15
Antologia Poética 1

Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Poemas da Língua Portuguesa de 1910 a 1950

Citation preview

Page 1: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Antologia

Poética

1

Page 2: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Antologia Poética

Nomes: Lidiara Ribeiro nº 13 Série 3º H

Magali Moreno 14

Profª Lucinéia

2

Page 3: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Como é a linguagem literária da modernidade?

A linguagem de hoje procura usar palavras simples e objetivas, de forma que até as pessoas menos estudadas compreendam o conteúdo. Antigamente a linguagem era mais complicada de se entender, cheias de regras era algo bem sistemático. Além das inovações técnicas, a linguagem torna-se coloquial e espontânea, mesclando expressões da língua culta com termos populares, o estilo elevado com o estilo vulgar. Há uma forte aproximação com a fala, isto é, com a oralidade. Assim, liberto da escrita nobre, o artista volta-se para uma forma prosaica de dizer, feita de palavras simples e que, inclusive, admite erros gramaticais. Os autores procuram se expressar de modo claro e objetivo, fazendo a linguagem escrita aproximar-se da falada, e, geralmente, desejam denunciar a realidade como ela é, nua e crua.

3

Page 4: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Soneto

Canta teu riso esplêndido sonata,E há, no teu riso de anjos encantados,

Como que um doce tilintar de prataE a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata- Citara suave dos apaixonados,

Sonorizando os sonhos já passados,Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,Quando, úmido de beijos em ressábios

Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,

Ri-se o meu coração na tua boca!

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos (1884-1914)

4

Page 5: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Poema da Purificação

Depois de tantos combateso anjo bom matou o anjo mau

e jogou seu corpo no rio.

As águas ficaram tintasde um sangue que não descorava

e os peixes todos morreram.

Mas uma luz que ninguém soubedizer de onde tinha vindo

apareceu para clarear o mundo,e outro anjo pensou a ferida

do anjo batalhador.

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

5

Page 6: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Canção de Outono

Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti.

Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi.

De que serviu tecer florespelas areias do chão

se havia gente dormindo sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!Choro pelo que não fiz.E pela minha fraqueza

é que sou triste e infeliz.Perdoa-me, folha seca!

Meus olhos sem força estãovelando e rogando aqueles

que não se levantarão...

Tu és folha de outono voante pelo jardim.

Deixo-te a minha saudade- a melhor parte de mim.E vou por este caminho,certa de que tudo é vão.

Que tudo é menos que o vento,menos que as folhas do chão...

Cecília Meireles

Cecília Meireles (1901-1964),o poema “Canção de Outono” da a se entender, que se refere ao amor perdido. Em que a folha seca representa o coração que perdeu o vigor da primavera, de quando ainda havia amor.

6

Page 7: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Praticando o Desapego 

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário....Perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que

já se acabaram.As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: Diga a sí mesmo que o que passou jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo... - Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba...Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais em sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.Quando um dia você decidir a pôr um ponto final naquilo que já não te acrescenta.

Que você esteja bem certo disso, para que possa ir em frente, ir embora de vez.

Desapegar-se, é renovar votos de esperança de sí mesmo,É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor.

Liberte-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor, e siga, siga novos rumos, desvende novos mundos.

A vida não espera.O tempo não perdoa.

E a esperança, é sempre a última a lhe deixar.

Então, recomece, desapegue-se!

Ser livre, não tem preço!

Fernando PessoaFernando Pessoa (1888-1935), em seu poema “Praticando o Desapego” ele transmite aos leitores que não a tempo para ficar remoendo coisas do passado que já sabemos que é perca de tempo, e que devemos deixar essas coisas para trás e seguir em frente e lutar pelo o que ainda iremos conquistar.

7

Page 8: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Soneto da saudade

Quando sentires a saudade retroar Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.

E ternamente te direi a sussurrar:O nosso amor a cada instante está mais vivo!

Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidosUma voz macia a recitar muitos poemas...

E a te expressar que este amor em nós ungindoSuportará toda distância sem problemas...

Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leveComo uma pluma a flutuar por sobre a neve,

Como uma gota de orvalho indo ao chão.Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,

Sempre que juntos, a emoção que partilhamos... Nem a distância apaga a chama da paixão

Guimarães Rosa

Guimarães Rosa (1908-1967) Com esse poema ele relata a saudade de sua amada, e lembra o quão bom é estar com ela, sentir seus beijos, e escutar sua voz suave.

8

Page 9: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Chama e Fumo

Amor – chama, e, depois, fumaça…Medita no que vais fazer:

O fumo vem, a chama passa…Gozo cruel, ventura escassa,Dono do meu e do teu ser,

Amor – chama, e, depois, fumaça…Tanto ele queima! e, por desgraça,Queimando o que melhor houver,

O fumo vem, a chama passa…Paixão puríssima ou devassa,Triste ou feliz, pena ou prazer,

Amor – chama, e, depois, fumaça…A cada par que a aurora enlaça,Como é pungente o entardecer!O fumo vem, a chama passa…

Antes, todo ele é gosto e graça.Amor, fogueira linha a arder!

Amor – chama, e, depois, fumaça…Porquanto, mal se satisfaça(Como te poderei dizer?…),

O fumo vem, a chama passa…A chama queima. O fumo embaça.Tão triste que é! Mas… tem de ser…

Amor?… – chama, e, depois, fumaça:O fumo vem, a chama passa…

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (1886-1968)

9

Page 10: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Aceitarás o amor como eu o encaro?

...Azul bem leve, um nimbo, suavemente Guarda-te a imagem, como um anteparo Contra estes móveis de banal presente. Tudo o que há de melhor e de mais raro

Vive em teu corpo nu de adolescente, A perna assim jogada e o braço, o claro

Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo Também mais nada, só te olhar, enquanto

A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza... a evasão total do pejo Que nasce das imperfeições. O encanto

Que nasce das adorações serenas.

Mário de Andrade

Mario de Andrade (1893-1945)

10

Page 11: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

A Felicidade

Tristeza não tem fimFelicidade sim

A felicidade é como a plumaQue o vento vai levando pelo ar

Voa tão leveMas tem a vida breve

Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre pareceA grande ilusão do carnaval

A gente trabalha o ano inteiroPor um momento de sonho

Pra fazer a fantasiaDe rei ou de pirata ou jardineiraPra tudo se acabar na quarta-

feira

Tristeza não tem fimFelicidade sim

A felicidade é como a gotaDe orvalho numa pétala de flor

Brilha tranqüilaDepois de leve oscila

E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boaE tão delicada também

Tem flores e amoresDe todas as cores

Tem ninhos de passarinhosTudo de bom ela tem

E é por ela ser assim tão delicadaQue eu trato dela sempre muito

bem

Tristeza não tem fimFelicidade sim

A minha felicidade está sonhandoNos olhos da minha namoradaÉ como esta noite, passando,

passandoEm busca da madrugadaFalem baixo, por favor,

Pra que ela acorde alegre com o dia

Oferecendo beijos de amor

Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes (1913-1980) por muitas das vezes pensamos que a tristeza nunca tem fim, ao contrario da felicidade que vem e passa num piscar de olhos, que nem temos tempo de apreciá-la.

11

Page 12: Trabalho de Portugues-Antologia Poetica

Bibliografias:

http://pensador.uol.com.br/poemas_de_augusto_dos_anjos/

http://pensador.uol.com.br/poesias_de_carlos_drummond_de_andrade/5/

http://pensador.uol.com.br/autor/cecilia_meireles/

http://pensador.uol.com.br/frase/MTMyMDE4MA/

http://pensador.uol.com.br/saudade_de_guimaraes_rosa/

http://pensador.uol.com.br/frase/MTE2MjIwNg/

http://pensador.uol.com.br/autor/mario_de_andrade/

http://pensador.uol.com.br/felicidade_vinicius_de_moraes/

12