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UNINORTE – União Educacional do Norte Curso: Direito ASLAN DIAS DE MENEZES Direito de Família – Aspectos gerais

Trabalho N1 Direito de Família

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Direito de Família

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UNINORTE – União Educacional do NorteCurso: Direito

ASLAN DIAS DE MENEZES

Direito de Família – Aspectos gerais

RIO BRANCO2015

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UNINORTE – União Educacional do NorteCurso: Direito

ASLAN DIAS DE MENEZES

Direito de Família e Sucessão– Aspectos gerais

Trabalho apresentado a Uninorte como parte equivalente a 3 pontos integrante da nota N1 do curso de Direito, disciplina de Direito de Família.

Orientador: Joana M França

RIO BRANCO2015

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................4

2 DIREITO DE FAMÍLIA (CONCEITO E ASPECTOS GERAIS)..........................5

3 FAMÍLIA, CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL...................................................53.1 Conceito de Família no direito brasileiro:..........................................................53.2 Conceito de Casamento e União Estável:.........................................................6

4 SUCESSÕES LEGÍTIMAS................................................................................84.1 Conceito............................................................................................................8

5 HIPÓTESES......................................................................................................95.1 Ordem de Vocação Hereditária.......................................................................10

6 DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS...............................................................11

7 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO...................................................................12

8 CONCLUSÃO..................................................................................................15

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................16

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1 INTRODUÇÃO

Este presente trabalho possui uma finalidade modesta: A de estabelecer um histórico do Direito de Família, apresentando seus conceitos iniciais bem como aspectos históricos e enfatizando o caráter mutacional oriundo deste tema que tanto intervém diretamente bem como rege as relações sociais, mais especificamente naquele que considero o núcleo mais importante e primário de nossa civilização que é o núcleo familiar.

Em seguida abordo um fato jurídico não menos importante dentro direito de família que é a sucessão. Como este fenômeno surge, qual abrangência o que o ordenamento jurídico prevê e quais são os vários casos sucessão bem como os herdeiros. Um tema muito amplo no qual este trabalho pretende apenas expor suas principais características, enfatizando as mudanças já acontecidas desde a promulgação do último Diploma, incidência da sucessão em leis esparsas como também sua relação a nossa carta magna. Claro que o presente não possui a menor pretensão de esgotar este tema, visto a complexidade das relações e eventos novos que surgem e requerem nova regulamentação.

Pretendia-se abordar de forma mais ampla este tema, inclusive com inclusão bem mais intensa de impressões pessoais acerca do mesmo, porém, o tempo escasso e os atuais acontecimentos em nosso estado, mais especificamente na minha vida, como a perda de minha minibiblioteca na alagação, me dificultaram ao maior aprofundamento e inserções de minhas impressões pessoais ao referido tema.

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2 DIREITO DE FAMÍLIA (CONCEITO E ASPECTOS GERAIS)

Direito de família é o conjunto de regras e princípios que disciplinam os direitos pessoais e patrimoniais decorrentes das relações de parentesco; neste sentido, família é uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa toda a organização social. Em qualquer aspecto em que é considerada, aparece a família como uma instituição necessária e sagrada, que vai merecer a mais ampla proteção do Estado.

Assim, segundo a doutrina as leis em geral referem-se à família como um núcleo mais restrito, constituído pelos pais e sua prole, embora esta não seja essencial à sua configuração. Cabe ressaltar que estado de família é a posição jurídica que uma pessoa ocupa em face das entidades familiares das quais participa (é sempre relacional, ou seja, mesmo que alguém não saiba quem é o pai, é sempre certo que é filho de alguém), são três as características do estado de família: indivisibilidade (porque é uno), indisponibilidade (não é passível de renúncia ou alienação) e imprescritibilidade (não se desfaz).

A natureza jurídica das normas de direito de família em sua maioria são do ramo do direito publico; o código civil direito de família no código civil de 2002 trouxe diversas inovações e, atualmente, o direito de família rege-se pelos seguintes princípios: dignidade da pessoa humana (aqui no sentindo de tutelar a dignidade de cada um dos membros da família, em especial no que concerne o desenvolvimento dos filhos), igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros (no que tange aos direitos e deveres, ou seja, visa aplicar as mesmas regras e princípios jurídicos aos sujeitos que se encontram na mesma situação jurídica), igualdade jurídica de todos os filhos (filhos havidos dentro ou fora da relação de casamento possuem os mesmos direitos), liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar (seja pelo casamento ou união estável, o que abrange também o princípio da livre decisão do casal no planejamento familiar), princípio da afetividade ( trata-se de um vínculo de solidariedade entre os membros de uma família).

O legislador brasileiro prevê, os seguintes núcleos familiares (inclusive com diversidade de sexos): casamento, união estável e família monoparental (um dos pais e seus filhos), contudo, em razão principalmente do princípio da afetividade, hoje, encontramos família formadas por casais homoafetivos (inclusive foi aprovado proposta para modificar o código civil, passando a reconhecer a união estável de pessoas do mesmo sexo, o que consequentemente, acarretará no reconhecimento de adoções e o caráter sucessivo envolvendo o tema).

3 FAMÍLIA, CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL

3.1 Conceito de Família no direito brasileiro:

Na definição mais comumente encontrada e aceita é a de que família é uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que

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repousa toda a organização social. Em qualquer aspecto em que é considerada, aparece a família como uma instituição necessária e sagrada, que vai merecer a mais ampla proteção do Estado.

Assim, segundo a doutrina as leis em geral referem-se à família como um núcleo mais restrito, constituído pelos pais e sua prole, embora esta não seja essencial à sua configuração. É a denominada pequena família, porque o grupo é reduzido ao seu núcleo essencial: pai, mãe e filhos, correspondendo ao que os denominavam domus. Trata-se de instituição jurídica e social, resultante de casamento ou união estável, formada por duas pessoas de sexo diferente com a intenção de estabelecerem uma comunhão de vidas e, via de regra, de terem filhos a quem possam transmitir o seu nome e seu patrimônio. 

3.2 Conceito de Casamento e União Estável:

O casamento, como todas as instituições sociais, varia com o tempo e os povos, Washington de Barros Monteiro afirma não existir, provavelmente em todo o direito privado instituto mais discutido, sendo inúmeras as definições apresentadas pelos doutrinadores e legisladores desde a época do direito romano, até os dias de hoje e, sempre, carregadas de tendências filosóficas, religião e valores morais.

Em minha opinião, o casamento é um dos institutos que mais sofreram mudanças nos últimos anos. Fruto de mudanças socioculturais, conquistas de direitos como a emancipação feminina, passando agora pela diversidade de gêneros e orientações sexuais que pretendem estabelecer na pior da hipóteses, direitos civis legais a seus parceiros como a herança, benefícios sociais, de saúde privada e etc. Estas mudanças se refletem no dia-a-dia, nas relações sociais e demonstram como a sociedade forma uma verdadeira “colcha de retalhos” no que se refere a diversidade de manifestação de sentimentos de união e consequentemente constituição de novos núcleos familiares no qual o direito, que nada mais que o reflexo dos anseios da sociedade no qual o mesmo tutela, tende a acompanhar compulsoriamente estas novas realidades sob pena de perder o seu poder de representatividade como também relevância para a sociedade.

No contexto histórico, os romanos da época clássica classificavam a instituição como a “conjunção do homem e da mulher que se unem para toda a vida”, sendo a comunhão do direito divino e do direito romano; já o cristianismo elevou o casamento à dignidade de um sacramento, pelo qual “um homem e uma mulher selam a sua união sob as bênçãos do céu, transformando-se numa só entidade física e espiritual”; o código civil francês, por sua vez, definiu o casamento como “a sociedade do homem e da mulher, que se unem para perpetuar a espécie, para ajudar-se mediante socorros mútuos a carregar o peso da vida, e para compartilhar seu comum destino”.

No Brasil merecem referência as definições de Washington de Barros Monteiro e Pontes de Miranda. Para o primeiro, casamento é “a união permanente entre o homem e a mulher, de acordo com a lei, a fim de se reproduzirem, de se ajudarem mutuamente e de criarem os seus filhos”; ao passo que para o segundo, o casamento “é contrato solene, pelo qual, duas pessoas de sexo diferente e capazes,

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conforme a lei, se unem com o intuito de conviver toda a existência, legalizando por ele, a título de indissolubilidade do vínculo, as suas relações sexuais, estabelecendo para seus bens, à sua escolha ou por imposição legal, um dos regimes regulados pelo Código Civil, e comprometendo-se a criar e a educar a prole que de ambos nascer”, em uma forma mais simples, significa que “casamento é o contrato de direito de família que regula a união entre marido e mulher”.

Assim, a concepção de Pontes de Miranda é a chamada concepção clássica, também chamada de individualista ou contratualista, que segundo seus adeptos se aplica aos casamentos regras comuns a todos os contratos; já a concepção institucionalista, em oposição à teoria contratualista, afirma que o casamento é uma “instituição social”, no sentido de que reflete uma situação jurídica cujos parâmetros se acham preestabelecidos pelo legislador, ou seja, o casamento é a constituição de um conjunto de regras impostas pelo Estado, que forma um todo ao qual as partes têm apenas faculdade de aderir, pois, uma vez dada referida adesão, a vontade dos cônjuges torna-se impotente e os efeitos da instituição produzem-se automaticamente.

Neste passo, surgiu uma terceira corrente, de natureza eclética ou mista, que considera o casamento ato complexo, ao mesmo tempo contrato e instituição, tratando-o como contrato especial, o chamado “contrato de direita família”, com características diversas do disciplinado no direito das obrigações, uma vez que, como afirma Silvio Rodrigues, assume ele “a feição de um ato complexo, de natureza institucional, que depende da manifestação livre da vontade dos nubentes, mas que se completa pela celebração, que é ato privativo de representante do Estado”.

Cabe ressaltar que a realidade social e cultural de hoje em dia diverge quase que na totalidade do que antes era como concebido como “normal”, portanto, muito embora tais definições possuam relevância em certos pontos nos dias atuais, na essência devem sofrem “adequações” que possam compreender e satisfazer os anseios da sociedade atual.

Com relação à união estável, primeiramente deve-se enfatizar que a união prolongada entre homem e mulher, sem casamento, foi chamada durante longo período histórico de concubinato, já o atual conceito de união estável em nosso código civil encontra-se no art. 1723 e estabelece que “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida como o objetivo de constituição de família” e, ainda, na Constituição Federal em seu art. 226, § 3°: “para efeito do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

Uma vez definido o conceito de casamento, união estável e família, passo ao próximo tema que trata diversamente de um momento crucial de qualquer família que é a sucessão.

“Nada dura para sempre” assim também nós, seres humanos temos nosso tempo neste plano terrestre. Independente de qualquer credo, o direito deve abarcar

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este fato jurídico, bem como tutelar a partilha de bens e direitos amealhados pelo falecido durante sua vida.4 SUCESSÕES LEGÍTIMAS

Fundamento Histórico

A sucessão legítima tem suas bases históricas na fusão do Direito Romano e Germânico, onde, no Direito Romano o falecido tinha a absoluta liberdade de testar, já no Germânico o herdeiro tinha direito sobre a herança, ignorando-se o testamento deixado pelo de cujus se versasse de forma diversa da lei.

No Direito Romano a sucessão ou herança abrangia não somente os bens patrimoniais e não patrimoniais, mas também outros valores como o da entidade familiar e o do culto familiar, transmitindo ao herdeiro a responsabilidade total da família. Para entender melhor a sucessão no direito romano se faz necessário verificar o modo como as pessoas eram classificadas e ordenadas para fins de sucessão.

Surge o primeiro modo de classificação chamado de sucessio ordinis que era a ordem ou classe em que a pessoa se encontrava, dividindo-se em três grupos: Os sui heredes (herdeiros de si mesmo), os adgnati proximi (agnados próximos, parentes próximos) ou gentilis.

Logo em seguida aparece a sucessio graduum compreendendo-se na ordem de graus sucessivos entre as pessoas da mesma classe, prosseguindo-se para a lógica de que o doutrinador Irineu de Souza Oliveira em seu livro Programa de Direito Romano traz: “se o de cujus tem um irmão morto, depois deste vem o sobrinho do autor da herança”.

Por ultimo havia a sucessio in locum que ocorria por força de lei e autorizava um descendente (filho) a herdar no lugar de seu ascendente (pai) quando este já fosse morto, como se estivesse representando o pai.

Por isso em nosso direito prevalece a máxima “hereditas nihil aliud est quam sucessio in universum jus, quod defunctus habuit”, ou seja, a herança não é nada mais do que a sucessão dos bens que o falecido tinha; passando-se por força de lei ou por força de testamento.

4.1 Conceito

Sucessões Legítimas nada mais são do que a transmissão dos bens do autor da herança, também chamados de espólio, aos seus sucessores por ausência de testamento, ou por ser este testamento nulo ou caduco. Nas palavras de Francisco Cahali “A sucessão legítima é a transmissão causa mortis deferidas às pessoas indicadas na lei como herdeiros do autor da herança”.

Porém o que é Espólio?

O espólio, proveniente do latim spollium, é o conjunto de bens que integra o patrimônio deixado pelo de cujos, e que serão partilhados, no inventário, entre os

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herdeiros ou legatários. O espólio é representado em juízo, ativa e passivamente, pelo inventariante (Código de Processo Civil brasileiro, art. 12, inciso V), e responde pelas dívidas do de cujus e por todas as decisões condenatórias que tenham por fundamento atos de responsabilidade do falecido.

Podem ser propostas, contra o espólio, todas as ações pertinentes, possessórias, de despejo, de responsabilidade civil, cautelares etc. Pode o inventariante requerer a insolvência do espólio (Código de Processo Civil brasileiro, arts. 753, III, e 991, VIII), sempre que as dívidas excedam o valor dos bens (Código de Processo Civil brasileiro, art. 748 ).

Referências ao espólio no direito brasileiro:

Representação em juízo: art. 12, inciso V e § 1º, do Código de Processo Civil Representação pelo inventariante: art. 12, inciso V e § 1º, e art. 991, inciso I,

do Código de Processo Civil Responsabilidade pelas dividas do falecido: art. 597 do Código de Processo

Civil. "Art 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte na herança que lhe coube."

Réu, competência territorial: art. 96 do Código de Processo Civil Substituição do morto nas ações em que for parte: art. 43 do Código de

Processo Civil

5 HIPÓTESES

Pode ocorrer a sucessão legítima também chamada de sucessio ab intestato em três hipóteses:

A primeira é se o de cujus não deixou nada em testamento, daí que se provém o nome ab intestato que em latim significa sem testamento, indo os bens para os herdeiros mais próximos, seguindo o exemplo dado por Washington de Barros Monteiro ocorrerá nessa ordem, primeiro desce (filhos) depois sobe (pais) e depois se dilata (parentes colaterais), sendo que o de grau mais próximo exclui os demais.

Na segunda ocorre no caso de o testamento perder a eficácia, por exemplo, se o único contemplado falece sem previsão de substituto no testamento, diz-se que caduco é o testamento nesta hipótese.

E terceiro, se as disposições não contemplarem a universalidade do patrimônio do testador, onde os bens não compreendidos no documento serão herdados legitimamente de acordo com o Art. 1788 do Código Civil:

“Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a

herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos

bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a

sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.”

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5.1 Ordem de Vocação Hereditária

É a ordem que a lei determina para que se faça a sucessão colocada da seguinte forma: a) descendente, b)ascendentes, c)cônjuge sobrevivente e d)colaterais, assim serão chamadas as pessoas para suceder o de cujus. Os primeiros afastam os demais, na seguinte ordem.

1. Descendente

Após aberta a sucessão será chamada em primeiro plano os descendentes. Pouco importando a origem da descendência. Poderão os descendentes a suceder:

Por cabeça : Por direito próprio. Por estirpe : Por representação, nos casos de indignidade, deserdação ou pré-

morte.

2.  Ascendente

Na ausência de descendente de qualquer grau, são os ascendentes chamados a suceder.

3. Cônjuge sobrevivente

O cônjuge sobrevivente é um herdeiro necessário, podendo concorrer com os ascendentes ou com os descendentes, desde que não esteja separado judicialmente, ou de fato, há mais de dois anos. No caso de concorrer com os descendentes será observada a forma do art. 1832, combinado com o 1829. Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

No caso de concorrer com ascendentes, Devera ser observado, apenas, o disposto no art. 1837.

“Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao

cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta

se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.”

4. Colaterais

A sucessão dos colaterais vai até o quarto grau. O colateral mais próximo afasta o mais remoto. Essa regra não conflita com o direito de representação. Se concorrerem, na mesma herança, filho de irmãos bilaterais, com filhos de irmãos unilaterais, cabe àqueles o dobro do que couber a estes. Estes são os artigos que os

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Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art.

1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos,

salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos

unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

5. Sucessão pelo estado/DF

Não havendo parentes sucessíveis, ou cônjuge sobrevivente, ou se eles renunciarem à herança, o direito sucessório será transmitido ao Município ou ao Distrito Federal ou à União; na ordem de vocação hereditária o poder público está em último lugar, sendo chamado à sucessão na falta de consorte sobrevivente e de parente sucessível até o quarto grau, desde que haja sentença que declare a vacância dos bens, que só passarão ao seu domínio após 5 anos da abertura da sucessão, porque nesse lapso de tempo o herdeiro pode, ainda, reclamar judicialmente a herança.

A Fazenda Pública não está mais na ordem de vocação. Recebe os bens, na ausência de herdeiros, mas não é herdeira.

Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal.

6 DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS

Herdeiros necessários são todos os que por força de lei recebem um quinhão da herança, ou seja, parte do espólio deve ir para estes herdeiros mesmo que haja expressa vontade contrária do de cujus. O Art. 1845 do nosso Código Civil traz a lume essa relação, conforme segue:

Art. 1845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge sobrevivente (supérstite).

A eles pertence metade dos bens da herança chamada de legítima. São assim chamados porque constituem sucessores obrigatórios, às vezes contra a vontade do de cujus.

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De acordo com o art. 1846, “pertencem aos herdeiros necessários de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima”. Legítima vem a ser a porção de bens que a lei reserva ao herdeiro necessário.

No Art. 1847 elucida-se como se dará esse cálculo.Art. 1847: Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se em seguida o valor dos bens sujeito a colação.

 De acordo com o entendimento da terceira turma, STJ, SP a colação dos bens recebidos em vida pelo de cujos a título de doação é privativo dos herdeiros necessários, conforme segue:

RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DAS SUCESSÕES. PROCESSO DE INVENTÁRIO. DISTINÇÃO ENTRE COLAÇÃO E IMPUTAÇÃO. DIREITO PRIVATIVO DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS. ILEGITIMIDADE DO TESTAMENTEIRO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.785 DO CC/16.Relator(a)Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO (1144).Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA. Data do Julgamento 07/12/2010. Data da Publicação/Fonte DJe 17/12/2010 RSTJ vol. 221 p. 494. REsp 167421 / SP RECURSO ESPECIAL 1998/0018520-8

A porção disponível ou cota disponível, constitui, parte dos bens de que o testador pode dispor livremente, ainda que tenha herdeiros necessários. Não se pode confundir legítima e porção disponível.

Divide-se então o total apurado em duas metades; uma delas corresponderá a legítima e a outra porção disponível. Para calcular a metade disponível, abatem-se do montante as dívidas do de cujos e as despesas do funeral. Isso constitui o passivo da herança.

Todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo herdeiro legítimo é necessário, também designado como legitimário reservatório obrigatório ou forçado.

Existem duas formas pelas quais os herdeiros necessários não herdarão a legítima: deserdação e indignidade, devidamente reconhecido pelo antecessor em vida. O Código Civil não se refere à possibilidade de o cônjuge ser deserdado.

7 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

Wilson Gianulo conceitua Direito de Representação como “a sucessão de direito próprio que se dá diretamente entre o sucedido e o sucessor por representação, onde certa pessoa deveria vir receber sua parte na herança e faleceu precedentemente, deixando herdeiro seu, este virá a receber em seu lugar por representação”.

Essa é a definição legal acostada no artigo 1.851, do Código Civil, ocorrendo tal efeito representativo somente em linha reta descendente e nunca na ascendente, em cumprimento ao disposto do artigo 1.836, § 1°, CC, já que este impõe a exclusão do parente de grau mais remoto em relação ao que estiver em grau mais próximo.

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Na descendência é aplicável a possibilidade de recebimento da herança por cabeça ou por estirpe, o que significa que os que herdarem por cabeça repartem em igualdade de condições, e os descendentes destes, chamados a receber herança por representação aos previamente falecidos, recebem por estirpe se mais de um, mas se apenas um, por cabeça (CC, art. 1.835). Exemplo: filhos, netos, bisnetos etc. O Código Civil em seu artigo 1835 e 1836 elucida claramente, conforme se vê:

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. § 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.

Citando como exemplo, quando o de cujus possuía três filhos; se um deles já faleceu e deixou dois filhos, netos do autor da herança, ocorre a diversidade em graus, e a sucessão será realizada por estirpe. Tal herança será dividida em três quotas iguais: duas serão atribuídas aos filhos vivos e a última será deferida aos dois netos, depois de subdividida em partes iguais.

Considerando o disposto no artigo 227, § 6º, da atual Constituição Federal e no artigo 20 do Estatuto da Criança e do Adolescente, não há distinção entre filhos adotivos e consanguíneos, legítimos e ilegítimos, constantes nos artigos 377 e 1.605, do Código Civil, ou seja, todos herdam em igualdade de condições.

Desta forma, herdarão os representantes tanto quanto herdariam os representados, de forma que se repartem igualmente pelo numero de representantes que existir, conforme rege o Código Civil nacional:

Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.

Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.

Consta no artigo 1.606 do Código Civil que “não havendo herdeiros da classe dos descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes”. Assim sendo, diverso ocorre na sucessão dos descendentes, no caso dos ascendentes não há direito de representação; portanto, o ascendente de grau mais próximo exclui o de grau mais distante, sem distinção de linhas (art. 1.621, CC).

Exceto uma hipótese disposta na lei, na sucessão dos colaterais não há direito de representação. Esse só ocorre em favor de filhos de irmãos, que concorrem com seus tios (art. 1.613, CC). Exemplo: se o de cujus deixou dois irmãos e sobrinhos, filhos de um outro irmão pré-morto, a herança será dividida em três partes: duas partes caberão aos irmãos e uma parte caberá aos sobrinhos, que a dividirão entre si.

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Se o herdeiro de cujus tem ascendentes em igualdade de graus e pluralidade de linhas sucessórias, ou seja, avós maternos e paternos, a herança será dividida pelo meio, cabendo cinquenta por cento aos ascendentes de cada.

O ordenamento diferencia, para efeito de sucessão colateral, o irmão germano (filho da mesma mãe e do mesmo pai) do irmão unilateral (apenas um dos progenitores é o mesmo). Assim sendo, a herança do unilateral é taxada à metade do que couber ao irmão germano.

No caso de tios concorrerem com filhos de irmão unilateral, esses só receberão metade do quinhão que cabe aos tios, pois, por direito de representação, recebem apenas o quinhão que seria do pai.

Quando o falecido deixar apenas quatro sobrinhos, sendo dois filhos de irmãos unilaterais e dois de irmãos germanos, a divisão da herança será feita por seis: atribuem-se duas porções simples para os unilaterais e duas dobradas para os germanos.

Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

  Por fim o fato de ter uma pessoa renunciado ao direito hereditário de um não induz impossibilidade de representação daquele que herdar em relação ao outro.

  Tal situação se dá na seguinte forma: o herdeiro A renuncia ao direito hereditário de advindo, mas poderá representá-lo quando um ascendente houver falecido e deixado ao representado herança que será recebida por seu descendente.

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8 CONCLUSÃO

Com base neste trabalho, o Direito das Sucessões é campo vasto para reflexões quanto segurança do patrimônio de terceiros e aos valores existenciais, vinculados à proteção integral da pessoa humana, posto que quando do acontecimento do óbito perdemos o livre arbítrio, passando, no que tange aos direitos, a dependência de terceiros.

A sucessão legítima deve estar de acordo com o conceito de família, tendo o amparo em igualdade de condições aos componentes da família, na esteira da especial proteção dispensada à mesma pelo Estado, consoante o caput do art. 226 da Constituição Federal de 1.988, sem discriminação em relação aos diferentes tipos de entidades familiares.

Além disso, é necessário repensar o princípio da unidade da sucessão, de forma a estabelecer sucessões especiais fundadas na necessidade de atender exigências específicas de determinados sucessores, tais como o filho órfão portador de deficiência que o impossibilite de efetuar qualquer atividade laboral, necessária para o seu sustento.

É importante que assim como no direito de família em sentido latu, esta parte do direito de família também deve acompanhar as mudanças sociais e as novas constituições familiares, proporcionando a justiça, garantindo a dignidade da pessoa humana bem como outros direitos difusos que, com o passar dos anos e de acordo com modificações de leis existentes como também pela jurisprudência que em seu característico dinamismo se adequa aos anseios de uma sociedade em constante transformação.

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. Porto Alegre: Livraria do

Advogado, 2005.

https://jcmoraes.wordpress.com/2012/05/29/resumo-direito-de-familia-conceito-e-aspectos-gerais/

https://jcmoraes.wordpress.com/page/7/

http://rhenancaldeira.blogspot.com.br/2011/06/trabalho-de-direito-de-familia.html