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Psicologia escolar Preocupa-se em ajudar e melhorar as relações do ambiente escolar (professor-aluno, escola-aluno, professor-escola, etc.) e se ocupa da descrição e do estudo dos fatos e fenômenos escolares. No entanto ainda muitos profissionais da educação que desconhecem o papel do psicólogo escolar e educacional e atribui uma expectativa clínica a sua atuação. Isso dificulta a inserção do psicólogo no contexto educacional. Para M. Helena Novaes (1982, p. 19) “o psicólogo deve partir do principio de que educar um individuo pressupõe transformá-lo e ajuda-lo a desenvolver suas potencialidades”. Fazendo isso o resultado virá em beneficio para a sociedade, caso não sejam tratadas as perturbações escolares, haverá uma evolução negativa que mais tarde precisará ser sanada, gastando assim mais recursos da comunidade. A importância da ética para o crescimento e fortalecimento da psicologia escolar. O questionamento ético faz com que os indivíduos envolvidos com a escola (professores, alunos, direção, pais dos alunos) sejam tratados de forma mais humana, sem rótulos como, por exemplo: aluno- problema, aluno com déficit de atenção, professor ruim, etc. A escola, assim como a família, é o principal meio de aprender o convívio social. (Formação Psicológica)

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Psicologia escolar Preocupa-se em ajudar e melhorar as relações do ambiente escolar (professor-aluno, escola-aluno, professor-escola, etc.) e se ocupa da descrição e do estudo dos fatos e fenômenos escolares. No entanto ainda muitos profissionais da educação que desconhecem o papel do psicólogo escolar e educacional e atribui uma expectativa clínica a sua atuação. Isso dificulta a inserção do psicólogo no contexto educacional.

Para M. Helena Novaes (1982, p. 19) “o psicólogo deve partir do principio de que educar um individuo pressupõe transformá-lo e ajuda-lo a desenvolver suas potencialidades”. Fazendo isso o resultado virá em beneficio para a sociedade, caso não sejam tratadas as perturbações escolares, haverá uma evolução negativa que mais tarde precisará ser sanada, gastando assim mais recursos da comunidade.

A importância da ética para o crescimento e fortalecimento da psicologia escolar.

O questionamento ético faz com que os indivíduos envolvidos com a escola (professores, alunos, direção, pais dos alunos) sejam tratados de forma mais humana, sem rótulos como, por exemplo: aluno-problema, aluno com déficit de atenção, professor ruim, etc.

A escola, assim como a família, é o principal meio de aprender o convívio social. (Formação Psicológica)

Por isso o papel do psicólogo escolar é tão importante, os problemas decorrentes de uma fraca atenção prestada aos alunos podem resultar na formação de indivíduos inseguros, tímidos e talvez até com problemas psicológicos mais graves, prejudicando não só o individuo como também a sociedade.

Dificuldades do psicólogo escolar (O vínculo empregatício do psicólogo com a escola) Mesmo

sendo a prática de um psicólogo escolar baseada em ajudar e melhorar as relações do ambiente escolar, levando em

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consideração o contexto de cada problema, o profissional pode encontrar dificuldade devido a ele ser um empregado da escola e, portanto deve acatar ordens da diretoria. Isso pode dificultar sua atuação na melhoria do ambiente escolar porque a escola só vai levar em considerações sugestões do seu interesse, que nem sempre estão focados na melhoria da educação e na ajuda ao aluno, e sim focado no ganho de capital.

(Substituição do psicólogo por psicopedagogo) Muitas vezes a escola não tem psicólogo, e quem faz o trabalho do psicólogo, inclusive aplicando testes exclusivos de uso dos psicólogos são os psicopedagogos. Esses profissionais têm outro campo de atuação dentro da escola, mas elas acabam deixando de contratar psicólogos e suprem, de certa forma, essa falta fazendo com que os seus psicopedagogos atuem na área correspondente aos profissionais da psicologia.

Atuações do Psicólogo Escolar

De acordo com o Catálogo Brasileiro de Ocupações do Ministério de Trabalho, conforme Ofício Circular 006/2004 – CRP 01 Seção/RO, datado de 15 de outubro de 2004, o psicólogo educacional tem como uma de suas responsabilidades colaborar na compreensão e mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações interpessoais e nos processos intrapessoais, dentre outras atribuições que devem estar sempre relacionadas às dimensões política, econômica, social e cultural. Além disso, também tem como responsabilidade a realização de pesquisa, diagnóstico e intervenção psicopedagógica individual ou em grupo, sendo incluído também na elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a democratização do ensino. Outro dado que nos chama atenção na atribuição destinada ao psicólogo escolar está relacionada à função de diagnosticar as dificuldades dos alunos dentro do sistema educacional, a fim de encaminhar aos serviços de atendimento da comunidade aqueles que requeiram diagnóstico e tratamento de problemas psicológicos específicos cuja natureza transcenda a possibilidade de solução na escola, buscando sempre a atuação integrada entre escola e a comunidade.Dessa forma podemos afirmar que o psicólogo escolar não atua no âmbito de promover diagnósticos pra fins terapêuticos dentro da escola, sendo esta uma função do psicólogo clínico. Portanto, o

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psicólogo no contexto educacional não deve atuar com práticas clínicas e sim com o objetivo de promover a democratização do processo educacional através de reflexões críticas (COSTA; SOUZA; RONCAGLIO, 2009).

Situações de intervenção do psicólogo escolar

Situação como alto nível de reprovação , onde professores culpam os alunos, que culpam os professores, que culpam os pais, que culpam os professores, que culpam o governo, e assim por diante, estabelecendo um circulo vicioso e improdutivo, sem responsabilidades. Uma máxima muito freqüente no meio escolar ilustra esse processo com clareza: "se o aluno aprende é porque o professor ensina; se não aprende é porque ele apresenta alguma defasagem ou disfunção".

Diagnóstico feito por conhecimento prático ( Empirismo) dos professores, é aí, então, que a figura do "aluno-problema" tem despontado, como uma justificativa e o déficit, ou mesmo um superávit, em relação ao padrão pedagógico clássico ou ao perfil de desenvolvimento psicológico esperado - por exemplo: alunos limítrofes versus superdotados, imaturos versus precoces, apáticos versus hiperativos. Em síntese: aluno-problema é aquele acometido por alguma espécie de "distúrbio psicopedagógico". E quais são eles? Podem ser de ordem cognitiva ("distúrbios de aprendizagem") ou de ordem comportamental, e nessa última categoria enquadra-se um grande conjunto de ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas".

As práticas de psicometria utilizadas nas escolas. Acabaram gerando diagnósticos e prognósticos mal fundamentados e transformaram os indivíduos em problemas. Os problemas são tratados sem levar em consideração os contextos socioculturais que os produziram.

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Encaminhar para diagnóstico os alunos que não correspondem às expectativas de rendimento e de comportamento que vigoram nas escolas é um anseio de professores, técnicos e administradores escolares que um número crescente de psicólogos que trabalham em consultórios particulares ou em centros públicos de saúde tem ajudado a realizar.

Pesquisas recentes realizadas a partir de um lugar teórico que só pode ser entendida no interior das relações sociais de produção em vigor na sociedade que a inclui, têm mostrado reiteradamente que essas dificuldades não podem ser entendidas sem que se levem em conta práticas e processos escolares que dificultam a aprendizagem. Tais práticas e processos produzem nos alunos atitudes e comportamentos que são comumente tomados como" indisciplina", "desajustamento", "distúrbio emocional"," hiperatividade", "apatia", "disfunção cerebral mínima"," agressividade", "deficiência mental leve" e tantos outros rótulos caros a professores e psicólogos.

Exemplos:

1. As práticas de diagnóstico de alunos encaminhados por escolas públicas situadas em bairros pobres constituem, verdadeiros crimes: laudos invariavelmente faltos de um mínimo de bom senso, mergulhados no mais absoluto senso comum produzem estigmas e justificam a exclusão escolar de quase todos os examinandos, reduzidos a coisas portadoras de defeitos de funcionamento em algum componente da máquina psíquica. A estereotipia da linguagem utilizada, a mesmice das frases, conclusões e recomendações trazem-nos à mente a imagem de um carimbo - os laudos falam de uma criança abstrata, sempre a mesma. O fato de invariavelmente aprovarem a crença dos educadores de que há algo errado com o aprendiz mostra uma significativa convergência das visões técnico-científica e do senso comum. Tudo se passa como se professor e psicólogo partissem do princípio de que o examinando é portador de alguma anormalidade. Basta consultar os testes, para supostamente descobrir qual.OBS: O contexto onde vive Em resumo, problemas relativos ao conteúdo das provas, à conceituação de inteligência e à lógica da situação de avaliação fazem com que os testes se transformem em

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artimanha do poder, que prepara uma armadilha para a criança, que acaba vítima de um resultado que não passa de um artefato da própria natureza do instrumento e de sua aplicação, situação tanto mais verdadeira quanto mais o examinando for uma criança pobre e portadora de uma história de fracasso escolar produzido pela escola.

Segundo Carlos Arturo Molina-Loza (2000, p. 46), “para compreendermos bem um problema devemos ir além dos limites que esse mesmo problema aparenta impor-nos, situando-o no seu contexto”. Deixando claro que o individuo está inserido em um contexto, contexto esse que pode ter gerado um problema que se tratado apenas no individuo pode gerar consequências para o próprio individuo, então deve-se tratar todo o sistema envolvido. Há indicações segundo Maria Regina Maluf (2006, p. 137) de que o tratamento de fenômenos psicológicos dinâmicos e complexos à revelia dos contextos sócias que os produziram ainda predomina enquanto ensino e prática quando se trata de caracterizar a área de formação e atuação do psicólogo escolar no Brasil.

Problemas éticos vão existir, mas o caminho para a resolução deles é a discussão aberta. Assim podemos se não chegar a uma psicologia escolar totalmente ética, chegar a uma psicologia que respeite ao máximo possível os alunos, professores,