40

Trabalho Livro

Embed Size (px)

DESCRIPTION

hfdxnjkfxccj n klbklgb knbbvckbncvkl b

Citation preview

Page 1: Trabalho Livro
Page 2: Trabalho Livro
Page 3: Trabalho Livro
Page 4: Trabalho Livro

AQUELA NUVEM E AS OUTRAS Poemas de Eugénio de Andrade Ilustrações de Joana Quental Biblioteca “Tempo dos mais novos” Direção grá�ica por Fábrica Mutante Livro composto em caracteres “Untitled” desenhados por Joana Quental (2005) Copyrigth Quasi Edições AV. Carlos Bacelar 968 – Slas 3A e 4A Apartado 563-4760 Vila Nova de Famalicão Eugénio de Andrade e Joana Quental (2005) 1ª Edição, Junho de 2005 Depósito Legal M-24695-2005 ISBN 989-552-111-1 Impresso na Pentacrom SL [email protected] www.doimpensavel.pt/quasi Tel. +351 252 371 724 Fax +351 252 375 164

Page 5: Trabalho Livro

Aquela nuvem e as outras

poemas de

Eugénio de Andrade

ilustrações de Joana Quental

Page 6: Trabalho Livro
Page 7: Trabalho Livro

Ao Miguel, para quem escrevi estes poemas à medida que foi crescendo.

Page 8: Trabalho Livro

Adivinha Não é galo nem galão, nem padre nem sacristão: é um animal esquisito, entre peru e pavão, tem barbas ruivas de milho, tem olhos de crocodilo, rabo de rato ou de cão, ão ão ão !

Page 9: Trabalho Livro

o gato Onde está o gato? Dentro do sapato? Anda atrás do pato ou caiu do pote? -Anda no jardim à roda do pudim. Dó si dó ré mi.

Page 10: Trabalho Livro
Page 11: Trabalho Livro

-Anda no jardim à roda do pudim.

Page 12: Trabalho Livro

1, 2, 3 Um, dois, três, (quatro, cinco, seis), lá vai outra vez ou só lhe arranhasse o gato maltês a ponta da crista, a correr atrás e talvez nem isso, da franga pedrês, seria só susto, talvez a mordesse ou nem sequer mesmo apenas no pé, foi susto nenhum; o sítio ao certo sete, oito, nove, não sei bem qual é para dez falta um.

Page 13: Trabalho Livro

Verão Caracol, caracol, onde vais com tanto sol? Vou à loja do senhor Adão comprar um girassol; com tanto sol ninguém aguenta o verão. Adeus, adeus, caracol, tens razão, sem guarda-sol ninguém aguenta este sol.

O burro de Loulé Era um burro muito burro, ou melhor, era pateta, pois viera de Loulé, sem ser coxo nem perneta, sempre, sempre sobre um pé.

Page 14: Trabalho Livro
Page 15: Trabalho Livro

Um, dois, três, lá vai outra vez o gato maltês a correr atrás da franga pedrês,

Page 16: Trabalho Livro

O pastor Pastor, pastorinho, onde vais sozinho? Vou àquela serra buscar uma ovelha. Porque vais sozinho, pastor, pastorinho? Nem tenho ninguém que me queria bem. Não tens um amigo? Deixa-me ir contigo.

Page 17: Trabalho Livro

o lagarto

Vejam que janota

o lagarto vem!

Parece um ministro.

Irá Belém?

Vem do costureiro?

Vem de trabalhar?

Que pergunta tola:

vem só de almoçar.

E que bem comeu

o nosso janota!

Quem seria o parvo

que pagou a conta?

Page 18: Trabalho Livro

Pastor, pastorinho, onde vais sozinho? Vou àquela serra buscar uma ovelha.

Page 19: Trabalho Livro

Canção de Leonoreta

Borboleta, borboleta

flor do ar,

onde vais, que não me levas?

Onde vais tu, Leonoreta?

Vou ao rio, e tenho pressa,

não te ponhas no caminho.

Vou ver o jacarandá,

que deve estar florido.

Leonoreta, Leonoreta,

que me não levas contigo …

Page 20: Trabalho Livro

gatos

Gato dos quintais,

gato dos portões,

gato dos quartéis

gato das pensões

Vem da India, da Persia,

de Nieve, Alexandria.

Vêm do lado da noite,

do ouro e rosa do dia.

Gato das duquesas,

gato das meninas,

gato das viúvas,

gato das ruinas.

Gato e gatos e gatos.

Arre, que já estamos fartos!

Page 21: Trabalho Livro

O inverno

Velho, velho, velho.

Chegou o Inverno

Vem de sobretudo,

vem de cachecol,

o chão onde passa

parece um lençol.

Esqueceu as luvas

perto do fogão:

quando as procurou,

roubara-as um cão.

Com medo do frio,

encosta-se a nós:

dai-lhe café quente

senão perde a voz.

Velho, velho, velho.

Chegou o Inverno.

Page 22: Trabalho Livro

canção da joaninha

A Lisboa, vamos a Lisboa.

Joaninha voa, voa

Num cavalo baio

ou num alazão, vamos a Lisboa.

Joaninha voa, voa.

Num cavalo de Alter

ou do Turquestão, vamos a Lisboa.

Joaninha voa, voa.

Num cavalo de pau

ou num garanhão, vamos a Lisboa.

Joaninha voa, voa.

Ah, que bom, que bom, que bom;

voa, voa, vamos a Lisboa.

Page 23: Trabalho Livro

Borboleta, borboleta

flor do ar,

onde vais, que não me levas?

Onde vais tu,

Leonoreta?

Page 24: Trabalho Livro

Num cavalo de pau

ou num garanhão, vamos a Lisboa.

Joaninha voa, voa.

Page 25: Trabalho Livro

A formiga Sete palmos, sete metros, anda a formiga por dia (sete palmos a correr, sete metros devagar) só para lamber o mel que lentamente escorria quer da boca do pão quer dos dedos do Miguel. Andorinha Era uma andorinha branca que me batia à janela e contente anunciava que chegara a primavera, ou era eu que sonhava?

Page 26: Trabalho Livro
Page 27: Trabalho Livro

Andorinha Era uma andorinha branca que me batia à janela e contente anunciava que chegara a primavera, ou era eu que sonhava?

Page 28: Trabalho Livro

Faz de Conta - Faz de conta que sou abelha. - Eu serei a flor mais bela. - Faz de conta que sou cardo. - Eu serei somente orvalho. - Faz de conta que sou potro. - Eu serei sombra em agosto. - Faz de conta que sou choupo. - Eu serei pássaro louco, Pássaro voando e voando Sobre ti vezes sem conta. - Faz de conta, faz de conta.

Page 29: Trabalho Livro

A Rosa e o Mar Eu gostaria ainda de falar da rosa brava e do mar. A rosa é tão delicada, o mar tão impetuoso, que não sei como o chá na casa breve do poema. O melhor é não falar: sorrir-lhes só da janela.

Page 30: Trabalho Livro

Andanças do poeta Pelo céu cor de violeta, que lindo, que lindo vai o poeta. Pôs uma camisa branca e sapatos amarelos, as calças agarradinhas são da feira de Barcelos. Pelo céu vai o poeta. Sobe, sobe de bicicleta.

Page 31: Trabalho Livro
Page 32: Trabalho Livro

Aquela Nuvem - É tão bom ser nuvem, ter um corpo leve e passar, passar. - Leva-me contigo. Quero ver Granada. Quero ver o mar. - Granada é longe, o mar é distante, não podes voar. - Para que te serve ser nuvem, se não me podes levar? - Serve pata te ver. E passar, passar.

Page 33: Trabalho Livro

Pelo céu vai o poeta. Sobe, sobe de bicicleta.

Page 34: Trabalho Livro

Frutos Pêssegos, peras, laranjas, morangos, cerejas, figos maçãs, melão, melancia, ó música de meus sentidos, pura delícia da língua; deixai-me agora falar do fruto que me fascinam, pelo sabor, pela cor, pelo aroma das sílabas: tangerina, tangerina

Page 35: Trabalho Livro
Page 36: Trabalho Livro

Rosa É uma rosa amarela. Uma rosa de verão. Sempre uma rosa em botão estava posta à janela. Quem mora naquela casa certamente que sabia quanto essa rosa em botão, seja branca ou amarela, perfuma todo o verão.

Page 37: Trabalho Livro
Page 38: Trabalho Livro
Page 39: Trabalho Livro

Aquela nuvem e outras

Aquela nuvem e outras

Page 40: Trabalho Livro

Aquela nuvem e outrasAquela nuvem e outrasAquela nuvem e outrasAquela nuvem e outras