Torque Isocinetico e o Desempenho de Velocidade

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TORQUE ISOCINTICO E O DESEMPENHO DA VELOCIDADE DE CORRIDA EM ATLETAS DE FUTEBOL PROFISSIONALEmerson Silami Garcia, Francisco Adolfo Ferreira, Thiago Moreira BarrosoUniversidade Federal de Minas Gerais -EEFFTO/ UFMG - MG

Resumo: A finalidade deste estudo foi analisar a correlao existente entre a velocidade de corrida de 30 metros e o pico de torque da articulao do joelho, medido atravs da avaliao isocintica. Para tanto, 21 atletas de futebol profissional foram submetidos ao teste isocintico e posteriormente realizaram o teste de corrida de velocidade em campo. A velocidade mdia do grupo avaliado foi de 5.87m/s, 8.32m/s e 7.33m/s para os percursos correspondentes a 010m, 10-30m e 0-30m respectivamente. O pico de torque registrado foi de 338,5Nm para a extenso e 189,5Nm para a flexo. A anlise estatstica mostrou no existir correlao entre o pico de torque e a velocidade mdia, o que sugere que outros fatores influenciam de maneira mais significativa na velocidade de corrida do atleta de futebol de elite. Palavras Chave: torque, velocidade, isocintico. Abstract: The purpose of this study was to analyze the correlation between 30 meters running speed and isokinetic peak torque in the knee joint, measured through isokinetic evaluation. For this, twenty one professional soccer players were submitted to isokinetic testing and a sprint field test. The group running speed was 5.87m/s, 8.32m/s and 7.33m/s for the distances 0-10m, 10-30m and 0-30m respectively. The peak of torque was 338,5Nm for knee extension and 189,5 for knee flexion. Statistical analysis showed that there is not correlation between peak torque and the average speed, suggesting that factors other than isokinetic peak torque influence sprinting ability of elite soccer players. Keywords: torque, sprint, isokinetic.

INTRODUO sistema neuromuscular de produzir o maior O futebol considerado, em termos de demanda de esforo fsico, um esporte com atividades intermitentes em seqncias de aes que requerem uma variedade de habilidades com intensidades diversas. Correr a atividade predominante, mas esforos do tipo explosivos como arrancadas, sprints, saltos, chutes, mudanas bruscas de direo, dribles, fintas, combates e duelos individuais so importantes fatores para a performance bem sucedida, podendo decidir o resultado de uma partida [1]. Esses esforos dependem da fora mxima e da potncia anaerbia, mais especificamente dos membros inferiores. A fora mxima se refere maior fora que pode ser realizada durante uma contrao voluntria mxima e considerada muito impulso possvel em um dado perodo de tempo. Segundo Barbanti [6], na maioria dos esportes, a fora rpida fator determinante de rendimento. Esse tipo de manifestao da fora, tambm chamada potncia ou fora explosiva, o produto da fora pela velocidade. Ou seja, a capacidade de gerar potncia caracterizada por aplicaes de grande fora no menor tempo possvel contra uma resistncia submxima.

Weineck [7] afirma que, no futebol profissional, a fora rpida representa para o atleta a mais importante qualidade do condicionamento fsico, tendo grande influncia sobre seu poder de acelerao. Atravs do aumento da fora de contrao em msculos especficos ou em

determinados grupos musculares, a velocidade nas habilidades decisivas do futebol pode ser

importante para o desempenho no futebol [2, 3, 4, 5]. A potncia anaerbia se refere habilidade do

melhorada [8]. Salto vertical [9, 10], desempenho em

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sprints [11, 12] e desempenho de chute [13, 14, 15] tem sido usados para testar a potncia anaerbica de jogadores de futebol. Ao mesmo tempo, na cincia do esporte e fisioterapia, tradicionalmente os parmetros para retorno capacidade funcional e ao esporte so avaliados por meio de variveis dinmicas, sobretudo fora muscular, utilizando dinamometria isocintica. Embora o teste isocintico fornea acurado diagstico da funo muscular, reproduz pouco da capacidade motora e do gesto desportivo [16]. A explicao reside no fato de o teste isolar o referido msculo, ser em cadeia aberta, unilateral, em velocidade angular constante e em uma angulao passvel de ser controlada, portanto, prdeterminada. Assim, o uso de um mtodo de teste no funcional seria invlido para indicar a capacidade funcional do indivduo. Apesar disso, estudos de Devir [17] apresentaram valores de considervel inferncia na capacidade funcional manual e locomotora humana. Apesar cientfica de se encontrar nmero na de literatura pesquisas

flexo da articulao do joelho, atravs de um teste isocintico e a velocidade de corrida em jogadores de futebol profissional.

MATERIAIS E MTODOS

Amostra Foram analisados os dados de 21 atletas de futebol de elite, participantes da primeira diviso do futebol brasileiro, do sexo masculino, com idade de 24,8 2,8 anos, altura de 179,5 5,9 cm, massa de 77,8 8,5 kg, treinados e que no possuam histrico recente de leso msculotendnea nas articulaes de quadril e joelho.

Procedimentos Teste isocintico: O teste foi realizado utilizando um dinammetro isocintico BIODEX SYSTEM (Biodex Corp., Shirley, NY, EUA.). Os atletas foram submetidos avaliao de extenso concntrica e flexo concntrica seguindo o protocolo que foi estabelecido como padro para as avaliaes de 5 repeties a uma velocidade de 60/s. Antes do teste, foram realizadas atividades preparatrias leves (trote durante 5 minutos em esteira ergomtrica a uma velocidade de 7 km/h e exerccios supervisionados de alongamento).

um grande

utilizando o teste isocintico em diferentes modalidades esportivas [12, 18, 19, 20, 21, 22, 23], poucos trabalhos citam a utilizao de parmetros como o pico de torque para a avaliao funcional do futebol de elite. O teste isocintico importante para atletas de futebol, pois alm de possibilitar a identificao de possveis dficits entre um membro e o membro contra-lateral, diagnosticar desequilbrios musculares, ou seja, a proporo de fora entre a musculatura agonista e antagonista, permite tambm identificar a relao peso / potncia, parmetros importantes para a avaliao e a prescrio do treinamento. O objetivo do presente estudo foi verificar a correlao entre o pico de torque de extenso e

Foram realizados ajustes individuais para a posio do atleta no aparelho. O brao de alavanca foi posicionado com seu eixo na projeo do eixo da articulao do joelho, na altura da interlinha articular , entre o epicndilo lateral e o plat tibial. Foi estabelecido a amplitude de movimento de 110 de flexo at 0 de extenso. O possvel efeito da insuficincia passiva dos msculos isquiotibiais foi desconsiderado. Cada atleta realizou trs repeties submximas para fins de familiarizao.

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Os dados da avaliao isocintica foram coletados na primeira semana de treinamento dessa equipe. Teste de velocidade: O teste de velocidade foi realizado 12 dias aps a dinamometria isocintica, no mesmo perodo do dia, para evitar possveis variaes cicardianas no rendimento anaerbio [24]. As medies foram realizadas em um campo de jogo e os atletas realizaram a corrida utilizando calado especfico para a modalidade (chuteiras). O teste aplicado foi o de medio do tempo aos 10m e 30m (sada estacionria) e 20m (sada lanada), utilizando fotoclulas sem espelho conectadas ao software Multisprint (desenvolvido no Laboratrio de Anlise da Carga - LAC / UFMG) de cronometragem eletrnica [25]. Antes do teste, os atletas repetiram os procedimentos de atividades preparatrias realizados na primeira avaliao. Os atletas eram instrudos a realizar o teste na maior velocidade possvel e manter o esforo mximo em linha reta at uma distncia superior a 30m.

registrado na velocidade angular testada (60/s).

Tabela 1: Mdia e desvio padro (S.D.) do testes de corrida nos intervalos de 10, 20 e 30m e do torque relativo de flexo e extenso da articulao do joelho.

Mdia Vel. 0 - 10m (m/s) Vel. 10 - 30m (m/s) Vel. 0 - 30m (m/s) Pico de torque flexo (Nm) Pico de torque extenso (Nm) 5,87 8,32 7,33 189,5 338,5

S.D. 0,3 0,3 0,2 19,8 39,1

As figuras 1, 2 e 3 representam a correlao dos valores referentes ao pico de torque e a velocidade nos intervalos de 10, 20 e 30m respectivamente.6,4

6,2

Velocidade mdia (m/s)

Anlise estatstica: Para a descrio da amostra e apresentao dos resultados, foi utilizada estatstica descritiva (mdia e desvio padro). O teste de correlao de Pearson foi utilizado para a anlise da associao entre o torque relativo e a velocidade mdia de corrida, com nvel de significncia de 0,05. O programa utilizado para realizar a anlise estatstica foi o SPSS 13.0.

6,0

5,8

5,6

5,4

5,2

5,0 100

150

200

250

300

350

400

450

Pico de torque (Nm)

RESULTADOS

Figura 1 - Correlao entre a velocidade de corrida (0-10m) e o pico de torque durante a R2 = 0,008)

Os resultados obtidos pelos atletas nos testes de velocidade e no teste isocintico esto apresentados na tabela 1. A velocidade mdia de deslocamento foi obtida atravs do registro do tempo nos trs diferentes pontos do percurso. O pico de torque representa o maior valor de torque

extenso () (r = 0,089;

e durante a flexo () (r = 0,410; R2 = 0,168).

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no percurso de 30 metros e o torque relativo9,0

durante a flexo e extenso da articulao do joelho. A tentativa de relacionar a dinamometria isocintica com diferentes testes funcionais amplamente estudada e os resultados ainda se apresentam de maneira inconsistente. Dauty et al. [19] encontraram uma boa correlao entre o pico de torque no teste isocintico e a velocidade mdia de corrida a 10m150 200 250 300 350 400 450

8,8

Velocidade mdia (m/s)

8,6

8,4

8,2

8,0

7,8

7,6

e 20m. Ozakar et al. [20] objetivaram investigar se

Pico de torque (Nm)

Figura 2 - Correlao entre a velocidade de corrida (10-30m) e o pico de torque durante a extenso () (r = 0,175; R2 = 0,031) e durante a flexo () (r = 0,337; R2 = 0,113).

o teste isocintico seria capaz de predizer o desempenho em movimentos funcionais como os saltos e o sprint. Houve correlao entre pico de torque extensor a 60/s e variveis mensuradas a partir dos saltos verticais e do sprint. No entanto, entre os valores de pico de torque flexor na mesma velocidade e os resultados dos testes funcionais

7,8

no

houve

correlao.

Assim,

a

avaliao

isocintica pode em determinado grau predizer a7,6

Velocidade mdia (m/s)

funo. No entanto, os autores salientaram que este7,4

teste no deveria substituir outros testes funcionais especficos. Em outro estudo, no foram

7,2

encontradas correlaes entre a velocidade de7,0

corrida de 8m com mudana de direo e potncia muscular dos membros inferiores medida atravs

6,8 150 200 250 300 350 400 450

de um teste de agachamento com velocidade angular da articulao do joelho constante de 40/s [12]. Diferentemente de outras pesquisas, esses autores utilizaram um teste em cadeia cintica fechada para avaliar a potncia e a fora reativa de membros inferiores. Em estudo com jogadores de basquete e vlei, Tricoli et al. [21] encontraram uma correlao

Pico de torque (Nm)

Figura 3 - Correlao entre a velocidade de corrida (0-30m) e o pico de torque durante a extenso () (r = 0,139; R2 = 0,019) e durante a flexo () (r = 0,404; R2 = 0,163).

DISCUSSO

entre

as

variveis

apresentadas

pelo

teste

isocintico e a variao de deslocamento do centro Os resultados mostraram no existir de massa no salto vertical somente para os praticantes de basquetebol, o que sugere uma

associao significativa entre a velocidade mdia

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possvel interferncia das especificidades de cada modalidade no nvel de predio entre teste isocintico e testes de desempenho funcional. A baixa correlao encontrada no presente estudo pode ser justificada pela especificidade da capacidade velocidade. O movimento de corrida reflete padres nos quais as aes musculares concntricas so imediatamente precedidas pelas fases excntricas. Essas aes, segundo Komi [26], possibilitam um aumento no rendimento em funo do ciclo de alongamento - encurtamento (CAE) muscular, atravs do processo de reserva (fase excntrica) e reutilizao (fase concntrica) de energia elstica. Assim, Ingen et al. [27] afirmam que a energia mecnica dispendida durante a corrida no proveniente somente da contrao muscular. Alm disso, Delecluse et al. [28] afirmaram que o aumento da fora mxima, inclusive dos membros superiores foi determinante para a melhora da velocidade nos 10m iniciais da corrida de 100m, o que sugere que aspectos coordenativos entre os membros inferior e superior e aspectos biomecnicos especficos do movimento de corrida influenciam no resultado final. Tais parmetros no podem ser reproduzidos nem medidos atravs de uma avaliao isocintica. Segundo Ugrinowitsch et al. [18], o teste isocintico possui um enfoque reducionista, pois ele executado com velocidades constantes, pr programadas e seus movimentos so

CONCLUSO

Este estudo procurou investigar a relao entre um teste isocintico e um teste funcional de campo em jogadores de futebol de elite. Os resultados parecem indicar que existem outros fatores mais importantes que influenciam na aplicao da velocidade. Assim, novos estudos devem ser realizados a fim de concluir a capacidade do teste isocintico de predizer caractersticas funcionais do movimento humano (como exemplo a velocidade de corrida) e de tcnicas esportivas especficas.

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