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UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL NA EMPRESA GIOVANA PASH ELIANE FORMENTO Recursos Humanos TIJUCAS - SC, 2007 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

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UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL NA EMPRESA

GIOVANA PASH

ELIANE FORMENTO

Recursos Humanos

TIJUCAS - SC, 2007

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

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ELIANE FORMENTO

TCE MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE

ORGANIZACIONAL NA EMPRESA GIOVANA PASH

Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí – CECIESA Gestão Campus TIJUCAS

TIJUCAS - SC, 2007

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois ele é o alicerce de nossa vida;

A meus pais, José e Verônica, que passaram por tantas

dificuldades ao longo de suas vidas, mais mesmo assim

não deixaram que nada faltasse para seus 11 filhos, aos

quais dedico esta vitória, pelo incentivo e dedicação que

sempre tiveram por mim;

A meus irmãos, em especial minha irmã Maria Aparecida,

que não mediu esforços para me ajudar em todas as

dificuldades;

A Wagner uma pessoa muito especial que soube me

compreender nos momentos mais difíceis, se mostrando

como um amigo, a ele também dedico grande parte desta

conquista;

A minha orientadora Profa. Justina da Costa Rodrigues,

pela dedicação e respeito as minhas dificuldades;

Enfim a todos os meus amigos, aos quais pude confiar

meus momentos de desalentos.

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EPÍGRAFE

“Talvez não tenhamos conseguido fazer o

melhor, mas lutamos para que o melhor

fosse feito...Não somos o que deveríamos

ser, não somos o que iremos ser, mas

graças a Deus somos o que éramos”

Martin Luther King

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Eliane Formento

b) Área de Estágio

Recursos Humanos

c) Supervisor de campo

Jefferson da Conceição

d) Orientador de Estágio

Profa. Justina da Costa Rodrigues

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Profa Jaqueline de Fátima Cardoso

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Giovana Pash Ind. e Comércio de Calçados Ltda

b) Endereço

Rua Arno Luiz Sartori, 143

Jardim Dona Alice – São João Batista – SC

CEP. 88240-000

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Recursos Humanos

d) Duração do estágio

300 H

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Jefferson da Conceição

Gerente Administrativo

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

TIJUCAS, 25 de junho de 2007.

A empresa Giovana Pash Ind. e Com. de Calçados Ltda, pelo seu presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua

biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio

Supervisionado, pela acadêmica ELIANE FORMENTO.

Izair da Conceição

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RESUMO

Com o aumento da concorrência a maioria das empresas busca vantagens competitivas no mercado, e uma das maneiras de conseguir essas vantagens é investir na mão-de-obra, que deverá estar motivada para executar de formar eficaz seu trabalho. Diante disso, as práticas de recursos humanos atuam como um fator de extrema importância na busca de meios para originar a motivação. Portanto o presente estudo teve como objetivo geral investigar a influência dos fatores motivacionais no trabalho dos colaboradores da empresa Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda. Os objetivos específicos buscaram: verificar as práticas de Recursos Humanos; identificar o perfil funcional; identificar a percepção dos colaboradores quanto aos fatores higiênicos; identificar a percepção dos colaboradores quanto aos fatores motivacionais; apresentar um plano de ação para as melhorias necessárias. A metodologia aplicada teve como tipologia de estágio a pesquisa diagnóstico. A população compreendeu todos os colaboradores da empresa, caracterizando-se como uma pesquisa censitária. Para o levantamento dos dados foram utilizados: uma entrevista semi-estruturada com os dirigentes e colaboradores da empresa e a observação direta da pesquisadora. Pelo tipo de pesquisa e por seu delineamento, a entrevista foi transcrita e analisada qualitativamente. O resultado da pesquisa permitiu identificar os fatores onde está o foco de insatisfação dos colaboradores, possibilitando a empresa direcionar ações para melhorias. Sendo assim foi apresentado um plano de ação visando a melhoria nos processos da empresa e na qualidade de vida dos colaboradores.

PALAVRAS-CHAVE: Administração, Recursos Humanos, Motivação.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1- Classificação das atividades de gestão de pessoas............................. 21

Quadro 2- Exemplos de Fatores de Avaliação....................................................... 26

Quadro 3- Definição de Salário.............................................................................. 27

Quadro 4- Pontos Básicos de Negociação Trabalhista......................................... 33

Quadro 5- Principais clientes da Giovana Pash Ind. e Com. de Calç. Ltda........... 57

Quadro 6- Principais fornecedores da Giovana Pash Ind. e Com. de Calç. Ltda.. 58

Quadro 7- Principais concorrentes da Giovana Pash Ind. e Com. de Calç. Ltda.. 59

Quadro 8- Perfil dos funcionários........................................................................... 66

Quadro 9- Plano de ação....................................................................................... 77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 12 1.1 Objetivo geral e objetivos específicos................................................... 13 1.2 Justificativa............................................................................................... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 15 2.1 Administração........................................................................................... 15 2.1.1 Teorias da Administração........................................................................ 16

2.1.1.1 Teoria das Relações Humanas............................................................. 16

2.1.1.2 Teoria Comportamental........................................................................ 18

2.1.1.3 Teoria da Contingência......................................................................... 18

2.2 Administração de Recursos Humanos................................................... 19 2.2.1 Atividades de Recursos Humanos........................................................... 20

2.2.1.1 Sistema de Suprimento ou agregação de Recursos Humanos............ 21

2.2.1.2 Sistema de Aplicação de Recursos Humanos...................................... 24

2.2.1.3 Sistema de Compensação ou Manutenção de Recursos Humanos.... 26

2.2.1.4 Sistma de Desenvolvimento ou Capacitação de Recursos Humanos.. 33

2.2.1.5 Sistema de controle ou Monitoração de Recursos Humanos............... 35

2.3 Liderança................................................................................................... 39 2.4 Contrato Psicológico............................................................................... 40 2.5 Motivação.................................................................................................. 40 2.5.1 Teoria de Maslow.................................................................................... 42

2.5.2 Teoria de Herzberg.................................................................................. 43

2.5.3 Teoria de MacGregor............................................................................... 45

2.5.4 Teoria de Vroom...................................................................................... 47

2.5.5 Teoria ERC.............................................................................................. 48

2.5.6 Teoria de MacClelland............................................................................. 48

2.5.7 Teoria da Equidade.................................................................................. 49

2.6 Percepção.................................................................................................. 50

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2.7 Plano de ação............................................................................................ 51 3 METODOLOGIA............................................................................................ 52 3.1 Caracterização da pesquisa..................................................................... 52 3.2 Participantes da pesquisa........................................................................ 52 3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.............................. 53 3.4 Tratamento e análise dos dados............................................................. 54 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO..................................... 55 4.1 Caracterização da Empresa..................................................................... 55 4.1.2 Principais Clientes................................................................................... 56

4.1.3 Principais Fornecedores.......................................................................... 57

4.1.4 Concorrentes........................................................................................... 58

4.1.5 Missão e Visão......................................................................................... 59

4.1.6 Valores..................................................................................................... 59

4.2 Resultado da Pesquisa............................................................................. 60 4.2.1 Verificação das Praticas de Recursos Humanos..................................... 60

4.2.2 Identificação do Perfil dos Funcionários.................................................. 65

4.2.3 Identificação da percepção funcionários quanto aos fatores higiênicos. 67

4.2.4 Identificação da percepção func. quanto aos fatores motivacionais........ 72

4.2.4.1 Diagnóstico do resultado da pesquisa com os funcionários................. 75

4.5 Plano de ação............................................................................................ 76 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 81 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 83 APÊNDICE A.................................................................................................... 86 APÊNDICE B.................................................................................................... 89 DECLARAÇÃO................................................................................................ 92

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS............................................................ 93

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1. INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade, os indivíduos vêm buscando alternativas para

melhorar seu modo de vida. As empresas, refletindo este aperfeiçoamento

também buscam meios para satisfazer as exigências cada vez maiores dos seus

colaboradores. Essa nova era que se afigura de mercados globalizados faz com

que as estratégias mudem de forma drástica na busca de melhores condições de

qualidade de um modo geral e com custos reduzidos.

Dentro do contexto organizacional, os colaboradores possuem um papel

de extrema importância, afinal grande parte das atividades desempenhadas

dentro de uma organização são executadas ou supervisionadas por pessoas.

Partindo da importância destas mudanças do mundo globalizado, as

pessoas são essenciais numa organização, e por isso devem ser sempre

motivadas, pois é a motivação que impulsiona as mesmas agirem de modo

determinado.

Para tanto, as empresas precisam de colaboradores motivados, para que

a produtividade e a qualidade aconteçam de forma eficaz, proporcionando novos

meios de conquistar novos mercados e manter os já existentes.

Até algum tempo atrás, a área de RH, estava mais focada com problemas

de relações sindicais e aspectos operacionais do trabalho. Essa atitude é

justificada até certo ponto, pelo fato de que uma empresa precisa estar

regularizada no mercado. Entretanto essa abordagem tem um ponto a ser

acrescentado, o gestor de pessoas deverá estar atento às necessidades dos

indivíduos, pois necessita do comprometimento dos mesmos para alcançar os

objetivos organizacionais.

Neste sentido a Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda,

situada em São João Batista,na área de calçados, preocupada com a melhoria de

seus processos aliada a satisfação dos clientes, procurou com este estudo

investigar a influência dos fatores motivacionais e higiênicos que interferem no

ambiente de trabalho, a fim de contribuir para um melhor desempenho nos seus

processos e na qualidade de vida dos seus colaboradores.

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1.1 Objetivo geral e objetivos específicos O objetivo geral do trabalho consiste em investigar a influência dos

fatores motivacionais e higiênicos no trabalho dos colaboradores da empresa

Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda.

Os objetivos específicos são:

-Verificar as práticas de Recursos Humanos da empresa;

-Identificar o perfil funcional;

-Identificar a percepção dos funcionários quanto aos fatores higiênicos;

-Identificar a percepção dos funcionários quanto aos fatores

motivacionais;

-Apresentar um plano de ação para as melhorias necessárias, a ser

implementado pela empresa.

1.2 Justificativa

Tendo em vista as transformações pelas quais o mundo passa existe a

necessidade de aperfeiçoamento e inovação das empresas, para melhor

administrarem seus bens por meio de informações e inovações que poderão

conduzí-las ao pleno desenvolvimento. Nesse cenário global, a gestão de

pessoas é uma área de fundamental importância, pois delas dependem os

resultados da organização.

Tratando dos fatores motivacionais, esta pesquisa buscou contribuir para

que a empresa possa desempenhar um trabalho no qual os colaboradores serão

beneficiados, devido a resolução de problemas que afetam a empresa, que

poderão ser eliminados com o resultado da pesquisa.

A viabilidade do trabalho justificou-se por tratar-se do primeiro estudo de

caso na motivação do ambiente organizacional realizado na empresa, sem a

necessidade de grande investimento pecuniário. A empresa terá ainda a

possibilidade da utilização dos resultados colocados a sua disposição para

estabelecer estratégias para manter seus colaboradores satisfeitos e procurar

garantir a competitividade no mercado.

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Do ponto de vista acadêmico a pesquisa possibilitou ampliar os

conhecimentos na área de recursos humanos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica que orientou e apoiou a

realização deste trabalho, com a abordagem dos seguintes assuntos:

Administração, Administração de Recursos Humanos, Atividades da

Administração de Recursos Humanos, Práticas de Recursos Humanos e Fatores

Motivacionais.

2.1 Administração

A Administração é uma das mais importantes áreas de atuação humana,

porque possui uma significativa abrangência, e conceituá-la é uma tarefa difícil.

Para Maximiano (2000, p. 26) “a administração é um processo de tomar

decisões e realizar ações que compreende quatro processos principais

interligados: planejamento, organização, execução e controle”.

Em uma organização planejar o que se deseja alcançar e identificar os

processos é fundamental para o desenvolvimento da mesma, cabe ao

administrador liderar seus membros e obter os resultados.

Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 3) “uma das principais qualidades

do administrador é saber tomar decisões, pois não existe decisão perfeita e ele

terá que pensar as vantagens e desvantagens de cada alternativa para escolher a

melhor”.

De nada adianta os gestores possuírem recursos favoráveis se não

sabem o que fazê-los com eles, por isso é importante primeiramente entender o

que é a administração para assim sobreviver e se manter no mercado, que está

cada vez mais competitivo.

Andrade e Amboni (2007, p. 8) ressaltam que ...”administração é a arte

de liderar pessoas e de gerir recursos escassos e valiosos dentro e fora das

organizações”.

A administração já existe ao longo de muitos séculos, sendo que a

palavra administração era usada frequentemente mas muitos que a usavam não

imaginavam tamanha importância, porém cientificamente começou a ser estudada

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no inicio do século XX onde diversos autores escreveram sobre esta ciência cada

um de sua maneira evidenciando algum fator, dividindo assim em teorias.

2.1.1 Teorias da Administração

As teorias da administração possuem uma grande importância para as

organizações, pois cada uma enfatiza algum aspecto relevante.

Conforme Lacombe e Heilborn (2003, p. 37) “as teorias organizacionais

podem ser entendidas como um conjunto de princípios e prescrições que visam a

facilitar a realização dos objetivos das organizações e serão mais ou menos

válidos na medida em que isso efetivamente ocorrer”.

A teoria da administração é dividida em várias correntes ou abordagens

como mostra Chiavenato (2000):

Teoria Clássica

Teoria das Relações Humanas

Teoria Estruturalista

Teoria Comportamental

Teoria de Sistemas

Teoria da Contingência

Para efeito do presente trabalho que tem como objetivo principal

diagnosticar os fatores motivacionais dos colaboradores da empresa em estudo,

serão enfatizadas as teorias das Relações Humanas, Comportamental e da

Contigência, considerando que as mesmas estão relacionadas com a área do

tema do trabalho.

2.1.1.1 Teoria das relações humanas

Esta teoria nasceu da necessidade de corrigir os princípios inadequados

da teoria clássica, que apenas valorizava a estrutura e a formalidade dos

processos, esquecendo dos fatores humanos na organização.

Chiavenato (2000) enfatiza que a teoria das Relações Humanas surgiu a

partir da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e

colaboradores, cuja finalidade era a de estabelecer uma relação direta entre a

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intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida por meio da

produção. A experiência foi desenvolvida numa fabrica em Hawthorne, Chicago

em 1924, onde o resultado da experiência foi surpreendente, pois mesmo

diminuindo a iluminação, a produção aumentava.

Na opinião de Maximiano (2000), o resultado do trabalho de Mayo e seus

colaboradores concluíram que o desempenho das pessoas não era determinado

apenas pelos métodos de trabalho, segundo a Administração Cientifica, mais

também pelo comportamento. As conclusões mais importantes de Mayo segundo

o mesmo autor são:

a qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos

colaboradores influência fortemente seu desempenho. Bom

tratamento, bom desempenho;

o sistema social formado pelos grupos determina o resultado do

indivíduo, que é mais leal ao grupo do que à administração. Se o

grupo resolve ser leal à administração, o resultado é positivo para a

organização. O resultado é negativo para a organização quando o

grupo resolve atender a seus próprios interesses.

Verifica-se com estas conclusões que o comportamento humano na

organização varia de acordo com sua interação no grupo, quanto mais integrado o

indivíduo estiver com seu grupo, mais motivado estará para cumprir suas tarefas.

Para Lacombe e Heilborn (2003), a teoria das relações humanas sempre

foi a organização informal, que em conseqüência dos fatos não se pode reduzir o

comportamento humano a um conjunto de reações mecânicas e automáticas e a

regulamentos restritos.

Com a teoria das Relações Humanas, surgiu uma nova forma de

administrar com foco na motivação, liderança, comunicação, dinâmica de grupo,

enfim, as pessoas passam a ganhar espaço dentro da organização, e os

administradores começam a entender que apenas aumentando o salário não será

suficiente para motivar seus colaboradores, acredita-se que a recompensa é

importante, mas não o bastante para satisfazê-los.

Juntamente com a teoria das Relações Humanas, outro importante corpo

teórico que tem enfoque nas pessoas, é a Teoria Comportamental.

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2.1.1.2 Teoria Comportamental

A partir desta teoria enfatizou-se o comportamento das pessoas na

organização, mostrando que o administrador precisa conhecer as necessidades

humanas para assim compreendê-las e utilizá-las como meio de melhorar a

qualidade de vida dentro das organizações.

Como enfatiza Megginson, Mosley e Pietri (1998, p. 49) “a abordagem

comportamental, também denominada orgânica ou humanística, deu ênfase ao

tratamento favorável aos empregados, em vez de só focalizar seu desempenho

ou produtividade”.

Sabe-se que nas organizações existe uma série de conflitos entre os

objetivos dos colaboradores e os da organização, como enfatiza os autores

Lacombe e Heilborn (2003), a teoria comportamental preocupa-se em integrar os

objetivos dos colaboradores com os da organização, de forma a motivá-los e

assim garantir melhores resultados para a organização.

Outra teoria importante que aborda os recursos humanos em uma

organização é a Teoria da Contingência.

2.1.1.3 Teoria da Contingência

A teoria da contingência enfatiza que nas organizações não há nada de

absoluto, tudo depende, tudo é relativo, não existe uma única forma para alcançar

a eficácia organizacional.

No dizer sempre expressivo de Chiavenato (2000, p. 584) “a abordagem

contigencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do

ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos

objetivos da organização”.

Como se pode notar nas organizações não existe um modo melhor de

organizar as tarefas, tudo depende do ambiente no qual a mesma atua. É por

isso que as mesmas devem identificar quais as principais variáveis tanto externas

quanto internas que irão auxiliar no sucesso organizacional.

O autor Silva (2005) ressalta que a teoria da contingência tem

proporcionado mudanças no meio organizacional, pois com a identificação das

variáveis tecnológicas, de tamanho, natureza e do ambiente, as organizações

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estão mas preparadas para enfrentar os desafios que aparecem por causa

dessas diferenças de variáveis.

Levando-se em conta o que foi observado na teoria da contingência não

existe uma só maneira para administrar, e para motivar as pessoas, pois nem

sempre todos irão reagir da mesma maneira, por esta razão é muito importante

que as organizações levem em conta essas contingências.

Com a evolução da teoria das Relações Humanas, Comportamental e

Contingências, surgiu a necessidade de uma área nas organizações para

administrar os Recursos Humanos.

2.2 Administração de Recursos Humanos O futuro das organizações está nas mãos de seus colaboradores, pois

sem uma boa equipe é difícil produzir com qualidade e obter lucros. A

administração de Recursos Humanos é uma das áreas mais importantes para a

organização, pois é a área que trata com as pessoas.

Selecionar, formar, integrar e aperfeiçoar um grupo de pessoas para trabalhar numa empresa como uma verdadeira equipe, com objetivos definidos, fazendo com que cada membro conheça seu papel, coopere com os demais e “vista a camisa” para produzir resultados é a responsabilidade mais importante dos administradores. (LACOMBE, 2005, p. 14).

Um dos mais importantes desafios das organizações atualmente é

administrar seus colaboradores, pois com as transformações que vem ocorrendo

no mundo, as vantagens competitivas estão na maneira de utilizar o

conhecimento das pessoas.

Conforme sustenta Ribeiro (2005, p. 01) “a área de Recursos Humanos

tem como objetivo principal administrar as relações da organização com as

pessoas que a compõe, consideradas, hoje em dia, parceiras do negócio, e não

mais meros recursos empresariais”.

Para uma organização conseguir relacionar-se bem com seus

colaboradores, será importante a presença de um profissional de recursos

humanos, que tenha características inovadoras, que seja flexível, com habilidades

para trabalhar em equipe, que tenha espírito empreendedor, e principalmente

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liderança, pois ele será o responsável pela integração da organização com sua

equipe de trabalho, objetiva garantir a satisfação tanto da organização quanto dos

colaboradores.

Segundo o autor supra citado, a organização precisa de colaboradores

treinados e bem motivados, com boa qualidade de vida no trabalho, para alcançar

os objetivos e tornar-se competitiva. E para que isso ocorra, a missão de

Recursos humanos, deve, segundo o mesmo autor:

planejar a importância das necessidades de pessoas para atender às

demandas do negócio e aos objetivos da organização;

formar, atualizar e conservar uma estrutura organizacional adequada

aos objetivos empresariais e às suas relações com o ambiente;

atender às necessidades de recursos humanos da organização, e

manter todos os cargos e funções adequadamente preenchidos;

fornecer a qualificação profissional dos recursos humanos da

organização;

remunerar as pessoas de igual valor, considerando as características

e os atributos do negócio empresarial;

garantir o bom relacionamento da organização com o colaborador, em

todos os níveis da organização.

Atualmente, com a globalização da economia e o mundo fortemente

competitivo, a criatividade para superar as barreiras é de total importância para a

sobrevivência de qualquer organização. Para tanto, a administração de recursos

humanos terá que administrar com as pessoas, trazendo-as para a realidade,

investindo em suas capacidades e criatividades, e ao mesmo tempo criando

oportunidade de crescerem profissionalmente.

2.2.1 Atividades da área de Recursos Humanos

A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e

transformações nos últimos anos. Para facilitar o entendimento da classificação

de gestão de pessoas na percepção de Gil (2001) as várias atividades, podem ser

agrupadas em categorias, muitas vezes designadas como sistemas, conforme

visualizadas no quadro a seguir:

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Quadro 1 - Classificação das atividades de gestão de pessoas. Fonte: Adaptado de Gil (2001)

Nota-se que nesta era da informação, as transformações que vêem

ocorrendo no mercado de trabalho, exigem que cada organização tenha um

sistema de Recursos Humanos, que seja capaz de recrutar, selecionar, treinar, e

oferecer um bom ambiente de trabalho com benefícios para garantir a satisfação

pessoal de cada colaborador, com o objetivo de possibilitar a integração e o

envolvimento dos colaboradores com os objetivos organizacionais. Nesse sentido

a administração de Recursos Humanos considerando os sistemas citados no

quadro deve adequar a organização por meio das atividades destacadas nos itens

a seguir.

2.2.1.1 Sistema de Suprimento ou agregação de Recursos Humanos

A principal finalidade desta etapa é o primeiro contato da organização

com o futuro colaborador. Para que este colaborador seja contratado, serão

necessárias algumas características já estabelecidas pela organização.

Chiavenato (1999) afirma que o processo de agregar pessoas representa

a porta de entrada aberta somente para candidatos que possuem características

pessoais ajustadas com as características organizacionais.

Sistema de RH Atividades

Suprimento ou Agregação

-Planejamento de Recursos Humanos -Recrutamento -Seleção

Aplicação -Análise e descrição dos cargos -Planejamento e alocação interna de recursos humanos

Compensação ou Manutenção

-Salários -Benefícios -Carreiras -Higiene e segurança no trabalho -Relações com sindicatos

Desenvolvimento ou Capacitação

-Treinamento e desenvolvimento de pessoal -Desenvolvimento e mudança organizacional

Controle ou Monitoração

-Avaliação de desempenho

-Banco de dados

-Sistemas de informações gerenciais

-Auditoria de recursos humanos

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Nestes processos destacam-se o planejamento de recursos humanos,

recrutamento e seleção de pessoas.

Planejamento de Recursos Humanos

Muitas organizações encontram dificuldades para conseguir profissionais

capacitados, e com isso acabam empregando qualquer pessoa mesmo que nunca

tenha trabalhado na área solicitada. Com o Planejamento de Recursos Humanos

as organizações poderão agir de acordo com as necessidades futuras, porém se

um colaborador estiver saindo da organização dentro de um ano, durante esse

período o planejamento poderá detectar internamente ou externamente pessoas

com potencial para ocupar a vaga, e assim tendo tempo de treiná-lo a fim de

prepará-lo para ocupar o cargo.

Na opinião de Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 60) “planejamento

de recursos humanos (PRP) é o processo de antecipar e fazer provisão para a

movimentação das pessoas – admissão e demissão, promoções e

transferências”.

Ainda segundo os mesmos autores, o planejamento de recursos

humanos tem por finalidade assegurar o emprego da maneira mais efetiva

possível, onde e quando for necessário, para que as metas da organização sejam

alcançadas.

Dessa forma as organizações que não realizarem um Planejamento de

pessoal, poderão sofrer sérios problemas principalmente nos níveis gerenciais,

pois se acaso promoverem alguém para um novo cargo, sem antes ter procurado

treiná-lo, e o escolhido não ter um bom desempenho, poderá acabar perdendo o

emprego, e assim tal escolha poderá levar a desmotivação dos outros

colaboradores que se julgavam capazes de ocupar o cargo.

Pontes (2001, p. 30) aduz que o “planejamento de pessoal procura

estimar as necessidades futuras de pessoal; sem esse planejamento torna-se

difícil a missão de recrutamento interno, pela falta de tempo hábil na preparação

(desenvolvimento) do pessoal com potencial para a promoção”.

Recrutamento Recursos Humanos O recrutamento é o processo usado para atrair pessoas para vagas

existentes nas organizações, sendo ele a primeira etapa no processo de

admissão.

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Recrutamento é um sistema de informações, que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados futuros funcionários da organização. Trata-se de um trabalho de pesquisa junto às fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas. (RIBEIRO, 2005, p. 52).

Para facilitar o recrutamento é importante que a organização destaque o

perfil desejado do candidato. É necessário também que esteja claro para o

candidato a cultura e os valores da organização, pois não adianta ter um ótimo

colaborador, se o mesmo não estiver condizente com os valores e as expectativas

da organização. Provavelmente o colaborador não conseguirá adaptar-se à

organização, e assim de nada adiantará o recrutamento.

Há dois tipos de recrutamento: interno e externo, onde o autor acima

define o recrutamento interno como sendo o estímulo ao bom desempenho do

profissional dentro da organização, e o recrutamento externo é a procura de

profissionais no mercado de trabalho que melhor atendem as necessidades da

organização.

Ainda, segundo o autor supra citado, o recrutamento interno tende a ter

uma margem de acerto maior, pois o candidato já foi observado pelo seu chefe,

além de evitar despesas com agências de empregos, anúncios, etc., e também

estimular seu pessoal à automotivação.

A organização reconhecendo seus colaboradores poderá garantir altos

níveis de satisfação, por isso antes de preencher qualquer vaga é importante

recrutar internamente, como uma forma de motivar os colaboradores.

Lacombe e Heilborn (2003) enfatizam que o recrutamento externo traz

pessoas com novas experiências e conhecimentos, colaborando com o

aperfeiçoamento da organização, sendo que o ideal é trabalhar com os dois tipos

de recrutamento, priorizando sempre o interno. Os métodos de recrutamento

externo podem ser anunciados em revistas, sites, agência de emprego, jornais,

etc.

Na fase final do recrutamento o grande desafio é contratar pessoas

certas para as funções certas, por isso o processo de seleção de pessoal deverá

escolher os profissionais mais adequados para cada função.

Seleção de Pessoas

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Terminado o processo de recrutar as pessoas tanto internas quanto

externas dispostas a ocuparem a vaga de emprego oferecida, é necessário

selecioná-las, escolhendo aquelas que melhor se enquadram no perfil desejado.

Segundo Lacombe (2005, p. 79) “a seleção abrange o conjunto de

práticas e processos usados para escolher, dentre os candidatos disponíveis,

aquele que parece ser o mais adequado para a vaga existente”.

Cabe salientar que a seleção deve dar preferências para os candidatos

com habilidades, que demonstram ter domínio na área em que vão atuar.

O mesmo autor enfatiza que para se admitir a pessoa certa, é

fundamental que a seleção avalie um grande número de candidatos, pois quanto

maior o número de candidatos, maior a probabilidade de se conseguir pessoas

certas. Deve-se também procurar admitir sempre os melhores, considerando os

seguintes pontos:

habilidade para executar: ter boas idéias e saber implantá-las são

importantes para formação de um líder;

projeto de carreira: escolher o candidato pensando na posição que o

mesmo poderá ocupar imediatamente e também a longo prazo;

orientação para a equipe: pessoas de alto nível empregam novas

pessoas de bom nível, e medíocres empregam medíocres; é essencial

também saber trabalhar em equipe;

pessoas com experiência variadas tendem a ter mais probabilidade de

êxito.

O processo de seleção varia de acordo com a organização, pois cada

uma leva em consideração suas estratégias, podendo ou não identificar-se com o

novo candidato, acarretando numa nova seleção.

Com o recrutamento e seleção realizados, a organização já possui um

novo colaborador, neste momento, verifica-se a necessidade de posicioná-lo no

seu devido cargo.

2.2.1.2 Sistema de Aplicação de Recursos Humanos

Neste sistema o colaborador será posicionado dentro da organização de

acordo com suas características, para assim desempenhar sua função.

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Como enfatiza Chiavenato (2002, p. 259) “os processos de aplicações de

pessoas envolvem os primeiros passos na integração dos novos membros na

organização, o desenho do cargo a ser desempenhado e a avaliação do

desempenho no cargo”.

Serão destacados neste item, a analise de descrição dos cargos, e o

planejamento e alocação interna de recursos humanos.

Análise e Descrição dos Cargos Nas organizações cada pessoa ocupa uma função no processo produtivo,

sendo que existem processos que necessitam de mais de uma pessoa naquela

determinada função. Para facilitar o controle da administração na hora de definir

os salários, foram agrupadas algumas funções, denominando-as de cargo.

Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 277) o “cargo é um conjunto de

funções de mesma natureza de trabalho, de requisitos e nível de dificuldades

semelhantes e com responsabilidades em comum”.

Após definido o cargo, a administração de Recursos Humanos precisa

descrevê-lo, de acordo com as diversas funções nele incluídas.

Marras (2000, p. 97) salienta que a “descrição de cargo é o processo de

sintetização das informações recebidas e prospectadas no passo anterior de

análise das funções, padronizando o registro dos dados de maneira a permitir um

rápido e fácil acesso aos contornos de cada um dos cargos da empresa”.

Enquanto a descrição do cargo está preocupada em apenas enumerar as

atividades que devem ser executadas, a análise de cargos preocupa-se com os

requisitos fundamentais que o ocupante do cargo precisa possuir para ocupá-lo.

Na visão de Gil (1994), as funções da análise e descrição de cargos são:

estabelecer o perfil do ocupante ao cargo;

fornecer dados para levantar a necessidade e seleção dos conteúdos

para se fazer treinamento do pessoal;

fornecer dados para ajudar nos programas de higiene e segurança no

trabalho;

fornecer informações sobre os padrões de desempenho no trabalho;

fornecer ajuda para avaliar cargos e determinar as faixas de salários;

determinar linhas de autoridade e responsabilidade organizacionais;

fornecer ajuda para implantar sistema de avaliação de mérito.

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Com a análise de cargos, fica mais fácil para a área de recursos

humanos avaliar cada colaborador, e assim fornecer dados importantes para as

decisões da organização.

A avaliação de cargos abrange diversos fatores que podem ser utilizados

num plano de cargos e salários. Segundo Marras (2000), os fatores de avaliação

dividem-se sobre três campos de análise conforme o quadro a seguir:

Quadro 2 - Exemplos de Fatores de Avaliação Fonte: Marras (2000, p.100)

Em virtude das considerações supracitadas verifica-se a importância de

se realizar na organização a avaliação dos cargos e seus fatores, pois é uma

forma de filtrar os colaboradores de acordo com seus requisitos, e assim incluí-los

no cargo correto com seu perfil.

Depois de terminada a análise de cargos, o colaborador precisa saber

quais serão seus benefícios, e quanto irá receber pelo seu cargo dentro da

empresa.

2.2.1.3 Sistema de Compensação ou Manutenção de Recursos Humanos

Este sistema está relacionado às atividades da organização em

recompensar seus colaboradores pelos serviços prestados.

Para Chiavenato (1999) recompensar as pessoas é fundamental para o

incentivo e a motivação dentro da organização.

Destacam-se neste sistema a remuneração e benefícios oferecidos pela

organização, e também a carreira, higiene e segurança no trabalho, e as relações

com sindicatos.

REQUISITOS MENTAIS REQUISITOS FÍSICOS RESPONSABILIDADES

Escolaridade

Experiência

Complexidade

Habilidade analítica

Criatividade

Precisão

Julgamento e iniciativa

Planejamento

Esforço físico

Habilidade manual

Fadiga mental/visual

Concentração

Monotonia

Pressão do trabalho

Pressão emocional

Por material ou produto

Por ferramentas/equipamentos

Por erros

Por valores

Por contatos

Por subordinados

Por dados confidenciais

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Salários Nas organizações os colaboradores investem todo seu esforço e

dedicação no trabalho, com o objetivo de receber alguma recompensa pelo

serviço prestado. Na maioria das vezes essas recompensas são por meio de

salários.

Como ressalta Ribeiro (2005, p. 267) “o salário recebe diversos nomes

(estratégico, flexível etc.), mas, no fundo, trata-se de atribuir o pagamento justo

por uma tarefa feita. Deve-se registrar também a tendência de fixar um salário

básico e de estabelecer, ao mesmo tempo, uma forma de pagamento por

resultados”.

Existem várias definições para o termo salário, dependendo de como a

organização irá recompensar seu colaborador. Marras (2000) cita algumas das

principais definições elencadas no quadro a seguir:

Tipo de salário Definição

1. Salário nominal

É aquele que consta na ficha de registro, na carteira profissional e

em todos os documentos legais. Pode ser expresso em hora, dia,

semana, mês etc.

2. Salário efetivo

É o valor efetivamente recebido pelo empregado, já descontadas

as obrigações legais (INSS, IR etc.)

3. Salário complessivo

É o que tem inserido no seu bojo toda e qualquer parcela

adicional (hora extra etc.)

4. Salário profissional

É aquele cujo valor está expresso na lei e se destina

especificamente a algumas profissões (por exemplo, médicos,

engenheiros).

5. Salário relativo

É a figura de comparação entre um salário e outro na mesma

empresa.

6. Salário absoluto

É o montante que o empregado recebe, líquido de todos os

descontos, e que determina o seu orçamento.

Quadro 3 - Definições de Salário Fonte: Marras (2000, p.92)

O salário é de grande importância na relação entre colaboradores e

organizações, pois é por meio dele que as pessoas conseguem suprir suas

necessidades básicas, e com isso as organizações conseguem vender seus

produtos.

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Para Ribeiro (2005), a conquista dos objetivos de uma organização está

ligada à aplicação de uma política salarial. Os investimentos feitos para conseguir

uma boa política salarial, podem contribuir para a consolidação dos objetivos da

organização, por meio de:

mais satisfação pessoal dos colaboradores;

estímulo para melhorar;

oportunidades justas para todos;

reconhecimento do valor individual;

tratamento igual para todos;

redução das áreas de desavenças;

melhor administração de pessoal;

melhor controle.

Quando a organização deixa bem definida para os seus colaboradores

sua política salarial, certamente não terá problemas futuros com reivindicações,

pois os colaboradores tomam conhecimento do tipo de remuneração oferecido

pela organização.

Além do salário as organizações utilizam outros meios de recompensar

seus colaboradores, como benefícios, prêmios, ações, etc.

Benefícios As organizações para melhor atender as necessidades de seus

colaboradores não bastam apenas pagar um salário justo, é preciso que haja

outras formas de remuneração, como plano de saúde, vale alimentação,

transporte, etc. Essas outras formas de remunerar os colaboradores são

denominadas de benefícios.

De acordo com Milkovich e Boudreau (2000, p. 440) “benefícios são os

aspectos indiretos da remuneração total dos empregados; eles incluem

remuneração fora do trabalho, pagamento de seguro e assistência médica,

serviços aos empregados e renda de aposentadoria”.

Os benefícios oferecidos pelas organizações são divididos em benefícios

compulsórios e benefícios espontâneos.

Benefícios compulsórios segundo Marras (2000), são os exigidos pela lei

ou normas legais que as empresas concedem a seus empregados como:

complemento de auxílio-doença, 13o salário, salário-família, férias, salário-

maternidade etc.

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O mesmo autor ainda afirma que os benefícios espontâneos são aqueles

que as empresas oferecem por vontade própria, para atender às necessidades

dos empregados como: restaurante, seguro de vida, assistência médica, cesta

básica, transporte, etc.

Verifica-se que os benefícios vão além da satisfação das necessidades

do colaborador dentro da organização, pois visa atender também o meio social

em que o colaborador está inserido.

Milkovich e Boudreau (2000) definem que, em geral os benefícios são

planejados para atender os seguintes objetivos:

competitividade, incluindo custo/benefício;

atendimento da legislação;

escolhas que levem em conta o indivíduo, incluindo suas necessidade

preferências.

É importante enfatizar que, quanto mais às organizações oferecerem

benefícios para seus colaboradores, mais eles poderão estar comprometidos com

elas, desempenhando suas funções com mais qualidade, e assim tendo maior

chance de alcançarem uma carreira de sucesso.

Carreiras Com as transformações que vem ocorrendo no mundo, valorizar o capital

humano poderá ser um diferencial para o desenvolvimento de qualquer

organização. Uma maneira de promover o desenvolvimento humano nas

organizações poderá ser mediante um planejamento de carreiras.

De acordo com Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2004, p.198) “pode-se

definir o planejamento de carreira como um processo contínuo de interação entre

os empregados e a organização visando atender aos objetivos e interesses de

ambas as partes”.

Entretanto, para entender melhor um planejamento de carreira, define-se

o significado de carreira que como enfatiza Chiavenato (1999, p. 326) “é uma

sucessão ou seqüência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua

vida profissional”.

O desenvolvimento de carreiras serve para as organizações identificarem

quais colaboradores terão mais potencial para ocupar cargos mais elevados.

Para implantar um plano de carreiras as organizações devem segundo

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2004):

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estabelecer onde a organização quer chegar e o que espera de seus

colaboradores;

decidir qual a qualificação profissional que os colaboradores

necessitam para atingirem as metas estabelecidas pela organização;

avaliar os colaboradores de acordo com os procedimentos em vigor

na organização.

Assim pode-se dizer que a o resultado da implantação de um plano de

carreira nas organizações, poderá provocar em seus colaboradores uma

motivação de que se eles se esforçarem poderão chegar ao cargo desejado.

Carvalho e Nascimento (1999) citam alguns benefícios resultantes da

implantação do plano de carreira:

os colaboradores com maior capacidade permanecem na organização

em busca de possibilidades de crescimento profissional;

o nível de motivação aumenta em função da perspectiva de progresso

dentro da organização;

reconhecimento de colaboradores com maior talento e potencial;

facilidade para a organização identificar que tipo de colaborador irá

precisar nos próximos anos.

Observa-se, desta maneira, que todos esses benefícios serão válidos se

o plano de carreiras estiver bastante claro a todos os colaboradores.

Pode-se salientar que, além da organização oferecer um bom plano de

carreira, precisa ainda cuidar da higiene e segurança no trabalho, oferecendo

condições que irão satisfazer os colaboradores.

Higiene e Segurança no Trabalho Em um contexto organizacional, a higiene e segurança no trabalho visam

garantir condições adequadas à saúde e o bem estar dos seus colaboradores,

para que assim os resultados sejam favoráveis tanto para a organização, em

maior produtividade, quanto para os colaboradores, melhorando a qualidade de

vida dentro da organização.

Na opinião de Chiavenato (2002, p. 431) “a higiene do trabalho refere-se

ao conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física

e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas

do cargo e ao ambiente físico onde são executadas”.

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Desta forma pode-se dizer que a higiene no trabalho além de oferecer um

ambiente de trabalho sadio e seguro, proporciona uma boa relação entre o

colaborador e a organização.

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2004), citam alguns objetivos de uma boa

política de higiene no trabalho:

eliminar os fatores que favorecem o surgimento das doenças

profissionais;

prevenir doenças apresentadas pelos colaboradores ;

beneficiar a execução da produtividade.

Partindo desta importância verifica-se que a higiene do trabalho tem por

objetivo diminuir os riscos de doenças no trabalho, prevenindo os colaboradores,

e assim favorecendo o crescimento da organização.

Chiavenato (2002) afirma que estes objetivos podem ser obtidos por meio

de:

explicação a todos os colaboradores os perigos existentes na

organização e ensinando como evitá-los ;

a organização deve estar sempre alerta contra os riscos que podem

surgir;

novos materiais e processos devem ser sempre analisados antes de

serem utilizados.

Estabelecendo a definição e os objetivos da higiene no trabalho, define-

se a segurança no trabalho que de acordo com Tachizawa, Ferreira e Fortuna

(2004, p. 232) “é o conjunto de medidas que visam a prevenir acidentes. Constitui,

pois, um dos fatores decisivos para o aumento da produtividade, na medida em

que reduz o número de faltas decorrentes de condições de trabalho

inadequadas”.

Nota-se, portanto, a importância da prevenção contra os acidentes de

trabalho, pois as conseqüências ocasionadas por determinado acidente poderão

acarretar na diminuição da produção, e consequentemente em prejuízos para a

organização.

Para prevenir acidentes as organizações devem segundo os mesmos

autores adotar as seguintes medidas:

fazer com que todos os colaboradores trabalhem unidos na prevenção

de acides;

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fixar cartazes conscientizando sobre os cuidados que se deve tomar

no local de trabalho;

proporcionar equipamento de proteção individual e exigir a correta

utilização dos mesmos;

ter um ambiente de trabalho limpo, iluminado, com temperatura

adequada e sem ruídos excessivos;

verificar regularmente as condições físicas das instalações e dos

equipamentos e corrigir as eventuais deficiências;

instalar extintores prevenindo-se dos incêndios;

ter um espaço físico adequado para a quantidade de colaboradores,

evitando o aglomero de pessoas.

Com estas medidas as organizações estarão prevenindo seus

colaboradores de acidentes, além de motivá-los a realização dos processos com

mais eficácia, pois estarão se sentindo seguros e confortáveis no ambiente de

trabalho.

Outro importante fator para garantir um bom relacionamento da

organização com seu colaborador é manter uma parceria com os sindicatos.

Relações com Sindicatos Para que haja uma parceria entre sindicatos e empresas, é necessária a

colaboração de ambas as partes, pois trabalhando em parceria poderão aprimorar

novas formas de trabalho em conjunto, e também resolver os assuntos que

tiverem discordância.

No dizer sempre expressivo de Milkovich e Boudreau (2000, p. 456) as

“relações trabalhistas referem-se ao relacionamento contínuo entre um grupo

definido de empregados (representados por uma associação ou sindicato) e um

empregador”.

Em geral os sindicatos buscam negociar com as organizações os

objetivos dos colaboradores. Ribeiro (2005) cita três pontos básicos de

negociações trabalhistas no quadro a seguir:

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Pontos Objetivos

Econômico

Melhoria salarial

Diminuição da jornada de trabalho

Diferenças de níveis salariais (eliminação ou

redução das diferenças)

Social Concessão de benefícios

Melhoria das condições de vida

Político

Uso deliberado das negociações para pressionar o

governo para outros assuntos, que não estão

relacionados diretamente com a unidade industrial.

Quadro 4 - Pontos Básicos de Negociação Trabalhista Fonte: Ribeiro (2005, p. 140)

Baseado nestes pontos verifica-se que as organizações precisam manter

boas relações com o sindicato, e assim obterem mais chance na hora de

estabelecer as metas para o bem comum.

Segundo Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 415) “para se construir

um ambiente colaborador, é extremamente importante que líderes e membros

sindicais acreditem que a direção da empresa tenha um interesse sincero pelo

seu bem-estar pessoal, além de visar ao aprimoramento do desempenho

organizacional”.

Entretanto as organizações deverão criar meios de desenvolver a

capacidade de seus colaboradores, para assim garantir a aprendizagem contínua

dos mesmos.

2.2.1.4 Sistema de Desenvolvimento ou Capacitação de Recursos Humanos

O desenvolvimento ou capacitação tem por finalidade fazer com que os

colaboradores aprendam novos meios de desenvolver suas capacidades, se

tornando mais eficazes naquilo que fazem.

Como enfatiza Chiavenato (1999, p. 290) o “... desenvolvimento deve

assegurar ao ser humano a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de

suas próprias potencialidades, sejam elas inatas ou adquiridas”.

Os processos de desenvolvimento ou capacitação envolvem treinamento

e desenvolvimento de pessoal e desenvolvimento e mudança organizacional.

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Treinamento e Desenvolvimento Com as transformações que vem ocorrendo constantemente na área

tecnológica é fundamental para as organizações possuírem uma equipe de

colaboradores bem preparados. Para que os colaboradores possam estar sempre

atualizados de acordo com as novas tecnologias, necessitam de treinamento.

Para Chiavenato (2002, p. 497) “treinamento é o processo educacional de

curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as

pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos

definidos”.

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2004, p. 220) assinalam que o

treinamento “... visa ao aperfeiçoamento do desempenho funcional, ao aumento

da produtividade e ao aprimoramento das relações interpessoais.”

Para estarem preparadas para os desafios futuros, as organizações

precisam cada vez mais investir em capacitação, pois uma forma de acabar com

as falhas na produção é treinar antecipadamente todos os colaboradores, e assim

garantir a qualidade total dos produtos.

Os principais objetivos do treinamento segundo Chiavenato (2002) são:

treinar as pessoas para realização das tarefas do cargo;

oferecer oportunidades de crescimento para todos, mesmo que não

ocupem tal cargo;

criar um clima melhor entre os colaboradores, mudando a atitude dos

mesmos, e com isso aumentando a motivação.

O treinamento e o desenvolvimento de pessoal precisam caminhar juntos

nas organizações, pois enquanto o treinamento interessa-se pelo aprendizado

das pessoas, o desenvolvimento cria perspectivas de evolução nos resultados, e

assim motiva os colaboradores a buscarem sempre mais.

O desenvolvimento de pessoal segundo Tachizawa, Ferreira e Fortuna

(2004, p. 220) “visa à aquisição de novas habilidades e novos conhecimentos e à

modificação de comportamentos e atitudes”.

É importante ressaltar que, quanto mais às organizações investirem em

programas de treinamento e desenvolvimento de pessoal, mais retornos terão na

qualidade dos processos e no desenvolvimento organizacional.

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Desenvolvimento e Mudança Organizacional O mundo está em constate mudança. Novas tecnologias surgem a cada

dia, o que é velho acaba perdendo valor, e o novo ganha seu espaço. Nas

organizações as mudanças ocorrem diariamente, pessoas são admitidas, outras

mudam de cargo, produtos sofrem alterações. Todas essas mudanças podem ser

projetas antecipadamente, favorecendo no desenvolvimento da organização.

Conforme sustenta Chiavenato (2002, p. 529) o desenvolvimento

organizacional “baseia-se nos conceitos e métodos das ciências do

comportamento, visualiza a organização como um sistema total e compromete-se

a melhorar a eficácia da organização a longo prazo, mediante intervenções

construtivas em processos e estrutura organizacionais”.

As mudanças organizacionais representam os novos tempos, onde as

organizações terão que acompanhar as transformações para não perder

mercado. Quem investir em criatividade e inovação estará à frente no processo de

mudanças, pois a partir da criatividade novos produtos e serviços poderão surgir.

Ainda segundo o mesmo autor existem quatro tipos de mudanças

organizacionais. São elas:

mudanças estruturais: diz respeito a estrutura organizacional;

mudanças na tecnologia: atingem máquinas, equipamentos,

instalações;

mudanças nos produtos ou serviços: prejudicam os resultados ou

saídas da organização;

mudanças culturais: mudanças no comportamento das pessoas.

Em função de tais conceitos, pode-se observar que as organizações que

tiverem projetado com antecipação as mudanças, é que sobreviverão ao

mercado, uma vez que a concorrência não alcance tais transformações.

2.2.1.5 Sistema de Controle ou Monitoração de Recursos Humanos

As organizações além de investirem em seus colaboradores, precisam

também monitorá-los e controlá-los, para assim verificar se todo investimento está

sendo bem aplicado. Para isso as organizações necessitam de sistemas que

monitorem o seu pessoal.

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Para Chiavenato (1999, p. 400) “monitorar significa seguir, acompanhar,

orientar e manter o comportamento das pessoas dentro de determinados limites

de variação”.

Nestes sistemas abordam-se a avaliação do desempenho, banco de

dados, sistemas de informações gerenciais e auditoria de recursos humanos.

Avaliação do Desempenho Humano É essencial que toda organização use a avaliação do desempenho

humano como instrumento para analisar os resultados de cada colaborador e

encontrar também quais as deficiências nas respectivas tarefas. Assim as

organizações além de estarem dando incentivos para seus colaboradores

crescerem, também estarão prevendo problemas futuros, podendo assim

encontrar meios de solucioná-los.

De acordo com Chiavenato (1999, p. 189) “a avaliação do desempenho é

um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as

qualidades de uma pessoa e, sobretudo a sua contribuição para o negócio da

organização”.

A avaliação do desempenho humano serve para vários propósitos, sendo

que tanto a organização, quanto o colaborador são beneficiados. Bohlander, Snell

e Sherman (2005) citam alguns objetivos da avaliação do desempenho:

conceder aos colaboradores oportunidades de debater com seu chefe

assuntos ligados ao desempenho;

proporcionar ao chefe um meio de reconhecer os pontos fortes e

fracos do desempenho de um colaborador;

fornecer ao chefe um programa exclusivo para ajudar o colaborador a

aperfeiçoar o desempenho;

fornecer uma base para recomendações de salário.

Pode-se salientar que, quanto mais ferramentas às organizações

disponibilizarem para seus gerentes avaliarem o desempenho, mais resultados

positivos os mesmos obterão com seus colaboradores.

E para que os gerentes avaliem corretamente os colaboradores, é preciso

que passem por um treinamento preparatório, seguindo segundo Carvalho e

Nascimento (1999) os seguintes pontos:

conhecimento do processo de avaliação: entendimento dos padrões

de desempenho;

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conhecimento das diferenças individuais de cada colaborador com

relação ao trabalho;

conhecimento dos processos e das técnicas de avaliação;

conhecimento da entrevista de avaliação.

Nota-se, portanto que, o desempenho dos colaboradores deverá ser

acompanhado e avaliado periodicamente, e os resultados deverão ser divulgados

e armazenados num banco de dados para que a organização possa acompanhar

o desempenho de cada colaborador, e o colaborador possa ter chance de

melhorar seu desempenho.

Banco de Dados Toda organização necessita freqüentemente de informações para tomada

de decisão. Essas informações precisam estar bem arquivadas, e de fácil acesso,

para que quando procuradas, sejam facilmente encontradas. Sendo assim as

organizações precisam possuir um banco de dados.

Chiavenato (1999) conceitua banco de dados como sendo um sistema

que serve para armazenar e acumular dados codificados e disponíveis para

processar e assim obter informações.

O mesmo autor salienta que a gestão de pessoas precisa de diversos

bancos de dados relacionados entre si para permitir a obtenção e o

armazenamento dos dados a respeito de diferentes atividades como: dados

pessoais de todos os colaboradores, dados sobre salários, sobre benefícios,

programas de treinamento, sobre candidatos a emprego e consultas de admissão

e exames médicos.

Verifica-se então que, é muito importante para as organizações terem um

banco de dados, sendo que sozinhos não possuem significância, eles precisam

ser transformados em informações.

Sistema de Informações Gerenciais Após os dados serem processados em informações, as organizações

poderão possuir um sistema de informações que de acordo com Milkovick e

Boudreau (2000, p. 505)...”é um procedimento sistemático para coletar,

armazenar, manter, recuperar e validar dados necessários a uma organização

sobre seus recursos humanos, atividades de pessoal e características da unidade

da organização”.

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Como enfatiza Chiavenato (1999) existem dois objetivos para o sistema

de informação sobre os colaboradores:

objetivos administrativos: diminuir custos e tempo de processamento

da informação;

objetivos de suporte para decisão: auxiliar os gerentes e

colaboradores a tomar melhores decisões.

Assim, pode-se constatar que, com o sistema de informação todos os

colaboradores, desde a alta direção, até o chão de fábrica, possuem acesso as

informações, facilitando no processo de trabalho, ganhando com isso economia

no tempo e aumento da produtividade.

E para verificar se a organização está obtendo melhorias contínuas em

seus processos, será necessária uma verificação periódica para avaliar e analisar

os resultados.

Auditoria de Recursos Humanos As organizações para descobrirem se as atividades de recursos humanos

estão sendo seguidas, e se estão dando resultados favoráveis, necessitam de um

sistema que analise todo processo e identifique os erros e as melhorias. Este

sistema pode ser chamado de auditoria de recursos humanos.

Para Chiavenato (1999, p. 431) “a auditoria de RH é a análise sistêmica

das políticas e práticas de pessoal e a avaliação do seu funcionamento, tanto

para a correção dos desvios como para a sua melhoria contínua”.

Ainda segundo o mesmo autor, a auditoria de RH tem os seguintes

propósitos:

justificar a própria existência e o orçamento de RH;

aperfeiçoar a função do RH propiciando condições para decidir

quando acrescentar ou eliminar atividades;

oferecer modificações para o setor de recursos humanos, chefes e

colaboradores quanto a eficiência da auditoria de recursos humanos;

auxiliar a ARH a dar uma contribuição significativa para os objetivos

da organização e para as necessidades dos clientes e colaboradores.

Portanto com a auditoria de recursos humanos, as organizações poderão

identificar o que está sendo prejudicial ao processo organizacional, o que não

esta compensando e também as condições que devem ser acrescentadas para

obter mais resultados.

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A auditoria de Recursos humanos serve também para a identificação das

características de liderança e para detectar necessidades de treinamento ou

desenvolvimento para os líderes e demais colaboradores da organização.

2.3 Liderança

No atual contexto que as organizações vivem é fundamental que tenham

bem definido as metas a serem alcançadas. Para tanto, será importante uma boa

liderança dentro da organização.

Na opinião de Certo (2003), liderança é o processo de direcionar o

comportamento dos indivíduos a agirem de alguma maneira para a realização do

objetivo.

Para executar as funções de lideranças é necessário a presença de um

líder dentro da organização, que segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 348)

“líder é alguém que os outros consideram como o principal responsável pela

realização dos objetivos do grupo”.

Gil (2001) salienta que nas organizações os gestores precisam atuar

sempre como líderes, pois no atual contexto de gestão de pessoas, os

colaboradores são peças fundamentais para o cumprimento dos objetivos da

organização, e por isso devem ser vistos por todos como colaboradores e não

como subordinados.

É muito importante para as organizações que seus líderes desenvolvam

as competências necessárias para o sucesso do negócio, que saibam delegar as

tarefas e cobrar os resultados, que motivem os seus liderados, que buscam novos

caminhos para agir de acordo com cada tipo de colaborador, visando assim

alcançar os objetivos da organização.

Entretanto para as organizações identificarem o poder de liderança em

uma pessoa precisam conhecer as características de um líder que segundo

Lacombe (2005) são:

Confiança em sim: para ser um líder é preciso primeiramente confiar

em si mesmo para poder conduzir seus colaboradores;

Crença no que faz: o líder precisa acreditar no que faz, para assim

estimular seus colaboradores e mostrar que também podem vencer;

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Visão clara de onde quer chegar: comunicar aos colaboradores onde

a organização pretende chegar é fundamental para ser um bom líder;

Capacidade de comunicação: saber comunicar-se com os

colaboradores de forma que os mesmos entendam e saber ouvi-los

também;

Expectativas elevadas e reconhecimento do mérito: saber reconhecer

o trabalho e motivar seus colaboradores.

Nas organizações é preciso que se tenham cada vez mais líderes com as

características acima citadas, para que propiciem um clima de respeito e

motivação com os colaboradores, mantendo a ordem e ao mesmo tempo

estimulando o desenvolvimento pessoal de cada colaborador.

2.4 Contrato Psicológico O contrato psicológico diz respeito as obrigações que tanto os

colaboradores como as organizações têm entre si. Os colaboradores em acreditar

que a organização vai lhe proporcionar segurança no cargo e oportunidades de

crescer. E a organização em garantias de trabalho e lealdade.

Muchinsky (2004, p. 317) ressalta que o contrato psicológico “não é um

contrato escrito formal entre as duas partes, mais uma relação implícita baseada

em contribuições mútuas”.

Ainda segundo o mesmo autor, o contrato compõe-se de uma crença de

que alguma forma de promessa foi feita e de que os termos e as condições do

contrato foram aceitos por ambas as partes.

Essas condições do contrato precisam ser cumpridas por ambas as

partes, caso haver uma violação no contrato, onde uma das partes deixa de

cumprir as obrigações com a outra, a confiança que tinham entre si poderá

acabar, ocasionando desmotivação no trabalho, e enfraquecimento do contrato.

2.5 Motivação O fracasso de muitas organizações atualmente, não está na falta de

conhecimento tecnológico, mais sim na maneira de lidar com os colaboradores.

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Isto acontece porque muitas organizações ainda não acreditam na importância do

significado da motivação dentro do contexto organizacional.

Segundo Robbins (2000, p. 342) “a motivação é a disposição de exercer

um nível elevado e permanente de esforço em favor das metas da organização,

sob a condição de que o esforço seja capaz de satisfazer alguma necessidade

individual”.

Em comentário a essa questão Bergamini (1997) aponta que as pessoas

não fazem as coisas pelas mesmas razões, cada uma tem sua personalidade,

sua emoção, sua atitude, por isso torna-se cada vez mais complexo o estudo da

motivação.

É por isso que as organizações necessitam cada vez mais de habilidades

humanas para motivar seus colaboradores, ganhando com isso o

comprometimento dos mesmos.

Montana e Charnov (1999) afirmam que colaboradores bem motivados

tem a probabilidade de resultar em aumentos na produtividade e na satisfação no

trabalho, além de diminuir as faltas, e atrasos de chegada.

A motivação segundo Muchinsky (2004), pode ser definida em três

dimensões: direção, intensidade e persistência. A direção é aquela atividade para

as quais o indivíduo direciona sua energia; a intensidade é a quantidade de

motivação que gasta na procura de uma atividade; e a persistência é a energia

sustentada ao longo do tempo.

Com o mundo cada vez mais competitivo as organizações necessitam

cada vez mais de colaboradores motivados, sendo que a motivação é que irá

estimular os colaboradores a agirem de determinada maneira. Com isso, ela

poderá ser o principal meio para o aumento da produtividade.

Para Chiavenato (2000, p. 128) “a motivação se refere ao comportamento

que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é dirigido em direção

aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades”.

Portanto cabe aos gestores saber lidar com diferentes situações

apresentadas pelos colaboradores, pois os mesmos demonstram seu

comportamento de acordo com que os motiva.

Na opinião de Silva (2005, p. 221) a “motivação é alguma força

direcionada dentro dos indivíduos, pela qual eles tentam alcançar uma meta, a fim

de preencher uma necessidade ou expectativa”.

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Para avaliar a motivação dos colaboradores dentro da organização,

algumas teorias foram propostas. Destacam-se a Teoria de Malow, Teoria de

Herzberg, Teoria de MacGregor e a Teoria de Vroom, Teoria ERC, Teoria da

Realização e Teoria da Equidade , relacionadas a seguir.

2.5.1 Teoria de Maslow

A teoria de Maslow é uma das principais teorias de motivação, e está

baseada nas necessidades humanas com fator motivador.

Como enfatiza Lacombe (2005), Maslow acreditava que o que motiva as

pessoas são necessidades insatisfeitas, pois as pessoas quando conseguem

satisfazer uma necessidade, logo terão outra que ocupará o primeiro lugar na lista

de prioridades. Portanto as pessoas sempre terão necessidades insatisfeitas.

Para Maslow as necessidades humanas apresentam cinco níveis em

forma de uma pirâmide, que Muchinsky (2004) organiza em:

necessidades fisiológicas: são as necessidades mais básicas para a

sobrevivência. Referem-se ao ar, água e alimento;

Gil (2001, p. 205) escreve que “enquanto essas necessidades não

estiverem satisfeitas, as pessoas provavelmente darão pouca atenção aos outros

níveis”.

necessidades de segurança: referem-se à necessidade do indivíduo

estar livre de ameaças e perigos e de privações;

Na visão de Gil (2001) essas necessidades preocupam-se com o futuro

das pessoas, e só tem força depois de as necessidades fisiológicas estarem

satisfeitas.

necessidades sociais: envolve a capacidade do indivíduo de existir

uma harmonia com outras pessoas, um desejo de associação, e de

companhia;

Certo (2003, p. 349) afirma que as necessidades sociais “à medida que

são satisfeitas, o comportamento muda para satisfazer as necessidades de

estima”.

necessidades de auto-estima: incluem autoconfiança, reconhecimento

e respeito dos colegas;

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Montana e Charnov (1999) ressaltam que estas necessidades motivam

as pessoas a contribuir com o grupo, em troca de recompensa e reconhecimento.

necessidade de auto-realização: refere-se a realização do máximo de

potencial individual.

Para Gil (2001, p. 206) “neste nível, as pessoas desejam se tornar aquilo

que são capazes de ser”.

De acordo com Robbins (2000), Maslow cita que para motivar uma

pessoa é preciso entender em qual nível de hierarquia essa pessoa se encontra,

pois a medida que cada necessidade é satisfeita, outra necessidade surge, e

aquela necessidade satisfeita não mais motivará a pessoa.

Pode-se entender que, as pessoas estão sempre em busca de coisas, e

por isso nunca estão completamente satisfeitas.

2.5.2 Teoria de Herzberg

A teoria de Frederick I. Herzberg está baseada em diferentes aspectos da

teoria de Maslow. Montana e Charnov (1999) escrevem que, enquanto a Teoria

de Maslow se preocupava com a motivação no sentido da vida, e Teoria de

Herzberg focalizava a motivação em relação ao trabalho, e na realização do

mesmo.

Para Herzberg, as pessoas para se motivarem dependem de dois fatores,

que Chiavenato (2002) divide em:

fatores higiênicos: refere-se ao ambiente de trabalho, as condições

físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as

políticas da organização, o tipo de supervisão recebido, o clima de

relações entre a direção e os colaboradores, os regulamentos

internos, as oportunidades existentes, entre outros.

Na opinião de Fernandes (1996), o ambiente físico de trabalho deve ser

um local de conforto e de organização para que os colaboradores possam ter um

bom desempenho no trabalho.

A mesma autora ainda afirma que a remuneração deve ser adequada

para que o colaborador viva dignamente dentro das necessidades pessoais e dos

padrões culturais, sociais e econômicos da sociedade em que vive, onde as

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políticas da empresa devem ser estabelecidas de maneira como normas e rotinas

influenciam o desenvolvimento do trabalho.

A respeito do tipo de supervisão recebido e o clima de relações entre a

direção e os colaborados, Bom Sucesso (1998), escreve que grande parte dos

conflitos nas organizações decorre das dificuldades em ouvir o outro, sendo que os

líderes poderiam economizar esforços e reduzir desgastes se aprendessem a

perguntar antes de julgar seus colaboradores, ao passo que ganhariam com isso

respeito dos mesmos, proporcionando um bom ambiente de trabalho.

Como enfatiza Fernandes (1996), as empresas devem estabelecer

oportunidades para o desenvolvimento e crescimento de seus colaboradores, uma

forma de aplicação seria a possibilidade de carreira, onde os mesmos seriam

reconhecidos por colegas, família, comunidade.

Segundo Montana e Charnov (1999, p. 208) “...o desempenho eficaz no

trabalho depende da adequação tanto das necessidades motivadoras quanto das

de higiene”.

Chiavenato (2002) reforça que, quando os fatores higiênicos são ótimos,

evitam a insatisfação dos colaborares, mais quando são precários, provocam

insatisfação, e por isso são chamados de fatores insatisfacientes que abrangem:

condições de trabalho, políticas da organização, relações com o chefe,

capacidade técnica, salários, segurança, relações com colegas.

Constata-se que as organizações para manterem seus colaboradores

satisfeitos, precisam antes de tudo, cuidar das condições de trabalho que

oferecem para os mesmos, caso contrário não adiantará motivá-los.

fatores motivacionais: referem-se ao cargo, envolve sentimentos de

realização, de crescimento, e de reconhecimento profissional.

Produzem efeito duradouro de satisfação e de aumento de

produtividade.

Para Fernandes (1996, p. 50) o crescimento pessoal é “o processo de

educação continuada para o desenvolvimento das potencialidades da pessoa e

aplicação das mesmas”.

Chiavenato (1999, p. 351) assinala que “...reconhecimento são créditos

concedidos a empregados ou equipes que proporcionaram contribuições

extraordinárias à organização”.

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Além disso, Chiavenato (2002) afirma que quando os fatores

motivacionais são ótimos elevam a satisfação, e quando são precários, provocam

ausência de satisfação, por isso são chamados de fatores satisfacientes, que

incluem: delegar responsabilidades, liberdade para decidir e executar o trabalho,

promoção, uso de habilidades pessoais, estabelecimento de objetivos e avaliação

relacionada com eles.

Conforme Lacombe (2005) Herzberg escreve que, os fatores que mais

contribuíram para as pessoas produzirem mais, são os fatores motivacionais, pois

proporcionam satisfação no trabalho, enquanto que os fatores higiênicos evitam

insatisfações.

Nota-se que as organizações devem aumentar ao máximo os fatores

motivacionais, pois são eles os responsáveis pelo aumento da produtividade e a

melhoria na qualidade.

2.5.3 Teoria de MacGregor

Nas organizações um dos problemas mais freqüentes encontrados, é a

maneira que os gerentes lidam com seus colaboradores. Isso porque na maioria

das vezes os gerentes não separam suas características pessoais e suas

ambições, antes de tentar motivar os colaboradores. Nesse sentido, a teoria de

Macgregor é muito importante para as organizações, pois trata de dois tipos de

gerenciamento, denominados de teoria X e teoria Y.

Como enfatiza Gil (2001), a Teoria X supõe que a maioria das pessoas

não gosta de trabalhar, e por isso a equipe de trabalho funciona pela disciplina e

pela possibilidade de recompensa.

Para Lacombe (2005) a Teoria X pode se resumir nas seguintes

pressuposições:

o ser humano tem aversão ao trabalho e o evita sempre que possível;

a maioria das pessoas precisa ser controlada, dirgida e ameaçada de

punição ou premiada para se esforçar a produzir;

a maioria das pessoas prefere ser dirigida, quer evitar

responsabilidades, tem pouca ambição e quer segurança acima de

tudo.

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Na opinião de Montana e Charnov (1999, p. 217) “a visão tradicional, a

teoria X, sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar os

funcionários para poder motivá-los”.

Nessa teoria os colaboradores trabalham sob pressão, cumprindo ordens

e obedecendo as instruções, sem nunca poder dar sua opinião, apenas tendo que

concordar e cumprir o que lhe foi ordenado.

Em outra concepção totalmente oposta está a Teoria Y, que segundo Gil

(2001) os colaboradores sentem-se satisfeitos trabalhando, e por isso dedicam-se

ao trabalho para obterem os melhores resultados.

As pressuposições da teoria Y podem ser resumidas confome Lacombe

(2005) assim:

o gasto de esforço físico e mental no trabalho é tão natural como o

jogo ou o descanso;

o controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de

estimular o trabalho em vista dos objetivos organizacionais. O homem

está sempre disposto a se autodirigir e a se autocontrolar a serviço de

objetivos com os quais se compromete;

o compromisso com objetivos depende das recompensas associadas

a sua consecução;

o ser humano aprende, sob condições adequadas, a aceitar

responsabilidades e a procurá-las.

a capacidade de usar alto grau de imaginação e criatividade na

solução de problemas da empresa é mais amplamente distribuída na

população do que geralmente se pensa;

nas condições atuais da vida moderna, as potencialidades intelectuais

do ser humano são apenas parcialmente usadas.

Compreende-se com a Teoria de MacGregor que para as organizações

que buscam por melhores oportunidades de manterem-se no mercado, a Teoria Y

seria a mais adequada, porém trabalhando com colaboradores satisfeitos e

dedicados ao cumprimento das tarefas, as organizações consequentemente

obterão resultados favoráveis no processo produtivo.

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2.5.4 Teoria de Vroom

A teoria de Vroom supõe que diferentes pessoas reagem de diferentes

maneiras, conforme a situação que se encontram.

No dizer sempre expressivo de Chiavenato (2002), a teoria de Vroom é

baseada na motivação para produzir, e existem três fatores que determinam nos

indivíduos essa motivação para produzir. São eles:

os objetivos individuais, a força ou desejo de atingir objetivos;

a relação que o indivíduo percebe entre produtividade e alcance dos

seus objetivos individuais;

a capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de

produtividade, à medida que acredita poder influenciá-lo.

Ainda segundo o autor supra citado, para Vroom, uma pessoa pode

desejar aumentar a produtividade quando três condições se apresentam:

objetivos pessoais do indivíduo: que podem incluir dinheiro, segurança

no cargo, aceitação social, reconhecimento e trabalho;

relação percebida entre satisfação dos objetivos e alta produtividade:

se um colaborador tem como importante objetivo ter salário maior e se

trabalha na base de remuneração por produção, poderá ter uma forte

motivação para produzir mais. Se sua necessidade de aceitação

social pelos outros membros do grupo é mais importante, poderá

produzir abaixo do nível que consagrou como padrão de produção;

percepção de sua capacidade de influenciar sua produtividade: se um

colaborador acredita que um grande volume de esforço despendido

tem pouco efeito sobre o resultado, tenderá a não se esforçar muito,

como é o caso de uma pessoa colocada em cargo sem treinamento

adequado ou do colaborador colocado em uma linha de montagem de

velocidade fixa.

Nota-se que a teoria de Vroom leva em consideração os objetivos de

cada pessoa, sendo que cada indivíduo produzirá de acordo com que achar

necessário.

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2.5.5 Teoria ERC

A teoria ERC de Clayton Alderfer é uma tentativa de modificar a teoria de

Maslow distinguindo-se em aspectos importantes porque em primeiro lugar ela

reconhece a existência de somente três níveis de necessidades de motivação que

segundo Silva (2005) são:

necessidades de existência: desejo de bem-estar físico e material;

necessidades de relacionamento: desejo de obter relacionamentos

satisfatórios;

necessidades de crescimento: desejo de constante crescimento e

desenvolvimento pessoal.

Como ressalta Chiavenato (2004), a teoria de Maslow argumenta que o

crescimento de uma pessoa na hierarquia resulta na satisfação das necessidades

mais inferiores, e também que a pessoa foca uma única necessidade de cada

vez, enquanto que a teoria ERC estabelece o princípio de frustração-regressão,

onde as necessidades de nível baixo levam a um desejo de satisfazer as

necessidades de nível alto, e salienta também que mais de uma necessidade

pode ser ativada ao mesmo tempo.

Pode-se concluir que a teoria ERC trouxe alguns avanços para o estudo

da motivação, porém nesta teoria as pessoas podem ter necessidades de

crescimento, relacionamento e existência em qualquer ordem e tempo, onde

todas essas necessidades podem funcionar juntas, sendo que na teoria de

Maslow para estimular a motivação em alguém é necessário primeiramente

entender em qual nível da hierarquia de necessidade a pessoa se encontra para

então buscar a satisfação nesse nível.

2.5.6 Teoria de McClelland

Assim como Maslow e Alderfer, MacClelland também focaliza algumas

necessidades como: poder, afiliação e realização, onde para ele essas

necessidades são aprendidas e adquiridas ao longo da vida.

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Na opinião de Silva (2005, p. 239) “poder se refere à habilidade de

manipular ou controlar as atividades de outros, para alcançar os propósitos

próprios ou de alguém”.

A necessidade de poder torna-se importante, pois o desejo de controlar

outros se encaixa no perfil de líderes, onde os mesmos precisam do poder para

estabelecer metas, tomar decisões e dirigir as pessoas.

Para Chiavenato (2004, p. 483) a necessidade de afiliação “é o desejo de

estabelecer e manter amizades e relações interpessoais com os outros”.

Esta necessidade é atribuída a pessoas que procuram sempre ajudar

outras dentro da organização, evitando conflitos e vendo a organização como

uma oportunidade para relacionamentos satisfatórios.

Ainda segundo o mesmo autor a necessidade de realização é o desejo de

ser excelente, de ser melhor ou mais eficiente, de resolver problemas ou dominar

tarefas complexas.

Verifica-se que a teoria de McClelland permite que as organizações

encontrem em seus colaboradores a presença dessas necessidades ensinando

os mesmos a criar um ambiente de trabalho que privilegie o perfil localizado.

2.5.7 Teoria da Equidade

A teoria da equidade é baseada na avaliação dos resultados do trabalho,

onde qualquer desequilíbrio percebido nessa avaliação poderá ocasionar

insatisfação no trabalho, pois a maneira que um colaborador perceber que a sua

recompensa está sendo menor que a recompensa de outros, irá sentir-se

injustiçado.

Como enfatiza Silva (2004, p. 245) “a teoria da equidade, em síntese,

concentra-se no sentimento do indivíduo de quão justamente ele tem sido tratado

em comparação com o tratamento recebido pelos outros”.

Sendo assim, esta teoria mostra a importância de se ter nas

organizações um programa de recompensas, onde este estará atento as

comparações dentro do trabalho evitando desta forma injustiças e desigualdades

nas relações de trabalho.

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Observa-se a importância para as organizações conhecerem as teorias

descritas anteriormente, pois a motivação dos colaboradores envolve vários

fatores, e conhecendo essas teorias, fica fácil de compreender o que realmente

motiva os colaboradores.

Para diagnosticar a motivação dos colaboradores é necessário também

que as organizações avaliem a percepção dos mesmos.

2.6 Percepção O comportamento humano das pessoas varia de acordo com suas

percepções e não conforme a realidade. Nas organizações é importante que os

gerentes na hora de avaliar o comportamento de um colaborador, procurem ver o

mundo como este colaborador o vê, para não interpretar mal as atividades do tal

colaborador.

Conforme sustenta Certo (2003), a percepção é o processo psicológico

que os indivíduos seguem para selecionar, organizar e interpretar as informações

que recebem a cada segundo do ambiente.

As pessoas podem perceber uma mesma coisa de modo diferente, sendo

que cada uma irá interpretá-la conforme sua personalidade, seus interesses,

como no caso de um cirurgião plástico, ele notará um nariz imperfeito, muito mais

do que um encanador.

Segundo Robbins (2000) essas diferenças entre os interesses individuais,

o que uma pessoa nota em uma situação pode diferir daquilo que os outros

percebem. As percepções e julgamento das ações de uma pessoa serão

significativamente influenciadas pelas suposições que se fazem sobre o estado

interno da pessoa.

Para tanto a teoria da atribuição segundo o mesmo autor foi proposta

para formular explicações para os modos diferentes pelos quais julgamos as

pessoas.

Verifica-se que os erros que as pessoas cometem ao julgar as outras são

erros de percepção, onde a pessoa percebe e interpreta tal atitude do modo que

acha correto, e por isso acaba distorcendo as situações, prejudicando muitas

vezes pessoas inocentes. O mesmo ocorre nas organizações, onde os gerentes

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avaliam seus colaboradores de acordo com a realidade proposta, e não de acordo

com a percepção de cada um. Por isso muitas vezes antes de demitir um

colaborador, por causa de uma percepção incorreta, a organização deve procurar

entender o motivo que levou tal colaborador a cometer o erro.

2.7 Plano de Ação

O plano de ação é fundamentação para as organizações, pois descreve

como se pretende colocar em prática os assuntos no qual a organização

demonstra interesse, mostrando quando as atividades devem ser iniciadas,

revisadas, e completadas.

Para Oliveira (2007, p. 238) “plano de ação é o conjunto das partes

comuns dos diversos projetos, quanto ao assunto que está sendo tratado

(recursos humanos, tecnologia etc.)”.

Oliveira ainda destaca que os projetos devem estar interligados com os

planos de ação, porém os projetos preocupam-se com a estruturação de

recursos, direcionados para a obtenção de resultados específicos, estabelecidos

pelos objetivos, enquanto os planos de ação preocupam-se com a concentração

das especialidades, como recursos humanos, tecnologia, marketing, etc.,

identificadas por meio das atividades de cada projeto.

Portanto, o plano de ação é composto por uma série de tarefas, que são

efetuadas a partir de um planejamento, onde as providências são devidamente

priorizadas e listadas em ordem cronológica.

Por todos os conceitos apresentados no trabalho percebeu-se que a

motivação humana é, sem dúvida, o que leva o ser humano a se comportar de

maneiras específicas e diretamente ligadas às suas necessidades. Por esta razão

muitas organizações estão aperfeiçoando a área de recursos humanos, deixando

de lado aquele departamento pessoal burocrático, e implantando o departamento

de recursos humanos voltado diretamente para o bem estar social dos

colaboradores, aliado a melhoria de seus processos.

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3. METODOLOGIA

A metodologia referente à pesquisa proposta neste trabalho, visa a

obtenção de dados para investigar a influência dos fatores motivacionais no

trabalho dos colaboradores da empresa Giovana Pash Indústria e Comércio de

Calçados Ltda.

Segundo Roesch (1996) o capítulo da metodologia descreve como o

trabalho será realizado, a partir dos objetivos que se propõe a alcançar,

distinguindo entre o delineamento da pesquisa e as técnicas de coleta e análise

de dados a utilizar.

3.1 Caracterização da pesquisa

O trabalho caracteriza-se segundo a tipologia de estudo como pesquisa-

diagnóstico que conforme Roesch (1996) se propõe a levantar e definir

problemas, bem como explorar o ambiente.

O método da pesquisa foi qualitativa que segundo Godoy (1995, p. 58) “a

pesquisa qualitativa não procura enumerar e ou medir os eventos estudados, nem

emprega instrumentos estatísticos na análise dos dados. Parte de questões ou

focos de interesses amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se

desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritos sobre pessoas, lugares e

processos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada”.

A pesquisa qualitativa segundo Deslandes et al.(1994, p. 21) “trabalha

com o universo de significados, motivos, aspirações, crença, valores e atitudes, o

que corresponde a um espaço mais profundo nas relações, dos processos e dos

fenômenos que podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis”.

3.2 Participantes da pesquisa

Participaram deste estudo 16 colaboradores, e os dirigentes da empresa

Giovana Pash Indústria e Comercio de Calçados Ltda. Inicialmente eram 23

colaboradores que iriam participar da pesquisa, mais 07 deles não aceitaram.

Acredita-se que o motivo que os levou a não participarem da pesquisa pode ter

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sido o baixo nível de escolaridade, a faixa etária ou o medo de represália, já que é

a primeira vez que a empresa realiza uma pesquisa com os colaboradores.

Considerando que todos os colaboradores participaram da pesquisa, a

mesma foi censitária, isto é, a população é igual a amostra que de acordo com

Malhotra (2001, p. 301) “um censo envolve a enumeração completa dos

elementos de uma população”.

Segundo Barbetta (1994, p. 09) “chamamos de população ao conjunto de

elementos que formam o universo de nosso estudo e que são passíveis de serem

observados”.

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Toda pesquisa e, de modo especial, a pesquisa descritiva deve ser bem

planejada se quiser oferecer resultados úteis e fidedignos, esse planejamento

envolve também a tarefa de coleta de dados, que corresponde a uma fase

intermediária da pesquisa descritiva, com fontes primárias e secundárias por meio

de análises documentais.

Para a coleta de dados de fontes primárias foram usadas entrevistas

semi-estruturadas e observação participante de forma aberta, relativas ao

processo de motivação do ambiente organizacional.

Na opinião de Cervo e Bervian (2002, p. 46) “a entrevista tornou-se nos

últimos anos, um instrumento do qual se servem constantemente os

pesquisadores em ciências sociais e psicológicas”.

Como enfatiza Roesch (1996), nas entrevistas semi-estruturadas são

utilizados questões abertas que permitem ao entrevistador entender a perspectiva

dos participantes da pesquisa, não deixando que o pesquisador predetermine sua

perspectiva mediante uma seleção prévia de categorias de questões.

Roesch (1996, p. 152) enfatiza que “a observação participante de forma

aberta ocorre quando o pesquisador tem permissão para realizar sua pesquisa na

empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho”.

Os dados de fontes secundárias foram levantados mediante técnica de

análise documental, buscando assim informações de documentos na empresa

pesquisada, observação e participação ao longo do estágio.

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O referencial teórico para elaboração do instrumento de pesquisa foi a

teoria de Herberg, citadas pelos autores Celinski (1994) e Luz (2003).

3.4 Tratamento e análise dos dados

Os dados após coletados foram interpretados por meio de análise de

conteúdo, correlacionados e comparados com os fundamentos teóricos.

A análise de conteúdo segundo Roesch (1996, p. 157) “utiliza desde

técnicas simples até outras mais complexas, que se apóiam em métodos

estatísticos, como, por exemplo, a análise fatorial, a regressão múltipla e a analise

discriminante, entre outras”.

Os dados foram analisados e descritos considerando as seguintes

categorias relacionadas pelos autores que serviram como referencial teórico para

a pesquisa: políticas da empresa, normas administrativas, estilo de chefia,

salários diretos, relações interpessoais, condições de trabalho, sentido de

realização, reconhecimento pelo trabalho bem feito, conteúdo do trabalho,

responsabilidade e promoção para tarefas mais amplas.

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4. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este item apresenta o resultado da pesquisa realizada na empresa

Giovana Pash Ind. e Com. de Calçados Ltda., com o objetivo de investigar a

influência dos fatores motivacionais no trabalho dos colaboradores, enfatizando

em primeiro momento a caracterização da empresa.

4.1 Caracterização da Empresa

A Giovana Pash Calçados possui 22 anos de crescimento e experiência

na produção de calçados femininos.

Em 1984 com o nome de Chand’s Ind. e Com. de Calçados Ltda deu-se

início a produção de calçados femininos exclusivamente de couro.

Em seu primeiro ano de existência fabricava em média 90 pares/dia, da

linha feminina Sport-Chick; na época a empresa trabalhava com 20 funcionários

que desempenhavam todas as funções de acordo com o processo produtivo,

onde não existia qualquer serviço terceirizado.

Suas vendas eram basicamente destinadas para o Estado de Santa

Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com um quadro de 08 representantes; as

compras eram efetuadas nos depósitos ou curtume local, não havia nenhum tipo

de plano em vendas ou compras para o seu produto.

Em outubro/91 fez-se necessário alterar sua razão social, em função de

existir um concorrente com nome de Chandas Ind. e Com. de Calçados, a ponto

de prejudicar suas atividades. Devido tal ocorrência tornou-se indispensável uma

nova razão social. Em 17/12/91, a empresa passou a se chamar Giovana Pash

Ind. e Com. de Calçados Ltda. p

Com a concorrência acirrada no mercado calçadista, a empresa estava

perdendo as vendas. Foi então que em 2001 o proprietário Izair da Conceição

resolveu mudar de segmentação, e investir todo seu capital em máquinas

apropriadas para a produção de calçados sociais em sintético.

Dessa forma também a empresa viu-se obrigada a contratar um estilista,

para começar a desenvolver uma nova coleção em calçados de sintético, pois

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estavam dispostos a mudar totalmente de produto, e a conquistar novos

mercados.

Hoje a empresa trabalha com designer próprio, sendo que se baseia nas

tendências da Europa, e a cada mudança de estação o estilista Alcides

Levandoswiki viaja para a Europa para buscar novas tendências da moda.

Boa parte de seus fornecedores se concentram no Rio Grande do Sul,

mais a empresa também conta com fornecedores da região, pois busca trabalhar

com parcerias, no que facilita o desempenho da mesma.

Atualmente grande parte das vendas da empresa concentra-se em São

Paulo, mas a empresa atua com representantes nas regiões de Belém, Rio

Grande do Sul, e Santa Catarina.

O quadro de funcionários é de 23 funcionários diretos, mais 15 indiretos

os quais trabalham nos chamados “ateliês”, terceirização contratada pela

empresa; produzindo hoje em média 350 pares/dia.

A Giovana Pash é bastante conhecida pelos seus clientes, por produzir

calçados com um conforto incomparável. Ela participa de feiras como a Francal,

e a Couromoda anualmente, levando a moda até os seus clientes.

Está instalada em prédio próprio na Rua Arno Luiz Sartori 143 no bairro

Jardim Dona Alice no município de São João Batista.

4.1.2 Principais Clientes

A Giovana Pash Ind. e Com. de Calçados possui clientes localizados em

todo o país, sendo que cerca de 80% de suas vendas concentra-se na região da

grande São Paulo, onde a empresa trabalha em parceria com grandes redes de

lojas. Os 20% restantes, estão localizados nas regiões de Belém, Rio Grande do

Sul e Santa Catarina.

No quadro a seguir observou-se a quantidade de clientes localizados na

região de São Paulo:

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Quadro 5 - Principais clientes da Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda

Fonte: Dados secundários

O quadro acima visualiza os principais clientes da empresa Giovana Pash

Ind. e Com.de Calçados Ltda, que são parceiros indispensáveis para que a

mesma possa competir no mercado ou assegurar a continuidade do seu negócio.

4.1.3 Principais Fornecedores

É de suma importância para as organizações terem parcerias com seus

fornecedores, principalmente para aquelas que dependem de muitos

componentes, como no caso da indústria calçadista, sendo que a falta de

qualquer componente comprometerá todo o processo, prejudicando o

desempenho da organização como um todo.

É por isso que a Giovana Pash Calçados trabalha com um quadro de

fornecedores bastante amplo, onde consegue preços melhores, e ainda

exclusividade em alguns materiais. Hoje cerca de 70% dos materiais são

comprados fora do estado, principalmente no estado do Rio Grande do Sul, os

outros 30% em depósitos e fábricas de São João Batista.

Dentre os principais fornecedores estão os citados no quadro a seguir:

Clientes Localidade

Rede Magazine Mundial São Paulo - SP

Rede Passarela Calçados São Paulo - SP

Rede Sanden Aces. da Moda São Paulo – SP

Rede Spot Sport Calçados São Paulo - SP

Rede Lojas Besni Center Ltda São Paulo - SP

Y Yamada S/A Com. e Ind. Ltda Belém - PA

Carmen Faria e Cia Ltda Balneário Camboriu - SC

Irmaos Bronzatto Ltda Porto Alegre - RS

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Fornecedor Localidade Matéria-Prima

Caimi e Liaison Novo Hamburgo - RS Sintético

Wolfostore Novo Hamburgo - RS Tecidos

Metalsinos Ararica - RS Fivelas, enfeites

Plast Shoes Ind. de Injetados Sapiranga - RS Saltos de ABS

Polisola Ind. de Solas Ltda São João Batista – SC Solado de PU, TR

Tr Palmilhas São João Batista - SC Palmilhas

Quadro 6 – Principais fornecedores da Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda

Fonte: Dados secundários

Os fornecedores são considerados parceiros fundamentais da empresa

que reconhece a contribuição dos mesmos para o sucesso do seu negócio.

4.1.4 Concorrentes

O mercado está cada vez mais competitivo, e para as organizações

conseguirem manter-se nele também. Por isso é importante que as organizações

fiquem atentas a concorrência, pois com base nas informações que se tem dos

concorrentes, pode-se comparar quais os pontos fortes e fracos da organização.

Para tanto, os concorrentes da Giovana Pash Ind. e Com. de Calçados

Ltda, são as indústrias de calçados especializadas em produtos de sintético, com

design sofisticado, conforme mostra o quadro No 7.

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Empresa Localidade

Ceconello Calçados Três Coroas – RS

Vicenza Calçados Igrejinha - RS

W R Calçados Jaú - SP

Di-Cristali Igrejinha - RS

BBC Calçados Três Coroas – RS

Quadro 7- Principais concorrentes da Giovana Pash Indústria e Comércio de Calçados Ltda

Fonte: Dados secundários

O quadro acima visualiza os principais concorrentes da empresa Giovana

Pash Ind. e Com. de Calçados Ltda que servem como incentivo para que a

mesma busque novas estratégias para competir no seu segmento.

4.1.5 Missão e Visão

Segundo Oliveira (2007, p. 107) “missão é uma forma de se traduzir

determinado sistema de valores e crenças em termos de negócios e áreas

básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias da empresa”.

Conforme Kotler e Armstrong (1999, p. 24) “as missões são melhores se

forem orientadas por uma visão, um “sonho quase impossível”.

4.1.6 Valores

De acordo com (KOTLER, 1999) os valores são os princípios que

orientam o planejamento e o andamento da empresa.

A empresa em estudo embora tenha consciência dos seus objetivos

atuais e futuros e dos valores perante os colaboradores e a sociedade, mesmo

não tendo definido formalmente a missão, visão e valores.

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4.2 Resultado da Pesquisa

Este item apresenta o resultado da pesquisa realizada para atender o

objetivo geral do estudo, que consiste em investigar a influência dos fatores

motivacionais no trabalho dos funcionários da empresa Giovana Pash Ind. e Com.

de Calçados Ltda.

4.2.1 Verificação das Práticas de Recursos Humanos

Visando atender o objetivo de verificar as práticas de recursos humanos

da empresa Giovana Pash Ind. e Com. de Calçados Ltda, foi realizada uma

entrevista semi-estruturada com o principal dirigente da empresa.

A entrevista teve como referencial teórico os autores Celinski (1994) e

Luz (2003) enfatizando as seguintes categorias: políticas da empresa, normas

administrativas, estilo de chefia, salários diretos, relações interpessoais,

condições de trabalho, sentido de realização, reconhecimento pelo trabalho bem

feito, conteúdo do trabalho, responsabilidades e promoção para tarefas mais

amplas.

Com relação às políticas da empresa o entrevistado foi questionado

sobre as prioridades e os objetivos da empresa e se os colaboradores conhecem

essas políticas, o mesmo respondeu que a prioridade é produzir calçado com

qualidade e designer diferenciado da concorrência e o objetivo é crescer e se

tornar diferencial no segmento de calçados em sintético. Os colaboradores

conhecem as políticas da empresa por meio de reuniões realizadas pelos

dirigentes.

Referente às possibilidades de progresso para os colaboradores, o

entrevistado respondeu que propicia possibilidades de acordo com a necessidade

que surge de novos cargos, oferecendo oportunidades para os colaboradores que

trabalham há mais tempo na empresa.

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No aspecto relacionado às normas administrativas o entrevistado foi

abordado sobre as orientações repassadas para os colaboradores são bem claras

e objetivas e de que maneira são repassadas, se oferece todo material necessário

para o trabalho e se o trabalho se atrasa por falta de material ou informação. No

que diz respeito às orientações o mesmo respondeu que no momento em que

contrata um colaborador, são repassadas todas as orientações referente a sua

função, e também o chefe está sempre auxiliando o trabalho dos colaboradores

deixando bem claro o que e como tem que ser realizadas as tarefas.

No que se refere a empresa oferecer todo material necessário para

trabalhar, e se o trabalho se atrasa por falta de material ou informação, o

entrevistado respondeu que na medida do possível tenta oferecer todo material,

mas devido ao calçado ser composto de muitos materiais e estes adquiridos por

diversos fornecedores, muitas vezes chega com atraso, e a empresa por falta de

informação verdadeira do mesmo acaba ficando sem saída dificultando todo o

processo produtivo.

Em relação ao estilo de chefia procurou-se saber se o clima de trabalho

proporcionado pelo chefe é bom, se o chefe sabe reconhecer um trabalho bem

feito e se a opinião dos colaboradores é ouvida por ele. O entrevistado reconhece

que o clima de trabalho proporcionado pelo chefe é um pouco fora da realidade

atual, pois o mesmo não procura cativar as pessoas, não sabe delegar as tarefas,

acarretando assim num clima desagradável para os colaboradores. É um item que

a empresa precisa ficar alerta, pois como enfatiza Gil (2001), nas organizações os

gestores precisam atuar sempre como líderes, pois no atual contexto de gestão

de pessoas, os colaboradores são peças fundamentais para o cumprimento dos

objetivos da organização, e por isso devem ser vistos por todos como

colaboradores e não como subordinados.

Segundo o entrevistado “o chefe até sabe reconhecer um trabalho bem

feito pelos colaboradores, mais ainda falta o principal que é chegar até o mesmo

e dar-lhe os parabéns por tal resultado, motivando-o a continuar melhorando seu

desempenho”, nesse sentido Chiavenato (1999) afirma que o reconhecimento

deve ser concedido a colaboradores que proporcionaram contribuições

extraordinárias a organização, mantendo público tal reconhecimento, para que

sirva de modelo para os demais integrantes da organização.

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No aspecto relacionado se a opinião dos colaboradores é ouvida pelo

chefe, o entrevistado acredita que sim, “visto que em reuniões e bate papos o

chefe proporciona oportunidades para os mesmos se expressarem”.

Quanto aos salários diretos, o entrevistado respondeu que seus

colaboradores são melhores remunerados em relação às outras empresas, sendo

que o aumento salarial sempre é maior que a porcentagem imposta pelo sindicato

dos trabalhadores. Os próprios colaboradores já comentaram que recebem

melhor comparados a outros lugares que já trabalharam, e a empresa também

sabe disto por meio informais.

No que se refere às relações interpessoais a pesquisa estava relacionada

sobre se as pessoas de cada setor ajudam-se mutuamente, se os colaboradores

se dão bem uns com os outros, se a empresa tem um bom ambiente de trabalho,

se as discussões que surgem são solucionadas e se é fácil debater os problemas

de trabalho. O mesmo alega que existe conscientização para os colaboradores

ajudarem uns aos outros, porém tem sempre um ou outro que não coopera, mais

a maioria trabalha em equipe.

Referente aos colaboradores se darem bem uns com outros, o

entrevistado respondeu que não há problemas quanto a discussões e atritos

dentro da empresa, pois os colaboradores se respeitam, e sabem que a empresa

não aceita qualquer desentendimento dentro dela.

Quando questionado se a empresa tem um bom ambiente de trabalho o

entrevistado relatou que sim, “porém não há reclamações de salários e também

de muita cobrança, todos sabem o que tem que fazer e por isso torna-se fácil

manter um bom ambiente”.

Em relação as discussões que surgem no trabalho na opinião do

entrevistado “dentro do possível todas as discussões são solucionadas, de

maneira que é chamado todas as pessoas do setor, juntamente com o chefe, para

resolverem o problema”.

Ainda para o entrevistado “é fácil debater os problemas que surgem no

trabalho, pois por ser uma empresa pequena, o chefe consegue reunir todo grupo

passando para os colaboradores o que esta acontecendo de errado, e explicando

a maneira correta que tem que ser feito”.

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No aspecto relacionado às condições de trabalho, as questões abordadas

foram sobre as condições físicas de trabalho, se quando surgem reclamações

sobre estas condições a empresa atende logo, e se empresa preocupa-se em

manter boas condições de trabalho, o mesmo respondeu que a empresa procura

manter sempre limpo o ambiente, por isso até contratou uma pessoa para fazer

faxinas, e na medida do possível está tentando resolver as reclamações dos

colaboradores. “No geral a empresa está preocupada em manter boas condições

de trabalho para seus colaboradores, porém escuta as deficiências que os

mesmos mostram ter, e exige também deles mais organização”.

Quanto aos fatores motivacionais, o entrevistado foi pesquisado sobre o

sentido de realização, focando o trabalho dos colaboradores no sentindo de

atingir os objetivos da empresa, o mesmo respondeu que “é muito importante a

contribuição de todos os colaboradores, pois sem eles a empresa não conseguiria

alcançar seus objetivos, por isso a mesma sempre procura conscientizar todos os

colaboradores da importância do trabalho de cada um para o crescimento da

empresa”.

Com relação ao reconhecimento pelo trabalho bem feito, procurou-se

saber sobre se a empresa elogia seus colaboradores, se avalia o desempenho

dos mesmos, e se oferece oportunidades de crescimento. Segundo o entrevistado

a empresa procura sempre elogiar aqueles colaboradores que nunca faltam e

realizem suas tarefas da melhor maneira. Geralmente quem elogia é o chefe, ou

proprietário, indo pessoalmente até o colaborador cumprimentando-o.

Referente a empresa avaliar o desempenho dos colaboradores, o

entrevistado respondeu que a mesma não possui nenhum método de avaliação

de desempenho, e por isso apenas reconhece o trabalho dos colaboradores que

prestam bom serviço para a empresa. Na opinião de Chiavenato (1999) as

empresas precisam avaliar o desempenho de seus colaboradores, pois os

mesmos precisam receber retroação a respeito de seu desempenho para saber

como estão indo no trabalho e a empresa precisa saber como os mesmos estão

desempenhando suas tarefas.

No que se refere a empresa oferecer oportunidades de crescimento para

os colaboradores, o entrevistado respondeu que por a empresa ser de pequeno

porte, não consegue oferecer grandes oportunidades, conforme o entrevistado “a

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empresa há algum tempo atrás já proporcionou oportunidades para dois

colaboradores, onde os mesmos começaram de baixo, e hoje estão um como

chefe e outro modelista, mas atualmente a mesma não tem suporte para oferecer

novas oportunidades”.

Em vista disso Fernandes (1996) ressalta que a empresa deve

estabelecer oportunidades para o desenvolvimento e crescimento de seus

colaboradores, uma forma de aplicação seria a possibilidade de carreira, onde os

mesmos seriam reconhecidos por colegas, família, comunidade, o que é uma

dificuldade, pelo fato da empresa em estudo ser uma empresa familiar.

Quando pesquisado sobre o conteúdo do trabalho, se os colaboradores

gostam de enfrentar os desafios que aparecem no trabalho, o entrevistado

respondeu que nem sempre os colaboradores aceitam tal desafio, uns por medo,

outros por insegurança acabam negando os desafios, mais a maioria dos

colaboradores acaba aceitando.

No aspecto relacionado às responsabilidades o entrevistado foi abordado

sobre se os colaboradores podem dar opiniões referentes ao trabalho e se os

mesmos são ouvidos. Segundo o mesmo é sempre bom ouvir idéias diferentes,

pois as opiniões construtivas podem trazer bons resultados para a empresa, por

isso é sem dúvida extremamente importante dar oportunidades para todos os

colaboradores se expressarem.

Na opinião do entrevistado as promoções para tarefas mais amplas a

empresa procura promover aqueles colaboradores com mais habilidades que

demonstram mais interesse pelo trabalho.

De acordo com o entrevistado no momento atual, a empresa acredita que

os colaboradores diriam que para melhorá-la é necessário mudar de chefe, e

melhorar o espaço físico.

O resultado da pesquisa permitiu verificar que a empresa precisa ficar

atenta aos aspectos relacionados a falta de materiais e fornecimento dos

mesmos, ao seu estilo de chefia e suas condições de trabalho. Conforme

ressalta Fernandes (1996) as condições de trabalho são condições existentes no

local de trabalho como: ambiente físico que deve ser um local de conforto e

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organização e também os materiais e equipamentos que devem ter sempre em

quantidade e qualidade disponível para a execução do trabalho.

A respeito do estilo de chefia, Bom Sucesso (1998) afirma que líderes

rejeitados pela equipe de trabalho e que mostram baixo entusiasmo com as

propostas de mudança são contra indicados para chefia, pois costumam piorar o

clima de trabalho.

4.2.2 Identificação do Perfil dos Funcionários

Com o objetivo de identificar o perfil dos colaboradores da Giovana Pash

Ind. e Com. de Calçados Ltda, foi realizada uma entrevista semi estruturada com

16 colaboradores da empresa, que responderam as questões relacionadas ao seu

perfil, englobando o sexo, tempo de serviço na empresa, estado civil, faixa etária,

e escolaridade, apresentadas no quadro a seguir:

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Itens Respostas Quantidade

Sexo masculino 09

feminino 07

Tempo de serviço na empresa

Entre 10 a 20 anos 02

Entre 5 a 10 anos 03

Entre 1 a 5 anos 05

Entre 1 mês a 1 ano 06

Estado civil Solteiro 03

Casado 13

Faixa etária

Entre 45 a 55 anos 02

Entre 34 a 44 anos 03

Entre 23 a 33 anos 06

Entre 16 a 22 anos 05

Escolaridade

Primário 03

1º grau incompleto 03

1º grau completo 02

2º grau incompleto 03

2º grau completo 04

Superior incompleto 01

Superior completo -

Pós-graduado -

Quadro 8 - Perfil dos funcionários Fonte: Dados primários

De acordo com o resultado da pesquisa, percebeu-se que o quadro de

colaboradores da empresa é composto em sua maioria por homens. Acredita-se

que este resultado pode estar relacionado ao fato de que a atividade da empresa

por ser produção de calçados, alguns setores específicos como corte e

montagem, são atividades onde o interesse maior é do sexo masculino. Isso não

quer dizer que as mulheres não possuem capacidade para tal cargo, o que

acontece é que as mesmas não demonstram interesse nessas áreas.

Verifica-se que na empresa existe um número considerável de

colaboradores com menos de 1 ano de trabalho. Justifica-se este fato porque na

região falta mão de obra qualificada, deixando a empresa sem alternativas para

contratar colaboradores por isso muitos destes permanecem na empresa apenas

no período de experiência. Porém existe uma expressiva quantidade de

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colaboradores trabalhando na empresa mais de 5 anos, significando que os

colaboradores mais bem qualificados permanecem na empresa.

A grande maioria dos colaboradores são casados. Acredita-se que este

resultado pode ser reflexo da faixa etária dos mesmos, onde existe uma variação

de colaboradores com idade de 23 até 55 anos, sendo estes a maioria.

Segundo o resultado da pesquisa, pode-se entender que a maioria dos

colaboradores possui ou está cursando, no mínimo o ensino médio. Porém, existe

uma parcela que possui apenas o primário ou que não completou o primeiro grau,

servindo de alerta para a organização, no sentido da necessidade de estabelecer

políticas voltadas para a analfabetização dos colaboradores.

O perfil aponta que a maioria dos colaboradores da Giovana Pash

Calçados são homens, casados, com menos de 33 anos, que possuem ou estão

concluindo o 2º grau de escolaridade.

4.2.3 Identificação da percepção dos funcionários quanto aos fatores

higiênicos

Para identificar a percepção dos colaboradores quanto aos fatores que

interferem no ambiente organizacional foi realizado uma entrevista semi-

estruturada com os mesmos onde procurou-se saber aspectos relacionados aos

fatores higiênicos envolvendo políticas da empresa, normas administrativas, estilo

de chefia, salários diretos, relação interpessoais, condições de trabalho.

Com relação às políticas da empresa os colaboradores foram

pesquisados sobre prioridades e objetivos da empresa e possibilidades de

progresso. Na opinião dos mesmos a prioridade da empresa é a produção, e o

objetivo a maioria não soube identificar, mais alguns deles responderam que é o

aumento de produção. De acordo com o colaborador A “o objetivo da empresa é

chegar num produto bom e com baixo preço”. O colaborador O acha que o

objetivo da empresa “é aumentar a estrutura”. Enquanto o colaborador M diz que

o objetivo “é produzir mais e com mais qualidade”.

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Na opinião da maioria dos colaboradores o crescimento da empresa não

possibilitará chances de progresso para eles, conforme ressalta o colaborador H

“não, pois já teve oportunidade e eles pegaram gente de fora”. Uma parte dos

colaboradores respondeu que com o crescimento da empresa poderão sim ter

possibilidades de progresso, conforme mostra o colaborador M “já obtive

progresso, comecei na empresa como cortador, e hoje sou modelista, poderei

crescer ainda mais”. Já de acordo com o colaborador A “a empresa crescendo

mais setores irão surgir e consequentemente irei subir de cargo”.

No que se referem às normas administrativas os colaboradores foram

pesquisados sobre as orientações que recebem no trabalho, se a empresa

oferece todo material necessário e se o trabalho não se atrasa por falta de

material ou informação. No que diz respeito às orientações se são bem claras e

objetivas os colaboradores ficaram divididos, pois metade respondeu que sim,

entendem na hora o que é para fazer, não tendo dificuldade alguma na execução

da tarefa, segundo relata o colaborador H “sim, sempre me explicam certo na

primeira vez como querem que eu faça tal trabalho”. Já a outra metade diz que

não recebe as orientações de forma clara e objetiva, conforme mostra o

colaborador F “não, pois ao mesmo tempo em que recebo orientação, logo vem

outra mudando tudo”. De acordo com o colaborador J “falta comunicação do

chefe, dele chegar até mim e passar como tem que ser feito”.

Referente ao fornecimento de material para trabalhar, os colaboradores

responderam que a empresa não fornece todo material para trabalhar, porém

faltam recursos técnicos como maquinário especializado, falta espaço físico, e

matéria-prima, onde muitas vezes para toda a produção, como mostra o

colaborador N “estamos sempre dependendo de materiais que faltam devido ao

consumo errado, e aos fornecedores”. Para alguns colaboradores não falta nada

de material, possuem tudo que precisam.

Quando perguntados sobre seu trabalho se atrasa por falta de material ou

informação, todos os colaboradores responderam que sim, a falta de material

acarreta no atraso de toda produção, pois como a empresa trabalha por célula,

um setor depende do outro, se atrasa um, todos os outros atrasam. Ressaltando

esta afirmação o colaborador A relata que “sim, pois muitas vezes ficamos sem

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material e falta serviço para distribuição, onde dificulta a produção, e também a

falta de informação”.

No aspecto relacionado ao estilo de chefia, os colaboradores foram

pesquisados sobre o clima de trabalho criado pelo chefe, sobre reconhecimento, e

sobre sua opinião ouvida pelo chefe. Os colaboradores acreditam que o clima

criado pelo chefe é ruim, pois o chefe não tem comunicação, não tem autoridade,

é uma pessoa fechada. Segundo o colaborador J “é um clima tenso, pois meu

chefe não me motiva a estar bem, não da um bom dia, um sorriso, não fala com

ninguém”. Já o colaborador D fala que “não, acho que por ele não ter autoridade

com os colaboradores, deixando essa desordem”. O colaborador O relata que “é

péssimo, meu chefe não sabe conversar, pedir as coisas, e também demonstra

sempre mau humor”.

Referente ao reconhecimento do chefe por um trabalho bem feito, a

maioria dos colaboradores respondeu que não, que por mais bem feito que esteja,

para o chefe sempre podia ser melhor, não há reconhecimento algum, só críticas

negativas, conforme mostra o colaborador C “ se está bom nunca disse, e quando

está ruim chega e joga”. Os colaboradores D e P relatam que sim, o chefe sabe

reconhecer um trabalho bem feito, porque já elogiou o trabalho deles.

Com relação à opinião ser ouvida pelo o chefe, a maioria dos

colaboradores respondeu que o chefe sempre ouve as opiniões, e muita vez

coloca-as em prática, como mostra o colaborador E “já dei uma sugestão que

tinha aprendido em outra empresa, ele me ouviu, e começou a fazer igual como

eu tinha explicado”. Alguns colaboradores acham que o chefe não ouve as

opiniões dos mesmos, pois já deram várias opiniões e nunca foram aceitas,

segundo o colaborador Q “já aconteceu problemas no meu setor, e eu o chamei

para resolver, ele veio e falou que não tinha nada”.

Quando perguntados sobre o salário direto, a maioria dos colaboradores

respondeu que o salário está igual ao pago por outras empresas, os mesmos

fizeram comparações com os colegas de outras empresas, e constataram que

recebem igual. Alguns colaboradores acham que são mal remunerados, devido a

suas várias funções exercidas dentro da empresa. Os colaboradores D, J, B,

relataram que seus salários são melhores em relação a outras empresas, já os

colaboradores C e Q não souberam responder, pois nunca fizeram uma pesquisa.

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No que se refere às relações interpessoais, os colaboradores foram

pesquisados sobre ajuda mútua, amizade com os colegas, ambiente de trabalho,

discussões que surgem no trabalho e debate dos problemas. Os mesmos

responderam que trabalham em equipe, que ajudam uns aos outros, como mostra

o colaborador L “todos trabalhamos em equipe, quando eu estou atrasado um me

ajuda, e quando estou parado eu os ajudo”. Alguns deles responderam que não

há ajuda mútua, não se trabalha unido, cada um faz o seu, por mais que se esteja

sem fazer nada, não ajuda o colega ao lado. De acordo com o colaborador D “as

pessoas não trabalham unidas, em equipe, não existe companheirismo”.

Os colaboradores quando perguntados sobre se dar bem com a maioria

dos colegas, todos responderam que sim, que conversam com todos os

colaboradores da empresa, até mesmo porque a maioria deles mora no mesmo

bairro, e com isso criou-se uma amizade fora da empresa também.

No aspecto relacionado ao bom ambiente de trabalho da empresa, a

maioria dos colaboradores acha que a empresa não tem um bom ambiente, que

está muito desorganizada, os colaboradores não se respeitam e não respeitam o

chefe, as discussões dos patrões ocorrem na frente de todos, há muita fofoca,

deixando um clima pesado. Segundo o colaborador C “a empresa está muito

desorganizada no sentido tanto de lidar com os problemas que acontecem

discutindo na frente de todos”. Para alguns colaboradores o ambiente de trabalho

está bom sim, não há muita cobrança, cada um sabe o que tem que fazer, e não

existe competição entre os colaboradores, como mostra o colaborador F “não tem

muito rolo, as pessoas no geral se dão bem e também não tem muita cobrança”.

Referente às discussões que surgem no trabalho os colaboradores

responderam que são solucionados na hora, os mesmos se reúnem em equipe,

conversando sobre o problema, e procurando a solução, dependendo do

problema chamam o chefe para ajudar na solução. Para o colaborador A

“reunimos a equipe que fez o trabalho e procuramos resolver o problema”. Já para

alguns colaboradores o problema não é solucionado devido à falta de diálogo, e

ao chefe não escutar o que os mesmos têm a dizer. O colaborador Q não soube

responder, pois segundo o mesmo nunca surgiu nenhuma discussão no seu

serviço.

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Com relação à facilidade de debater os problemas de trabalho, a maioria

dos colaboradores acredita ser difícil, a falta de comunicação do chefe com os

colaboradores dificulta os debates, não há retorno dos mesmos, e os

colaboradores a maioria das vezes não são ouvidos, como mostra o colaborador

N “não, porque eles não me dão chance de expressar minha opinião e debater

junto”. Os colaboradores A, J, I, L e H relataram ser fácil debater os problemas,

pois trabalham em equipe, discutindo sempre o que está errado, e tentando

resolver da melhor maneira entre si.

No aspecto relacionado às condições de trabalho, os colaboradores

foram pesquisados sobre as condições físicas, reclamações das condições

físicas, e se a empresa preocupa-se em manter boas condições. Os mesmos

responderam que as condições físicas são ruins, a temperatura é muito quente,

deveria ter mais ventiladores, o barulho incomoda devido não se usar o protetor

auricular, a higiene também está péssima, falta alguém para limpar todos os dias

a empresa, como mostra o colaborador D “a higiene é péssima, o barulho é

demais, deveria ter protetor auricular, e também é muito quente”. Somente o

colaborador L acha que as condições físicas de trabalho estão boas.

Quando perguntados se são atendidos referente às reclamações das

condições de trabalho, a maioria dos colaboradores relatou que não, porém já

pediram várias vezes mais ventiladores e não foram atendidos, conforme mostra

o colaborador O “reclamamos sobre o ventilador ano passado e não fomos

atendidos”. Apenas os colaboradores A e J, falaram que sim, são atendidos. Os

colaboradores C e N não souberam responder, pois nunca reclamaram para

saber se irão ser atendidos.

No que se refere a empresa preocupar-se em manter boas condições de

trabalho, os colaboradores responderam que a mesma não se preocupa, só

pensa na produção, não trazendo nada de melhorias para o bem-estar dos

colaboradores. De acordo com o colaborador F “a empresa nada faz para

melhorar, não se importa com o estado físico dos colaboradores”. Já os

colaboradores J e A acham que a empresa preocupa-se, já foram atendidos em

alguns casos, e também a empresa faz o que pode por todos.

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4.2.4 Identificação da percepção dos funcionários quanto aos fatores

motivacionais

Quanto aos fatores motivacionais os colaboradores foram pesquisados

sobre sentido de realização, reconhecimento pelo trabalho bem feito, conteúdo do

trabalho, responsabilidade e promoção para tarefas mais amplas.

No sentido de realização, os colaboradores foram questionados sobre os

objetivos atingidos pelo seu trabalho e se seu trabalho pode ser executado por

qualquer outra pessoa da empresa. Falando dos objetivos atingidos na empresa

todos os colaboradores responderam que atingem seu objetivo, porém todos os

dias atingem a meta de produção e com isso a sua meta também conforme

ressalta o colaborador B “saiu de casa com uma meta de produção e sempre

consigo alcançá-la”. O colaborador I respondeu que da conta da produção diária,

então contribui para o seu objetivo de trabalho.

Referente ao trabalho poder ser executado por outra pessoa na empresa

a maioria dos colaboradores respondeu que sim, pois não precisa de técnicas

para executá-lo, só basta ter vontade e atenção para aprender. Segundo o

colaborador H “meu serviço não precisa de técnica, é apenas pegar o jeito, não

exige especialização”. Já os colaboradores N, C, J, P, O, I, M relatam que seus

trabalhos não podem ser executados por qualquer outra pessoa da empresa, pois

o mesmo exige habilidades técnicas, experiência e treinamento.

Quando perguntados sobre o reconhecimento pelo trabalho feito, os

colaboradores foram pesquisados sobre se recebem elogios por um trabalho bem

feito, se a empresa avalia bem o desempenho e se a mesma oferece

oportunidades de crescimento. A maioria dos colaboradores respondeu que

nunca recebem elogios, que já teve casos de fazerem um trabalho diferente mais

mesmo assim nunca ser reconhecido. Apenas os colaboradores D, A, P e M já

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receberam elogios, tanto da empresa quanto de representantes e pessoas de fora

como cita o colaborador P “recebo elogios tanto da empresa quanto de

representantes”.

Com relação à empresa avaliar bem o desempenho dos colaboradores,

os mesmos responderam que não avalia, pois nunca teve uma conversa

mostrando os pontos positivos e negativos de cada um, nunca foram chamados

para conversar sobre avaliação de desempenho como mostra o colaborador H

“nunca me chamaram para conversar nem para criticar e nem para elogiar”. Os

colaboradores J, A e M acham que a empresa avalia bem o desempenho deles,

pois a empresa está toda hora cobrando e repassando o que está certo e errado.

No aspecto relacionado às oportunidades de crescimento, os

colaboradores responderam que a empresa não oferece oportunidades de

crescimento devido à fábrica ser pequena não tem mais para onde crescer e

também a nunca ter dado oportunidades a ninguém. Alguns colaboradores

responderam que a empresa oferece sim oportunidades, pois está crescendo e

junto eles irão crescer, conforme mostra o colaborador O “quando entrei a

empresa era menor e hoje cresceu, e eu também estou crescendo com ela”.

No que se refere ao conteúdo de trabalho os colaboradores foram

questionados se gostam de enfrentar desafios que aparecem no trabalho, os

mesmos responderam que sim, que com cada desafio aprendem algo novo,

gerando assim novas possibilidades de emprego em outros setores, como mostra

o colaborador E “foi com os desafios que aprendi coisas que nunca tinha feito e

hoje já sei trabalhar em outros setores”. Apenas os colaboradores Q e C disseram

que não gostam de enfrentar desafios devido ao medo do desconhecido. O

colaborador G diz não gostar de desafios porque está satisfeito com seu setor.

Referente às responsabilidades os colaboradores foram perguntados

sobre as decisões ligadas ao trabalho, sobre ser ouvido nos assuntos referentes

ao trabalho e se perante os colegas são responsáveis no trabalho. A maioria dos

colaboradores respondeu que não tomam decisões sozinhos, sempre perguntam

para o chefe o que tem que ser feito, conforme mostra o colaborador L “sempre

passo para meu chefe o que está errado, para ele resolver, pois não tenho

autoridade para decidir”. Já alguns colaboradores decidem sozinhos o que tem

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que ser feito, uns por já terem mais experiências, outros por já cuidarem mesmo

do seu setor.

Quando perguntados se são ouvidos nos assuntos ligados ao trabalho os

colaboradores responderam que não, pois a última palavra é sempre do chefe e

da empresa, eles é que sempre sabem o que está certo. O colaborador O cita que

já aconteceu casos de dizer que tal coisa não é assim, e eles não ouvirem e fazer

errado. De acordo com o colaborador C “vejo as coisas erradas chamo o chefe,

mas ele não me escuta”. Os colaboradores J, P, M, A, e I dizem ser ouvidos sim,

já até deram sugestões para melhorias e foram escutados.

Tratando de responsabilidades perante os colegas os colaboradores

relataram que são responsáveis, porém cumprem suas obrigações, e assumem

os erros quando necessário não jogando a culpa para cima de outro, como cita o

colaborador E “sempre ajudo eles no que precisar, to sempre cumprindo com

minhas obrigações”. Apenas o colaborador C respondeu que seus colegas o

vêem como puxa saco, que quanto mais ele faz pela empresa, mas taxado de

puxa saco é.

Com relação a promoção para tarefas mais amplas, os colaboradores

foram questionados sobre a empresa ter interesse em promover seus

colaboradores, a metade acha que sim, que a empresa dará chances para os

colaboradores que já estão trabalhando há mais tempo, até mesmo pela

experiência que possuem. A outra metade respondeu que não, que a empresa

não dará oportunidades para quem está trabalhando nela, são capazes de pegar

gente de fora para cargos melhores do que promover alguém, como mostra o

colaborador L “o que a empresa demonstra para os colaboradores é continuar

como estão, e se for para promover irão pegar gente de fora”.

Em vista dos resultados obtidos verifica-se que houve uma certa

discrepância entre a percepção da empresa com a dos colaboradores nos itens

relacionados a políticas da empresa, estilo de chefia, ambiente de trabalho,

condições de trabalho e reconhecimento pelo trabalho bem feito. Parte-se da

hipótese que essa discrepância pode estar relacionada à falta de feedback ou

pelo fato de ser uma empresa familiar, onde geralmente as informações estão

mais concentradas nos membros da família. Sendo portanto questões que

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75

merecem atenção por parte da empresa, para que possa melhorar o

relacionamento com seus profissionais.

4.2.4.1 Diagnóstico do resultado da pesquisa com os funcionários

Este item apresenta os pontos favoráveis e desfavoráveis da empresa em

relação aos fatores motivacionais.

Pontos favoráveis na percepção dos colaboradores

Os colaboradores se ajudam mutuamente

As discussões do trabalho são solucionadas na hora

O trabalho contribui para o alcance dos objetivos pessoais

Os desafios são importantes para o aprendizado

Responsabilidade perante aos colegas

Pontos desfavoráveis na percepção dos colaboradores

Falta de oportunidades de crescimento e de ser promovido

Falta de material e atraso na produção

Clima de trabalho criado pelo chefe é ruim

Falta de elogios e reconhecimento pelo trabalho bem feito

O ambiente de trabalho não é bom

Dificuldade para debater os problemas

Condições físicas de trabalho ruins

Falta de avaliações de desempenho

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Verifica-se que de acordo com a teoria de Herzberg na percepção dos

colaboradores os pontos desfavoráveis estão relacionados principalmente aos

fatores higiênicos.

Este resultado permitiu a apresentação de um plano de ação para a

empresa.

4.5 Plano de ação

Este item apresenta o plano de ação, com base nas informações e

resultados obtidos na pesquisa. Este plano de ação tem como objetivo a melhoria

dos aspectos relacionados a motivação dos colaboradores no que diz respeito

aos fatores higiênicos e motivacionais.

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77

O QUE

QUANDO

QUEM

POR QUE

ONDE

COMO

Revisão nos cargos dos

colaboradores

Setembro 2007

Pesquisadora

Definição das atribuições dos

colaboradores para verificar a

necessidade de treinamento

e desenvolvimento

Na empresa

Descrevendo e

analisando os cargos.

Revisão no quadro de

fornecedores

Julho 2007

Setor de compras

e setor de

desenvolvimento

Para resolver o problema do

atraso de materiais

Na empresa

Reuniões para

selecionar novos

fornecedores,

buscando parcerias

com os mesmos

Treinamento em

liderança

Agosto 2007

Senai

Melhorias no relacionamento

entre o chefe e os

colaboradores

No Senai

Por meio de cursos e

palestras de

conscientização

Programa de 5’s

Janeiro 2008

Senai

Melhorar as condições do

ambiente de trabalho

Na empresa

Implantando o

programa

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Avaliação de

desempenho

Novembro 2007

Pesquisadora

Avaliar e medir o

desempenho dos

colaboradores

Na empresa

Avaliando todos os

colaboradores

Treinamento de relações

humanas no trabalho

Janeiro 2008

Senai

Para melhorar a relação entre

os colaboradores e o chefe

No Senai

Por meio de palestras e

cursos

Ginástica laboral

Janeiro 2008

Sesc

Melhoria da qualidade de

vida dos colaboradores

Na empresa

Com a ajuda de

profissionais

especializados

Funcionário destaque

Agosto 2007

Pesquisadora

Diminuir o número de faltas

Na empresa

Com a eleição para

conhecer o funcionário

destaque do mês

Aniversariantes do mês

Julho 2007

Pesquisadora

Para mostrar a importância

do colaborador dentro da

empresa

Na empresa

Organizando uma festa

de confraternização

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Mural de comunicação

interna

Julho 2007

Pesquisadora

Repasse das informações

aos colaboradores

Na empresa

Com a implantação do

mural de comunicação

Definir a missão e visão

da empresa

Setembro 2007

Dirigentes

Para divulgação aos

interessados

Na empresa

Definindo a missão e

visão

Quadro 9 - Plano de Ação Fonte: Dados Primários

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80

Para elaboração do plano de ação foram considerados além do resultado

da pesquisa a observação da pesquisadora, levando-se em conta também o

tamanho e a realidade da organização para sugerir ações que fossem viáveis em

todos os aspectos e de execução imediata como:

sustentabilidade financeira;

disponibilidade de tempo dos dirigentes e colaboradores;

recursos materiais e humanos.

O plano de ação foi apresentado aos dirigentes que alegaram que as

ações serão implementadas de acordo com o cronograma estabelecido, até

porque os custos embora não constem no trabalho por uma questão interna da

empresa foram considerados acessíveis pelos mesmos, não sendo, portanto

obstáculo para que o plano sugerido seja concretizado.

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81

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido à falta de mão-de-obra qualificada a empresa Giovana Pash

Calçados está sofrendo dificuldades no quadro operacional, e desta forma vem

buscando meios de reter seus colaboradores. Está claro que um dos meios para

as empresas manterem seus colaboradores é a motivação, pois é ela que poderá

estimular os mesmos a agirem de determinada maneira, podendo contribuir para

melhoria nos processos.

Em decorrência deste fato surgiu o interesse do desenvolvimento do

estudo que teve como principal objetivo a investigação das influências dos fatores

motivacionais no trabalho dos colaboradores da empresa Giovana Pash Ind. e

Com. de Calç. Ltda.

Com o desenvolvimento da fundamentação teórica foram tratados

assuntos como Administração Geral, Administração de Recursos Humanos,

Motivação, entre outros, onde os assuntos foram se tornando cada vez mais

claros, passando a fazer sentido, e no decorrer das análises das entrevistas, o

auxílio da teoria mostrou-se de extrema relevância.

Os aspectos metodológicos estabelecidos no início do trabalho foram

possíveis de ser utilizados, caracterizando esta pesquisa como sendo pesquisa-

diagnóstico, qualitativa e com o procedimento descritivo.

Com a realização das entrevistas semi-estruturadas e observação

participante de forma aberta, foi possível obter informações importantes e

necessárias para a realização do resultado da pesquisa, onde foram

diagnosticados os pontos favoráveis e desfavoráveis da empresa na percepção

dos colaboradores relacionados a motivação.

Observou-se com o resultado da pesquisa que a maioria das categorias

questionadas foi desfavorável para a empresa, como a falta de oportunidades e

crescimento, clima de trabalho, avaliação de desempenho, falta de elogios,

condições físicas de trabalho, entre outros, sendo que alguns desses fatores

como a falta de oportunidades e crescimento, embora desfavoráveis são

conseqüências do tamanho da empresa.

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A pesquisa possibilitou identificar as práticas de Recursos Humanos da

empresa, o perfil dos colaboradores e os fatores que podem influenciar a

motivação. Com base nos estudos realizados e no resultado da pesquisa, tornou-

se possível desenvolver um plano de ação para a empresa, sendo que de acordo

com os dirigentes será implantado a partir de julho de 2007.

O trabalho foi extremamente importante do ponto de vista acadêmico, os

fundamentos teóricos e a pesquisa aplicada possibilitaram o aumento dos

conhecimentos na área de Recursos Humanos e a aproximação com os demais

colaboradores, já que a pesquisadora faz parte do quadro de funcionários da

empresa pesquisada.

Portanto, fica evidente que a empresa Giovana Pash Ind. e Com. de Calç.

Ltda precisa rever suas práticas ou procedimentos de Recursos Humanos em

busca da melhoria dos seus processos e da qualidade de vida de seus

colaboradores.

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APÊNDICE A: ROTEIRO DA ENTREVISTA COM OS DIRIGENTES DA ORGANIZAÇÃO

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ROTEIRO DA ENTREVISTA COM OS DIRIGENTES DA ORGANIZAÇÃO 1) Quais as prioridades e os objetivos da empresa? Os funcionários conhecem?

Como eles tomaram conhecimento?

2) O crescimento da empresa pode abrir possibilidades para progresso dos

funcionários? Como? De que modo?

3) As orientações passadas para os funcionários sobre o seu trabalho são claras

e objetivas? De que maneira elas são passadas?

4)A empresa oferece todo o material necessário para trabalhar?

5) O trabalho se atrasa por falta de material ou informações?

6) Como a empresa analisa o clima de trabalho que o chefe proporciona para os

funcionários?

7) A empresa acha que o chefe sabe reconhecer um trabalho bem feito pelos

funcionários?

8) A opinião dos funcionários é ouvida pelo chefe? De que maneira?

9) O salário dos funcionários é igual, ou melhor, do que aqueles pagos em outras

empresas para o mesmo trabalho? Como a empresa tem conhecimento dos

salários pagos pelas outras empresas? Participa de alguma pesquisa salarial? Ou

toma conhecimento de maneira informal

10) As pessoas de cada setor ajudam-se mutuamente? A alguma instrução para

que isso aconteça?

11) Os funcionários se dão bem uns com outros? Como a empresa percebe?

12) A empresa tem um bom ambiente de trabalho? De que modo é observado,

quem observa?

13) As discussões que surgem sobre o trabalho são solucionadas? De que

maneira? Quem é responsável pelas soluções?

14) É fácil debater os problemas de trabalho que surgem? Como é feito esse

debate? Quem participa?

16) As condições físicas de trabalho da empresa são boas (ruídos, temperatura,

higiene, etc.)? Quem analisa, ou controla esses detalhes?

17) As reclamações que surgem sobre as condições de trabalho a empresa

atende logo? Como são atendidas?

18) A empresa preocupa-se em manter boas condições de trabalho? Como?

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19) Os trabalhos dos funcionários têm contribuído que a empresa atinja os seus

objetivos? Os funcionários são informados desses resultados?

20) A empresa elogia os funcionários por um trabalho bem feito? Como faz isso?

Quem faz?

21) A empresa avalia bem o desempenho dos funcionários? De que maneira faz

essa avaliação? Quem faz?

22) A empresa oferece oportunidades de crescimento para os funcionários?

Como?

23) Os funcionários gostam de enfrentar os desafios que aparecem em seus

trabalhos?

24) Os funcionários podem opinar sobre os assuntos ligados ao seu trabalho?

25) Os funcionários são ouvidos quando se trata de algum assunto referente aos

seus trabalhos?

26) A empresa costuma promover os funcionários para tarefas mais complexas?

Quem promove? E como?

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APÊNDICE B: ROTEIRO DA ENTREVISTA COM OS FUNCIONÁRIOS DA ORGANIZAÇÃO

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ENTREVISTA COM OS FUNCIONÁRIOS DA ORGANIZAÇÃO PERFIL DO FUNCIONÁRIO

Setor:_______________________________

Sexo: _______________________________

Faxa etária:___________________________

Escolaridade:___________________________

Estado civil:___________________________

Número filhos:__________________________

Tempo de serviço:_________________________

Casa própria:_____________________________

Automóvel:_____________________________ 1) Você conhece as prioridades e os objetivos da empresa?

2) O crescimento da sua empresa pode abrir possibilidades para o seu

progresso?

3) As orientações que você recebe sobre o seu trabalho são claras e objetivas?

4) A empresa oferece todo o material necessário para trabalhar?

5) Seu trabalho se atrasa por falta de material ou informações?

6) O clima de trabalho criado pelo seu chefe é bom?

7) Seu chefe sabe reconhecer um trabalho bem feito?

8) A sua opinião é ouvida pelo chefe?

9) O seu salário é igual, ou melhor, do que aqueles pagos em outras empresas

para o mesmo trabalho?

10) As pessoas do seu setor ajudam-se mutuamente?

11) Você se da bem com a maioria dos seus colegas de trabalho?

12) A sua empresa tem um bom ambiente de trabalho?

13) As discussões que surgem sobre o trabalho são solucionadas?

14) É fácil debater os problemas de trabalho que surgem?

15) As condições físicas de trabalho na empresa são boas (ruídos, temperatura,

higiene, etc.)?

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16) As reclamações que surgem sobre as condições de trabalho são atendidas

logo?

17) A empresa preocupa-se em manter boas condições de trabalho?

18) Você entende como seu trabalho contribui para atingir seus objetivos na

empresa?

19) O seu trabalho pode ser executado por qualquer outra pessoa da empresa?

20) Você recebe elogios por um trabalho bem feito?

21) Você acha que a sua empresa avalia bem seu desempenho?

22) Sua empresa oferece oportunidades de crescimento?

23) Você gosta de enfrentar os desafios que aparecem em seu trabalho?

24)Você que decide sobre os assuntos ligados ao seu trabalho?

25)Você é ouvido quando se trata de algum assunto referente ao seu trabalho? 26)Perante seus colegas você é responsável no seu trabalho?

27)Sua empresa tem interesse em promover seus funcionários?

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DECLARAÇÃO

A empresa GIOVANA PASH IND. E COM. DE CALÇ. LTDA declara, para

os devidos fins, que a estagiária ELIANE FORMENTO, aluna do Curso de

Administração da Universidade do vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária

prevista para o período de 22/02/2007 a 25/06/2007, seguiu o cronograma de

trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

São João Batista, 18 de junho de 2007

Jefferson da Conceição

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Eliane Formento Estagiária

Jefferson da Conceição Orientador de campo

Justina da Costa Rodrigues Orientador de estágio

Profa Jaqueline de Fátima Cardoso Responsável pelo Estágio Supervisionado