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TRABALHAR PARA BH FUNCIONAR. PLANO DE GOVERNO COLIGAÇÃO PRA BH FUNCIONAR

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TRABALHAR PARA BH FUNCIONAR.

PLANO DE GOVERNO

COLIGAÇÃO PRA BH FUNCIONAR

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PRA BH FUNCIONARPLANO DE GOVERNO

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PL ANO DE GOVERNO

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

SAÚDE

EDUCAÇÃO

SEGURANÇA

MOBILIDADE URBANA

REGIÃO METROPOLITANA

HABITAÇÃO E INFRAESTRUTURA

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,TURSMO E NEGÓCIOS

CULTURA E ESPORTE

SUSTENTABILIDADE, MINORIASE CIDADANIA

4

6

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30

45

56

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85

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APRESENTAÇÃO

Venho apresentar ao povo de BH minhas propostas para governar a cidade.São ideias que surgiram de um conceito simples, assim como eu sou: quero uma cidade que seja boa para se viver e que propicie bem-estar para seus habitantes. Este é o objetivo da boa administração: oferecer conforto para as pessoas no lugar em que elas vivem.

Não vou propor grandes obras, mesmo porque os tempos não são para isso.Temos que fazer FUNCIONAR melhor o que já temos e botar para frente o que não foi feito. Queremos uma cidade onde os pais e os fi lhos voltem para casa seguros, sejam bem atendidos num posto de saúde e tenham uma boa educação. Queremos respirar ar puro e desfrutar do verde de nossa natureza, nos locomovendo de forma rápida, efi ciente e sem transtornos, trafegando por ruas bem conservadas num ambiente urbano bonito e bem ordenado.

BH tem um conjunto de ideias surgidas ao longo de várias administrações e que vêm sendo implementadas por um corpo de servidores da mais alta qualidade e dedicação. Mas chegou um momento que temos que ousar e fazer algo diferente. E diferente agora é o mais simples, pois queremos botar para funcionar com qualidade e conforto o que já está aí.

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Para isso, temos que ter os melhores gestores nos postos mais adequados para que as coisas funcionem. Se eu fosse escolher apenas um indicador para a minha gestão, ele seria o da SATISFAÇÃO das pessoas com os serviços da Prefeitura e o BEM-ESTAR proporcionado a elas. Todos os princípios da boa gestão e governança se resumiriam nele.

Nosso programa estará concentrado no tripé básico que importa à população: Saúde, Educação e Segurança Pública. Essas são as funções essenciais para conferir qualidade de vida ao nosso povo. Essas são as maiores obrigações da Prefeitura. Nossa prioridade é cumpri-las, trabalhando dia e noite para BH funcionar. Não quer dizer que não estaremos tratando também dos temas da mobilidade urbana, da cultura e do esporte, da sustentabilidade, da habitação, da infraestrutura urbana, do desenvolvimento econômico, entre tantos. Pelo contrário, todo nosso esforço será para fazer com que todos esses serviços públicos funcionem melhor, a partir de muitos projetos já existentes que serão avaliados e de outros que julguemos necessários acrescentar. Mas nossa prioridade estará no tripé que interessa a todos para vivermos melhor.

A partir de uma proposta inicial registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), recebemos centenas de sugestões de colaboradores, internautas, entidades da sociedade civil que, somadas àquelas que recebi diretamente do povo nas minhas andanças por todas as regiões de Belo Horizonte, resultaram neste documento que consolida uma proposta de gestão baseada no conceito fundamental de minha campanha, qual seja, precisamos fazer BH funcionar.

Alexandre Kalil

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SAÚDE

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Poucos momentos são tão difíceis em nossas vidas como quando precisamosde serviços médicos para algum filho, parente ou amigo. Via de regra, enfrentamos o labirinto de informações e orientações para chegarmos à unidade, ao serviço ou às mãos do profissional adequado a cada caso.

Demoras, descaso, indiferença e desamparo são a consequência de um sistema que tem na outra ponta profissionais sobrecarregados, trabalhando com condições mínimas e sob a pressão de uma rotina estressante e desmotivadora. Será possível oferecermos um pouco mais de conforto neste momento tão dramático da vida das pessoas?

A área de saúde vem sendo crescentemente pressionada por fatores de ordem demográfica e tecnológica. Nossa população está envelhecendo graças ao avanço científico na produção de medicamentos, bem como de equipamentos e técnicas de diagnóstico sofisticadas. Temos cada vez mais pessoas para serem atendidas.Os governos têm que se adaptar a esse novo contexto.

As demandas são ainda mais perturbadoras, se levarmos em conta que passamos por uma grave crise econômica que leva um número cada vez maior de usuários para o sistema público de saúde. Temos que promover a prevenção e continuar investindo na saúde básica, de urgência e de emergência.

Somado a isso, temos ainda a ineficiência da gestão pública no manejo da saúde, com sua crônica falta de planos para enfrentar situações como aquelas das epidemias que anualmente ocorrem em nossa cidade, ou ainda as doenças crônicas. Saúde é um setor que custa caro. Belo Horizonte executou, em 2014, R$ 2.826.577.321 – o que significa um dos maiores gastos per capita entre as capitais brasileiras (R$ 1.129,48), embora em 2015 esse gasto tenha caído para R$ 965,261. Em 2015, o valor global dos gastos diminuiu para R$2.404.565.5901.

Em 2016, o valor orçado é de R$ 3.636.045.904. Mas até o primeiro quadrimestre haviam sido gastos efetivamente R$ 597 milhões, e empenhados outros R$ 992 milhões.

1Valores constantes (corrigidos pelo IPCA), informados pela Secretaria do Tesouro Nacional (2014).

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Na última gestão, tínhamos, em 2015, 38 projetos distribuídos em seis programas. Não obstante esse grande número de projetos, os resultados estão muito aquém das necessidades da população, não tendo a qualidade que os belo-horizontinos esperam, segundo atestam diversas pesquisas de opinião. Uma das explicações é que muitas realizações não se concretizaram em áreas estruturantes, tais como o atendimento nos hospitais e postos de saúde, ou na qualidade dos atendimentos e da prevenção de doenças. Outra questão, que gostaríamos de compartilhar, é que precisamos desenvolver um novo modelo de GESTÃO para a saúde, que procure ampliar a qualidade dos serviços oferecidos.

A gestão dos serviços de saúde obedece à lógica das redes de atendimento, cuja unidade básica se dá na Atenção Primária à Saúde2. Nessa unidade, cerca de 90% dos problemas podem ser resolvidos ou encaminhados às instâncias competentes.

Do ponto de vista do fluxo, é bem desenhado. Mas, sob o prisma da qualidade do serviço, temos que desenvolver um modelo através de equipes que se encarregarão de dar maior conforto nos postos de saúde, e Unidades de Pronto Atendimento que sejam capazes de atender de forma mais amigável o enorme fluxo de pessoas que buscam serviços de saúde.

COMPROMISSOS

• Atendimento solidário: Criação de uma Central de Atendimento, eletrônica e física aos serviços de saúde, que se encarregará de orientar e conduzir os usuários e possibilitará o acesso eletrônico ao sistema de saúde. Trata-se de ampliar o acesso aos serviços de saúde através da internet, de forma que se possa marcar boa parte dos procedimentos, exames e consultas eletronicamente, reduzindo assim significativamente o tempo de espera.

• Medicina preventiva: Reforçar o atendimento na chamada atenção primária, onde cerca de 90% dos problemas mais comuns de saúde da população podem ser resolvidos. Se a prevenção for privilegiada, com o

2VILAÇA MENDES, Eugênio, 2015. A construção social da atenção primária à saúde. Conselho Nacional de Secretários da Saúde – Conass, DF.

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a quantidade de pessoas que precisarão de acesso ao sistema de atendimento médico, por óbvio, vai diminuir, com reflexos também na redução de custos.

• Educação em Saúde:

• Medicina Curativa: Dois gargalos do sistema de saúde do município serão atacados de forma agressiva a partir de 2017: consultas especializadas e cirurgias eletivas. As filas por esses procedimentos são enormes, causando um profundo sofrimento aos usuários dos sitema público de saúde da nossa capital e são desumanas. Vamos resolver isso com:

> Convênios com escolas de Medicina, aproveitando os estágios dos alunos do sexto ano para dar orientações aos alunos da rede municipal de ensino (sobre alimentação, prática de atividades esportivas, uso de protetor solar, uso de preservativos etc.).

> Convênios com escolas de Odontologia, para que os profissionais dessas instituições possam fazer atendimento em saúde oral tanto nas escolas como na rede de saúde do município.

> Abordagem de grupos específicos com maior risco de doenças, como moradores de rua, dependentes químicos, numa ação conjunta com a Secretaria de Assistência Social e por meio de parcerias com faculdades de Medicina, instituições religiosas e do terceiro setor.

> Aumento dos leitos dos hospitais públicos municipais (Odilon Behrens, Célio de Castro e Risoleta Neves).

> Expansão da contratação de serviços da rede filantrópica ou de ensino (Santa Casa, Baleia, São José, São Francisco).

> Parceria com os diversos hospitais estaduais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

> Parcerias com o Hospital Universário Federal.

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Por fim, é preciso cuidar da HUMANIZAÇÃO do atendimento que é prestado aos usuários do sistema público de saúde do município de Belo Horizonte. Para tanto, vamos promover treinamentos seriados para todos os funcionários da rede pública municipal, para que eles estejam melhor qualificados e capacitados para prestar um atendimento mais civilizado ao cidadão.

A SITUAÇÃO HOSPITALAREm junho de 2016, dispúnhamos de 8.717 leitos hospitalares em Belo Horizonte, o que nos situa nos mesmos patamares de Recife, com 8.732, metade de Rio de Janeiro (16.931) e menos de um terço de São Paulo. Daqueles, a capital mineira contava com 5.149 leitos do SUS e 2.569 que não eram do SUS3.

> Aumento das equipes do atendimento primário e secundário (médicos, pessoal de enfermagem e de apoio) nos centros de saúde e nas UPAs – assim, esperamos melhorar o acesso de gestantes ao pré-natal, melhorar a capacidade do diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo de útero, melhorar o acesso ao programa de saúde mental.

> Expansão nos centros de saúde, a abordagem específica de grupos de maior risco de doenças (diabéticos, hipertensos, dependentes químicos, moradores de rua).

> Viabilizar o fornecimento gratuito de medicamentos essenciais.

> Expandir a capacidade do serviço de atendimento de urgência (SAMU), com aumento de equipes e aquisição de equipamentos, bem como aumentar interação com equipes de resgate do Corpo de Bombeiros.

3FONTE: Datasus

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O número de leitos hospitalares tem permanecido inalterado em relação à população da cidade. Em 2009 tínhamos 2,2 leitos para cada grupo de mil habitantes, e chegamos ao mesmo número em 2013, com 2,2 por mil.

Temos 147 centros de saúde, assim distribuídos na cidade: 20 na Regional Barreiro, 12 na Centro-Sul, 14 na Leste, 21 no Nordeste, 16 na Noroeste, 19 no Norte, 17 na Oeste, 12 na Pampulha e 16 em Venda Nova. A atual administração não conseguiu cumprir o compromisso de criar 19 centros de saúde. Apenas três unidades foram implantadas, embora os postos sejam base das equipes do Saúde em Família.

Precisamos investir mais na qualidade da gestão desses equipamentos. OHospital Metropolitano Célio de Castro (Hospital do Barreiro) é um bom exemplo de projetos cujos resultados estão sempre em verbo futuro, e com pouco lastro na qualidade de atendimento presente da população.

Ele está prometido há mais de uma década e ainda não foi entregue. Já foram investidos, segundo informa a prefeitura, R$340 milhões e ainda ocorrerá uma segunda etapa por meio de Parceria Público-Privada4. De seus 13 andares, apenas um encontra-se em funcionamento, tendo sido inaugurado em 2015.

Da mesma forma, o Hospital Odilon Behrens aguarda já há alguns anos a construção de sua nova maternidade. Isto ocorreu porque faltou uma negociação mais aguerrida da Prefeitura junto ao Ministério da Saúde. O valor orçado a ser destinado a ele em 2016 é de quase R$ 329 milhões, mas no primeiro quadrimestre deste ano gastou-se, de fato, pouco mais de 51 milhões, embora se encontrem empenhados R$ 116,6 milhões.

De forma similar, recentemente o Hospital Risoleta Neves viu-se obrigado a fechar o setor de pediatria, devido à falta de recursos, com um déficit de R$ 20 milhões junto à sua mantenedora. Convênios entre Estado, Prefeitura e Ministério da Saúde terminaram por gerar um jogo de empurra a respeito de quem é a responsabilidade pela administração do equipamento. Em nossa gestão, além de assumir a responsabilidade por quaisquer problemas que afetam a população de Belo Horizonte, nos comprometeremos com uma boa gestão financeira dos recursos.

4Balanco PBH 2015.

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COMPROMISSOS

• Fazer funcionar o Hospital Metropolitano do Barreiro em sua totalidade, no modelo de um Centro de Especialidades Médicas;

• Redefinir a gestão do Hospital Risoleta Neves e retomar a operação do setor de pediatria, além de investir na ampliação do atendimento, tornando o hospital referência para a população da região;

• Família saudável: Ampliar a cobertura do Saúde da Família para 93%;

• Gestão moderna e profissional dos equipamentos de saúde, através de modelos de qualificação dos profissionais e nomeação por mérito;

• Desenvolver modelos na gestão de servicos de saúde que envolvam autonomia gerencial e a promoção da eficiência e busca de resultados. Muitos dos projetos existentes compõem a linha rotineira de funcionamento da administração municipal de saúde e continuarão a ser feitas. A Saúde em Família deve ser ampliada, para que chegue em prazo relativamente curto a uma cobertura de pelo menos 93%. Estamos estagnados desde 2012, no nível de 87%. Trata-se de importante estratégia personalizada de atendimento para prevenção e vigilância. Como consequência, a manutenção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) deve ser ampliada. Da mesma forma continuaremos com as atividades de rotina, como a educação reprodutiva para adolescentes, consultas para saúde bucal, rede de transporte para atendimento na rede de saúde. Trata-se de introduzir modelos de gestão que busquem a satisfação da população, que deverá ser bem atendida de forma fácil e rápida diante de cada problema.

• O que está funcionando não se muda: Projetos e programas que estejam funcionando bem e atendendo a contento a população deverão continuar e ser aprimorados. Uma avaliação preliminar deles será feita.

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O PROBLEMA DAS DROGASE DO ALCOOLISMO EM BHPesquisa recente da UFMG, encomendada pela PBH e divulgada no O Tempo ( junho de 2016), mostrou uma realidade alarmante: 15% da população da cidade (356.272 pessoas) já experimentaram drogas ilícitas, sendo que 6% (142.509) dela fazem uso constante5. Diante de uma situação dessas, o poder público municipal criou uma Câmara Gestora da Política Municipal sobre Drogas. Uma resposta burocrática para um problema premente.

Gráfico 1: Transtorno pelo uso de álcool (pessoa precisa de ajuda)

Para o atendimento das pessoas nessa difícil condição, criaram-se apenas dois Cersams AD (Centros de Referência de Saúde Mental – Álcool e Drogas) e mais dois para adolescentes. Muito pouco diante de nossa carência de tratamento nesta área. A mesma pesquisa mostra que esse é um problema generalizado em todas as regiões da cidade e que, aliado ao problema das lícitas, especialmente o álcool, deve ser objeto de uma política muito mais arrojada. Assim, nossa proposta para cuidar de nossos jovens e pessoas com problemas de drogadicção é aumentar a atenção a esse tipo de problema, ampliando a rede dos Cersams AD.

5In: “Conhecer e Cuidar” 2015, realizado, a pedido da Prefeitura, pelo Centro Regional de Referência em Drogas da UFMG.O Tempo, 21 jun, 2016. 24 jun, 2015.

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COMPROMISSOS

• De cara limpa e saudável: Vamos utilizar espaços de propriedade da PBH já existentes para implantar essas unidades em todas as regionais;

• Realização de pesquisas periódicas para acompanhamento da situação de drogas e alcoolismo em Belo Horizonte, a fim de desenvolvermos políticas com base em evidências e respostas rápidas;

• Apoio à criação de Grupos de Alcoólatras e Narcóticos Anônimos nas dependências dos prédios da PBH na cidade;

• Atendimento de alcoólatras no ambiente dos serviços municipais, apoiando funcionários que porventura tenham problemas com álcool e drogas em busca de reabilitação.

ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNASE ACIDENTES DE TRÂNSITOUm dos maiores problemas dos grandes centros urbanos brasileiros, e de Belo Horizonte, são os óbitos por causas externas. Em BH, eles totalizam 12% dos óbitos, contra 14,3% na RMBH e 11,2% em Minas Gerais.

Acidentes de trânsito têm sido responsáveis por cerca de 22% das mortes por causas externas na capital mineira. Entre 2010 e 2014, perdemos 22.283 vidas, oscilando em torno de 19,7 mortes por grupo de cem mil habitantes a 16,7 em 2014. Estamos em patamares elevados. Merece destaque especial o fato de que esse tipo de morte é a principal causa de óbito entre os jovens.

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COMPROMISSOS

• Civilizando o trânsito: Daremos atenção especial aos principais corredores e pontos que concentram acidentes de trânsito em Belo Horizonte, através de projetos de engenharia e campanhas educativas;

• Corredores quentes: Em relação aos corredores de risco que estão sob gestão federal na cidade, reivindicaremos a gestão municipal deles, a fim de que se possam introduzir mecanismos adequados de planejamento e prevenção municipal;

• Daremos início ao Movimento Civilizador no Trânsito a partir de:

> Campanhas intensas de educação no trânsito, com vistas ao comportamento educado e respeitador das leis de trânsito e convivência entre os motoristas e respeito aos pedestres.

> Fiscalização rigorosa nos corredores que concentram maior número de acidentes.

> Os recursos arrecadados através deste Movimento deverão ser revertidos para campanhas educativas e projetos na área.

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COMBATE AO MOSQUITOAEDES AEGYPTIUm capítulo à parte nos problemas que assolam nossa cidade diz respeito à baixa capacidade de prevenção e tratamento das diversas epidemias que têm crescentemente assolado nossa cidade. A dengue, chikungunya, zika e H1N1 são algumas das doenças que têm assistido a um crescimento ímpar em relação aos outros anos. Se tomarmos o patamar da Organização Mundial de Saúde para se definir uma epidemia como de mais de 300 casos para cada grupo de cem mil habitantes, Belo Horizonte é uma das capitais que está vivendo uma das maiores epidemias no país, conforme vemos no quadro abaixo. Estamos na sétima posição entre as capitais com maior incidência. Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, chegamos a incríveis 431,1 casos para cem mil habitantes6.

6http://combateaedes.saude.gov.br/images/pdf/2016-006-Dengue-SE5.pdf

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É impressionante como, passados mais de trinta anos da eclosão dessa doença em nossa cidade, com períodos bem definidos do ano, ainda estamos engatinhando no controle e desenvolvimento de soluções para estas epidemias.

COMPROMISSOS

• Desenvolver estratégias de combate ao mosquito que é o vetor dessas doenças por meio de:

• Vacinação de 100% da população de risco contra a dengue;

• 100% de vacinação da população de risco contra o vírus H1N1.

> Geoprocessamento para localizar a sua incidência;

> Implementação das leis municipais que permitam que a administração pública entre em imóveis que tenham focos do mosquito;

> Campanhas educativas junto à população.

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ATENDIMENTO DE SAÚDEAO IDOSOUma face particularmente importante na humanização dos serviços de uma administração pública é o tratamento que se confere aos idosos. Temos uma população que está envelhecendo, e algumas de nossas regiões contam com grande número pessoas com mais de 65 anos. Dezoito por cento delas vivem no Centro-Sul e 14% estão na região Noroeste. A elas será dedicada atenção especial, buscando intensificar programas e projetos já existentes, bem como desenvolver novos. Assim, buscaremos:

• Cuidando da melhor idade: Cumprir as metas do Programa do Cuidador, buscando chegar a 1.000 atendimentos/ano;

• Manter e ampliar o atendimento dos Grupos de Convivência;

• Ampliar os equipamentos esportivos para a prática de exercícios de idosos nos parques e praças públicas;

• Envolver os idosos em programas comunitários e de voluntariado.

A SAÚDE DOS JOVENSSegundo dados da PNAD de 2015, a taxa de desocupação das pessoas de 14 anos de idade ou mais aumentou significativamente em 2015 em relação a 2014. Saímos de um patamar em torno de 6,5% e saltamos para 9,5% no terceiro trimestre de 2015, o que significa aumento de 46%. Esse é um dado que impacta significativamente no envolvimento de jovens com a ociosidade, deixando-os à mercê de atividades ilegais e/ou criminosas. Por outro lado, eles são as maiores vítimas de mortes por causas externas em nossa cidade. Aqui os números são absolutamente dramáticos, conforme vemos na próxima tabela:

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Percebe-se que a chance de os jovens serem vítimas de mortes violentas é de até seis vezes maior do que do restante da população. Os programas para redução das taxas de homicídios entre os jovens serão detalhados no capítulo sobre segurança municipal.

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EDUCAÇÃO

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NOSSA ESCOLA, NOSSO FUTUROÉ curioso como alguns administradores públicos referem-se à educação como um dos setores públicos mais custosos, e não um investimento valioso em nosso futuro. São despesas obrigatórias encaradas como impeditivos para se fazer obras. Não por acaso, nossa capital tem um dos menores investimentos per capita em educação, inferior à média nacional. Já se disse, entretanto, que esse é dos investimentos com uma das melhores taxas de retorno. É assim que trataremos da educação, como uma das bases para a construção de nosso futuro.

A importância da Prefeitura em alguns níveis de formação é inegável, especialmente no ensino fundamental. Provavelmente, a crise econômica fará aumentar as demandas pela educação pública, especialmente no fundamental e médio. Segundo o Censo Educacional de 2012, feito pelo Inep, do Ministério da Educação, o município de Belo Horizonte era o grande provedor de matrículas para o ensino fundamental. Cerca de 40% das matrículas nesse nível eram em escolas públicas municipais, 36% nas estaduais, e 24% nas escolas privadas.

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Trata-se de uma função tradicional e que tem sido bem desempenhada nas administrações anteriores, mas que deve ser aprofundada nos próximos anos. Mesmo porque é provável que tenhamos uma demanda crescente sobre o ensino público. Contudo, existe uma queixa que recai sobre o custo dos alunos por unidade, salários e qualificação de docentes, investimentos em infraestrutura tecnológica e pedagógica e melhorias na infraestrutura das escolas. De fato, esse é um dos itens mais dispendiosos da administração municipal. De um orçamento total previsto para 2016 de R$ 12.277.090.424, para a educação está destinado R$ 1.796.837.326, embora no primeiro quadrimestre tenha-se investido apenas pouco mais de R$ 320 milhões e empenhado R$ 508,4 milhões. No ano de 2015, por exemplo, o gasto efetivamente pago foi bem menor, da ordem de R$ 1.258.405.385.Para 2015, tínhamos a seguinte distribuição de despesas com a educação:

O grande gasto foi com o ensino fundamental (R$ 761.767.360), seguido pela educação infantil (R$ 396.054.764). A Educação de Jovens Adultos vem em terceiro lugar, com R$ 28.671.461, e o ensino médio virtualmente inexiste. No caso do ensino pré-escolar, apenas 44.590 crianças estão matriculadas, sendo 67% em escolas privadas e 33% nas escolas municipais. Importante ressaltar que esse nível é importante para permitir que profissionais tomem conta das crianças nessa fase da vida. Isto possibilita também que os pais possam trabalhar, sem deixar suas crianças sob os cuidados de conhecidos, vizinhos ou parentes.

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Nossos gastos com educação são bastante baixos, se comparados com o que se gasta na média dos outros municípios brasileiros. Em 2014, gastávamos na educação, em relação ao orçamento global, 15,14%, contra uma proporção de 26,3% da média nacional. O comparativo da despesa per capita é ainda mais constrangedor. Nosso gasto tem sido sistematicamente de 18% a 30% inferior à média nacional. São Paulo e Curitiba, por exemplo, gastaram, em 2014, R$ 616 e R$ 590, respectivamente, acima portanto da média nacional.

Para nós o melhor investimento está no futuro de nossos cidadãos, e a educação é o melhor desses investimentos, mas tem que ser feito dentro de uma concepção pedagógica participativa e com vistas à qualidade.

COMPROMISSOS

• Gastar mais e melhor: Aumentar o gasto per capita com a educação para, pelo menos, o mesmo nível da média nacional.

• Formando desde sempre: Ampliar o número de crianças matriculadas em ensino pré-escolar, atendendo à demanda das mães trabalhadoras.

8Ministério da Saúde - DATASUS | Dados da população. Data de download: 03/04/2013 Censos, Contagem e projeçõesintercensitárias, segundo faixa etária, sexo e situação de domicílio. URL: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/inders.php?area=... Ministério da Saúde - DATASUS | Dados dos municípios | Data de download: 03/04/2013. Atualização dos dados dos municípios URL: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/sim/dados/cid... Tesouro Nacional | Siconfi - Contas Anuais | Data de download: 10/09/2015 Siconfi - Contas Anuais URL: https://sinconfi.tesouro.gov.br/siconfi/pages/publi...

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VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃODA EDUCAÇÃOBelo Horizonte gastou com despesas de pessoal e encargos sociais, em 2015, R$ 3.596.623.4689. Em relação à folha salarial do mês de março da PBH, que totalizou R$ 176.653.165, cerca de menos de um terço, R$ 54.817.577, referia-se ao pagamento dos professores. Os 9.488 professores das escolas infantis ganham em média um salário de R$ 1.727. Os 9.488 professores do ensino básico têm um piso de R$ 2.457. Em ambos os casos, temos uma distorção diante dos resultados que têm sido alcançados pelo ensino em comparação com outras carreiras da administração municipal.

De qualquer maneira, graças aos esforços de nossos docentes, temos melhorado nossos indicadores do Ideb, embora ainda estejamos longe de uma situação desejável. Embora estejamos bem posicionados em relação às capitais brasileiras, o fato é que o estado de Minas Gerais tem 171 cidades com indicadores mais elevados, e São Paulo, 173. Devemos perseguir o mesmo padrão educacional logrado por diversas cidades do interior.

Gastamos muito pouco com nossos alunos. Precisamos gastar melhor. Um dos aspectos na obtenção de resultados na educação não está apenas nos prédios, livros e material pedagógico, mas na qualidade de formação dos docentes. Nossa administração tratará a educação como um dos pilares do futuro, e para tal investiremos mais no desenvolvimento de técnicas pedagógicas modernas e adequadas ao aprendizado de uma sociedade de informação.

COMPROMISSOS

• Investimento na formação e atualização dos docentes à distância em cursos gratuitos da própria PBH e universidades conveniadas;

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• Estimular o uso de tecnologias de apoio ao ensino tais como tablets e sistemas de suporte à aprendizagem;

• Manter diálogo aberto com todos os funcionários públicos da educação na discução da carreira e da valorização profissional;

• Reduzir, visando acabar, com as discrepâncias entre as carreiras de “Professor Infantil” e “Educador Infantil” na prefeitura.

PORTADORESDO FUTUROSabe-se hoje que o acompanhamento próximo do aprendizado dos alunos pelos docentes é uma das chaves do bom desempenho, especialmente em áreas carentes. Isto requer identificação e acompanhamento dos conteúdos aprendidos pelos alunos e orientação por metas de médio e longo prazo para o aprendizado deles. Mais do que as notas do Ideb, a dedicação e o incentivo dos docentes serão o elemento central do novo modelo a ser adotado.

Assim, deverão ser ampliados os programas já existentes que buscam desenvolver habilidades artísticas, bem como outras habilidades criativas.

COMPROMISSOS

• Estabelecer um sistema de acompanhamento da evolução e das dificuldades dos alunos, com equipes compostas de professores e assistentes sociais que poderão, inclusive, fazer visitas em casa dos estudantes. Trata-se de acompanhar as avaliações de cada um, mas também da supervisão deles no dia a dia. Para tal, ampliaremos e modernizaremos diversos programas já existentes como as Oficinas de Reforço Escolar, através do uso de ferramentas tecnológicas e de apoio por meio da internet. Dessa maneira,

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acreditamos que conseguiremos atingir todos os alunos do sistema educacional municipal.

• Ampliação do uso de novas tecnologias na personalização do atendimento ao aluno, incentivando os próprios, seus pais e seus professores a identificarem os principais obstáculos no aprendizado e no desenvolvimento de cada um, permitindo um diagnóstico diário de situações de risco e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento imediato de soluções para estes problemas.

ESCOLA PARA TODOSEscolas devem ser apropriadas pelas pessoas das comunidades onde elas estão. Para tal, programas que já existem deverão continuar, buscando abrir as escolas para utilização das pessoas nos finais de semana. Além disso, quere- mos que os Conselhos de Pais e Mestres sejam sócios na atividade educativa e gestão das escolas.

COMPROMISSOS

• Fortalecer os Conselhos de Professores, Pais e Mestres, incluindo agora os alunos com idade mínima, que atuarão no planejamento comum, definição de metas e tarefas a serem desenvolvidas pelas escolas. Mais do que encontros esporádicos, como os do Fórum Família-Escola, pretendemos introduzir os colegiados participativos como um mecanismo de gestão das escolas;

• Criar fluxos de comunicação entre professores, alunos e escolas, de forma que cada um receba um feedback de suas atuações. Esse seria um mecanismo a ser estabelecido virtualmente, mas também em encontros presenciais de avaliação e discussão;

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A taxa de analfabetismo é menor do que aquela observada na RMBH e no estado. Em 2013, era 3,9% da população de BH com 15 anos ou mais, contra 4,4% na RMBH e 7,6% em MG. Via de regra, essa taxa se concentra nos grupos mais idosos, chegando a 14% entre os que têm mais de 60 anos em BH, contra 17% na RMBH e 27% em MG. Isto significará desenvolver um esforço especial de alfabetização nesse grupo social.

• Programas de alfabetização para idosos, inseridos em um programa mais amplo de ocupação e cuidados com essa parcela da população.

Não obstante a universalização do ensino fundamental em nossa cidade e na Região Metropolitana, existem lacunas especialmente em relação ao ensino fundamental e na faixa de 18 a 24 anos de idade. Entre os menores de 3 anos, apenas 24% tiveram acesso às escolas. Entre os jovens em vias de cursar uma universidade, 30% frequentaram as escolas. Tratam-se de dois grupos fun- damentais para a construção do futuro de nossa cidade, daí a necessidade de investirmos no cuidado e na sua formação, por meio das creches, de escolas profissionalizantes, ou de cursos preparatórios para o vestibular.

COMPROMISSOS

• Ampliação dos convênios com as creches municipais, buscando maior universalização do atendimento e gerando o empoderamento das mães com maior disponibilidade de competição no mercado de trabalho;

• Os programas de Escola Aberta deverão ser intensificados para ampliar os atendimentos nas comunidades em suas oficinas de lazer e esporte;

• A utilização das escolas como equipamentos para a prevenção da violência deverá de fato ocorrer, o que não tem sido o caso, pois o que temos é um programa sem resultados nessa área.

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ESCOLA SEGURAE SAUDÁVELPesquisa feita pela Flacso em 2015 revela um preocupante retrato do tipo de riscos nas escolas de Belo Horizonte. Estudantes fazem menção a diferentes riscos, tais como a presença de gangues, ameaças, brigas, roubos e furtos ou tráfico de drogas. Sessenta e seis por cento dos alunos se queixam de terem sido agredidos verbal ou fisicamente nas escolas. Porte de armas brancas e até mesmo de fogo também foram relatados. Num contexto como esse é muito importante iniciarmos um processo de construção de uma cultura de paz, que esteja na base de formação da cidadania.

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Da mesma forma, agressão contra os professores também tem adquirido contornos dramáticos, desestimulando muitos docentes e levando alguns inclu- sive a abandonar suas carreiras. Diversos relatos surgem na imprensa a esse respeito. Aparentemente, o Plano Municipal de Segurança Escolar da atual administração ficou apenas no papel, sem nenhuma ação de fato.

COMPROMISSOS

• Implementar atividades extracurriculares com psicólogos para ensinar os estudantes a lidarem com situações de conflito, minimizando o uso da força e utilizando o diálogo;

• O respeito às mulheres será valorizado dentro das escolas através de atividades que os orientem a falar mais sobre sexualidade e gênero, identificando fatores de agressão, risco ou ameaça nos ambientes em que vivem;

• Estabelecer canais de comunicação e diálogos entre professores, alunos e com suas famílias, no sentido de minimizar tensões e construir soluções para problemas específicos;

• Retomar e implementar o Plano Municipal de Segurança Escolar.

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SEGURANÇA

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SEGURANÇA PÚBLICAMUNICIPALQual o papel dos municípios na segurança pública? Essa é uma questão que tem sido apresentada aos prefeitos dos grandes e médios centros urbanos, sendo cada vez mais premente diante do crescimento da criminalidade violenta. Existe uma margem de indefinição legislativa, mas que se alia a uma grande omissão nesse tema. Tal como a União, os municípios também preferem deixar essa responsabilidade para os governadores, porque estes controlam as polícias estaduais, conforme está na Constituição:

A Segurança Pública, que está regulamentada no art. 144 da Constituição Federal, define que:

Em relação ao papel dos municípios, temos o seguinte:

“A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a

preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes

órgãos:

I - Polícia Federal;

II - Polícia Rodoviária Federal;

III - Polícia Ferroviária Federal;

IV - Polícias Civis;

V - Polícias Militares e Corpos de Bombeiros militares”.

§ 8o - Os municípios poderão constituir guardas municipais desti- nadas à proteção de seus bens,

serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

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Segundo entendimento posterior do STF, julgou-se constitucional a atribuição às Guardas Municipais do exercício de poder de polícia de trânsito.

Em sua versão inicial, a Constituição era bastante restritiva em relação à atuação dos municípios, cabendo a eles a criação de Guardas Municipais a fim de proteger o patrimônio e os bens públicos. Neste sentido, e buscando complementar a ação dos estados, cada vez mais municípios criaram guardas municipais para fazer frente às demandas de segurança, conforme se vê no gráfico adiante.

Cada vez mais busca-se atribuir poder de polícia às Guardas. Assim se portou a Lei Federal 13.022/2014, conferindo a esta o poder de portar armas e, ao mesmo tempo, “desenvolver ações de prevenção primária à violência”.

É este novo papel da Guarda Municipal que buscamos aqui replanejar.

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GUARDA MUNICIPALQuaisquer que sejam as atribuições da Guarda Municipal, elas só farão sentido numa concepção mais sistêmica de segurança dentro de outra perspectiva. Os programas de prevenção e restrição de oportunidades para o crime só funcionarão a contento se houver um corpo de funcionários que altere suas estratégias de atuação, buscando desenvolver um conceito de polícia de proximidade.

A Guarda Municipal será treinada dentro das técnicas de Policiamento Comunitário Ostensivo e Preventivo e de Solução de Problemas. Afinal, a proximidade com a população é característica intrínseca à sua natureza.

Hoje temos 2.100 guardas municipais em Belo Horizonte, que podem vir a cumprir uma missão muito mais abrangente além da proteção às escolas e prédios públicos, que deverão continuar. Sua ação de prevenção do crime nas chamadas áreas quentes, com a Polícia Militar para focar-se mais na repressão aos crimes em andamento, será destacada.

ARTICULAÇÃO DO MUNICÍPIOCOM OUTROS ENTES EORGANIZAÇÕESOs gastos com segurança pública no município ainda são muito modestos, não ultrapassando R$ 40 por habitante. A grande parcela é gasta com a Guarda Municipal. Temos que aumentar significativamente esse montante para desenvolvimento de programas e projetos.

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Existem vários mecanismos que podem induzir uma maior colaboração da União, estados e municípios na segurança pública. Pode-se pleitear o repasse de recursos fundo a fundo entre Governo Federal e as demais esferas governativas, tal como ocorre na saúde, educação e assistência social. Pode-se ainda buscar recursos a partir de convênios em diferentes ministérios.

Por outro lado, o novo conceito de segurança pública não se restringe apenas ao número de policiais e ações repressivas. As ferramentas de prevenção, por exemplo, são inúmeras e estão em boa medida nas mãos das prefeituras. Sua capilaridade e inserção em todos os recantos da cidade fazem com que esse nível federativo seja uma das instâncias privilegiadas para desenvolver projetos e programas nessa área. Conselhos tutelares, equipamentos como as escolas, a ação de agentes de saúde em áreas de risco, o papel dos educadores, a regulação urbana, além, é claro, da própria utilização da Guarda Municipal, são todas ferramentas privilegiadas para o desenvolvimento de projetos e programas.

Daí que uma reformulação necessária neste momento seja a estruturação de uma Secretaria voltada para segurança em molde distinto do que foi feito na administração atual, que abandonou a ideia de uma Secretaria de Prevenção da Violência, optando pelo modelo tradicional de uma secretaria de segurança.

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Existem vários mecanismos que podem induzir uma maior colaboração da União, estados e municípios na segurança pública. Pode-se pleitear o repasse de recursos fundo a fundo entre Governo Federal e as demais esferas governativas, tal como ocorre na saúde, educação e assistência social. Pode-se ainda buscar recursos a partir de convênios em diferentes ministérios.

Por outro lado, o novo conceito de segurança pública não se restringe apenas ao número de policiais e ações repressivas. As ferramentas de prevenção, por exemplo, são inúmeras e estão em boa medida nas mãos das prefeituras. Sua capilaridade e inserção em todos os recantos da cidade fazem com que esse nível federativo seja uma das instâncias privilegiadas para desenvolver projetos e programas nessa área. Conselhos tutelares, equipamentos como as escolas, a ação de agentes de saúde em áreas de risco, o papel dos educadores, a regulação urbana, além, é claro, da própria utilização da Guarda Municipal, são todas ferramentas privilegiadas para o desenvolvimento de projetos e programas.

Daí que uma reformulação necessária neste momento seja a estruturação de uma Secretaria voltada para segurança em molde distinto do que foi feito na administração atual, que abandonou a ideia de uma Secretaria de Prevenção da Violência, optando pelo modelo tradicional de uma secretaria de segurança.

COMPROMISSOS

• A Secretaria de Segurança Urbana e Patrimonial será transformada em uma Secretaria de Prevenção da Violência e Segurança Pública, articulando e fiscalizando todos os pontos de vulnerabilidade social da cidade, como áreas de baixa iluminação e/ou alto índice de orcorrências;

• Na Secretaria será criada uma equipe para prospectar recursos, elaborar projetos e negociar fundos da União que porvetura estejam disponíveis para os programas municipais de segurança pública.

• Assegurar o orçamento e a autonomia da Guarda Municipal, permitindo uma gestão interna mais ágil, fornecida com equipamentos básicos como coletes, baterias de comunicadores e pneus em viaturas.

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O MEDO NAS RUASTemos assistido a um crescimento ímpar nos crimes violentos contra o patrimônio. Segundo dados recentemente distribuídos pela Secretaria de Defesa Social, apenas no primeiro semestre foram registrados 24.063 crimes violentos, sendo 95,7% deles referentes a roubos. O crescimento deles em relação ao mesmo período do ano anterior é de 20,9%.

Esse ritmo de aumento tem provocado um sentimento de insegurança junto à população, o que é muito ruim. Uma sociedade que passa a se orientar pelos sentimentos do medo é uma sociedade acuada. Podemos ver isto claramente pelas diversas mudanças de hábito e comportamento dos belo-horizontinos.

Pesquisa de 2012, feita pela UFMG e Datafolha, com 78 mil questionários em todo o Brasil, é ilustrativa da situação dos grandes centros urbanos e de Belo Horizonte em particular. Cinquenta e oito por cento da população da cidade declararam-se inseguros em andar nas ruas da cidade. Certamente esses números aumentaram diante das atuais taxas de crimes violentos. A violência alterou os hábitos da população, que deixou de fazer uma série de atividades de seu cotidiano, restringindo seu direito básico de ir e vir, ou portar objetos de valor, conforme vemos na tabela abaixo:

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É necessário recuperar os espaços públicos, reapropriar-se deles para que as pessoas possam tornar-se novamente proprietárias do território em que vivem, solidárias e convivam livremente, sem receio, uns com os outros.Um dos dados mais surpreendentes dessa convivência com a violência é sobre a percepção e o medo de ser vítima de diferentes tipos de crime. Em particular, chama a atenção o medo de ser assassinado: 71% dos cidadãos de Belo Horizonte temem que suas casas sejam arrombadas e 69% receiam ser assaltadas. Um dos dados mais surpreendentes é o elevado número que teme ser assassinado: 63,6%. Destes, 23% acreditam que isto possa ocorrer nos próximos 12 meses. Uma situação inaceitável.

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COMPROMISSOS

• Criar transparência das informações de segurança a situações de risco será uma forma de controle da insegurança e do medo, mediante a consciência dos moradores das áreas de risco existentes na cidade;

• Elaborar campanhas de envolvimento da população nos projetos e programas de controle da criminalidade na cidade;

• Estabelecer estratégias de comunicação especificamente voltadas para grupos mais vulneráveis aos sentimentos de insegurança. Explicando a situação real das ocorrências de segurança, buscando a tranquilidade e confiança da população protegida.

CRIMES CONTRA OPATRIMÔNIOEsse tipo de delito não se encontra igualmente distribuído na cidade, mas se concentra em zonas e áreas bem específicas, conforme podemos ver no mapa das Zonas Quentes de Criminalidade e na tabela logo adiante. Existem padrões espaciais e temporais na ocorrência deles, de forma que podemos compreender as razões de sua concentração e buscar desenvolver estratégias preventivas e repressivas.

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A distribuição percentual dos crimes contidos nessas Zonas Quentes encontra-se na tabela abaixo, com dados relativos ao período de janeiro de 2014 a maio de 2015.

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Conforme vemos, existe uma grande concentração espacial que pode orientar o planejamento e a sistematização de ações, seja ao nível municipal, por meio das várias ferramentas e conjuntos de ações de que dispõe a Prefeitura, como em articulação com as polícias estaduais. A área que mais concentra os roubos é o hipercentro, com 9,54% do total da cidade, seguido pelo Shopping Estação (3,47%), a Av. Nossa Senhora do Carmo (2,5%) e o Minas Shopping (2,2%).

Roubos são crimes de oportunidade que dependem de três fatores para ocorrerem. O primeiro deles é a disponibilidade de alvos para a ação criminosa. Todas as regiões assinaladas são abundantes nessa oferta de pessoas e bens, pois se concentram ao redor de áreas comerciais e com grande circulação populacional. O outro aspecto é a ausência de vigilância, que costuma ser muito deficiente nessas regiões. Embora haja um grande número de câmaras instaladas, a resposta deveria ser rápida para ser eficaz. Finalmente, o terceiro elemento é a presença de delinquentes motivados, cujas razões para atuarem podem ser as mais diversas. Podem ser gangues e grupos compostos por menores de idade em conluio com maiores, podem ser oportunistas individuais que se aproveitam do descuido das vítimas, ou então grupos relativamente bem estruturados.

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Cada um desses aspectos vai exigir um conjunto de ações distintas por parte do poder público, que se utilizará da metodologia de solução de problemas. Algumas delas estão nas mãos da Prefeitura, que se encarregará, além da guarda do patrimônio público, da segurança das pessoas nesses casos.

Na área do hipercentro, por exemplo, os alvos de ação em sua grande maioria os transeuntes, alcançando 73% do total de crimes, e geralmente ocorrem no período noturno. As armas de fogo são utilizadas em um quarto dos casos. Os dados estão ilustrados na seguinte tabela:

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COMPROMISSOS

• Sala de situação. Organizar uma sala de crise no interior do Centro de Comando e Controle, voltado para a gestão da segurança;

• Controlando nossas zonas quentes. Montar grupos de trabalho para cada uma das Zonas Quentes de Criminalidade, em parceria com o Estado, envolvendo diferentes órgão estaduais e municipais para a busca de soluções;

• Segurança participativa. Apoio logístico e humano para a ampliação do número de Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg), atuando como elo entre a população e as forças de segurança, contribuindo para a redução dos índices de criminalidade na capital;

• Compartilhando soluções. Manter parcerias com a população com a criação dos conselhos municipais nas áreas de maior risco;

• Ordem e segurança. Adequar o código de posturas de BH para se contrapor aos fatores que propiciem condições de oportunidade.

• Prevenção situacional. Desenvolver reformas urbanísticas que favoreçam a proteção das pessoas, tais como iluminação de locais de risco, mudanças de pontos de ônibus e alocação de equipamentos urbanos que, pela sua natureza, favoreçam a vigilância natural, tais como bancas de revista.

• Controlando a desordem. Revisar os alvos preferenciais dos crimes contra o patrimônio e adequar a ordenação urbana de forma a prevenir esses delitos. Ônibus podem ser obrigados a utilizar câmaras. O acesso de ambulantes aos espaços públicos será regulado. Legislação ambiental, fechamento de bares em áreas de risco também pode ser utilizado.

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HOMICÍDIOS EJUVENTUDEOutro objeto de ação prioritária serão os homicídios, especialmente os que envolvem os jovens que vivem nas periferias da cidade. No gráfico abaixo temos a evolução dos homicídios na população de Belo Horizonte em geral, e dos jovens de 15 a 24 anos de idade. Conforme vemos, as taxas entre os jovens são sempre o dobro da população em geral.

Gráfico: Evolução das taxas de homicídios entre jovens de 15 a 24 anos de idade, e a população em geral.

Da mesma forma do que ocorrem em relação aos acidentes de trânsito, os homicídios constituem-se quase numa epidemia na população jovem, especialmente se desagregarmos para as áreas mais pobres.

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Sem dúvida, uma das principais estratégias de prevenção da violência prevista pelo Estatuto da Criança e Adolescente são os Conselhos Tutelares. O artigo 227 da Constituição Brasileira de 1988 criou o Conselho Tutelar – órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes em seu artigo 131 da Lei Federal 8.069/90. São, portanto, uma ferramenta de intervenção e proteção de jovens antes que eles se envolvam de forma mais profunda com a criminalidade. Cabe a eles encaminhá-los à Justiça quando não estão sendo devidamente aplicados os mecanismos de proteção da criança e do adolescente, inclusive quando eles estejam se envolvendo com atividades de gangues.

Hoje temos apenas 39 conselheiros que estão alocados em 10 Conselhos Tutelares em toda a cidade, com baixo grau de treinamento e capacidade de intervenção em grupos de jovens em risco de sofrer violência.

COMPROMISSOS

• Parcerias para a paz: Estabelecer parcerias com o Governo do Estado no sentido de participar ativamente dos projetos do Fica Vivo;

• Proteção de jovens e adolescentes: Recuperar o papel constitucional que cabe aos Conselhos Tutelares na proteção de jovens em situação de risco de violência;

• Criar um fluxo de efetivo funcionamento com a promotoria da infância e juventude para inserção e acompanhamento do menor infrator nas escolas;

• Treinamento intensivo de profissionais para lidar com prevenção da violência, especialmente conselheiros tutelares e agentes comunitários que atuam em áreas de risco;

• Programa de resistência a gangues. Atuar junto às escolas para alertar dos riscos de envolvimento com gangues.

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MOBILIDADEURBANA

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NOSSA MOBILIDADE URBANALevantamento feito por empresa de mapeamento de GPS nas capitais brasileiras mostrou que os motoristas de Belo Horizonte perdem 27% de seu tempo no trânsito em engarrafamentos e retenções. Estamos apenas um pouco melhor do que capitais como São Paulo, com número muito maior de habitantes, veículos e sistema viário1. Estamos em situação melhor que Salvador e Rio de Janeiro, mas pior que Porto Alegre, Brasília e Curitiba.

Em parte isto ocorre porque existe toda uma ideologia nos órgãos públicos em nossa cidade de se punir motoristas de automóveis, para estimular todos a usarem o transporte público. Isto seria correto se tivéssemos um bom sistema público alternativo. Não é a nossa realidade.

A velocidade média do transporte coletivo é de 16 km/h, em que não existe uma boa distribuição bairro a bairro e com ônibus desconfortáveis. Tudo passa pelo centro, contribuindo para engarrafamentos ainda maiores em determinados horários e dias de semana, sendo que 19% do total de deslocamentos na RMBH vão em direção ao Centro Sul.

Apesar de algumas ideias que visam reduzir o fluxo para a região central, ainda resta muito a ser feito para desafogarmos esta área da cidade, bem como outras da cidade. Em algumas regiões, como o Barreiro, grande parte da mobilidade das pessoas que ali residem se dá no próprio Barreiro (43% nas diversas modalidades de auto, bicicleta, metrô ônibus ou pedestres2).

A frota de Belo Horizonte, segundo o BHTrans, passou de pouco mais de 665 mil veículos, em 1999, para mais de 1.632 milhão em 2014. Um crescimento de 240% sem que tivéssemos qualquer obra estruturante de montada para além daquelas feitas para a Copa do Mundo. Nosso legado foi mais tempo no trânsito.

1http://www.tomtom.com/pt_br/trafficindex/list

2 Análise de Viagens da Matriz OD, PLANMOB, PBH/BHTrans, outubro/2015; Pesquisa Origem e Destino, 2012 (SEGM/MG e FJP).

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No caso das motocicletas, temos hoje um aumento de 350%, com mais de 200 mil rodando. Se somado o legado de mortes no trânsito por mês deste veículo, veremos que o legado adquire ainda um aspecto mais sombrio. O aumento no número de veículos é superior às metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro (61% e 59%, respectivamente). Esse número também se reflete nos municípios integrantes da RMBH, com até 200% de aumento da frota (Alves, 2014). O resultado da utilização massiva de transporte individual não poderia ser outro que não o aumento da poluição atmosférica e de emissões de gases de efeito-estufa.

Na verdade, nossa cidade tem se destacado pela deterioração do transporte coletivo. Já tivemos 80% da população utilizando o transporte coletivo, mas este número caiu para 67,2%. Outra evidência deste declínio é a queda do número de passageiros por cem mil habitantes, que já foi de 74 em 1996, e diminuiu para 60 em 2014. Atualmente, o número de passageiros que utiliza o transporte urbano é de 1,5 milhão passageiros/dia. Embora haja um desestímulo para a utilização do transporte individual, a má qualidade do transporte público tem levado cada vez mais pessoas a utilizarem esta modalidade, conforme se vê no gráfico adiante.

Fonte: BHTRANS. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (SisMob - BH).

Gráfico 1 - Evolução da participação do transporte coletivo na distribuição modal com base em pesquisas de opinião em Belo Horizonte (1996 a 2015)

Gráfico 2 - Evolução da participação do transporte individual na distribuição modal com base em pesquisas de opinião em Belo Horizonte (1996 a 2015)

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Esta deterioração traduz-se no número crescente de reclamações referentes à conduta inadequada de operadores do transporte coletivo convencional. A avaliação que se faz tanto do transporte coletivo, como do trânsito de uma forma geral, é bastante negativa. Numa escala de 1 a 5, o transporte coletivo tem uma nota de 2,4 e o trânsito de 2,2. Na última gestão, a avaliação de ruim e péssimo chegou a 73%, em 2014, e alcançou 56% em 2015.

O percentual do salário que as pessoas gastam com transporte em Belo Horizonte ainda é bastante elevado, de aproximadamente 14%, embora tenha tido uma melhora discreta nos últimos anos3. A Pesquisa de Origem e Destino (2002 e 2012), feita pela BHTRANS, ARMBH, que faz parte do SisMob-BH, mostrou alguns resultados que vão de encontro a esta mesma tendência: ocorreu migração do transporte coletivo para o transporte individual e o modo a pé. Além disso, entre 2002 e 2012, houve um aumento do uso dos modos não motorizados na renda acima de 3SM. A frota total de coletivos urbanos era de 2.960 que sofreu uma redução em virtude da operação do BRT MOVE.

Para enfrentar estes desafios, a PBH instituiu em 2013 o PlanMobBH pelo DECRETO Nº 15.317. Tratou-se de seguir a Lei 12.587 de 03/01/2012 e criar a PNMU – Política Nacional de Mobilidade Urbana. Entretanto, este é mais uma das obras em tempo futuro que parece marcar a atual gestão. Muito pouco está de fato implementado, especialmente no que diz respeito à integração com a Região Metropolitana.

Teríamos que ter desenvolvido muito mais os trens intermunicipais e as linhas de metrô, com entradas nas regiões periféricas com maior densidade populacional. Estas modalidades estariam então interligadas com os MOVE em direção ao centro. A linha 1 do metrô continua a única em operação. De certa maneira, aqui fomos novamente vítimas do “legado da Copa”, pois pensou-se menos na mobilidade metropolitana, e mais nos eventos..

Contudo, uma das prioridades deverá ser buscar justamente esta integração com a Região Metropolitana, e o quesito Mobilidade é central para este objetivo. Para tal, o transporte público na RMBH conta com 645 linhas e 3.108 veículos, que realizam 600 mil viagens mensais, transportando 850 mil passageiros/dia4.

3In http://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico/Temas/ObservatorioMobilidade/Indicadores/Transporte%20Coletivo/Índice%20de%20utilização%20do%20transporte%20coletivo1

4In Minas Gerais, 2015 <http://www.planejamento.mg.gov.br/.../pmdi/PMDI%20 2015 2027 Vol1.pdf...>

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INTEGRANDO COM REGIÃOMETROPOLITANA DE BH• Vamos aplicar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de BH (PDDI – RMBH de 2011);

• Trens intermunicipais com linhas troncais de metrô entrando nas regiões periféricas de BH de maior densidade populacional, como Barreiro e Venda Nova. Os trens alimentariam essas estações e os terminais, por sua vez, também seriam alimentados pelo Move e por outras linhas de ônibus, formando um sistema que vem de fora para dentro, da periferia para o hipercentro.

Por outro lado, a integração através do atual metrô ainda é bastante incipiente, sendo uma das obras que duram décadas. Atualmente, transporta 210 mil passageiros por dia. Conforme vemos pelo mapa adiante, vastas áreas da cidade não estão contempladas, bem como a ligação com importantes centros na região metropolitana, onde circulam grande número de passageiros.

O que foi anunciado em relação às linhas 1,2 e 3 do metrô referem-se a itens não concluídos. Apenas os projetos Básicos de Engenharia das Linhas 1, 2 e 3 foram concluídos em 2014, assim como os Serviços de Geotécnica e Sondagem. Ainda não foram concluídas as negociações com os governos Federal e Estadual para assinatura do Convênio de Descentralização do Sistema de Metrô da CBTU para a Metrominas, que dará competência a esta para o lançamento das licitações de obras.

Após a assinatura do convênio, ainda faltará confirmar a disponibilização dos recursos federais definidos em 2013 e, depois, realizar as licitações. Também não foi definida com o governo a forma de contratação da “Due Diligence” necessária para subsidiar as avaliações patrimoniais para o processo de descentralização seguida de delegação do Metrô de BH.

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A baixa utilização dos transportes coletivos em Belo Horizonte pode ser constatada nos dados do BHTrans, que indicam que, em dez anos, houve uma queda de 20% de viagens em coletivos. Em 1994, 68,4% das viagens eram realizadas em modo coletivo. Hoje, são apenas 43%.

PAÍS RICO NÃO É AQUELE QUE O POBRE ANDA DE CARRO...É AQUELE QUE O RICO ANDA DETRANSPORTE PÚBLICO• Implantar estudos para criação do bilhete único municipal e intermunicipal, com opções mensais e semanais de compra;

• Elaborar um mapa claro que permita à população compreender quais os obstáculos e burocracias que impedem hoje o Governo Federal de aportar os recursos para ampliar a linha 1 do Metrô. Esta é umas das prioridades

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iniciadas e jamais terminadas, e deve fazer parte do conjunto de coisas que deveriam funcionar em nossa gestão. Nosso compromisso é ter transparência com a população, para que ela ajude a fazer funcionar a parceria com o Governo Federal;

• Liderar o processo de reestruturação das linhas da RMBH. A atual estrutura foi montada em 2007, com outra realidade completamente distinta no transporte metropolitano;

• Recuperar o conforto e a qualidade no transporte público, de forma a estimular maior número de pessoas a se utilizarem dele. Para tal, faremos uma auditoria na rede de transportes públicos e vamos exigir a substituição de todos os ônibus defasados até o final de 2017;

• Muitas coisas já planejadas têm que ser finalizadas: Algumas delas podem funcionar mediante um eficiente sistema de gestão para atender melhor o público, como a ampliação do transporte suplementar em micro-ônibus, mas que foram abandonadas. As permissões necessárias para este tipo de solução merecerão atenção especial para modificar o atual desenho de transporte em que tudo tem que passar pelo centro da cidade;

• Integrar sistemas de transporte sustentáveis (não motorizados) aos sistemas convencionais, ampliar áreas destinadas à circulação de pedestres;

• Estabelecer metas e prazos para redução da quantidade de mortos em colisões de trânsito até zerá-las;

• Criar um Fundo Municipal para Mobilidade Urbana Sustentável com fontes múltiplas (arrecadação com multas, outorga onerosa, ISS das Transportadoras) para melhorias no transporte coletivo e transportes ativos;

• Garantir a transparência e melhora no acesso às informações e dados;

• Gerar dados sobre a mobilidade mais acessíveis e abertos;

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• Revisar o Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, aplicando e aperfeiçoando os instrumentos do Estatuto da Cidade e do Plano Diretor da cidade;

• Fazer levantamento e tornar públicos os dados e os impactos financeiros no orçamento municipal relativos aos acidentes/colisões de trânsito;

• Intensificar a fiscalização de trânsito e de serviços de transporte (táxi, Uber, fretamentos etc.);

• Fiscalizar a emissão de poluentes por veículos automotores em desacordo com Leis e Normativas vigentes. Intensificar, qualificar e realizar medições periódicas em pontos estratégicos que garantam a aferição das emissões de gases e outros poluentes atmosféricos.

TRANSPORTE DE CARGAS -O ABASTECIMENTO DA CIDADEPRECISA SER VISÍVEL, PLANEJADOE COORDENADO!

• Reduzir o uso de veículos privados através do incentivo do uso do transporte coletivo, além de racionalizar e otimizar o transporte de cargas;

• Elaborar estudo técnico específico sobre a circulação de cargas e operações associadas (identificando origem/destino, tipo de veículos, volumes transportados, identificação de gases poluentes e sua quantidade etc.);

• Elaborar, aprovar e implementar a Política de Logística Urbana de Belo Horizonte, que está sendo discutida;

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• Permitir a implantação de empreendimentos logísticos em faixas viárias e rodoviárias, mediante aprovação dos respectivos estudos de impacto e em consonância com o Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte;

• Proibir o estacionamento permanente de caminhões (carga, guinchos, fretes) nas vias urbanas, exceto em locais e horários preestabelecidos pelo poder público municipal;

INTEGRAÇÃO MULTIMODALFortalecimento e investimento na política integrada de mobilidade - a estrutura do ônibus se comunica com o transporte sobre trilhos e com a bicicleta, em uma rede integrada de transportes que favoreça a população, diminua o trânsito e beneficie o meio ambiente.

ANDAR E PEDALAR:DIREITO A UMA BH + INCLUSIVA• Auditar as ciclovias existentes, afim de saber quais estão efetivamente funcionando e em que condições. Seria possível estabelecer parcerias com organizações sociais e grupos de trabalho já existentes em Belo Horizonte sobre a temática das ciclovias;

• Redefinir e implementar o projeto cicloviário de Belo Horizonte, com ciclovias conectadas em rede a serem realizadas até 2020;

• Implementar ciclorrotas nas nove regionais da cidade;

• Limitar as velocidades máximas regulamentadas nas áreas próximas às escolas e creches, criando e ampliando as zonas 30;

• Criar faixas de pedestres transversais reduzindo o tempo de travessia, facilitando a vida de quem faz a opção de se deslocar a pé;

6Cinco contribuições enviada pelo Coletivo D1 Passo

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• Estimular, promover e incluir o uso da bicicleta nos processos de logística urbana nos quilômetros finais, incluindo a implantação de equipamentos como bicicletários em pontos estratégicos da cidade;

TRANSPORTE COLETIVO EMOBILIDADE URBANA:UM DIREITO DE TODOS• Criação de mais corredores, vias e faixas exclusivas para ônibus e taxi com passageiro;

• Adoção de “faixas flexíveis” nos principais corredores de trânsito da cidade, com inversão na mão de direção de acordo com o fluxo de veículos em diferentes horários do dia;

• Realizar auditoria pública, fiscal e contábil do sistema de transporte coletivo e garantir acesso a esses dados de forma continuada;

• Estimular o uso do transporte coletivo ampliando a frequência de viagens das linhas existentes e criando novas linhas;

• Conferir caráter deliberativo ao Conselho Municipal de Mobilidade Urbana, atribuindo-lhe poder para propor a criação e alteração das linhas e horários dentro do plano municipal de expansão do atendimento do sistema;

• Readequar 100% dos pontos de ônibus, equipando-os com painéis eletrônicos, mapas de linhas e lixeiras, bem como assento e abrigo para chuva e sol;

• Mais do que um problema de mobilidade urbana, o trânsito tem uma intersecção com problema da saúde em nossa cidade, pois é uma grande causa de mortes violentas. Assim teremos um grande programa de Educação e Civilidade no Trânsito, para tentar diminuir o grande número de mortes nesta área, mudando a relação entre pedestres, automóveis,

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coletivos e motociclistas. Iremos nos concentrar nos grandes corredores da cidade. Vejam as propostas no item Segurança de nosso programa de governo;

• Manter o projeto de Vida no Trânsito, junto com a BHTrans, que busca analisar e focalizar ações nas piores áreas de diferentes acidentes de trânsito.

ANEL RODOVIÁRIOOutra promessa de obra de décadas que nunca avançou em Belo Horizonte diz respeito ao Anel Rodoviário. O atual governo havia prometido criar ligações perimetrais e reduzir os fluxos de tráfego para a Área Central; eliminar de gargalos no sistema viário existente, com vistas à melhoria da fluidez e segurança de tráfego; interligação entre as rodovias convergentes para Belo Horizonte, com a cooperação dos Governos Federal e Estadual.

O que ocorreu reflete o desprestígio e ausência de força política da Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2015, em decorrência da rescisão unilateral do convênio por parte Governo do Estado de Minas Gerais, o contrato para elaboração de Projetos de Engenharia das interseções da Avenida Cristiano Machado, iniciado em 2014, foi paralisado sem a conclusão dos projetos.

A mesma negligência em relação à administração de nossa cidade também se refletiu numa das meninas dos olhos da atual administração: o BRT do Anel Rodoviário. Até dezembro de 2015 o Governo Federal não havia assinado convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte para a liberação dos recursos. Em 2015 foi encaminhada para a Caixa Econômica Federal a minuta do Termo de Referência para aprovação.

• Instalar sensores, em pontos estratégicos, que permitam a identificação do fluxo de veículos e do estado do congestionamento, nos principais gargalos de trânsito do Anel Rodoviário, para sugerir rotas alternativas e de fuga através de painéis eletrônicos;

• Esforço nas campanhas de educação no trânsito no Anel Rodoviário.

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REGIÃOMETROPOLITANA

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A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é uma das 12 metrópoles espalhadas pelas cinco regiões do Brasil e é considerada a terceira maior aglomeração urbana do país, com cerca de 5 milhões de pessoas, e a 7ª maior região metropolitana da América Latina. Segundo dados da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os 34 municípios que compõe a RMBH representam, juntos, 40% do PIB de Minas Gerais e 26% da população do Estado.

Esse enorme fluxo de pessoas, de mercadorias e serviços circulando todos os dias na RMBH demanda, com urgência, uma profunda cooperação e articulação entre os entes metropolitanos (municípios, órgãos metropolitanos e Estado) a fim de criar um cenário de futuro desejável, no qual a estrutura de governança metropolitana alimenta um crescimento sustentável, planejado e ordenado da região. O que ocorre hoje no Brasil é que não existe uma estrutura institucional de governabilidade dessas metrópoles que crescem como “territórios à deriva, em trajetórias comandadas apenas pela lógica predatória do mercado, combinada às lógicas do clientelismo e do patrimonialismo como padrões de intervenção pública”1.

Nesse sentido, a temática metropolitana é indissociável do planejamento daspolíticas urbanas das grandes metrópoles, como é o caso de Belo Horizonte, e deve, sem dúvida, ocupar um lugar de destaque na agenda política dos gestores, dos órgãos governamentais e da própria sociedade civil. A implementação de uma política pública de interesse comum na gestão intermunicipal da Região Metropolitana de Belo Horizonte deve ser tratada com a relevância e a profundidade que o tema merece.

A INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO:COOPERAR PARA FUNCIONAR

1Ribeiro, Luiz C. Q. Metrópoles: entre a coesão e a fragmentação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.In: http://waltersorrentino.com.br/tag/questao-metropolitana/

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A questão dos recursos hídricos de Belo Horizonte é apenas um entre os inúmeros exemplos desta necessidade de integração metropolitana, que devem ser geridos em parceria com outras cidades da região metropolitana, com especial atenção para Brumadinho e Nova Lima, municípios que abrigam os mananciais que abastecem a cidade de Belo Horizonte.

Hoje, quando se pensa na articulação das políticas de integração metropolitana, tem-se considerado também o Colar Metropolitano, formado pelos 16 municípios do entorno da região metropolitana atingidos pelo processo de metropolização, totalizando 600 mil habitantes (integram o Colar da RMBH os municípios de Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Bonfim, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará de Minas, Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José da Varginha e Sete Lagoas).

Mapa: Perfil político da RMBH. Fonte: Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

A GESTÃO INTEGRADA DOSRECURSOS HÍDRICOS

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É preciso que o novo prefeito de Belo Horizonte assuma e concretize o compromisso de efetivamente promover uma maior articulação e coordenação da questão metropolitana junto com os demais gestores municipais, levando as propostas de entendimento comum ao nível estadual e federal. Identificar e ajudar a conciliar os interesses de 50 municípios - quando somamos os 34 municípios da RMBH às 16 cidades integrantes do Colar Metropolitano – é tarefa para os verdadeiros líderes, que aliam vontade política com capacidade de gestão, para transformar boas propostas em realidade.

A gestão das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas é executada dentro de um modelo de governança interfederativa entre os Estados e Municípios, conforme diretrizes nacionais do recém instituído Estatuto da Metrópole (lei federal nº 13.089 de 2015): trata-se de um modelo que contempla em suas diretrizes gerais os princípios da prevalência do interesse comum sobre o local, o compartilhamento de responsabilidades para a promoção do desenvolvimento urbano integrado, a observância das peculiaridades regionais e locais e a busca de um desenvolvimento metropolitano sustentável.

Como diretrizes específicas, a governança interfederativa das regiões metropolitanas deve implantar um processo permanente e compartilhado de planejamento, tomada de decisão e organização administrativa das funções públicas de interesse comum, além de estabelecer um sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas, mediante rateio de custos previamente pactuados. A lei prevê também a compatibilização dos planos plurianuais, das leis de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos anuais dos entes envolvidos na governança interfederativa.

Nota-se, assim, que o arcabouço jurídico e organizacional da governança interfederativa das metrópoles é um tema de alta complexidade, tantas são as variáveis e demandas locais que devem ser harmonizadas e conectadas.

O MODELO DE GOVERNANÇADAS REGIÕES METROPOLITANAS

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De acordo com o Relatório Final do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH – PDDI, elaborado em abril de 2011, a estrutura espacial da RMBH é demasiadamente polarizada pelo núcleo central de Belo Horizonte, inibindo o fortalecimento e surgimento de centralidades subregionais ou de nível intermediário, com uma concentração excessiva do sistema viário e investimentos em infraestrutura e equipamentos nas regiões Centro-sul e Oeste. As consequências desta centralização das atividades produtivas dentro de Belo Horizonte agravam as desigualdades nas condições e meios de acesso a uma variedade de serviços, equipamentos e centralidades essenciais ao pleno exercício da cidadania e bem-estar de sua população metropolitana, cada vez mais forçada a ocupar espaços periféricos, sem as condições mínimas de habitação.

Como reforça a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, órgão da RMBH instituído pela LC 89/2006 e que vem empreendendo um bom trabalho em prol da disseminação de uma cultura de governança interfederativa, o planejamento metropolitano deverá buscar a desconcentração das atividades econômicas e dos equipamentos públicos, induzindo a localização em NOVAS CENTRALIDADES.

É por meio do fortalecimento dessas novas centralidades que poderemos promover uma regionalização compartilhada das chamadas “Funções Públicas de Interesse Comum”, que são o transporte intermunicipal e sistema viário, a defesa contra sinistro e defesa civil, o saneamento básico, o uso do solo metropolitano, gás canalizado, preservação ambiental, habitação, rede de saúde e desenvolvimento socioeconômico.

GOVERNANÇA INTERFEDERATIVANA REGIÃO METROPOLITANA DEBELO HORIZONTE

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COMPROMISSOS

• Criar o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Integração Metropolitana (GTMIM), o qual será vinculado à Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento e Gestão e terá como objetivo complementar o trabalho da Agência Metropolitana, assim como o de fortalecer a participação de Belo Horizonte como motor da governança interfederativa da RMBH.

• Ampliar a presença e o apoio político, financeiro e técnico à Agência Metropolitana (Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte), notadamente em relação à articulação entre instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, para captação de recursos de investimento ou financiamento para o desenvolvimento integrado da RMBH;

> Mapear os pontos convergentes e divergentes das demandas dosmunicípios integrantes da RMBH, para proposição de instrumentos de gestão e ações compartilhadas interfederativas;

> Promover a implementação do Plano Municipal de Governança e Integração Metropolitana (PMGIM, lançado este ano pela PBH) e das diferentes Políticas Metropolitanas Integradas;

> Fortalecer e apoiar a implantação dos instrumentos de planejamento e suporte financeiro metropolitano (Fundo de Desenvolvimento Metropolitano e PDDI-RMBH – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado);

I. Equipe do GTMIM: o grupo deverá ser constituído por uma equipe técnica multidisciplinar enxuta e de perfil inovador e criativo, com integrantes designados entre os servidores públicos que tenham se destacado nos últimos anos por sua liderança positiva dentro de setores estratégicos da PBH, além de especialistas do setor privado com experiência nas áreas de mobilidade urbana, saúde, educação, inovação e tecnologia, planejamento financeiro, desenvolvimento econômico, terceiro setor, direito e cultura.

II. Missões do GTMIM:

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• Estabelecer as diretrizes de atuação da Prefeitura junto a entidades de interesse municipal (GRANBEL, a AMM, a FMP, FNP e CNM), também sob a ótica metropolitana.

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HABITAÇÃO EINFRAESTRUTURA

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Quando se fala em melhorar as condições de moradia de uma população, o olhar procura primeiro, naturalmente, por aqueles cidadãos que mais necessitam de nossa ajuda: os moradores dos assentamentos precários, das vilas e favelas. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte publicados em dezembro de 2015, a estimativa do déficit habitacional em nossa cidade - índice que mede a quantidade de cidadãos sem moradia adequada dentro de uma região - seria de 56.434 domicílios1.

Neste cálculo do déficit habitacional a PBH considerou os seguintes tipos de moradia: os domicílios precários (sem paredes de alvenaria) e os improvisados (locais e imóveis sem fins residenciais que servem como moradia alternativa); a coabitação familiar (famílias que vivem junto com outras em um mesmo domicílio ou famílias que vivem em cômodos); as situações de ônus excessivo de aluguel (famílias que despendem mais de 30% de sua renda com aluguel); e os casos de adensamento excessivo de domicílios alugados, quando o número médio de moradores por dormitório é superior a três.

POR UMA BEAGÁMAIS INCLUSIVA

1Considerando-se famílias com renda de até seis salários mínimos, exceto para os casos de ônus excessivo com aluguel, nos quais são consideradas famílias com renda familiar de até três salários mínimos.

Fonte: Urbel, dezembro de 2015.

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ZEIS - ZONAS ESPECIAISDE INTERESSES SOCIAIS

Atualmente a gestão de toda a nossa política habitacional municipal é realizada pela URBEL (Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte), órgão da Prefeitura responsável pela produção de novas moradias e pela intervenção urbanística nos assentamentos precários nas regiões definidas pelo município como ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social, que correspondem às vilas e favelas2.

Segundo dados da URBEL, em 2015 Belo Horizonte contava com 110.688 habitações localizadas nas ZEIS, sendo 366.239 o número de pessoas vivendo nessas condições:

2A área de atuação da Urbel compreende 186 vilas e favelas; 23 conjuntos habitacionais populares implantados pela prefeitura antes de 1993; e outros 7 assentamentos irregulares. Fonte: Portal PBH, 2016.

Fonte: Urbel

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Com uma população estimada em 2.513.451 habitantes3 e uma área de 331 km 2 , Belo Horizonte possui 15 km 2 de área de vilas, favelas, conjuntos habitacionais populares e assentamentos irregulares, o que equivale a cerca de 4,5% da área total do município. Temos 209 comunidades habitadas por mais de 366 mil moradores, o que equivale a cerca de 15% da população total de Belo Horizonte.

3Fonte: IBGE, 2016.

Belo Horizonte já possui um programa grande de inclusão social operando através da reurbanização de áreas destinadas à moradia de grupos de baixa renda – o Vila Viva, que alcançaria atualmente 12 comunidades e beneficiaria cerca de 193 mil moradores das vilas e favelas.

Entretanto, o Vila Viva precisa funcionar melhor, pois o programa tem sido alvo de conflitos, inclusive jurídicos, envolvendo as remoções das famílias locais que não teriam suas novas moradias garantidas ou que estariam recebendo indenizações muito baixas. Outras críticas ao programa dizem respeito aos prazos muito curtos para desocupação dos imóveis em vista das obras de urbanização ou, ainda, ao lixo acumulado no entorno das casas demolidas. Também as falhas nas ações de regularização fundiária têm sido alvo de duras críticas ao Programa Vila Viva.

Assim, Pra BH Funcionar em tempos que demandam cuidado e atenção com os gastos públicos, não é preciso ideias mirabolantes, nem abandonar os projetos em curso. É preciso somente muito trabalho e determinação, parcerias inovadoras e criativas, comprometimento e responsabilidade, foco em resultados e um olhar técnico para encontrar soluções concretas para os problemas existentes.

FAZER FUNCIONAR AMORADIA EM BH

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COMPROMISSOS

• Não atentar contra as ocupações existentes na capital, buscando regularizá-las e humanizá-las, buscando entregar os respectivos títulos de propriedade a 100% dos moradores até 2020;

• Não permitir novas ocupações em Belo Horizonte;

• Avançar no processo de regularização urbanística e ambiental das Zonas e Áreas de Especial Interesse Social, verificando também a viabilidade das obras em curso (Alguns compromissos firmados através da Lei 10.827/15 pela atual administração deverão ser continuados, como isenção do IPTU para imóveis situados nas Zonas de Interesse Social – ZEIS);

• URBEL: Este órgão e um dos principais instrumentos para a política habitacional e urbanizadora do município. Não poderia, portanto, ter sido utilizado para a acomodação de interesses políticos e de conveniência da atual administração, segundo se queixam servidores e alguns beneficiários dos programas sobre a falta de diálogo para implementação de projetos. Trata se, na verdade, de um órgão que deve ter uma administração técnica da melhor qualidade, afim de prestar os serviços que se espera deles;

• Minha Vila Segura: Uma das queixas recorrentes entre moradores das zonas de interesse social é o da segurança. No caso dos conjuntos habitacionais, chegamos ao limite de alguns deles serem amplamente dominados por gangues, que tomam conta inclusive do comércio e unidades habitacionais. Nosso compromisso será o de mapear este tipo de problema, junto com a Polícia Civil, buscando desarticular essas gangues, assegurando melhor qualidade de vida aos moradores;

• Minha Propriedade:

> Regularização fundiária urgente: Trata-se de desenvolver o programa de Regularização Fundiária, dando segurança jurídica aos moradores, assim como provocando franca valorização destes imóveis;

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• A Força das Comunidades Locais: Investir no desenvolvimento de uma economia própria nos territórios e proporcionando sustentabilidade às intervenções urbanísticas e ambientais realizadas ou a realizar (atualmente 650 obras concluídas em 2015, sendo 1.540 a iniciar);

• Fortalecer e formar parcerias com organizações sociais e associações de moradores instaladas nas comunidades economicamente mais vulneráveis, onde localizam-se os assentamentos precários mais excluídos, a fim de cooptar a colaboração dos próprios moradores locais e voluntários na construção de equipamentos públicos, tais como praças, hortas comunitárias, espaços verdes e até mesmo moradias. Este é um modelo que tem o fortalecimento da própria comunidade como eixo transversal da intervenção;

• Um programa de melhorias habitacionais nas vilas, favelas e comunidades se faz necessário, envolvendo as associações comunitárias e prevendo o acesso à linhas de crédito para construções e reformas na moradia, incentivando o trabalho e as compras coletivas.

> Força-tarefa jurídica e cartorial: firmar parcerias com organizações sociais voltadas à advocacia pro bono (para o bem) em Belo Horizonte e com Cartórios Notariais e de Registro de Imóveis, a fim de compor um mutirão jurídico para acelerar os processos de regularização fundiária na cidade;

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DESENVOLVIMENTOECONÔMICO,TURISMO

E NEGÓCIOS

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DESENVOLVIMENTOECONÔMICOHá décadas Belo Horizonte vem desperdiçando vocações, na medida em que não fomenta a permanência e o desenvolvimento de segmentos econômicos para os quais o município é vocacionado. Acaba por perder competitividade e, via de regra, a própria relevância nesse segmento. Vários são os exemplos de setores onde BH se destacou e acabou por se enfraquecer. Foi sede de grandes bancos, referência nacional de moda e, mais recentemente, vem perdendo grandes construtoras e incorporadoras. Exportamos talentos e empresas. O resultado e inequívoco: a cidade empobrece e perde relevância no cenário econômico.

A vigorosa vocação para o comércio e os serviços assiste a limitação dos recursos disponíveis para a circulação na capital e na RMBH. A pujança de uma economia baseada em comércio e serviços depende da entrada de dinheiro para circular no território. Gerar riqueza surge como algo óbvio, mas não praticado, colocando em cheque os fundamentos econômicos do novo capital.

COMPROMISSOS

• Planejamento estratégico por centralidade: identificar as forças e vulnerabilidades de cada microrregião;

• Ampliar o apoio ao Microcrédito Produtivo através, por exemplo, do fortalecimento do “Programa BH Negócios”;

• Institucionalizar um Canal da Ouvidoria por centralidade, de forma a estimular a participação da população na construção de soluções para intervenções públicas no perímetro de sua própria localidade;

• Ampliação e investimento nos Cursos de Qualificação junto às novas centralidades, de acordo com as maiores necessidades de cada microrregião.

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STARTUPSA limitação territorial de BH inviabiliza a implantação de grandes plantas industriais. Um número animador de iniciativas empreendedoras de base tecnológica, chamadas startups, pequenas e promissoras empresas tipicamente baseadas em tecnologias inovadoras, vem aflorando em BH, em grande parte induzidas pela excelência na formação científica, graças a importantes universidades existentes na capital.

Outros elementos, também existentes, contribuem para essa vocação de empresas de base tecnológica, tal como o fértil ambiente colaborativo entre os empreendedores.

As taxas de crescimento das startups são impressionantes, projetando, para o médio prazo, a robustez econômica que se pretende para a capital de Minas. É necessário superar as barreiras para o fomento dessas iniciativas, principalmente nos momentos de fragilidade, que caracteriza a sua fase inicial.

A fixação dessas empresas no território da capital impõe o desafio de fortalecer o ecossistema e produzir um ambiente favorável para a operação e a lucratividade. Assim, é possível favorecer essas iniciativas, que serão as novas cadeias produtivas que auxiliarão na entrada de dinheiro novo, fazendo crescer uma nova economia.

COMPROMISSOS

• Fomentar e incentivar a permanência de empresas de base tecnológica;

• Estimular a internacionalização de BH via intercâmbio com outros centros tecnológicos globais através de universidades e empresas;

• Apresentar a cidade de Belo Horizonte e suas potencialidades através da organização e apoio de eventos nacionais e internacionais diversas áreas vocacionais - como congressos, simpósios, workshops e outros que ajudem a posicionar e divulgar a cidade.

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• Fomentar a economia criativa, tais como polo de moda e polo de moveleiros;

• Articular a rica cultura de BH, os atrativos turísticos da capital e do seu entorno para elevar o tempo de permanecia do turista de negócios na capital, que deverá funcionar como um Hub turístico para a RMBH;

• Estabelecer parcerias com instituições, equipamentos públicos e estabelecimentos de ensino para a realização de programas educacionais de empreendedorismo..

ECONOMIA CRIATIVAA “economia criativa” está associada ao processo de iniciativas voltadas para o desenvolvimento local urbano e, de um modo geral, necessita de maior proximidade dos seus produtores com os consumidores diretos. Em muitos casos, requer a incorporação de novas tecnologias de comunicação conectando ideias, pessoas e os diversos espaços da cidade.

As propostas abrangem todo um conjunto de medidas necessárias ao desenvolvimento de setores tais como o da propaganda, da arquitetura, das artes plásticas, das artes performáticas, do artesanato, do design, da moda, do cinema, da fotografia, da música, da literatura, dos meios de comunicação, da educação e da sustentabilidade.

Nesse contexto, as politicas públicas precisam ser reinventadas para atender as novas demandas de mercado e os movimentos comunitários. Vale destacar a importância em se promover um ambiente de negócios favoráveis capazes de beneficiar as microempresas e microempreendedores individuais (MEIs).

COMPROMISSOS

• Realizar parcerias com as universidades para desenvolvimento de um diagnóstico da capacidade instalada dos diversos setores, bem como as iniciativas em curso;

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• Criar canais de comunicação entre os órgãos da prefeitura e estabelecer uma relação qualificada de atendimento e suporte;

• Promover eventos de intercâmbio entre os diversos setores envolvidos, com o objetivo de aproximar potenciais investidores e empreendedores.

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A GRANDE OPORTUNIDADEDO TURISMO:

BH precisa implementar uma política pública municipalverdadeiramente integrada e inovadora para o setor deturismo

O setor de turismo em Belo Horizonte é pilotado pela BELOTUR, empresa pública municipal vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento (SMDE) que, nos termos da Lei 10.823 de junho de 2015, é o órgão responsável pela implementação da Política Municipal de Turismo, assim como pelo planejamento, fomento, coordenação e fiscalização da atividade turística em Belo Horizonte. Segundo a legislação municipal, cabe também à BELOTUR, junto com o Conselho Municipal de Turismo (Comtur), a criação e a implementação de um Plano Municipal de Turismo.

Essa lei municipal instituiu o Fundo Municipal de Turismo (Funtur) e também o Sistema Municipal de Turismo, o qual, por determinação legal, é composto não só pela BELOTUR, mas também pelo Comtur-BH, pela SMDE, pelo Smari (órgão responsável pela política de internacionalização do município), pela Fundação de Parques Municipais (FPM), pela Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH) e pela Fundação Municipal de Cultura (FMC).

Tendo em vista a recente criação desse sistema que agrega, sob a mesma aba, a coordenação municipal do turismo, dos parques e da cultura, torna-se necessário fazer tudo isso funcionar, com a efetiva implementação do Plano Municipal de Turismo e pela correta utilização do Fundo Municipal do Turismo.

Além disso, partindo-se do pressuposto de que a formulação e o planejamento de políticas públicas devem visar a obtenção de resultados efetivos que se estendam a toda a sociedade, Belo Horizonte pode e deve aproveitar melhor o seu potencial de desenvolvimento turístico para promover a geração de empregos e renda, assim como para executar ações

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de proteção ao meio ambiente e de promoção do seu uso economicamente sustentável e com respeito aos costumes regionais.

De acordo com dados de agosto de 2016 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)1, o número de empregados no setor de turismo em Minas vem apresentando uma queda mensal média de 0,7% desde agosto do ano passado. Comparando os meses de agosto de 2015 com o ano atual observa-se uma queda de 10,4%, ou seja, 102 mil empregados a menos, finalizando o último mês com 883.681 trabalhadores. No mês de agosto de 2016 percebe-se uma queda no saldo de empregados em 56% em relação ao mesmo período do ano anterior.

ALGUNS DADOS SOBREO TURISMO EM BELO HORIZONTESe existe um momento ideal para que Belo Horizonte invista mais e melhor na promoção do Turismo e na geração de empregos nesse setor, esse momento é agora. Isto porque nossa cidade ganhou muita visibilidade com a recente obtenção do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Pampulha, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) - a Pampulha e suas construções projetadas por Oscar Niemayer e interligadas pelo espelho d’água atraem cada vez mais visitantes. É preciso, portanto, cuidar desse patrimônio com muito carinho e, principalmente, seriedade.

Desde 2014, quando Beagá foi uma das cidades-sede da Copa do Mundo, e este ano, aproveitando os reflexos turísticos das Olímpiadas do Rio, nossa cidade tem recebido cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros. Segundo dados estimados pelo Observatório do Turismo de Minas Gerai2, o fluxo de turistas em Belo Horizonte em 2015 cresceu em relação a 2013 (mas diminuiu em relação a 2014, ano da Copa):

1Boletim de Emprego no Turismo, agosto de 2016, Secretaria do Turismo de Minas Gerais. In: https://www.dropbox.com/s/vute6b21e6591hm/Boletim%20do%20Emprego%20no%20Turismo%20-%20Agosto.pdf?dl=0

2O Observatório do Turismo de Minas Gerais é uma iniciativa do Diretoria de Pesquisa, Informação e Estatística (DPIE) daSecretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (SETUR-MG).

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Segundo esta mesma fonte, o que diminuiu significativamente, em relação à 2013, foi a receita turística em Belo Horizonte, que passou de 3,1 bilhões de reais em 2013 para 2,4 bilhões de reais ano passado (em 2014, ano da Copa, o Turismo trouxe para Beagá quatro bilhões de reais).

É preciso, então, fortalecer as Cadeias Produtivas do Turismo e da Cultura, de forma a incrementar os atrativos da cidade dentro de um patamar de alto nível, do ponto de vista nacional e internacional. É preciso fomentar mais estratégias, de forma integrada e articulada, para criar novos negócios, novos eventos, gerando renda e empregos e favorecendo o desenvolvimento econômico e social da cidade.

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Belo Horizonte tem muito a oferecer aos visitantes que vêm aqui a lazer ou para negócios, seja por meio de nossa culinária única e diversa, seja através da beleza de nossos atrativos naturais, culturais e arquitetônicos, seja através de nossa hospitalidade e alegria. Beagá está, também, consolidando-se como um importante polo de tecnologia inovadora, além de ser considerada como um relevante polo de comércio e serviços.

OCUPAÇÃO DA REDE HOTELEIRAEm relação à ocupação de nossa rede hoteleira, o número de hóspedes em hotéis de Belo Horizonte em 2015 apresenta números melhores que 2013 (mas menores que 2014, quando fomos uma das cidades-sede da Copa do Mundo)3:

3Fonte: SETUR-MG, dados do Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH) que auxiliam no levantamento da taxa de ocupação dos meios de hospedagem no município. In: http://www.minasgerais.com.br/observatorioturismomg/?page_id=186

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MOVIMENTAÇÃO NOSAEROPORTOSA movimentação nos aeroportos também melhorou. Segundo a Infraero e a BH Airport, o Aeroporto Internacional de Confins, por exemplo, recebeu 474.881 passageiros a mais em 2015, com relação a 20144:

Minas Gerais é o quarto Estado em relação ao percentual de passageiros recebidos pelo Brasil em 2015, com 6,5% do total nacional (atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal). Ainda em relação as movimentações dos aeroportos, Minas teve uma boa média de crescimento entre 2003 e 2015 (de 11,2%), ficando acima da média nacional no mesmo período, que foi de 8,9%. Minas cresceu mais nesse quesito que São Paulo, Rio e Distrito Federal (com 8%, 8,6% e 8,1%, respectivamente)5.

4Fonte: Infraero e BH Airport. In: Observatório do Turismo de Minas Gerais - http://www.minasgerais.com.br/observatorioturismomg/?page_id=189

5Fonte: Infraero e BH Airport. In: Observatório do Turismo de Minas Gerais - https://www.dropbox.com/s/5v9tau8ql0v81e7/N%C3%BAmero%20de%20Passageiros%20Brasil.xls?dl=0

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O QUE OS TURISTASPENSAM DE BELO HORIZONTEEm 2014 o Governo de Minas realizou uma pesquisa com turistas vindos do Brasil inteiro a Belo Horizonte, entrevistando 1432 pessoas na alta e baixa temporadas6. A pesquisa constatou que os principais motivos citados para vinda a Belo Horizonte foram, entre outros: 27,3% para visita a amigos e parentes; 25,1% para negócios; 21,4% para lazer/passeio e 10,2% para saúde/tratamento ou consulta médica.

Os principais atrativos para aqueles que vieram a lazer ou passeio eram a visita a locais e festas de riqueza histórico-cultural (41,4 %); participar de shows, eventos ou vida noturna (13,8%); buscar contato com a natureza (10,8%); degustar a culinária mineira (4,6%); outros motivos como descanso, Copa do Mundo, bares, Mineirão (16,9%).

Questionados sobre qual seria o principal atrativo/ produto turístico querepresenta Belo Horizonte, os entrevistados responderam (abaixo listamos os atrativos mais citados):

6In: http://www.minasgerais.com.br/observatorioturismomg/?page_id=15

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Entre os quase 1.500 turistas entrevistados, o meio de transporte mais utilizado foi o ônibus rodoviário (67,9% dos turistas), seguido do veículo próprio (8,1%); avião (7%); ônibus coletivo (5,3%); carro de amigos/parentes (3,1%); taxi (3,1%) e veículo alugado (1,4%). Entre as atividades pretendidas ou realizadas na cidade, 15,9% dos turistas responderam compras e diversão noturna (14,8%), city tour (12,9%), contatos profissionais (12,6%), participação em festas populares (10,1%), visita a museus e monumentos (7,3%), atividades na natureza (3,6%) e outros 20,3% (tratamento de saúde, visita a parentes, negócios, Copa do Mundo, estudos).

Quanto ao nível de satisfação dos visitantes, 78,2% responderam que a viagem a Belo Horizonte “atendeu plenamente suas expectativas”. Para aqueles que responderam que a viagem “atendeu em parte” ou “não atendeu” às suas expectativas, os principais motivos citados foram: “insegurança”, “estrada ruim”, “transporte ruim”, “esperava mais da cidade” com 11,1% das respostas cada, e “tudo demora”, “trânsito”, “decepção com lojas e lanchonetes”, “mal atendimento nos hospitais” com 5,6% das respostas, cada.

Outro dado interessante da pesquisa foi o resultado da avaliação dos entrevistados em relação à infraestrutura da cidade (notas de 1 a 10). As melhores notas foram dadas à gastronomia/restaurantes (8,91%), hospitalidade (8,85%) e qualidade da hospedagem (8,57%). Já as notas mais baixas foram dadas a “preços em geral” (6,89%), transporte público (6,94%), limpeza urbana e atrativos (também 6,94%) e segurança pública (6,96%).

GERAÇÃO DE OPORTUNIDADESDE EMPREGO ATRAVÉS DAINOVAÇÃODe acordo com o Plano Nacional do Turismo7 , o tema da inovação constitui

7Plano Nacional de Turismo 2013-2016. In: http://www.turismo.gov.br/images/pdf/plano_nacional_2013.pdf

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uma premissa básica para o desenvolvimento sustentável do setor do Turismo e pode contribuir para geração de mais empregos no setor, seja através da consolidação da rede de gestão, do uso de tecnologias e ferramentas inovadoras para a promoção dos destinos, da formatação de meios alternativos de interação e contato com os turistas, seja em pesquisa, produção de conhecimento e compreensão dos comportamentos dos mercados..

O TURISMO COMO FERRAMENTADE INCLUSÃO SOCIALO setor de Turismo tem muito a ganhar ao promover o aumento de viagens com a inserção de novos grupos de consumidores até então excluídos desse tipo de consumo, seja por propostas de programas sociais e de oferta de produtos a custos acessíveis, seja através de campanhas para derrubar o mito de que o turismo é uma categoria de consumo exclusiva das elites nacionais e estrangeiras.

INTEGRAR PARA PROMOVERMELHORA promoção do turismo belo-horizontino deve ter como foco a consolidação da imagem da cidade, valorizando nosso patrimônio cultural, natural, histórico, arquitetônico, gastronômico através de ações integradas entre esses elementos, dentro da cadeia produtiva do turismo. Estas ações de promoção passam, também, pela identificação dos públicos-alvo prioritários e pelo fortalecimento do segmento de negócios e eventos.

COMPROMISSOS

• Efetiva implementação do Plano Municipal de Turismo, buscando fomentar

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ações integradas entre o Turismo, a Cultura e o Meio-Ambiente, através de seus respectivos órgãos de coordenação;

• Implementação de novas políticas públicas visando a geração de emprego e renda no setor de Turismo a partir da reunião das propostas e demandas dos grupos de trabalho (GTEs) já existentes, com mote notadamente nos fundamentos de uma Economia Criativa, verificando os resultados obtidos do FONE BH (Fórum de Negócios e Eventos de BH) realizado em 2015 e os dados divulgados pela Central de Informação Turística (CITI) de Belo Horizonte;

• Consolidação do Fundo Municipal de Turismo com treinamento da equipe de captação de recursos, visando a uma efetiva aplicação de recursos na atividade turística na capital e aplicação destes recursos em programas de promoção, proteção e recuperação turística, no financiamento de estudos e pesquisas, capacitação, divulgação e custeio de eventos na cidade. Compete à Belotur a movimentação e aplicação desses recursos;

• Consolidação/implementação de um Sistema de Informações Turísticas Municipais, buscando o apoio e a articulação com a Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais (SETUR-MG), com a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de BH e com o Observatório do Turismo de BH, a fim de melhor planejar as políticas públicas do setor de turismo municipal e sua integração regional, assim como para avaliar uma nova estratégia ntegrada de ações a serem implantadas pelos diferentes atores da cadeia produtiva de turismo;

• Parcerias e incentivos às instituições de pesquisa e ensino visando o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a geração de renda e economia criativa dentro da atividade turística, com ações específicas capazes de gerar mais empregos e renda no setor;

• Identificação das ferramentas de tecnologia inovadoras atualmente disponíveis que possam contribuir para a elaboração de ações e estratégicas das políticas públicas municipais para o turismo;

• Fortalecimento do segmento de Turismo de Negócios, Eventos e Congressos, através da realização de eventos, congressos e feiras nos

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meses de baixa temporada e eventos internacionais, com o apoio da BELOTUR e do Fundo Municipal de Turismo.

IREMOS BUSCAR RECURSOSJUNTO AO MINISTÉRIO DO TURISMOE À SETUR-MG PARA:

• Melhorar a infraestrutura turística de Belo Horizonte e permitir a expansão da atividade e a melhoria da qualidade do produto para o turista;

• Estruturar os segmentos turísticos priorizados: formulação, coordenação, acompanhamento e articulação de políticas públicas para o ordenamento e o desenvolvimento dos segmentos turísticos, assim como promoção e apoio a estudos e pesquisas acerca da oferta e da demanda turística segmentada, especialmente os idosos, os jovens, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e outros públicos segmentados como lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT);

• Capacitar e qualificar profissionais e gestores do setor de turismo: qualificação dos profissionais e gestores turísticos, por meio de ações relacionadas ao desenvolvimento de metodologias, conteúdos, ferramentas tecnológicas e pedagógicas para o aprimoramento e atualização das competências profissionais e do fomento à oferta de cursos de aperfeiçoamento em diferentes áreas do conhecimento.

• Incentivar a formação de mão de obra para o primeiro emprego no setor, por meio da articulação com instituições públicas, de acordo com a demanda do mercado de trabalho do turismo, a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao turista e aumentar a empregabilidade e a competência dos profissionais por meio da qualificação;

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• Incrementar as linhas de financiamento para a iniciativa privada: desenvolvimento de parcerias com instituições financeiras, entidades privadas e órgãos públicos, buscando a ampliação dos recursos e a adequação de linhas de crédito e outros instrumentos financeiros direcionados para o financiamento das atividades dos prestadores de serviços turísticos e do público final;

• Promover os produtos turísticos: realizar campanhas de promoção do turismo em Belo Horizonte, privilegiando períodos de baixa ocupação hoteleira, feriados, finais de semana e férias;

• Fomentar o turismo de base comunitária: fomento e apoio a projetos ou ações para o desenvolvimento local e sustentável do turismo, por meio do incentivo ao associativismo, cooperativismo, empreendedorismo, formação de redes entre as organizações culturais e de apoio ao turismo, já existentes; estabelecimento de padrões e normas de atendimento diferenciado e estratégias inovadoras, para inserção desses produtos na cadeia produtiva do turismo, particularmente com relação a produtos e serviços turísticos de base comunitária com representatividade da cultura local, valorização do modo de vida ou defesa do meio ambiente.

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CULTURAE ESPORTE

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A Cultura foi umas das áreas mais maltratadas pela última gestão, que parecia não acreditar na sua força econômica e importância na construção da identidade dos belo-horizontinos. A promessa de criação de uma Secretaria de Cultura ficou apenas no papel, mostrando o desprestígio na área, não por acaso um dos setores mais hostis à última gestão. No caso de Belo Horizonte, o valor orçado à cultura em 2016 foi de R$ 84.014.122. Isto significa menos de 1% do total do orçamento da PBH.

Além disso, a área de Cultura em Belo Horizonte teve uma baixa execução orçamentária: apenas 55,9% do orçamento previsto foi efetivamente pago1. Isto significa que várias das ações e metas prometidas pela Prefeitura, por meio da Fundação Municipal da Cultura (FMC), previstas para 2015 no Programa Sustentador Rede BH Cultural e outros programas, não foram realizadas ou realizadas apenas parcialmente, conforme dados da própria PBH2.

Das 94 ações com orçamento previsto nos diversos programas da FundaçãoMunicipal de Cultura, (Programa de Fomento, Incentivo e Desenvolvimento Cultural; Programa de Gestão da Política Cultural; no Programa de História, Memória e Patrimônio Cultural de Belo Horizonte ou Rede BH Cultural), 24 tiveram índice de eficiência de cumprimento de meta igual a 0% (zero por cento) e duas com índices menores que 17% (dezessete por cento).

Assim, o fato é que pelo menos 25% das ações culturais programadas em 2015 simplesmente não foram executadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, e outras tantas tiveram metas cumpridas apenas pela metade. Segundo a Prefeitura, as razões para essa (in)execução orçamentária tão baixa variam notadamente entre “restrições orçamentárias/financeiras” ou “restrições administrativas/gerenciais”.

1Fonte: Movimento Nossa BH. Análise da Execução Orçamentária do 3º quadrimestre de 2015. In: https://docs.google.com/document/d/1kxasEZSR1FGjNgPGShnJTGiGzlTshU41aWoK1gbPjkk/edit?ts=57d72ee0

2 Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte – Demonstrativos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal 2015. In:http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&amp;pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&amp;app=contaspublicas&amp;tax=52098&amp;lang=pt_BR&amp;pg=6420&amp;taxp=0&amp;

CULTURA DESPERDIÇADA

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Sendo um dos elementos que dizem respeito à alma de um povo, ao valorizarmos a nossa cultura ressaltamos os elementos de nossa identidade que nos são mais caros. É por isso que o seu reconhecimento institucional, através da criação de uma Secretaria dedicada à Cultura, é tão importante, discutindo com a classe artística e os produtores de cultura, em todos os níveis, as principais ações a serem empreendidas.

Nosso foco será a ampliação da rede de entidades e movimentos de produção cultural, escolas e associações, afim de estimular nossa rica produção cultural. Iremos também trazer mais eventos culturais para os espaços públicos verdes, utilizando melhor o potencial cultural e ecoturístico dos 75 parques de Belo Horizonte, apoiando as atividades e eventos culturais como cinema ao ar livre, festivais de música, teatro, etc. Há sem dúvida uma demanda grande por um melhor aproveitamento e compartilhamento dos espaços públicos como espaço diário de lazer, esporte e cultura, a exemplo do que já acontece em várias outras capitais brasileiras. Para isso é necessário, além de reforçar a segurança dos parques, também incentivar as parcerias com o setor privado que poderá adotar alguns destes espaços, garantindo sua manutenção.

Eventos importantes como o Virada Cultural, o Noturno nos Museus e festivais de dança e teatro também continuarão a merecer o apoio da Prefeitura. Em relação ao Carnaval, a Prefeitura se encarregará apenas do apoio logístico e segurança, mas sem intromissão na organização do evento.

Além disso, é preciso fortalecer os movimentos culturais voluntários já existentes em Belo Horizonte, tais como aos ligados ao folclore, aos grupos musicais tradicionais e outros representantes da cultura popular mineira.

COMPROMISSOS

• Criação da Secretaria da Cultura, com o objetivo de planejar, desenvolver,orientar, coordenar e executar a política cultural da cidade, destacando um Comitê especialmente dedicado ao nosso Patrimônio Histórico e Artístico, com a Pampulha;

CULTURA RENOVADA

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• Operacionalizando de forma ágil o apoio cultural: A Fundação Municipal de Cultura continuará existindo, funcionando como estrutura operacional para viabilizar os projetos e programas da Secretaria de Cultura e aumentar a frequentação dos nossos 16 centros culturais espalhados pelas administrações regionais;

• Valorizar o que já existe: Valorização do conhecimento dos servidores públicos com experiência na área cultural, procurando recrutar dentro da própria Fundação Municipal de Cultura aqueles profissionais gabaritados para ocupar cargos de coordenação e direção;

• Acesso: Divulgação funcional e efetiva das ações da FMC e seus espaços, tais como os Centros Culturais, para de todos os espaços culturais ou públicos capazes de receber performances, apresentações ou montagens artísticas.

• Democratização: Fomento à formação artístico-cultural para agentes de cultura em Belo Horizonte, de forma a promover a difusão do saber cultural e artístico à população;

• Descentralização: Mais investimento em infraestrutura, equipagem, atividades e contratação de profissionais de atuação nos centros de cultura e do projeto ‘Arena da Cultura’, de forma a que estes ofereçam ininterruptamente programas de atividades formadoras e, de maneira mais frequente, de entretenimento artísticas e culturais às populações que os circundam;

• Diversidade Cultural: Fomento à pesquisa cultural de costumes, folclore, manifestações artísticas e agentes de arte e cultura em todas as regiões, promovendo a atuação de profissionais da área nesses ofícios, de forma a reavivar as culturas locais, gerar renda e emprego para os artistas e agentes de cultura de cada região;

• Sustentabilidade: Atenção especial à Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LMIC), de forma a proporcionar melhor distribuição desses recursos a projetos artísticos e culturais de maior variedade, bem como auditoria mais efetiva dos projetos, ao mesmo tempo em simplificaremos o sistema de acesso aos protocolo dos projetos;

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• Divulgação mais efetiva e constante da existência da LMIC, bem como das datas de ocorrência das inscrições. Maior prazo entre a divulgação do edital e o prazo limite de protocolo dos projetos; programas de treinamento mais amplos, mais frequentes e mais bem difundidos para a formulação e elaboração dos projetos;

• Fazendo funcionar: Apoio aos movimentos culturais e musicais nas ruas de Belo Horizonte, garantindo as autorizações necessárias para fomentar este tipo de atividade coletiva;

• Cultura nos espaços públicos: Estimular a apropriação do espaço público urbano, como praças e parques, para atividades culturais e artísticas variadas, como o Cinema ao Ar Livre e festivais de música;

• Iniciativas bem-sucedidas continuarão a ter nosso apoio, como Virada Cultural, o Noturno nos Museus, o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua (FIT) e o Festival de Arte Negra (FAN);

• Futuros portadores de cultura: Apoio as apresentações artísticas infantis nas escolas, como forma de criar público, futuros consumidores de produtos culturais, e descobrir talentos;

• Maior divulgação e promoção da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, para que de fato a cultura como um bem chegue ao conhecimento e acesso da população.

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Belo Horizonte está entre o seleto grupo de cidades que possuem em seu território um dos Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela Unesco ao Conjunto Moderno da Pampulha. Com esta visibilidade internacional, amplia-se também nossa responsabilidade diante de um potencial maior fluxo turístico nacional e internacional e, consequentemente, criam-se oportunidades de geração de emprego e renda para nossa população.

COMPROMISSOS

• Dar continuidade ao cumprimento das exigências da Unesco para a manutenção do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido ao Conjunto Arquitetônico Moderno da Pampulha. É fundamental solucionar a questão do anexo do Iate Tênis Clube, hoje sob análise da Justiça;

• Acelerar e concluir a recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha, em parceria com a Copasa e a Prefeitura Municipal de Contagem, que tem responsabilidade na contaminação da represa, para que a região tenha condições de se transformar em um importante polo eco-cultural da capital, em condições de recebe eventos culturais, esportivos e gastronômicos;

• Atuar em sintonia com grupos culturais da cidade para a ocupação criativa da orla, em especial o Parque Ecológico Francisco Lins do Rego, com apresentações de grupos folclóricos, de dança, de teatro e arte de rua nos fins de semana e feriados, transformando o entorno em um centro de lazer e cultura gratuita para a população.

PAMPULHA:NOSSA RESPONSABILIDADECOM O PATRIMÔNIO CULTURALDA HUMANIDADE

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O esporte, seja como instrumento de lazer ou profissionalmente, deve merecer atenção especial do Executivo municipal.

Além de proporcionar uma vida mais saudável ao praticante, o esporte é fator de forte inclusão social. Estudos demonstram que sai prática contribui, de forma considerável, para a redução dos índices de violência e criminalidade, notadamente nas vilas, aglomerados e favelas.

Por se tratar de segmento universal, englobando todas as classes sociais e faixas etárias (crianças, jovem, adulto ou idoso), há de se ter um olhar clínico para a questão e, cada vez mais, fomentar efetivas políticas públicas para a área.

COMPROMISSOS

• Fomentar a prática do esporte e lazer nas escolas públicas, Umeis e creches conveniadas, inclusive de forma lúdica na infância;

• Fomentar projetos sociais desportivos de lazer e competição nos clubes sociais;

• Fomentar a prática desportiva e de lazer acompanhada e monitorada por profissionais especializados para as pessoas idosas;

• Melhorar e manter em boas condições e em pleno funcionamento os equipamentos públicos de esporte e lazer do município, incluindo aí os campos de futebol de várzea.

ESPORTE E LAZER

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SUSTENTABILIDADE,MINORIAS E CIDADANIA

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Quando se trata da questão ambiental é fundamental pensar em termos de uma visão global e integrada das ações municipais e em constante diálogo com sua Região Metropolitana, de forma que, além da dimensão ecológica, a gestão ambiental também dialogue e trabalhe junto com todos os demais setores – mobilidade urbana, habitação, saúde, educação, segurança, inovação tecnológica, cultura, desenvolvimento econômico e social – alimentando assim uma rede de melhorias distribuídas através de ações integradas e colaborativas.

E como funciona essa visão global da política ambiental? A gestão da Prefeitura deve agir dentro de uma noção de TRANSVERSALIDADE, isto é, todas as Secretarias Municipais considerando a sustentabilidade com um eixo norteador de suas ações específicas, em todas as áreas. Os novos tempos exigem um trabalho integrado, com uma visão global “360 graus”, de forma a alcançar um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer as necessidades das futuras gerações: isto é SUSTENTABILIDADE e é assim que preservaremos os recursos para o futuro.

COMPROMISSOS

• Reforçar a atuação da Secretaria do Meio Ambiente transformando-a num verdadeiro gabinete da sustentabilidade para reforçar o diálogo e acompanhar, junto às Secretarias Municipais, a aplicação da transversalidade ambiental e o desenvolvimento sustentável no planejamento de novas ações e políticas públicas;

• Promoção de uma Política Ambiental Integrada, que envolva não somente a dimensão ecológica, mas também as dimensões econômica, social, cultural, democrática, ética e estética;

• Controle Social através da participação da população em canais de ouvidoria;

CONSTRUINDO DIÁLOGOSTRANSVERSAIS PARA O FUTURO

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• Fortalecimento dos órgãos ambientais vinculados à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA).

Há uma demanda grande por um melhor aproveitamento e compartilhamento dos espaços públicos como espaço diário de lazer, esporte e cultura, a exemplo do que já acontece em várias capitais. Para isso é necessário, além de reforçar a segurança dos parques, também incentivar as parcerias com o setor privado que poderá adotar alguns destes espaços, garantindo sua manutenção.

Em busca de uma maior qualidade de vida, a população espera encontrar espaços verdes bem estruturados e conservados, com os equipamentos necessários para diversão, atividades físicas e relaxamento em contato com a natureza. Entretanto, problemas e irregularidades são constatados dentro dos parques de Belo Horizonte, como invasões de espaços, construções não autorizadas de barracões, nascentes poluídas, áreas isoladas por questões ambientais, falta de infraestrutura (cercamento, calçadas, bebedouros, campos de futebol sem grama, guaritas e banheiros, além de funcionários).

A atual gestão realizou intervenções de melhorias em cerca de 40 dos 75 parques de Belo Horizonte, mas é preciso saber se tais ações foram realmente eficientes, e se levaram as pessoas a usufruir plenamente das nossas áreas verdes. Os espaços verdes são como uma extensão de nossa própria casa.

Temos que verificar o que precisa melhorar em termos de segurança e equipamentos públicos, a fim de demonstrar aos belo-horizontinos que os parques podem e devem ser utilizados todos os dias, para uma maior qualidade de vida, para o lazer da família, para a prática de esportes antes ou depois do trabalho, para uma educação eco-centrada, para manifestações culturais ao ar livre.

FAZENDO NOSSACIDADE RESPIRAR

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COMPROMISSOS

• Gestão efetiva dos parques: identificação dos problemas e irregularidades e parcerias com o setor privado para solucionar tais demandas;

• Utilização do potencial ecoturístico dos parques. Abertura efetiva ao público;

• Segurança para os frequentadores;

• Apoiar programas de Educação Ambiental, atividades culturais, lazer e esporte.

Muitas ações e campanhas para o desenvolvimento e gestão sustentável do meio-ambiente foram realizadas pela atual administração municipal em Belo Horizonte - algumas que funcionaram bem (como a política de redução de gases de efeito estufa) - mas outras que ainda se encontram em fase inicial ou nem saíram do papel, como é o caso das obras de prevenção de riscos de inundação junto às bacias de retenção de córregos ou, ainda, das obras para recuperação das matas ciliares.

Neste sentido, caberá ao novo Prefeito a indispensável tarefa de analisar a viabilidade dos projetos em curso, para eventuais ajustes necessários, além de um trabalho de identificação daquelas demandas ambientais que até hoje não encontraram resposta adequada (ou cujo orçamento previsto e arrecadado não tenha sido devidamente aplicado).

É preciso entregar à população respostas mais eficazes em relação à gestão do risco ambiental, ao tratamento de resíduos sólidos, coleta seletiva e reciclagem, da recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha, do desmatamento nas áreas de preservação ambiental, da utilização das águas pluviais, bem como discutir a especulação imobiliária dentro de uma cidade que quase já não dispõe mais de espaço físico para construção de grandes obras.

EM PAZ COM A NATUREZA

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COMPROMISSOS

• Criar uma base institucional sólida para redução de risco;

• Fortalecimento do controle social, com envolvimento ativo das comunidades em risco visando a tomada de decisões corretas e respostas ou reações em tempo oportuno;

• Monitoramento ambiental informatizado;

• Sistemas de alertas antecipados;

• Tratar prioritariamente os problemas das habitações de interesse social e habitações colocadas em zonas de alto risco;

• Prevenção através da educação e informações para a população;

• Obras básicas de contenção.

ÁGUA E VIDARecém-eleita como parte do Patrimônio Histórico da Humanidade, a Lagoa da Pampulha não atinge os padrões aceitáveis de qualidade de água. A poluição e a falta de sistemas de esgoto adequados são um problema cuja solução passa pela implementação do plano de ação com medidas corretivas já existentes. Além disso, Belo Horizonte vem sofrendo com racionamentos de água, agravados pelo seu alto índice de consumo.

Segundo a Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental, enquanto o consumo de água aumenta na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a produção se torna cada vez mais ameaçada. A região, composta por 18 municípios, depende das bacias dos rios Paraopeba e do Rio das Velhas e o volume consumido está próximo da quantidade produzida, com 91% da água captada sendo utilizada. Ainda de acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o consumo de água na região metropolitana de Belo Horizonte aumentou 15% nos últimos dez anos.

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COMPROMISSOS

• Mapear as nascentes e os principais cursos d’água da cidade a fim de promover a proteção, monitoramento e recuperação dessas áreas;

• Ampliar os esforços para recuperação e despoluição da lagoa da Pampulha, com a efetiva implementação do plano de ações corretivas;

• Incentivar medidas de controle do desperdício, uso consciente e reuso de água em primeiro lugar nos equipamentos públicos ligados à PBH. A prefeitura precisa fazer o “dever de casa”;

• Promover o uso consciente da água pela população através de campanhas educativas;

• Estimular o reuso da água e a captação da água de chuva;

• Incentivar e participar de programas de cooperação à gestão integrada de recursos hídricos em parceria com outras cidades da região metropolitana de BH. Especial atenção para Nova Lima e Brumadinho, cidades que abrigam os mananciais que abastecem a cidade de Belo Horizonte.

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS:BH, CAPITAL DA RECICLAGEMQuanto à gestão dos resíduos sólidos, Belo Horizonte necessita de uma atuação prioritária no que se refere aos problemas com o aterro sanitário da BR 040, o qual encontra-se desativado, com um grande passivo ambiental no local e um aterramento de mais de 30 milhões de toneladas de resíduos. Também chama atenção a questão da coleta seletiva: atualmente Belo Horizonte só processa 2% do resíduo coletado na cidade.

Além disso, os resíduos da construção civil não são aproveitados com eficiência e há um desperdício em relação ao material resultante das podas de árvores na cidade:

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16.000 toneladas são produzidas e encaminhadas aos aterros sanitários com custo anual de cerca de R$ 100,00 por tonelada, ou seja, R$ 1.600.000,00 por ano somente para aterrar.

COMPROMISSOS

• Ampliar a coleta seletiva em todo o município, seja no sistema porta a porta, seja aumentando os pontos de entrega voluntária na cidade;

• Estabelecer parcerias e compromissos para a implantação da logística reversa no município;

• Apoiar as cooperativas de catadores de materiais recicláveis já instaladas nas diversas regionais de BH;

• Promover campanhas educacionais relacionadas à questão da limpeza urbana e coleta seletiva na cidade;

• Reaproveitar o resíduo de podas de árvores para produzir energia ou fertilizante orgânico.

SANEAMENTO BÁSICO• Requalificar a participação da PBH junto à COPASA, exigindo o atendimento por coleta e tratamento de esgoto em 100% da cidade;

• Utilizar o saneamento como um instrumento essencial para a recuperação e proteção ambiental dos meios receptores, para a redução das pressões sobre os recursos hídricos e para a garantia de qualidade ambiental de Belo Horizonte;

• Utilizar o saneamento como um instrumento de redução de riscos à saúde, de riscos de inundação e de riscos geotécnicos (deslizamento de encostas);

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ENERGIA RENOVÁVELAvaliar a possibilidade de, no aterro sanitário desativado da BR 040 (área 120 ha), instalar, por concessão para uso do local, para geração de energia solar, a ser utilizada pela própria Prefeitura em seus prédios e na iluminação pública.

Potencializar a microgeração de energia elétrica através das águas da barragem da Pampulha, realizando um programa de Educação ambiental para visitação de escolas, para que as crianças entendam como a energia que chega às suas casas é produzida.

Priorizar a implantação, em todos os parques da cidade, do abastecimento por energia solar para iluminação.

MULHERDar prioridade no atendimento de cidadania às mulheres, com a criação de secretarias-adjuntas da Mulher nas 9 regionais, capazes de implementar programas de inclusão produtiva, combate à violência, atenção especifica a saúde feminina, ampliação do número de creches e acesso à educação formal. Um foco prioritário será uma atuação contundente no combate à violência contra a mulher, seja física ou psicológica, reconhecendo as necessidades das mulheres através de um corpo de servidores municipais que possam trazer diagnósticos constantes das reais necessidades e direitos sociais que merecem ser resguardados.

COMPROMISSOS

• Garantir o combate às desigualdades entre homens e mulheres como condição do desenvolvimento do município;

• Garantir a participação, o atendimento, o respeito e o direito pleno às mulheres de Belo Horizonte, inclusive das periferias, observando as diferenças étnico-raciais, geracional ou de qualquer outra;

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• Garantir a participação, o atendimento, o respeito e o direito pleno às mulheres de Belo Horizonte, inclusive das periferias, observando as diferenças étnico-raciais, geracional ou de qualquer outra;

• Priorizar, nos programas de emprego e renda, as mulheres chefes de família;

• Criação de programa específico para capacitar as mulheres em economia solidária, economia criativa e empreendimentos formais;

• Fomentar a organização de cooperativas e associações de mulheres, como forma de gerar renda;

• Desenvolver políticas de valorização da mulher em toda sua diversidade e contribuir para o avanço da inclusão das mulheres em todos os espaços;

• Fortalecimento do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher;

• Garantia de políticas públicas específicas em prol das mulheres negras, com deficiência, idosas e lésbicas.

PROGRAMA BH VIDASTrata-se de um modelo de gestão para inte¬grar as ações de combate à violência urbana, a partir da criação de um grande equipamento público que fomente a sociabilização de jovens, adultos e idosos em espaços existentes nas regionais. Com foco em crianças e adolescentes, que são nosso futuro, trata-se de oferecer atendimento emocional, social, comunitário e educativo, principalmente para os que vivem em áreas de maior vulnerabilidade social.

COMPROMISSOS

• Ampliar a oportunidade e oferta de inserção social e educativa para crianças e adolescentes em BH;

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• Realizar uma grande ação integrada, com profissionais gabaritados que auxiliarão e estimularão crianças e adolescentes a mergulharem no universo das práticas esportivas e culturais, a exercitarem mais a leitura por meio de bibliotecas qualificadas e, ainda, prestar atendimentos psicológicos e acompanhamento escolar;

• Realizar uma grande ação integrada.

ACESSIBILIDADEBelo Horizonte precisa também funcionar para aquelas pessoas deficientes, cumprindo rigorosamente a legislação que garante acessibilidade e mobilidade humana.

COMPROMISSOS

• Determinar que o ônibus acessível com desenho universal venha a ser o padrão único da frota de transporte coletivo, como estabelecido na Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015);

• Tornar as calçadas acessíveis a toda e qualquer pessoa, tendo metas e prazos para implementação de melhorias, conforme previsto no Decreto nº 5.296/2004 e na Lei 10.048/200 e na lei nº 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência.

MORADORES DE RUANossa cidade precisa ser capaz de oferecer tratamento eficaz e humanitário às pessoas que vivem em condições sub-humanas, nas ruas e demais logradouros públicos da cidade. Será prioritária uma política de assistência social inclusiva, capaz de realizar uma abordagem amistosa aos moradores de rua, visando criar uma solução para essa parcela da população. Investir na iluminação pública e combater a marginalidade, junto com o tráfico de

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drogas nas áreas degradadas da cidade, certamente vai auxiliar na efetividade da inclusão social das pessoas carentes.

BEM ESTAR ANIMALSerá executada uma política em defesa dos direitos dos animais, por meio da abolição de todas as formas de crueldade e de políticas públicas de proteção e garantia do bem-estar de animais urbanos, selvagens e de uso comercial.

COMPROMISSOS

• Garantia de recursos financeiros no orçamento público para fomentar a política pública pelos animais.

• Articulação e aprimoramento dos mecanismos de mapeamento, definição de indicadores,monitoramento, proteção, denúncia, notificação e investigação de situações de maus tratos aos animais;

• Incentivo à Educação Humanitária: inclusão no conteúdo escolar, multidisciplinarmente, o respeito aos animais não humanos além do fomento de eventos destinados à conscientização da população;

• Campanhas permanentes para estimular a defesa dos Direitos Animais, a importância da esterilização cirúrgica de animais domésticos e silvestres urbanizados como forma ética e eficaz de controle populacional, prevenção da leishmaniose, febre maculosa entre outros;

• Transformação dos centros de zoonose em centros de proteção animal, tornando-os responsáveis pelo recolhimento e esterilização de animais domésticos e promoção de eventos de adoção, evitando ao máximo a prática de extermínio desses animais;

• Elaboração e aprovação de uma legislação que regulamente o comércio de animais domésticos.

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COMUNIDADE LGBTUma Belo Horizonte que te enxergue e te aceite exatamente como você é; que não distribua privilégios, mas que seja intransigente em não permitir que você seja tratado de maneira inferior a qualquer outro cidadão, intependentemente do seu gênero, situação social, religião, raça, cor ou orientação sexual. Esta é a cidade que buscamos construir.

A prefeitura de Belo Horizonte não pode ser utilizada como ferramenta por pessoas preconceituosas para infligir dor contra outras pessoas. Um fiscal não pode abusar da lei do silêncio para querer encerrar um culto evangélico da mesma forma que um dono de restaurante não pode ser impedido de abrir seu empreendimento por ser homossexual.

Belo Horizonte já tem uma unidade do Núcleo de Atendimento e Cidadania à População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (NAC/LGBT), em funcionamento na sede da Divisão Especializada de Crimes contra a Mulher no Barro Preto. Trata-se de garantir o sucesso dessa articulação, com ações que assegurem segurança, saúde, educação e plenos direitos humanos à comunidade LGBT, através de parcerias entre a prefeitura e as instituições civis, em campanhas de fomento à liberdade de expressão e igualdade de tratamento.

COMPROMISSOS

• Promoção de ações de formação voltada para a Guarda Municipal em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial, através de cursos e seminários de conscientização e reforma dos códigos de conduta policial, afim de capacitar esses profissionais para atuar contra crimes de homofobia;

• Elaboração do Plano Municipal de políticas públicas de combate ao preconceito e discriminação em relação à orientação sexual e identidade de gênero;

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• Investir na capacitação dos profissionais da saúde e da psicologia para lidar com o atendimento e a orientação de travestis e transexuais;

• Por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego, fomentar a procura e a geração de parcerias entre o poder público e a iniciativa privada que promovam a inserção no mercado de trabalho de pessoas que não conseguem se estabelecer por questões de discriminação de gênero e comportamento pessoal;

• Criar projetos culturais de fomento às artes, direcionados, entre outras, às periferias, que promovam debates e conscientizem as comunidades locais sobre temas ligados à igualdade de gênero e questões LGBT.

IDOSOSO Plano Municipal da Pessoa Idosa será o instrumento que norteará programas, projetos e ações voltados para pessoa idosa, em dialogo permanente com a sociedade civil organizada, através do Conselho Municipal do Idoso, que será fortalecido. Chamar para o debate sobre as dificuldades e necessidades das instituições de longa permanência de idosos, incluindo o instituto Jenny de Andrade Faria de atenção à saúde do idoso, responsável pelo atendimento do Centro Mais Vida, grupos de convivência com idosos, conveniados ou não com a prefeitura de Belo Horizonte.

COMPROMISSOS

• Reorganizar o Centro de Referencia da pessoa idosa, ampliando suas atividades esportivas, ginástica, hidroginástica, atividades culturais como musica, dança e teatro, transformando-o em um centro de eventos, para realização das campanhas de combate a violência contra pessoa idosa, comemorações e bailes da terceira idade;

• Promover atividades de convivência, socialização, integração e organização social; fortalecer os vínculos familiares e comunitários; prevenir e amenizar situações causadas pelo risco social e buscar novas conquistas de direitos sociais;

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• Ofertar diversas e diferentes atividades físicas e esportivas nas áres públicas, adequando-as às características e necessidades da população idosa, em busca da qualidade de vida e do envelhecimento saudável;

• Alfabetizar as pessoas idosas, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola e promover o encontro intergeracional como troca de conhecimento criando ações conjuntos entre jovens e idosos;

• Promover palestras em escolas abordando o tema do envelhecimento, divulgando o estatudo do idoso e a importância de se respeitar as pessoas idosas, como forma de cidadania e lei, promovendo campanhas de conscientização do cidadão, para manutenção das calçadas, para prevenção de quedas e evitar o isolamento social das pessoas idosas;

• Capacitar a equipe de atenção básica na saúde, formulando cursos voltados para o atendimento da pessoa idosa, e implantando um sistema de coleta de exames no domicilio da pessoa idosa acamada;

• Fazer valer o estatuto do idoso, oferecendo Órteses e próteses, além de materiais de auxílio aos idosos com alguma dificuldade motora;

• Divulgar o estatuto do idoso, promovendo cursos que abordem todos os direitos contidos no estatuto, para garantia de seus Direitos;

• Preparar os servidores públicos para sua aposentadoria, através de cursos e acompanhamento dos seus últimos 5 anos, promovendo trocas de experiências e espaços de reflexão;

• Melhorar o atendimento as pessoas idosas no transporte público, assegurando que sejam respeitadas as vagas destinadas as pessoas idosas.

JUVENTUDEO poder público municipal deve investir fortemente em políticas para a juventude, tanto quanto poderia contar de forma mais decidida com a contribuição criativa dos jovens nos seus processos e decisões. Vamos

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Vamos consolidar um Plano Municipal de Juventude, contendo as diretrizes das políticas públicas de juventude na cidade. Do ponto de vista institucional, fortaleceremos a estrutura já existente na Prefeitura voltada para políticas públicas para adolescentes, tais como a CJUV - Coordenadoria da Juventude, o COMJUVE - BH, a CRJ e os fórum juvenis.

Vamos, ainda, acrescentar em nosso trabalho as instalações do recém-construído Centro da Juventude, localizado na Praça da Estação, edificado em parceria com o Estado e que se encontra vazio, sem utilização.

COMPROMISSOS

• Apoiar o Jovem Aprendiz, em consonância com a lei de número 0.097/2000, que juntamente com o decreto Federal nº 5.598/2005, determina que as empresas de médio a grande porte devem possuir uma porcentagem equivalente a 5% e 15% de jovens aprendizes em trabalho e/o estágio, sendo que estes demandem alguma função dentro da empresa.

• Criar uma legislação em nível municipal que permita melhorar a aplicação da lei federal do primeiro emprego, procurando e ampliando a participação do jovem no mercado de trabalho;

• Criar mecanismos para desenvolvimento de empreendedores sociais, fomentando parcerias com as Universidades Locais e suas respectivas empresas Junior. s.

LIBERDADE RELIGIOSAA liberdade de culto é garantida na Constituição. Mas não custa reafirmar nosso propósito em garantir a plena diversidade religiosa em nossa comunidade.

COMPROMISSOS

• Readequar as leis e regulamentos municipais para que não interfiram no exercício pleno da fé religiosa;

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PL ANO DE GOVERNO

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• Trabalhar em conjunto com as igrejas para regularização das obras e templos regiliosos da capital;

• Garantir tratamento isonômico entre as igrejas de diferentes religiões ou denominações durante a prestação dos serviços municipais, não permitindo que a agilidade dos trâmites burocráticos seja prejudicada em função de diversidade de fé;

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COLIGAÇÃO PRA BH FUNCIONAR PHG/REDE/PV | KALIL PREFEITO | PAULO LAMAC VICE | CNPJ CONTRATANTE: 25.602.918/0001-31 | CNPJ CONTRATADO: 05.027.658/0001-00 | TIRAGEM: 5