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Objectivos intangíveis das empresas turísticas - Economia do turismo
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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO
Objectivos Intangíveis das Empresas Turísticas
2º Ano – Turismo Pós-Laboral
Economia do Turismo
Trabalho realizado por:
Ana Lídia Silva Nº14449
Filipa Duarte Nº15533
Pedro Ferreira Nº12965
Ano lectivo 2014/2015
Docente: Dr. Nino Fonseca
Viana do Castelo, 27 de Março de 2015
Índice
Introdução .................................................................................................................................... 1
Metodologia ................................................................................................................................. 2
Conceito de Turismo .................................................................................................................. 3
Sistema funcional do turismo.................................................................................................... 3
Turismo em Portugal .................................................................................................................. 4
Empreendedorismo, Turismo e Lifestyle (Estilo de Vida) .................................................... 6
Empreendedorismo, da investigação e do Sector do Turismo ....................................... 6
Lifestyle no turismo .................................................................................................................... 7
O produto turístico .................................................................................................................... 11
Turismo: Produção e consumo de produtos ou serviços ............................................... 11
Formas de Empreendedorismo .............................................................................................. 12
A importância do estilo de vida, empreendedorismo: o caso da indústria do turismo .. 13
Características do estilo de vida dos empresários .............................................................. 14
Conclusão .................................................................................................................................. 15
Bibliografia ................................................................................................................................. 16
1
Introdução
O termo intangível é originário do latim “tangere” que significa tocar. Assim os
objectivos intangíveis são todos aqueles que não podem ser tocados, visto que
não tem corpo (Van Breda, 1999). A temática dos intangíveis/ capital intelectual
(CI) começa a assumir relevância junto da comunidade cientifica da década de
80, período no qual o remanescente do valor das empresas não justificado pelos
bens físicos era denominado pelo “valor dos intangíveis”. Na década de 90, muito
por força da amplitude do conceito, passou-se a denominar esse remanescente
por “valor de capital intelectual”. Em sentido lato o conceito intangível de uma
empresa representa o seu capital intelectual.
Na origem da criação de qualquer empresa está uma ideia de negócio que passa
pela oferta de um produto ou serviço. Os potenciais empreendedores, criativos
e imaginativos, e muitas vezes com competências técnicas apuradas, vêm no
processo de transição da ideia para a criação e consolidação de uma empresa
uma série de barreiras que dificilmente poderão ultrapassar por si mesmos.
Estas dificuldades prendem-se necessariamente com a falta de competências
no que respeita à gestão, ao marketing, às relações pessoais e comerciais com
clientes, fornecedores e colaboradores.
A procura de aconselhamento relativo à gestão da empresa torna-se imperativa.
No entanto, este aconselhamento passa muitas vezes pela transferência de
algumas responsabilidades e decisões para terceiros, o que pode comprometer
os objectivos traçados pelo empreendedor. Além disso, na maior parte das
situações este aconselhamento não é a melhor forma de preparar e capacitar o
empreendedor para enfrentar o desgaste face ao conjunto de adversidades que
o mercado e a envolvente lhe apresentam, quer na fase de criação, quer,
principalmente, depois de a empresa estar criada.
Viajar, passear ou fazer turismo de massa é um componente importante de
nossa cultura de consumo contemporânea. Lazer e mobilidade de negócios
permite-nos enunciar pessoalmente p bem-estar, educação e status.
No entanto, para expressar um certo estilo de vida, este não só pode ser
alcançado através do consumo turístico, mas também através da produção
turística.
O chamado estilo de vida do turismo é um fenômeno excepcional no
empreendedorismo e operações de negócios não são motivados principalmente
por mercados com grande lucro.
Em vez disso, é mais importante para os empresários de estilo de vida procurar
uma forma de vida desejada (Williams. 2000).
Este trabalho tem como objectivo entender a relação entre empresários de estilo
de vida e os seus produtos turísticos.
Até agora, lifestyle empreendedorismo não foi explicitamente discutida em
relação ao produto turístico e vice-versa.
2
Metodologia
A metodologia utilizada na presente trabalho encontra-se numa ordem lógica que
é dividida em fases distintas.
Inicia o trabalho com uma pesquisa documental, onde são caracterizados
diversos conceitos.
Prossegue-se com o empreendedorismo lifestyle e as vantagens que
conseguem os empreendedores deste ramo
Em seguida faz-se uma comparação a empreendedores que seguem um
obectivo intangível "estilo de vida" que tenha como finalidade o bem-estar e
felicidade e os empreendedores que a sua finalidade no turismo é ter grandes
lucros.
Por último, o estudo será encerrado através de algumas conclusões finais sobre
lifestyle.
3
Conceito de Turismo
Não se conhece exactamente a data do aparecimento da palavra turismo, mas
a maioria dos autores aceita que tenha origem nas viagens que os estudantes
ingleses se habituaram a realizar no continente europeu, sobretudo a partir de
finais do século XVII, durante as quais realizavam a Grand Tour (Boyer, 2000).
Os participantes dessas viagens passaram a ser conhecidos como turistas
(tourists) e a actividade a que deram origem passou a designar-se por turismo
(tourism). Valdês (2003) alega que o conceito de turismo, a partir de 1929 e até
ao início da massificação do turismo, depois da Segunda Guerra Mundial,
conhece várias definições.
Apesar da dificuldade em encontrar uma definição generalizada para turismo,
segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), turismo é: o «Conjunto de
actividades desenvolvidas por pessoas durante as viagens em locais situados
fora do seu ambiente habitual por um período consecutivo que não ultrapasse
um ano, por motivos de lazer, de negócios e outros.»
Esta definição tem, no entanto, o inconveniente de privilegiar o lado da procura
e não relevar a oferta. De facto apenas inclui no turismo as actividades
desenvolvidas pelos visitantes deixando de lado todo o complexo de actividades
produtoras de bens e serviços criados para servir directa e indirectamente os
visitantes e cuja existência permanece mesmo quando as deslocações e estadas
não se efectuam.
O turismo não é uma actividade isolada, pois está relacionada com as várias
actividades humanas, pelo que a sua interpretação como sistema compreende
uma análise multidisciplinar, na medida das inter-relações criadas entre os
diversos subsistemas económico, social, político, cultural, ecológico e
tecnológico.
Para Cunha (2001), as componentes do sistema turístico, os laços que
estabelecem e as influências que exercem formam o sistema funcional do
turismo.
Sistema funcional do turismo
O sistema funcional do turismo assenta na oferta e na procura. O sujeito do
sistema é a procura turística, constituído pelos núcleos emissores e toda a
complexidade de situações que determinam os fluxos turísticos. A oferta é
constituída pelo subsistema objecto, do qual fazem parte os núcleos receptores,
os meios de transporte que ligam a origem ao destino, as entidades ou
organizações que garantem os mecanismos de funcionamento e administração,
4
quer sejam públicos quer privados, e os meios e as formas promocionais que
influenciam e orientam a procura turística.
Figura 1 : Organização funcional do turismo
Fonte: Cunha (2001)
Turismo em Portugal
Geograficamente, o turismo em Portugal reparte-se por vastos espaços da beira-
mar, montanha e campo. Assim a dispersão do fluxo turístico tem-se acentuado.
Em Portugal os territórios turísticos por excelência são as praias, principalmente
as do litoral do Algarve. A qualidade da orla marítima meridional portuguesa, no
que se refere às condições físicas e climáticas, é superior à oferecida por outros
países europeus, nomeadamente mediterrâneos, em que o turismo, como sector
económico, tem tido um maior investimento que no nosso país.
Outro território turístico com importância em Portugal é constituído pelos centros
históricos das cidades, situadas no litoral ou no interior, em que a marca da
vivência das épocas passadas as torna quase exóticas aos olhos dos visitantes
oriundos das regiões desenvolvidas do Centro e Norte da Europa ou da América
do Norte. Entre os centros históricos portugueses destacam-se Évora,
considerada património mundial pela UNESCO desde 1986. Mas, mesmo com
menor riqueza histórico-monumental, todos os pequenos e médios centros
urbanos do País, cuja origem é, na maioria dos casos, anterior à nacionalidade,
oferecem fortes motivos de interesse aos viajantes que nos procuram.
Portugal é amplamente reconhecido na Europa pelo sol, praias, gastronomia e
herança cultural e patrimonial.
O país afirma-se cada vez mais no contexto mundial como um dos principais
destinos para os praticantes de golfe, com os seus resorts e aldeias turísticas.
5
Dado o reconhecimento do potencial do sector turístico para Portugal, foi
apresentado em 2007 o “Plano Estratégico Nacional do Turismo”1 referindo que
o Turismo é um sector estratégico prioritário para o país, pois tem uma
importância verdadeiramente estratégica para a economia portuguesa em
virtude da sua capacidade em criar riqueza e emprego, já que se trata de um
sector em que o país tem vantagens competitivas claras como sucede com
poucos outros, em que o Governo e os empresários do sector se mostraram
disponíveis para uma aposta no desenvolvimento do turismo em Portugal.
O Turismo é um dos principais sectores da economia portuguesa, tendo o seu
peso na economia vindo a crescer nos últimos anos. No entanto, Portugal perdeu
quota de mercado a nível internacional, e está muito dependente do
desempenho de três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira), sendo ainda afectado
por uma elevada sazonalidade e limitações nas ligações aéreas.
As perspectivas de forte crescimento para o mercado mundial constituem uma
oportunidade para Portugal, mas é necessária uma estratégia de actuação que
permita responder à sofisticação da procura e a um número crescente de ofertas
concorrenciais.
A visão para o Turismo em Portugal é uma visão estratégica ambiciosa, mas
exequível, assente na ideia de que Portugal deverá ser um dos destinos de maior
crescimento na Europa, através do desenvolvimento baseado na qualificação e
competitividade da oferta, transformando o sector num dos motores de
crescimento da economia nacional.
Segundo o PENT, a proposta de valor de Portugal irá apostar nos factores que
mais diferenciam o país de outros destinos concorrentes – “Clima e luz”,
“História, cultura e tradição”, “Hospitalidade” e “Diversidade concentrada” – e em
elementos que qualificam
Portugal para o leque de opções dos turistas – “Autenticidade moderna”,
“Segurança” e “Qualidade competitiva”.
Dada a presente instabilidade económica portuguesa, é importante que se
continue a apostar neste sector e que o Governo não deixe cair por terra tudo
aquilo que está a ser feito, pois espera-se que não existam dúvidas quanto à
importância do turismo para Portugal, pelo que será uma boa solução para
inverter a situação actual, mas para tal é preciso criar os meios necessários para
dar resposta às necessidades que um sector turístico competitivo impõe.
6
Empreendedorismo, Turismo e Lifestyle (Estilo de Vida)
Empreendedorismo, da investigação e do Sector do Turismo
É Caracterizado o empreendedor como um individuo Inovador, seja ao nível da
organização da empresa, produto ou serviço em desenvolvimento, na extração
de matérias-primas de forma mais eficiente, em reorganizar modos de produção,
no desenvolvimento de novos redes ou na abertura de novos segmentos de
mercado (Buhalis, 2009).
No entanto, aquelas inovações empresariais podem perturbar o equilíbrio entre
oferta e a procura, conduzindo a uma destruição da organizacional estabelecida
e relações económicas ou formações (Williams, 2008).
Esta "criativa destruição ", como Schumpeter denominou, é visto como a força
motriz que sustenta o crescimento económico no capitalismo (Romani, 2002).
Basta, portanto, que os governos considerem como actividade empresarial
importante para a mais ampla economia (Lashley, 2009), uma vez que estão
sistematicamente a surgirem inovações em tempos de mudança, (Williams,
2008), mas, também os empresários são heróis socialmente reconhecidos, como
Bill Gates, Steve Jobs, Walt Disney, Coco Chanel ou Mark Zuckerberg.
O empreendedorismo é estudado há mais de um século por várias disciplinas
(Ateljevic-Li, 2009), como a economia, a sociologia, antropologia, história,
ecologia e psicologia.
Os traços do pessoal que ganhou popularidade na pesquisa empresarial,
durante a segunda metade do século passado com estudos principalmente a
partir de os EUA (Schiebel 2005), decorrente do contexto que está relacionado
com a criatividade, o assumir os riscos,além do local de acompanhamento,
actividades de resolução de problemas e iniciativa social (Schiebel, 2005), foram
observados como atributos principais de empresários. No entanto, o ambiente
local mais o sistema social pode proporcionar condições estruturais e
oportunidades para a atividade empreendedora de um indivíduo, ou um grupo
(Ateljevic-Li de 2009).
Foi Kibedi (1979) quem levantou a questão do empreendedorismo no turismo e
na investigação, e ainda Ateljevic e Li (2009) que dizem que o
empreendedorismo é pouco estudado no turismo, apesar do turismo, indústrias
de hospitalidade e lazer basearem-se principalmente em actividades
económicas (Morrison-Rimmington-Williams 1999). Como McKercher (1999)
observa "o momento decisivo na maioria dos destinos turísticos pode ser
atribuído às acções de promoção e seu potencial turístico ".
Um desdobramento discutido de forma controversa de microempresas no
turismo é a empresa de estilo de vida, onde as operações de negócios são
bastante determinadas por valores e forma de escolhas de vida do que pelo
7
crescimento económico e estratégias de lucro (Williams-Shaw-Greenwood 1989;
Ateljevic-Doorne 2000).
Em relação a essas circunstâncias, a noção comum de empreendedorismo não
pode ser aplicada a empresas de estilo de vida.
Lifestyle no turismo
Williams, Shaw e Greenwood (1989) observaram inicialmente, o fenómeno da
empresa "lifestyle", na área do turismo, como os resorts à beira mar.
Devido às baixas barreiras de entrada no turismo, especificamente a limitada
quantidade de capital necessária e baixos índices de habilidade ou experiência,
principalmente ex-turistas abertos à criação de micro-empresas, tais como
pensões ou quiosques.
Aqueles empreendedores não são motivados para montar o negócio por razões
de lucros, mas por fatores socioculturais (Williams 1989 et al., 1650).
A centralidade dos motivos de vida na gestão de uma pequena empresa de
turismo, foi confirmado num número de estudos (Peters et al., 2009).As
empresas tem-se desenvolvido em diferentes bens como contextos conceituais
através de uma variedade de pesquisas metodologias.
Ao invés de construir sobre o empresário tradicional que consiste em
maximização do lucro, competitividade, orientação para o mercado e a expansão
dos negócios, as definições de estilo de vida empreendedor no turismo dá enfase
à magnitude do pessoal e as circunstâncias do seu projeto de vida, os
proprietários-operadores.
"Lifestyle empresários" são susceptíveis de se preocupar com a
sobrevivência, e a manutenção do rendimento suficiente que o negócio
lhes proporciona. Reúnem as condições para que a sua família tenha um
nível satisfatório de fundos para permitir o usufruto das suas escolhas;
Estilo de vida dos empresários - combina o seu próprio interesse, lazer,
pessoal, valores e modo de vida com uma empresa de turismo (Ateljevic-
Doorne 2000).
Lifestyle é multifacetado, dependente do contexto, determinado pelo
social, valores e significados construídos, que os empreendedores
selecionam para eles (Morrison et al., 2008).
Ao lado de factores económicos relevantes, familiares, pessoais, experienciais e
variáveis-chave, tecnológicos, determinam as operações de negócios,
respectivamente, o sistema de valores dos empresários de estilo de vida ligam
bem (Morrison et al., 2008).
8
Esses estímulos são fluidos na natureza, como elas se desenvolvem ao longo
do tempo com a trajetória de vida dos empreendedores (Marchant-Mottiar 2011).
No entanto, a noção de estilo de vida ocidental é centrada no sentido de que a
pesquisa é predominantemente realizada nas economias desenvolvidas na
Europa, América do Norte ou Oceânia, enquanto estilo de vida em economias
em desenvolvimento continua a ser investigado, o que poderia levar a conceitos
diferenciados. Shaw (2004).
O crescimento desses empresários é um fenómeno relativamente recente e
parece ser uma resposta direta aos nichos de mercado fornecidos pelas
mudanças no consumo do turista associado ao pós-modernismo.
Os empresários que optam pelo estilo de vida podem ser encontrados em ramos
da indústria, como turismo rural (Komppula 2004), bed and breakfast, (Hall-
Rusher, 2004), juntamente com atividades de aventura e ao ar livre (Ateljevic-
Doorne 2000), o turismo de surf (Marchant-Mottiar, 2011), o turismo baseado em
cavalos (Helgadóttir-Sigurdardóttir 2008) ou combinações de diversas empresas,
como uma galeria de arte misturada com uma casa comercial (Andersson
Cederholm-Hultman, 2010).
Lifestyle no turismo é principalmente discutido em estudos com foco no lucro, em
relação lógica sem fins lucrativos de operadores/proprietários de pequenos
negócios (Marchant-Mottiar,2011).
Em outras palavras, a dicotomia percebida entre a orientação de rendimento e
estilo de vida motiva mais as implicações que daí resultam para a empresa
individual, bem como de destinos turísticos é central. Shaw e Williams (1998)
fazem uma distinção entre o empreendedorismo restrito e não restrito.
Empresários não restritos são caracteristicamente associados a reformados,
migrantes, que têm desejo de desenvolver a sua empresa, não têm experiência
em negócios, os conhecimentos e atividades empresariais são, portanto,
limitadas.
Esses empreendedores representam o "purista" estilo de vida empreendedor,
como a empresa existe apenas para facilitar uma forma de vida desejada
(Marchant-Mottiar, 2011).
Empresários constrangidos são geralmente mais jovens, desenhar a partir de
uma experiência profissional, aspirar bem-estar económico misturado com estilo
de vida, preocupações e intenções, assim, um potencial para a empresa (Shaw-
Williams, 2004).
Este conceito estudado por Shaw e Williams (1998) sugere dois polos para a
actividade empresarial, enquanto Dewhurst e Horobin (1998) propõem um
modelo, uma continuação para os pequenos empresários entre objectivos
comerciais e orientação estilo de vida.
A Figura 2 representa os empresários a trabalhar em outras areas de orientação
comercial e áreas para o "Lifestyle" dirigidas estrategicamente para o sucesso.
Para os donos de empresas que estão lifestyle, "o sucesso das empresas
poderia ser melhor medido em termos de uma capacidade de perpectuar o seu
estilo de vida escolhido "(Dewhurst-Horobin, 1998).
9
Figura 2: Modelo de tendências
Fonte : Dewhurst–Horobin (1998)
Dois estudos, que empiricamente explorarm essa dicotomia de estilo de vida
contra orientação comercial entre os pequenos proprietários de empresas de
turismo "são os papéis" de Hall e Rusher (2004) e Komppula (2004). Hall e
Rusher (2004) explorar as atitudes e tomada de decisões operacionais de
proprietários-gerentes no sector de cama e pequeno-almoço na Nova Zelândia.
Eles acham que os lucros formam uma forte filosofia de negócio e são
equilibrados, "motivação de desfrutar de um bom estilo de vida e, portanto,
ambas as questões são igualmente importantes.
No entanto, estilo de vida é um objectivo estratégico de negócios para aqueles
empresários (Hall-Rusher , 2004).
Komppula (2004) examina as intenções de crescimento e determinantes do
sucesso entre os empresários de turismo rural na Finlândia.
Aspirações de expansão dos negócios são moderados devido à antecipação do
risco e o sucesso é bastante equilibrado em termos de tempo para a família e
passatempos, lucro razoável e ocupação interessante É a oportunidade de
trabalhar em casa e no campo e de se tornar rico.
A noção de estilo de vida em relação ao empreendedorismo também se distingue
por ter um significado a nível positivo.
Hollick e Braun (2005) concluem que as empresas de estilo de vida com uma
base de competências baixas e uma excelência de desempenho insuficiente em
entregas de produtos e serviços, juntamente com a falta de planeamento e
experiência de gestão pode ter um impacto negativo.
Este resultado de gestão de negócios pode resultar em perigo para a
estabilidade económica e sociocultural dos lugares turísticos.
Dewhurst e Horobin (1998) mencionam que os empresários de estilo de vida
podem não ser capaz de sobreviver a longo prazo: esta, por sua vez poderia
servir para por seriamente em causa tanto a saúde da economia e do tecido
social dessas comunidades, resorts e regiões que estão a tornar-se cada vez
mais dependentes sobre o turismo e as actividades relacionadas hospitalidade.
Peters, Frehse e Buhalis (2009) criaram uma lista de atributos comuns
encontrados no turismo lifestyle:
Motivado pela qualidade de vida, em vez do crescimento
Prioridade principal é o estilo de vida, em vez de atendimento ao cliente
10
Utilização de recursos e investimento de capital
Gestão irracional e decisão de não retorno sobre o investimento com base
confecção
Marketing e desenvolvimento de produtos e actividades
Utilização das tecnologias da informação e da comunicação (Buhalis -
Main, 1998)
Dificuldade em aceitar o conselho profissional ou envolvimento externo
Baixa educação e formação em gestão
Não estão plenamente conscientes das técnicas de gestão da qualidade
(Morrison-Thomas,1999)
Baixo envolvimento dentro do crescimento da indústria e estruturas da
indústria
Distância de organizações de pressão
Falta de vontade de deixar ir ou para vender seus empreendimentos
Baixa inovação e falta de vontade de cooperar (Weiermair, 2001)
Alta dependência de parceiros de distribuição para a sua earnings,
mesmo quando isso é prejudicial para a rentabilidade e competitividade
(Buhalis, 2000)
Sustentabilidade econômica questionável como resultado da periferia
(Nilsson, 2005)
Outros estudos, importantes segundo Ateljevic e Doorne (2000), é cobrir a
perspectiva oposta em afirmar a posição instrumental de estilo de vida em
empresas na introdução de produtos de nichos turísticos inovadores e
estimulando desenvolvimento regional através de um balanço do desempenho
económico e uma sustentabilidade dos valores sócio-culturais e ambientais.
Também Merchant e Mottiar (2011) enfatiza o efeito positivo dos empresários de
estilo de vida, no seu estudo de surf, no turismo na Irlanda como "rejuvenators
resort" e factores-chave nas comunidades locais.
Quanto à esfera política pública, estudos relacionados ao estilo de vida do
turismo e empreendedorismo acentua a necessidade de incluir os objectivos de
estilo de vida como um elemento significativo no processo de decisão política
(Mottiar 2007).
Além disso, Hall e Rusher (2004) chama a atenção para a importância de
incorporar objectivos de vida dentro de modelos de desenvolvimento de
processos de empreendedorismo no turismo como esses objectivos são
essenciais para a compreensão do desempenho de pequenas empresas com
sucesso empresarial, além da dimensão espacial do estilo de vida e comodidade.
Uma série de estudos aborda o empreendedorismo e o estilo de vida para além
da orientação econômica dos proprietários-gerentes.
Helgadóttir e Sigurdardóttir (2008) classificam o turismo baseado no "cavalo da
Islândia" e conclui que os empresários baseiam o seu negócio no conhecimento
sobre cavalos e equitação do que em conhecimentos da indústria do turismo e
hospitalidade.
Andersson Cederholm-Hultman (2010) investiga o papel em negociação e
relações comerciais no estilo de vida do empreendedorismo.
11
Esses estudos apontam para a importância da inserção sócio-cultural de
empresários de estilo de vida.
Ateljevic e Doorne (2000) assume esta questão do contexto cultural em seu
estudo nas micro-empresas na Nova Zelândia.
O estilo de vida do empreendedorismo organizacional, mercado, cultural e
indústria relacionada com as perspectivas conclui que um número crescente de
proprietários de pequenas empresas optar por "ficar dentro da cerca" a fim de
preservar a sua qualidade de vida.
Uma diferença intrínseca entre as empresas de estilo de vida, empresas de
turismo e micro em outros setores da economia é a relação entrelaçada do
consumo e produção (Shaw e Williams, 2004). Particularmente empresários de
estilo de vida consomem "o mesmo produto que eles estão produzindo, ou seja,
o turismo" (Williams,1989) conhecendo lugares, experiências e atividades.
A revisão da literatura lifestyle no turismo e empreendedorismo revela a
idiossincrasia do conceito, que ocorre dentro de um quadro de referência sócio-
cultural (Morrison, 2008) e em ciclos interrelacionados de produção e consumo.
A natureza dinâmica da empresa estilo de vida tem de ser salientado como os
chamados motivos de estilo de vida e raciocínio de negócio tradicional podem
coexistir.
O produto turístico
Turismo: Produção e consumo de produtos ou serviços
Mesmo que o sector do turismo e do lazer seja geralmente considerado como
uma indústria de serviços, o estudo relevante refere-se ao termo "produto" em
vez de "Serviço" quando pertencentes a empresa ou destino ofertas turísticas
(Komppula, 2001).
Um "produto" é geralmente tangível e materializa quando sai de indústrias
transformadoras, onde a produção e consumo estão destacados um do outro.
Por outro lado, a terminologia de serviço é frequentemente aplicada ao descrever
as características do turismo "produtos", como a intangibilidade, perecibilidade,
heterogeneidade e sincronica, produção e consumo (Lumsdon,1997).
Lumsdon (1997) sugere que o uso do termo produto no contexto do turismo é
discutível, já que "é difícil conceber que a prestação de férias pode ser
equiparado à comercialização de plantas de capital pesado.
Cooper e Hall (2008) argumentam que o turismo como um sector de serviço é
baseado em um complexo conjunto de recursos de infra-estrutura físicas, que,
são na verdade tangíveis, com impactos significativos sobre a localidade.
Estas realidades proporcionam o cenário para a experiência, o turista está a
adquirir (Cooper-Hall, 2008) um produto turístico e, portanto, "um conjunto
particular de experiências de turismo mercantilizadas" (Cooper-Hall, 2008).
Devido às exigências da mercantilização e da percepção predominante do
12
turismo como uma indústria, o produto tornou-se amplamente aceite, alterado
pelos conceitos de marketing de serviço para reconhecer o envolvimento de
tangível, bem como aspectos intangíveis no turismo. Assim, o produto total, um
turista consome durante uma viagem pode ser descrito como uma soma de
diferentes ofertas, os lugares, as comunidades e as interações sociais. Assim,
não só os prestadores do produto turístico influenciam a experiência do turista,
mas todos os encontros, as impressões e os momentos fazem parte da
experiência turística (Salão 2005).
Consumo turístico inclui bens públicos, privados, activos e público significa tudo
o que é externo a uma das empresas, como património cultural, segurança
pública, infraestruturas, imagem de marca e estética ambientais.
Formas de Empreendedorismo
Os empresários criaram uma organização inovadora ou rede de organizações
com o propósito de ganho ou crescimento sob condições de risco e/ou incerteza.
(Dollinger, 2003)
Isto inclui, os elementos centrais do empreendedorismo, os quais podem ser
encontrados desde o empreendedorismo à inovação. O empreendedorismo
define o empresário como um ser individual que transporta novas combinações
de organização da empresa, novos produtos ou serviços, novas fontes ou
matéria-prima, novos métodos de produção, novo segmento de mercado, ou
novas formas de organização.
Schumpeter (1934) viu no empresário um indivíduo excepcional, capaz de
desenvolver novas combinações de produtos, atributos ou inovações. Assim, o
empresário tem de chegar a um risco realisticamente calculado para as
oportunidades futuras de mercado com base em experiências passadas e a
transformação de incerteza em um resultado rentável.
Para este ponto Schumpeter escreveu: “Como em uma acção militar, devem ser
tomadas as posições estratégicas dadas, mesmo se todos os dados
potencialmente procurados não estão disponíveis, portanto na vida económica a
acção também deve ser levada sem serem trabalhados todos os detalhes do que
é para ser feito. Aqui o sucesso de tudo depende de intuição, a capacidade de
ver as coisas de uma maneira que depois se revela verdadeira, mesmo apesar
de não poder ser estabelecida no momento, e de compreender o facto essencial,
desconsiderando o não essencial, mesmo que um não possa dar conta dos
princípios pelos quais isto é feito." (Schumpeter, 1934).
Desde Schumpeter, uma longa lista de conhecidos pesquisadores (por exemplo
Papandreou, 1952; Kirzner, 1973; Casson de 1982, Baixo e MacMillan, 1988;
Miner, 1997; Gartner, 2001; Schneider, 2001) contribuiu para a análise do
empreendedorismo e da teoria do empreendedorismo. Na segunda metade do
13
século passado, a pesquisa pelos traços de personalidade tornou-se um campo
importante na investigação das ciências sociais. No entanto, apenas alguns
estudos podem fornecer uma visão geral do comportamento dos empresários
em cada cultura, nação ou indústria.
Os economistas e a teoria económica dominam a investigação do
empreendedorismo. No entanto, o comportamento do empreendedor não é
apenas impulsionado por estruturas de decisão racional, outras disciplinas
precisam ser contratados para reforçar explicações sobre o seu processo.
Contudo, é possível extrair características típicas dos empreendedores ou traços
de personalidade, como a criatividade, a assunção de riscos, inovação e
proactividade que pode ser observada em diferentes ambientes sociais, políticos
ou económicos (Timmons, 1994).
Morrison (2006) lança mais luz sobre a conceptualização de várias formas de
empreendedorismo. Ela formulou três pistas principais do empreendedorismo,
seguido pela extração das suas principais formas.
Tendo um olhar mais atento sobre as características de processos empresariais,
como o caso do estilo de vida social ou familiar dos empresários, pode-se
observar que muitas vezes há uma clara orientação para motivos não
económicos.
A atitude em relação ao empreendedorismo ou a vontade para independência
pode ser o resultado de processos negativos ou positivos. Neste último caso,
fundar uma empresa pode ser visto como uma oportunidade para melhorar o
estilo de vida ter melhor controlo desta, todos os dias.
Outros podem perceber stress, inconveniência ou pressão negativa quando se
pensa em empreendedorismo em pequenas empresas.
Não há dúvida de que uma atitude positiva em relação ao empreendedorismo
por si só não é suficiente para motivar uma pessoa a desenvolver um negócio
em turismo. No entanto, a intenção de criar um negócio ocorre apenas quando
a atitude em relação ao empreendedorismo é positiva. (Koh, 1996).
A importância do estilo de vida, empreendedorismo: o caso da
indústria do turismo
Indústrias de turismo, hotelaria e lazer baseiam-se principalmente sobre
empreendedorismo e pequenas empresas (Thomas, 1998, 2000, Morrison et al.,
1998, Getz de 2004, Buhalis e Main, 1998). e Morrison Thomas (1999) sugerem
que os elementos-chave do empreendedorismo no turismo incluem:
Mudança de iniciação: a capacidade de identificar uma oportunidade de
criação ou inovação e a capacidade de transformá-lo em realidade.
Inovação e criatividade: a renovação de produtos ou serviços, agregando
valor através da aplicação de conhecimentos e imaginação.
14
Oportunidade alerta: foco contínuo sobre as tendências e oportunidades
emergentes para serem capturadas e realizadas.
Gestão de relacionamento: manutenção de equipas eficazes, redes e
estruturas de gestão flexíveis.
Momento da ação: actuar dentro de uma janela limitada, na qual uma
oportunidade pode ser optimizada.
Visão e orientação estratégica: Formulação de ambições, e as estratégias
para realizá-las.
No entanto, a maioria dos empresários nas indústrias de turismo e lazer podem
ser encontrados na área inferior da intensidade empresarial baixa. (Morrison,
2006). Parece que, dado que as indústrias de turismo e lazer estão localizadas
principalmente em regiões atractivas, há uma concentração muito mais elevada
do estilo de vida dos empresários, e este é muitas vezes a principal motivação
para a actividade do empreendedor.
Características do estilo de vida dos empresários
Apesar do fato de que o estilo de vida dos empresários não segue motivos
económicos, a sua contribuição para o bem-estar económico e satisfação do
cliente não deve ser subestimada. (Weiermair e Peters, 1998a). De facto,
observar o estilo de vida dos empresários de turismo e lazer pode permitir que
outras indústrias aprendam lições transferíveis.
Estes empresários, envolvem-se muitas vezes nos negócios porque são
consumidores experientes, que querem fazer uma profissão fora do seu hobby
ou procurar soluções para os seus clientes na indústria de lazer ou turismo.
Os empresários com este estilo de vida não estão dispostos a colocar mais
esforço em crescimento e não querem sacrificar qualidade de vida em
maximização do lucro. Mas, em vários casos, através do apoio governamental
em termos de redução de impostos ou de apoio empresarial, o crescimento
adicional das empresas poderia ser alcançado. No entanto, muitos sistemas de
apoio governamentais necessitam de uma alta motivação de crescimento de
empresários de pequenas empresas (Nilsson et al., 2005). Assim, na maioria dos
casos, o apoio financeiro é concedido sob a condição de que as empresas se
comprometam a objectivos de crescimento, que na realidade não influenciam
positivamente o estilo de vida dos empresários.
Talvez os governos precisam colocar o seu esforço em desenvolver redes no
destino que permitam aos empresários compartilhar recursos e obter economias,
em vez de partir para o crescimento. Melhorar a qualidade de vida pode motivar
mais os empresários e ajudá-los a desenvolver o seu interesse no negócio e
competitividade.
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Conclusão
Este trabalho abordou a relação entre empresários de estilo de vida e os seus
produtos turísticos.
Procuramos entender como é que empresários estilo de vida e os "produtos
turísticos se relacionam com suas próprias vidas.
É no produto turístico, que os empresários podem "viver", executar e comunicar
a sua maneira de escolha.
Assim, o conceito de estilo de vida empreendedorismo manifesta muito no
produto turístico. Se avançar-se de uma perspectiva sócio-cultural, a natureza
performativa dos produtos turísticos é palpável.
O produto turístico oferece aos empresários a oportunidade de estilo de vida que
anda de mãos dadas com uma identidade desejada.
Assim, o turismo permite o desempenho de um papel desejado, não só para os
turistas, geralmente reconhecidos mas também para os empresários de estilo de
vida.
Do ponto dos empresários de estilo de vida, o produto turístico é comercializado.
É essencial para os empresários, não só a visibilidade da empresa, mas também
o desenvolvimento de produtos e ideias com outras empresas. Os sites são um
lugar de encontro crucial para os produtores e clientes. Os clientes no entanto
encontram as empresas e apreciam não só o estilo pessoal dos empreendedores
de estilo de vida mas também a sua decisão de compra sobre a visibilidade entre
produtor e produto.
A interação social é vital nesses produtos turísticos. Estilo de vida empresários
parecem ter um contacto muito bom para os seus clientes não apenas durante o
desempenho do produto turístico, mas também nas fases pré e pós-compra.
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