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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAUFURB
DIREITO PROCESSUAL PENAL II
- Crimes funcionais- Crimes Contra a Honra
- Crimes Contra a Propriedade Imaterial
Paulo Henrique De Pin Ramos8º semestre noturno
Direito Processual Penal II
30-abril-2013Blumenau – SC
1 – CRIMES AFIANÇÁVEIS IMPUTADOS A FUNCIONÁRIO
PÚBLICO.
1.1 – Do Procedimento
É um procedimento especial previsto no artigo 514 do Código de Processo
Penal, cuja a aplicação dá-se a todos os crimes afiançáveis.
São denominados como crimes funcionais, por serem cometidos por
funcionários públicos contra a administração pública, no exercício de sua
função.
Observando isso, pode-se citar duas situações quanto a este crime: crimes
funcionais próprios, que são aqueles que só podem ser praticados por
funcionário público e os crimes funcionais impróprios, que são aqueles que
podem ser podem ser praticados também por particulares.
1.2 – Do Procedimento
Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz determinará sua autuação e mandará
notificar o agente para apresentar defesa preliminar no prazo de 15 dias, após,
receberá a denúncia.
Recebendo a denúncia, o procedimento segue em conformidade com o rito
ordinário, como se prevê na Lei nº. 11.719/08.
“Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.”
2 – PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA
2.1 - Introdução
O procedimento dos crimes contra a honra está previsto nos artigos 519 a 523
no Código de Processo Penal.
Em relação aos demais procedimentos (sumário e ordinário), podemos
caracterizar este procedimento como especial.
A um ponto importante do qual deve ser interpretado de forma mais atenciosa
quando aos crimes previstos neste procedimento. O Código de Processo Penal
prevê, enquadrados nesse procedimento os crimes de calúnia e injúria,
“excluindo” o crime de difamação. Ocorre que na época em que o referido
Código Penal foi elaborado (1890), o crime de difamação enquadrava-se como
modalidade de injúria.
Pelo estudo do direito penal, tem-se a ideia de que estes crimes são de
natureza privada, porém, há algumas hipóteses em que serão de natureza
pública. Pode-se citar as seguintes situações:
a) Injúria real da qual resulta em lesões corporais (ação penal pública
incondicionada);
b) Injúria decorrente de preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem ou
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência (ação penal
pública condicionada à representação do ofendido);
c) Crime contra a honra do presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro (ação penal pública condicionada à requisição do ministro da
Justiça);
d) Crime de honra de funcionário público no exercício de suas funções
(ação penal pública condicionada à representação do ofendido).
2.2 – Do Procedimento
2.2.1 – Ação Penal Privada
Na etapa de oferecimento da queixa, o Juiz remete o processo ao MP para que
adite a queixa, supra irregularidades, saneie omissões, etc., no prazo de 3 dias.
Após, o Juiz manda notificar o querelante e o querelado para que compareçam
à audiência designada, com a intenção de promover uma conciliação entre as
partes. Destaca-se que ambas as partes devem comparecer sem os seus
advogados.
Na mesma etapa, o Juiz ouve separadamente as partes, e, após analise, tenta
ou não uma conciliação.
Frustrada a tentativa de conciliação, o juiz deve observar a instrução criminal,
modificada pela Lei nº. 11.790/08.
Após, o juiz analisará se não é caso de rejeição liminar da queixa-crime,
atendendo os requisitos do artigo 305 do CPP.
Não sendo caso de rejeição liminar, o juiz recebe e manda citar o querelado
para que o mesmo responda à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
Esta etapa assemelha-se ao procedimento ordinário e sumário, pois na
resposta por escrito, o querelado pode arguir preliminares e alegar tudo o que
convém a sua defesa.
Após, o querelante será notificado para dentro de 2 dias oferecer sua resposta,
podendo arguir testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele
prazo, a fim de completar o máximo.
O juiz, após, analisará a possibilidade de absolvição sumária.
Analisando a possibilidade de absolvição sumária, e, não sendo hipótese da
mesma, o juiz designa dia e hora para audiência de instrução e julgamento,
ordenando a intimação do acusado e seu advogado. Esta audiência será única.
Em se tratando de crimes de calúnia e difamação, em conformidade com o
artigo 143 do CPP, há a possibilidade de retratação do querelado.
Quanto ao oferecimento da inicial, o querelado poderá arguir a exceção da
verdade ou notoriedade.
Não sendo caso de exceção da verdade ou notoriedade, dá-se
prosseguimento.
O artigo 144 do Código Penal, prevê o pedido de explicações, tal pedido é
possível ser adotado em crimes contra a honra, toda vez que houver dúvida
quanto às expressões ofensivas. É uma medida preliminar, porém não
obrigatória. Nesta situação o juiz recebe o pedido e manda autuar o ofensor em
audiência designada, para que o esmo esclareça as suas afirmações. O juiz
pode permitir que o ofensor esclareça suas afirmações por escrito.
2.2.2 – Da Ausência do Querelante
É entendimento majoritário que, caso o querelante não compareça à audiência,
extingue-se a punibilidade do querelado em face da perempção, como previsto
no artigo 60, inciso III do CPP.
2.2.3 – Da Ausência do Querelado
Caso ocorra a ausência do querelado, entende-se por frustrada a audiência,
facultando assim ao juiz receber a queixa ou determinar a condução coercitiva
do querelado, como previsto no artigo 260 do CPP.
2.2.4 – Ação Penal Pública
Não há a possibilidade de audiência em caso de ação penal pública, pois
nesse caso o processo não é regido pelo princípio da oportunidade e
disponibilidade.
É também incabível a possibilidade de retratação pelo querelado.
3 – CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
3.1 – Introdução
Os crimes contra a propriedade imaterial estão previstos no artigo 184 e
parágrafos do Código Penal.
A ação penal prevista para os crimes contra a propriedade imaterial será de
natureza privada, porém, será pública incondicionada nas formas qualificadas
previstas nos parágrafos 1º e 2º, além de quando o crime tiver sido cometido
em detrimento de entidades de direito público, e, pública condicionada à
representação do ofendido frente ao parágrafo 3º.
3.2 – Do Procedimento
3.2.1 - Ação Penal Privada
Seguirá o rito ordinário, caso seja uma ação penal privada, seguindo algumas
diretrizes, tais como:
a) No caso de o crime ter deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não
será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que
constituam o corpo de delito;
b) Não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligência requerida
pelo ofendido preliminarmente, sem a prova de direito à ação;
c) A diligência de busca e apreensão será realizada por 2 peritos
nomeados pelo juiz, que analisarão os fundamentos para a apreensão, o
laudo será apresentado no prazo de 3 dias;
d) Após as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação
do laudo;
e) Não será admitida a queixa com fundamento em apreensão e em
perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo,
como previsto no artigo 529 do CPP.
3.2.2 – Ação Penal Pública
Nas hipóteses dos parágrafos 1º, 2º e 3º, o procedimento também será comum,
devendo observar as seguintes regras:
a) A autoridade policial precederá à apreensão dos bens ilicitamente
produzidos ou reproduzidos , juntamente com os equipamentos,
suportes e materiais que possibilitam a sua existência, desde que estes
se destinem à prática do ilícito;
b) Na ocasião da apreensão, será lavrado termo, assinado por 2 ou mais
testemunhas, com a descrição dos bens apreendidos, integrando o
inquérito policial;
c) Após a apreensão, será realizada, por perito oficial, perícia sobre todos
os bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá ser integrado ao
inquérito policial ou ao processo;
d) Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis
depositários de todos os bens apreendidos, no momento do ajuizamento
da ação deverão ser colocados à disposição do juiz;
e) O juiz pode determinar, a pedido da vítima a destruição da produção
apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou
quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação
de quem seja o autor do ilícito;
f) Ao decretar a sentença condenatória, o juiz poderá determinar a
destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o
perdimento dos equipamentos apreendidos, em favor da Fazenda
Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e
Distrito Federal, a fim de incorporá-los ao interesse público;
BIBLIOGRAFIA / REFERÊNCIA
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 19. ed. de acordo com a lei 11.719/08. São Paulo : Saraiva, 2012. 637p. (Processo Penal : Direito Penal).