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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Licenciatura em Animação Sociocultural
Joana Raquel Teixeira da Costa
dezembro j 2017
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Licenciatura em Animação Sociocultural
Joana Raquel Teixeira da Costa
dezembro | 2017
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
ii
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Instituto Politécnico da Guarda
Relatório de Estágio
Licenciatura de Animação Sociocultural
Joana Raquel Teixeira da Costa
dezembro | 2017
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
iii
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Instituto Politécnico da Guarda
Relatório de Estágio
Joana Raquel Teixeira da Costa
Relatório para obtenção do grau de licenciatura em Animação
Sociocultural
Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Guarda, dezembro de 2017
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
iv
Ficha de Identificação
Nome do Discente: Joana Raquel Teixeira da Costa
Número de aluno: 5007616
E-mail: [email protected]
Curso: Animação Sociocultural
Estabelecimento de Ensino: Instituto Politécnico da Guarda
Escola: Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD)
Docente Orientadora: Florbela Lages Antunes Rodrigues
Instituição de Estágio: Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Morada: Rua Dr. Antero Marques 6300-828
Telefone: 271238766
Supervisor na Instituição: Dª Maria José dos Santos Marques
Grau Académico: Licenciatura
E-mail: [email protected]
Duração do Estágio: 400 horas
Data de Início do Estágio: 16 de março de 2017
Data da Conclusão do Estágio: 31 de julho de 2017
Ano Letivo: 2016/2017
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
v
Ser criança é acreditar que tudo é possível. É ser inesquecivelmente feliz com
muito pouco. É tornar-se gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos. Ser
criança é fazer amigos antes de saber o nome deles. É conseguir perdoar muito mais
fácil do que brigar. Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias. Ser
criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser.
Gilberto dos Reis
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
vi
Agradecimentos
É com grande orgulho que após três anos de dedicação e formação no curso
de Animação Sociocultural posso dizer que concretizei um dos meus objetivos de
vida.
Agradeço ao Instituto Politécnico da Guarda (IPG), um grande e especial
obrigada à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD).
À professora Florbela Antunes, minha orientadora de estágio, um grande bem-
haja por todo o carinho, apoio, disponibilidade e principalmente por toda a dedicação
que teve para comigo, não só ao longo destes três anos de licenciatura, mas
especialmente no meu percurso de estágio e na elaboração do presente relatório, é
maravilhoso encontrarmos pessoas como a senhora na nossa vida, um grande bem-
haja por tudo.
Agradeço a todos os docentes que me ajudaram e apoiaram ao longo de todo
o meu percurso académico, obrigado pelos ensinamentos que me transmitiram, por
todos os conselhos que me deram e por toda a força, graças a todo o apoio que me foi
cedido tudo se tornou mais fácil de enfrentar, um muito obrigada!
À Educadora Maria José, supervisora de estágio, à Dª Paula e à Dª Céu,
assistentes operacionais, o meu grande bem-haja pelo acolhimento, pelos conselhos,
pela ajuda, pela imensidão de carinho e amor que me foi cedido e por tudo o que me
proporcionaram ao longo de todo o meu estágio.
Aos meus meninos de estágio, obrigada por todos aqueles abraços, por todos
os beijos, por todos os ensinamentos, principalmente por todos os vossos sorrisos,
obrigado por fazerem dos meus dias de estágio uma imensa alegria, foi um enorme
privilégio estar na vossa companhia, acompanhar cada dia da vossa evolução.
À Ana Marques, uma verdadeira amiga, na verdade à minha irmã, irmã esta
que nunca tive, nem tenho palavras, só tenho de agradecer tudo o que fez por mim,
um gigantesco obrigada por toda a amizade, todo o carinho, todo o amor, por todos
os momentos que passámos, por toda a força que me deu, obrigada por não me deixar
desistir, foi, é e será, sem dúvida, essencial na minha vida.
Muito obrigada também aos meus colegas de turma, pela paciência, pelo
apoio, carinho, amizade e por todos os momentos ao longo dos três anos, crescemos
juntos e aprendemos juntos.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
vii
Aos meus pais e avós um agradecimento especial, são o maior pilar da minha
vida, obrigada por tudo, por não me deixarem cair em nenhum momento, por não me
deixarem desistir, por todo o amor que sempre me deram, todo o carinho e toda a
força, pela confiança e pela paciência, são a minha vida, o meu porto de abrigo, devo-
lhes tudo, se tudo isto é possível é graças a eles, a todo o seu esforço e dedicação.
Não posso deixar de agradecer também a todos os meus colegas de trabalho
por todo o apoio que me deram, muito obrigada.
A todos aqueles que contribuíram de alguma forma para terminar esta etapa
da minha vida com sucesso, o meu obrigada.
Agradeço toda a disponibilidade, o tempo, o amor, alegria, atenção, carinho e
subretudo todos os sorrisos, obrigado a todos por não me fazerem desistir.
Nunca desistam dos vossos sonhos!
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
viii
Resumo
O presente relatório surge no âmbito do estágio curricular integrado na
Licenciatura em Animação Sociocultural, da Escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto, do Instituto Politécnico da Guarda. Tem como objetivo
apresentar e descrever pormenorizadamente cada detalhe relativamente à minha
experiência em contexto de estágio curricular que me enriqueceu imenso a nível
profissional e pessoal.
O estágio decorreu no Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro, instituição
que me permitiu realizar todas as atividades socioculturais propostas por mim, fui
auxiliando os outros professores, que a instituição já acolhia e em simultâneo renovei
toda a decoração vitral presente na sala de Atividades de Animação de Apoio à
Familía.
O público-alvo pela qual tive o maior prazer de trabalhar são crianças entre os
3 e os 5 anos.
Os objetivos principais do estágio tinham o desafio de melhorar o dia-a-dia de
cada crinça que se encontrava no jardim, modificando assim o seu comportamento,
elevar a autoestima e autonomia, promover atitudes de respeito ajuda e cooperação,
fomentar dinâmicas de grupo, desenvolver o raciocínio-lógico, a expressão oral e
corporal, a coordenação motora e a perceção auditiva e visual de cada criança e
principalmente promover uma participação ativa em todas as atividades propostas.
Palavras-chave: Jardim de Infância; Animação Sociocultural; Animador
Sociocultural; Animação Infantil; Animação Educativa.
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
ix
Índice Geral
Ficha de Identificação ............................................................................................. iv
Agradecimentos ....................................................................................................... vi
Resumo ................................................................................................................... viii
Introdução ................................................................................................................. 1
Capítulo I – Contextualização do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
1 - Enquadramento Geográfico da Cidade da Guarda ............................................ 4
1.1 - Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro ....................................................... 5
Capítulo II – Enquadramento Teórico
2 - A Animação Sociocultural............................................................................... 11
2.1 - Âmbitos da Animação Socioculrural ............................................................ 13
2.2 - Animação Socioculrural e conceitos afins.................................................... 14
2.3 - Modelos de formação de Animadores .......................................................... 16
2.4 - Perfil do Animador Sociocultural ................................................................. 18
2.5 - Funções do Animador Sociocultural ............................................................ 18
2.6 - Perfil de competências do Animador Sociocultural ..................................... 19
Capítulo III – Estágio Curricular
3 - Estágio ............................................................................................................. 22
3.1 - Objetivos ....................................................................................................... 24
3.2 - Metodologias de intervenção ........................................................................ 25
3.2.1 - Expressão Plástica .................................................................................. 25
3.2.2 - Expressão Físico Motora........................................................................ 27
3.3 - Atividades Desenvolvidas ............................................................................ 28
3.4 -Atividades desenvolvidas onde não houve participação das crianças ...... 55
3.5 - Atividades em que prestei auxílio ........................................................... 59
Reflexão Final ......................................................................................................... 65
Bibliografia .............................................................................................................. 67
Webgrafia ................................................................................................................ 69
Anexos
Índice de Anexos
Anexo I – Tabela das atividades desenvolvidas por professores do exterior da
instituição
Anexo II – Fotografias do Jardim do Bairro do Pinheiro
Anexo III – Fotografias da AAAF
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
x
Anexo IV – Fotografias com as crianças
Anexo V – Visitas de estudo
Anexo VI – Fotografias das várias atividades
Anexo VII – Fotografias da festa de finalistas
Anexo VIII – Diploma
Anexo IX– Diploma Peddy Paper
Anexo X – Estatuto do Animador Sociocultural
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
xi
Índice de Figuras
Figura 1 - A Cidade da Guarda no mapa de Portugal ............................................................4
Figura 2 - Portão de entrada do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro ............................6
Figura 3 - Edifício do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro ...........................................7
Figura 4 - Edifício da sala de AAAF ......................................................................................9
Figura 5 - Jogo da “Cabra Cega” ........................................................................................ 31
Figura 6 - Jogo do “Terra, Mar e Barco” ............................................................................ 35
Figura 7 - Jogo das “Cadeiras”............................................................................................ 40
Figura 8 - Pintura do ovo de grande dimensão.................................................................... 44
Figura 9 - Resultado final da cesta da Páscoa ..................................................................... 45
Figura 10 - Equipa das meninas .......................................................................................... 46
Figura 11 - Construção do corpo humano .......................................................................... 47
Figura 12 - Auxiliar as crianças na atividade da Dª Cegonha ............................................. 48
Figura 13 - Pintar o Guarda Jóias para a mãe ..................................................................... 49
Figura 14 - Raspagem da escova de dentes no píncel ......................................................... 50
Figura 15 - Convite para a festa de finalistas ...................................................................... 51
Figura 16 - À procura do ovos de chocolate ....................................................................... 52
Figura 17 - Conto de Hitórias.............................................................................................. 53
Figura 18 - Criação do placard da Primavera ...................................................................... 54
Figura 19 - Resultado final da decoração ............................................................................ 56
Figura 20 e Figura 21 - Resultado final da decoração ....................................................... 56
Figura 22 - Microfone ......................................................................................................... 57
Figura 23 e Figura 24 - Capa em goma eva ....................................................................... 58
Figura 25 - Criação da Hota ................................................................................................ 59
Figura 26 - Dança do Rancho Folclórico ............................................................................ 60
Figura 27 - Rega da árvore plantada ................................................................................... 61
Figura 28 - Espetáculo sobre a Natureza ............................................................................. 62
Figura 29 - Peddy Paper ...................................................................................................... 63
Figura 30 - Passeio pelo parque geológico.......................................................................... 64
Figura 31 - Visita aos Cágados ........................................................................................... 64
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro
xii
Glossário de Siglas
AAAF - Atividades de Animação de Apoio à Familía
ASC - Animação Sociocultural
CAF - Componente de Apoio à Família
ESECD - Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
IPG - Instituto Politécnico da Guarda
JI - Jardim de Infância
OTL - Ocupação de Tempos Livres
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 1
Introdução
O presente relatório surge no âmbito da unidade curricular de estágio, inserida
no 3º Ano da Licenciatura de Animação Sociocultural do Instituto Politécnico da
Guarda (IPG), na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD).
Este tem como objetivo primordial apresentar e descrever
pormenorizadamente todas as atividades realizadas no meu estágio curricular, que
decorreu no período compreendido entre o dia 16 de março de 2017 e o dia 31 de
julho de 2017, num total de 400 horas presenciais. Sempre que me foi possível ir para
o estágio realizei 7 horas de serviço, na qual me foi atríbuído um horário de trabalho
das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00. Não foi nada fácil conseguir conciliar o
trabalho com o estágio, estando com as duas coisas em simultâneo, tive de me
organizar e orientar conforme os horários que tinha.
O estágio é, sem dúvida, um desafio, algo que é muito gratificante tanto a nível
profissional como a nível pessoal, é uma preparação prévia para o mundo do trabalho.
O meu estágio desenvolveu-se no Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro e
na sala de Atividades de Animação de Apoio à Familía na cidade da Guarda. Foi
orientado pela docente Florbela Antunes e supervisionado na instituição pela
Educadora Maria José.
A escolha do local de estágio foi relativamente fácil, primeiramente porque é
dentro da minha área de residência, o que me facilitava em relação à deslocação e à
proximidade do trabalho e, depois também, por desejar trabalhar com um público-
alvo diferente daquele com o qual já tinha tido contacto. A minha opção não poderia
ter sido melhor, tanto no que se refere ao público-alvo como à melhor instituição, pois
os profissionais que encontrei ao longo do meu estágio foram e são excelentes.
Numa primeira fase, o estágio passou por um pequeno período de observação
para ajudar na adaptação à instituição. E, numa segunda fase, centrou-se em todas as
atividades que permitiam conhecer melhor cada uma das crianças da instituição.
A supervisora de estágio deu-me previamente indicações de como funcionava
a instituição, de maneira a pôr-me logo à vontade para apresentar, promover e
fomentar qualquer tipo de atividade.
Quanto à organização do presente relatório, encontra-se estruturado em três
capítulos, o primeiro trata da contextualização da instituição onde é apresentada a
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 2
localização geográfica da instituição, uma breve caracterização do Jardim de Infância
do Bairro do Pinheiro e também a sua história. No segundo capítulo, abordei o tema
da Animação Sociocultural, o próprio conceito como também os âmbitos da animação
sociocultural, os modelos de formação de animadores, o perfil do animador, as suas
funções e competências. O terceiro capítulo destina-se ao estágio curricular,
especificamente na caracterização do público-alvo, identificação dos objetivos gerais
e específicos, e a descrição das atividades desenvolvidas durante o período de estágio.
Para terminar, será apresentada uma reflexão final destes meses de trabalho
desenvolvidos no Jardim e na sala de Atividades, seguindo-se a bibliografia,
webgrafia e os anexos.
Capítulo I – Contextualização do
Jardim de Infância do Bairro do
Pinheiro
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 4
1 - Enquadramento Geográfico da Cidade da Guarda
A Guarda é uma cidade portuguesa (Figura 1), capital do Distrito da Guarda
que tem uma população residente de 173 831 habitantes. Situada a 1056 metros de
altitude, é a cidade mais alta de Portugal. Situa-se na região centro de Portugal,
pertence à sub-região estatística da Beira Interior Norte. O núcleo urbano da cidade
da Guarda tem 26 565 habitantes.
O concelho da Guarda tem 712,11 km² de área e 42 541 habitantes (Censos de
2011), subdividido desde a reorganização administrativa de 2012/2013 em 43
freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Pinhel, a leste por
Almeida, a sueste pelo Sabugal, a sul por Belmonte e pela Covilhã, a oeste por
Manteigas e por Gouveia e a noroeste por Celorico da Beira.1
Figura 1 - A Cidade da Guarda no mapa de Portugal
Fonte - Mapas do Mundo in https://pt.mapsofworld.com/maps/portugal-mapa.jpg
1 De acordo com dados fornecidos no website do Município da Guarda, consultado dia 07/10/2017
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 5
Possui acessos rodoviários importantes como a A25 (considerada a segunda
via mais importante de Portugal) que liga Aveiro à fronteira, dando ligação direta a
Madrid; a A23 que liga a Guarda a Torres Novas, bem como o IP2 que liga a Guarda
a Bragança. A nível ferroviário, a Cidade da Guarda possui a linha da Beira Baixa e
a linha da Beira alta, que se encontra completamente eletrificada permitindo a
circulação de comboios regionais, nacionais e internacionais.
É conhecida como a cidade dos 5 F’s. São eles os de Forte, Farta, Fria, Fiel e
Formosa. A explicação destes F’s:
- Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a
sua força;
- Farta: devido à riqueza do vale do Mondego;
- Fria: a proximidade à Serra da Estrela explica este F;
- Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – que foi Alcaide-Mor do Castelo da Guarda
e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de
Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda fôlego para combater na batalha de
Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D.
João I) como Rei;
- Formosa: pela sua natural beleza.
Relativamente ao F de Fiel da Cidade, é sintomática a gárgula voltada em
direção a nascente (ao encontro de Espanha): um traseiro, em claro tom de desafio e
desprezo.
O ar, historicamente reconhecido pela salubridade e pureza, foi distinguido
pela Federação Europeia de Bioclimatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título
de primeira "Cidade Bioclimática Ibérica".2
1.1 - Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
O Jardim de Infância (JI) situa-se no Bairro do Pinheiro (área urbana da
Cidade da Guarda) na Rua Dr. Antero Marques (Figura 2), é constituído por uma sala
(Anexo II) e uma componente de apoio à família (Anexo III). A sala foi constituída
em 1988/1989, funcionando apenas com uma educadora. Enquadra-se num terreno
que está abrangido pelos quintais das habitações envolventes, não se consegue avistar
2 De acordo com dados fornecidos no website do Município da Guarda.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 6
a rua principal pois o acesso é feito através de um portão de segurança com
continuação por um caminho estreito.
Figura 2 - Portão de entrada do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Fonte - Própria
Mais tarde foi criada uma pequena arrecadação que servia para guardar a
lenha, tendo sido alterado o aquecimento para termoacumuladores e a arrecadação
serve atualmente para arrumos do próprio jardim.3
Em 1998/1999 foi colocado no espaço exterior um baloiço, um escorrega e
cadeiras rotativas embora que estas com o tempo se tenham deteriorado, e como não
foram substituídas, tiveram de ser retiradas para segurança das crianças porque não
respeitavam as normas de segurança em vigor. O arranjo e manutenção do espaço
exterior é feito pela Junta de Freguesia da Guarda.
O edifício (Figura 3) é constituído por um hall de entrada, uma sala de
atividades, instalações sanitárias e uma arrecadação. A entrada é feita como já referi,
pelo hall de entrada onde se pode avistar um placar que contém os números
particulares dos pais das crianças, os avisos entre outras informações importantes. É
também no hall, que encontramos os cabides onde se colocam os casacos e as
3 De acordo com dados fornecidos pela instituição.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 7
mochilas, cada cabide está destinado a cada uma das crianças de maneira a que esteja
tudo muito organizado e dinamizar também o sentido de organização das crianças,
serve ainda de acesso à sala de atividades e às casas de banho.4
Figura 3 - Edifício do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Fonte - Própria
O aquecimento do edifício é feito por termoacumuladores elétricos uma
maneia muito rentável de calor no inverno que se avizinha, as condições físicas são
ótimas, as janelas do edifício foram todas remodeladas de forma a que seja ainda mais
acolhedor todo o ambiente que se encontra na sala.
As instalações sanitárias são adequadas às necessidades das crianças assim
como os lavatórios que se encontram nessa parte do edíficio, encontramos uma casa
de banho para os adultos na qual as crianças não têm acesso, também por ser lá que
se encontram os detergentes usados diariamente para a higienização do espaço.
A sala de atividades tem uma pequena despensa onde se encontra todo o
material de trabalho necessário para as atividades, é um espaço muito acolhedor,
alegre, iluminado e rico em espaços para as brincadeiras dos mais pequenos, mas
como a vida não é só brincadeira, tem seis mesas de trabalho também adequado ao
4 De acordo com dados fornecidos pela instituição.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 8
tamanho das crianças para que estas possam realizar uma variadade indeterminavél
de desenhos ou até mesmo fichas de trabalho. A sala tem um computador com acesso
à internet para facilitar muitas vezes uma pesquisa aprofundada de moldes para
realizar trabalhos manuais ou eventuais ideias para convites de festas, desenhos para
as crianças e claro, como um auxílio para a educadora e para a assistente operancional
que trabalham naquele espaço.
No ano letivo de 1997/1998, foi aberta uma sala de Ocupação de Tempos
Livres (OTL) que, inicialmente, era frequentada pelas crianças do jardim de infância
e pelas crianças da escola do 1º Ciclo do ensino básico. A abertura desta OTL veio
dar resposta aos pais de maneira a facilitar e conciliar os seus horários uma vez que
já tinham onde poder deixar as crianças até mais tarde, deste modo as crianças do
bairro deixaram de ir para os jardins-de-infância particulares da cidade.
Com o surgir de uma nova lesgislação à especificidade etária dos grupos de
crianças destes níveis de ensino (Jardim de Infância e 1º Ciclo do ensino básico), no
ano letivo de 1999/2000, procedeu-se à separação dos mesmos. Assim foi criada a
Componente de Apoio à Família (CAF) dando assim uma maior resposta às
necessidades dos pais e um atendimento mais personalizado às crianças. Com a
abertura deste novo espaço provocou-se um número elevado de inscrições no Jardim
de Infância, quer de crianças residentes no bairro quer de outras zonas e localidades
da cidade, até passando mesmo a existir uma lista de espera. 5
Devido ao elevado fluxo de crianças no ano letivo de 2002/2003 foi criada
uma segunda sala do Jardim de Infância, esta sala funcionava num rés-do-chão de um
bloco habitacional, o espaço era constituído por um pequeno hall de entrada, uma sala
de atividades, uma casa de banho para adultos e uma casa de banho para crianças
(com sanitas e lavatórios também adequados), a sala não tinha luminosidade natural
suficiente tendo apenas uma janela grande na frente e umas pequenas janelas
retangulares na parte posterior.
O aquecimento era feito com dois aquecedores a óleo e um termo ventilador,
o chão era de mosaico tornando-se mais frio e escorregadio.
Na atualidade essa sala é inexistente devido ao menor número de crianças,
sendo hoje uma loja de material de caça e o espaço que antes era chamado de CAF
mudou de nome, sendo hoje chamado de Atividades de Animação de Apoio à Familía
5 De acordo com dados fornecidos pela instituição.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 9
(AAAF) tem funcionamento numa sala de um rés-do-chão de um bloco habitacional
(Figura 4) situada à frente da antiga segunda sala cujo horário de funcionamento é das
7h45 às 9h00 e do 12h00 às 18h30, nas interrupções letivas das 7h45 às 18h30.6
Figura 4 - Edifício da sala de AAAF
Fonte - Própria
6 De acordo com dados fornecidos pela instituição.
Capítulo II – Enquadramento Teórico
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 11
2 - A Animação Sociocultural
Por antecedentes de Animação, entendemos qualquer ação com dimensão
social, cultural e educativa que tenha por objetivo dinamizar programas junto das
populações.
Encontramos, a existência de inúmeros prenúncios de Animação em muitas
ações dos âmbitos cultural, social e educativo, durante a vigência da primeira
república portuguesa, nomeadamente através das universidades livres e universidades
populares que visavam promover, essencialmente, uma ação educativa, enquadrada
por uma metodologia com laivos de animação. Destacamos também como
antecedentes de animação a ação meritória do movimento associativo, as sociedades
de cultura e recreio, o cooperativismo, o sindicalismo, o catolicismo social e o
laicismo educativo que através de ações no campo social, cultural, educativo e
político promoveram um conjunto de iniciativas destinadas a levar o Homem a
interagir com o outro Homem.
O entendimento de Animação Sociocultural coincide com uma coceção
definida pela UNESCO (1977) que a toma por um conjunto de práticas sociais que
visam estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu
próprio desenvolvimento, e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão
integradas.
Uma Animação, assim entendida, remete para uma noção de participação
comprometida com o processo de transformação da sociedade, com implicações de
ordem económica, política, cultural e educativa, estes princípios definem o conceito
e o âmbito contemporâneo de Animação Sociocultural.
Encontramos programas, ações, atividades e motivações nos campos social,
cultural e educativo, que visaram consciencializar, alfabetizar, educar e levar o ser
humano a uma participação comprometida com o seu desenvolvimento social e
pessoal.7
Alguns autores definem a Animação Sociocultural, como:
Ander-Egg (1991) afirma que a ASC interrelaciona os indivíduos e os grupos
de todas as idades, num processo contínuo de crescimento. Assim, pretende
7 De acordo com o artigo científico do Prof. Dr. Marcelino de Sousa Lopes “A Animação Sociocultural em
Portugal” vol.1, n.1., out.2006/fev.2007
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 12
desenvolver as competências e aptidões do indivíduo no grupo, a fim de participar no
seu ambiente social e de o transformar;
Bernet (2004, 26) entende que o conceito de ASC é um conjunto de ações
realizadas por indivíduos, grupos ou instituições numa comunidade e dentro do
âmbito de um território concreto, com o objetivo principal de promover nos seus
membros uma atitude de participação ativa no processo do seu próprio
desenvolvimento quer social quer cultural; 8
Ytarte (2007) refere as seguintes caraterísticas que definem um significado da
ASC: desenvolver o contacto com os seus destinatários; estimular a participação ativa
no meio em que está inserido; fomentar a expressão criativa e a diversidade cultural
dos indivíduos; e favorecer a comunicação e as relações entre as pessoas.
Silva e Moinhos (2010) expõem que a ASC aborda as várias dimensões e
desenvolve todos os aspetos do relacionamento, dos quais se podem destacar: a
dimensão pessoal, expressa na sua própria autonomia; a dimensão da comunidade e
cívica, que passa pela participação em grupo; a dimensão social e política, como a
participação na organização e nas estruturas sociais; a dimensão ideológica, como a
relação com o meio ambiente; e, por fim, a dimensão transcendente, enquanto
experiência que ultrapassa o imediato;
A Animação Sociocultural emerge a partir do 25 de Abril de 1974 e estende-
se até aos nossos dias através de seis fases:
- De 1974 a 1976, assistiu-se, em Portugal, à fase revolucionária da Animação
Sociocultural. Nesse período histórico, os governos provisórios e o Movimento das
Forças Armadas assumem a Animação Sociocultural como método eficaz para a
intervenção na comunidade, constituindo exemplos de referência a criação da
Comissão Interministerial para a Animação Sociocultural (CIASC) e as sucessivas
campanhas de dinamização cultural e Animação Cultural levadas a cabo.
- De 1977 a 1980, existiu uma nova fase da Animação Sociocultural, como a
fase Constitucionalista da Animação Sociocultural, onde toda a sua ação foi
determinada por instituições que, a partir de uma lógica concentracionista, assumiram
a centralidade da mesma.
8 De acordo com Animação sociocultural: teorias, programas e âmbitos (pp. 123- 130). Lisboa: Editorial
Ariel/Instituto Piaget.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 13
- De 1981 a 1985, emergiu, em Portugal, uma fase designada como
Patrimonialista, caracterizada por uma intervenção centrada na preservação e
recuperação do património cultural.
- De 1986 a 1990, assumiu alguma relevância uma etapa caracterizada pela
passagem da Animação Sociocultural do poder central para o poder local.
- De 1991 a 1995, um novo período histórico surgiu, identificado como a fase
Multicultural e Intercultural, em consonância com o quarto pilar da educação,
aprender a viver juntos, que projectou a intenção de valorizar a ação educadora do
multiculturalismo.
- A última fase identificámo-la com o período que se inicia, em 1996, e nos
acompanha até hoje, caracterizando-a como a fase da Globalização que conduz a
Animação Sociocultural a intervir num quadro que integre e eleve o ser humano a
participar nos desafios que se lhe deparam, tornando-o protagonista e promotor da
sua própria autonomia.9
2.1 - Âmbitos da Animação Socioculrural
Falar em âmbitos de Animação Sociocultural significa ter presente a
perspetiva tridimensional respeitante às suas estratégias de intervenção:
- Dimensão Etária: infantil, juvenil, adultos e terceira idade;
- Espaço de Intervenção: animação urbana, animação rural;
- Pluralidades de âmbitos ligados a setores de áreas temáticas, como sejam: a
educação, o teatro, os tempos livres, a saúde, o ambiente, o turismo, a comunidade, o
comércio, o trabalho...
Todos estes âmbitos implicam o recurso a um vasto conjunto de termos
compostos, para designar as suas múltiplas atualizações e formas concretas de
atuação: Animação socioeducativa, Animação cultural, Animação teatral, Animação
dos tempos livres, Animação sociolaboral, Animação comunitária, Animação rural,
Animação turística, Animação terapêutica, Animação infantil, Animação juvenil,
Animação na terceira idade, Animação de adultos, Animação de grupos em situações
de risco, Animação em hospitais, Animação em prisões, Animação económica,
9 De acordo com o artigo científico do Prof. Dr. Marcelino de Sousa Lopes “A Animação Sociocultural em
Portugal” vol.1, n.1., out.2006/fev.2007
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Animação comercial, Animação termal, Animação desportiva, Animação musical,
Animação cinematográfica, Animação de bibliotecas, Animação de museus,
Animação escolar, entre outros.
Para além destes, continuamente, outros termos poderão ser formados,
relacionados com potenciais novos âmbitos de Animação, cuja emergência é, por sua
vez, determinada por uma dinâmica social em constante mudança, que origina a
permanente promoção de relações interpessoais, comunicativas, humanas, solidárias,
educativas e comprometidas com o desenvolvimento e a autonomia.
Defendemos que estes âmbitos de intervenção, reflexos da ação humana, não
podem ser considerados estáticos nem autónomos uns em relação aos outros, estando
já consagrados a Animação Teatral, a Animação Turística, a Animação
Socioeducativa, a Animação na infância, na juventude, nos adultos, na terceira idade.
Todavia há que mencionar outras modalidades, como a Animação termal, a Animação
comercial, a Animação de prisões, a Animação de hospitais, a Animação comunitária,
a Animação de museus, a Animação de bibliotecas, a Animação terapêutica, a
Animação de rua, a Animação ambiental, na certeza que, no futuro, emergirão outros
âmbitos configurados por novas realidades e necessidades sociais.
A Animação Sociocultural, através dos diferentes âmbitos e com a realização
de programas que respondam a diagnósticos previamente elaborados e participados,
constitui um método para levar as pessoas a autodesenvolverem-se e,
consequentemente, reforçarem os laços grupais e comunitários.
2.2 - Animação Socioculrural e conceitos afins
É importante referir e analisar as relações da Animação Sociocultural com as
áreas que a complementam, com as quais tem uma afinidade concetual ou ainda com
as áreas nas quais a Animação Sociocultural ocupa uma função central.
Estas relações constituem um fator vital, na hora de intervir, e compreendem
a tríade educacional formada a partir da educação formal, educação não formal e
educação informal, convém referir que este conceito foi originariamente advogado
por Faure no início da década de setenta.
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Na educação formal, a estratégia da Animação Sociocultural é operar como
um meio para motivar, complementar, articular saberes e potenciar aprendizagens
envolventes.
A educação não formal corresponde à esfera de actuação da Animação
Sociocultural, entendida como um conjunto de práticas que se realizam fora do espaço
escolar, portanto, associada à ideia de uma educação em sentido permanente e
atinente com o ciclo da vida da pessoa.
A educação informal considera a família e a comunidade como agentes
educativos. Há também que ter igualmente presente a estreita ligação fundada numa
relação de filiação entre a Animação Sociocultural e a Educação Popular. Dada a
importância para a história da Animação Sociocultural em Portugal, um conjunto de
ações promovidas em diferentes âmbitos, em que, através dos métodos ativos da
Animação, foi possível promover a educação comunitária, educação para a saúde,
educação intercultural e educação para o ócio e tempo livre.
Contemplamos ainda áreas ligadas ao código genético da Animação
Sociocultural sem as quais não é possível falar em programas de Animação, como
sejam, a democracia, a participação e o voluntariado.
A Animação Sociocultural liga-se a áreas nucleares e complementares que se
afiguram essenciais para a sua intervenção, como é o exemplo da educação, entendida
numa conceção que ultrapassa o espaço escola e se estende à vida, ao seu pulsar e
onde a articulação da educação com programas de Animação procura um mundo de
homens livres, solidários, conscientes, participantes e comprometidos com o
seu/nosso mundo, voluntários de causas nobres e lutadores de ideias e por ideais
assentes nas convicções de uma democracia que cumpra e realize os desideratos
sociais, económicos, culturais, políticos e educativos. Homens educados e formados
de uma forma dialógica com as pessoas e o mundo, numa valorização permanente da
vida vivida em comunhão.
Uma educação que projete, pela via da Animação, homens portadores da boa
esperança, seres que possam e devam assumir a sua voz, a sua opinião, a sua vontade
e que vivam no respeito pelas suas diferenças e semelhanças, sem temerem olhar para
o lado, homens que sejam cidadãos com cidadania e que se exprimam sem temerem
os poderes instituídos. Ser livre é assumir a liberdade de poder dizer o que se pensa
de forma responsável. Uma Animação que, através dos postulados das diferentes
áreas afins da Animação, leve o homem a partilhar saberes, vivências, a interagir e
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estabelecer relações interpessoais profícuas, lutando contra a incomunicabilidade, o
medo e a mordaça. 10
2.3 - Modelos de formação de Animadores
Ao refletirmos sobre a evolução do Animador em Portugal e dos seus níveis
formativos salientámos algumas questões que nos parecem pertinentes e que explicam
o percurso de um conjunto de profissionais e voluntários que, ao longo da história da
Animação Sociocultural em Portugal, tiveram reconhecimento social pela ação
realizada junto das populações. Contudo, é também de realçar o cíclico adiamento do
reconhecimento institucional da profissão de Animador.
As notas que importam ainda acentuar prendem-se com o seguinte:
- A mudança qualitativa da formação: de uma formação eminentemente
prática, situada nas décadas de 70/80 evoluiu-se para uma formação teórico-prática
de nível secundário (Animador técnico-profissional) e de nível superior (Animador
técnico superior), a partir dos anos 90;
- Os anos 70 e 80 para a função de Animador era exigido possuir experiência
no campo prático da Animação, nos anos 90 chega-se a Animador a partir de uma
formação teórica auferida pelo espaço educativo formal e na maior parte das vezes
sem contemplar a prática da Animação;
- Os anos 70/80 é marcado por um modelo de formação de inspiração
francófona de onde assume relevar os seguintes formadores: Gelpi. Limbos, Imhof,
Simpson, Moulinier, Moechli, Hurstel e Besnard. A partir dos anos 90 opta-se por um
modelo acentuadamente Ibérico de onde despontam nomes como: Ander-Egg, Ucar,
Ventosa, Quintana, Puig, etc.
- A alteração operada em termos de sexo: de uma profissão esmagadoramente
masculina nas décadas de 70/80, opera-se uma acentuada mudança a partir dos anos
90 em que se assiste a um domínio feminino da profissão;
- Mudança no campo da intervenção: de um Animador militante e polivalente,
evoluiu-se para um perfil técnico de Animador centrada num âmbito específico;
10 De acordo com o artigo científico do Prof. Dr. Marcelino de Sousa Lopes “A Animação Sociocultural em
Portugal” vol.1, n.1., out.2006/fev.2007
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- Alteração de rumo ao nível formativo: de uma formação de curta e media
duração evoluiu-se para uma formação centrada num percurso formativo de nível
universitário.
Os Animadores terão, no futuro, um crucial papel como agentes de
desenvolvimento, porque não existem, sistemas sociais e políticos que possam
dispensar a função do Animador. Mesmo que se caminhe para “sociedades perfeitas”,
elas não podem dispensar a ação dos Animadores.
A formação de Animadores deve ter presente um conjunto de princípios, de
conhecimentos e de práticas de que se destacam: ser animador tem obrigatoriamente
de ter presente a ética e a deontologia profissional; o seu perfil profissional, deve
possuir um quadro teórico sólido, isto é, formar para o saber.
Importa que esta formação tenha como referência, igualmente, a
especificidade da função, não um saber pelo saber, mas um saber que se liga a todos
os problemas que afetam o ser, a nossa condição de vida em grupo, as relações
interpessoais, em suma, um saber que eleve a dimensão humana do Animador.
Quando se ministra formação na área das técnicas e recursos para a Animação,
isto é, para o saber fazer, é necessário ter presente, por exemplo, que o teatro na
formação de um Animador não tem como preocupação central o produto espectáculo
teatral, mas sim o processo da criação, vivido a nível grupal, constituindo o teatro um
processo dinâmico que promove nas pessoas o encontro, a interação, a partilha de
afetos, a criatividade, a expressividade humana, a superação de medos, inibições,
bloqueios, que conduz as pessoas a viverem de forma livre e responsável.
É percetível que esta dimensão do teatro não pode ser dada pelo convencional
encenador, que apenas se centra na estética e no produto; o mesmo se passa com a
função da música, da expressão plástica, expressão motora, etc. Quando se ministra
formação nas áreas metodológicas, em Animação Sociocultural, é necessário
contemplar uma metodologia plural, holística e ligada à investigação/ acção/
participação.
A Animação como método ativo e vivo tem como princípio fundamental
animar as aprendizagens através de fóruns de discussão, tornar os espaços vivos,
transformando os livros armazenados em prateleiras, em histórias vivas com muitas
vidas cheias de expressividade, transformando museus, sem vida, em espaços de
cultura viva. Uma formação para a Animação requer um currículo centrado em
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conteúdos, técnicas e recursos para a ação da Animação e destina-se à obtenção de
graus académicos ao nível de pós-graduações, mestrados e doutoramentos.11
2.4 - Perfil do Animador Sociocultural
A figura do animador desempenha um papel central no método da animação.
É ele quem assume a responsabilidade de promover a vida do grupo através do uso
dos instrumentos que dinamizam as pessoas envolvidas por este método. Para que
desempenhe de maneira eficaz as suas funções, existem três áreas fundamentais que
o animador deve ter em conta: o ser, o saber e o saber-fazer. O ser, é constituído pela
sua identidade pessoal, o saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para
desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa. Além disso, um animador,
conforme a área específica do seu desempenho, terá uma formação consoante o seu
sector, o contexto e o conteúdo respectivos.
O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo que
anima, a qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.
2.5 - Funções do Animador Sociocultural
O Animador Sociocultural tem como funções:
➢ Promover a integração social;
➢ Organizar, coordenar e/ou desenvolver atividades de animação;
➢ Promover o desenvolvimento sociocultural de grupos ou comunidades;
➢ Desenvolver atividades de carácter desportivo, cultural e educativo;
➢ Elaborar relatórios das atividades;
➢ Incentivar e estimular grupos ou comunidades para participarem no
desenvolvimento do seu próprio meio;
➢ Transmitir conhecimentos educativos e culturais;
➢ Dinamizar a população;
➢ Contribuir para o desenvolvimento da cultura;
11 De acordo com o artigo científico do Prof. Dr. Marcelino de Sousa Lopes “A Animação Sociocultural em
Portugal” vol.1, n.1., out.2006/fev.2007
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➢ Contribuir para o desenvolvimento da capacidade de autonomia,
criatividade e iniciativa de grupos ou comunidades;
➢ Facilitar processos de comunicação individual e em grupo;
➢ Intervir, juntamente com outros profissionais, em grupos de risco, com
comportamentos desviantes e junto de reclusos.
➢ Conhecer, valorizar e sensibilizar a comunidade para o matrimónio
natural e cultural.
2.6 - Perfil de competências do Animador Sociocultural
O Animador Sociocultural deve conseguir:
➢ Observar a realidade da Comunidade/Instituição utilizando técnicas e
instrumentos variados e identifica os seus recursos e carências, ao nível
individual, social, institucional e comunitário;
➢ Analisar e interpretar os dados recolhidos;
➢ Planificar e implementar os projetos de intervenção, em colaboração
interdisciplinar com outros profissionais que trabalham com a mesma
população;
➢ Participar em programas de integração social;
➢ Dominar conhecimentos científicos e socioculturais que lhe permite
trabalhar com grupos de pessoas, promovendo a integração social através
de diversos projetos. 12
Animar é um ato comunicativo e, portanto, bilateral. O animado não pode ser
mero objeto. É e deve ser tornado sujeito. Deve ganhar consciência do seu próprio
saber. Com a ajuda do animador surgirá uma consciência crítica, um desejo de crescer,
de criar, de produzir e não apenas reproduzir.
Ander. Egg refere: sensibilizar, organizar e mobilizar as pessoas para se
tornarem agentes ativos da sua própria promoção e na medida do possível, torná-los
conscientes do seu papel histórico.
12 De acordo com o artigo científico do Prof. Dr. Marcelino de Sousa Lopes “A Animação Sociocultural em
Portugal” vol.1, n.1., out.2006/fev.2007
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A promoção da participação dos indivíduos tem que respeitar e ter em conta
as diferenças de cada um, quer sejam pessoais ou culturais. Impor uma forma única
de participação é, basicamente, a negação da participação. Assim, não há “fórmulas
mágicas” nem receitas de participação que se apliquem a todas as situações,
indivíduos ou contextos. Por isso a Animação Sociocultural não se pode reger por
uma única ética para todos, o Animador Sociocultural é necessariamente, também um
investigador dos outros, das outras culturas, de si próprio.
Capítulo III – Estágio Curricular
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Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 22
3 - Estágio
O terceiro e último capítulo é referente a todo o trabalho desenvolvido ao
longo destes meses de estágio, onde é possível verificar e analisar todas as atividades
realizadas no Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro.
O OTL é um local com muita importância pois, cada vez mais, os pais têm
pouco tempo para educar os filhos, delegando essa função diretamente nas
instituições educacionais. Assim, o nível que atingiu a nossa cultura, não pode de
forma alguma a mesma ser transmitida unicamente no quadro restrito da família. É
na infância que a criança se prepara para o futuro, tendo de assimilar corretamente
hábitos, normas e valores sociais indispensáveis para o seu desenvolvimento e
aceitação social.
A instituição escolar tem uma enorme responsabilidade no desenvolvimento
da criança. Não só a criança passa grande parte do seu tempo, da sua vida, na escola,
como também esta se tornou o factor de garantia de grande parte das aprendizagens
fundamentais para a vida em sociedade.
O ensino deve ser realizado de uma forma cada vez mais motivadora e que
estimule a criança no seu interesse. Uma das formas de motivar as crianças a alcançar
um objectivo é através do jogo.
O jogo implica que haja esforço, trabalho, disciplina, originalidade e respeito
entre as crianças. Através do jogo, a criança encontra uma forma de alcançar os
objetivos traçados de forma motivadora que a eleva. O jogo permite, igualmente, que
a criança tenha uma vontade de se superar a si própria, para alcançar o objetivo
proposto.13
Para que a criança aceda a um lugar participativo, como é desejo de todos os
que se preocupam com a elevação da cultura da futura geração, ela precisa de ser
formada para interiorizar conceitos tão importantes como, cooperação, entreajuda,
respeito, lealdade, criatividade, entre outros.
Deve-se realçar o papel preponderante dos jogos no desenvolvimento da
criança. Os jogos estimulam os processos cognitivos, promovem a socialização e, em
função do jogo que se realize, poderão, inclusivamente desenvolver as capacidades
13 De acordo com os dados fornecidos in, https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/2296/1/JoséDuarte.pdf
consultado a: 10/10/2017
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físicas e percetivas, enriquecendo o imaginário da criança e sendo, simultaneamente,
uma fonte de prazer e motivação para a criança, condição para que se realize um
trabalho eficaz.
O jogo é uma forma inteligente de criar nas crianças uma auto-disciplina e
sentido de cumprimento pelas regras propostas. As crianças têm uma perfeita noção
de que se infringirem as regras, poderão ser penalizadas no jogo. Têm a liberdade de
o fazer, mas, se o fizerem, terão de se responsabilizar pelos seus atos. O respeito e
empenho na atividade de jogo é inclusivamente, um exercício de cidadania porque
também na sociedade em que vivemos, temos regras de conduta e leis que se não as
cumprirmos, teremos de ser responsabilizados pelos nossos atos.14
Quanto à minha intervenção na instituição, primeiramente o meu estágio
passou por um pequeno período de observação e conhecimento tanto das crianças
como das normas de trabalho, assim como também à minha adaptação na própria
instituição.
Numa segunda fase, tive a oportunidade de desenvolver atividades/ jogos
dentro das temáticas abordadas propostas por mim, participar e auxiliar as atividades
(Anexo I) que já faziam parte dos planos de atividades da instituição, assim como
remodelar toda a decoração vitral da sala de atividades. Além disso tive o privilégio
de poder acompanhar as crianças a todas as visitas de estudos da instituição.
Por fim posso confirmar que todos os ensinamentos ao longo destes três anos
da licenciatura de Animação Sociocultural têm de ser ajustados conforme o
público-alvo com quem estamos a trabalhar, assim que nos deparamos com a
realidade verificamos que tudo tem de ser moldado e ajustado, acabou por ser um
desafio bastante enriquecedor e gratificante na medida que pude aplicar técnicas
aprendidas ao longo do curso, tais como jogos e atividades que contribuíram para um
melhor deselvolvimento de cada criança.
14 De acordo com os dados fornecidos in, https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/2296/1/JoséDuarte.pdf
consultado a: 10/10/2017
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3.1 - Objetivos
Todas as intervenções que são feitas têm de ser realizadas em prol de pelo
menos um objetivo principal, a intervenção sociocultural pretende atinguir um grande
objetivo:
➢ Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos,
promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia
e criatividade, incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e
democraticamente intervenientes na vida da comunidade.
Como uma boa animadora e uma boa profissional é
fundamental/essencial conhecermos o público-alvo com quem vamos trabalhar, para
podermos delinear e definir os nossos objetivos. Só através deste modo e que se pode
planificar atividades da forma mais correta, pois todos os objetivos têm uma meta a
ser alcançada, pensei em atividades que pudessem ser desenvolvidades de acordo com
os objetivos que já tinha em mente. Para que estes objetivos sejam alcançados com
sucesso temos de saber aplicar os nossos conhecimentos de forma a que não haja
grandes discrepâncias do que se pretendia.
No decorrer de todo o meu estágio delineei quais os objetivos gerais e os
objetivos específicos.
Os objetivos gerais são:
➢ Promover a atividade em grupo de forma a desenvolver uma melhor
qualidade de vida através das expressões;
➢ Estimular o deselvolvimento global da criança, sempre respeitando as
suas características individuais;
➢ Sensibilizar a partilha;
➢ Promover a autoestima de cada criança;
➢ Desenvolver o corpo e a mente para novas realidades.
Os objetivos específicos são:
➢ Promover a autonomia;
➢ Desenvolver a imaginação e criatividade;
➢ Promover uma maior concentração;
➢ Promover a atenção;
➢ Dinamizar atividades para aprendizagem, reflexão, crescimento
pessoal e social.
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➢ Proporcionar interação, alegria e dinamismo.
3.2 - Metodologias de intervenção
As metodologias de intervenção são sem mais nem menos todos os métodos
usados para colocarmos em prática as atividades, para que estas possam ser
desenvolvidas têm de ser pensadas e também avaliadas para saber se nos é possível
aplicá-las e se vão ao encontro dos objetivos que tínhamos delineado.
Ao longo do meu estágio fui acompanhada por uma educadora e por uma
assistente ocupacional na valência de jardim de infância e, na AAAF, por outra
assistente ocupacional. No jardim de infância a educadora estava responsável pelo
meu desenvolvimento e todo o desempenho na instituição, assim como também na
minha integração nos trabalhos que se realizavam.
Já estava integrado um programa de aulas letivas na qual viriam docentes de
fora da instituição para lecionar as mesmas, eu teria de me integrar para poder ajudar
na realização dessas aulas, só em horas que não se realizassem quaisquer aula é que
poderia realizar as atividades propostas por mim.
Com o passar do tempo e após conhecer cada criança e as suas caraterísticas
com quem desenvolvia as atividades foi cada vez mais fácil desenvolver as mesmas,
muitas vezes já eram elas que me pediam se poderíamos repetir.
3.2.1 - Expressão Plástica
O termo Expressão Plástica foi adotado pela educação pela arte
portuguesa, para designar o modo de expressão-criação através do manuseamento e
modificação de materiais plásticos.
A expressão plástica é essencialmente uma atitude pedagógica diferente,
não centrada na produção de obras de arte, mas na criança, no desenvolvimento das
suas capacidades e na satisfação das suas necessidades. As artes plásticas ao serviço
da criança e não esta ao serviço das artes plásticas. Esta posição e atitude educacional
tanto poderá estar presente nas aulas e ateliers de artes plásticas como poderá
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constituir uma terceira área de intervenção educacional sob a forma, por exemplo, de
jogos de criação e expressão plástica.15
A expressão plástica é essencialmente uma atividade natural, livre e
espontânea da criança. O seu principal objetivo é a expressão das emoções e
sentimentos através da criação com materiais plásticos. Não se pretende a produção
de obras de arte nem a formação de artistas, mas apenas a satisfação das necessidades
de expressão e de criação da criança. Desenha-se, pinta-se e modela-se apenas pelo
prazer que esses atos proporcionam e não com a intenção de produzir algo que seja
“arte”. É a ação que interessa, é o ato de criar que é expressivo e não a obra criada.
As crianças em idade pré-escolar têm uma grande capacidade de representar o
seu conhecimento do mundo por modalidades e meios muito diversos, sendo que,
muitos destes não dependem de todo da língua, ou estão apenas em parte relacionados
com ela: desenhar, fazer modelos de três dimensões, ações de imitação ou de
“simulação” (cantar, dançar, etc. …). “Utilizar diferentes formas de linguagem, quer
ela seja verbal ou gráfica, para representar um mesmo tema ou conceito, permite à
criança desenvolver e aprofundar os seus conhecimentos acerca do mesmo”
(Formosinho et al., 1996, p. 102).
Giovanni refere como, arte “significa ter mais linguagens e mais
linguagens significa diferentes formas de ver e representar o Mundo” (cit. em
Formosinho et al., 1996, p. 102), deste modo, a expressão artística, permite à criança
desenvolver o seu espírito crítico, ao mesmo tempo que lhe permite integrar e
expressar os seus sentimentos e emoções relativamente aos novos acontecimentos
com que se depara no dia-a-dia.
“As artes comunicam o que há de humano em cada um de nós. Elas
despertam a aprendizagem porque tocam o verdadeiro ser interior, a perspetiva do eu
não-corporal, a parte que permanece fora do domínio da ciência – o espírito, o reino
dos sonhos, do afeto, da ousadia e da dedicação. As artes, como as ciências, são
sistemas simbólicos que comunicam significados a respeito do mundo” (Spodek &
Saracho, 1998, p. 352).
A educação artística, e deste modo também a expressão plástica, é, então,
uma educação voltada para o desenvolvimento harmonioso da personalidade, isto é,
uma educação que atua por igual em todas as dimensões da personalidade do ser
15 De acordo com: https://pequenarte.wordpress.com/expressao-plastica/ consultado a: 21/10/2017
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humano (biológicas, afetivas, cognitivas, sociais e motoras), proporcionando desse
modo, um crescimento harmonioso da criança.
Dorance (2004) refere, as atividades de expressão plástica baseiam-se no
prazer sentido pela criança ao tocar, manipular, olhar, fazer. Permitem-lhe comunicar,
manifestar as suas emoções, a sua personalidade. Ao criar objetos plásticos, a criança
desenvolve o poder da imaginação e da invenção, descobre o prazer de se exprimir.
A criatividade e a expressão infantis implicam amadurecimento, capacidade
de comunicação, nível percetivo e motor, grau de motivação, bem como
conhecimentos da aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo.
A expressão plástica favorece ainda a aquisição da autonomia:
progressivamente, a criança aprende a ultrapassar as dificuldades; aprende a escolher
os utensílios e os materiais necessários ao seu projeto, a ter iniciativa. Torna-se capaz
de fazer escolhas; aprende a justificá-las, desenvolvendo as capacidades de descoberta
e de aprender por si própria.
O contato com a pintura constitui ainda momentos privilegiados de acesso à
arte que se traduz por um enriquecimento da criança, ampliando o seu conhecimento
do mundo e desenvolvendo o sentido estético (Silva et al, 1997).
A expressão plástica uma das áreas que possibilita à criança exprimir o seu eu,
satisfazendo a sua necessidade e desejo de criar e representar tudo aquilo que
vê/sente/pensa, é natural que esta assuma uma posição de destaque nas atividades
proporcionadas à criança.
É importante para mim realçar a definição de Expressão Plástica e qual a sua
importância para a vida das crianças porque muitas das atividades desenvolvidas no
meu estágio realizadas por mim apliquei a expressão plástica, como por exemplo a
confeção do jogo do galo para a celebração do dia da criança, dos ovos da páscoa, das
cestas em forma de pintainho, da capa do DVD do filme de final de ano entre outros.
3.2.2 - Expressão Físico Motora
O corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento e
de cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação
com o mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e
aprendizagem.
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Ao entrar para a educação pré-escolar a criança já possui algumas aquisições
motoras básicas, tais como andar, transpor obstáculos, manipulação de objetos de
forma mais ou menos precisa.
Tendo em conta o desenvolvimento motor de cada criança, a educação pré-
escolar deve proporcionar ocasiões de exercício da motricidade global e também da
motricidade fina, de modo a permitir que todas e cada uma aprendam a utilizar e a
dominar melhor o seu próprio corpo.
Sendo assim a educação pré-escolar deve contribuir um desenvolvimento
multilateral, eclético, inclusivo e harmonioso das crianças. Neste contexto são
definidos alguns objetivos gerais que passamos agora a enunciar:
➢ Fortalecimento da saúde da criança;
➢ Desenvolvimento de uma postura corporal correcta;
➢ Desenvolvimento físico harmonioso;
➢ Desenvolvimento de movimentos fundamentais;
➢ Desenvolvimento da auto-confiança e auto-estima;
➢ Desenvolvimento de capacidades físicas;
➢ Desenvolvimento de qualidades morais e volitivas;
➢ Incutir o gosto pela actividade física;
➢ Desenvolvimento do espírito cooperativo de grupo e o fortalecimento
das relações humanas.
3.3 - Atividades Desenvolvidas
Quando se envolve numa atividade, a criança começa a compreender e a
assimilar a realidade, testa novas experiências e adquire novos conhecimentos ao
mesmo tempo que desenvolve e afirma a sua personalidade.
É importante que os jogos/atividades sejam adequados à idade e fase de
desenvolvimento da criança pois só assim consegue sentir-se motivada para a
atividade.
No início, as atividades eram sempre orientadas por mim, para dar um
propósito e ensinar as regras, mas é importante que a criança se liberte e use a
imaginação para reinventar novas formas de se divertir.
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Quando joga e brinca, a criança diverte-se, interage com os outros, aprende as
regras sociais e explora o mundo que a rodeia de uma forma compreensível para as
competências próprias esperadas em cada uma das fases de desenvolvimento.
As atividades permitem praticar a vida, desenvolver as competências
emocionais e sociais ao mesmo tempo que interiorizam comportamentos, atitudes e
conhecimentos específicos.
1 - Jogo do “Oh Senhor Barqueiro”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a criatividade;
➢ Estimular o sentido de decisão;
➢ Criar um momento de pura diversão;
➢ Desenvolver o espírito de equipa;
Duração: 35 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: Colocam-se as crianças em fila, neste caso os oito elementos da
instituição. Dispõem-se de forma a apoiar os braços na cintura da criança da frente de
forma a facilitar o apoio das crianças mais baixas. A primeira criança da coluna é a
mãe.
Fora da fila, estão duas crianças que são os barqueiros, colocam-se um em
frente ao outro, com os braços levantados e as mãos dadas, formando uma ponte ou
arco. Atribuem a cada uma um nome, combinado entre si e sem os outros escutarem:
um nome de fruta.
As outras crianças passam em fila, por baixo da ponte dos barqueiros,
enquanto cantam:
“Oh Senhor Barqueiro
deixai-me lá passar,
tenho filhos pequeninos
não os posso sustentar.
Passará, não passará
algum deles ficará,
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Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 30
se não for à mãe à frente,
é o filho lá de trás.”
Quando passa a última criança da fila, fica presa entre os braços dos
barqueiros, que os baixam e prendem esta criança por cima dos ombros. Os barqueiros
perguntam à criança presa, em voz baixa, qual dos nomes (anteriormente combinados
por eles) é que ela escolhe, não mencionando, qual o barqueiro correspondente a cada
nome. Consoante a escolha, a criança vai para trás do barqueiro, correspondente ao
nome que ele escolheu.
O jogo continua, até que todas as crianças da fila se coloquem atrás dos
barqueiros, formando dois grupos. Então, desenha-se um risco no chão, entre os dois
barqueiros. Estes agarram-se pelos pulsos e as crianças que estão atrás deles,
agarram-se umas às outras pela cintura. Cada barqueiro e seus companheiros puxam
o outro grupo a fim de que este atravesse o risco. Ganha o jogo, o grupo do barqueiro
que não transpôs o risco.
Resutados obtidos: Este jogo era um dos preferidos das crianças, tínha sempre de
fazer uma repetição do jogo 8 vezes de forma a que todos os elementos pudessem
fazer de “mãe”.
2 - Jogo da “Cabra Cega”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a atenção;
➢ Estimular a memória;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Estimular a audição;
➢ Estimular o tato;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 20 minutos.
Materiais: Um lenço opaco.
Descrição: Colocam-se as crianças em forma de círculo, e uma delas é escolhida
aleatoriamente para ser a “cabra cega” seguindo-se para o centro do círculo, os seus
olhos são vendados com o lenço. Posteriormente, as restantes crianças têm de se soltar
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Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 31
do círculo espalhando-se de forma o mais silenciosa possível e assim que recebam
ordens ficarem estáticas.
São dadas três voltas à criança que foi escolhida aleatoriamente para que esta
fique o mais baralhada possível, dificultando a descoberta dos colegas, assim que as
voltas terminem a criança vai tentar apanhar um dos elementos que está em jogo
tentando descobrir qual é o nome do colega que apanhou, o colega que foi apanhado
é a próxima “cabra cega”.
Resutados obtidos: Este jogo para além dos objetivos delineados serviu para as
crianças darem umas valentes risadas uns com os outros, assim que a “cabra cega”
apanhava algum colega (Figura 5), este por sua vez começava logo a rir de maneira a
que fosse mais fácil adivinhar quem teria apanhado, tínha sempre de fazer uma
repetição do jogo 8 vezes de forma a que todos os elementos pudessem fazer de “cabra
cega”, se alguma criança fosse em direção de algum colega que já tivesse sido eu
rapidamente colocaria uma criança que ainda não tivesse sido à sua frente. Para
terminar o jogo e a criança que fez de “cabra cega” teve que adivinhar quem estava à
sua frente, era eu com algumas modificações, cabelo apanhado, estava de joelhos e
pus óculos (características diferentes).
Figura 5 - Jogo da “Cabra Cega”
Fonte - Própria
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3 - Jogo da “Barra do lenço”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Desenvolver o raciocínio e o pensamento;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a atenção;
➢ Estimular a memória;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Estimular a audição;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 25 minutos.
Materiais: Um lenço.
Descrição: Fazem-se duas equipas com o mesmo número de jogadores aos quais
serão atribuídos cores iguais (por exemplo: amarelo, laranja, azul, verde) para ambas,
decididos secretamente por cada equipa. As equipas ficam frente a frente separadas
pela mesma distância. No meio do terreno, num dos lados, fica o juiz com um lenço
pendurado na mão, que vai chamando, um de cada jogada, as várias cores que estão
em jogo. Os jogadores das duas equipas, que tenham a cor que foi chamada, correm
e tentam ficar com o lenço sem serem tocados pelo adversário, e, seguidamente, fugir
para uma das barras (zona das equipas), para assim somar pontos.
Resutados obtidos: No ínício do jogo, confesso que foram aparecendo algumas
dificuldades na realização do mesmo, algumas crianças esqueciam-se das cores que
lhe eram atribuídas, de maneira que para a realização do jogo com sucesso resolvi
pedir auxílio à Dª Paula (Assistente Operacional). Modifiquei os números pelas cores
para de certa forma facilitar o jogo às crianças com 3 anos, até atribuindo-lhe as suas
cores preferidas sem que os seus colegas se apercebessem.
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4 - Jogo da “Macaca”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover o equilíbrio;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Estimular a memória;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 30 minutos.
Materiais: Um giz e uma pedra
Descrição: Desenha-se o percurso no solo. O espaço exterior em frente da casa
número 1 é a "Terra" e o semicírculo superior é o “Céu”. O primeiro jogador lança
uma pedra do espaço designado por “Terra”, procurando acertar na primeira casa. Se
a pedra tocar na linha ou sair para fora, joga o jogador seguinte. Se acertar, o jogador
fará o percurso para a apanhar, para isso o jogador deve sair ao pé-coxinho de casa
em casa, exceto sobre a que possuiu a pedra. Nas casas 4/5 e 7/8 deve pisar com um
pé em cada uma, simultaneamente. Ao chegar ao “Céu”, pode descansar. A partida
da casa anterior à da pedra, o jogador apanha-a, ao pé-coxinho, e termina o circuito.
Se conseguir realizar todo o percurso, volta a lançar a pedra para a casa seguinte. Se
falhar, passa a vez ao jogador seguinte e na próxima ronda prosseguirá a partir dessa
casa.
Resutados obtidos: As crianças também adoram jogar este jogo, aqui resolvi fazer
totalmente o contrário dos outros jogos/atividades, não fui eu a mentora do jogo,
foram as próprias crianças. Como é um jogo que elas já estavam acostumadas a
realizar, e era fácil para elas explicarem os procedimentos e as regras do jogo abordei-
as dizendo que não conhecia o jogo mesmo tendo eu conhecimento do mesmo.
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5 - Jogo do “Anel”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 15 minutos.
Materiais: Um anel.
Descrição: É escolhida uma criança aleatoriamente para passar o anel. As restantes
crianças do grupo formam um círculo e todas ficam com as mãos unidas e
entreabertas, como uma concha fechada. A criança escolhida também posiciona as
mãos em formato de concha, mas com o anel dentro. Esta por sua vez, deve passar as
mãos da criança por dentro das mãos de cada jogador. Passado um momento ele
escolhe um dos jogadores e deixa o anel cair nas mãos dele sem que o resto do grupo
se aperceba. Depois a criança deve passar, pelo menos, mais uma vez por todos os
jogadores do cículo novamente, para que ninguém desconfie onde está o anel. Depois
disso, escolherá outro jogador que não esteja com o anel e este deve adivinhar onde
este está. Se acertar será a vez de ele passar o anel.
Resutados obtidos: É um ótimo jogo para promover a concentração das crianças,
serve também como forma para as acalmar quando estão agitadas e/ou uma ótima
terapia depois das aulas de ginástica.
6 - Jogo do “Terra, Mar e Barco”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover o equilíbrio;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
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➢ Promover a atenção;
➢ Estimular a memória;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 25 minutos.
Materiais: Fita-cola colorida.
Descrição: No início do jogo, define-se que os lados dos traços, um é o “Mar”, o
outro é a “Terra” e, por último, o “Barco” (Figura 6). Primeiramente era eu que estava
no comando da atividade para dar o exemplo às crianças e mais tarde era escolhida
uma criança para dar a voz de comando, que será “Mar”, “Terra” ou “Barco”. A esta
ordem, os jogadores tinham de dar um salto para o lado correspondente. A voz de
comando não obedece a qualquer sequência, o que quer dizer que não obedece à
ordem aqui descrita, assim como pode ser dada repetidamente para testar a
concentração dos jogadores. Sempre que um jogador se enganar, saltando para o lado
errado, ou ficando no mesmo lado, em vez de saltar, sai do jogo. O jogo termina,
quando ficar apenas em jogo um participante, que será o vencedor.
Resutados obtidos: Um dos jogos que me deu mais gosto de realizar com as crianças,
elas divertiam-se imenso, quando era eu a comandar, variava a rapidez com que dizia
Terra, Mar ou Barco sempre com o intuito de testar a atenção e concentração das
crianças. Todas as crianças tiveram a oportunidade de ser o “comando” do jogo como
em todas as atividades.
Figura 6 - Jogo do “Terra, Mar e Barco”
Fonte - Própria
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7 - Jogo da “Apanhada”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a prática do exercício físico;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 20 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: A apanhada é um jogo em que um jogador escolhido aleatoriamente fica
a apanhar. Os outros terão de evitar serem apanhados pela pessoa que ficou a apanhar,
por isso terão de correr pelo campo e podem refugiar-se na “casa”, sítio onde não
podem ser apanhados (Não poderam permanecer muito tempo nesse sítio que for
escolhido como “casa”). O vencedor será o que for apanhado em último. A primeira
pessoa a ser apanhada será a pessoa a apanhar no próximo jogo.
Resutados obtidos: Este jogo tem muito sucesso entre as crianças, adoram andar a
correr umas atrás das outras, é boa maneira de gastarem toda aquela energia que têm
de uma maneira lúdica.
8 - Jogo do “Macaquinho do Chinês”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover o equilíbrio;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 30 minutos.
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Materiais: Não foram necessários materiais
Descrição: Junto e de frente para uma parede está um jogador, de costas voltadas para
os outros participantes. Este jogador vai dizer “um, dois, três, macaquinho do chinês”.
Enquanto esta frase é dita os jogadores deslocam-se o mais depressa possível para a
parede. Quando o jogador terminar a frase volta-se para os participantes do jogo. Os
jogadores que forem apanhados em movimento regressam ao ponto de partida. Ganha
o primeiro que conseguir tocar na parede sem ser visto.
Resutados obtidos: O jogo do macaquinho do chinês é um jogo super interessante
de se fazer com as crianças, a partir deste jogo pode-se ver quais são as crianças mais
impacientes, as que querem ficar sempre em primeiro, mesmo se for preciso quebrar
as regras, que neste caso, eu estava a colocar na realização do jogo, mencionei que
era proíbido correr (para os mais velhos não ganharem sempre aos mais novos), tinha
o caso de uma criança que corria sempre com a ideia de vencer o jogo, como essa era
uma regra que eu incuti, ao quebrá-la voltava para trás para o ponto de partida, quando
se começou a aperceber que estava a fazer mal, começou a jogar o de maneira correta.
9 - Jogo “O Rei manda”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Promover a capacidade de respeitar;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 30 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: Através deste jogo pude trabalhar vários conceitos, por exemplo a rotina
diária, o que os animais fazem, entre outros. Inicialmente comecei, por fazer de rei e
dei por exemplo a seguinte instrução: “o rei manda escovar os dentes!” e todas as
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Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 38
crianças tiveram de fazer o movimento de escovarem os dentes e assim
sucessivamente dependendo do tema. É importante referir que as crianças só devem
obedecer quando se diz a frase”o rei manda…”, sem ela as ordens não têm efeito.
Resutados obtidos: Todas as crianças tiveram de passar pelo papel de “rei”, confesso
que me deixaram impresionada, porque as crianças têm muita criatividade e
imaginação e, por vezes, relatavam ações super engraçadas.
10 - Jogo “Bowling”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Promover a capacidade de respeitar;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 35 minutos.
Materiais: Dez pinocos, uma bola, um caderno e uma caneta.
Descrição: Coloquei o nome das oito crianças numa folha, enquanto terminava essa
ação, pedi para que estas formassem uma fila de forma aleatória. Assim que estava a
fila formada, comecei a colocar os pinocos em forma de triângulo no chão (com uma
distância razoável das crianças uma vez que o objetivo do jogo é derrubar os pinocos),
cada pinoco derrubado equivale a um ponto. Ao final de dez jogadas de cada criança,
visualizei quem tinha mais pontuação na folha e qual seria o vencedor, no caso de
empate eram ambos vencedores do jogo. No final de cada jogada a criança tinha de
colocar um risco à frente do seu nome por cada pinoco derrobado.
Resutados obtidos: As crianças divertiram-se imenso, neste jogo pode ver-se a
amizade verdadeira e a pureza das crianças, quando os colegas falhavam alguma bola
e não conseguiam pontuar alguma vez, os mesmos diziam: “repete, não mandaste
bem, manda de x maneira que assim já consegues”.
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11 - Jogo das “Cadeiras”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 35 minutos.
Materiais: Como as crianças eram oito, foram precisas 7 cadeiras e um rádio.
Descrição: Colocam-se as cadeiras costas com costas de maneira a formar uma roda
ou uma fila. O número de cadeiras tem de ser sempre inferior ao número
dos participantes. Os participantes só tem de andar ao redor das cadeiras ao som de
uma música. Quando a música parar, rapidamente todos devem procurar sentar-se
numa das cadeiras. Haverá sempre alguém que fica de pé. Esse participante terá que
sair do jogo. Deve-se retirar então uma cadeira e começar tudo de novo. Quando
restarem apenas dois jogadores e uma só cadeira, terão de se deslocar os dois no
sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Ao som da música andam de volta das
cadeiras até a música parar (Figura 7). O jogador que for o mais rápido a
sentar-se na restante cadeira ganha.
Resutados obtidos: Este jogo foi sem dúvida uma maneira de recordar os meus
tempos de infância, recordar o quanto nos podemos divertir sem precisar de muita
coisa, as crianças gostam imenso de jogar, neste jogo apenas me limitei a parar a
música quando foi necessário.
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Figura 7 - Jogo das “Cadeiras”
Fonte - Própria
12 - Jogo do “Camaleão”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 35 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: Coloca-se uma criança (camaleão), escolhida aleatoriamente, junto à
parede, virada para ela e de olhos fechado e/ou tapados pelas mãos. As restantes
crianças estão colocadas à vontade, a uma distância de cerca dez metros. Ao sinal de
início de jogo, as crianças perguntam em coro àquela que está junto da parede:
“Camaleão, de que cor?” O camaleão responde dizendo uma cor, como por exemplo
rosa. Mal diz a cor, o camaleão vira-se e começa a correr atrás dos colegas, que fogem.
Ao fugir, as crianças procuram um objeto da cor escolhida e tocam nele, a fim de se
livrar e o camaleão não as poder caçar. Só pode caçar aquelas crianças que ainda não
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 41
se livraram, ou seja, não tocaram na cor pretendida. Se o camaleão tocar em alguém
antes de se livrar, este passa a ser o novo camaleão. Se o camaleão não conseguir
caçar ninguém, continua nessa função. Quando as crianças perguntam: “Camaleão,
de que cor?” e este responde: “Cor de burro a fugir”, as crianças têm de permanecer
imóveis, aquela que se mexer perde e passa a ser o novo camaleão.
Resutados obtidos: Foi um dos meus jogos preferidos, as crianças sentiram-se muito
entusiasmadas a realizar este jogo, além de divertido é uma excelente maneira de as
crianças aprenderem a estar concentradas a ouvir o que o cameleão diz, é um jogo que
requer muita atenção e concentração, e claro é um maravilhoso meio de elas se
ajudarem umas às outras, começavam a gritar para os colegas: “vai para ali, olha a
camisola da x pessoa!”
13 - Jogo das “Escondidas”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 25 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: Escolhe-se uma criança de forma aleatória para contar até determinado
número. Enquanto essa criança conta de olhos fechados voltada para a parede, as
restantes vão-se esconder. A seguir, essa criança vai procurar os restantes jogadores
saindo da parede dizendo: “Aqui vou eu!”.
A primeira pessoa a ser encontrada é a próximo ficar a contar, se alguém que está
escondido, conseguir chegar à parede onde se salva e disser: “Salva todos!” Volta a
ser a mesma pessoa a contar.
Resutados obtidos: Começo por dizer que foi um divertimento este jogo, as crianças
queriam esconder-se atrás de mim, queriam esconder-se em sítios que o colega que
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estava a “apanhar” tivesse logo visão, não tendo noção que estavam visíveis e
pudessem ser apanhados.
14 - Jogo do “Quente e Frio”
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Sentido de orientação;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 35 minutos.
Materiais: Um objeto pequeno.
Descrição: Enquanto uma das crianças escolhida aleatoriamente escondia um objeto
na sala de atividades, as restantes aguardavam (no hall de entrada), aposto o sinal
dado por mim a criança que se encontrava dentro da sala chamava os colegas, estes
tinham que procurar o mesmo. As únicas indicações de quem podiam ouvir era da
criança que tinha escondido o objeto esta iria dizer "frio, gelado" quando estivesse
muito distante do objeto, "morno, quente" quando começasse a aproximar-se e "a
ferver, a escaldar" quando já estivesse mesmo em cima do objeto.
Resutados obtidos: Este jogo foi realizado vezes sem conta a pedido das crianças,
amavam completamente este jogo, todas as crianças que aguardavam no hall de
entrada do jardim, estavam sempre à guarda da Dª Paula (Assistente Operacional),
ansiosas para que a criança que estivesse comigo dentro da sala as pudesse chamar,
todas tiveram o privilégio de esconder o objeto, quando fui eu sozinha a esconder o
objeto, coloquei-o em cima de uma cadeira da sala, visível aos olhos de toda a gente
e as crianças com o pensamento que o objeto estava escondido procuravam em todos
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os lugares o engraçado é que para onde uma ia as outras iam atrás mesmo eu dizendo
que pudessem estar geladas.
15 - Cesta para a Páscoa/ Ovos de decoração da sala
Objetivos:
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade fina;
➢ Promover a autonomia;
➢ Desenvolver o sentido do tato;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a destreza manual;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Duração: 40 minutos por dia até ter terminado a cesta.
Materiais: Cartolinas brancas, tesouras, papel celofane, goma eva (vermelha,
amarela e laranja), caneta de feltro, pacotes de leite dos mais pequenos, cola quente,
tintas de variadas cores, uma pinga de óleo, água, pincéis, um alguidar, picos para
picotar, fita de embrulho, furador e ovos da Páscoa de chocolate.
Descrição: Com ajuda da assistente operacional e da educadora comecei por forrar
os pacotes de leite, previamente bem limpos, com a goma eva vermelha,
seguidamente numa cartolina branca fizemos ovos da Páscoa, uns de grande dimensão
outros mais pequenos para os colocar na cesta em forma de bilhete. Enquanto isso as
crianças foram picotando o pintainho, previamente feito na goma eva amarela através
de um molde. Seguidamente cada criança teve que recortar dois óvos da Páscoa que
se encontravam em uma cartolina branca (o de grande dimendão e o mais pequeno),
os ovos de grande dimensão serviram para efeite da sala de atividades e os mais
pequenos para efeite da cesta. Foi chamada uma criança de cada vez para vir ter
comigo, tendo eu um alguidar com água, um pouco de tinta de várias cores e um
bocadinho de óleo.
Agarravam no ovo e depois “mergulhavam-no” naquela mistura (Figura 8), e
com ajuda do pincel puxavam um pouco mais a tinta com o objetivo de o ovo ficar
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 44
mais colorido. Assim que esta ação terminava, colocavam-se os ovos a secar de um
dia para o outro.
Quando os ovos estavam secos e os pintainhos todos picotados, cortei um
pedaço muito pequeno de goma eva laranja em forma de triângulo para o nariz do
pintainho.
Por fim colei o pintainho à “cesta” (Figura 9), as crianças embrulharam no
papel celofane os ovos de chocolate (as mesmas unidades para cada criança), furámos
os ovos pequeninos para decoração da cesta, os de grande dimensão que passaram
pelo mesmo processo dos pequeninos mas estes para decoração da sala de atividades.
Resutados obtidos: Uma ótima recordação da Páscoa para as crianças partilharem
com os seus familiares. As crianças adoram fazer trabalhos manuais, como é normal,
os mais novos apresentam mais dificuldade em picotar não por falta de habilidade
mas sim por falta motricidade fina, pelo que tive de auxiliar essas crianças.
Figura 8 - Pintura do ovo de grande dimensão
Fonte - Própria
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Figura 9 - Resultado final da cesta da Páscoa
Fonte – Própria
16 - Flutua ou Não Flutua
Objetivos:
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a autonomia;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção.
Duração: 15 minutos.
Materiais: Dois alguidares de diferentes cores, água, dois ovos de esferovite, duas
cascas de nozes, duas pedras, dois parafusos, duas rolhas, dois anéis, duas borrachas.
Descrição: Foram formadas duas equipas, uma das meninas (Figura 10) e outra dos
meninos (cada uma com quatro elementos) cada equipa com o seu alguidar e com os
diferentes objetos, as crianças colocaram os objetos dentro do alguidar e teriam de
dizer quais eram os objetos que flutuavam e os que não flutuavam. (Anexo VI)
Resutados obtidos: No início foi um bocado confuso para as crianças apesar de se
ter explicado que o que flutua é o que se encontra ao cimo da água e o que não flutua
é o que se encontra no fundo do alguidar, mas por fim elas conseguiram compreender
a definição do flutua e não flutua.
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Figura 10 - Equipa das meninas
Fonte - Própria
17 - Corpo Humano
Objetivos:
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a autonomia;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Desenvolver o corpo e a mente para novas realidades;
➢ Promover a motricidade fina;
➢ Promover a atenção.
Duração: 50 minutos.
Materiais: Papel de cenário, dois sacos de plástico para fazer os pulmões,
marcadores, goma eva laranja (bexiga), vermelha (coração) e castanha (rins), rolhas
(intestino delgado), caricas (intestino grosso), canetas de filtro, picos para picotar.
Descrição: As crianças começaram por picotar os moldes dos órgãos que iriam ser
utilizados. Em seguida pedimos a uma criança para fazer de molde do corpo humano,
deitando-se no papel de cenário e os colegas com uma caneta de feltro (Figura 11)
foram delineando as formas do corpo (cabeça, braços, pernas...), assim que terminada
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esta ação, a criança saiu e as restantes foram fazendo os pormenores, as unhas, o
cabelo, os olhos a boca etc. (Anexo VI)
Seguidamente, colocamos em cima da mesa o papel de cenário com o molde do corpo
humano e fomos preenchendo com os órgãos, questionando as crianças quais os
órgãos que estávamos a colocar.
Resutados obtidos: Foi uma ótima atividade para ensinar os principais órgãos do
corpo humano às crianças. Foi uma atividade super divertida porque as crianças
pensavam que os rins eram os pulmões, uma maneira de explicar que eram os rins era
dizer-lhe que eram os “feijões” do nosso corpo. Assim que terminada esta atividades
ensinámos às crianças uma canção sobre os rins.
Figura 11 - Construção do corpo humano
Fonte - Própria
18 - Dª Cegonha
Objetivos:
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Desenvolver o corpo e a mente;
➢ Promover a atenção.
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Duração: 15 minutos.
Materiais: Não foram necessários materiais.
Descrição: Começamos por formar um círculo, todos sempre com uma mão por cima
e a outra por baixo da mão do colega (Figura 12), todos no mesmo sentido no sentido
de fazer uma ligação. Assim que todos estivessem organizados de forma correta,
comecei a atividade para dar o exemplo às crianças (esta atividade requereu a ajuda
tanto da educadora como da assistente operacional), com a minha mão direita fui
encostar a minha mão na mão da criança a qual por sua vez teria de fazer a mesma
atividade à criança seguinte e assim sucessivamente. Ao fazer esta ação todos
tínhamos de cantar:
“Dª Cegonha,
Faz qua qua,
Monta a escola,
Faz qua qua,
Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó”
Quando chegávamos à parte do Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Sí e Dó todos teriam de ter
muita atenção e estar concentrados porque do “Si para o Dó” tinha o objetivo de tentar
bater na mão do colega e este, por sua vez, tinha de tentar retirar a mão sem que este
lhe tocasse.
Resutados obtidos: Este é uma atividade que requer ajuda de mais adultos, sozinha
seria impossível de realizar porque ao início as crianças confundiam-se com as mãos,
foi preciso a ajuda da educadora e da assistente operacional para uma melhor
coordenação de movimentos.
Figura 12 - Auxiliar as crianças na atividade da Dª Cegonha
Fonte - Própria
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19 - Guarda-jóias para o Dia da Mãe
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Duração: 8 minutos cada criança.
Materiais: Caixa pequenina de madeira, tintas, pincéis.
Descrição: Esta atividade foi realizada para a celebração do dia da mãe, optámos por
auxiliar uma criança de cada vez na realização da atividade, enquanto uma criança
pintava a sua caixa (Figura 13) as restantes iriam brincar para os espaços da sala de
atividade (Casa de bonecas, jogos de chão, carrinhos entre outros).
Resutados obtidos: Tem outro gosto para as mães receberem um mimo dos filhos
feito por eles mesmos, as crianças ficam completamente rendidas aos trabalhos
quando se trata de fazerem coisas para os seus pais.
Figura 13 - Pintar o Guarda Jóias para a mãe
Fonte - Própria
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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20 - Papel de embrulho para o Guarda Jóias
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Duração: 20 minutos.
Materiais: Papel de cenário, escovas de dentes velhas, dois pentes, tintas.
Descrição: Começamos por mergulhar as escovas de dentes na tinta e, com o pente
na mão a criança, aproximava-se do papel de cenário e raspava a escova no pente de
forma a fazer respingos de tinta (Figura 14). Foram utilizadas várias cores para dar
vida e embelezar mais o nosso papel de embrulho.
Resutados obtidos: Tudo o que esteja relacionado com tinta as crianças adoram, não
se importam se estão com as mãos sujas de tinta ou não, todo este processo é sem
dúvida muito importantes para as crianças, sentem-se valorizadas, sentem-se úteis, e
claro, com pequenas coisas feitas por eles esboçam grandes sorrisos na cara dos pais.
Figura 14 - Raspagem da escova de dentes no píncel
Fonte - Própria
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21 - Convite Joaninha
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Duração: 15 minutos por dia até ter terminado.
Materiais: Cartolina preta e vermelha, borracha, cola branca, folhas brancas,
computador, impressora, olhos giratórios com cola, uma fita decorativa, cola de
glitter, picos para picotar, tesoura (normal e personalizada).
Descrição: Comecei por desenhar na cartolina preta e vermelha os moldes do corpo
da Joaninha. Em seguida, entreguei-os às crianças para picotarem, enquanto elas
realizavam esta ação, no computador escrevi pormenorizadamente toda a informação
necessária que o convite deveria conter. Posteriormente, decorei as asas da Joaninha
com a cola glitter, coloquei os olhos giratórios e, depois de imprimir e recortar
devidamente a parte escrita colei-a no corpo da Joaninha. Por fim furei a parte
superior das asas juntamente com o corpo e juntei o laço, formando assim aquele lindo
convite (Figura 15).
Resutados obtidos: De uma forma original, as crianças entregaram aos seus
familiares um convite para a sua festa de finalistas.
Figura 15 - Convite para a festa de finalistas
Fonte - Própria
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22 - Encontra os ovos de chocolate
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Desenvolver a capacidade de reação;
➢ Fomentar a agilidade;
➢ Sentido de orientação;
➢ Criar um momento de pura diversão.
Duração: 15 minutos.
Materiais: Oito ovos de chocolate.
Descrição: Enquanto as crianças estavam na sala de atividades fui esconder ao redor
do jardim-de-infância os ovos de chocolate (um para cada criança), assim que os
acabei de esconder, fui chamar as crianças, tinham como objetivo procurar os oito
ovos coloridos, se encontrassem mais que um ovo tinham que doar um dos ovos ao
colega que ainda não tinha, incentivando assim a partilha entre eles (Figura 16).
Resutados obtidos: Esta atividade foi fabulosa, as crianças que tinham encontrado
vários ovos, continuavam a procurar para os colegas que ainda não tinham, de forma
determinada, chegando mesmo a dizer: “Ele(a) ainda não tem ovo temos de continuar
a procurar até encontrar, vamos lá amigos”.
Figura 16 - À procura do ovos de chocolate
Fonte - Própria
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23 - Conto de Histórias
Objetivos:
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover a atenção.
Duração: 10 minutos.
Materiais: Livro e/ou computador e cadeiras.
Descrição: Começava por organizar as oito cadeiras necessárias, uma para cada
criança, assim que tudo estivesse preparado chamava as crianças para junto de mim
contando assim uma história conforme o tema do momento (Figura 17). (Por
exemplo: Se estávamos na Primavera, contava uma história que assim abordasse esse
assunto).
Resutados obtidos: Fiquei muito admirada, a minha ideia inicial era que as crianças
não gostavam nada de ouvir contar histórias, mas enganei-me, as crianças amam que
lhe contem histórias. É uma ótima forma para acalmar as crianças quando estão
muito agitadas.
Figura 17 - Conto de Hitórias
Fonte - Própria
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24 - Placar da Primavera
Objetivos:
➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Promover a motricidade;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Duração: 35 minutos.
Materiais: Papel de cenário, canetas de feltro, cartolinas de várias cores, cola,
tesouras, papel crepe, lã, esponjas, tintas, água.
Descrição: Começamos por auxiliar e ensinar às crianças como se podiam fazer
tulipas com apenas um pedaço de papel colorido. Assim terminada essa ação, cada
criança pegou em um pedaço de esponja, mergulhada na tinta misturada com um
pouco de água, e começou por pintar o papel de cenário, enquanto umas realizavam
essa parte do placard outras colavam os desenhos previamente feitos por mim no
placar (Figura 18).
Resutados obtidos: Uma atividade bastante prática para demonstrar às crianças quais
as diferentes estações do ano, quais as suas características e quais as suas diferenças.
Figura 18 - Criação do placard da Primavera
Fonte – Própria
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3.4 -Atividades desenvolvidas onde não houve
participação das crianças
1 - Decoração vitral da AAAF
Objetivos:
➢ Promover uma maior visibilidade do espaço;
➢ Melhorar o espaço e o ambiente.
Duração: 35 minutos por dia até terminar.
Materiais: Lápis, borracha, folhas brancas, papel autocolante, tesoura.
Descrição: Comecei por elaborar os moldes dos desenhos que tinha em mente,
seguidamente e depois de um longo processo de desenho, passei para o papel
autocolante onde recortei com todo o cuidado cada promenor, em seguida juntei e
colei no vidro (Figura 19, 20 e 21).
Resutados obtidos: O meu objetivo era melhorar todo o espaço onde as crianças se
encontravam depois de estarem no jardim-de-infância, e com muito esforço consegui,
aproveitava todos os espaços de tempo que tinha mais livres (por exemplo hora do
lanche das crianças) para adiantar mais um pouco todo este trabalho. Quando as
crianças viram o resultado final, esboçaram um grande sorriso e disseram: “Joana, tão
lindos os teus desenhos!”. Não há melhor maneira de nos agradecerem mesmo sem
dizer obrigado.
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Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 56
Figura 19 - Resultado final da decoração
Fonte - Própria
Figura 20 e Figura 21 - Resultado final da decoração
Fonte - Própria
2 - Microfone para a festa de finalistas
Objetivos:
➢ Melhorar o ambiente da festa de finalistas.
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Duração: 15 minutos.
Materiais: Bola de esferovite, carro de linha, fita-cola preta, prata, fita cola
transparente.
Descrição: Estava a aproximar-se o dia da festa, e uma das preocupações era ter
pronto todo o material necessário a tempo e horas, faltava um microfone, depois de
todos os esforços para se conseguir um verdadeiro e essas tentativas terem falhado,
tive a ideia de ser eu a fazer um microfone para a festa, depois de aprovada a minha
ideia pela educadora de infância, comecei por colar a bola de esferovite ao carro de
linhas com fita cola, coloquei a prata por cima da bola de esferovite e preenchi com a
fita cola preta por cima (Figura 22).
Resutados obtidos: De uma forma original, fiz um microfone que teve imenso
sucesso na festa de finalistas, pois não era verdadeiro e toda a gente achou super
engraçado. (Anexo VII)
Figura 22 - Microfone
Fonte - Própria
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3 - Filme/ Capa para o CD
Objetivos:
➢ Criar uma recordação.
Duração: 50 minutos para a confeção das capas do CD / 30 minutos por dia para a
realização do filme até estar terminado.
Materiais: Goma eva, cola, CD´s de formato DVD, computador.
Descrição: Como se estava a aproximar o fim do meu estágio, gostava de deixar a
cada criança um mimo feito por mim, resolvi fazer um pequeno filme com todas as
fotos do ano letivo (algumas das fotos cedidas pela instituição). Depois do filme
terminado, fiz umas capas em goma Eva para se colocar o DVD (Figura 23 e 24).
Resutados obtidos: Não poderia ter tido melhor resultado, tanto os pais como as
crianças adoraram o filme, ao ponto de se emocionarem.
Figura 23 e Figura 24 - Capa em goma eva
Fonte - Própria
4 - Criação do horta
Objetivos:
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➢ Ajudar a criança a desinibir-se;
➢ Promover a intereção grupal;
➢ Estimular a concentração;
➢ Promover o espírito de interajuda;
➢ Promover a atenção;
➢ Fomentar a agilidade.
Materiais: Três grãos-de-bico, três feijões brancos, três feijões pretos, três feijões
castanhos, sacho.
Descrição: No exterior do jardim de infância, resolvemos criar uma horta para, ao
longo dos dias, vermos a evolução de cada semente plantada (Figura 25).
Resultados obtidos: O entusiasmo que traziam no rosto fez-me perceber o quanto
elas estavam a adorar esta atividade.
Figura 25 - Criação da Hota
Fonte – Própria
3.5 - Atividades em que prestei auxílio
Na minha prespetiva, todas estas atividades são de grande importância, para
que a criança possa ter direito a novas experiências, conviverem umas com as outras,
e, principalmente, terem conhecimento do mundo social.
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Atualmente as crianças quando saem do jardim estão mais direcionadas para
“brincar” à frente de um computador, de uma playstation, de um telemóvel, não vão
para a rua, não jogam à bola, não fazem atividades em conjunto, é muito raro ver uma
criança hoje em dia a fazer esse tipo de atividades ao ar livre.
Deste modo, surgem estas atividades com o intuito de atuar de forma ativa nas
necessidades atuais da criança ao nível da animação e inovação social.
1 - Ida ao Paço da Cultura
Objetivos:
➢ Promover momentos de lazer e cultura.
Materiais: Transporte para onze pessoas (oito crianças, uma educadora, uma
assistente operacional e uma estagiária), chapéus, bolachas maria.
Descrição: O JI proporcionou-me uma ida ao paço da cultural com as crianças, para
que pudessem verificar uma vasta recolha de tradições do povo da cidade da Guarda,
desde profissões antigas, objetos de uso doméstico antigo, trajes tradicionais entre
outros. Por fim, fizemos um pequeno convívio com as pessoas do rancho (Figura 26)
folclórico da Guarda, cantámos e dançámos com eles de modo a que as crianças
pudessem verificar todo um conjunto de danças tradicionais do tempo dos avós.
Resultados obtidos: Foi uma atividade que as crianças gostaram, ficaram a conhecer
pequenas coisas dos nossos antepassados.
Figura 26 - Dança do Rancho Folclórico
Fonte – Própria
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2 - Ida ao Parque Polis/ Pavilhão Desportivo de S. Miguel
Objetivos:
➢ Promover momentos de lazer e cultura.
➢ Promover bons hábitos ambientais.
Materiais: Transporte para onze pessoas (oito crianças, uma educadora, uma
assistente operacional e uma estagiária), chapéus, bolachas maria.
Descrição: No âmbito do Dia da Àrvores, as crianças do jardim-de-infância do Bairro
do Pinheiro e em conjunto com outros jardins de infância da freguesia da Guarda,
realizaram uma visita ao parque Polis para plantar árvores de maneira a celebrar esse
mesmo dia (Figura 27). Posteriormente, deslocamos-nos até ao pavilhão para que
pudessemos assistir a um espetáculo sobre a natureza (Figura 28).
Resultados obtidos: Esta atividade foi sem dúvida um sucesso, as crianças adoraram
plantar as árvores, regar, muitas delas nunca tinham tinham tido assim contacto com
agrícultura.
Figura 27 - Rega da árvore plantada
Fonte - Própria
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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Figura 28 - Espetáculo sobre a Natureza
Fonte - Própria
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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3 - Peddy Papper no Parque Polis
Objetivos:
➢ Promover momentos de lazer e cultura.
Materiais: Caneta.
Descrição: Em conjunto com a Escola de primeiro ciclo do Bairro do Pinheiro,
fizemos uma caminhada até ao parque Polis para a realização de um peddy papper
organizado pelas professoras e pela educadora de infância. Formaram-se equipas,
cada equipa era formada tanto por alunos do 1º ciclo como do jardim de infância onde
estaria sempre presente um adulto (Figura 29).
Descrição: Foi sem dúvida uma atividade bastante interessante, relatando factos do
parque em que nem mesmo eu tinha reparado. (Anexo IX)
Figura 29 - Peddy Paper
Fonte - Própria
4 - Ida ao Parque Geológico
Objetivos:
➢ Promover momentos de lazer e cultura.
Materiais: Transporte para onze pessoas (oito crianças, uma educadora, uma
assistente operacional e uma estagiária), chapéus, bolachas maria, almoço.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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Descrição: Foi organizada uma visita ao parque geológico para que as crianças
(Figura 30) pudessem verificar todo um conjunto de animais, alguns deles
abandonados (Figura 31), outros em vias de extinção. Também foi realizada uma
visita guiada ao veterinário do parque, verifincando-se assim animais feridos a serem
tratados.
Por fim pudemos assistir à libertação de uma ave já curada.
Resultados obtidos: Foi uma das melhores experiências da minha vida, não há
melhor coisa na vida que ver pessoas que lutam diariamente pelos animais que, muitas
vezes, foram abandonados.
Figura 30 - Passeio pelo parque geológico
Fonte - Própria
Figura 31 - Visita aos Cágados
Fonte - Própria
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Reflexão Final
Este relatório é o resultado de todo o trabalho desenvolvido ao longo dos
meses de estágio no Jardim-de-Infância do Bairro do Pinheiro que culmina assim com
o fim do meu percurso académico enquanto aluna da licenciatura de Animação
Sociocultural na ESECD do IPG.
Foi uma das mais gratificantes experiências da minha vida pois nunca tinha
tido contacto direto com crianças de uma instituição como esta, e fui capaz de lidar
diariamente com algumas dificuldades e também colaborar em algumas suas rotinas.
Após uma breve análise e reflexão, posso concluir que houve uma grande
evolução da minha parte, a nível pessoal mas, principalmente, a nível profissional, é
sem dúvida imprenscindível a realização do estágio para que possamos ter contacto
direto com o público-alvo, experimentarmos as atividades que temos em mente e que
tínhamos assim planeado, ver os resultados finais de cada atividade e, principalmente,
ir aprendendo com as dificuldades diárias. Qualquer uma das atividades realizadas e
desenvolvidas por mim revelaram-se uma verdadeira e pura aprendizagem, aprendi
que as crianças são os seres mais inocentes mas também os mais especiais do mundo.
Podemos ensinar-lhes e transmitir-lhes muita coisa, mas é garantido que também nos
vão mostrar muitos ensinamentos da vida. Acentuaram a minha ideia de que devemos
dar valor às coisas mais importantes, tais como a família, a saúde, o amor e a amizade.
Com todo o esforço e dedicação senti que fiz a diferença na vida das crianças
tanto como elas fizeram na minha, aprenderam e evoluíram, no decorrer de todo o
estágio, foram notórios os progressos graduais de atividade para atividade.
A instituição onde decorreu o meu estágio permitiu-me sempre acompanhar
as diversas visitas de estudo, as aulas lecionadas por professores externos, assim como
integrar-me e participar em todas as atividades implementadas pela própria
educadora. Ao longo do meu estágio deparei-me com a importância da ASC na vida
das crianças, pude avaliar as suas necessidades a partir da observação direta,
percebendo assim a melhor forma de atuar e quais as atividades que se adequavam
mais a este público-alvo.
Relativamente às atividades desenvolvidas, na minha opinião foram
bem-sucedidas, havendo sucesso na sua realização, foram sempre bem acolhidas pela
educadora de infância. As atividades foram moldadas e adaptadas conforme as
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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necessidades que iam surgindo. Desde o início, consegui captar a atenção e o respeito
de todas as crianças, o que era um ponto positivo para me sentir confiante no trabalho
que estava a realizar. As crianças são, sem dúvida, um público-alvo com o qual
gostaria de trabalhar futuramente, elas são energéticas, alegres, sonhadoras e
identifico-me imenso com elas nesse aspeto. Posso dizer que não poderia ter escolhido
um curso melhor para mim, é a profissão que se adequa inteiramente à minha pessoa,
à minha personalidade.
Ter estagiado no Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro foi uma das
experiências que guardarei para sempre no meu coração, aquelas são “as minhas
crianças”, com elas criei um elo de ligação muito forte que se mantém mesmo após o
término do meu estágio.
O balanço final que faço é extremamente positivo. De facto, foi excelente
poder pôr em prática conhecimentos que adquiri ao longo do curso. Esta experiência
foi melhorando dia após dia, sendo que tenho agora que continuar arduamente a
trabalhar para melhorar sempre e lutar para vencer, pelo meu futuro enquanto
animadora.
Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
Jardim de Infância Bairro do Pinheiro 67
Bibliografia
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J. T Bernet (Coord.), Animação sociocultural: teorias, programas e âmbitos
(pp.19-63). Lisboa: Horizontes pedagógicos, Editorial Ariel/ Instituto Piaget.
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Joana Raquel Teixeira da Costa | Relatório de Estágio - Animação Sociocultural | ESECD - IPG
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Expressão Físico Motora, in:
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21/10/2017
Anexos
Índice de Anexos
Anexo I – Tabela das aulas lecionadas por professores do exterior da instituição
Anexo II – Fotografias do Jardim do Bairro do Pinheiro
Anexo III – Fotografias da AAAF
Anexo IV – Fotografias com as crianças
Anexo V – Visitas de estudo
Anexo VI – Fotografias das várias atividades
Anexo VII – Fotografias da festa de finalistas
Anexo VIII – Diploma
Anexo IX – Diploma Peddy Paper
Anexo X – Estatuto do Animador Sociocultural
Anexo I – Tabela das atividades
desenvolvidas por professores do
exterior da instituição
Figura 1 – Tabela das atividades desenvolvidas por professores do exterior da instituição
Fonte – Própria
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Manhã Ginástica Inglês Dramática ----------------- Língua Gestual
(15 em 15 dias)
Tarde ----------------- ----------------- Música ----------------- -----------------
Anexo II – Fotografias do Jardim
do Bairro do Pinheiro
Figura 2 e 3 – Pátio esterior do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Fonte – Própria
Figura 4 e 5 – Hall de entrada
Fonte – Própria
Figura 6 e 7 – Sala de Atividades
Fonte – Própria
Figura 8 e 9 – Sala de Atividades
Fonte – Própria
Figura 10 – Entrada
Fonte – Própria
Figura 11 – Arrecadação
Fonte – Própria
Figura 12 e 13 – Pátio Exterior
Fonte – Própria
Figura 14 e 15 – Pátio Exterior
Fonte – Própria
Figura 16 – Desenho da parede de entrada do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Fonte – Própria
Figura 17– Lateral do Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro
Fonte – Própria
Anexo III – Fotografias da
AAAF
Figura 18 e 19 – Sala da atividades da AAAF
Fonte – Própria
Figura 20 e 21 – Sala da atividades da AAAF
Fonte – Própria
Figura 22 – Entrada da AAAF
Fonte – Própria
Figura 23 e 24 – Refeitório da AAAF
Fonte – Própria
Figura 25 – Jogos de chão
Fonte – Própria
Figura 26 e 27 – Apanhar amoras
Fonte – Própria
Figura 28 – Crianças no parque geológico
Fonte – Própria
Figura 29 – Piscinas (último dia de estágio)
Fonte – Própria
Anexo V – Visitas de estudo
Figura 30 e 31 – Visualização de um espetáculo
Fonte – Própria
Figura 32 e 33 – Pintura de cadeiras
Fonte – Própria
Figura 34 e 33 – Visita à escola da Sequeira (apresentação de um livro)
Fonte – Própria
Figura 35 e 36 – Visita ao Paços da Cultura
Fonte – Própria
Figura 37 e 38 – Visita ao Paços da Cultura
Fonte – Própria
Figura 39 e 40 – Visita ao Parque Geológico
Fonte – Própria
Figura 41 e 42 – Visita ao Parque Geológico
Fonte – Própria
Figura 43 e 44 – Visita ao Parque Polis
Fonte – Própria
Figura 45 e 46 – Visita ao Pavilhão Desportivo de S. Miguel
Fonte – Própria
Figura 47 e 48 – Piscinas (último dia de estágio)
Fonte – Própria
Figura 49– Flutua ou Não Flutua
Fonte – Própriaa
a
Figura 50– Corpo Humano
Fonte – Própria
Figura 51– Jogo celebração do Dia da Criança
Fonte – Própria
Figura 52– Recorte de papel
Fonte – Própria
Figura 53– Carimbagem para o placar da Primavera
Fonte – Própria
Figura 54– Picotar
Fonte – Própria
Figura 55– Confeção do placar da Primavera
Fonte – Própria
Figura 56– Peddy Paper
Fonte – Própria
Figura 57 e 58 – Decoração da festa de finalistas
Fonte – Própria
Figura 59 e 60 – Decoração da festa de finalistas
Fonte – Própria
Figura 61 e 62– Danças da festa de finalistas
Fonte – Própria
Figura 63 e 64– Danças da festa de finalistas
Fonte – Própria
Figura 65 e 66 – Danças da festa de finalistas
Fonte – Própria
Figura 67 – Bolo
Fonte – Própria
Anexo VIII – Diploma
Figura 68 – Diploma para os finalistas
Fonte – Própria
Anexo IX– Diploma Peddy
Paper
Figura 69 – Diploma de participação do Peddy Paper
Fonte – Própria
Anexo X – Estatuto do Animador
Sociocultural
ESTATUTO DO ANIMADOR SOCIOCULTURAL
PREÂMBULO
A Animação Sociocultural é o conjunto de práticas desenvolvidas a partir do
conhecimento de uma determinada realidade, que visa estimular os indivíduos, para
a sua participação com vista a tornarem-se agentes do seu próprio processo de
desenvolvimento e das comunidades em que se inserem. A Animação Sociocultural
é um instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integrado dos
indivíduos e dos grupos.
O animador sociocultural é aquele que, sendo possuidor de uma formação
adequada, é capaz de elaborar e executar um plano de intervenção, numa comunidade,
instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas,
desportivas, recreativas e lúdicas.
O presente Estatuto do Animador Sociocultural foi ratificado por aclamação
no I Congresso Nacional de Animação Sociocultural, subordinado ao tema da
Profissão e Profissionalização dos Animadores, que se realizou nos dias 18, 19 e 20
de novembro de 2010, no Centro Cultural e de Congressos da cidade de Aveiro, após
ter sido aprovado por unanimidade na Assembleiageral da APDASC – Associação
Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação SócioCultural, realizada nos dois
primeiros dias do Congresso.
CAPÍTULO I
OBJETO, ÂMBITO, NATUREZA, OBJETIVOS E ESTRUTURA DA CARREIRA
Artigo 1º
Objeto
1. O presente diploma estabelece o Estatuto do Animador Sociocultural,
nomeadamente no âmbito das carreiras da administração central, regional, local, do
3.º sector e empresas privadas.
Artigo 2º
Âmbito
1. O presente diploma aplica-se em Portugal continental e às respectivas Regiões
Autónomas dos Açores e Madeira, a todos os Animadores Socioculturais que,
independentemente do vínculo contratual, desenvolvam a sua atividade na
administração central, regional, local, do 3.º sector ou em empresas privadas.
Artigo 3º
Natureza e Objetivos
1. A carreira dos Animadores Socioculturais enquadra todas as pessoas que tenham
em sua posse o respetivo certificado ou diploma em Animação Sociocultural,
Animação e Intervenção Sociocultural, Animação Educativa e Sociocultural,
Animação Cultural, Animação Socioeducativa, Animação Cultural e Educação
Comunitária, Animador Sociocultural, Animador Sociocultural/Técnico de geriatria,
Animador Sociocultural/Assistente familiar, Animador Sociocultural/Desporto,
Técnico de Animação Sociocultural, Animador Social, Animador Social/Assistente
de Geriatria, Animador Social/Assistente Familiar, Animador Social/Organização e
apoio nas áreas sociais, Animador Social/Organização e planeamento, e Animador
Social/Técnico de desenvolvimento, obtido através de curso superior, pós-secundário
ou secundário legalmente reconhecido pelo Ministério da Educação ou Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e que exerçam a sua atividade no território
nacional, independentemente do regime em que esta é desenvolvida.
2. No desenvolvimento das suas funções, o Animador Sociocultural, atua em
conformidade com as metodologias da Animação Sociocultural, e dentro dos
respetivos conteúdos funcionais inerentes às categorias profissionais.
Artigo 4º
Estrutura e Acesso às Carreiras Profissionais
1. O presente Estatuto define dois tipos de Animadores Socioculturais:
a) Técnico Superior em Animação Sociocultural
b) Assistente Técnico em Animação Sociocultural
2. Considera-se Técnico Superior em Animação Sociocultural aquele que tenha a
titularidade oficialmente reconhecida e correspondente à licenciatura em Animação
Sociocultural, Animação e Intervenção Sociocultural, Animação Educativa e
Sociocultural, Animação Cultural, Animação Socioeducativa, Animação Cultural e
Educação Comunitária. Qualquer outro diploma, ainda que de habilitações idênticas
ou superiores à licenciatura, não possibilita o acesso a esta Carreira.
3. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito da função pública, enquadra-se nas carreiras gerais
da função pública de Técnico Superior (cf. Art.º 49, Lei N.º 12-A/2008, DR 1.ª Série
- N.º 41 – 27 Fevereiro).
4. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito das Instituições Particulares de Solidariedade Social
(IPSS), enquadra-se na carreira de Técnico Superior de Animação Sócio-Cultural de
1.ª (nível III), Técnico Superior de Animação Sócio-Cultural de 2.ª (nível IV),
Técnico Superior de Animação Sócio-Cultural de 3.ª (nível V), (cf. Boletim do
Trabalho e Emprego, n.º 34 de 15 de setembro de 2010).
5. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito das Misericórdias, enquadra-se na carreira de
Animador Sociocultural, Animador Cultural ou Animador Familiar, níveis V (Grau
I), IV (Grau II) e III (Grau Principal), (Cf. Boletim do Trabalho e Emprego, 1.ª série
n.º 47, de 22 de Dezembro de 2001).
6. Considera-se Assistente Técnico em Animação Sociocultural aquele que tenha em
sua posse o respetivo certificado ou diploma oficialmente reconhecido e
correspondente à conclusão do 12.º ano, ou habilitação equivalente, em Curso de
Animador Sociocultural, Animador Sociocultural/Técnico de geriatria, Animador
Sociocultural/Assistente familiar, Animador Sociocultural/Desporto, Técnico de
Animação Sociocultural, Animador Social, Animador Social/Assistente de Geriatria,
Animador Social/Assistente Familiar, Animador Social/Organização e apoio nas
áreas sociais, Animador Social/Organização e planeamento, e Animador
Social/Técnico de desenvolvimento. Qualquer outro diploma, ainda que de
habilitações idênticas ou superiores ao 12.º ano, não possibilita o acesso a esta
Carreira.
7. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito da função pública, enquadra-se nas carreiras gerais
da função pública de Assistente Técnico (cf. Art.º 49, Lei N.º 12-A/2008, DR 1.ª Série
- N.º 41 – 27 Fevereiro).
8. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito das Instituições Particulares de Solidariedade Social
(IPSS), enquadra-se na carreira de Animador Sócio-Cultural (nível IX), (cf. Boletim
do Trabalho e Emprego, n.º 34 de 15 de setembro de 2010).
9. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua
atividade profissional no âmbito das Misericórdias, enquadra-se na carreira de
Animador Sociocultural, Animador Cultural ou Animador Familiar, níveis IX (Grau
I), VIII (Grau II) e VII (Grau Principal), (Cf. Boletim do Trabalho e Emprego, 1.ª
série n.º 47, de 22 de Dezembro de 2001).
CAPÍTULO II
CONTEÚDO FUNCIONAL
Artigo 5º
Conteúdo funcional
1. O exercício da atividade de Técnico Superior em Animação Sociocultural insere-
se no quadro das competências atribuídas aos organismos da administração central,
regional, local, do 3.º sector e empresas privadas, compreendendo um conjunto de
funções na definição de planos e programas de intervenção no domínio sociocultural.
2. O Técnico Superior em Animação Sociocultural, é o trabalhador responsável pela
conceção e coordenação de processos de diagnóstico sociocultural, bem como pelo
planeamento, execução, gestão, acompanhamento e avaliação de projetos, programas
e planos de Animação Sociocultural. Coordena equipas de Assistentes Técnicos em
Animação Sociocultural ou outros, definindo, implementando e avaliando estratégias
para a sua intervenção através dos recursos possíveis.
3. O exercício da atividade de Assistente Técnico em Animação Sociocultural insere-
se no quadro das competências atribuídas aos organismos da administração central,
regional, local, do 3.º sector e empresas privadas, e compreende um conjunto de
funções, superiormente enquadradas, visando a intervenção junto de uma comunidade
ou grupo tendo por instrumento técnicas de Animação Sociocultural e por objeto o
desenvolvimento global e a integração pela via da atividade social e cultural dessa
comunidade ou grupo.
4. O Assistente Técnico em Animação Sociocultural, é o trabalhador que está
capacitado para (cf. perfil de Animador Sociocultural no Catálogo Nacional de
Qualificações):
a) Diagnosticar e analisar, em equipas técnicas multidisciplinares, situações de risco
e áreas de intervenção sob as quais atuar, relativas ao grupo alvo e ao seu meio
envolvente (observar e recolher informação, através de instrumentos vários, sobre a
comunidade, o grupo e o indivíduo; despistar situações de risco, encaminhando-as
para as equipas técnicas especializadas).
b) Planear e implementar, em conjunto com a equipa técnica multidisciplinar, projetos
de intervenção sócio-comunitária.
c) Planear, organizar e avaliar atividades de carácter educativo, cultural, desportivo,
social, lúdico, turístico e recreativo, em contexto institucional, na comunidade ou ao
domicílio, tendo em conta o serviço em que está integrado e as necessidades do grupo
e dos indivíduos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade da sua
inserção e interação social (conceber os materiais necessários para o desenvolvimento
das atividades de animação, tais como, fantoches, gigantones, esculturas, trabalhos de
cerâmica, máscaras, adereços e pinturas).
d) Desenvolver atividades diversas, nomeadamente ateliês, visitas a museus e
exposições, encontros desportivos, culturais e recreativos, encontros intergeracionais,
atividades de expressão corporal, leitura de contos e poemas, trabalhos manuais, com
posterior exposição dos trabalhos realizados, culinária, passeios ao ar livre.
f) Promover a integração grupal e social e envolver as famílias nas atividades
desenvolvidas, fomentando a sua participação.
g) Fomentar a interação entre os vários atores sociais da comunidade, articulando a
sua intervenção com os atores institucionais nos quais o grupo alvo/indivíduo se
insere.
h) Acompanhar as alterações que se verifiquem na situação dos clientes/utilizadores
e que afetem o seu bem-estar.
i) Elaborar relatórios de atividades.
CAPÍTULO III
DIREITOS E DEVERES
Artigo 6º
Direitos
1. São garantidos aos Animadores Socioculturais os direitos estabelecidos para os
trabalhadores em geral, bem como os direitos profissionais decorrentes do presente
Estatuto.
2. São direitos profissionais do Animador Sociocultural:
a) Direito de participação.
b) Direito à formação e informação para o exercício da sua função.
c) Direito ao apoio técnico, material e documental.
d) Direito à segurança na atividade profissional.
e) Direito à negociação coletiva.
Artigo 7º
Direito de participação
1. O direito de participação exerce-se nos diferentes âmbitos da Animação
Sociocultural.
2. O direito de participação que, consoante os casos, é exercido individualmente, em
grupo ou através de organizações profissionais ou sindicais, que venham a formar-se,
compreende:
a) O direito de participar na definição da política de Animação Sociocultural à escala
comunitária, local, regional e nacional.
b) O direito de intervir na orientação pedagógica dos projetos de Animação
Sociocultural em que se encontre envolvido, bem como na escolha dos métodos, das
tecnologias e técnicas de animação mais adequadas.
c) O direito de coordenar e participar em projetos de estudo e investigação na área da
Animação Sociocultural, bem como nos respetivos processos de avaliação.
d) O direito de eleger e ser eleito para organizações profissionais ou sindicais, que
venham a formar-se.
Artigo 8º
Direito à formação e informação
1. O direito à formação e informação para o exercício da sua função é garantido pelo
acesso a ações de formação contínua regulares, destinadas a atualizar e aprofundar os
conhecimentos e as competências profissionais e ainda à autoformação, podendo visar
objetivos de reconversão profissional, bem como de mobilidade e progressão na
carreira.
Artigo 9º
Direito ao apoio técnico, material e documental
1. O direito ao apoio técnico, material e documental exerce-se sobre os recursos
necessários à formação e informação do Animador Sociocultural, bem como ao
exercício da Animação Sociocultural.
Artigo 10º
Direito à segurança na atividade profissional
1. O direito à segurança na atividade profissional compreende a proteção por
acidentes em serviço, nos termos da legislação aplicável, bem como a prevenção e
tratamento de doenças que venham a ser definidas pelo Governo, como resultando
necessária e diretamente do exercício continuado da função de Animador
Sociocultural.
2. O direito à segurança na atividade profissional compreende ainda, a penalização da
prática de ofensa corporal ou outra violência sobre o Animador Sociocultural no
exercício das suas funções ou por causa delas.
3. Direito ao sigilo e confidencialidade.
Artigo 11º
Direito à negociação coletiva
1. É reconhecido ao Animador Sociocultural o direito à negociação coletiva, nos
termos legalmente previstos.
Artigo 12º
Deveres profissionais
1. O Animador Sociocultural está obrigado ao cumprimento dos deveres estabelecidos
para os trabalhadores em geral e dos deveres profissionais decorrentes do presente
Estatuto.
2. Decorrendo da natureza da função exercida, são deveres profissionais do Animador
Sociocultural:
a) Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos, promovendo o
desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e criatividade,
incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente
intervenientes na vida da comunidade.
b) Reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais dos membros da comunidade,
valorizando os diferentes saberes e culturas, combatendo processos de exclusão e
discriminação, promovendo a interculturalidade.
c) Colaborar com todos os intervenientes da Animação Sociocultural, favorecendo a
criação e o desenvolvimento de relações de respeito mútuo.
d) Participar na organização e assegurar a realização das atividades de Animação
Sociocultural.
e) Respeitar o sigilo profissional, respeitando principalmente a natureza confidencial
da informação relativa aos cidadãos, salvo se em consciência estão em sério risco
exigências do bem comum.
f) Refletir sobre o trabalho realizado individual e coletivamente, defendendo o projeto
pessoal e comunitário.
g) Enriquecer e partilhar os recursos da Animação Sociocultural, bem como utilizar
novos meios que lhe sejam propostos numa perspetiva de abertura à inovação e de
reforço da qualidade da Animação Sociocultural.
h) Respeitar, como forma de inserção na comunidade, as tradições, os usos e costumes
do meio envolvente ao local em que exerce funções.
i) Co-responsabilizar-se pela preservação e uso adequado das instalações e
equipamentos que utilize.
j) Atualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, capacidades e competências, numa
perspetiva de desenvolvimento pessoal e profissional.
k) Cooperar com os restantes intervenientes na Animação Sociocultural com vista à
implementação de projetos.
l) Promover as relações internacionais e a aproximação entre povos.
m) Cumprir as obrigações do Código Deontológico do Animador Sociocultural.