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TRABALHO, EDUCAÇÃO DESENVOLVIMENTO PARA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL e Metodologia do curso de pós-graduação

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Metodologia do curso de pós-graduação

TRABALHO, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PARA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: Metodologia do curso de pós-graduação

Salvador, 2015

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIAGovernador: Rui Costa dos Santos

Vice-governador: João Felipe de Souza LeãoSecretário da Educação: Osvaldo Barreto FilhoSubsecretário: Aderbal de Castro Meira Filho

Chefe de Gabinete: Paulo Pontes da SilvaSuperintendente de Educação Profissional: Antonio Almerico Biondi Lima

Equipe Técnica Carlos Alberto Menezes, Cristina Kavalkievicz, Maria da Glória Vieira Lima Franco e Passos,

Maria Renilda Daltro Moura, Marlene Virgens Pimentel, Marli Sousa, Martha Maria Ramos Rocha dos Santos, Neivia Maria Matos Lima

RevisãoGeni Marques e Iara Heger

Secretaria da Educação do Estado da BahiaAvenida Luis Viana Filho, 5ª Avenida, 550 - Centro Administrativo da Bahia (CAB) - Salvador/BA - CEP 41.745-004

Tel.: (71) 3115-9018. Fax: (71) 3115-9017 - www.educacao.ba.gov.br

Superintendência de Educação Profissional - SUPROFTel.: (71) 3115-9018 - [email protected]

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE

Direção Sindical ExecutivaAntônio Sousa - Presidente - STI Metalúrgicas de Osasco e Região - SP

Alberto Soares da Silva - Vice-presidente - STI Energia Elétrica de CampinasZenaide Honório - Secretária - Sind. Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Direção Sindical do Escritório Regional da BahiaMaurício Jansen Klajman - Coordenador - ST. no Ramo Químico e Petroleiro do Estado da Bahia

Natan Batista dos Santos - Secretário - FTI. Metalúrgicas e Siderúrgicas, Mecânicas, Automobilísticas de Auto da BahiaElder Fontes Perez - Sindicato dos Bancários da Bahia

Grigório Maurício dos Santos Rocha - ST. em Água e Esgoto da BahiaAntonio Claudio dos Santos Silva - Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia

Edmilson Rosa de Almeida - FTI. Alimentos e Afins do Estado da BahiaPaulo Roberto Silva dos Santos - STI Construção de Estradas, Pavimentação, Obras de Terraplenagens,

Montagem e Manutenção Industrial da Bahia

Direção TécnicaClemente Ganz Lúcio - Diretor Técnico

Patrícia Pelatieri - Coordenadora ExecutivaRosana de Freitas - Coordenadora Administrativa e Financeira

Nelson de Chueri Karam - Coordenador de EducaçãoJosé Silvestre Prado de Oliveira - Coordenador de Relações Sindicais

Airton Santos - Coordenador de Atendimento Técnico SindicalAngela Schwengber - Coordenadora de Estudos e Desenvolvimento

Escritório Regional da Bahia: Rua do Cabral, 15, Nazaré - Salvador/BA - CEP 040055-010Tel: (71) 3242-7880 - Fax: (71) 3326-9840 - [email protected]

TRABALHO, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PARA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: Metodologia do curso de pós-graduação

Salvador, 2015

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Supervisora Técnica RegionalAna Georgiana Dias

DocentesAdriana Depieri - DIEESE, Albany Mendonça Silva - UFRB, Altair Garcia - DIEESE,

Ana Yara Dania Paulino Lopes - DIEESE,Antonio Almerico Biondi Lima - UFRB, Eliana Elias - DIEESE, Eliene Anjos - UFRB, José da Conceição Santana - UFRB, José Inácio Ferreira Jr. - DIEESE,

Kleber Peixoto de Souza - UFRB, Leila Damiana Almeida dos Santos Souza - UFRB, Lucia dos Santos Garcia - DIEESE, Maria Valéria Monteiro Leite - DIEESE,

Pedro dos Santos Bezerra Neto - DIEESE, Rita de Cácia Santos Chagas - UFRB, Rodrigo Rosa da Silva - DIEESE, Silvana Lúcia da Silva Lima - UFRB, Suzanna Sochaczewski - DIEESE,

Tatiana Velloso, UFRB

Equipe Técnica ResponsávelAdriana Depieri, Eliana Elias, Maria Valéria Monteiro Leite, Rodrigo Rosa da Silva

Equipe de ApoioSilvanira dos Santos Gusmão

DiagramaçãoCaco Bisol Produção Gráfica Ltda.

ImpressãoRettec

Tiragem3 mil exemplares

É permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

DIEESE

D419 Trabalho, educação e desenvolvimento para gestão da educação profissional: metodologia do curso de pós-graduação./ Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Salvador, BA, 2015.

100 p. ISBN 978-85-87326-72-0

1. Educação 2. Pós-graduação 3. Metodologia I. DIEESE II Título.

CDU 331.363: 001.8

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Sumário

70 APRESENTAÇÃO

90 INTRODUÇÃO

11 A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DO DIEESE

71 A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA BAHIA 82 OS SUJEITOS DA FORMAÇÃO: OS GESTORES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

33 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO 63 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 93 PRINCÍPIOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS 14 METODOLOGIA DO CURSO 24 ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 64 EMENTAS DO CURSO

56 O PROJETO DE INTERVENÇÃO SOCIAL 56 A PESQUISA COMO PRINCÍPIO PEDAGÓGICO 86 O COMPONENTE CURRICULAR “PESQUISA SOCIAL” 27 AS LINHAS DE PESQUISA E OS PROJETOS DE INTERVENÇÃO SOCIAL 67 RESUMOS DOS PROJETOS DE INTERVENÇÃO SOCIAL

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Apresentaçãoão

Esta publicação sistematiza um dos resultados do Con-vênio no 495/2012, celebrado entre a Secretaria de Educação da Bahia, por meio da Superintendência de Educação Profissional (SUPROF), e o Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Refere-se ao Produto 1 - Produção de livro que sistematiza o Curso de Pós--Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para Gestão da Educação Profissional, do Subprojeto IV - Sistematização e Dis-seminação das Informações e Conhecimentos sobre Educação Profissio-nal, parte deste convênio.

Com o objetivo de sistematizar os conhecimentos nos eixos temáticos “Trabalho, Educação e Desenvolvimento”, que fun-damentam e orientam a política de educação profissional da Bahia, fez parte também deste convênio, no âmbito do Subprojeto I - Produção de Conhecimento e Consolidação de Metodologia para Formação de Con-selheiros e Gestores dos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional, a realização de um curso de especialização para gestores e técnicos da SEC/SUPROF. Assim, entre outras ações, foi planejado o de-senvolvimento, a concepção e a produção de material didático de curso de especialização para gestores e técnicos nos eixos temáticos “Trabalho, Educação e Desenvolvimento”.

A concepção e o desenvolvimento do curso foram ini-ciados com a realização de oficinas, envolvendo a Diretoria de Desenvol-vimento da Educação Profissional (Dirdep da SUPROF) e equipe, além de convidados especialistas. Nessas oficinas, foram definidos os objetivos do curso, o perfil do público-alvo, os temas e o conteúdo programático, bases para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico.

Durante esse processo, o DIEESE firmou parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a fim de garantir que

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o curso refletisse a realidade do estado, também por intermédio de docen-tes especialistas daquela universidade. O campus onde o curso foi promo-vido foi o de Feira de Santana, por meio do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade, Cetens, que contribuiu nas discussões para a elaboração do PPP como um todo e, especialmente, em desenvolvimen-to, territorialização e gestão das políticas públicas da Bahia.

Firmada a parceria, o desenvolvimento do curso foi realizado em conjunto, com oficinas com os docentes, e várias reuniões de trabalho com as equipes do DIEESE e da UFRB. Este trabalho começou em abril de 2013 e foi desenvolvido ao longo daquele ano. O edital de seleção dos candidatos foi lançado em fevereiro de 2014 e, em março, foi iniciado o curso com 35 estudantes, gestores da educação profissional do estado e servidores da UFRB.

O curso teve carga horária total de 408 horas, que equivalem a 24 créditos, e os estudantes desenvolveram, a título de tra-balho final de curso, projetos de intervenção social baseados na concep-ção de pesquisa-ação, que foram submetidos à aprovação para a obten-ção da certificação.

Esta publicação traz, primeiramente, a concepção de educação do DIEESE e, em seguida, apresenta a política de educação pro-fissional da Bahia e os sujeitos da formação, para dialogar com a constru-ção e o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico do Curso. Neste capítulo são apresentados os princípios político-pedagógicos, a estrutura curricular e as ementas dos componentes curriculares.

Para concluir, são destacadas a pesquisa como princí-pio pedagógico e a opção por Projetos de Intervenção Social como traba-lhos de final de curso para a obtenção de título de especialista, desenvolvi-dos pelos estudantes, divididos em duas linhas de pesquisa, e submetidos às bancas de defesa.

Ao final, estão anexados os resumos dos Projetos de Intervenção Social aprovados e depositados na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

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Introdução

A produção de conhecimento, a capacitação e a forma-ção constituíram-se eixos condutores das atividades propostas pelo DIEESE para este Subprojeto I, no âmbito do convênio firmado com a Secretaria da Educação da Bahia, por meio da Superintendência de Educação Profissional.

Esta proposição esteve vinculada aos desafios e com-promissos assumidos pelo governo baiano para o período 2012/2014, no que tange à educação profissional. A capacitação e a formação, dos gestores que atuam na Secretaria de Educação ou nos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional (Ceteps) ou dos atores sociais que atuam nos conselhos dos centros tiveram como objetivo fortalecer, am-pliar e qualificar a ação e participação deste conjunto de atores sociais e governamentais. O desenvolvimento dessas ações visou contribuir para a consolidação da gestão participativa e qualificada da educação profissional da Bahia para o próximo quadriênio.

O DIEESE já vinha desenvolvendo conhecimento e me-todologias sobre educação profissional, dentro do Convênio 524/2008. Ao longo da história, a entidade alia pesquisa, assessoria e educação e obede-ce, de um lado, aos requisitos e rigor científicos próprios de uma pesquisa acadêmica e, de outro, a uma concepção própria de aprendizagem que fundamenta os processos formativos que desenvolve.

Existia, assim, um substancial acúmulo de conhecimen-tos acerca dos temas pertinentes ao mundo do trabalho e da educação profissional a ser organizado. Nesta perspectiva e com o objetivo de siste-matizar e avançar na produção de conhecimentos é que se propôs o de-senvolvimento e a realização de um curso de especialização para gestores e técnicos da Secretaria de Educação, tendo como eixos temáticos “Traba-lho, Educação e Desenvolvimento” e suas relações, uma vez que estes te-mas fundamentam e orientam a política de educação profissional da Bahia.

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A oportunidade desta proposição convergiu com o início das atividades da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, em 2012. O DIEESE, desde o início, atua no sentido de construir conhecimento com e para os trabalhadores. O trabalho, como objeto de conhecimen-to, é estudado por meio dos sujeitos do conhecimento, os trabalhadores.

A Escola DIEESE de Ciências do Trabalho tem como compromisso reafirmar a importância das questões relacionadas ao tra-balho na sociedade contemporânea, sob a ótica da classe trabalhadora.

Trabalho é o objeto de conhecimento da Escola e vem sendo estudado sob diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. A Escola de Ciências do Trabalho tem como missão formar sujeitos críticos, com preparo científico e humanista para uma atuação transformadora na sociedade, produzindo conhecimento em Trabalho e realizando a difusão educativa de conhecimentos científicos e culturais para os trabalhadores e para toda a sociedade.

Paralelamente, também em 2012, ocorreu a criação, por parte da UFRB, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sus-tentabilidade (Cetens), em Feira de Santana, para corroborar com a pauta desenvolvimentista do país, cumprindo papel na formação da massa crí-tica necessária. Essa iniciativa, por um lado, representou a ampliação das oportunidades de acesso ao ensino superior no Brasil, particularmente no semiárido baiano e, por outro, a intensificação da formação de profissio-nais em ciência e tecnologia com vistas à construção de novas propostas nas relações humanas com o meio ambiente, na formação em educação do campo e do mundo do trabalho.

Assim, a parceria entre o DIEESE e a UFRB veio con-cretizar a realização do curso de especialização, com enfoque no “Traba-lho, Educação e Desenvolvimento”, sob a perspectiva dos trabalhadores, de modo a contribuir para a formação de gestores e técnicos na área de Educação Profissional da Bahia, qualificando-os em temas relacionados ao exercício de suas funções diante dos novos desafios colocados no atual contexto da educação daquele estado.

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A concepção de educação do DIEESE

O DIEESE e a permanente construção de uma concepção de educação no mundo do trabalho

A criação do DIEESE

Fundado em 1955, por um grupo de 20 entidades sin-dicais, o DIEESE nasceu como um espaço de produção de conhecimento, reunindo dirigentes sindicais e intelectuais. O objetivo inicial da funda-ção da entidade era desenvolver pesquisas que fundamentassem as rei-vindicações dos trabalhadores.

No final da década de 1970 e, sobretudo, no come-ço dos anos 1980, o movimento sindical passou a demandar ao DIEESE, além da pesquisa e da assessoria na negociação coletiva direta entre ca-pital e trabalho, a formação dos dirigentes sindicais para o processo de negociação, abrangendo diversos temas. Para tanto, o DIEESE realizou uma pesquisa sobre a formação sindical no Brasil, levantando as neces-sidades temáticas e direcionando o trabalho para a formação de coorde-nadores de educação sindical.

Desta forma, o DIEESE passou a atuar nas áreas de assessoria, pesquisa e educação, graças à cooperação bem-sucedida en-tre técnicos e dirigentes sindicais, o que possibilitou a produção de um conhecimento que tem credibilidade em toda a sociedade. A produção nessas três áreas está focada em alguns eixos temáticos: emprego, ren-da, negociação coletiva, desenvolvimento e políticas públicas.

Todas as correntes do movimento sindical brasileiro estão representadas na direção do Departamento, o que mantém o prin-cípio da pluralidade que deu origem à instituição. O DIEESE é uma entida-de de abrangência nacional, com sede em São Paulo (Escritório Nacional)

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e Escritórios Regionais em 18 Estados da Federação (Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe). Além disso, possui 62 subseções (unidades de trabalho com técnico(s) aloca-do(s) em entidades sindicais específicas) em todo o território nacional, organizadas em redes setoriais.

A equipe técnica é multidisciplinar e composta por sociólogos, economistas, engenheiros de produção, analistas de siste-mas, estatísticos, entre outros.

A construção e reconstrução da concepção de educação no DIEESE - na realidade, uma concepção de mundo, de ser humano e de conhecimento

Os debates sobre uma concepção de educação no DIEESE surgiram no final dos anos 1970, em um contexto marcado pela crescente discussão sobre a educação no Brasil e na América Latina, a partir de reflexões sobre as práxis educativas e sua relação com a questão do subdesenvolvimento e da dependência.

Nesse contexto, a concepção de educação do DIEESE foi alicerçada nas práticas educativas de alfabetização de adultos, com Paulo Freire; na discussão proposta por Oscar Jara e Carlos Nuñes; no método “ver-julgar-agir”, das comunidades eclesiais de base da Igreja católica; na metodologia do P-T-P: “prática-teoria-prática”; na concepção das escolas livres do Anarquismo e também no Psicodrama, de Jacob Levi Moreno.

Nos anos 1980, momento de intensificação das refle-xões sobre as práticas educativas, entre elas, a Concepção Dialética da Educação Popular, do Grupo Alforja, com Oscar Jara e, no Brasil, com o Cepis (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae) e da Metodologia da Práxis, com Marcos Arruda no Pacs (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul), o DIEESE desenvolveu a Metodologia para a Reflexão e a Ação. Esta metodologia considera que o processo de edu-cação se dá por meio de situações de ensino e aprendizagem em que tra-balhadores e educadores são, ao mesmo tempo, professores e aprendi-zes. Ambos são sujeitos ativos na reelaboração do conhecimento, o que possibilita uma síntese entre o que o trabalhador traz de experiências e o novo conhecimento que lhe é apresentado.

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A Metodologia para a Reflexão e a Ação permite o aprendizado de procedimentos de análise, questionamento e aprofunda-mento de conhecimentos sobre a realidade, a partir da lógica dos traba-lhadores. O resultado é a produção de um conhecimento que é instrumen-to efetivo de motivação e planejamento da ação coletiva de intervenção do movimento sindical para a transformação da realidade. Tal concepção pode ser sistematizada em três momentos: 1. O que é e como é para você? 2. Será que é e por que é? 3. O que fazer e como fazer?

Nos anos 1990, o DIEESE passou a se preocupar com a questão da grupalidade, com ênfase no olhar para o grupo com intencio-nalidade formativa, a partir do entendimento do grupo como elemento decisivo no processo de produção de conhecimento.

A instituição desenvolveu ainda o MAPPES-Sindical, uma adaptação do método do Planejamento Estratégico Situacional, de Carlos Matus, para assessorar o movimento sindical no planejamento da ação.

Em meados dos anos 1990, houve uma mudança na área de Educação no DIEESE, com o início de um processo de discussão com os demais técnicos da instituição, para que todos pudessem vir a rea-lizar atividades formativas. Paralelamente, a entidade realizava o PCDA (Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores Sindicais), do qual participavam todas as centrais sindicais. Este programa foi realizado entre 1994 e 2000, possibilitando - e ao mesmo tempo exigindo - a retomada da reflexão sobre os princípios da prática educativa no DIEESE.

A partir desta demanda, foram desenvolvidas três ini-ciativas de formação para os técnicos do DIEESE, que tinham como inten-ção criar espaços de reflexão, discussão e construção coletiva de conheci-mentos em torno da temática da negociação coletiva e da concepção de educação da instituição: o GAM - Grupo de Acompanhamento Metodoló-gico (três encontros, entre 1999 e 2001); o Gene - Grupo de Especialização em Negociação Coletiva (dois encontros, em 2000 e 2001); e a produção de kits temáticos (seminários de temas de interesse do movimento sin-dical, sistematizados em uma proposta de percurso formativo e com os recursos didáticos necessários para a execução da atividade). Estes foram espaços importantes de formação da equipe e de discussão das concep-ções de educação que se realizavam na prática dos técnicos do DIEESE, na assessoria, na pesquisa ou na educação.

Os kits temáticos foram construídos a partir de um diá-logo permanente entre técnicos do DIEESE e dirigentes sindicais, durante todo o processo. Ao final, foram elaborados 18 kits sobre diversos temas.

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A concepção de educação adotada pelo DIEESE parte de uma abordagem sócio-histórica que “considera a aquisição do conhecimento um processo em que a interação dos participantes com o conhecimento que desejam obter não é solitária, mas sim, social; não é direta, mas mediada” (DIEESE, 2004, p. 20).

Assim, a educação é entendida como um processo, porque o conhecimento não é único nem finito, é produzido por sujeitos que, em atividades cotidianas, transformam e são transformados histori-camente e, ao mesmo tempo, veem e analisam a realidade a partir das próprias experiências.

Um trabalhador da indústria química, por exemplo, percebe o processo de trabalho na fábrica em que trabalha de um modo diferente de outro trabalhador da mesma empresa, ou do proprietário da empresa, pois cada um tem uma trajetória diferente, determinada a partir do lugar social que ocupam e é assim e por essa razão que são construídos repertórios diferentes.

É bom lembrar ainda que o conhecimento científico, ou seja, aquele que é tido como universal, na verdade, pertence a uma época, a uma classe, a uma etnia. Mais do que isso: o conhecimento não é eterno, mas se transforma com a transformação da sociedade.

O homem produz conhecimento quando atua no tra-balho, na leitura, quando vê um filme, cotidianamente. Essas interações com o mundo são mediadas porque “as funções psicológicas humanas di-ferem dos processos psicológicos de outros animais, porque são cultural-mente mediadas, historicamente desenvolvidas e emergem da atividade prática. ” (MOOL, 2002, p. 87)

A peculiaridade da atividade formativa organizada, diferentemente dos processos informais de obtenção de conhecimento, é que sempre há uma intenção do formador ao atuar na mediação. Esta intencionalidade, consciente ou não, pode ser a de reprodução do conhe-cimento acumulado, ou seja, de manutenção e reforço do que está esta-belecido, do status quo. Entretanto, a intenção da formação pode ser tam-bém a de transformação desse conhecimento, procurando a construção de significados que sejam compartilhados por um determinado grupo e que contemplem a ação dele. No limite, o que se procura é a transforma-ção da realidade, com pressuposto em determinado projeto de sociedade. Esta é a concepção do DIEESE, seja em uma atividade de formação sindical, de assessoria ou de pesquisa.

Para que este modo de produzir conhecimento se con-cretize, é necessário que a relação entre objeto do conhecimento (conteú-

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do), sujeito de conhecimento (aluno) e formador se desenvolva de uma certa maneira na atividade formativa, ou seja, é preciso que a metodologia de aprendizado seja coerente com esta concepção de educação.

O formador atua na mediação propondo, ao sujeito do conhecimento, exercícios, desafios, questões

(...) que vão criando sucessivas oportunidades de interação com o objeto de conhecimento. O formador busca, através destes exercí-cios, mobilizar o repertório dos participantes da atividade formativa, ou seja, tudo o que já sabem, criando possibilidades para mediar a relação entre o conhecimento existente no grupo e o conhecimento socialmente acumulado. (DIEESE, 2004, p. 20)

Esse processo formativo, que inclui o repertório (expe-riência de vida) do aprendente, leva à produção de um conhecimento novo.

A partir dessa perspectiva, o DIEESE tem como refe-rência que

“o conhecimento é, pois, um processo infinito, mas um processo acumulando as verdades parciais que a humanidade estabelece nas diversas fases do seu desenvolvimento histórico. Alargando, li-mitando, superando verdades parciais, o conhecimento baseia-se sempre nelas e toma-as como ponto de partida para um novo de-senvolvimento”. (SCHAFF, 1986, p. 97)

Dessa forma, quanto maior o repertório do sujeito ou o conhecimento de um grupo, maiores serão as possibilidades de com-preensão da realidade e, portanto, de intervenção nessa realidade.

Do mesmo modo, a amplitude e a qualidade do re-pertório do formador interferem na produção do novo conhecimento na trajetória formativa. Se o formador é aquele que atua na mediação entre conhecimentos individuais e o conhecimento formalizado, é importante que domine bem tanto o conhecimento formalizado quanto o repertório daqueles que estão ali para aprender.

A mediação do formador será mobilizadora quando solicitar aos aprendentes que elaborem o pensamento através de leitu-ra, filmes, conversas sobre situações, cenas, representações e histórias, entre várias outras possibilidades, porque nelas há o movimento que possibilita atribuir um novo significado às experiências e aos conheci-mentos individuais.

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Assim, na concepção de educação do DIEESE, há sem-pre a intenção de recuperar a totalidade do processo histórico, a despeito da aparente fragmentação da realidade. Isso se faz com a retomada da di-mensão histórica e social de uma problemática, mesmo que, em princípio, ela pareça ser um conjunto de experiências individuais.

A passagem da experiência individual fragmentada para uma construção social leva não só à recuperação da totalidade, mas também, e consequentemente, à percepção dos aprendentes de seu papel de sujeitos da história. Finalmente, a concepção de educação do DIEESE vê o sujeito da aprendizagem como aquele que transforma e é transformado pela atividade de aprender e considera a própria aprendizagem como um processo que não começa nem termina na atividade formativa.

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A política de educação profissional da Bahia

A dinâmica do mundo do trabalho e a qualificação profissional

A década de 1990 trouxe importantes modificações na estrutura e na dinâmica econômica do Brasil, com impactos significativos no mundo do trabalho. Entre as mudanças, vale citar a adoção de polí-ticas orientadas para maior competitividade das empresas, por meio de medidas de abertura comercial e financeira ao exterior, redefinição e re-dução do papel do Estado, privatização de grandes empresas estatais per-tencentes a setores produtivos estratégicos. Estas medidas acabaram por impulsionar, no âmbito das empresas, inclusive das estatais, um intenso processo de mudanças no padrão tecnológico e organizacional que ficou conhecido como reestruturação produtiva.

A reestruturação produtiva foi marcada pela institui-ção de formas de produção flexíveis, caracterizadas pela manutenção de baixos estoques de produto final, matérias-primas e componentes (sistema just in time), giro rápido da produção, produtos com curto ciclo de vida útil, novos produtos e modelos, entre outros. Na organização do trabalho e da produção, foram introduzidas experiências de arranjos celulares, que, em muitos casos, conviveram com formas de organização da produção fordistas. Houve ainda a intensificação da terceirização, o desenvolvimento de programas de qualidade total, redução dos níveis hierárquicos, quebra de divisões funcionais, organização do trabalho em equipes, esquemas participativos de solução de problemas e a poliva-lência na execução das tarefas.

Essa reestruturação se intensificou desde os primeiros anos da década de 1990, alimentando um processo de queda do Produto Interno Bruto (1990 e 1992) ou de baixo crescimento (1991), que ocorreu

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em um contexto de crise, marcado por grande instabilidade monetária e financeira e por tentativas de combate à superinflação na primeira metade dos anos 1990. Mas toda essa mudança não ocorreu de forma homogênea, isto é, com a mesma intensidade e ritmo em todos os se-tores econômicos. Se esse cenário foi mais frequente nas empresas de ponta dos setores dinâmicos da economia brasileira - muitas vezes de forma pontual e localizada -, boa parte dos locais de trabalho ainda ado-tava sistemas de organização e gestão tradicionais, às vezes mesclados com técnicas supostamente inovadoras. Um exemplo deste fato são as inovações científico-tecnológicas aplicadas ao processo produtivo, cuja introdução nas empresas brasileiras foi seletiva e reduzida, comparati-vamente ao ocorrido em outros países.

Certamente, essa característica da reestruturação produtiva no Brasil foi resultado da forma como o governo, na década de 1990, realizou a abertura comercial e das políticas econômicas adotadas. Neste contexto, as empresas optaram por realizar uma reestruturação vi-gorosa e de caráter defensivo, isto é, muito mais para se defender da ex-posição à concorrência externa do que como estratégia de preparação e enfrentamento das exigências da modernização.

A insuficiência do crescimento econômico e o processo de reestruturação produtiva desorganizaram ainda mais o já heterogêneo mercado de trabalho brasileiro. A crise econômica e social dos anos 1990 gerou uma série de consequências para o mercado de trabalho: a crescente elevação das taxas de desemprego, seguida da queda do emprego industrial; precarização das formas de contratação, com aumento do número de traba-lhadores sem vínculo empregatício; institucionalização e elevação dos níveis de informalidade; perda de poder de compra das remunerações.

Para as empresas, as práticas introduzidas pelas novas formas de produção e de organização do trabalho serviram para demarcar o campo do trabalho. O sistema just in time exigiu da empresa e do traba-lhador a capacidade de dar respostas rápidas a demandas variadas. Os ar-ranjos celulares demandaram saber operar diferentes tipos de máquinas e equipamentos, além da execução de tarefas que antes cabiam aos setores de inspeção de qualidade e manutenção. A polivalência redefiniu as ocu-pações, transformou os conceitos tradicionais das profissões e, no limite, alterou o próprio conceito de profissão. O trabalhador deixou, em parte, de atuar dentro dos saberes, atividades, responsabilidades e referenciais próprios da profissão e passou a desempenhar também papéis e funções de outras áreas e ocupações. As tarefas passaram a ser prescritas aos indi-víduos e não demarcadas a partir do posto de trabalho.

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O trabalho em equipe introduziu nova lógica, segun-do a qual um conjunto de atribuições passou a ser responsabilidade de um grupo de trabalhadores, com variado grau de autonomia para definir a própria organização interna. Neste cenário, o exercício do trabalho, em alguns casos, exigiu menor qualificação e, em outros, qualificação de con-teúdo diferente. Em ambas as situações, passaram a ser requeridas mu-danças no perfil da qualificação profissional ofertada ao trabalhador.

Uma das visões que adquiriu bastante força no pe-ríodo foi a relação existente entre, de um lado, os altos índices de de-semprego e, de outro, a apregoada falta de qualificação da força de tra-balho e os baixos níveis de escolaridade do trabalhador. Nesta visão, a qualificação profissional passa a ter outra funcionalidade: deixa de ser o pré-requisito necessário para o exercício do trabalho e passa a ser a solu-ção do problema do desemprego no país. Esta visão estava presente no discurso hegemônico, nas políticas públicas - substituindo o papel ativo que deveriam ter as políticas de geração de emprego e renda no enfren-tamento do problema do desemprego - ou ainda na própria prática e na subjetividade do trabalhador.

Curiosamente, este mesmo discurso ainda ressoa nos dias mais recentes, posto que atualmente argumenta-se que existem vagas, mas não há trabalhadores qualificados para ocuparem estas vagas. Tanto na década de 1990, quando o desemprego era crescente, quanto no contexto atual mais favorável aos trabalhadores, com menores taxas de desempre-go e crescimento do emprego formal, a economia não é capaz de gerar os postos de trabalho necessários para o atendimento da demanda crescente da População Economicamente Ativa (PEA). Naquele contexto e agora, o debate entre os atores sociais desloca a qualificação profissional de sua real função. No entanto, a qualificação profissional não pode ser a panaceia do mundo do trabalho, substituindo a busca de alternativas concretas para resolver as questões do emprego, da exclusão e da renda.

Como corolário desse quadro, vê-se que a qualificação profissional se transformou em instrumento de mistificação que encobre os problemas que a sociedade enfrenta para a geração de emprego e ren-da e, no limite, para a vida das pessoas. Como consequência desta mística, um conceito muito utilizado naqueles tempos e ainda nos de hoje tem sido o de empregabilidade.

Há uma utilização ideológica e política desse conceito, que consiste em transferir para o trabalhador a responsabilidade de estar desempregado. A empregabilidade ou a falta dela torna-se, assim, justi-ficativa para a exclusão social e serve como instrumento para uma nova

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segmentação entre os trabalhadores: incluídos e excluídos do mercado de trabalho. Em última análise, trabalhadores qualificados e não qualificados.

As relações entre qualificação profissional e emprego têm outras dimensões, que não as de causa e efeito. A qualificação é parte de um sistema de ensino e aprendizagem que articula a transição entre a educação e o mundo do trabalho. O emprego é a materialização de uma re-lação social que se estabelece entre a força de trabalho e o capital, traduzida em várias formas de contratação e de remuneração. Nesta perspectiva, as relações existentes entre qualificação profissional e emprego devem ser ar-ticuladas no âmbito de um sistema público de emprego e, assim, traduzir-se em políticas públicas resultantes de pactos estabelecidos entre empresários, trabalhadores e governo.

O contexto atual da educação profissional: concepção, marco legal e programas

Em meio ao debate que se seguiu entre os diversos atores sociais, no contexto dessas mudanças no mundo do trabalho, o tema da qualificação profissional ganhou cada vez mais papel de desta-que. Esse debate também foi estimulado pelas mudanças em curso tanto na institucionalidade da educação, com as reformas do ensino médio e profissional, quanto na implementação de projetos nacionais de qualifi-cação profissional.

O Ministério do Trabalho e Emprego implantou o Plano Nacional de Formação Profissional (Planfor). Um dos instrumentos do Plan-for foram os Planos Estaduais de Qualificação Profissional (PEQs), de atribui-ção das Secretarias Estaduais de Trabalho, resultado de convênio entre os estados e a União e que foram executados por entidades públicas e privadas de qualificação profissional. O outro instrumento eram as parcerias nacio-nais, que tinham como objetivo executar projetos de qualificação profissio-nal em mais de um estado ou em escala nacional.

Em 2003, o Planfor foi extinto e substituído pelo Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQ), que entrou em vigor em 2004. Inspirado nas diretrizes do Plano Plurianual - PPA - 2004-2007, que visava por em prática um modelo de desenvolvimento de longo prazo com profundas transformações na sociedade brasileira, o PNQ incluiu o caráter social no conceito de qualificação profissional, ampliando-o. As ações do novo Plano deveriam ser articuladas com outras políticas como as de emprego, traba-lho, renda e educação, ou seja, serem realizadas no âmbito do Sistema Pú-blico de Emprego, Trabalho e Renda.

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O Ministério da Educação, ainda nessa década, colocou em vigor a atual Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional (Lei 9.394/1996). A nova LDB resulta de um processo histórico de disputas políti-co-ideológicas entre diferentes concepções e projetos para a educação nacio-nal. No que se refere à educação profissional, elaborou-se, no início dos anos 1990, a proposta do Sistema Nacional de Educação Tecnológica. Em 1996, o Ministério da Educação (MEC) apresentou o Projeto de Lei 1.603/1996 so-bre educação profissional, que serviu de orientação para a edição do Decreto 2.208/1997, que regulamentava a educação profissional e a relação dela com o ensino médio, definindo objetivos, desenvolvimento e níveis.

O Decreto 2.208/1997 foi motivo de acirrada discussão entre os representantes dos trabalhadores na área da educação, especialis-tas e o governo. Entre as principais críticas a ele, destaca-se a manutenção do dualismo, que estabelece uma separação entre o ensino médio e profis-sional e gera, como consequência, sistemas e redes distintas. Neste sentido, o Decreto 2.208/1997 contrapõe-se a uma visão de educação profissional como etapa que ocorreria quando da conclusão de uma escola básica unitá-ria. Na avaliação de Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p. 21),

[...] trata-se de um decreto que expressava, de forma emblemática, a regressão social e educacional sob a égide do ideário neoconservador ou neoliberal e da afirmação e ampliação da desigualdade de classes e do dualismo na educação.

O Decreto 2.208/1997 foi revogado pelo Decreto 5.154, de 23 de julho de 2004, que reestabeleceu a articulação entre o en-sino médio e a educação profissional, na sua forma integrada. Esses mes-mos autores chamam a atenção para o fato de que a edição desse último Decreto foi uma tentativa de resgate da consolidação da base unitária do ensino médio, para que comportasse a diversidade própria da realidade brasileira, inclusive possibilitando a ampliação de objetivos como a forma-ção específica para o exercício de profissões técnicas.

A Lei 11.741, de 16 de julho de 2008, introduziu a Seção IV-A e os artigos 36-A, B, C e D, que tratam especificamente da educação

1. Trata-se da etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, e terá como finalidades: 1) a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 2) a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupa-ção ou aperfeiçoamento posteriores; 3) o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 4) a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

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profissional técnica de nível médio. Estes artigos estabelecem que o ensino médio1, não abrindo mão dos aspectos que integram a formação geral do educando, pode se configurar como etapa de preparação para o exercício de profissões técnicas. Ao tempo em que se assumiu que “a preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em coo-peração com instituições especializadas em educação profissional”.

Esses artigos fixam as novas formas de desenvolvimen-to e articulação da educação profissional técnica de nível médio no terri-tório nacional: 1) articulada com o ensino médio; e 2) subsequente, em cursos dirigidos a quem já tenha finalizado o ensino médio.

No caso da primeira forma, especificou que é facultada a possibilidade de ser oferecida por meio de duas formas de articulação: a) integrada (ofertada somente a quem já tenha concluído o ensino funda-mental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, efe-tuando-se matrícula única para cada aluno); e b) concomitante (ofertada a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se ma-trículas distintas para cada curso). Em se tratando da última situação, cabe destacar que ela pode se dar na mesma instituição de ensino, aproveitan-do-se as oportunidades educacionais disponíveis, ou em instituições de ensino distintas, valendo-se das oportunidades educacionais preexisten-tes; ou então em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.

A Lei 11.741/2008 altera também o Capítulo III da LDB, que trata da educação profissional e tecnológica, de como esta se articula e se integra aos diferentes níveis e modalidades de ensino, além de sua organização por eixos tecnológicos e da abrangência dos cursos a serem ofertados, sendo estes: 1 - de formação inicial e continuada ou de quali-ficação profissional; 2 - de educação profissional técnica de nível médio, mencionada anteriormente; e 3 – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.

As modificações ocorridas nos marcos legais decorrem tanto das mudanças de orientação e concepção impressas na educação profissional a partir de 2003 quanto da importância que esta passa a as-sumir a partir de então, no âmbito das diretrizes e programas emanados do MEC. Essas mudanças causaram impactos na educação profissional na perspectiva de reestruturação e ampliação da oferta deste nível de ensi-no, em âmbito nacional, seja por meio da expansão da rede federal ou do

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fortalecimento das redes estaduais de educação profissional e tecnológica, por meio do Programa Brasil Profissionalizado e, mais recentemente, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O Programa Brasil Profissionalizado foi criado pelo De-creto nº 6.302, de 12 de dezembro de 2007. Este programa foi instituído com a perspectiva de estimular o ensino médio integrado à educação pro-fissional, enfatizando a educação científica e humanística, por meio da ar-ticulação entre formação geral e educação profissional, no contexto dos arranjos produtivos e das vocações locais e regionais. Visa ainda fortalecer as redes estaduais de educação profissional, com o repasse de recursos aos estados, para modernização e expansão da oferta de educação profissional.

Em consonância com essas modificações e como parte da política de desenvolvimento e valorização da educação profissional e tec-nológica de nível médio, foi implantado, em 2008, o novo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. O catálogo relaciona 185 possibilidades de formação para o trabalho, organizadas em 12 eixos tecnológicos. São formações de cursos técnicos de nível médio, validadas e amparadas por Diretrizes Curri-culares Nacionais, instituídas pelo Conselho Nacional de Educação.

Na perspectiva de quem o elaborou - no caso, o MEC e outros atores sociais que integram diferentes instâncias da sociedade bra-sileira -, tal catálogo assume o caráter de mais um importante mecanismo de organização e orientação da oferta nacional dos cursos técnicos de nível médio. Segundo avaliam, ele cumpre, igualmente, um papel de indutor, na medida em que ressalta novas ofertas em diferentes nichos (tecnológicos, culturais, ambientais e produtivos).

Mais recentemente, foi sancionada a Lei nº 12.513/ 2011, que institui o Pronatec. No referido documento, consta que os objetivos principais de tal programa são: 1) expandir, interiorizar e de-mocratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio presencial e à distância e de cursos e programas de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 2) fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da educação profissional e tecnológica; 3) contribuir para a melhoria da qualidade do ensino mé-dio público, por meio da articulação com a educação profissional; 4) ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores, por meio do incremento da formação e qualificação profissional; e 5) estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de edu-cação profissional e tecnológica.

Ainda de acordo com o teor da citada lei, o Pronatec deverá atender prioritariamente os seguintes públicos: estudantes do ensi-

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no médio da rede pública, inclusive da Educação de Jovens e Adultos (EJA); trabalhadores; beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. Em busca de sucesso, o programa prevê uma série de subpro-gramas, projetos e ações de assistência técnica e financeira. A expectativa é que delas resulte uma ampliação da oferta de vagas da ordem de oito milhões, contemplando brasileiros de diferentes perfis, num intervalo de tempo de quatro anos.

A educação profissional como uma política pública

Como uma política pública, a educação profissional deve ser orientada para a formação de cidadãos, com vistas a muni-los de ferramentas conceituais e de outros tipos, capazes de fornecer-lhes a se-nha para assimilar os conteúdos e as situações que dão relevo e contorno à realidade socioeconômica, política, cultural e do mundo do trabalho. Deste modo, permite-lhes que nela se insiram e atuem de forma ética e compe-tente, técnica e política, buscando favorecer a transformação da sociedade em função dos interesses sociais e coletivos. Esta concepção é reforçada por vários autores, entre eles Saviani (2007, p. 160), quando ele coloca que, ao tomar-se como parâmetro o padrão de desenvolvimento alcançado pela so-ciedade contemporânea, é possível perceber a exigência de um acervo mí-nimo de conhecimentos sistemáticos, “sem o que não se pode ser cidadão, isto é, não se pode participar ativamente da vida da sociedade”.

A adoção de uma política pública com esse viés reve-la-se fundamental, especialmente em estados como a Bahia, tendo em vis-ta o potencial que possui para contribuir no processo de desenvolvimento econômico e social regional.

Em que pese essa sua característica, a efetivação de tal política não tem sido, nos últimos tempos, um desafio simples para boa parte dos governos e das sociedades. Muitas vezes, ela esbarra em uma ló-gica que apregoa a diminuição do Estado e que dá origem a processos que enfraquecem a cidadania e rebaixam a qualidade do serviço público, uma vez que a demanda social passa a ser tratada como residual e a resposta a ela assume feições compensatórias e transitórias. Nesse esquema, por conseguinte, não se estabelecem políticas públicas efetivas e muito menos condições para a sua sustentabilidade.

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Estas mudanças de concepção e orientação são relati-vamente recentes, o que significa dizer que qualquer avaliação não pode ser ainda conclusiva. Entretanto, os resultados objetivos já são visíveis nos indicadores, principalmente, no que se refere à ampliação da oferta e ao volume de recursos destinados à educação profissional. Evidencia-se, por-tanto, que há de fato uma prioridade de políticas públicas voltadas para este tipo de oferta educacional.

Baseando-se nos levantamentos que são feitos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), via Censo Escolar, é possível afirmar que, em que pesem as diferen-ças regionais intrínsecas à realidade brasileira, a educação profissional, na atualidade, marca presença em todo o território nacional.

As informações do período 2007-2011 apontam que, no conjunto do país, o número de matrículas da rede estadual de educa-ção profissional elevou-se, aproximadamente, em 91,3%, saindo do pata-mar de 253.194 para 486.860. Na região Nordeste, esta expansão foi de 279,6%. Saliente-se que uma parte muito significativa desse crescimento registrado no conjunto do país e no Nordeste se deveu ao notável incre-mento no número de matrículas da rede estadual baiana. Nesse intervalo de tempo, a Bahia foi, sem sombra de dúvida, um dos estados da Federa-ção que mais se notabilizaram nessa questão, respondendo por um cresci-mento de 441,8%.

Em função da ocorrência desse fenômeno, a Bahia ampliou substantivamente a representatividade que possuía no quesi-to número de matrículas da rede estadual de educação profissional no plano nacional. A participação do estado mais que dobrou, saindo de 3,5%, em 2007, para 10,0%, em 2011. Movimento semelhante também foi percebido no contexto regional, tendo em vista que a Bahia reunia 27,2% do total de matrículas e passou a congregar 38,9%, na mesma comparação temporal.

Tal movimento traduziu-se numa elevação bem mais expressiva da proporção de matrículas da rede estadual de educação pro-fissional no total de matrículas da educação profissional na Bahia, vis–à--vis as que foram verificadas nacional e regionalmente. Em termos mais precisos, saiu-se, na Bahia, de uma realidade na qual essa proporção era de 40,3%, em 2007, para 71,5%, em 2010. Enquanto isso, no Brasil, essa proporção experimentou discreta elevação, movendo-se do patamar de 32,2% para 37,0%. Já no Nordeste, por conta da influência dos números baianos, a elevação foi mais intensa e a participação regional saltou de 31,5% para 45,9%, no mesmo período.

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A expansão da educação profissional da Bahia

A rede estadual de educação profissional da Bahia experimentou expressivo crescimento nos últimos anos. Para se ter uma ideia da dimensão desse movimento, saiu-se, ao final de 2006, de uma oferta anual que correspondia a cerca de 4 mil matrículas na educação profissional para cerca de 50,5 mil matrículas em 2011. Em relação ao nú-mero de estabelecimentos, eram 35 as unidades que ofertavam educa-ção profissional em 2006. Ao final de 2011, existiam 50 Ceteps, sendo 22 Centros Estaduais e 28 Centros Territoriais de Educação Profissional, além de terem sido implantados cursos de educação profissional em outras 89 unidades escolares da rede estadual de educação.

De igual modo, e como reflexo dessa ampliação, ele-vou-se também o grau de cobertura, tanto em termos geográficos quanto em relação às formas de desenvolvimento e articulação e à diversidade de eixos tecnológicos e cursos ofertados. Em 2011, chegou a 105 o núme-ro de municípios baianos abrangidos pela oferta de educação profissio-nal, em todos os 26 territórios de identidade. Em 2006, eram apenas 22 municípios atendidos, com 15 cursos ofertados. Em 2011, a rede estadual ofertava educação profissional em todas as formas de desenvolvimento e articulação, em 11 eixos tecnológicos, correspondendo a 72 cursos.

É certo que essa expansão quantitativa do número de estabelecimentos e da oferta de vagas no sistema público estadual de edu-cação profissional só foi possível graças ao entendimento que o governo do Estado passou a ter sobre o significado e a importância da educação profissional. Esta foi assumida como uma política pública de Estado, en-campada pela Secretaria de Educação (SEC), direcionada aos jovens, tra-balhadores e trabalhadoras, alunos e alunas oriundos da escola pública, cujo objetivo é elevar a escolaridade e a inserção cidadã dessas pessoas no mundo do trabalho, preparando-as para o enfrentamento dos desafios da sociedade contemporânea.

Os desafios da gestão da educação profissional

A definição de modelos de gestão para políticas públi-cas que sejam eficientes, eficazes e cuja efetividade e impacto contribuam para a construção republicana proposta pela Constituição Federal de 1988 não tem sido um desafio trivial para governos e sociedade.

Na contramão da visão democrática, sobressaem-se es-tratégias centralizadoras, por vezes fragmentadas na lógica da diminuição

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do Estado. Criam-se processos que enfraquecem a cidadania e rebaixam a qualidade do serviço público. A demanda social é tratada como residual e a resposta a ela é compensatória e transitória. Não se estabelecem políticas públicas efetivas e, muito menos, condições para sustentá-las. Entretanto, existem outras estratégias que buscam construir um processo inverso, de cooperação, coordenado e capaz de articular conhecimentos, atores e ins-tituições, tentando restaurar no Estado a capacidade de agir na plenitude de suas funções de regulação e distribuição equitativa dos bens e riquezas sociais. Almejam, assim, implantar políticas públicas sustentáveis e servi-ços públicos adequados ao tamanho do desafio que enfrentam, sobretudo quando se trata de diminuir iniquidades e promover a cidadania.

O crescimento das unidades e dos centros de educa-ção profissional observado a partir de 2007, assim como a elevação do número de matrículas efetuadas e do volume de recursos aportados pelo governo federal e tesouros estaduais, evidenciam que a retomada da edu-cação profissional no país, como uma política pública, é uma realidade, particularmente no âmbito das redes públicas estaduais.

Os resultados da pesquisa realizada em 22 estados e no Distrito Federal remetem a pelo menos três constatações. A primeira delas é que não existe um modelo único de gestão nas redes estaduais. Consta-tou-se que há modelos que guardam muitas distinções, não sendo possí-vel construir uma tipologia que permita classificá-los, exceto em relação a determinados aspectos específicos já explorados nas seções anteriores. A segunda diz respeito ao fato de que, em alguns estados, verificaram-se mu-danças no perfil da oferta de educação profissional e, muito provavelmen-te, estas mudanças exigirão uma reconfiguração dos elementos que carac-terizam os seus respectivos modelos de gestão, por configurarem um novo modelo de educação profissional. Pode-se dizer que esses estados estão em fase de transição entre o padrão atual, herdado, e um modelo próprio a ser redefinido. E a terceira refere-se àqueles estados cujos modelos de gestão já estão configurados, com instrumentos e marcos legais definidos.

Os desafios que estão colocados para o conjunto das re-des estaduais de educação profissional, portanto, independente do estágio de desenvolvimento em que se encontram, consistem em buscar o equilí-brio entre a constituição de um modelo próprio de gestão, que incorpore as especificidades, características e concepções de cada estado, mas que, ao mesmo tempo, diminuam as diferenças verificadas entre eles. A redução dessas assimetrias certamente contribuirá para o fortalecimento das redes estaduais, para que possam se apropriar de forma igual das oportunidades geradas pelas políticas e pelos programas do governo federal.

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Os Sujeitos da Formação: os Gestores da Educação Profissional

O governo do estado da Bahia definiu a Educação Pro-fissional como uma política pública prioritária, com objetivo de elevar a es-colaridade e a inserção cidadã no mundo do trabalho. Por trás dessa meta, está o reconhecimento da educação como um direito fundamental do indi-víduo, para que ele ganhe autonomia para o exercício da cidadania.

Um dos principais atributos a ser buscado em todos os processos e serviços desenvolvidos e disponibilizados aos cidadãos é a qua-lidade do processo educacional, marco referencial para o convênio celebra-do com o DIEESE.

Para alcançar a qualidade, é preciso valorizar conhe-cimento e práticas já existentes, enriquecê-los com inovações constantes decorrentes de análises de outras experiências e de estudos a serem desen-volvidos, bem como produzir novos aprendizados e sínteses.

Nessa perspectiva, o marco referencial deste convênio contém a intencionalidade de fortalecer e consolidar a política pública de educação profissional do governo da Bahia e, sobretudo, desenvolver novas metodologias, sistematizar e aportar outros conhecimentos, produzir novos indicadores e informações, visando sempre, e continuadamente, aprimorar a qualidade da educação profissional da Bahia.

O objetivo de obtenção da qualidade na educação pro-fissional é perseguido por vários sujeitos do processo educacional: estudan-tes, professores, família dos estudantes, empregadores. Todos esses atores sociais têm interesse na qualidade da educação profissional, mas os gestores dos centros de educação profissional são os protagonistas deste processo.

Para a construção desta política, foi elaborado um pro-fundo diagnóstico das demandas socioeconômicas e ambientais do estado e dos territórios baianos, identificando as ocupações e habilitações técnicas e profissionais que melhor atenderiam a estas demandas. Este diagnósti-co foi elaborado por meio do envolvimento e do diálogo com os distintos atores sociais, que participaram e contribuíram para a elaboração do Plano Plurianual Participativo do Estado da Bahia (PPA 2008-2011).

Como parte do processo de reestruturação da educação profissional e garantia de sua efetividade, foi criada, em 2007, a Superinten-dência de Educação Profissional (SUPROF), por meio da Lei 10.955. Compete à SUPROF planejar, coordenar, promover, executar, acompanhar, supervisio-nar e avaliar, no âmbito do estado, as políticas, os programas, projetos e ações de educação profissional, incluindo orientação e certificação profissional.

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Uma das estratégias adotadas pela SUPROF para con-cretizar os objetivos de ampliação da oferta e reestruturação da educação profissional foi a utilização de estruturas ociosas existentes na rede estadual de educação. Estas estruturas foram aproveitadas e os recursos federais, captados por intermédio do Programa Brasil Profissionalizado, direcionados prioritariamente para a adequação e modernização das unidades escolares, o que incluiu reforma e ampliação das unidades, equipagem de laborató-rios e montagem do acervo bibliográfico. Neste processo de estruturação da rede de Educação Profissional, unidades escolares foram transformadas em Centros Estaduais e Centros Territoriais de Educação Profissional, os Ceteps.

De acordo com o Decreto 11,355, que institui os Ceteps,

[...] Os Centros Estaduais de Educação Profissional atenderão às de-mandas consideradas estratégicas para o desenvolvimento socioe-conômico e ambiental do Estado, e se caracterizam pela oferta de Educação Profissional em todas as suas modalidades.

Enquanto,

[...] Os Centros Territoriais de Educação Profissional atenderão às demandas consideradas relevantes nos Territórios de Identidade do Estado da Bahia e se caracterizam pela oferta de Educação Profissio-nal, no âmbito de cada Território [...]”.

Nesta perspectiva, a criação do Conselho no âmbito dos Ceteps busca garantir a perenidade desta política através da partici-pação e do controle social. O conselho foi instituído a partir da legislação que ampara o Colegiado Escolar, já implantado nas unidades de educa-ção básica do Sistema Estadual de Ensino. A criação do Conselho amplia a participação do segmento da comunidade local, prevista no colegiado, na medida em que incorpora, em sua composição, entidades representativas do mundo do trabalho e do poder público.

O Artigo 3º do Decreto 11.355/2008, que trata especi-ficamente do conselho, estabelece:

Art. 3º - No âmbito de cada Centro de Educação Profissio-nal, a gestão democrática da educação profissional pú-blica realizar-se-á com a criação de um Conselho Escolar com o objetivo de ampliar e garantir a participação da co-munidade, visando à qualidade dos cursos ofertados e o

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fortalecimento do projeto político-pedagógico desenvol-vido, assegurada a participação paritária dos segmentos da comunidade escolar e local.§ 1º - Compõem o segmento da comunidade escolar os representantes indicados no § 1º do art. 3º da Lei Esta-dual nº 11.043, de 09 de maio de 2008:I - da direção da escola;II - dos professores e/ou coordenadores pedagógicos em exercício na unidade escolar;III - dos estudantes;IV - dos servidores técnico-administrativos em exercício na escola;V - dos pais ou responsáveis.§ 2º - Compõem o segmento da comunidade local entida-des representativas:I - dos trabalhadores, empresários e/ou integrantes da sociedade civil organizada com atuação no campo da educação profissional ofertada; II - dos municípios e órgãos públicos estaduais. § 3º - O Conselho Escolar constitui-se em órgão colegiado de caráter deliberativo, consultivo, avaliativo e mobiliza-dor nas questões pedagógicas, administrativas e financei-ras do Centro de Educação Profissional.

Como se pode observar no artigo de Lei citado ante-riormente, o Conselho Escolar é formado a partir do colegiado escolar, que já existia nas unidades de educação. Ou seja, a estrutura que compõe o conselho tem como embrião o próprio colegiado, que fica assim reconfi-gurado, assumindo em corpo a participação de representantes ligados ao mundo do trabalho e ao poder público local.

A Portaria nº 8.676, de 16 de abril de 2009, dispõe so-bre a regulamentação da estrutura administrativa dos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional, definindo três vice-diretorias para as-sessorar o diretor, entre outras atribuições: o vice-diretor administrativo-fi-nanceiro; o vice-diretor técnico-pedagógico e o vice-diretor de articulação com o mundo do trabalho. Este último tem entre as atribuições: orientar as ações de interação com o mundo do trabalho e articular a relação entre o centro e os atores sociais dos respectivos Territórios de Identidade.

E, finalmente, a Portaria nº 8.677, de 16 de abril de 2009, dispõe sobre a transformação de Unidades Escolares Estaduais em Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional, e dá outras providências.

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A implantação da política de Educação Profissional promoveu transformações profundas na realidade educacional do estado, no que tange à: ampliação e reforma da rede física das unidades escola-res, elevação do número de matrículas, oferta de novos cursos, avanços na concepção de educação e no projeto político-pedagógico dos cursos, contratação de professores etc. Como decorrência, os gestores - diretores e vice-diretores - tiveram que se desdobrar e executar diversas ações, de diversas ordens e em um curto espaço de tempo, para tornar real o que foi projetado. Junte-se a essas modificações e tarefas, a implantação dos con-selhos, nos quais o maior desafio se deu na composição da representação do mundo do trabalho e do poder público, atores que estavam, em certa medida, afastados do cotidiano do mundo escolar.

A Portaria nº 8.676, de 16 de abril de 2009, que dispõe sobre a regulamentação da estrutura administrativa dos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional, no artigo 4º dispõe sobre as atribui-ções dos Vice-Diretores, e no parágrafo 3º estabelece:

Art. 4º - São atribuições dos Vice-Diretores:§ 3º - O Vice-Diretor de Articulação com o Mundo do Tra-balho: a) coordenará o Sistema de Integração Escola/Mundo do Trabalho – SIEMT;b) orientará as ações de interação com o mundo do tra-balho;c) articulará as ações relativas ao estágio curricular dos educandos;d) articulará a relação entre o centro e os atores sociais dos respectivos Territórios de Identidade.

Desta normativa resulta a responsabilidade do vice-dire-tor de articulação com o mundo do trabalho (Vamt) pela mobilização e articu-lação dos representantes destes segmentos para a implantação dos conselhos.

Assim, no primeiro convênio firmado em 2008 entre a SUPROF e o DIEESE, o Subprojeto I teve como objetivo o desenvolvimento de Metodologia de Implementação, Assessoria e Formação de Conselhei-ros de Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional.

Compreendeu-se que a implantação do Conselho se colocava como um importante desafio para os gestores naquele momen-to. E que os diretores e os vice-diretores de articulação com o mundo do trabalho, em especial, exerceriam papel basilar neste processo de implan-

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tação, sendo reconhecidos como os protagonistas do desenvolvimento e da realização da política de educação profissional proposta.

Dessa forma, o Curso de Capacitação dos Gestores, previsto no Plano de Trabalho, se apresentava, entre outros objetivos, como um forte elemento de preparação dos gestores para o processo de implantação do Conselho Escolar. Assim, partindo desta avaliação, a estra-tégia discutida em conjunto com a SUPROF foi:

a) Priorizar a Capacitação dos Gestores dos Centros - diretores e vice-diretores de articulação com o mundo do trabalho - para que esta os prepare para a implantação dos Conselhos;

b) Iniciar o processo de implantação do Conselho Es-colar naqueles Centros de Educação Profissional cujos gestores tivessem feito o Curso de Capacitação de Gestores;

c) Considerar implantado o Conselho a partir da exe-cução das atividades de formação dos conselheiros, de tal forma que os grupos de conselheiros capacitados, em cada Centro, passassem a assumir o papel de mobilizadores sociais e de corresponsáveis pela consolidação dos Conselhos Escolares.

Ainda fez parte da metodologia deste processo a constan-te avaliação dos encaminhamentos tomados, entendendo a necessidade de observar os estágios de envolvimento dos atores participantes do processo.

Em decorrência desta estratégia, a implantação do Conselho se iniciou com a capacitação dos gestores dos Centros. Durante todos os passos que antecederam a formação, como a mobilização dos gestores participantes, foi reforçada a atribuição do Vamt como articula-dor e protagonista, no interior do Cetep e fora dele.

A produção de conhecimento, resultado deste proces-so de formação dos gestores e dos conselheiros dos Centros de Educação Profissional, foi o que possibilitou o ponto de partida para a elaboração do Projeto Político Pedagógico do Curso de Pós-Graduação em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para Gestão da Educação Profissional. O tra-balho foi uma construção coletiva, interdisciplinar e interinstitucional re-sultante do diálogo e de discussões sucessivas entre a equipe da SUPROF, da UFRB e do DIEESE.

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A construção de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) é um momento crucial em qualquer processo de formação ou iniciativa educativa. O PPP se sustenta em uma determinada compreensão da rea-lidade, bem como no desejo de seus formuladores de intervenção sobre ela. Durante o processo de elaboração de um PPP, colocam-se em movi-mento os valores, as visões de mundo, os desejos de seus autores. Con-forme nosso entendimento, um PPP deve ser um trabalho conjunto entre todos os envolvidos na iniciativa educacional em questão, sendo ampla-mente dialógico e ao mesmo tempo dialético, carregando em si mesmo as contradições dos níveis político, social e econômico. Portanto, ali se encon-tra um enorme espaço para que, através de um processo ao mesmo tem-po formativo e democrático, um grupo declare suas intenções no campo educativo e metodológico, ancorado em sua própria percepção política, construída de maneira coletiva.

O presente PPP é resultado das experiências acumula-das pelo DIEESE no campo da formação sindical e, mais recentemente, nos debates acadêmicos em relação à compreensão do fenômeno Trabalho em nossa sociedade. Soma-se a isso a excelência acadêmica e a inovadora atuação universitária que a UFRB vem desenvolvendo na Bahia, desde que foi fundada. Também estão presentes os princípios que orientam a política pública de educação profissional da Bahia, implementados e sistematiza-dos pela SUPROF.

O educador Paulo Freire, apesar de não ter desenvol-vido uma teoria do currículo, sintetiza sua crítica a ele com o conceito de “educação bancária”. Assim, contrapõe-se à ideia de que a educação é um processo de transmissão de conhecimento unilateral, do professor ao aluno, e que tais conhecimentos são somente séries de informações e fatos defini-dos externamente à vontade dos agentes envolvidos num processo peda-

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gógico. A crítica de Paulo Freire se remete, mesmo que indiretamente, aos teóricos que formularam os primeiros estudos sobre o currículo, ainda nos anos 1920, nos Estados Unidos. A intensa imigração e industrialização gerou a necessidade da massificação da educação no país, levando os administra-dores a se preocuparem com a racionalização do processo pedagógico e de seus resultados. Havia a convicção de que se podia quantificar o conheci-mento, organizá-lo e medir o grau de apreensão de informações dos alunos. Para aqueles que acreditam nessa chave de análise da realidade, segundo Tomaz Tadeu da Silva, “o modelo institucional dessa concepção de currículo é a fábrica” (SILVA, 2013, p. 12), sendo sua inspiração direta a “teoria da administração científica” de Taylor. Nesse sentido, os estudantes são vistos como um produto, fruto de um processo racional e fabril.

A palavra currículo (curriculum, em latim) tem como significado, literalmente, “pista de corrida”, ou seja, podemos entendê-lo como o caminho que percorremos para nos tornar o que somos. Muito além de ser uma mera organização de conhecimentos, o currículo é a for-ma como construímos esse conhecimento, processo carregado, ao mesmo tempo, de valores e subjetividade. Mas tal corrida não é aleatória ou neu-tra. Ao contrário, o “currículo é sempre o resultado de uma seleção” (SIL-VA, 2013, p. 15), uma opção entre várias outras, uma forma de organizar saberes e conhecimentos que se pretende “ensinar”.

Estudiosos da teoria dos currículos estabelecem três “escolas”: tradicional, crítica e pós-crítica. Enquanto a primeira aferroa-se à metodologia, organização e planejamento do ensino, visando alcançar certos objetivos e eficácia, as teorias pós-críticas inserem a questão da identidade e da alteridade como fundamentais, dando ênfase ao discurso, à representação e à subjetividade, dando voz aos grupos ignorados pelos manuais escolares e debatendo questões de gênero, raça, etnia e sexua-lidade. Entre ambas as linhas de abordagem existe uma terceira que se constitui a partir das contribuições de educadores críticos e marxistas.

A teoria crítica do currículo coloca no centro dos estu-dos a ideologia e a questão do poder na sociedade. Assim, expressa em sua análise o papel de reprodução social e econômica que a educação escolar exerce, através dos conteúdos selecionados pela classe dominante (em de-trimento dos saberes e experiência da classe trabalhadora) e desvenda o “currículo oculto” que se materializa para além dos conteúdos em si.

O currículo é, ao mesmo tempo, uma ferramenta de dominação e de libertação. Ele é parte e reflexo das relações e conflitos sociais existentes, determinado pelo processo histórico. Quando a seleção do que constitui o currículo reflete os interesses particulares das classes

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e dos grupos dominantes, como se dá ainda hoje em muitas de nossas escolas, ele está a serviço da manutenção do status quo e da organização e “transmissão” tradicional e hierárquica dos conhecimentos. Os teóricos críticos do currículo revelaram que, ao contrário do que as teorias tradicio-nais afirmavam, não existe uma seleção imparcial e isenta de valores no que se refere aos conteúdos escolares, pois “o currículo não é um corpo neutro, inocente e desinteressado de conhecimentos” (SILVA, 2013, p. 46).

Mas é também no currículo que se pode perceber, tan-to quanto na sociedade que se funda essencialmente no conflito, o espaço de disputa e resistência que a educação tem para a classe trabalhadora e demais sujeitos sociais que sofrem a exploração e a opressão. Pois, “como uma luta em torno de valores, significados e propósitos sociais, o campo social e cultural é feito não apenas de imposição e domínio, mas também de resistência e oposição” (SILVA, 2013, p. 49). Em resumo, a construção do currículo é também um espaço de resistência. Além disso, a colocação do currículo em prática, durante o processo formativo concreto, também é momento de disputa e resistência.

Outro aspecto apontado pelos teóricos críticos, como Michael Apple e Henry Giroux, é a necessidade de que a escola, e conse-quentemente o currículo, seja um espaço de exercício da diversidade e da democracia, através de uma construção coletiva e participativa. Nesse movimento, é possível dar voz aos estudantes, que passam a ser agentes no processo educativo, e inserir os professores e professoras como seres dotados de subjetividade e valores, tirando-os do papel limitante de téc-nicos ou burocratas.

A organização curricular deste Curso de Especialização insere-se na tradição da teoria crítica do currículo, ao apresentá-lo como potencial ferramenta de emancipação social. A escolha dos “conteúdos programáticos” de um currículo deve ser decidida com a participação dos estudantes e estar sempre conectada à realidade do sujeito da aprendiza-gem. Nesse sentido, a experiência do DIEESE, tanto na formação sindical, realizada há anos, como no processo de implantação dos Conselhos de Educação Profissional na Bahia, tendo realizado 15 cursos de formação para gestores e conselheiros da educação profissional, possibilitou a im-pressão de uma ótica específica a esse Curso de Especialização. Esse olhar é polifônico e edificado a partir das teorias críticas do currículo, da visão das experiências dos trabalhadores e trabalhadoras no campo da educa-ção e, é claro, fruto da atuação dos gestores e conselheiros da educação profissional da Bahia. A partir desses elementos é que se iniciou o proces-so de elaboração do PPP.

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O processo de construção do Projeto Político-Pedagógico

O PPP começou a ser desenvolvido em maio de 2013, quando o DIEESE assumiu a responsabilidade de realizar o Curso de Espe-cialização, no âmbito do convênio com a SUPROF. O processo foi realiza-do em diferentes momentos, que envolveram a equipe técnica e pedagó-gica do DIEESE e técnicos da SUPROF e professores da UFRB.

Assim, iniciou-se por estabelecer quais seriam as eta-pas do processo que garantiriam vários momentos e diferentes olhares nos debates para a construção do Projeto. Tentou-se realizar um pro-cesso dialógico e dialético, envolvendo diversos sujeitos (professores, gestores da política de educação profissional, técnicos do DIEESE), com a intenção de associar de modo intenso o curso à realidade concreta dos estudantes. Para isso, a Concepção de Educação do DIEESE e suas raízes na educação popular e baseada no par dialético ação-reflexão orientou esse trabalho, partindo da experiência concreta dos sujeitos para, somente assim, elaborar uma proposta curricular que servisse de espaço para teorizar e analisar a realidade complexa da Educação Pro-fissional na Bahia.

Foram realizadas quatro Oficinas Metodológicas para construção do PPP. Cada uma delas teve formato, participantes e obje-tivos diversos. Os ricos debates e formulações resultantes dessas ativi-dades constituíram a base do PPP, que permitiu o estabelecimento dos objetivos do Curso e das principais orientações políticas, filosóficas e pe-dagógicas para a escrita do documento final, que seria apresentado aos estudantes no momento da abertura para inscrições.

A primeira oficina, ocorrida em 21 e 22 de maio de 2013, teve como objetivo resgatar, sistematizar e apresentar a expe-riência acumulada do DIEESE, que poderia servir como base para a ela-boração de um curso de especialização para gestores, como parte do projeto DIEESE/SUPROF. Foram apresentadas e debatidas as seguintes experiências educativas realizadas pelo Departamento: Curso sobre Trabalho e Desenvolvimento, no âmbito do Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores Sindicais (PCDA); disciplinas relacionadas aos temas Trabalho e Educação, do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências do Trabalho, da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho; o curso de formação para Comissões de Emprego sobre o Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda; os Cursos de Formação para Gestores dos

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Centros de Educação Profissional da Bahia; e o Curso de Formação para Conselheiros dos Ceteps e Ceeps.

Nesse primeiro momento, delinearam-se os objeti-vos e princípios do curso, que seriam, ao longo do processo, transfor-mados ou validados. Um grupo de técnicos do DIEESE ficou responsável pela elaboração de uma primeira versão do PPP, incorporando as su-gestões dos participantes, levando em consideração a experiência acu-mulada da instituição, na formação sindical e popular e na docência em curso de nível superior.

A oficina seguinte, realizada entre 18 e 20 de setem-bro de 2013, teve a intenção de aprofundar o conhecimento dos técni-cos do DIEESE em relação aos Conselhos de Educação Profissional, apre-sentando suas atribuições e competências, uma vez que essa instância de participação foi implantada nos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional e é uma das bases da política pública. Houve tam-bém uma apresentação da proposta inicial de organização do curso. A professora Lucília Machado, especialista no tema Trabalho e Educação, participou da atividade com uma palestra intitulada Saberes tecnológi-cos, teoria da atividade e processos pedagógicos e de um momento de conversa sobre a proposta curricular do Curso, com os técnicos do DIEESE. Em seguida, dividiram-se os presentes em grupos de trabalho, para ree-laboração das ementas dos Componentes Curriculares.

O terceiro encontro - 20 e 21 de fevereiro de 2014 - dedicou-se a apresentar o curso e os fundamentos político-pedagógicos que embasaram a formulação do PPP aos docentes do DIEESE, respon-sáveis pelas aulas na pós-graduação. Além de socializar a proposta cons-truída, foi possível identificar críticas e adequações necessárias.

Também houve um momento de debate sobre a Me-todologia, a Pesquisa e o Trabalho de Conclusão de Curso, abordando tanto os aspectos organizativos como teóricos. Consolidaram-se, então, as Linhas de Pesquisa do curso e os docentes dedicaram-se a reformular a proposta de cada disciplina, elaborando, em seguida, um plano de aula para cada um dos componentes curriculares.

Para apresentar a versão final e debater a proposta de PPP com os docentes da UFRB, foi realizada uma oficina em 18 de março de 2014, atividade em que os técnicos do DIEESE propuseram os mesmos momentos vivenciados na oficina anterior com os técnicos e docentes do Departamento, resultando, assim, em novas sugestões. Outro aspecto de interesse adicional dessa atividade foi o contato dos docentes do DIEESE com os da UFRB.

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O Projeto Político-Pedagógico do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para Gestão da Educação Profissional

Um dos resultados das oficinas realizadas foi a defini-ção dos objetivos geral e específicos do curso.

> Objetivo Geral Contribuir para a formação de gestores e técnicos na

área de Educação Profissional da Bahia, qualificando-os em temas relacio-nados ao exercício de suas funções, diante dos novos desafios colocados no atual contexto da educação na Bahia. O curso pretende, por meio da construção coletiva do conhecimento, oferecer oportunidade aos gestores de conhecer, debater e produzir conhecimento sobre temas com os quais convivem diariamente na gestão escolar, mas em relação aos quais não encontram canais de elaboração teórica e troca de experiências para avan-çarem em seu trabalho e atuação profissional. O curso tem o propósito de orientar a prática desses profissionais, no sentido de uma compreen-são ampliada dos princípios, diretrizes, legislação e processos de ensino e aprendizagem, com vistas ao fortalecimento da gestão da Educação Pro-fissional da Bahia. Nessa perspectiva, visa consolidar uma política pública apoiada na rica história da organização dos trabalhadores em Educação, diante da dinâmica do mundo do trabalho.

> Objetivos Específicos Propiciar conhecimentos teórico-metodológicos que

possibilitem a elaboração de análises e diagnósticos da realidade socioeco-nômica, política, cultural e institucional da Educação Profissional da Bahia;

Ampliar e qualificar a atuação dos estudantes nas atuais políticas públicas, através do domínio da legislação e de programas estabelecidos para a área de Educação Profissional no Brasil e na Bahia;

Aprofundar as inter-relações entre as áreas Trabalho, Educação e Desenvolvimento, bases da política de Educação Profissional da Bahia;

Ampliar a capacidade analítica, metodológica e de atuação dos estudantes na complexidade e diversidade dos atuais desafios da gestão na Educação Profissional;

Ampliar a capacidade de reflexão sobre a necessidade de construção do conceito de qualidade do ensino socioprofissional para a classe trabalhadora e sua relação com a gestão democrática e participativa;

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Possibilitar a socialização de experiências entre os es-tudantes, para que possam refletir sobre a importância do papel do gestor público no atual contexto organizacional e escolar;

Construir um espaço coletivo para a produção de co-nhecimento sobre a Educação Profissional e sobre a política de Educação Profissional na Bahia.

Princípios Político-Pedagógicos

O Projeto Político-Pedagógico do Curso de Especializa-ção pretende fortalecer a atuação dos gestores dos Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional da Bahia, através de uma formação ampla e interdisciplinar, visando à compreensão dos princípios, diretrizes, legislação e processos de ensino e aprendizagem específicos da Educação Profissional. Os eixos temáticos do curso são aqueles que correspondem aos fundamentos da política de Educação Profissional da Bahia: Trabalho, Educação e Desenvolvimento. Assim, essa especialização contribui para a consolidação e o aprimoramento de uma política pública que responde às demandas dos trabalhadores por formação profissional de qualidade, que se constitui a partir da experiência histórica da organização dos trabalha-dores em Educação e de suas propostas de transformação dos processos educativos para jovens e adultos.

Para atender a esses objetivos e a essas concepções, que se conectam com a formação da classe operária e da educação popu-lar, o DIEESE, a SUPROF e a UFRB consolidaram seu projeto de curso com base em alguns princípios político-pedagógicos, que se concretizaram no PPP e se realizaram nas Unidades Formativas.

A seguir apresentam-se, resumidamente, os princípios que nortearam o curso.

Trabalho como princípio educativo

O DIEESE, há muitos anos, vem afirmando a centralidade do trabalho como aspecto essencial para a vida humana e sua manutenção. O trabalho garante a produção e a reprodução da vida em suas múltiplas dimensões (física, biológica, social, cultural etc.). A atividade trabalho, tanto quanto a educação, é atividade humana, ontológica, sem a qual não seria possível o estabelecimento de relações sociais entre as pessoas. O trabalho atende às demandas históricas e materiais da humanidade e constitui-se como um dever e um direito. A relação dialética entre trabalho e educação é

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parte inextricável da socialização das pessoas, desde a infância. Por isso, essa dupla dialética merece toda atenção e cuidado, pois é a partir de processos educativos que se constituem e se constroem os sujeitos.

Acredita-se na não separação entre trabalho e edu-cação como categorias sociológicas e práticas sociais. Assim, adota-se o trabalho como eixo central do processo formativo, em concordância com Maria Ciavatta, que afirma: “o trabalho como princípio educativo não é uma técnica didática e metodológica, mas um princípio filosófico-político da organização e da estrutura curricular” (CIAVATTA, 2010, p. 85).

Essa opção levou, logicamente, a encarar a educação como um processo amplo se se deseja a formação de um sujeito com-pleto e não partido e dividido pela divisão de trabalho e de classes exis-tente na sociedade contemporânea. Assim, as propostas de Educação Integral, formuladas pelos trabalhadores organizados no final do século XIX, foram orientadoras na elaboração do PPP. Por integral, entende-se a não separação entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, o que leva, por consequência, a uma formação tanto profissional, voltada para a capacitação para o trabalho, como intelectual, abrangendo áreas do conhecimento, como filosofia, história, artes e muitas outras. Encara-se, assim, o sujeito da aprendizagem como um ser completo e integral, que deve se desenvolver plenamente, física e mentalmente, em igualdade de oportunidades. E esse sujeito coletivo e histórico da ação política é o trabalhador, ou melhor, a classe trabalhadora, sejam estudantes da Edu-cação Profissional ou profissionais da Educação.

Pesquisa e Intervenção Social como princípios educativos

A realização de pesquisa e da proposta de intervenção social em qualquer processo formativo tem função importante, na medida em que possibilita a superação da separação entre sujeito e objeto, possi-bilitando, através da participação e da ação dos estudantes, a mudança da realidade concreta. Esse princípio político-pedagógico será melhor desen-volvido e aprofundado no Capítulo VI desta publicação.

Participação e Gestão Democrática da Educação Profissional

Um dos princípios orientadores do curso é a visão de que a democracia participativa abre a possibilidade da intervenção direta

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da população nas políticas públicas que são de seu interesse. O surgimento dos conselhos gestores, após a Constituição de 1988, caracterizou-se como um novo marco na organização política no Brasil. A ampliação desses ca-nais de participação política é algo desejado por diferentes grupos sociais.

Metodologia do curso

O DIEESE, como apontado anteriormente, tem expe-riência na formação de conselheiros de diferentes setores (trabalho e ren-da, saúde, educação profissional). Em convênio com a SUPROF, o Departa-mento desenvolve, desde 2008, trabalhos que visam apoiar a implantação de Conselhos nos Ceteps/Ceeps do estado da Bahia. Assim, aposta-se, mais uma vez, na formação dos gestores da política pública, debatendo-se os temas mais relevantes para se estabelecer uma gestão democrática e participativa, que encontre respaldo e apoio no seio da comunidade esco-lar e na sociedade que envolve os Centros de Educação Profissional.

Assim, os princípios da centralidade ontológica do trabalho e da educação, da pesquisa e intervenção como componentes basilares do processo formativo e da participação na gestão estabelecem diretrizes para a elaboração do curso.

Todas as Unidades Formativas propostas têm caráter interdisciplinar, pois tratam de temas específicos, utilizando-se das ferra-mentas de diversas áreas do conhecimento, como história, sociologia, eco-nomia, antropologia, educação, ciência política, administração, estatística etc. Os professores, que se revezam na realização de aulas, têm formação em diferentes ramos das ciências.

A concepção do objeto de conhecimento como pro-dução humana e como produtor de relações sociais requer, por natureza, uma abordagem interdisciplinar. A interdisciplinaridade está na forma de conceber e produzir conhecimento, sem a fragmentação disciplinar, instru-mental, teórica ou interpretativa. O estudante formado nessa concepção deverá estar preparado para usar criticamente algumas linguagens, que lhe permitam ler a realidade de forma ampla e com visão crítica.

O projeto pedagógico do curso, portanto, destaca o ca-ráter social do objeto e do sujeito do conhecimento, para afirmar sua di-mensão política, cultural, histórica e a não neutralidade na relação sujeito--objeto do conhecimento. Afirmar esse caráter social é assumir, do ponto de vista teórico e metodológico, que Trabalho e Educação, como objetos de estudo e intervenção, serão tratados pelo pesquisador como uma atividade social que modifica o ser humano e é modificada por ele.

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Construção das Unidades Formativas

A partir da escolha dos eixos temáticos do curso - Tra-balho, Educação e Desenvolvimento - e ancorados nos princípios político--pedagógicos, o DIEESE e a UFRB desenvolveram um percurso formativo com a função de propiciar ao máximo a realização de seus objetivos e, ao mesmo tempo concretizar as opções teórico-metodológicas escolhidas para orientar o PPP. Assim, foram desenvolvidas as unidades formativas (UF), cor-respondendo cada uma a um eixo temático específico, mas de forma que não fossem momentos isolados dos demais conteúdos propostos, buscando sempre a interdisciplinaridade e a transversalidade dos temas. Foram qua-tro as Unidades Formativas propostas. Cada uma se subdividiu em Compo-nentes Curriculares, com carga horária determinada e plano de aula especí-fico, correspondendo muito mais a uma divisão lógica do tempo das aulas para fins didáticos e de organização do percurso formativo, do que a uma intenção de compartimentar os conteúdos. Por isso, cada Componente Cur-ricular traz uma grande diversidade de abordagens, tanto teóricas como no que se refere às áreas de conhecimento mobilizadas para discutir e analisar fenômenos sociais, políticos ou econômicos. Buscou-se propor e estimular a multiplicidade de visões sobre o tema específico de cada Componente Cur-ricular, garantindo-se, assim, a possibilidade de uma visão ora panorâmica, ora aprofundada, ambas necessárias para uma sólida compreensão de fe-nômenos sociais complexos, como as atividades essencialmente humanas Trabalho e Educação ou as lógicas do Desenvolvimento - para além do eco-nômico - e os desafios da Gestão da Educação Profissional.

Neste sentido, é fundamental a articulação entre os te-mas Trabalho, Educação e Desenvolvimento, no contexto do território de iden-tidade e das unidades territoriais e estaduais de Educação. A fim de garantir esta articulação, os conteúdos do curso estão propostos na seguinte Estrutu-ra Curricular: as quatro Unidades Formativas, a partir das duas linhas de pes-quisa propostas (Trabalho e Educação; e Desenvolvimento e Gestão), cada uma desenvolvida em diferentes Componentes Curriculares ou Módulos.

Estrutura curricular do curso

Unidade Formativa 1: Trabalho e Educação Sociedade, Poder Político e Lutas Sociais Trabalho e Educação: fundamentos histórico-ontológicos Relações Sociais de Trabalho

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História da Educação no Brasil História da Educação Profissional no Brasil Métodos de Pesquisa Social I

Unidade Formativa 2: Trabalho no Mundo Contemporâneo A gênese do trabalho na sociedade capitalista A Segunda Revolução Industrial e a revolução na organização do trabalho

Trabalho nas sociedades contemporâneas Formação econômica e mercado de trabalho no Brasil Métodos de Pesquisa Social II

Unidade Formativa 3: Territórios de Identidade e Desenvolvimento Conceituação de território, identidade, cultura, territorialidade e territorialização das políticas públicas do estado da Bahia

Conceitos, dimensões e âmbitos do desenvolvimento e con-cepções e modelos de desenvolvimento adotados no Brasil

Mundo do trabalho nos territórios de identidade da Bahia e re-lações entre a educação profissional e o desenvolvimento do território

Produção de conhecimento e elaboração de Projeto de Inter-venção Social I

Unidade Formativa 4: Políticas públicas e gestão participativa da Educação Profissional Gestão: concepções. Teorias da administração e a relação Esta-do, governos e gestão pública Instrumentos para a gestão da Educação Profissional Educação Profissional como política pública Produção de conhecimento e elaboração de Projeto de Inter-venção Social II

Apresentação do Percurso Formativo

As Unidades Formativas propostas no curso contem-plam aspectos históricos, socioeconômico-políticos, pedagógicos e admi-nistrativos que fundamentam a organização e gestão pedagógica na Edu-

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cação Profissional. Os professores responsáveis pelas Unidades Formativas utilizam diversas práticas e métodos de ensino/aprendizagem, partindo sempre do repertório do estudante, valorizando o conhecimento e expe-riências anteriores, que servem como elemento potencializador da refle-xão em sala de aula. A experiência de uma pedagogia que rompe com a relação desigual entre professor/aluno possibilita a utilização de um gran-de número de recursos pedagógicos, como aulas dialogadas, trabalhos em grupo, exercícios, jogos pedagógicos, simulações e representações de si-tuações e práticas de pesquisa.

A apresentação do Percurso Formativo à turma de es-tudantes é uma ação imprescindível e importantíssima. Assim, pode-se, desde o início do curso, fazer com que todos tenham uma visão geral sobre os temas e conteúdos que serão trabalhados ao longo das Unidades For-mativas. Essa ação é parte do pacto educativo entre docentes e coordena-dores do curso com os estudantes.

Cada unidade formativa foi introduzida por um mate-rial disparador de debates entre os estudantes, sobre o tema central que seria abordado ao longo das aulas, como se vê a seguir. Foram utilizados materiais e recursos didáticos diversificados, como textos, filmes, charges etc. Assim, esse primeiro momento se caracterizou, desde seu princípio, como uma proposta pedagógica.

UF 1: Trabalho e EducaçãoMaterial deflagrador: “Tem uma educação que vira o

destino do homem, não vira? Ele entra ali com um destino e sai com outro. Quem fez? Estudo, foi estudo regular, um saber completo. Ele entra dum tamanho e sai de outro. Parece que essa educação que foi a sua tem uma força que tá nela e não tá. A educação que chega pro senhor é a sua, da sua gente, é pros usos do seu mundo. Agora, a minha educação é a sua. Ela tem o saber da sua gente e ela serve pra que mundo? Não é assim mesmo? … É por isso que eu lhe digo que a sua é a sua e a minha é a sua. Só que a sua lhe fez. E a minha?”

CiçoLavrador de sítio no Sul de Minas GeraisAdaptação de depoimento cedido a Carlos Rodrigues Brandão.

UF 2: Trabalho no Mundo ContemporâneoMaterial deflagrador: “Tempos Modernos: uma leitu-

ra sobre a situação do trabalho através da imagem”Carlos Jardel de Souza Leal

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Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESERevista Ciências do TrabalhoVolume 1 - Número 1http://rct.dieese.org.br/rct/index.php/rct/issue/view/2/showToc

UF 3: Desenvolvimento e TerritóriosMaterial deflagrador: “O centro do mundo está em

todo lugar. O mundo é o que se vê de onde se está.”Milton Santos“Precisamos recomeçar o debate da civilização, que a

gente abandonou. Passamos a debater o crescimento econômico, se vamos aumentar os juros, se vamos diminuir, se vamos facilitar um pouco de infla-ção ou não... Mas a civilização, ela própria, quase não é objeto de discussão. E isso abre espaço para qualquer forma de barbárie como essa, pela qual a gente deixa morrer crianças, velhos e adultos... tranquilamente.”

Milton SantosDocumentário de Silvio Tendler “Encontro com MiltonSantos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”.

UF 4: Políticas Públicas e Gestão Participativa da Educação ProfissionalMaterial deflagrador: Mafalda, QuinoMafalda, personagem criada pelo cartunista argentino

Quino, nos anos 1960, aparece em uma tira de quadrinhos do artista, len-do no dicionário o significado da palavra “Democracia”:

“Democracia (do grego demos, povo, e kratos, autori-dade). Governo no qual a soberania é exercida pelo povo.”

Nos quadros seguintes, a menina dá gargalhadas, com um livro aberto; depois, na mesa de jantar, com os pais e o irmão olhando para ela sem entender o motivo do riso; e por fim, já na cama, com a famí-lia ainda boquiaberta.

Por questões relacionadas a direitos autorais, optamos por não publicar aqui a tira de quadrinhos.

Ementas do curso

A seguir, são apresentadas as ementas de cada compo-nente curricular das quatro unidades formativas do curso.

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Unidade Formativa 1Trabalho e Educação

1. Sociedade, Poder Político e Lutas Sociais

Ementa: Sociedade atual e suas principais característi-cas, a partir de um olhar sociológico. A sociedade como uma construção social e histórica, caracterizada pela existência de instituições e atores so-ciais. Necessidades, interesses e valores da sociedade.

Conteúdo Programático: Introdução à sociologia e à ciência política e a alguns de seus conceitos centrais. Sociedade, atores sociais, instituições (como família, escola, sindicato, entre outras). Poder político e relações de poder. Surgimento do estado moderno. Formas de organização política da sociedade. Democracia e participação política. De-mocracia direta, representativa e desobediência civil. Movimentos sociais e lutas políticas. Necessidades e interesses. Valores e conflitos. Os concei-tos de público e privado. As classes sociais. Desigualdades sociais. Organi-zação econômica da sociedade.

Bibliografia básicaARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1983.GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a política e o Estado moderno. Rio de Ja-neiro: Civilização Brasileira, 1989.HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.HUBERMAN, Leo. A história da riqueza do homem. Rio de Janeiro: LTC, 1986.WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Editora Ática, 1989.

Bibliografia complementarARENDT, Hannah. Crises da República. São Paulo: Perspectiva, 1999.BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (orgs.). Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Ed. UnB/Imprensa Oficial, 2003.

CHAUI, Marilena. Público, privado, despotismo. In: NOVAES, Adauto (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

COLOMBO, Eduardo. Democracia e poder: a escamoteação da vontade. São Paulo: Imaginário, 2011.

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DAGNINO, Evelina (Org.) Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

2. Trabalho e Educação: Fundamentos Histórico-ontológicos

Ementa: O caráter ontológico e histórico da relação entre Trabalho e Educação na dimensão sociológica e pedagógica. A origem das propostas de educação dos trabalhadores na concepção teórica e realizações práticas em oposição às teorias tecnicistas e ca-pitalistas de formação de mão de obra e constituição de um processo educativo dual.

Conteúdo Programático: Trabalho e Educação como processos intrinsecamente humanos e histórico-ontológicos. A interpre-tação sócio-histórica do Trabalho e da Educação e seus desenvolvimentos na sociedade capitalista. Propostas de educação dos trabalhadores organi-zados. Instrução Integral (trabalho-educação manual e trabalho-educação intelectual). Politecnia. Universidades Populares. Escola Unitária. Escola Libertária. Ateneus Operários.

Bibliografia básicaGRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos de 1844. São Paulo: Martin Claret, 2002.MÉZAROS, I. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005. 78p.LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D.; SANFELICE, J. L. (Org.). Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 205. 163 p.Bibliografia complementarFRIGOTTO, G. Escola e trabalho numa perspectiva histórica: contradições e controvérsias. In: COLÓQUIO DA AFIRSE, 18., 2009, Lisboa. Conferên-cias.... Lisboa: Universidade de Lisboa, 2009.LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.MANACORDA, M. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1989.________. Marx e a pedagogia moderna. Campinas: Alínea, 2010.

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MANFREDI, S. M. Formação Sindical no Brasil: história de uma prática cul-tural. São Paulo: Escrituras Editora, 1996.

SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, v.12, n. 34, jan./abr. 2007.

3. Relações Sociais de Trabalho

Ementa: As interpretações contemporâneas da rela-ção Trabalho-Educação a partir da teoria histórico-crítica. Os conceitos de Trabalho nas formas históricas que o tema assume na sociedade de classe e no atual contexto da globalização e da mundialização do capital.

Conteúdo Programático: Introdução à Sociologia e à História Social do Trabalho. Trabalho como atividade humana e relação social de produção e reprodução da vida. Estudo e compreensão do trabalho na dimensão de criação do ser humano e nas formas históri-cas que o trabalho assume na sociedade de classe. Trabalho como cas-tigo e/ou realização. Formas sociais do trabalho. Relações de Trabalho e a origem da organização dos trabalhadores. Emprego, Autogestão.

Bibliografia básica

BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do traba-lho no século XX. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

MARX, K. O capital. São Paulo: DIFEL, 1982.

THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. 3. ed. Rio de Ja-neiro: Paz e Terra, 1997.

Bibliografia complementar

DIEESE. A Situação do trabalho no Brasil na primeira década dos anos 2000. São Paulo, 2012.

MARX, K. Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

4. História da Educação no Brasil

Ementa: As matrizes teóricas que orientam diferentes propostas educacionais. Visão crítica em relação aos modelos hegemôni-cos de educação.

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Conteúdo Programático: Origem e surgimento da es-cola e sua organização. A função social do ensino. As principais correntes educacionais. A escola e as políticas de educação no Brasil. Estado, rela-ções de poder e o cenário histórico das políticas educacionais no Brasil. A escola tradicional e a escola nova.

Bibliografia básica

BOURDIEU, P; PASSERON, J.C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

ROMANELLI, O. de O. História da educação no Brasil: 1930-1973. 28. ed. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2003.

SAVIANI, D.. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez, 1987.

Bibliografia complementar

DOMMANGET, M.. Los grandes socialistas y la educación. Madrid: Frágua, 1972.

MANACORDA, M. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1989.

MARX, K. Teses contra Feurbach. In: ________. Os pensadores. São Paulo: Abril, 1978.

REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

5. História da Educação Profissional no Brasil

Ementa: A formação do trabalhador como campo em disputa. Determinantes socioeconômicos, históricos, políticos e estru-turais no tratamento das questões da política, que possibilitam a com-preensão dos pressupostos que fundamentam a Educação Profissional como direito social e universal. A concepção de escola unitária e politéc-nica como condição social e histórica para as mudanças estruturais da Educação Profissional.

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Conteúdo Programático: As origens da Educação Pro-fissional no Brasil. As escolas do movimento anarquista e operário. A for-mação de mão de obra. A educação para o trabalho ou educação pelo trabalho. A integração do Ensino Médio com a Educação Profissional. As concepções academicista e de treinamento profissional. A Educação Pro-fissional como política pública. Qualificação e certificação profissional. Atuais modelos de organização da Educação Profissional.

Bibliografia básica

DIEESE. Educação profissional da Bahia e territórios de identidade. Sal-vador, 2012. 260 p.

FERNANDES, F. Sociologia e consciência no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1998. 235p.

FONSECA, C. S. História do ensino industrial no Brasil. 2. E.d., Rio de Ja-neiro: SENAI/DPEA, 1986, vol. 1, p.205.

KUENZER, A. Z. Ensino médio e profissional: as políticas do estado neoli-beral. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 104 p.

Bibliografia complementar

CIAVATTA, M. Ensino médio e educação profissional no Brasil: dualidade e fragmentação. Retratos da Escola, v. 5, p. 27-41, 2011.

FRIGOTTO, G. A relação da Educação Profissional e tecnológica com a universalização da educação básica. Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, out. 2007. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2328100.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2012.

LIMA, A. A. B. Educação Profissional para quê?: construindo a formação dos trabalhadores para além do falso consenso. Instituto Integrar. Traba-lho, educação e políticas públicas, Porto Alegre: Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT – CNM/CUT, ano XV, n. 7, nov. 2011.

MACHADO, L. Re. de S. A organização da educação profissional no Brasil. Educação Profissional, Brasília, v. 4, p. 57-60, 2010.

MANFREDI, S. M. Educação profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.

Metodologia das disciplinas da Unidade Formativa 1: desenvolver um processo formativo baseado na construção coletiva do conhecimento e na mobilização do repertório dos formandos. Aulas dialogadas com bibliografia e leitura sugerida. Leituras individuais e co-

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letivas. Trabalhos em grupo e jogos pedagógicos. Debates. Apresentação de seminários.

Avaliação das disciplinas da Unidade Formativa 1: avaliação, prioritariamente qualitativa, visando orientar e reorientar o itinerário formativo do estudante. Levará em conta o comprometimento com o processo de construção coletiva do conhecimento, bem como o esforço e a organização para o cumprimento dos objetivos propostos. Também analisará a capacidade de ler, interpretar, criticar e recriar os conteúdos discutidos.

Unidade Formativa 2 Trabalho no Mundo Contemporâneo

1. A gênese do trabalho na sociedade capitalista

Ementa: Trabalho nas origens do capitalismo industrial. Capitalismo industrial e proletariado. A expansão capitalista e as origens da formação industrial. Contradição capital-trabalho, classe e consciência de classe. Velhas e novas configurações do trabalho na sociedade global.

Conteúdo Programático: análise do trabalho na for-mação do capitalismo industrial, por meio do estudo das formulações dos autores clássicos, sobretudo de Karl Marx. A emergência do ca-pitalismo industrial e do proletariado como classe e como sujeito re-volucionário. Discussão sobre a contradição capital-trabalho, classe e consciência de classe. Comparação entre novas e velhas configurações do trabalho na sociedade global e novas formas de organização, reação e luta dos trabalhadores.

Bibliografia básica

HARVEY, D. A condição pós-moderna. 8.ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

________. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1977.

RICARDO, D. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

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SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983. vols. I e II. (Os Economistas).

Bibliografia complementar

ANTUNES, R. Os sentidos do Trabalho. São Paulo: Boitempo, 2000.

BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do traba-lho no século XX. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

CERQUEIRA, H. O discurso econômico e suas condições de possibilidade. Síntese - Revista de Filosofia, v. 28, n. 3, p. 391-405, 2001.

FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil. Rio de Janeiro: Globo Edi-tora, 2005.

SINGER, P. O capitalismo: sua evolução, sua lógica e sua dinâmica. São Pau-lo: Editora Moderna, 1987.

2. A Segunda Revolução Industrial e a revolução na organização do trabalho

Ementa: A Segunda Revolução Industrial e a revolu-ção na organização e produção do trabalho. Trabalho nas sociedades contemporâneas.

Conteúdo Programático: Reflexão sobre as transfor-mações sofridas pela organização do trabalho com o advento da segun-da revolução industrial e das práticas do taylorismo e do fordismo. A re-volução marginalista. Estudo crítico do que se convencionou chamar de “economia do trabalho”. A análise de Schumpeter. Keynes e Kalecki e os determinantes do crescimento econômico.

Bibliografia básica

BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do traba-lho no século XX. 3. ed. São Paulo: Editora LTC, 1987.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. 2.ed. São Paulo: Livraria Mar-tins Fontes, 1999.

TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Edi-tora Atlas, 1995.

Bibliografia complementar

BLAUG, M. A metodologia da economia, ou, como os economistas expli-cam. 2. ed. São Paulo: Editora da USP, 1999.

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CORIAT, B. El taller y el cronometro: ensayo sobre taylorismo, el for-dismo y la producción en masa. 5. ed. Buenos Aires: Editora Siglo XXI, 2001.SCHUMPETER, J. A. Teorias econômicas: de Marx a Keynes. Rio de Ja-neiro: Zahar, 1970. (Biblioteca de ciências sociais).

3. Trabalho nas sociedades contemporâneas

Ementa: Trabalho nas sociedades contemporâneas. Avanço tecnológico. O lugar do trabalho. Transformações no mundo do trabalho.

Conteúdo Programático: Reflexão sobre as mudan-ças recentes no trabalho desencadeadas a partir da chamada revolução da informação. A relação entre avanço tecnológico e o fim de postos de trabalho. A insegurança no emprego vivida pelos trabalhadores. A (i)materialidade e fluidez do trabalho contemporâneo. O conceito de riqueza. O conceito e o lugar do trabalho.

Bibliografia básicaARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1983. BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do tra-balho no século XX. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. São Paulo: LTC, 1986. MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. São Paulo: Edito-ra Martin Claret, 2002. Bibliografia complementarBAUMANN, Z. Globalização: consequências humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999. GUIMARÃES, N. Desemprego, uma construção social. São Paulo: Argv-mentvm, 2009.HOBSBAWN, E. Mundos do trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista / O ornitorrinco. São Paulo: Boi-tempo, 2003. SENNET, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2004.

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4. Formação Econômica e Mercado de Trabalho no Brasil

Ementa: Formação econômica e mercado de trabalho no Brasil. Segmentação do mercado de trabalho. Experiência brasileira.

Conteúdo Programático: As especificidades da forma-ção do mercado de trabalho brasileiro. Aspectos demográficos e impactos sobre o mercado de trabalho. Análise da heterogeneidade e segmentação do mercado de trabalho brasileiro a partir dos recortes de gênero, raça, juventude. As bases conceituais, as metodologias e os alcances e limites das pesquisas mais importantes sobre o mundo do trabalho.

Bibliografia básicaMACAMBIRA, J.; SANTOS, S. M. dos; TEIXEIRA, F. J. S. Brasil e Nordeste: ocupação, desemprego e desigualdade. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. 461 p.TAFNER, P. Brasil o estado de uma nação: mercado de trabalho, emprego e informalidade. Rio de Janeiro: IPEA, 2006. 509p.MONTE, P. A. do (Org). Dinâmicas do mercado e trabalho do Nordeste. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009. 299 p.ARAÚJO, T. P. de; VIANNA, S. T. W.; MACAMBIRA, J. 50 anos de formação econômica do Brasil: ensaios sobre a obra clássica de Celso Furtado. Rio de Janeiro: IPEA, 2009. 288 p.FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. 5. ed. Rio de Ja-neiro: Contraponto; Centro Internacional Celso Furtado de políticas para o desenvolvimento, 2009. 234 p.Bibliografia complementarARAÚJO, T. B. de. A questão regional e a questão nordestina. In: TAVARES, M. C. (Org.). Celso Furtado e o Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000. p. 71-92.DIEESE. A Situação do trabalho no Brasil na primeira década dos anos 2000. São Paulo, 2012.404 p. ________. O programa do seguro desemprego: desafios para um perma-nente aperfeiçoamento. São Paulo, 2011. 12 p. (Nota Técnica, 95).POCHMANN, M. Políticas de emprego e renda no Brasil. In: O Trabalho sob fogo cruzado. São Paulo: Contexto, 1999.PRONI, M. W.; HENRIQUE, W. (Org.). Trabalho, mercado e sociedade: o Brasil nos anos 90. São Paulo: UNESP, 2003.

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Metodologia das disciplinas da Unidade Formativa 2: Aulas dialogadas com bibliografia e leitura sugerida. Atividades coleti-vas. Trabalhos em grupo. Debates.

Avaliação das disciplinas da Unidade Formativa 2: Avaliação, prioritariamente qualitativa, visando orientar e reorientar o itinerário formativo do estudante. Levará em conta o comprometimento com o processo de construção coletiva do conhecimento, bem como o esforço e a organização para o cumprimento dos objetivos propostos. Também analisará a capacidade de ler, interpretar, criticar e recriar os conteúdos discutidos.

Unidade Formativa 3Territórios de Identidade e Desenvolvimento

1. Conceituação de território, identidade, cultura, territorialidade e territorialização das políticas públicas do estado da Bahia

Ementa: Espaço e Território. Identidade, cultura, terri-torialidade. Conceituação de território, identidade, cultura, territorialida-de. Territorialização das políticas públicas no estado da Bahia.

Conteúdo Programático: Concepções teórico-meto-dológicas de território. Abordagem de Milton Santos. Espaço e território. Identidade, cultura, territorialidade, atores sociais. Conceito de Território de Identidade. Instituições, poderes e interesses dos atores sociais. Estudo das diretrizes e ações do Programa Territórios de Identidade. Importância de instrumento para a formulação e gestão das políticas públicas.

Bibliografia básicaBRANDÃO, M. de A. et al. Recôncavo da Bahia: sociedade e economia em transição. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 1998. 260p.DIEESE. Educação profissional da Bahia e territórios de identidade. Salva-dor, 2012. 260 p.SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. 473p.SAQUET, M. A. Abordagens e concepções de território. São Paulo: Expres-são popular, 2007._________. Proposições para Estudos Territoriais. GEOgraphia, Niterói, v. 18, n. 15, 2006.

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Bibliografia complementar

PERICO, R. E. Identidade e território no Brasil. Brasília: IICA, 2009.

SANTOS, M. A Natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. 2. reimp. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. - (Coleção Milton Santos; 1).

________. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. São Paulo: Hucitec. 1988.

________. Espaço e métodos. São Paulo: EDUSP, 2008.

________. Território, globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994.

2. Conceitos, dimensões e âmbitos do desenvolvimento e concepções e modelos de desenvolvimento adotados no Brasil

Ementa: Conceitos, dimensões e âmbitos do desenvol-vimento. Concepções e modelos de desenvolvimento adotados no Brasil. Questões e desafios do desenvolvimento do território.

Conteúdo Programático: Desenvolvimento como cons-trução social, isto é, como resultado da interação entre diversos atores sociais (e seus interesses, valores e forças) nos diferentes momentos his-tóricos. Desenvolvimento como expressão das dimensões social, econô-mica, político, institucional, educacional, cultural, territorial e ambiental. Desenvolvimento na dimensão territorial, nacional, regional e local. Análi-se histórica e crítica dos planos e modelos de desenvolvimento adotados no país. Enfoque nas concepções teóricas presentes, conteúdo e objetivos, contextos sociais, econômicos e políticos. Conceito de desenvolvimento predominante nesses planos. Reflexões sobre desenvolvimento em um ambiente democrático e seus agentes propulsores.

Bibliografia básica

ARAÚJO, T. B. de. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: Editora Revan IPPUR/UFRJ/Fase, 2000.

FURTADO, C. O mito de desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

________. Teoria e política do desenvolvimento econômico. Rio de Janei-ro: Paz e Terra, 2000.

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IPEA. Brasil: o estado de uma nação. Rio de Janeiro: IPEA, 2005.

PRADO JÚNIOR, C. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1992.

Bibliografia complementar

BIELSCHOWSKY, R. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. 5ª ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

CGTB et al. Agenda para um projeto nacional de desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho. São Paulo: DIEESE, 2010.

DIEESE. Desenvolvimento com distribuição de renda: palestras. São Pau-lo: DIEESE, 2005. 1-CD.

DOWBOR, L. O debate sobre o PIB: estamos fazendo a conta errada, 2009. Disponível em: <http://dowbor.org/2009/04/o-debate-sobre-o-pib-esta-mos-fazendo-a-conta-errada-abr-2.html/>. Acesso em: 10 jul.2012.

FURTADO. C. Dialética do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cul-tura, 1964.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Le-tras, 1999.

3. Mundo do Trabalho nos Territórios de Identidade da Bahia e Relações entre a Educação Profissional e o Desenvolvimento do Território

Ementa: relações entre a Educação Profissional e o de-senvolvimento do território. Mundo do Trabalho nos Territórios de Identi-dade da Bahia.

Conteúdo Programático: Indicadores sociais como ferramentas utilizadas na compreensão das relações entre Trabalho, Edu-cação e Desenvolvimento dos Territórios de Identidade da Bahia, englo-bando múltiplas dimensões: demografia, aspectos socioeconômicos, ati-vidade econômica, trabalho, renda e outros. Métodos quantitativos como instrumentos para a análise dos distintos recortes da realidade social do trabalho. Abordagem dos indicadores sociais no (re) conhecimento das he-terogeneidades e representatividades populacionais.

Bibliografia básica

DIEESE. Educação profissional da Bahia e territórios de identidade. Salva-dor, 2012. 260 p.

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MILANI, C. R.S. Políticos e participação na Bahia: o dilema da gestão ver-sus política. Sociologias, v. 16, n. 8, p. 180-214, 2006.

SANTOS, M.; SILVEIRA, Ma. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. 473 p.

Bibliografia complementar

ARAÚJO, T. B. de. Nordeste: heranças, oportunidades e desafios. Teoria e Debate, São Paulo, n. 77, maio/jun. 2008,. Disponível em: <http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/nordeste-herancas-oportuni-dades-e-desafios>. Acesso em: 02 ago. 2013.

_______. Por uma política nacional de desenvolvimento regional. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 30, n. 2, p. 144-16, abr./jun. 1999.

DIEESE. Anuário da educação profissional da Bahia: volume II Salvador, 2012. 200 p.

GRABOWSKI, G. Articulação da educação profissional com o Projeto de Desenvolvimento Local, Regional e Nacional. Boletim Salto para o Futu-ro, v. 07, p.84-90, 2006.

LOPES, E. B. M. Definindo estratégias de desenvolvimento: enfoques institucionais e societais divergentes. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/37044626/20elianab-m-lopes>. Acesso em: 01 ago. 2013.

Metodologia das disciplinas da Unidade Formativa 3: As aulas serão desenvolvidas de forma a mobilizar o repertório dos alunos e das alunas acerca dos temas que serão tratados. Para isso se-rão utilizados exercícios e técnicas que favoreçam o processo de cons-trução coletiva do conhecimento. Os conteúdos teóricos e conceituais sistematizados nas referências bibliográficas serão abordados de forma a dialogar com as experiências e situações vividas e experimentadas pelos alunos e pelas alunas no mundo da vida e do trabalho, possibilitando uma reflexão crítica acerca dos temas abordados.

Avaliação das disciplinas da Unidade Formativa 3: Avaliação, prioritariamente qualitativa, visando orientar e reorientar o itinerário formativo do estudante. Levará em conta o comprometimento com o processo de construção coletiva do conhecimento, bem como o esforço e a organização para o cumprimento dos objetivos propostos. Também analisará a capacidade de ler, interpretar, criticar e recriar os conteúdos discutidos.

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Unidade Formativa 4 Políticas Públicas e Gestão Participativada Educação Profissional

1. Gestão: concepções. Teorias da Administração e a relação entre Estado, Governos e Gestão Pública

Ementa: Gestão: concepções. Teorias da Administra-ção e a relação entre Estado e Gestão Pública.

Conteúdo Programático: A partir de análise das con-cepções de gestão contemporânea, permitir que os gestores possam for-mular uma concepção de gestão coerente com a concepção da política pública de Educação Profissional do estado da Bahia. Gestão e trabalho. As teorias administrativas conforme as determinações econômico-so-ciais existentes. Teorias da Administração: da Escola Clássica ao Toyotis-mo e a Geração Y. Estado e gestão de organizações estatais. O Estado e a organização burocrática. Princípios do direito administrativo. Reforma do estado e gerencialismo. Reforma societal e gestão participativa. Ges-tores, burocracia e sociedade.

Bibliografia básica

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1993.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4ª. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2004.

PINTO, G. A. A organização do trabalho no século XX: taylorismo, fordismo e toyotismo. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

TAYLOR, F. W. Princípios da administração científica. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1995.

WEBER, M. Economia e Sociedade: volume 1: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: UnB, 2004. (Conceitos).

Bibliografia complementar

DEJOURS, C. Travail, usure mentale: de la psychopathologie à la psychody-namique du travail. Paris: Bayard; 1993.

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LIMA, A. Trabalho e ação política em Marx. Ethic@ , Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 341 – 364, dez. 2011.

PAULA, A. P. P. de. Maurício Tragtenberg: contribuições de um marxista anarquizante para os estudos organizacionais críticos. Rap, Rio de Janeiro 42(5):949-68, set./out. 2008.

SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999.

TRAGTENBERG, M. Burocracia e ideologia. São Paulo: Ática, 1974.

2. Educação Profissional como política pública

Ementa: Conceitos de políticas públicas e processos de disputa, formação de espaços não-estatais, conselhos de políticas públicas.

Conteúdo Programático: Discussão do conceito de política e suas características. O processo político pelo qual as ações do Estado se desenvolvem até se tornarem uma política pública. O proces-so de disputa de interesses na formação da agenda, elaboração e imple-mentação das políticas. Concepção da política de Educação Profissional na Bahia: marcos legais, decretos, financiamento, orçamento e o currículo pedagógico da Educação Profissional da Bahia. Os conselhos dos Centros de Educação Profissional como instrumentos da gestão participativa e do controle social. O papel do Conselho dos Centros de Educação Profissional. Os conselhos como agentes da ação de uma política pública que articula educação (escola), trabalho (atividade do ser humano e emprego) e desen-volvimento (bem-estar, em diversas dimensões).

Bibliografia básica

AVRITZER, L. Reforma política e participação no Brasil. In: ________; ANAS-TASIA, F. (orgs.). Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006. p. 35-44.

DIEESE. Modelos de gestão e perfil da oferta de educação profissional nas redes estaduais. Salvador, 2012.

_________. Formação dos conselheiros dos Ceteps: caderno do formador. Salvador, 2012.

Bibliografia complementar

AVRITZER, L. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:

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________ (org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2009. p. 27-53.DIEESE. O conselho dos centros de educação profissional da Bahia: cader-no do conselheiro: um instrumento de ação. Salvador, 2011.GOHN, M. da G. Conselhos gestores e participação sociopolítica. São Pau-lo: Cortez, 2003.RODRIGUES, M. M.A. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010.RUA, M. das G. Análise de políticas públicas: conceitos básicos. In: ________; CARVALHO, M.I.V. (orgs). O estudo da política: tópicos selecio-nados. Brasília: Paralelo 15, 1998. p. 231-260.

3. Instrumentos para a gestão da educação profissional

Ementa: Características e marcos legais da Educação Profissional na Bahia, o conselho escolar dos Ceteps da Bahia, ciclo or-çamentário e finanças públicas. Instrumentos para a gestão da Educa-ção Profissional.

Conteúdo Programático: apresentar instrumentos e ferramentas desenvolvidos para elevar a efetividade social da gestão da Educação Profissional. Modelos de gestão. Custos da Educação Profissio-nal. Compreender o processo orçamentário como instrumento de planeja-mento, perpassado pelas relações entre o Plano Plurianual, a Lei de Diretri-zes Orçamentárias e a Lei de Orçamento Anual. Compreender o processo de execução orçamentária e financeira, as fases de execução do orçamen-to, como o empenho, a liquidação e o pagamento. O Plano de Ação do Conselho como ferramenta para a gestão participativa e o controle social.

Bibliografia básicaDIEESE. Orientações para análise de custos na educação profissional. Sal-vador, 2012._______. Modelos de gestão e perfil da oferta de educação profissional nas redes estaduais. Salvador, 2012._______. Formação dos conselheiros dos Ceteps: caderno do formador. Salvador, 2012.GOHN, M.G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e es-truturas colegiadas nas escolas. Ensaio - Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, jan./mar. 2006.

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Bibliografia complementar

DIEESE. O conselho dos centros de educação profissional da Bahia: cader-no do conselheiro: um instrumento de ação. Salvador, 2011.

_______. Plano de ação do conselho: caderno de orientações. Salvador, 2012.

FERREIRA, M.I.C.; ROCHA, E.M.; FAGUNDES, H.C. Plano Plurianual Partici-pativo na Bahia: processo de formação da agenda de políticas públicas. In: ENCONTRO DA DIVISÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/APB da ANPAD, 5., 2013, Salvador. Anais ... Salvador: [s. n.], 2013.

GAMBIAGI, F; ALÉM, A.C. Finanças públicas: teoria e prática no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

TEIXEIRA, L H.G. Conselhos municipais de educação: autonomia e demo-cratização do ensino. Cadernos de Pesquisa, v.34, n. 123, p. 691-708, set./dez. 2004.

Metodologia das disciplinas da Unidade Formativa 4: Aulas expositivas dialogadas, exibição de vídeos, leitura e análise de fatos publicados na mídia, trabalhos em equipe e individuais que tragam a reali-dade cotidiana dos gestores no ambiente de trabalho e a reflexão a partir dos conteúdos desenvolvidos no curso. Elaboração de textos críticos sobre os conteúdos, a fim de construir um portfólio da turma sobre o saber cole-tivo produzido no componente curricular.

Avaliação das disciplinas da Unidade Formativa 4: Avaliação continuada do processo de aprendizagem, autoavaliação, pro-dução de textos, artigos, seminários, participação em sala, atividades ex-tra-sala.

Bibliografia geral do capítulo 5

CIAVATTA, M. A formação integrada: a escola e o trabalho como lugares de memória e identidade. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. Ensino médio integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez, 2010.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

FRIGOTTO, G. Trabalho e educação: formação técnico-profissional em questão. Universidade & Sociedade, São Paulo, n. 5, p. 38-42, 1993.

FREITAS; L. C. Crítica a didática e a organização do trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 1995.

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GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. 8. ed. Rio de Janeiro: Civili-zação Brasileira, 1989.

________. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civi-lização Brasileira, 1978.

LIMA, A. B.A e LOPES, F A. M. Construindo diálogos sociais: volume 1. Bra-sília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2005.

MANACORDA, M. Marx e a pedagogia moderna. Campinas: Alínea, 2010.

MANFREDI, S. M. Formação sindical no Brasil: história de uma prática cul-tural. São Paulo: Escrituras Editora, 1996.

SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, v.12, n. 34 jan./abr. 2007.

SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do Currículo. São Paulo: Autêntica, 2013.

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A Pesquisa como princípio pedagógico

A pesquisa no curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para a Gestão da Educação Profis-sional da Bahia é estratégica e eixo estruturante para o estudo e a reflexão sobre a realidade da Educação Profissional da Bahia. Perpassa as unidades formativas que compõem o curso e estabelece a relação entre os com-ponentes curriculares e a ação concreta dos gestores, no cotidiano dos Centros de Educação Profissional.

Com esta atividade, pretende-se desenvolver os conhe-cimentos teórico-metodológicos para a elaboração de análises e diagnós-ticos da realidade socioeconômica, política, cultural e institucional da Edu-cação Profissional da Bahia. Além disso, pretende-se ampliar a capacidade analítica, metodológica e de atuação dos estudantes diante da complexidade e diversidade dos desafios encontrados na gestão da Educação Profissional.

Para consolidação desses objetivos, o desenvolvimen-to da pesquisa se estrutura em duas dimensões: a realização da unidade formativa Pesquisa Social, Conhecimento e Ação e a construção e elabora-ção do Projeto de Intervenção de Pesquisa.

Essas duas dimensões da pesquisa se articulam de ma-neira intrínseca e são elaboradas a partir da concepção de Educação esta-belecida neste curso. Assim, a orientação metodológica da pesquisa refle-te a perspectiva de produção de conhecimento acumulada pelo DIEESE e a concepção de pesquisa que é, neste caso, estabelecida como princípio pedagógico.

A definição da pesquisa como princípio pedagógico reflete uma escolha filosófica e política da organização e da estrutura cur-ricular. Nesse sentido, a pesquisa é orientada a partir de três eixos: a cons-

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trução coletiva do conhecimento; a não separação entre teoria e prática; e a perspectiva de transformação da realidade.

A concepção de pesquisa adotada no curso parte de uma abordagem histórico-crítica e reflete a intencionalidade desta ativida-de formativa. Visa à transformação do conhecimento, procurando a cons-trução de significados elaborados por um determinado grupo, neste caso, os gestores da Educação Profissional da Bahia. Nesse sentido, conforme apresentado no capítulo III desta publicação,

[...] trata-se de um processo porque o conhecimento não é único nem finito e é produzido por sujeitos que, em suas atividades co-tidianas, transformam e são transformados, ao mesmo tempo em que veem e analisam a realidade a partir de suas experiências. (DIEESE, 2014, p.14)

Dessa maneira, a construção coletiva do conhecimen-to deve partir dos saberes trazidos pelos estudantes, que vão além de sua experiência e/ou ação. O conhecimento deriva de uma prática, de um con-texto histórico concreto, que não é circunscrito à realidade dos Centros de Educação Profissional; ele deve recuperar a totalidade do processo históri-co, a despeito da aparente fragmentação da realidade (IASI, 2007, p. 161).

Logo, é necessária a socialização de conceitos e cate-gorias acumulados historicamente, que são instrumentos essenciais para a compreensão e transformação dessa realidade, retomando a dimensão histórica e social de um problema, mesmo que, em princípio, ele pareça ser um conjunto de experiências individuais.

A forma como se constrói esse conhecimento tenta su-perar a dicotomia entre a formação baseada no conteúdo, centrada no pa-pel do formador como transmissor de conhecimento (a chamada “escola tradicional”) e a formação centrada no sujeito da aprendizagem, como em uma “esperança passiva e contemplativa do sempre bom conhecimento do povo” (IASI, 2007, p. 158). O sujeito da aprendizagem é aquele que transfor-ma e ao mesmo tempo é transformado pela atividade de aprendizado. Parte de uma experiência individual, fragmentada, para a construção social. Esta construção coletiva do conhecimento leva à percepção de cada um como sujeito da história. Assim, este novo conhecimento que se apresenta na ela-boração da pesquisa visa à transformação da realidade concreta.

Isso significa dizer que a produção da pesquisa parte de questões que se apresentam na realidade imediata, que é produto de toda prática social e histórica, e no processo formativo apropria-se de conceitos

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teóricos, para melhor compreender a realidade. Com esse conhecimen-to mais profundo da realidade e dos conhecimentos teóricos alcançados e construídos no processo educativo, passa-se à ação de transformação da realidade (IASI, 2007, p. 159). Quando afirmamos que a pesquisa visa à transformação da realidade concreta, necessitamos de um maior apro-fundamento, pois a ideia de transformação da realidade pode ser impreci-sa. Devemos ter clareza do real alcance da proposta de transformação que cada pesquisa propõe e esclarecer em qual âmbito de transformação da realidade a pesquisa pretende atuar: grupos e indivíduos, instituições inter-mediárias ou sociedade global (Cf. THIOLLENT, 2005, p. 50). O pesquisador deve apresentar com clareza sua proposta de intervenção na realidade e ser realista na proposição dos seus objetivos, para que na execução da pro-posta, seus resultados possam ser avaliados e analisados no contexto dos desafios colocados à Educação Profissional da Bahia. Além disso, a intenção do pesquisador deve corresponder àquilo que é possível ser transformado.

Neste caso, a ação transformadora está circunscrita a uma questão e/ou problema dos Centros de Educação Profissional da Bahia onde atuam os gestores. Não há uma pretensão imediata de alteração es-trutural da realidade, mas, sim, de contribuir para o aprofundamento das questões e dos desafios relativos à Educação Profissional da Bahia.

Ainda é importante ressaltar que os projetos buscam intervir na realidade na medida em que se propõem à troca de expe-riências para resolução de problemas comuns e questionam o cotidiano, possibilitando, assim, alterações na formulação da política pública.

Diante desta premissa é que a escolha metodológica para o desenvolvimento da pesquisa no curso de pós-graduação é a pes-quisa-ação. A pesquisa-ação é uma forma de pesquisa social que, neste caso, é realizada em associação direta com a ação dos gestores da Educa-ção Profissional da Bahia. Ela é realizada a partir da resolução de proble-mas concretos, com a participação direta dos pesquisadores.

Na pesquisa-ação, o pesquisador desenvolve um papel ativo no processo de investigação de um problema e não limita sua atuação aos aspectos acadêmicos e burocráticos das chamadas pesquisas conven-cionais. O pesquisador da pesquisa-ação pretende desempenhar um papel de interferência na realidade observada (Cf. THIOLLENT, 2005, p.18).

Apesar de a pesquisa-ação estar intrinsecamente vin-culada com a realidade, ela não é um relato de experiência; ela pretende o desenvolvimento de uma análise científica das diferentes formas de ação, contextualizadas na realidade:

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Os aspectos estruturais da realidade social não podem ficar desco-nhecidos, a ação só se manifesta num conjunto de relações sociais estruturalmente determinadas. Para analisar a estrutura social, ou-tros enfoques, de caráter mais abrangente, são necessários (THIOL-LENT, 2005, p. 11).

Nesse sentido, um dos grandes desafios da escolha desta metodologia “consiste em fundamentar a pesquisa-ação dentro de uma perspectiva de investigação científica, concebida de modo aberto e na qual ‘ciência’ não seja sinônimo de ‘positivismo’, ‘funcionalismo’ ou de outros ‘rótulos’” (THIOLLENT, 2005. p. 22).

A pesquisa-ação pretende superar a dicotomia entre a subjetividade do pesquisador e a objetividade da pesquisa e seus resul-tados. A maneira de superar esta dicotomia está no papel da metodologia em relacionar a subjetividade do pesquisador, a partir da sua ação, com o arcabouço teórico produzido socialmente, que permitirá a reflexão elabo-rada do problema em questão.

Dessa maneira, a relação entre conhecimento e ação é o centro nevrálgico da escolha de uma metodologia de pesquisa social voltada para ação coletiva. Isso se reflete na possiblidade de coleta de informações primárias das situações e dos sujeitos envolvidos, na apro-priação de conteúdos teóricos obtidos na relação pesquisador e objeto de pesquisa e no alcance de ações efetivas no campo social pesquisado (Cf. THIOLLENT, 2005, p. 58).

Assim, a utilização da pesquisa-ação pode representar um importante papel no processo formativo dos estudantes. Esta metodo-logia consiste em oferecer para o pesquisador “os meios de se tornarem capazes de responder com maior eficiência aos problemas da situação em que vivem, em particular sob forma de diretrizes de ação transformadora” (THIOLLENT, 2005, p. 10).

O Componente Curricular “Pesquisa Social”

O curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para a Gestão da Educação Profissional da Bahia está estruturado em quatro Unidades Formativas: Trabalho e Edu-cação, Trabalho no Mundo Contemporâneo, Territórios de Identidade e Desenvolvimento e Políticas Públicas e Gestão Participativa da Educação Profissional.

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O módulo de Pesquisa Social, Conhecimento e Ação perpassa todas as unidades formativas que compõem o curso e tem papel fundamental na formação dos estudantes e na construção do projeto de intervenção social.

Este módulo tem como objetivo propiciar aos estudan-tes a compreensão da realidade em conjunto. Trata-se de uma formação continuada que propicia o desenvolvimento de metodologias que sejam socialmente úteis para a realidade do gestor, que o tornem capaz de apri-morar o pensamento teórico científico e cultural, o exercício crítico e a conscientização do seu papel sociopolítico, para realização de uma pesqui-sa que influencie na realidade dos Centros de Educação Profissional.

A Unidade Formativa Pesquisa Social, Conhecimento e Ação foi estruturada em quatro componentes curriculares: Método de Pesquisa Social I, Método de Pesquisa Social II, Produção de Conhecimento e Elaboração de Projeto de Intervenção Social I e Produção de Conheci-mento e Elaboração de Projeto de Intervenção Social II.

O componente curricular Método de Pesquisa So-cial I e II teve como objetivo a introdução às metodologias de pesquisa social e investigação científica. Nestes componentes, foram apresenta-das as diferentes concepções teórico-metodológicas de pesquisa e seu papel sócio-histórico, os tipos de pesquisa, os métodos qualitativos e quantitativos e, fundamentalmente, a pesquisa-ação.

Os temas abordados foram: o processo de produção do conhecimento, o papel do pesquisador, a imaginação sociológica, o método de pesquisa, a pesquisa-ação e os instrumentos de pesquisa. Es-tes temas foram tratados com o estudo de textos teóricos, debate em grupos e aulas dialogadas. Além disso, foram exibidos filmes para discus-são do papel da pesquisa e do pesquisador na construção de um projeto de intervenção social.

O componente curricular Produção de Conhecimento e Elaboração de Projeto de Intervenção Social I e II teve a intenção de construir coletivamente a pesquisa em espaços presenciais de elaboração, discussão e construção do desenvolvimento do projeto de intervenção. Foram realiza-das atividades de formulação do pré-projeto, troca de experiência entre os estudantes, espaço para orientações individuais e estudo individual.

Além disso, foram abordados os aspectos técnicos do desenvolvimento de uma pesquisa. Foram discutidos, por meio de seminá-rios, aulas dialogadas e exercícios práticos, como fazer um resumo; o que é referencial teórico; como organizar as referências bibliográficas; o que é obje-to de pesquisa e quais instrumentos metodológicos servem para a pesquisa.

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O módulo formativo Pesquisa Social, Conhecimento e Ação foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho final elabo-rado pelos estudantes. Ele estabeleceu a relação entre os elementos de pesquisa trazidos da realidade dos gestores e a elaboração individual de cada pesquisa. Isso foi realizado por meio de aulas teóricas, da sistemati-zação coletiva dos temas de pesquisa e da troca de experiência entre os pesquisadores.

Esse módulo formativo foi construído da seguinte forma:

Métodos de Pesquisa Social I Ementa: Introdução às metodologias de pesquisa so-

cial e investigação científica. Diferentes concepções teórico-metodológi-cas de pesquisa e seu papel sócio-histórico. Tipos de pesquisa. Métodos qualitativos e quantitativos.

Conteúdo programático: Apresentação e discussão de diferentes técnicas de pesquisa e seus referenciais teórico-metodológicos, visando o domínio básico necessário para a escolha e realização de uma pes-quisa, análise de dados e elaboração de um trabalho de conclusão de curso.

Métodos de Pesquisa Social IIEmenta: Pesquisa ativa, observação participante e

pesquisa-ação. Escolha de um objeto/tema de pesquisa. Construção de um projeto de pesquisa.

Conteúdo programático: Apresentação de métodos de pesquisa social, visando o domínio básico necessário para a escolha e realização de uma pesquisa, análise de dados e elaboração de um traba-lho de conclusão de curso.

Produção de Conhecimento e Elaboração de Projeto de Intervenção Social I Ementa: elaboração de um Trabalho de Conclusão de

Curso/Projeto de Intervenção Social. Conteúdo Programático: momentos formativos dis-

tribuídos ao longo do curso, que têm como objetivo a formulação de um projeto de pesquisa, a partir da atuação do estudante como gestor ou membro de uma comunidade ou território de identidade. Também está prevista a discussão dos temas de pesquisa escolhidos, com supervisão de professores e especialistas, bem como sessões individuais e coletivas de orientação para o processo de pesquisa e elaboração do trabalho de conclusão de curso.

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Produção de Conhecimento e Elaboração de Projeto de Intervenção Social IIEmenta: apresentação de Projeto de Intervenção Social. Conteúdo Programático: momentos de apresenta-

ção de projeto de intervenção social, com supervisão de professores e especialistas, para o processo de pesquisa e elaboração do trabalho de conclusão de curso.

Bibliografia básicaBARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília, DF: Liber Livro, 2002. 157 p.BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma in-trodução à teoria e aos métodos. Porto, Portugal: Porto, 1994. 335 p.MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R.. Pesquisa social: teoria, métodos e criatividade. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 92p.THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 108 p.

Bibliografia complementarFERNANDES, F. A condição de sociólogo. São Paulo: Hucitec, 1978GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiroperseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.LEFEBVRE, H. Lógica formal lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Bra-sileira, 1979.MILLS, C. W. A imaginação sociológica. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar Edito-res, 1969.THIOLLENT, M. Crítica metodológica, investigação social e enquete operá-ria. São Paulo, SP: Livraria e Editora Polis, 1981.

Ainda durante o desenvolvimento do módulo formati-vo Pesquisa Social, Conhecimento e Ação, foram desenvolvidas as Linhas de Pesquisa. Estas foram o espaço de construção coletiva do conhecimento e de troca de experiências entre os estudantes, a partir dos temas de pesquisa.

Esse instrumento serviu para o aprofundamento teó-rico e a elaboração coletiva dos temas propostos. Neste espaço, também foram realizadas a troca de experiências e a socialização dos problemas comuns aos estudantes em seus locais de trabalho e possibilitada a ela-

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boração coletiva de instrumentos e processos pertinentes à resolução dos problemas a serem enfrentados. Assim, os diferentes objetos de pesquisa foram organizados em duas linhas de pesquisa: Trabalho e Educação e Ges-tão e Desenvolvimento.

Trabalho e Educação:Esta linha abrange estudos e pesquisas na relação tra-

balho e educação no contexto do modo de produção capitalista. Relaciona a educação com o mundo do trabalho a partir da dimensão educativa das ações coletivas e do trabalho presentes nos processos formativos de qua-lificação profissional. Estabelece a dinâmica entre o espaço da formação e das ações coletivas institucionais ou não, na relação com os fundamentos históricos-ontológicos da realidade brasileira.

Gestão e Desenvolvimento: Esta linha trata das concepções de Estado, governos

e gestão pública, a partir das políticas públicas e das relações de traba-lho na abordagem do espaço geográfico, do território e da territoriali-dade. Aborda os conceitos e os modelos de desenvolvimento adotados no Brasil e, em especial, no estado da Bahia, com as unidades de pla-nejamento em Territórios de Identidade na sua relação com a Educação Profissional.

Os estudantes foram divididos nessas duas linhas de pesquisa, a partir do tema proposto em cada um dos pré-projetos. Esse es-paço foi fundamental para consolidação de uma articulação entre os traba-lhos desenvolvidos e para a formulação dos Projetos de Intervenção Social.

As Linhas de Pesquisa e os Projetos de Intervenção Social

O desenvolvimento da pesquisa resultará em um Pro-jeto de Intervenção Social. Este será o trabalho final do curso, produzido individualmente e apresentado para uma banca examinadora.

O Projeto de Intervenção Social terá como metodolo-gia a pesquisa-ação e será desenvolvido a partir de um tema (escolhido pelo estudante), que propõe uma intervenção na realidade da Educação Profissional na Bahia. O objeto de investigação para a elaboração da pes-quisa será identificado na Escola ou no Centro de Educação Profissional. Trata-se de um projeto que possa ser aplicado a partir de um adensamento teórico, uma análise e reflexão crítica sobre o tema.

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O projeto, como proposto, deve ser compreendido e desenvolvido como ação conjunta, partilhada entre o pesquisador e os Centros de Educação Profissional da Bahia.

Nesse princípio, os Centros/Escolas são constituídos como referência de estudo para análise do tema escolhido, tanto pelo envolvimento do pesquisador na solução de problemas locais, quanto pela oportunidade de debater e propor resoluções coletivas para a polí-tica de Educação Profissional da Bahia.

Para tanto, o Projeto de Intervenção Social não deve ser uma elaboração solitária para, posteriormente, ser executado por ou-tras pessoas. Trata-se de um projeto em que o pesquisador tem presença efetiva na ação e está implicado no problema proposto como alvo de in-tervenção. O pesquisador desempenha um papel ativo na resolução dos problemas identificados, no acompanhamento e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização.

O Projeto de Intervenção Social se caracteriza por uma interação entre os pesquisadores e o objeto/problema identificado na situação social investigada, pelo levantamento de hipóteses de reso-lução desse problema e pelo aprofundamento teórico sobre o tema em questão.

O projeto está intrinsecamente vinculado ao seu ob-jeto/problema desde a sua proposição e também na elaboração e de-senvolvimento da pesquisa. Diante disso, o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para a Gestão da Edu-cação Profissional da Bahia desenvolveu algumas etapas para a constru-ção do projeto de intervenção.

Carta de Intenção de Pesquisa: documento exigido na inscrição do curso. A carta de intenção solicitava: identificação do candidato, motivações (pessoais, sociais e acadêmicas), breve histórico da sua trajetória profissional e relato dos principais desafios encontrados para realização de uma Educação Profissional de qualidade. Nessa carta, já se apresentavam questões e desafios que os estudantes julgavam ser um importante aspecto na atuação na gestão dos Centros de Educação Profissional.

Elaboração do Pré-Projeto: Nessa atividade, solici-tada no componente curricular “Método de Pesquisa I”, os estudantes deveriam escrever um pré-projeto de pesquisa. A intenção era saber o que já conheciam sobre o tema e se tinham clareza do que deveria ser

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pesquisado. A escrita do pré-projeto deveria responder às seguintes questões:

O que vai ser pesquisado? Questão central; Por que vai fazer esta pesquisa? Justificativa; Para que fazer esta pesquisa? Objetivo; Qual técnica será usada, justificar a técnica. Metodologia; Bibliografia já consultada e a ser consultada.

(Re)elaboração do Pré-Projeto: Nessa atividade, solici-tada no componente curricular “Método de Pesquisa II”, os estudantes de-veriam refazer o pré-projeto de pesquisa, respondendo de forma sucinta e objetiva às seguintes questões:

O quê (questão central)- qual é o objetivo Por quê - Justificativa Para que - Objetivo Como - Metodologia

Essa atividade contribuiu para o esclarecimento de problemas identificados na escrita do Pré-Projeto: escolha de um objeto de pesquisa, abrangência do tema proposto, coerência com o referencial bibliográfico, dimensão da ação transformadora, hipóteses levantadas e metodologia que seriam aplicadas. Pelo formato desta atividade de (re)elaboração, os estudantes tiveram que redimensionar sua pesquisa e esta-belecer com mais clareza o que gostariam de pesquisar.

Preparação da Pesquisa Exploratória: atividade solici-tada no componente curricular “Método de Pesquisa II”. Nessa atividade, os estudantes utilizaram a (re)elaboração do pré-projeto para fazer uma proposta de pesquisa exploratória, a partir de uma aula teórica sobre pes-quisa qualitativa. Os instrumentos de uma pesquisa qualitativa foram tra-tados nessa aula: entrevista semiestruturada aberta ou livre, questionário aberto, observação livre ou participante, método clínico de análise de con-teúdo. A partir desses elementos, o estudante deveria apresentar a forma como realizaria a pesquisa exploratória:

quem são e quantas pessoas serão entrevistadas; haverá entrevista aberta ou estruturada; utilizará questionário, aplicar em quem e em quantos; revisão bibliográfica, análise de dados secundários.

Realização da Pesquisa Exploratória: Nessa atividade, os estudantes tiveram um mês para realizar uma pesquisa exploratória.

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A realização de um relatório dessa pesquisa exploratória foi importante para avaliação que instrumentos metodológicos são fundamentais e quais aqueles que não deveriam ser utilizados na pesquisa.

Realização dos resumos de pesquisa: nessa atividade, solicitada no componente curricular “Produção de Conhecimento e Ela-boração de Projeto de Intervenção Social I”, os estudantes elaboraram os resumos de suas pesquisas.

Ao mesmo tempo em que eram desenvolvidas essas atividades de pesquisa na Unidade Formativa Pesquisa Social, Conheci-mento e Ação, foi realizada a orientação individual de cada projeto.

A orientação dos projetos foi feita pelos docentes do curso, de acordo com os temas de cada pesquisa. Os orientadores foram escolhidos pela coordenação do curso, que levou em conta os currícu-los e a atuação acadêmica dos docentes para, então, distribuí-los entre os estudantes. Como critério, foram observadas a proximidade dos do-centes com os temas desenvolvidos e a disposição e disponibilidade dos orientadores.

A orientação individual teve como propósito o acom-panhamento sistemático do desenvolvimento da pesquisa, escolha do re-ferencial bibliográfico, contribuição no desenvolvimento do objeto de pes-quisa, auxílio na proposição do referencial teórico e correção da redação do texto. Na maioria dos casos, esse acompanhamento foi realizado à distân-cia, principalmente por correio eletrônico. Assim, foi fundamental o com-promisso dos estudantes e dos orientadores com a realização da pesquisa.

Na metade do curso, também foi realizada uma ofi-cina de orientandos e orientadores. Nesse encontro, orientadores e orientandos se conheceram e construíram, conjuntamente, o roteiro de orientação. Debateu-se a concepção do Projeto de Intervenção Social, o calendário do desenvolvimento da pesquisa e o formato do trabalho. Em seguida, foi realizada uma apresentação de todos os estudantes, que fizeram um breve resumo oral das pesquisas desenvolvidas. Essa ativida-de possibilitou que os docentes/orientadores tivessem a dimensão do conjunto de temas e trabalhos realizados no curso.

Essa atividade foi essencial para a definição do for-mato dos projetos de intervenção social, das bancas examinadoras e do calendário com prazos comuns de entrega das pesquisas.

O Projeto de Intervenção Social devia apresentar os seguintes tópicos: resumo; introdução; objeto/problema (identificação

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do problema, desenvolvimento do objeto de pesquisa, desenvolvimento teórico do tema proposto); objetivos; metodologia; resultados espera-dos e referências bibliográficas.

Com relação à proposta de defesa e ao formato das bancas, foram estabelecidos os seguintes critérios:

As bancas foram realizadas durante dois dias, de forma simultânea, com o revezamento de docentes.

As defesas dos trabalhos finais foram um importante momento de socialização dos temas e desafios pertinentes à Educação Profissional da Bahia. Os trabalhos dialogaram com a realidade colocada para os gestores dos Centros e Escolas e a totalidade da política de Edu-cação Profissional do estado da Bahia. O conjunto dos trabalhos reflete a fundamental contribuição dos pesquisadores para a consolidação de uma política pública diante da dinâmica da realidade e do mundo do trabalho. Além disso, essa metodologia permitiu a formação destes profissionais, para que possam ter uma compreensão ampliada da Educação Profissio-nal, no que tange aos princípios, diretrizes, legislação e processos de en-sino e aprendizagem, a partir de problemas enfrentados na realidade e, assim, fortalecer a gestão da Educação Profissional do Estado da Bahia.

Isso se reflete na consistente produção de pesquisa rea-lizada no curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Trabalho, Educação e De-senvolvimento para a Gestão da Educação Profissional da Bahia, como pode-mos observar a seguir, com os resumos dos Projetos de Intervenção Social.

Referências bibliográficasCIAVATTA, M. Ensino médio e educação profissional no Brasil: dualidade e fragmentação. Retratos da Escola, v. 5, 2011.IASI, Mauro. Ensaios sobre consciência e emancipação. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2007.MILLS, C. W. A promessa. In: ________. A imaginação sociológica. 4. ed. Rio: Zahar, 1975. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

Resumos dos projetos de intervenção social

NOME: ANETE MAGALHÃES DE OLIVEIRA BORGESORIENTADORA: Leila Damiana Almeida dos Santos SouzaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

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TÍTULO: ETERNO APRENDIZ: NARRATIVAS DE VIDA E FORMAÇÃO DE ATORES SOCIAIS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONALRESUMO: O projeto de intervenção Eterno Aprendiz:

História de vida/formação de atores sociais com deficiência na educação profissional surge inicialmente da minha vivência pessoal e profissional. Será realizado no Cetep Portal do Sertão e apresentará as narrativas dos estudantes com deficiência, como possibilidade de análise sobre a inclusão escolar na educação profissional. Estudantes assim definidos, apesar de ma-triculados, têm sido colocados à parte no dia a dia nas salas de aulas des-tes respectivos Centros. Por dificuldades enfrentadas pelos docentes e pela instituição, percebe-se que eles têm a aprendizagem prejudicada. Assim, a intervenção proposta objetiva investigar os processos constitutivos da apren-dizagem formativa profissional através da vivência dos estudantes com defi-ciência do Centro Territorial Portal do Sertão, para proposição de possíveis intervenções pedagógicas. O referencial teórico envolverá a concepção de educação inclusiva, o contexto das relações entre capital e trabalho, a forma-ção do mundo do trabalho e as transformações ocorridas ao longo do século XX, assim como a correlação desta realidade com a Educação Profissional e a legalidade sobre a inclusão escolar de pessoas com deficiência. A pesquisa fundamentou-se numa abordagem qualitativa com a proposta metodológica da pesquisa-ação, a fim de mostrar que as narrativas desses atores sociais, dos processos formativos na educação profissional assegurarão a interven-ção na proposição de ações diferenciadas que possibilitem efetivamente a inserção dos estudantes no mundo do trabalho.

Palavras-chave: Educação profissional. Narrativas. De-ficiência. Intervenção.

NOME: BIANCA CAROLINE SOUZA DE LIMA BISPOORIENTADOR: José Santana ConceiçãoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: GESTÃO DE ESTÁGIOS DA UFRB: UMA PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃORESUMO: Este trabalho consiste em um projeto de in-

tervenção cujo principal objetivo é propor a reestruturação da gestão dos estágios na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por meio da descentralização desta gestão e de uma reestruturação organizacional para a operacionalização eficaz dos estágios, em conformidade com a Lei 11.788/2008. As instituições públicas de ensino superior (Ipes) estão viven-

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ciando um momento de adaptação, e, para o gerenciamento de tais ativi-dades, com o aumento das demandas estudantis e as exigências propostas pela Lei de Estágio, torna-se necessário que as universidades realizem estu-dos e mudanças na estrutura de gestão para que haja organização e controle dos processos e dos trâmites relacionados ao desenvolvimento dos estágios obrigatórios e não-obrigatórios dos estudantes de cursos de graduação, bem como de estudantes de outras instituições de ensino que realizam estágios na universidade - que, neste âmbito, se caracteriza como instituição conce-dente. Os dados desta pesquisa foram coletados por meio da observação das rotinas administrativas utilizadas na gestão dos estágios em cada centro de ensino da instituição, desde a identificação de campos de estágios, esta-belecimento de convênios até a finalização de tais atividades por parte dos discentes. Espera-se que, com a implantação desta proposta, a UFRB opera-cionalize os estágios de forma eficiente e eficaz e se torne referência nacio-nal na gestão de tais atividades, melhorando os trâmites, utilizando docu-mentos padronizados, socializando informações sobre estágios e ampliando a articulação com outras instituições de ensino e instituições concedentes.

Palavras-chave: Estágio. Operacionalização. Gestão.

NOME: CACILDA SILVA OLIVEIRA CARNEIROORIENTADOR: José Inácio Ferreira JuniorLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: AULAS PRÁTICAS E EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL: FERRAMENTAS PARA MELHORIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MUNDO DO TRABALHORESUMO: O projeto em pauta investiga o andamento

das aulas práticas, problematiza a necessidade da interlocução entre a teo-ria aprendida em sala e sua associação com a ação desses conteúdos para uma melhor articulação da formação profissional. Parte da questão de que a formação técnica do estudante precisa estar atrelada a um bom desem-penho prático no mundo do trabalho e que cabe à escola proporcionar a ele essa experiência primeira. No entanto, não é este cenário que se vê no Ceep-Semiárido. Embora a matriz curricular garanta espaço para estudos orientados e nele inclua a possibilidade de aulas práticas, o Centro ainda não consegue garantir o cumprimento dessa ação. Fomentar esse exer-cício, agregando valores da teoria, ainda está muito distante. Assim, pro-põe-se a possibilidade de reorganização do currículo dos cursos técnicos na modalidade EPI, adequando-o à modalidade de educação em tempo

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integral nas séries iniciais, a fim de garantir que esses saberes realmente intercorram sem prejuízo da teoria oferecida, garantindo-lhes um espaço específico já no currículo de estudo.

Palavras-chave: Aulas práticas. Teoria. Currículo. Edu-cação em tempo integral.

NOME: CÁTIA SILVA DOS SANTOSORIENTADOR: Rodrigo Rosa da SilvaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: BIBLIOTECAS: DIGITALIZAÇÃO E ACESSIBILIDADE PARA AS ALTERNÂNCIASRESUMO: O projeto busca esclarecer a viabilidade da

implantação de novas tecnologias nos serviços da Biblioteca Setorial do Ce-tens na UFRB. A digitalização visará levar o conhecimento ao alcance dos usuários, tendo por base a disseminação da informação, dinamizando estes dados. Com o surgimento das novas tecnologias e da globalização, o homem busca informações de forma dinâmica e ininterrupta com a mesma veloci-dade da luz! As bibliotecas virtuais surgem com a função de complementar e agilizar este processo, adequando-se às necessidades dos novos usuários, integrantes das gerações tecnológicas, e otimizando a prestação de servi-ços. A biblioteca atuará como mediador de conhecimentos, a fim de garantir acessibilidade como uma questão de direitos e atitudes legais do cidadão para uma educação gratuita, proporcionando a dignidade e o crescimento social e intelectual do ser humano. O projeto visa desenvolver um ambiente virtual dinâmico, com aplicações voltadas a proporcionar acessibilidade de informações por meio do ambiente organizacional das bibliotecas.

Palavras-chave: Biblioteca digital. Acessibilidade. Digi-talização. Direito autoral.

NOME: CLAUDEMIR CELSO LIMAORIENTADOR: Tatiana VellosoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: PERSPECTIVAS DE ACESSIBILIDADE E PERMANÊNCIA NOS CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO PARA OS JOVENS E ADULTOS DO CAMPORESUMO: Este projeto de intervenção social visa

estudar as causas que levam estudantes do campo a não manifesta-rem interesse de realizar os cursos oferecidos pelo Centro Estadual de

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Educação Profissional-Águas. Para impulsionar o desenvolvimento so-cioeconômico do território Velho Chico, especialmente na região onde se encontra o Centro Estadual de Educação Profissional Águas, tendo em vista que o conhecimento deveria estar acessível a todos por pos-sibilitar a transformação social. Na sociedade do conhecimento e da informação, é necessário formar cidadãos críticos, com formação téc-nica em nível médio nas comunidades rurais, sendo este um caminho inteligente para o desenvolvimento local. Tal estudo se desenvolveu a partir da pesquisa de campo e bibliográfica. Partindo do pressuposto de que a pedagogia da alternância satisfaz este propósito, será proposto ao Ceep-Águas a criação de turmas visando atender os estudantes re-sidentes no campo. Com o conhecimento adquirido por esses técnicos, deve-se modificar o modo de produção local, criando empreendedores, mudando as técnicas de produção usadas por eles e, por consequência, desenvolvendo as comunidades da zona rural.

Palavras-chave: Projeto. Intervenção. Educação profis-sional. Campo. Acessibilidade.

NOME: CRISPIM NELSON DA SILVAORIENTADOR: Tatiana VellosoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: A EXPERIÊNCIA DO PROEJA CAMPO EM ALTERNÂNCIA: UM PROJETO EM CONSTRUÇÃO NOCONTEXTO DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO SEMIÁRIDO – SÃO DOMINGOS - BAHIARESUMO: O presente trabalho de conclusão do curso

de Especialização em Trabalho, Educação e Desenvolvimento para Gestão da Educação Profissional, promovido pela Universidade do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilida-de Cetens - Feira de Santana (BA), em parceria com DIEESE/SUPROF, teve como objeto e finalidade desenvolver um processo de avaliação institucio-nal, tendo como referência a experiência do Proeja Campo em Alternância: um projeto em construção no contexto do Centro Estadual de Educação Profissional do Semiárido, situado no município de São Domingos - Bahia. Procurou-se descrever e avaliar a trajetória do Centro, os avanços e desa-fios, durante o período de 2009 a 2012. Nesse contexto, o trabalho de con-clusão de curso desenvolvido e os procedimentos metodológicos adotados na perspectiva da metodologia qualitativa da pesquisa-ação possibilitaram

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analisar a proposta experimental defendida como inovadora no contex-to do sistema público de educação, com características diferenciadas em parcerias com entidades e movimentos sociais, que consiste no processo de articulação da educação profissional com a educação básica do campo, integrada ao Ensino Médio para Jovens e Adultos da Agricultura Familiar. Este público, por vários motivos, não teve acesso ao processo de educação na idade regular, sendo contemplados nessa proposta, preferencialmente, jovens, agricultores (as) e lideranças do movimento sindical de diferentes municípios do Estado, oriundos de oito Territórios de Identidade, em que uma das principais características é a diversidade de saberes e experiên-cias, tendo em suas organizações sociais o processo de formação perma-nente e o compromisso de contribuir para inserção social do mundo do trabalho, com desenvolvimento sustentável e solidário da agricultura fami-liar. Desse modo, os possíveis resultados apresentados pelo Trabalho de Projeto de Pesquisa de Conclusão de Curso permitiram identificar várias e diferentes dificuldades durante o processo de formação e realização da experiência. É importante reconhecer que a implementação de um pro-jeto educativo inovador de educação profissional e de educação básica no campo, na perspectiva da formação de jovens e adultos no contexto do sistema regular de ensino público, só conseguiu êxito e avanços sig-nificativos porque pode contar com a participação direta de entidades, movimentos sindical e socais, ONGs, gestores e professores sensíveis e conhecedores da importância e das especificidades do campo. Diante de tudo, muitos limites precisam ser superados para consolidação da educa-ção profissional com foco na lógica e nos princípios da educação do cam-po em defesa da classe trabalhadora, a partir da inovação metodológica, tecnologia e produção científica.

Palavras-chave: Educação profissional. Educação de jovens e adultos. Educação básica do campo.

NOME: DURVAL MACHADO DOS SANTOSORIENTADOR: Eliana Ferreira EliasLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: PLANO DE CAPTAÇÃO DE VAGAS DE ESTÁGIOPARA O CENTRO TERRITORIAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA REGIÃO METROPOLITANA CAMAÇARI - BAHIARESUMO: O presente projeto de intervenção pretende

desenvolver um plano de ação institucional para a melhoria de captação

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de vagas de estágio para os estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional da Região Metropolitana, situado no município de Camaçari - Bahia. O projeto parte do princípio que o estágio oferece aos estudantes, oportunidades de aprendizagem prática, em consonância com os objeti-vos curriculares da educação profissional, que visa promover a articula-ção entre teoria e prática, assim como amplia as perspectivas de futura inserção produtiva no mundo do trabalho. Por outro lado, o plano objetiva ampliar a articulação do Centro com os segmentos do mundo do trabalho, especialmente as empresas ofertantes e potenciais ofertantes de estágio no Território de Identidade da Região Metropolitana de Salvador.

NOME: EDUARDO COSTA FERREIRAORIENTADOR: Eliene Gomes dos AnjosLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: ESTÁGIO: UM MOMENTO DE FORMAÇÃOPROFISSIONAL, SOCIAL E POLÍTICARESUMO: Este trabalho tem o objetivo de propor um

modelo de avaliação do estágio curricular dos alunos do Ceep em Artes e Design, no qual estejam integrados os Princípios Norteadores da Educação Profissional da Bahia e a Portaria nº 5.570/2014, por meio da prática peda-gógica da orientação de estágio. Por ser um momento importante na for-mação do educando, a prática do estágio deve buscar atender aos pressu-postos teóricos que versam sobre a Educação Integral, sem dissociá-los da prática profissional com vistas a formar um trabalhador que compreenda o modo e o processo de produção capitalista. Comparando o que preveem os documentos oficiais da Educação Profissional da Bahia, a Portaria nº 5.570/2014 e os relatórios de estágio dos estudantes, observa-se que tais métodos de avaliação do estágio curricular ainda continuam presos ao tec-nicismo. Espera-se ressignificar este momento da aprendizagem por meio da implantação de um instrumento avaliativo que contemple, além dos aspectos técnicos e formais, também os relacionados à formação social e política do educando, efetivando o estágio como expressão dos Princípios Norteadores da Educação Profissional da Bahia.

Palavras-chave: Estágio curricular. Formação social e política. Instrumento avaliativo.

NOME: ELOISA BOAVENTURA GUIMARÃESORIENTADOR: Tatiana Ribeiro VellosoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

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TÍTULO: RELAÇÃO ENSINO E APRENDIZAGEM: PROMOÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO CENTROTERRITORIAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO SEMIÁRIDO NORDESTE IIRESUMO: As hortas comunitárias agroecológicas consti-

tuem-se no objeto do projeto de intervenção que, por meio de uma aborda-gem qualitativa com enfoque participativo, será implantado nas localidades de origem dos alunos do Curso Técnico em Agroecologia, do Centro Territo-rial de Educação Profissional do Semiárido Nordeste II, uma vez que existe demanda para fortalecimento da agricultura familiar, a partir da temática de segurança e soberania alimentar como estratégia de geração de trabalho e renda. Dessa forma, as hortas comunitárias serão implantadas pelos alunos do curso em Agroecologia, sob coordenação dos técnicos em agropecuária que atuam na Unidade Escolar, com parceria das associações locais. Na opor-tunidade, como não há educação se não considerarmos a realidade intra e extra dos nossos alunos, como existe a falta de alimentos decorrente de secas sazonais, que aumentam significativamente os problemas sociais que impactam a vida desses educandos, com essa tecnologia social pretendemos não só suprir a carência do estágio como promover práticas sustentáveis de produção agrícola e de fortalecimento da agricultura familiar que possibili-tem a geração de renda por meio da comercialização da produção exceden-te, mostrando a possibilidade de sobrevivência na própria comunidade.

Palavras-chave: Agroecologia. Tecnologia social. Segu-rança alimentar.

NOME: ELVIA SAMPAIO E SAMPAIOORIENTADOR: Kleber Peixoto de SouzaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: MELHORIA DO PERCURSO EDUCATIVO DOS ALUNOS DEFICIENTES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONALRESUMO: O presente Projeto de Intervenção Social foi

pensado a partir da inserção de estudantes deficientes nos cursos técnicos do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da In-formação Régis Pacheco, localizado na cidade de Jequié. Percebemos que tais educandos, ao ingressar na educação profissional, sentem grandes di-ficuldades no dia a dia desta formação, o que faz com que eles pensem, em algum momento, em desistir do curso ou até mesmo chegando a desistir. Nessa perspectiva, no intuito de promover a melhoria do percurso edu-

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cativo destes sujeitos, este Projeto busca refletir sobre o trabalho educa-cional prestado aos alunos com deficiência e também identificar as ações desenvolvidas na escola na perspectiva da integração social e profissional desse educando.

Para que este Projeto se efetive, fez-se necessário a realização de entrevistas com dois professores das turmas, cursadas pelos estudantes, a fim de conhecer as dificuldades encontradas para trabalhar com estes alunos, bem como as estratégias adotadas para tentar superar as dificuldades. Foram realizadas também entrevistas com os estudantes deficientes para detectar os principais problemas que encontraram/en-contram no decorrer do curso e o que sugeririam como forma de supe-rá-los. Assim, espera-se fazer um levantamento sobre tecnologias e equi-pamentos disponíveis na escola para atender às expectativas da formação profissional desses educandos, bem como as necessidades de tecnologias e equipamentos que ainda não estão disponíveis, como também socializar os conhecimentos adquiridos junto aos profissionais que trabalham com os alunos deficientes a fim de promover efetivamente uma melhoria no percurso educativo destes.

Palavras-chave: Deficientes. Dificuldades. Formação profissional. Percurso educativo.

NOME: EUNICE MARIA DA SILVAORIENTADOR: Lúcia GarciaLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: UMA PROPOSTA DO CEEP EM RECURSOS NATURAIS DO CENTRO BAIANO PARA INSERÇÃO DOS JOVENS EGRESSOSNO MUNDO DO TRABALHORESUMO: Os egressos da Educação Profissional do

Ceep em Recursos Naturais do Centro Baiano e sua contribuição para a comunidade rural de Xique-Xique. Atuando em um Centro de Educa-ção Profissional que oferece Cursos Técnicos em Agropecuária, Pesca e Agroecologia, localizado no município de Xique-xique, cidade do inte-rior da Bahia e ribeirinha ao São Francisco, com aproximadamente 48 mil habitantes, predominantemente na zona rural, inquieta-me a simultanei-dade entre a problemática de oportunidades de trabalho, sobretudo para a juventude, e a escassa produção agrícola. Com isso, para o abastecimen-to alimentar de nossa população, tem-se recorrido a outros municípios, enquanto nossos jovens emigram em busca de oportunidade de inserção

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produtiva, particularmente quando se qualificam, com a conclusão do en-sino médio regular ou um curso técnico profissionalizante. Esses jovens são forçados a buscar melhores condições de vida em outras localidades, como o Sudeste e outros municípios do nosso estado. Partindo desse pres-suposto, proponho-me a desenvolver um projeto de intervenção social, que possibilite aos produtores rurais do nosso município acompanhamen-to por meio de suporte técnico profissional oferecido pelos egressos dos cursos técnicos do Centro em que atuo. Com isso, seria propiciada a pri-meira inserção desses egressos no mundo do trabalho e seria suprida uma lacuna na estrutura produtiva local. A iniciativa também evitaria a dester-ritorialização dos nossos jovens, pois, diante da falta de perspectiva, eles recorrem ao êxodo ou, quando permanecem no território, se submetem a qualquer outro tipo de atividade, já que não encontram oportunidades de emprego dentro da área de formação.

NOME: EZEQUIAS SILVEIRA DOS SANTOSORIENTADOR: José Inácio Ferreira JuniorLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: FORTALECIMENTO DA GESTÃO ESCOLARDEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO DO CONSELHO ESCOLARRESUMO: A participação dos segmentos sociais

na gestão democrática é uma prática que deve ser estimulada e vi-venciada dentro do espaço escolar, tendo os órgãos colegiados como ferramentas importantes na gestão. Este projeto pretende analisar a colaboração do conselho como instrumento de controle social, fazen-do uma retrospectiva histórica e uma análise crítica da atuação deste órgão no Ceep-Águas, baseado nas dificuldades da pequena atuação e na perspectiva de contribuir para as mudanças necessárias visando a uma participação eficiente do conselho nas questões administrativas, pedagógicas e financeiras do Centro. Para a realização deste estudo, a consulta bibliográfica, a coleta e a análise de dados serão as bases de sustentação da pesquisa. O caderno do conselheiro, o caderno do for-mador, ambos elaborados pelo DIEESE, a Legislação Básica 2010-2011, entre outros, fundamentarão a pesquisa. O instrumento utilizado para a coleta e análise dos dados serão pesquisa e depoimentos dos sujeitos envolvidos no processo.

Palavras-chave: Segmentos sociais. Gestão democráti-ca. Conselhos.

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NOME: GILDETE SODRÉ DE BRITOORIENTADOR: Ana Yara Daina Paulino LopesLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO COMPONENTE CURRICULAR:BIOLOGIA, MEIO AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO, EM RELAÇÃO AO TEMA SAÚDE DO TRABALHADOR NO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL GESTÃO, NEGÓCIO E TURISMO LUISNAVARRO DE BRITTO, SALVADOR-BAHIARESUMO: O trabalho se realiza de forma múltipla e

frequentemente tem uma consequência sobre a saúde dos indivíduos e da coletividade. Ele está intimamente vinculado a cada contexto his-tórico e social, ou seja, depende da forma de organização da socieda-de - dos valores éticos e morais, do governo e suas políticas, do modo de produção material e das relações que se estabelecem entre os tra-balhadores e as estruturas produtivas. O Centro Estadual de Educação Profissional (Ceep), Gestão, Negócios e Turismo Luiz Navarro de Britto, dentro das suas ofertas, desde 2013, oferece os cursos na modalidade EPI, Proeja e Prosub. O currículo foi organizado de modo a garantir o desenvolvimento de competências fixadas pela Lei das Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional/1996, o Decreto no 5.154/2004, Resolução CNE/CEB 04/99 e atualizada pela Resolução CNE/CEB no 01/05, Parecer CNE /CEB 11/2008, Parecer CNE/CEB no 39/2004 e Decreto no 5.840, de 13/2006, e as políticas educacionais vigentes. O conteúdo Saúde do Tra-balhador é contemplado no componente curricular da disciplina: Biolo-gia, Meio Ambiente, Saúde e Segurança no Trabalho. Essa pesquisa tem o propósito de avaliar o tema Saúde do Trabalhador no contexto deste componente, utilizando a análise crítica da ementa curricular e a per-cepção dos educadores na aplicação desse conteúdo, por meio de um questionário semiestruturado. Os resultados possibilitarão a adequação e apropriação do conteúdo Saúde do Trabalhador pelos formadores da Educação Profissional para o desenvolvimento do componente curricu-lar de forma mais relacionada ao conteúdo de cada curso ofertado.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Currículo. Edu-cação profissional.

NOME: GUTEMBERG RIBEIRO VIEIRAORIENTADOR: Rodrigo Rosa da SilvaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

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TÍTULO: TRABALHO DOCENTE: O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONALRESUMO: Este Projeto de Intervenção pretende apre-

sentar situações administrativas e pedagógicas que envolvem as relações de trabalho dos docentes do Centro Estadual de Educação Profissional em Saú-de Adélia Teixeira, localizado em Vitória da Conquista, Sudoeste da Bahia, do Território de Identidade Vitória da Conquista, resultante das diferenças de formação acadêmica desses profissionais da educação e das suas diver-sas formas de contratos de trabalho. Diante dessas delimitações, procura-mos desenvolver nosso trabalho a partir da nossa vivência como regente de classe e, atualmente, com as novas experiências na gestão da Educação Profissional, sustentados pelos trabalhos realizados por alguns estudiosos da questão, dentro dos seguintes parâmetros: primeiro, sabendo da existên-cia de profissionais comprometidos, mas, ao mesmo tempo, limitados em consequência da sua formação. Por um lado, possuem licenciatura, mas não conhecem o campo técnico; e, por outro, têm a formação técnica, mas sem domínio didático-pedagógico. Desta forma, buscamos compreender as difi-culdades resultantes dessa diversidade para elaborarmos propostas e ações efetivas que tragam consistência às práticas. Segundo, diante das formas de contratos de trabalhos atuais, Professor Efetivo (Concurso), Professor Reda (Seleção) e Professor PST (Contrato temporário), vivenciamos situações di-versas que ora beneficiam o andamento das atividades escolares, ora nos trazem empecilhos ao processo ensino-aprendizagem e ao cotidiano escolar. Essas modalidades de contratação de profissionais necessitam de uma ação administrativo-pedagógica que venha equacionar as relações de trabalho que, por mais iguais que pareçam, se distanciam e interferem na auto-esti-ma, na segurança e na satisfação profissional de alguns docentes. Empenha-dos na solução dos problemas observados, procuramos criar mecanismos que proporcionem mudanças e melhorias na Educação Profissional Pública da Bahia, qualificação enriquecedora dos nossos discentes, equilíbrio entre as possíveis distâncias que envolvem os representantes da docência e for-mação eficiente de ambos.

NOME: IRANILDO BEZERRA DA CRUZORIENTADOR: Antônio Almerico Biondi LimaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: ESTÁGIO SOCIAL: UMA PROPOSTA INOVADORA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO ESTADO DA BAHIA

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RESUMO: O presente trabalho busca, em essência, apresentar a importância do estágio nos cursos de formação técnica pro-fissional para os Centros de Educação Profissional no Estado da Bahia, com foco na criação de espaços pedagógicos experimentais para o desenvolvi-mento do estágio social. Mostra a grande dificuldade de encontrar campo de estágio, principalmente em cidade de pequeno e médio porte, para al-guns cursos técnicos, os princípios da nova visão da Educação Profissional implantada no Estado da Bahia, a partir de 2008, que tem o trabalho como princípio educativo e desenvolvimento social. Este trabalho foi desenvolvi-do por meio de pesquisa do tipo bibliográfica sobre estágio, lei de estágio, portarias da SEC/SUPROF e cooperativismo. Criando modelos de implan-tação de cooperativa escolar, como espaço pedagógico experimental, de acordo com as prerrogativas legais. A criação de espaços que simulam uma pequena cooperativa para atender a comunidade com serviços oriundos dos conhecimentos desenvolvidos pelo Centro de Educação Profissional contribuirá para a regulamentação curricular do estágio, além de propor-cionar a intervenção social do Centro de Educação Profissional na comuni-dade e no território de identidade.

Palavras-chave: Educação profissional. Estágio social. Intervenção social.

NOME: IZABEL CRISTINA RIBEIRO DE ANDRADEORIENTADOR: José da Conceição SantanaLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: ESPAÇO FÍSICO DA UNIDADE ESCOLAR PARAA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA O CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM ARTES E DESIGNRESUMO: O presente Projeto de Intervenção Social

aborda a questão da adequação dos espaços físicos da unidade escolar para a educação profissional, tomando como estudo de caso o Centro Es-tadual de Educação Profissional em Artes e Design - Ceep em Artes e De-sign. A fim de ter os objetivos realizados plenamente, é necessário que a unidade escolar, neste caso, os Centros de Educação Profissional e os Centros Territoriais de Educação Profissional, atendam, com referência à construção e adequação dos espaços físicos, a critérios básicos estabeleci-dos para a educação profissional, o que resultará em um melhor aprovei-tamento dos estudos e sucesso na formação dos estudantes. Para o estu-do de caso, foram analisados documentos norteadores para a Educação

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Profissional do Pronatec, do FNDE/Brasil Profissionalizado e da SUPROF/SEC-Bahia; também foram realizadas entrevistas com gestores e técnicos do Ceep em Artes e Design e da SUPROF/SEC-Bahia. Buscou-se, desta for-ma, encontrar alternativas para sanar o problema da falta e inadequação dos espaços físicos para a educação profissional na unidade escolar - Ceep em Artes e Design, localizado em Salvador/BA, o que pode contribuir para o pleno desenvolvimento com qualidade da educação profissional neste Centro.

NOME: JENER FREIREORIENTADOR: Rodrigo Rosa da SilvaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: O QUE FAZER PARA DIMINUIR A DISTÂNCIA ENTRE PROFESSORES E ALUNOS CAUSADA PELA NECESSIDADE DO USO DE NOVAS TECNOLOGIASRESUMO: Para diminuir a distância entre os professores

e alunos, causada pela necessidade do uso das Tecnologias da Informação, será necessário estudar a utilização das diversas tecnologias de informa-ção pelos professores, em sala de aula, como ferramentas de auxílio para uma melhor prática pedagógica e uma aprendizagem mais proveitosa, pois muitos alunos abandonam o curso profissionalizante ao do longo percurso. Parte desse alunado sente-se desmotivada pela metodologia utilizada em sala de aula e/ou pela falta de recursos tecnológicos disponibilizados pela escola. É preciso identificar como os professores administram o uso das tecnologias de Informação em sala de aula e sua repercussão pedagógica. Averiguar a capacitação e aceitação dos professores em relação à utilização das novas tecnologias para fazer uma reflexão sobre a importância da inclu-são tecnológica em sala de aula e adotar mudanças no modo de ensinar, de aprender e de enxergar a formação profissional, despertando, assim, maior interesse e permanência do alunado nos cursos profissionalizantes.

Palavras-chave: Educação. Educação profissional. No-vas tecnologias.

NOME: JOÃO PEREIRA DE MOURAORIENTADOR: Ana Yara Dania Paulino LopesLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO ENTORNO DO CETEP

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MÉDIO RIO DAS CONTAS – IPIAÚ/BARESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal

diagnosticar a situação de extremo risco para cáries, gengivites e perda dental precoce a que estão expostas crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 14 anos da “Comunidade Passa com Jeito”, localizada no entorno do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) Médio Rio das Contas, zona rural de Ipiaú, estado da Bahia. O objetivo é promover e ampliar, por meio de ações educativas, o conhecimento das formas corretas e eficazes de combater e prevenir problemas, num primeiro momento e, por meio de ações curativas, recuperar (restaurar) a saúde bucal do público-alvo, num segundo momento. Por meio da aplicação in loco, no público-alvo, de um questionário com perguntas com respostas fechadas abordando temas relacionados à saúde bucal, como hábitos de higiene oral e alimen-tares, frequência de ingestão de doces e de visitas ao dentista etc. Pode-se constatar a precariedade na higienização, o desconhecimento de medidas preventivas, o elevado ataque de cáries e a perda precoce da dentição permanente. Assim, fazem-se necessárias ações educativas/curativas, em saúde bucal, visando à reversão do quadro, na busca de uma melhoria da qualidade de vida da população local, bem como proporcionar e facilitar a interação social professor/aluno (estudantes do Curso Técnico em Saúde Bucal -TSB, do Cetep Médio Rio das Contas) com o público que será o su-jeito dessa intervenção.

Palavras-chave: Índice CPO-D. TSB. Cárie dentária. Den-tição decídua. Doença periodontal.

NOME: JOSÉ JORGE DO VALE MEDEIROSORIENTADOR: Kleber Peixoto de SouzaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: BANCA MOODLE: UMA FERRAMENTA PARA INCLUSÃO SOCIALRESUMO: Este Projeto de Intervenção Social, Banca

Moodle: Uma Ferramenta Para Inclusão Social, visa ao nivelamento, por cima, nas disciplinas da Base Nacional Comum - BNC, em especial em Lín-gua Portuguesa e Matemática, dos alunos que entram na Educação Profis-sional. O reforço se dará por meio de um ambiente virtual de aprendiza-gem, especificamente a plataforma Moodle, que poderá ser acessada nos Laboratórios de Informática do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira (Ceepamev), no contraturno de aula, para os alunos que não possuam nenhuma forma de

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acesso à internet.Palavras-chave: Ambiente virtual. Autoestima. Inclu-

são social. Metacognição. Reforço escolar.

NOME: JOSÉ MORGADO NETOORIENTADOR: Pedro dos Santos Bezerra NetoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: O CURSO DE AGROPECUÁRIA E SUA RELEVÂNCIA PARA O TERRITÓRIO DE IDENTIDADE PIEMONTE NORTE DO ITAPICURURESUMO: O presente projeto de intervenção social tem

como espaço de atuação o território de identidade Piemonte Norte do Itapi-curu. Caracterizado como um território de elevada população rural e agríco-la, é composto por nove municípios: Jaguarari, Andorinha, Antônio Gonçal-ves, Senhor do Bonfim, Campo Formoso, Pindobaçu, Ponto Novo, Filadélfia e Caldeirão Grande. Parte-se da indagação de quais são os determinantes da pequena procura dos jovens do Território de Identidade Piemonte Norte do Itapicuru pelo curso técnico integrado em agropecuária, ofertado no Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte Norte do Itapicuru (Cetep), bem como procura-se compreender, para aqueles que se matriculam, os motivos da elevada evasão. A estratégia de desenvolvimento do projeto en-globará metodologias qualitativas e quantitativas, destacando-se análise de documentos e registros escolares, levantamento de dados secundários, ela-boração e aplicação de questionários, entre outros recursos metodológicos. A intencionalidade principal deste projeto de intervenção social é contribuir para minimizar ou reverter a baixa procura e elevada evasão do curso técni-co em agropecuária, evitando seu fechamento.

Palavras-chave: Território. Educação profissional. Cetep.

NOME: JUDITE SANT’ANNA LIMAORIENTADOR: Ana Yara Dania Paulino LopesLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: INTERAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE ATRAVÉS DA INCLUSÃO DIGITALRESUMO: O presente projeto de intervenção social

visa estabelecer uma relação entre escola e comunidade por meio do uso das novas tecnologias, da inclusão digital. A educação é um proces-so de transmissão e assimilação da cultura produzida historicamente. A

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escola é um dos espaços em que nos humanizamos, tornando possível a formação da nossa natureza social. A Educação Profissional pode per-mitir uma articulação que vise à interação entre escola e comunidade e que estimule o uso das novas tecnologias. A partir da observação das reuniões da Associação de Moradores Boa Esperança, fundada há me-nos de uma década, com sede no bairro da Rodagem, e, analisando o projeto político do Colégio Estadual Rubem Nogueira compartilhada de Educação Profissional, eixo: Comunicação e Formação, que tem o curso Técnico I de Informática, com duração de quatro anos, percebe-se a ausência de ações pedagógicas que aproximem escola e comunidade. Tal constatação fomentou a construção de um projeto de intervenção social na comunidade com ações concretas de desenvolvimento que estimulem o uso das novas tecnologias para promover a reinserção so-ciocultural de jovens e adultos.

Palavras-chave: Comunidade. Interação escola-comu-nidade. Inclusão digital. Educação profissional.

NOME: MARCELLA MARIA LEITE SÁORIENTADOR: Eliene Gomes dos AnjosLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: APLICATIVO PARA BANCO DE CURRÍCULOS DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOSRESUMO: O presente projeto de pesquisa-ação versa

sobre a criação de um aplicativo utilizando software livre para armazena-mento de um banco de currículos contendo dados dos estudantes e egres-sos do Centro Estadual de Educação Profissional em Turismo do Centro Baiano Letice Oliveira Maciel, visando promover maior inserção destes no mundo do trabalho. Pretende fortalecer a Educação Profissional no Territó-rio de Identidade - Chapada Diamantina dentro dos Eixos de Turismo, Hospi-talidade e Lazer e Gestão e Negócios. Os principais embasamentos teóricos para construção desse projeto foram as noções da cultura da mobilidade, por intermédio da qual as distâncias físicas são diminuídas pelas possibilida-des virtuais. Este aplicativo promoverá a integração entre os espaços urba-nos e os espaços virtuais diante da possibilidade de um concedente localizar alunos para realização de estágio e egressos para o preenchimento de vagas de emprego mediante alguns cliques no aparelho celular. Diante desta pers-pectiva, espera-se que os recursos tecnológicos tão presentes na atualidade

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consigam ser elementos de coesão entre trabalho e educação. Palavras-chave: Software livre. Educação profissional.

Estudantes. Egressos.

NOME: MARIA CELESTINA DIAS DA ROCHAORIENTADOR: Eliana Ferreira EliasLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: A IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA CIDADE DE MORRO DO CHAPÉU-BARESUMO: Este Projeto de Intervenção Social é resulta-

do do trabalho de conclusão do Curso de Especialização Lato Sensu em Tra-balho, Educação e Desenvolvimento para a Gestão da Educação Profissio-nal, promovido pela Superintendência de Educação Profissional (SUPROF), por meio da Secretaria de Educação (SEC), em parceria com o Departa-mento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e tem como objetivo promover ações para a transformação do Colégio Estadual Jubilino Cune-gundes, no município de Morro do Chapéu-BA, em Centro Estadual de Educação Profissional. Atualmente o Colégio compartilha a oferta de edu-cação básica propedêutica e profissional, porém, uma consulta inicial à co-munidade escolar, por meio de pesquisa exploratória e reuniões, revelou a pertinência e o interesse da ampliação da oferta de educação profissional no município e, por conseguinte, para todo o Território de Identidade da Chapada Diamantina. Espera-se, assim, contribuir para o atendimento às demandas do mundo do trabalho, principalmente para a população jo-vem, articulando esta oferta às necessidades de desenvolvimento socioe-conômico e ambiental do Território.

Palavras-chave: Território de identidade. Educação pro-fissional. Mundo do trabalho. Gestão participativa - Comunidade escolar

NOME: MARIA DAS GRAÇAS DE MIRANDA DAMIÃOORIENTADOR: Eliene Gomes dos AnjosLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: A INTERFACE DA TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: UM DESAFIO NO CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA DO PROEJA

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RESUMO: Este projeto de intervenção social analisa a dualidade teoria e prática que permeia o processo de ensino e aprendi-zagem no curso de Informática do Programa de Integração de Educação Profissional Técnica de Nível Médio do Ensino Médio (Proeja). O objetivo é fomentar, entre estudantes, professores e coordenadores, momentos de reflexão sobre a práxis educativa no que diz respeito ao manuseio e uso das novas tecnologias, buscando superar a dicotomia entre teoria e prática por meio de um planejamento com todos os atores envolvidos no processo educacional. Para alcançar o proposto neste projeto, iremos uti-lizar a pesquisa-ação, numa perspectiva da problematização da realidade dos professores, estudantes e comunidade. Faremos também um levanta-mento bibliográfico para subsidiar a análise do problema em questão. Será analisado o ementário do curso, especificamente no que diz respeito ao trabalho prático e à práxis pedagógica dos professores. No levantamento das informações empíricas, aplicaremos um questionário com grupos de estudantes e realizaremos entrevistas com os docentes. Sabemos que a experiência prática é fundamental no processo de formação profissional, por isso a educação profissional proposta neste momento histórico busca integrar capacitação técnica exigida pelo mundo do trabalho e a formação cidadã. Neste sentido, a superação da dicotomia teórica e prática favorece a formação humana, histórica, social, cultural, tecnológica, integral e in-clusiva, possibilitando ao estudante tornar-se sujeito protagonista da sua ação e uma práxis educativa mais adequada que, provavelmente, contri-buirá como a permanência dele na escola.

Palavras-chave: Intervenção educativa. Práxis educati-va. Novas tecnologias.

NOME: MARIA GORETE DE MIRANDA ALVESORIENTADOR: Tatiana Ribeiro VellosoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: FORMAÇÃO PROFISSIONAL: PASSAPORTE PARA O MUNDO DO TRABALHO, CIDADANIA E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE XIQUE-XIQUE - BARESUMO: O Município de Xique-Xique, na Bahia, foi

criado em 1932, está localizado no Vale do São Francisco e pertence ao Ter-ritório de Identidade - Irecê, com vegetação caatinga, uma extensiva área e condições climáticas favoráveis para a agricultura familiar e pecuária.

Acreditando que os cursos profissionais podem con-

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tribuir com as condições necessárias para romper o ciclo de desigualdade que aflige nossa sociedade e promover a inclusão dos jovens brasileiros, foi implantado, nesta unidade de ensino, o Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária e Agroecologia, que, além de elevar o grau de esco-laridade e desenvolvimento humano, prepara os jovens para o mundo de trabalho e/ou para ocupações alternativas geradoras de emprego e renda, abrindo um leque de expectativas para a inserção daqueles que almejam se inserir no mundo do trabalho, uma vez que a não inserção des-tes também desestimula e desmotiva o interesse dos discentes em con-cluir os estudos. Diante de tantas inquietações, entende-se que é muito importante trazer para o debate a realidade excludente desses jovens, que lutam por uma vida digna, propondo um projeto de interven-ção que venha a contribuir na construção de uma Cooperativa Solidária no âmbito da agricultura familiar sustentável. A ideia é que seja possível proporcionar aos cooperados igualdade e ajuda mútua para a realização de um bem comum, para que se tornem protagonistas e, ainda, propi-ciando melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho para os associados da cooperativa, tendo como meta a redução da pobreza e o combate à precarização das condições de vida dos cooperados, assu-mindo compromisso com a promoção do desenvolvimento local, inclusão social e produtiva e a redução do nível de desemprego. Sabemos que um dos objetivos da escola é promover atividades que levem a comunidade acadêmica a compreender as mudanças que ocorrem na sociedade ao longo dos tempos. Muitas dessas mudanças vêm contribuindo com a degradação do planeta e o maior agente causador deste processo é o ser humano. Assim, a preocupação com a degradação do planeta ocupa a atenção da sociedade local e mundial e a escola tem como objetivo edu-car para transformar e o papel de formar cidadãos e cidadãs conscientes de seus direitos e deveres para com o meio ambiente.

NOME: MARIA SUELI DE OLIVEIRAORIENTADOR: Rodrigo Rosa da SilvaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: CURRÍCULO INTEGRADO COMO FATOR PRIMORDIAL NA FORMAÇÃO INTEGRAL DA EDUCAÇÃO PROFISSIONALRESUMO: O Decreto 5.154/2004 diz que: o currículo

integrado busca se estruturar em uma base curricular unitária em que es-tejam inseridos o trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia, a mediação

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entre ciência e produção e a pesquisa como princípio educativo. A histó-ria da Educação Profissional foi marcada pela dualidade na formação, pois separava trabalho manual e trabalho intelectual, mas essa história pode e deve ser alterada, pois o currículo traz como base a preparação do cida-dão para uma leitura completa de mundo, integrado-o à sociedade em que está inserido. Acreditamos que devam ser levados em consideração alguns pressupostos para que o ensino integrado tenha resultados relevantes, tais como: ter um projeto social que rompa com a formação para o mercado de trabalho simplesmente e que haja uma efetiva articulação entre instituição, alunos e familiares. Uma formação integral que possibilite uma Educação Unitária, Politécnica e Omnilateral, que visa superar a Dualidade Formação para o Trabalho Manual e Formação para o Trabalho Intelectual, só esta-rá verdadeiramente consolidada quando todos os envolvidos no processo educativo estiverem direcionados pelo currículo integrado. E pensando em nossa realidade, composta por profissionais carentes de formação continua-da e incentivos motivacionais, é que pretendemos, por meio de pesquisa bibliográfica, esclarecer os princípios que norteiam a proposta pedagógica, o currículo integrado e a interdisciplinaridade, traçando um diagnóstico e pro-pondo ações de intervenções que possibilitem maior interação e dinâmica entre currículo e formação integral.

Palavras-chave: Currículo integrado. Formação inte-gral. Proposta pedagógica. Interdisciplinaridade.

NOME: MARILUCE CARDOSO DOS SANTOSORIENTADOR: Tatiana VellosoLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: A JUVENTUDE RURAL NÃO CONSEGUE FIXAR MORADIA NA SUA COMUNIDADE DE ORIGEMRESUMO: O presente projeto de intervenção tem

como finalidade, a partir do conhecimento da realidade dos jovens do in-terior de Uauá, de suas perspectivas e anseios de vida, que tendem por influenciar na fixação de moradia destes em sua comunidade de origem, desenvolver estratégias que revertam ou minimizem essa situação, tais como: ampliação de acesso à Educação Profissional e ao mercado de tra-balho. A necessidade dessa atividade surgiu a partir de uma pesquisa-ação, realizada por meio de entrevista e palestras com jovens e familiares das comunidades estudadas, a fim de que relatassem o seu modo de vida e sua visão de futuro. Percebemos que os jovens querem e têm vontade de morar em sua comunidade, sendo necessário uma intervenção social forte

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e investimento na qualificação profissional, para que eles possam se sentir motivados e conquistar o seu espaço no mundo do trabalho e, assim, de-senvolver seu local de origem e melhorar sua qualidade de vida.

NOME: MOEMA FREITAS DE ALENCAR WANDERLEYORIENTADOR: Rodrigo Rosa da SilvaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: ESTUDO SOBRE A BAIXA DEMANDA PARA OS CURSOS DE AGROECOLOGIA E AGROPECUÁRIA NO COLÉGIO ESTADUAL ERNESTO CARNEIRO RIBEIRORESUMO: O presente estudo busca identificar as pos-

síveis causas determinantes da falta de demanda para os cursos Técnicos - Técnico em Agropecuária na modalidade EPI e Técnico em Agroecolo-gia - Proeja Médio, ofertados pelo Colégio Estadual Ernesto Carneiro Ri-beiro, na cidade de Saúde. A estratégia metodológica se deu através de pesquisa qualitativa e análise de dados dos registros escolares no tocante à evolução do número de matrículas para os referidos cursos no período no período de 2008 a 2014. Foi realizada uma pesquisa com os segmen-tos da comunidade escolar para diagnosticarmos as causas e elaborarmos um Plano de Intervenção que viesse a solucionar o problema. Este Plano consiste em: intensificar a divulgação dos referidos cursos, desenvolver es-paços pedagógicos na escola para facilitar o estágio dos alunos do Proeja, com a criação de hortas orgânicas, pesquisas para a criação de Unidades de Cooperativas e promoção de minicursos para qualificação dos professo-res das disciplinas técnicas.

Palavras-chave: Educação profissional. Demanda. Coo-perativa. Intervenção social.

NOME: RENATA CONCEIÇÃO DOS SANTOSORIENTADOR: Albany Mendonça SilvaLINHA DE PESQUISA: Gestão e Desenvolvimento

TÍTULO: MOBILIDADE INTERNACIONAL DISCENTE NA UFRB: UMA PROPOSTA PARA O RECONHECIMENTO DE ESTUDOS E SABERES TRANSNACIONAISRESUMO: O presente projeto visa promover um pro-

cesso de discussão acerca da internacionalização universitária da UFRB,

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com vistas à elaboração de normativa que assegure o reconhecimento de estudos dos alunos participantes de programas de mobilidade interna-cional no âmbito da graduação na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. Em virtude do considerável aumento do número de discen-tes envolvidos em programas de mobilidade internacional, especialmente em função da implantação do Programa Ciência sem Fronteiras, a partir de 2012, observa-se uma dificuldade na flexibilização dos currículos acadêmi-cos. Nesse contexto, um dos principais desafios tem sido superar a proble-mática do aproveitamento de estudos, que, consequentemente, acarreta um não reconhecimento dessa forma de saber, bem como outras adversi-dades perversas ao graduando. Visando motivar a participação de discen-tes na mobilidade internacional e fortalecer o processo de internacionali-zação da UFRB, com a inserção crítica dos diversos sujeitos que compõem a comunidade acadêmica, pretende-se fomentar o desenvolvimento de uma Resolução do Conselho Acadêmico - Conac, que assegure a plena in-tegralização de estudos dos estudantes que vivenciam o intercâmbio como parte relevante de sua experiência no ensino superior.

Palavras-chave: Internacionalização universitária. Re-conhecimento de estudos. Mobilidade internacional.

NOME: ROSEMAYRE ALVAIA PINHO COSTAORIENTADOR: Antonio Almerico Biondi LimaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: OS SABERES PROFISSIONAIS E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO ESTUDANTE TRABALHADOR DO PROEJA NO CAMPO DAS RELAÇÕES ESCOLARESRESUMO: Entendendo o Proeja como uma das recen-

tes propostas políticas do Brasil para educação de jovens e adultos, cujo objetivo é diminuir a exclusão, a desigualdade e a evasão a partir desta forma de ensino, o referido projeto visa intervir no campo das relações es-colares, tendo como foco os saberes profissionais como condicionantes de representação social do estudante trabalhador, compreendendo o habitus bourdieusiano, ou seja, a incorporação dos determinismos da estrutura social como a elaboração subjetiva mental que os agentes fazem de suas condições materiais de vida. Deste modo, busca-se desvendar as bases re-lacionais como estratégia do jogo social e transformar o trato e acolhimen-to do estudante trabalhador no ambiente escolar, sendo esse o objetivo da intervenção. A reflexão crítica a partir da experiência da autora em gestão

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na educação profissional e contato cotidiano com os estudantes do Proeja, tomando por base o referencial teórico de autores como: Bourdieu (1993), Lima (2006), Moura (2007), Machado (2008), Tardif (2002), Manfredi (2013), Santos (2008), entre outros, seguindo uma orientação metodológi-ca qualitativa, caracterizada como pesquisa-ação e envolvendo a aplicação de questionários, realização de entrevistas e diálogo com bibliografia sobre a temática, descreve o processo da busca por respostas a questionamen-tos sobre essa problemática social e almeja a ação que transforma.

Palavras-chave: Proeja. Saberes Profissionais. Habitus. Representação social.

NOME: RUY JOSÉ BRAGA DUARTEORIENTADOR: Antonio Almerico Biondi LimaLINHA DE PESQUISA: Trabalho e Educação

TÍTULO: A CONCEPÇÃO DE TRABALHO DOS CEEPs DE SALVADOR DO PONTO DE VISTA DA GESTÃO ADMINISTRATIVO FINANCEIRO, PEDAGÓGICO E DO MUNDO DO TRABALHORESUMO: A presente pesquisa busca tratar da con-

cepção de trabalho, visto que o trabalho no modo de produção capita-lista apresenta uma diversidade de elementos que possibilitam ao tra-balhador entender o seu caráter produtivo, sem, contudo, evidenciar o seu processo de submissão do capital. Assim, a educação tem papel im-portante nesse procedimento de desenvolvimento dos parâmetros para a compreensão do conceito de trabalho. Dessa forma, é objetivo princi-pal analisar qual concepção de trabalho a equipe gestora dos Ceeps da Região Metropolitana de Salvador possui, e como objetivos específicos, identificar nas instituições o trato pedagógico do trabalho como princípio educativo; analisar o regimento escolar; investigar o conceito de traba-lho, a equipe gestora. Para isso, tendo em vista o conceito de trabalho que está posto na sociedade, pretendemos responder ao seguinte ques-tionamento: como a equipe gestora dos Ceeps da Região Metropolitana de Salvador compreende o trabalho do ponto de vista administrativo fi-nanceiro, pedagógico e do mundo do trabalho? Trazemos como propos-ta metodológica a dialética, faremos o trânsito por algumas categorias como totalidade, contradição, mundo do trabalho, mercado de trabalho, alienação e ideologia, que entendemos fundamentais para tratar o traba-lho na gestão dos Ceeps da educação profissional na Bahia.

Palavras-chave: Educação profissional. Trabalho. Edu-cação. Gestão.

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SCHAFF, Adam. Pressupostos gnoseológicos. In: ________. História e ver-dade. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 317 p.

DIEESE. Seminário emprego e desemprego: desafios à ação sindical: ca-derno do formador. São Paulo, 2004. (Coleção Seminários de Negociação).

MOOL, Luís. Vigotsky e a educação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA BAHIA. Apresenta noticias sobre eventos e atividades desenvolvidas no ámbito da educação profissional na Bahia. Dis-ponível em: <http://educacaoprofissionaldabahia.blogspot.com>. Acesso em: 16 nov. 2011.

IASI, Mauro. Ensaios sobre consciência e emancipação. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

Referências bibliográficas

TRABALHO, EDUCAÇÃO DESENVOLVIMENTOPARA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

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Metodologia do curso de pós-graduação