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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GEOGRAFIA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA HUMANA DISCIPLINA: GEOGRAFIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROFESSOR: ULISSES FERNANDES ALUNOS: LUIZ MARCELO E THIAGO SILVESTRE A PERIFERIADA REGIÃO METROPOLITANA FLUMINENSE VISTA ATRAVÉS DA ANÁLISE DOS DADOS CENSITÁRIOS DE 2010 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo discutir alguns dados do Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2010. Os dados adquiridos no sítio eletrônico do IBGE são referentes a apenas alguns municípios da região metropolitana fluminense, a saber: Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica. Selecionaram-se para a análise comparativa as seguintes categorias de dados: idade e gênero, renda, estabelecimentos de saúde (SUS), pessoal ocupado total, população residente (homens e mulheres), população residente alfabetizada, valor do rendimento médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar (rural e urbano) e Índice de Desenvolvimento humano Municipal (IDHM). Após a aquisição e organização dos dados, construíram-se gráficos em relação a cada categoria por município. Os gráficos gerados somados à discussão teórica formam o conjunto deste trabalho. Palavras-chave: Geografia da População Região Metropolitana Fluminense Censo 2010.

Trabalho Estado Do RJ - Geo Humana

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Análise sobre a região metropolitana do Rio de Janeiro através de dados censitários do período de 2000 a 2010.

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  • UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    INSTITUTO DE GEOGRAFIA

    DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA HUMANA

    DISCIPLINA: GEOGRAFIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    PROFESSOR: ULISSES FERNANDES

    ALUNOS: LUIZ MARCELO E THIAGO SILVESTRE

    A PERIFERIA DA REGIO METROPOLITANA FLUMINENSE VISTA

    ATRAVS DA ANLISE DOS DADOS CENSITRIOS DE 2010

    RESUMO

    O presente trabalho tem por objetivo discutir alguns dados do Censo

    realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) no ano de

    2010. Os dados adquiridos no stio eletrnico do IBGE so referentes a apenas

    alguns municpios da regio metropolitana fluminense, a saber: Duque de

    Caxias, Niteri, Nova Iguau, So Gonalo, So Joo de Meriti e Seropdica.

    Selecionaram-se para a anlise comparativa as seguintes categorias de dados:

    idade e gnero, renda, estabelecimentos de sade (SUS), pessoal ocupado

    total, populao residente (homens e mulheres), populao residente

    alfabetizada, valor do rendimento mdio mensal dos domiclios particulares

    permanentes com rendimento domiciliar (rural e urbano) e ndice de

    Desenvolvimento humano Municipal (IDHM). Aps a aquisio e organizao

    dos dados, construram-se grficos em relao a cada categoria por municpio.

    Os grficos gerados somados discusso terica formam o conjunto deste

    trabalho.

    Palavras-chave: Geografia da Populao Regio Metropolitana Fluminense

    Censo 2010.

  • LISTA DE GRFICOS

    Duque de Caxias Populao residente masculina (2010)

    Duque de Caxias Populao residente feminina (2010)

    Duque de Caxias Rendimento mensal por habitante (2010)

    Duque de Caxias Estabelecimentos de sade (2010)

    Duque de Caxias Taxa de analfabetismo (2010)

    Duque de Caxias Populao ocupada (2010)

    Niteri - Populao residente masculina (2010)

    Niteri Populao residente feminina (2010)

    Niteri Rendimento mensal por habitante (2010)

    Niteri Estabelecimentos de sade (2010)

    Niteri Taxa de analfabetismo (2010)

    Niteri Populao ocupada (2010)

    Nova Iguau - Populao residente masculina (2010)

    Nova Iguau Populao residente feminina (2010)

    Nova Iguau Rendimento mensal por habitante (2010)

    Nova Iguau Estabelecimentos de sade (2010)

    Nova Iguau Taxa de analfabetismo (2010)

    Nova Iguau Populao ocupada (2010)

    So Gonalo - Populao residente masculina (2010)

    So Gonalo Populao residente feminina (2010)

    So Gonalo Rendimento mensal por habitante (2010)

  • So Gonalo Estabelecimentos de sade (2010)

    So Gonalo Taxa de analfabetismo (2010)

    So Gonalo Populao ocupada (2010)

    So Joo de Meriti - Populao residente masculina (2010)

    So Joo de Meriti Populao residente feminina (2010)

    So Joo de Meriti Rendimento mensal por habitante (2010)

    So Joo de Meriti Estabelecimentos de sade (2010)

    So Joo de Meriti Taxa de analfabetismo (2010)

    So Joo de Meriti Populao ocupada (2010)

    Seropdica - Populao residente masculina (2010)

    Seropdica Populao residente feminina (2010)

    Seropdica Rendimento mensal por habitante (2010)

    Seropdica Estabelecimentos de sade (2010)

    Seropdica Taxa de analfabetismo (2010)

    Seropdica Populao ocupada (2010)

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Estimativa da populao (2010)

    Tabela 2 Rendimento mdio dos domiclios urbanos (2010)

    Tabela 3 Rendimento mdio dos domiclios rurais (2010)

    Tabela 4 ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (2010)

  • Fonte: CORRA, R.L. O espao urbano.

    So Paulo: tica, 1989. p. 41.

    INTRODUO

    A metrpole , notadamente, um espao de centralizao e

    concentrao financeira, industrial, institucional, demogrfica e cultural. Em

    outras palavras, a metrpole o espao onde esto localizadas as principais

    instituies do Estado, assim como universidades, centros de pesquisa e

    desenvolvimento, numerosas empresas de consultoria econmica jurdica e

    tcnica, empresas de publicidade e marketing e poderosos conglomerados

    financeiros com suas prprias redes de agncias e participao acionria em

    diversas empresas (CORRA, 2008: 69).

    A metrpole resultado do processo de

    centralizao, que impulsionado, dentre outros

    fatores, pelo sistema de transporte. Durante o sculo

    XIX, o sistema ferrovirio exerceu influncia

    determinante no desenvolvimento do espao urbano de

    diversas cidades do mundo, principalmente por ser um

    meio de transporte inter-regional. Foi sob a influncia

    da ferrovia que, ao longo do sculo XIX, algumas

    cidades se tornaram grandes centros metropolitanos,

    sendo servidas por numerosas linhas ferrovirias:

    Londres, Paris e Chicago so excelentes exemplos

    (CORRA, 1989: 38).

    No esquema ao lado, realizado pelo gegrafo

    Roberto Lobato Corra, apresenta-se a relao direta

    entre transporte e rea central. Alm disso, percebe-se

    que a rea central possui um ncleo central e uma zona

    perifrica do centro. Neste ltimo, localizam-se os terminais

    ferrovirios responsveis pela projeo e expanso da rea central. Em relao

    ao ncleo central, podemos dizer que sua tendncia a redefinio funcional,

    tornando-se o foco principal das atividades de gesto e de escritrios de

    servios especializados, enquanto o comrcio varejista e certos servios

    encontram-se dispersos pela cidade (Idem: 44).

  • O esquema de Corra (1989) se encaixa perfeitamente no caso da

    expanso das linhas ferrovirias na cidade do Rio de Janeiro na segunda

    metade do sculo XIX. Fruto de investimentos do governo imperial, a ferrovia

    tinha como principal funo escoar a produo de caf. Desta forma, as linhas

    ferrovirias interligavam as reas produtoras de caf localizadas na zona

    periurbana ao porto da cidade, tal como representado no esquema acima de

    Corra.

    Durante o sculo XX, a mesma malha ferroviria que servia cultura do

    caf foi readaptada para o transporte urbano. J no incio deste sculo so

    postos em prtica planos urbansticos sobre a rea central da cidade do Rio de

    Janeiro, norteados por ideias higienistas, sob o governo do prefeito Pereira

    Passos (1903-1905). A Revolta da Vacina (1904) representa a realidade de

    conflitos sociais na capital, sobretudo porque as mesmas ideias higienistas que

    expulsaram a populao pobre da rea central foram as que queriam impor a

    vacinao populao.

  • FAIXA ETRIA, RENDIMENTO E OCUPAO DA POPULAO

    Segundo estudo coordenado por Fausto Brito intitulado A Transio

    Demogrfica e as Polticas Pblicas no Brasil (2007), o Rio de Janeiro o

    estado mais avanado na transio demogrfica, ao passo que o estado que

    tem a menor porcentagem de jovens, um quarto apenas de sua populao

    (BRITO, 2007: 26).

  • A regio metropolitana fluminense possui sete dos dez municpios mais

    populosos do estado a saber, Rio de Janeiro, Nova Iguau, So Gonalo,

    Duque de Caxias, Niteri, So Joo de Meriti e Belford Roxo. Alm de

    corresponder a 74% da populao estadual (MARAFON et al, 2011: 98).

  • TABELA 1 ESTIMATIVA DA POPULAO (2014)

    Duque de Caxias 878.402 habitantes

    Niteri 495.470 habitantes

    Nova Iguau 806.177 habitantes

    So Gonalo 1.031.903 habitantes

    Seropdica 82.090 habitantes

    So Joo de Meriti 460. 711 habitantes

    Fonte: Stio eletrnico do IBGE.

    A partir da tabela acima, torna-se explcito que os municpios de Duque de

    Caxias, Nova Iguau e So Gonalo so os municpios mais populosos,

    enquanto o municpio de Seropdica no tem quase expressividade

    demogrfica. Vale ressaltar que o municpio de So Joo de Meriti o mais

    povoado.

  • Em relao renda dos municpios da anlise, observa-se nos grficos

    acima que a parte majoritria da populao de todos os municpios recebe de

    meio a dois salrios mnimos por ms. Destaca-se a expressividade da classe

    mdia dos municpios de Duque de Caxias e Niteri que possuem,

    respectivamente, 141. 863 (13%) e 93.890 (15%) pessoas com renda entre 3 e

    10 salrios mnimos.

    TABELA 2 RENDIMENTO MDIO DOS DOMICLIOS URBANOS (2010)

    Duque de Caxias R$ 478,20

    Niteri R$ 1.150,00

    Nova Iguau R$ 450,00

    So Gonalo R$ 510,00

    So Joo de Meriti R$ 503,33

    Seropdica R$ 500,00

    Fonte: Stio eletrnico do IBGE, Censo de 2010.

  • TABELA 3 RENDIMENTO MDIO DOS DOMICLIOS RURAIS (2010)

    Duque de Caxias R$ 255,00

    Niteri -

    Nova Iguau R$ 267,78

    So Gonalo R$ 400,00

    So Joo de Meriti R$ 503,33

    Seropdica R$ 408,00

    Fonte: Stio eletrnico do IBGE, Censo de 2010.

    O municpio de Niteri aparece com o maior nmero de domiclios com

    rendimento superior a 30 salrios mnimos, alm de possuir os domiclios com

    maior mdia de rendimento mensal. Destaca-se a desigualdade entre o

    rendimento dos domiclios urbanos e rurais em todos os municpios.

  • A varivel populao ocupada importante apenas para a anlise geral

    da dinmica da economia municipal, uma vez que, em todos os municpios,

    pouco menos da metade da populao ocupada est inserida no mercado

    informal, sendo identificados como profissionais autnomos. Destaca-se a

    desigualdade de gnero na insero da populao no mercado de trabalho,

    evidenciada em todos os municpios.

  • SADE, EDUCAO E NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

    MUNICIPAL (IDHM)

    De acordo com os grficos j apresentados, evidenciou-se que existem

    desigualdades de renda e de insero no mercado de trabalho formal nos

    municpios da anlise. Nesta prxima seo, apresentaremos os nmeros

    relacionados aos servios mais bsicos de reproduo da fora de trabalho: a

    sade e a educao. E, por fim, sintetizando numericamente o desempenho

    destes e de outros servios pblicos prestados populao, apresentaremos o

    ndice de desenvolvimento humano (IDH) de cada municpio.

  • Em primeiro lugar, fica claro a competncia recada sobre o governo

    municipal de escala de ao na rea da sade, sobretudo ao atentarmos para

    o nmero de estabelecimentos de sade pblico municipal, que representa a

    maior esfera pblica de sade em todos os municpios. No entanto, deve-se

    atentar para o nmero de estabelecimentos de sade privado SUS, porque eles

    assumem valores expressivos em todos os municpios e, no municpio de So

    Joo de Meriti, eles ultrapassam o nmero total de estabelecimentos pblicos

    de sade. Demonstrando a necessidade de uma poltica de Estado na rea de

    sade dos municpios da anlise, uma vez que a poltica de convnio com a

    iniciativa privada no vem se mostrando produtiva.

  • A taxa de analfabetismo reverbera a desigualdade existente entre o

    municpio de Niteri e os demais. Duque de Caxias, Nova Iguau e Seropdica

    despontam como os municpios com maior nmero de populao analfabeta,

    mas, proporcionalmente, o municpio de So Joo de Meriti tambm segue

    uma tendncia de analfabetismo alto. Destaca-se tambm a desigualdade de

    gnero no perfil da populao analfabeta em todos os municpios da anlise.

  • TABELA 4 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (2010)

    Duque de Caxias 0,711

    Niteri 0,837

    Nova Iguau 0,713

    So Gonalo 0,739

    So Joo de Meriti 0,719

    Seropdica 0,713

    Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Naes Unidas para o desenvolvimento.

    O ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) segue um

    padro de proporcionalidade em relao s variveis estabelecimentos de

    sade e taxa de analfabetismo. claro que o IDHM resultados do somatrio

    de muitas outras variveis, mas patente a relao direta entre IDH, sade e

    educao.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BRITO, Fausto (coord.). A Transio demogrfica e as polticas pblicas no

    Brasil: crescimento demogrfico, transio da estrutura etria e migraes

    internacionais. Belo Horizonte: CGEE, 2007.

    CORRA, Roberto Lobato. Metrpoles, corporaes e espao: uma introduo

    ao caso brasileiro. In: CASTRO, In Elias de; GOMES, Paulo Csar da Costa;

    CORRA, Roberto Lobato. Brasil: questes atuais da reorganizao do

    territrio. 5 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

    CORRA, Roberto Lobato. O espao urbano. So Paulo: Editora tica, 1989.

    MARAFON, Glucio; RIBEIRO, Miguel Angelo; CORRA, Renata;

    VASCONCELOS, Vincius. Geografia do Estado do Rio de Janeiro: da

    compreenso do passado aos desafios do presente. Rio de Janeiro: Gramma,

    2011.