira M. A atenção à saúde do trabalhador no SUS: a proposta de constituição da RENAST. In: 3ª CNST: Trabalhar Sim!

Adoecer Não! – Coletânea de textos; 2006; Brasília: Ministério da Saúde/Ministério da Previdência Social/Ministério do Trabalho e Emprego; 2005. p. 72-8.

10- Kurcgant P, Melleiro MM, Tronchin DMR. Indicadores para avaliação de qualidade do gerenciamento de recursos humanos em enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2008 Set/Out; 61(5):539-44.

11- Mello JB, Camargo MO. Qualidade na saúde: práticas e conceitos. Normas ISO nas áreas médico-hospitalar e laboratorial. São Paulo: Best Seller; 1998.

12- Peres HHC, Leite MMJ, Mira VL. Educação continuada: recrutamento e

seleção, treinamento e desenvolvimento, e avaliação de desempenho profissional. In: Kurcgant P (coord.). Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 138-56.

13- Denser CPAC. Indicadores: instrumento para a prática de enfermagem com

qualidade. In: Bork AMT, Minatel VF (org.). Enfermagem de excelência: da visão a ação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p. 91-100.

Page 110: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

109

14- Sistema de Indicadores Padronizados para Gestão Hospitalar - SIPAGEH

[Internet]. [citado 2006 maio 2]. Disponível em: http://www.projeto.unisinos.br/sipageh/

15- Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde – PROAHSA. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo. [Página na Internet]. [citado 2006 Maio 2]. Disponível em: http://www.hc.fm.usp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=418:proahsa-menu&catid=20:conteudo

16- Laudon KC, Laudon JP. Sistema da Informação: com Internet. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC; 1999.

17- Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH [Página na internet]. [Citado 2014 maio 25]. Disponível em http://ebserh.mec.gov.br.

18- Frente Nacional contra a Privatização da Saúde. Carta da frente nacional

contra a privatização da saúde. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.895 – Lei n.º 12.550/2011 – EBSERH [Internet]. Brasília, 13 de fevereiro de 2013 [Citado 2014 Mai 25]. Disponível em: http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/imp-ult-261020889.pdf

19- Chiavenato I. Recursos Humanos na Empresa. 9. ed. São Paulo: Atlas; 2009.

20- Laudon KC, Laudon JP. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall; 2004.

21- O’Brien JA. Sistemas de informação: e as decisões gerenciais na era da internet. 3. ed. São Paulo: Saraiva; 2010.

22- Cruz T. Sistemas de informações gerenciais: tecnologias da informação e a empresa do século XXI. 3. ed. São Paulo: Atlas; 2009.

23- Oliveira SP, Garcia ACP. Variáveis e indicadores para análise de recursos humanos em saúde no Brasil. Rio de Janeiro: ENSP/FIOCRUZ; 2006.

24- Bancaleiro J. Scorecard de capital humano (como medir o active mais importante da empresa). 2. ed. Lisboa, Portugal: RH; 2007.

25- Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BR), Secretaria de

Orçamento Federal, Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. Brasília: MP; 2012.

26- Silva SSB, Malheiros JM. Capital humano e capital social: construir

capacidades para o desenvolvimento dos territórios [dissertação]. Castelo Branco (Portugal): Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008.

27- Davenport TO. O capital humano: o que é e por que as pessoas investem nele. São Paulo: Nobel, 2001.

28- Tinoco JEP. Contribuição ao estudo da mensuração, avaliação evidenciação de recursos humanos. R cont. fin. 2003 out; 14(Spe):66-78.

Page 111: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

110

29- Ponchirolli O. O capital humano como elemento estratégico na economia

da sociedade do conhecimento sob a perspectiva da teoria do agir comunicativo [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

30- Melnyk BM. Finding and appraising systematic reviews of clinical interventions: critical skills for evidence-based practice. Pediatric nurs. 2003 Mar-Apr; 29(2):147-9.

31- Galvão CM, Sawada NO, Mendes IA. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm USP. 2003 Dez; 37(4):43-50.

32- Kovner, AR; Rundall, TG. Evidence-based management reconsidered.

Front Health Serv Manage. 2006;22(3):3-22.

33- Spiri, WC, Macphee, M. The Meaning of Evidence-Based Management to Brazilian Senior Nurse Leaders. J Nurs Scholarsh. 2013 Set.; 45(3): 265-72.

34- Lima DVM. Research design: a contribution to the author. Online braz j nurs [Internet]. 2011 Oct [Cited 2013 Aug 26]; 10(2): Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3648. doi: http://dx.doi.org/10.5935/1676-4285.20113648

35- Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70; 1977.

36- Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005 Dec; 52(5):546-53.

37- Malhotra, N. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

38- Ferrari N. Aplicação de técnicas de análise estatística a dados de pesquisa

de mercado. São Paulo: Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2009.

39- Gil AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas; 2008.

40- Resende DA. Engenharia de softwere e sistemas de informação. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasport; 2005.

41- Gaidzinski RR, Fugulin FMT, Peres HHC, Castilho V, Massarollo MCKB, Mira VL, et al. Dimensionamento informatizado de profissionais de enfermagem: inovação tecnológica. Rev Esc Enferm USP. 2009; 43(2): 1314-19.

42- Matsushita MS, Adami NP, Carmagnani MIS. Dimensionamento do pessoal de enfermagem das unidades de internação do Hospital São Paulo. Acta paul enferm. 2005 Mar;18(1):9-19.

43- Fakih FT, Carmagnani MIS, Cunha ICKO. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital de ensino. Rev bras enferm. 2006 Mar-Abr; 59(2):183-7.

44- Vigna CP, Perroca MG. Utilização de sistema de classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem. Arq ciênc saúde; 2007 Jan-Mar;14(1):9-13.

Page 112: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

111

45- Nicola AL, Anselmi ML. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev bras enferm. 2005 Mar-Abr;58(2):186-90.

46- Inoue KC, Matsuda LM. Dimensionamento da equipe de enfermagem da UTI- adulto de um hospital ensino. Rev eletrônica enferm. 2009; 11(1): 55-63.

47- Antunes AV, Costa MN. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev latinoam enferm. 2003 Nov-Dez;11(6):832-9.

48- Ducci AJ, Zanei SSV, Whitaker IY. Carga de trabalho de enfermagem para

quantificar proporção profissional de enfermagem/paciente em UTI cardiológica. Rev Esc Enferm USP. 2008 Dez; 42(4): 673-80.

49- Gonçalves LA, Padilha KG. Fatores associados à carga de trabalho de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Esc Enferm USP. 2007 Dez;

41(4): 645-52.

50- Tranquitelli AM, Ciampone MHT. Número de horas de cuidados de enfermagem em unidade de terapia intensiva de adultos. Rev Esc Enferm USP. 2007 Set; 41(3): 371-7.

51- Conishi RMY, Gaidzinski RR. Nursing Activities Score (NAS) como

instrumento para medir carga de trabalho de enfermagem em UTI adulto. Rev Esc Enferm USP. 2007 Set; 41(3):346-54.

52- Esteves ASM. Carga de trabalho de enfermeiros: uma análise do Nursing Activities Score (NAS) [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do

Rio de Janeiro. Enfermagem; 2009.

53- Souza SRRK. A rotatividade e as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem: um enfoque da ergonomia [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

54- Nomura FH, Gaidzinski RR. Rotatividade da equipe de enfermagem: estudo em hospital-escola. Rev latinoam enferm. 2005 Set-Out; 13(5): 648-53.

55- Holanda FL, Cunha ICKO. Tempo de permanência de enfermeiros em um

hospital-escola e valores monetários despendidos nos processos de admissão, desligamento e provimento de novo profissional. Rev latinoam enferm. 2005 Set-Out; 13(5):642-7.

56- Silva DMPP, Marziale MHP. Absenteísmo de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitário. Rev latinoam enferm. 2000 Out; 8(5):44-51.

57- Magalhães NAC, Farias SNP, Mauro MYC, Donato MD, Domingos AM. O absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem no contexto hospitalar. Rev enferm UERJ. 2011 Abr-Jun;19(2):224-30.

58- Sancinetti TR, Soares AVN, Lima AFC, Santos NC, Melleiro MM, Fugulin FMT et al. Taxa de absenteísmo da equipe de enfermagem como indicador de gestão de pessoas. Rev Esc Enferm USP. 2011 Ago; 45(4):1007-12.

59- Sancinetti TM, Gaidzinski RR, Felli VEA, Fugulin FMT, Baptista PCP, Ciampone MHT et al. Absenteísmo: doença na equipe de enfermagem: relação com a taxa de ocupação. Rev Esc Enferm USP. 2009 Dez; 43(spe2):1277-83.

Page 113: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

112

60- Costa FM, Vieira MA, Sena RR. Absenteísmo relacionado a doenças entre membros da equipe de enfermagem de um hospital escola. Rev bras enferm. 2009 Jan; 62(1):38-44.

61- Laus AM, Anselmi ML. Ausência dos trabalhadores de enfermagem em um hospital escola. Rev Esc Enferm USP. 2008 Dez; 42(4): 681-9.

62- Fugulin FMT, Gaidzinski RR, Kurcgant P. Ausências previstas e não previstas da equipe de enfermagem das unidades de internação do HU-USP. Rev Esc Enferm USP. 2003 Dez; 37(4): 109-17.

63- Barboza DB, Soler ZASG. Afastamentos do trabalho na enfermagem: ocorrências com trabalhadores de um hospital de ensino. Rev latinoam enferm.

2003 Mar; 11(2): 177-83.

64- Gomes AC, Agy LL, Malaguti SE, Canini SRMS, Cruz EDA, Gir Elucir. Acidentes ocupacionais com material biológico e equipe de enfermagem de um hospital-escola. Rev enferm UERJ. 2009 Abr-Jun;17(2):220-3.

65- Giomo DB, Freitas FCT, Alves LA, Robazzi MLCC. Acidentes de trabalho,

riscos ocupacionais e absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem hospitalar. Rev enferm UERJ. 2009 Jan-Mar;17(1): 24-9.

66- Sêcco IAO, Gutierrez PR, Matsuo T. Acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para os profissionais de enfermagem. Semina cienc biol saude. 2002 Jan-Dez; 23(1):19-24.

67- Peduzzi M, Anselmi ML, Junior IF, Santos CB. Qualidade no desempenho de técnicas dos trabalhadores de enfermagem de nível médio. Rev saúde pública. 2006 Out; 40(5): 843-50.

68- Bucchi SM, MiraVL. Reelaboração do treinamento admissional de enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva. Rev Esc Enferm USP. 2010 Dez; 44(4): 1003-10.

69- Lorenz VR, Benatti MCC, Sabino MO. Burnout e estresse em enfermeiros de um hospital universitário de alta complexidade. Rev latinoam enferm. 2010 Nov-Dez; 18(6): 1084-91.

70- Silva AP, Souza JMP, Silva FN, Fischer FM. Qualidade de vida associada a saúde e condições de trabalho entre profissionais de enfermagem. Rev saúde pública. 2010 Ago; 44(4): 718-25.

71- Bianchi ERF. Escala Bianchi de Stress. Rev Esc Enferm USP. 2009 Dez; 43(spe): 1055-62.

72- Bianchi ERF. Enfermeiro hospitalar e o stress. Rev Esc Enferm USP. 2000

Dez; 34(4): 390-4.

73- Kimura M, Carandina DM. Desenvolvimento e validação de uma versão reduzida do instrumento para avaliação da qualidade de vida no trabalho de enfermeiros em hospitais. Rev Esc Enferm USP. 2009 Dez; 43(spe): 1044-54.

74- Rocha AM, Felli VEA. A saúde do trabalhador de enfermagem sob a ótica da gerência. Rev bras enferm. 2004 Jul-Ago; 57(4):453-8.

Page 114: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

113

75- Siqueira VTA, Kurcgant P. Satisfação no trabalho: indicador de qualidade no gerenciamento de recursos humanos em enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2012 Fev; 46(1):151-7.

76- Jeong DJY, Kurcgant P. Fatores de insatisfação no trabalho segundo a percepção de enfermeiros de um hospital universitário. Rev gaúcha enferm.

(Online). 2010 Dez [Citado 2014 Jun 21]; 31(4): 655-61. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-14472010000400007&script=sci_arttext http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472010000400007

77- Guimarães AT, Vaghetti HH, Filho WDL, Gomes GC. Gerenciamento do pessoal de enfermagem com estabilidade no emprego: percepção de enfermeiros. Rev bras enferm. 2011 Out; 64(5):905-11.

78- Vaghetti HH, Padilha MICS, Lunardi Filho WD, Lunardi VL, Costa CFS.

Significados das hierarquias no trabalho em hospitais públicos brasileiros a partir de estudos empíricos. Acta paul enf. 2011; 24(1):87-93.

79- Cardoso MLAP, Ramos LH, D’Innocenzo M. Liderança Coaching: um

modelo de referência para o exercício do enfermeiro-líder no contexto hospitalar. Rev Esc Enferm USP. 2011 Jun; 45(3): 730-7.

80- Amestoy SC, Cestari ME, Thofehrn MB, Back VMS, Milbrath VM, Trindade LL. As percepções dos enfermeiros acerca da liderança. Rev gaúcha enferm. 2009 Dez;30(4):617-24.

81- Gonçalves VLM, Leite MMJ. Diagnóstico situacional de um processo de avaliação de desempenho profissional. Rev bras enferm. 2004 Jul-Ago; 57(4):430-3.

82- Lima AFC, Gonçalves VLM, Nori A, Nomura FH. Percepção da equipe de enfermagem de um hospital universitário acerca da avaliação de desempenho profissional. Rev gaúcha enferm. 2007; 28(3): 393-400.

83- Brahm MMT, Magalhães AMM. Opinião da equipe de enfermagem sobre o processo de avalição de desempenho. Acta paul. enferm. 2007 Out-Dez; 20(4): 415-21.

84- Balbueno EA, Nozawa MR. Levantamento dos tipos de repercussões resultantes da avaliação de desempenho em enfermagem hospitalar. Rev latinoam enferm. 2004 Jan-Fev; 12(1): 58-64.

85- Hennington EA. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a partir da ergologia. Rev. saúde pública. 2008 Jun; 42(3): 555-61.

86- Amestoy SC, Schwartz E, Thofehrn MB. A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem. Acta paul. enferm. 2006 Out-Dez;19(4):444-9.

87- Osmani F, Maligi G. Performance management, its assessment and importance. Procedia Soc Behav Sci. 2012; 41:434-41.

88- Rosen MA, Bedwell WL, Wildman JL, Fritzsche BA, Salas E, Burke CS. Managing adaptive performance in teams: guiding principles and behavioral markers for measurement. Hum res manage. rev. 2011; 21:107-122.

Page 115: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

114

89- Mcglynn K, Griffin MQ, Donahue M, Fitzpatrick JJ. Registered nurse job satisfaction and satisfaction with the professional practice model. J. nurs. manag. 2012; 20: 260-265.

Page 116: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

115

APÊNDICES

APÊNDICE 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

APÊNDICE 1: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dados de Identificação

Título do Projeto: “Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem

em Cenário Hospitalar – Construção de um Sistema de Informação”.

Pesquisador Responsável: Tony de Oliveira Figueiredo.

Orientadora: Profª Drª Bárbara Pompeu Christovam.

Instituição a que pertence o pesquisador responsável: Universidade Federal

Fluminense-UFF

Contatos: (21) 3619-0715; (21) 84708305; (21) 26299324

E-mail: [email protected]

Voluntário:______________________________Idade___________RG.:_______

Convidamos você a participar do projeto de pesquisa "Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem em Cenário Hospitalar - Construção de um Sistema de Informação". Sua participação é de extrema importância, porém

voluntária. A qualquer momento pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador, ou com a universidade.

Pretendemos identificar junto aos enfermeiros que desempenham funções de gerência no hospital, aspectos relacionados à utilização de indicadores de gestão do capital humano de enfermagem e relacionar aos dados evidenciados na

literatura científica, no intuito de subsidiar, como produto deste estudo, a construção de um Sistema de Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem para o Hospital Universitário Antonio Pedro.

Serão realizadas entrevistas individuais em local privativo e horário previamente agendado, para aplicação de um questionário elaborado pelo autor com questões sobre o tema de pesquisa.

Pesquisa aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, sob nº CAAE: 15978813.4.0000.5243. O estudo apresenta riscos mínimos, relacionados a sua participação, se

considerarmos que ao responder as questões que serão levantadas suscite sentimentos de insatisfação e frustração no cenário de prática profissional.

Page 117: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

116

As informações obtidas por meio desta pesquisa serão confidenciais e

asseguramos o sigilo de sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Os dados serão posteriormente arquivados e seu nome não será divulgado, apenas as respostas serão analisadas. Você

receberá respostas ou esclarecimentos a qualquer dúvida acerca do estudo, dos dados coletados, dos benefícios ou outros assuntos relacionados; bem como informações atualizadas durante a pesquisa. Os resultados da pesquisa serão

tornados públicos em trabalhos e revistas científicas. Atenciosamente,

Equipe de pesquisa: Tony de Oliveira Figueiredo, enfermeiro do Hospital

Universitário Antonio Pedro (SIAPE Nº010928121), aluno do Mestrado

Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA) da UFF (Matr. M055212013) e

Profª Drª Bárbara Pompeu Christovam - MPEA - UFF.

Declaração de consentimento

Eu, _____________________________________, RG nº ________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto

de pesquisa acima descrito.

Page 118: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

117

APÊNDICE 2. Formulário de coleta de dados

______________________________ ____________________________

Ass. voluntário Ass. pesquisador

Universidade Federal Fluminense Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa

Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial

Projeto: Indicadores de Gestão do Capital Humano de Enfermagem em Cenário

Hospitalar - Construção de um Sistema de Informação

Pesquisador Responsável: Tony de Oliveira Figueiredo

Orientadora: Profª Drª Bárbara Pompeu Christovam

CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

01. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

02. Idade: _______

03. Estado Civil: ( ) solteiro ( ) casado/união estável ( ) viúvo ( )

divorciado/separado

04. Atua em outra instituição de saúde? ( ) sim ( ) não. Qual?

___________________

05. Há quanto tempo concluiu seu curso/graduação? _______anos/meses

06. Há quanto tempo trabalha nesta instituição? _______anos/meses

07. Há quanto tempo desempenha função de gerência? _______anos/meses

08. Há quanto tempo desempenha função de gerência nesta

instituição?___anos/meses

09. Possui títulos de pós-graduação? ( ) sim ( ) não / ( ) Stricto sensu ( ) Lato

sensu

10. São específicos para área de gerência? ( ) sim ( ) não - Qual a

área?_____________

Page 119: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

118

11. Recebe gratificação remunerada pela atividade de gerência? ( ) sim ( ) não

12. Considera a gratificação remunerada satisfatória? ( ) sim ( ) não

13. Quanto ao seu trabalho na função de gerente você se considera:

( ) satisfeito ( ) insatisfeito. Justifique:___________________________________

LEVANTAMENTO DE DADOS

QUESTÃO 01: Que recursos você utiliza na avaliação da qualidade da gestão do

capital humano de enfermagem no HUAP?

QUESTÂO 02: Você utiliza indicadores para avaliar a qualidade da gestão do

capital humano de enfermagem? Quais?

Page 120: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

119

QUESTÃO 03: Em revisão integrativa da literatura realizada em 2012 foram

evidenciados indicadores já consagrados (amplamente utilizados) e possíveis indicadores (sem evidências de ampla utilização) na avaliação da qualidade da gestão do capital humano de enfermagem. Com base na escala Likert abaixo,

indique a relevância que você atribui a cada item.

INDICADORES DE GESTÃO DO CAPITAL HUMANO DE ENFERMAGEM

LEGENDA: MR (Muito Relevante); R (Relevante); PR (Pouco Relevante); I (Irrelevante)

INDICADORES JÁ CONSAGRADOS

CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MR R PR I

1- Dimensionamento Processo sistemático que tem por finalidade a previsão da quantidade e qualidade por categoria profissional requerida para atender às necessidades de assistência de enfermagem

2- Carga de Trabalho

Representa o cálculo da porcentagem do tempo de enfermagem dedicado para a execução das atividades de enfermagem num período de 24 horas (variável do dimensionamento de pessoal).

3- Rotatividade Corresponde à relação entre as admissões e os desligamentos de profissionais ocorridos de forma voluntária ou involuntária, em um determinado período.

4- Absenteísmo O índice de absenteísmo refere-se ao controle das ausências nos momentos em que os trabalhadores se encontram em seu tempo programado de jornada de trabalho.

5- Acidentes de Trabalho

Indicadores de acidentes do trabalho são utilizados para mensurar a exposição dos trabalhadores aos níveis de risco inerentes à atividade profissional.

6- Treinamento e Capacitação

Reflete a qualidade do desenvolvimento profissional através de indicadores como Índice de capacitação por categoria profissional e horas de capacitação por profissional.

continua...

Page 121: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

120

...continuação

POSSÌVEIS INDICADORES

CARACTERÍSTICAS / POSSIBILIDADES MR R PR I

7- Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho

A saúde dos trabalhadores de enfermagem é determinada pelo processo de trabalho. Escalas para avaliar o Stress e Qualidade de vida no trabalho podem ser utilizadas como indicadores

8- Satisfação / Insatisfação

Estudos recentes utilizando versão adaptada do Index of Work Satisfaction demonstram possibilidade de abordar satisfação como indicador de recursos humanos em enfermagem

9- Liderança Estudos apontam a possibilidade de analisar a liderança através da metodologia de feed back (360°), em que são analisadas a auto percepção do avaliado e as percepções de seus subordinados frente ao desempenho da liderança como instrumento gerencial.

10- Avaliação de Desempenho

Estudos revelam a avaliação do desempenho do grupo como importante ferramenta para analisar o alcance de metas institucionais. Médias das avaliações por gerências também poderiam ser utilizadas

11- Humanização A Política Nacional de Humanização defende a construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde. O estudo do “Clima” institucional tem grande relação com as questões de humanização.

QUESTÂO 04: Você apontaria outros indicadores a serem utilizados na avaliação

da gestão do capital humano de enfermagem?

Page 122: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

121

ANEXOS

ANEXO 1. Organograma da Direção de Enfermagem

Page 123: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

122

ANEXO 2. Parecer consubstanciado do Comitê de Ética

Page 124: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

123

Page 125: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

124

Page 126: TONY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO CONSTRUÇÃO …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1445/1/Tony de Oliveira Figueiredo.pdf · integrativa da literatura. E, ... with the nurse managers of the

125

ANEXO 3. Requisição da confecção do sistema de indicadores ao Setor de

Tecnologia da Informação - HUAP