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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR PRESIDENTE TANCREDO NEVES DIREITO NOTURNO ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL QUINTO CONSTITUCIONAL Carolina Torga Fernanda Drumond Marcus Vinicius Martins Thiago Chaves Victor Zolpis

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR PRESIDENTE TANCREDO NEVES

DIREITO NOTURNO

TICA GERAL E PROFISSIONALQUINTO CONSTITUCIONALCarolina Torga

Fernanda DrumondMarcus Vinicius MartinsThiago Chaves

Victor Zolpis

So Joo Del Rei MG

Outubro - 2013

INTRODUO

Historicamente, o Protesto tem sido um importante fator coadjuvante na preveno de litgios, uma vez que assegura a eficcia e a segurana dos negcios jurdicos e, ainda, levando-se em conta que uma parte considervel dos ttulos paga em cartrio em considervel beneficio para os credores.

Deve-se ressaltar que somente com o Protesto do titulo ou do documento de dvida que se prova a inadimplncia e o descumprimento da obrigao. Sendo o Protesto um ato formal pelo qual se salvaguardam os direitos cambirios, , ele, o regulador da pontualidade dos negcios: serve de prova contra o insolvente, impede maiores prejuzos aos comerciantes e age como uma referncia idnea sobre todo o mercado econmico.

Essa ferramenta social, o Protesto, pode evitar uma ao, aliviando o Judicirio. um meio mais simples, menos oneroso do que a via judicial. Essa implicaria pagamento de custas, taxas e honorrios advocatcios. Com o ato do Protesto, podemos vislumbrar algumas vantagens. Dentre elas: garante o direito de regresso, cria condies para o devedor cumprir extrajudicialmente a obrigao, prova o descumprimento da obrigao cambial, prova a apresentao do tempo devido, prova a falta ou recusa do aceite, pressuposto processual para o pedido de falncia, documento hbil para lanar em lucros e perdas de empresas e causa interruptiva da prescrio.

Por fim, inegvel a fora do Protesto como prova oficial e insubstituvel da falta ou recusa, quer do aceite, quer do pagamento, sendo de suma importncia para o portador do ttulo e para os seus coobrigados de regresso. Sem o Protesto o portador de um ttulo perder os direitos contra os devedores de regresso. No tocante a esses coobrigados, a lei assegura a cada um deles, mediante o Protesto, o meio simples e seguro de exercer seu prprio direito de regresso. Segundo a doutrina tradicional, o Protesto um ato formal com finalidade essencialmente probatria, uma vez que evidencia que o devedor no cumpriu a obrigao constante do ttulo.

CONCEITO

Segundo o Art. 1 da Lei 9.492/97, o protesto o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplncia e o descumprimento de obrigao originada em ttulos e outros documentos de dvida.

O termo descumprimento est vinculando obrigao de fazer ou de no fazer e, quando se refere inadimplncia, se refere obrigao de pagar. Ambos correspondem no-satisfao, pelo obrigado, do modo, do tempo e do lugar pelos quais se comprometeu.

A publicidade do ato de protesto faz com que devedores e co-devedores de um ttulo de crdito sejam cientes da obrigao no cumprida, e das conseqncias que podem advir desta inadimplncia, como, por exemplo, a penhora de bens e a falncia.

O Protesto de Ttulos um instituto muito antigo do Direito Cambial, com origem nos primeiros anos do sculo XIV (h autores que citam o ano de 1305 como o do primeiro protesto). Sua principal finalidade a prova do descumprimento de uma obrigao originada em um titulo (cheque, letra de cmbio, duplicata, nota promissria, etc).

No Brasil, recentemente, o protesto evoluiu para abranger a prova da inadimplncia relativa a documentos de dvida, como as cotas condominiais em atraso, as prestaes de contrato de aluguel ou outros contratos, as sentenas judiciais, a certido da dvida ativa, enfim, qualquer titulo ou documento que represente uma obrigao de pagar que seja certa quanto ao valor, exigvel, pois j ultrapassou a data do pagamento, e lquida, expressa em reais, passvel de protesto, que tambm serve para proporcionar ao devedor a oportunidade de efetuar o pagamento.

Em sntese, o protesto um ato praticado pelo credor, perante o competente notrio, para comprovar, que o indicado para cumprir a obrigao, no o fez.FUNO DE PROVA

O protesto , antes de tudo, prova. Dentro das finalidades legais contidas na legislao que rege os ttulos de crdito, ele prova insubstituvel da apresentao do ttulo ao devedor.

Vale salientar que, no haver prova absoluta e definitiva da inadimplncia pelo ato oficial do protesto, muito menos solene. A prova absoluta da apresentao e no da inadimplncia, que relativa. Sem a prova da apresentao do ttulo ao devedor, no adianta, por exemplo, levas o ttulo a juzo sem a assinatura do sacado e sem a certido do protesto para demonstrar a falta de aceite. preciso, antes, provar que houve a apresentao do ttulo para aceite, o que se faz via certido do protesto cambial. Dessa forma, primeiro o ttulo apresentado ao devedor, direta ou indiretamente, ficando ele intimado e ciente da finalidade da apresentao (pagamento, aceite ou outra qualquer).MODALIDADES DE PROTESTO

Por Falta de Pagamento

o mais comumente utilizado. Basta que o devedor no pague um determinado ttulo at o dia do seu vencimento para que haja ensejo ao protesto por falta de pagamento.Por Falta de AceiteQuando um ttulo no est aceito, poder ser protestado, a fim de que o devedor seja notificado a comparecer em Cartrio para realizar o aceite. Contudo, esse protesto no gera nenhuma obrigao para o sacado, uma vez que, se o ttulo no foi aceito, no se pode considerar como devedor o sacado no-aceitante, razo pela qual seu nome no poder integrar o rol dos inadimplentes (Serasa, SPC, etc). No haver, portanto, publicidade, apenas a notificao do sacado no-aceitante pelo Tabelionato de Protesto.Por Falta de DevoluoRefere-se somente s duplicatas. A duplicata um ttulo causal, ou seja, s poder ser sacada (ter origem) se houver uma razo antecedente uma relao jurdica de compra e venda mercantil ou uma prestao de servios. O sacador d origem duplicata e a envia para o sacado (devedor) aceit-la. Se o sacado no devolver ao sacador a duplicata aceita no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 7 da Lei 5.474/68 (Lei das Duplicatas), poder o sacador protest-la por falta de devoluo. Entretanto, essa no a nica medida eficaz ao cumprimento da obrigao de pagar, uma vez que, ao invs de protestar por falta de devoluo, o sacador poder emitir uma triplicata (segunda via da duplicata) ou emitir uma outra duplicata instruda com a Nota Fiscal que lhe deu origem, juntamente com o comprovante de recebimento da mercadoria ou servio prestado, ou ainda inserir uma declarao no verso do ttulo, dizendo possuir prova da compra, venda e entrega da mercadoria, assumido responsabilidade pela sua apresentao onde e quando exigidos. Por isso, o motivo de protesto por falta de devoluo no muito invocado.

BOLETO BANCRIO E PROTESTOS

O boleto aparece devido informatizao, nada mais que um mero instrumento para facilitar o desenvolvimento rpido das relaes comerciais, onde qualquer instituio financeira poder receber.

O boleto tem que conter uma srie de requisitos em seu corpo, para que possa ser considerado um ttulo de credito. J que no so ttulos de credito no podem ser extrajudicial, no contendo fora executiva, com isso no pode ser levado a protesto, uma vez que no se encontra os requisitos legais previstos no titulo de crdito, dando a presuno de certeza, liquidez e exigibilidade da obrigao.

Por no conter uma rigorosa fiscalizao, vrias empresas tm deixado de emitir duplicatas em suas vendas a prazo, por no precisarem de avalista, com isso as empresas apenas remetem aos bancos uma relao de dados referente duplicata dizendo ter sacado. Como existem bancos interessados, eles mesmos fornecem a impresso dos boletos. Quando ocorre isso a duplicata no passa a existir, apenas uma farsa, e o nico prejudicado ser o terceiro, que no ter a chance de poder aceitar ou deixar de aceitar a duplicata por conta de avaria ou falta de entrega da mercadoria, tambm pelos vcios, defeitos e diferenas na qualidade ou quantidade das mercadorias, divergncias nos prazos e preos. A Lei de Duplicatas nos artigos 6 e 8, asseguram os compradores.

O comprador para tentar entrar com um protesto simples contra o devedor, ter que de algum modo, dentro da lei, provar a remessa da duplicata e sua reteno por parte do devedor, mas fica impossvel de se fazer isso uma vez que no existe uma duplicata dificultando exercer o direito de impugnar o ttulo, pois mesmo que exista a certido do protesto o canhoto comprobatrio da entrega e recebimento da mercadoria no tero efeitos sozinhos j que h uma inexistncia de duplicata.

A emisso de duplicatas, se tratando de vendas a prazo, tem uma importncia fundamental principalmente na circulao do ttulo, pois nunca devera de existir nem to pouco substituda por uma certido de protesto, ao menos que atravs de comprovao onde demonstre que tal duplicata foi remetida e entregue ao comprador, e pelo mesmo no tenha sido devolvida no prazo legal, tendo que comprovar o envio e entrega da mercadoria vendida, ou se for um servio prestado.PROTESTOS ESPECIAISComprovao da data do aceite

Esse protesto busca determinar a data inicial do termo (prazo) de vencimento dos ttulos com vencimento a certo termo de vista.

O Ttulo com vencimento a certo termo de vista deve ser apresentado ao sacado para aceite, pois conta-se o prazo de vencimento a partir da data do aceite dado. Havendo data do aceite s contar o prazo a partir da referida data, existindo aceite, mas no havendo data do aceite e nem protesto entende-se que o prazo ser contado a partir do ltimo dia do prazo para apresentao para aceite ( de um ano a contar da data do ttulo).

Para no haver uma espera muito grande certamente superior ao prazo dado para pagamento do ttulo, a data deve ser lanada no ttulo o mais rapidamente possvel. Por isso a data deve ser lanada de acordo com a realidade, caso contrrio s pelo protesto ser a data fixada.

Esse protesto deve ser evitado, porque no Brasil o protesto cambial reflete diretamente no cadastro de pessoas e os formadores de cadastros no vo distinguir entre o protesto de especial referido e o protesto especial por inadimplemento do devedor.

Ficar anotado um protesto no cadastro da pessoa, que ser comparado a um inadimplente, que na verdade nada deve ainda.

Colocando a data do aceite, evita o caminho do protesto, quando a LUG artigo 35 dispe que o vencimento de uma letra de cmbio com vencimento a certo termo de vista determina-se tambm pela data do protesto preciso que talprotesto j exista o aceite. No havendo o aceite e ocorrendo o protesto por falta de aceite d-se o vencimento extraordinrio ou antecipado.

Nesse caso, havendo protesto por falta de aceite, aplica-se a segunda alnea do Art. 25, o n 1 do artigo 43 da LUG, e bem assim o artigo 19 do decreto 2044 de 1901, dando-se o vencimento extraordinrio do ttulo.Protesto Especial de Cpia do Ttulo

A LUG relativa a letras de cmbio e nota promissria em seu artigo 68, estabelece que uma cpia negociada indicar uma pessoa em cuja posse esteja o ttulo original, o portador deve entreg-lo ao portador da cpia. Havendo recusa em faz-lo, o portador da cpia s pode exercer o seu direito de ao contra as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cpia, depois de ter feito constatar por um protesto que o original no lhe foi entregue a seu pedido.Protesto Especial para fins Falimentares

O inciso I do artigo 94 estabelece que para requerer a falncia do devedor com base na impontualidade, est dever ser comprovada pelo protesto do ttulo no pago, sendo a condio o ttulo no ter sido pago sem relevante razo de direito e o valor no ultrapasse o equivalente a 40 salrios mnimos.

Dbitos de menores valores no se justificam o pedido de falncia nem as despesas com um processo falimentar, o processo deve prosseguir como execuo comum.Protesto Especial do Contrato de Cmbio

O contrato de cmbio desde que protestado por oficial competente para protestos de ttulos , constitui instrumento hbil para requerer a ao executiva.

Trata-se de um protesto especial, sem ele o credor por adiantamento em contrato de cmbio para exportao no poder promover a execuo contra o devedor. Sem o protesto o credor no poder exigir nos casos de falncia do devedor a restituio das importncias em razo do contrato de cmbio.Protesto Especial da conta de Profissional Liberal

Na lei de duplicatas artigo 22, regulou a cobrana de fatura ou conta de profissionais liberais e os que prestam servio de natureza eventual.

O no pagamento da fatura ou conta no prazo nela fixado autorizar o credor a lev-la a protesto, valendo, na ausncia do original, certido do cartrio competente, que o cartrio de ttulos e documentos. O instrumento do protesto elaborado com as cautelas legais descriminando a fatura ou conta original ou a certido do cartrio de Ttulos e Documentos autorizar o ajuizamento do competente processo de execuo na forma prescrita em lei.

EXAME FORMAL DO TTULO E PROCEDIMENTOS PARA O PROTESTO

Estabelece a atual lei reguladora que dever ser analisado no titulo apenas os caracteres formais, s tendo validade se no apresentarem vcios, no cabendo ao oficial investigar a ocorrncia de prescrio ou caducidade. Qualquer irregularidade observada pelo tabelio vai impedir o registro do protesto.

Como no analisada a prescrio ou caducidade, apenas a validade do titulo vrias empresas, por todo o Brasil esto agora adotando a ttica de fazer o protesto de ttulos fora do prazo legal ou j prescritos, prejudicando milhes de brasileiros que sequer sabem que esta prtica totalmente ilegal e, no desespero, acabam fazendo qualquer coisa para pagar a dvida e ter seu nome limpo novamente.

Porm, se houver o protesto aps o prazo de prescrio (neste caso, de 3 anos), o consumidor tem todo o direito de exigir na justia a sua imediata sustao (excluso) e indenizao por danos morais contra quem efetuou o protesto. Aqui devemos abrir um parntese, para dizer que o protesto no se faz contra ningum, o protesto cambial o registro de um fato. Diz-se que o protesto foi tirado contra X.

A intimao do devedor pode ser por qualquer meio, desde que o recebimento fique assegurado e comprovado por protocolo, AR-Aviso de recebimento. E quando no for possvel faz-la, seja porque o destinatrio no foi encontrado na Comarca, ou ningum se disps a receber a intimao no endereo fornecido, faz-se intimao por Edital, publicada pela imprensa local, onde houver jornal de circulao diria. Lembrando ainda que aquele que fornecer endereo incorreto, agindo de m-f, responder por perdas e danos, sem prejuzo de outras sanes como civis, administrativas ou penais, com base no art 15 2 da Lei 9.492/1997.

Feita a intimao, o devedor tem o prazo de trs dias teis, contados da protocolizao do titulo ou documento de dvida, para pagar, cumprir a obrigao ou dizer porque no o faz.

A Constituio em seus arts.170, IX e 179 indica a necessidade de uma poltica que assegure benefcios s pequenas empresas, necessidade de abraar essas pequenas empresas para reduzir a desigualdade entre elas e as demais, trazendo alguns benefcios, como no cobrar certas taxas, etc. Desde que comprovada a situao de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte.

Essa necessidade foi traduzida na Lei Complementar 123/06, denominada Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.OUTRAS CONSIDERAES SOBRE O PROTESTO

Alguns documentos de divida no estabelecem a partir de qual momento se deve contar os juros. Ento pra esses documentos, o registro do protesto o termo inicial para a contagem de juros.

Na lei de falncia que a lei 11101/05 quando um credor quer ajuizar uma ao de falncia com base na impontualidade injustificada, art. 94, I da le11101/05, diz que ser decretada a falncia do devedor que deixar de pagar no vencimento, uma obrigao, essa obrigao tem que ser liquidada tem que ser materializada em titulo executivo s que o artigo deixa bem claro que esse titulo tem que ser protestado. Interessante que a prpria lei de falncia no art. 94 3, diz que temos que fazer o protesto especial pra fins falimentares, um protesto que s admitido quando o devedor pode estar submetido a uma falncia, s cabendo se o devedor do ttulo for um empresrio ou uma sociedade empresria. Mas diz a lei que esse protesto necessrio para se ajuizar uma ao de falncia. Outra finalidade interessante do protesto o endosso pstumo e aquele endosso dado depois do vencimento e depois do protesto ou de expirado o prazo de protesto. Tendo efeito de cesso civil, porque ele foi dado depois do protesto ou de expirado o prazo de protesto.

Evita-se o protesto cambial se o devedor ou interveniente comparece ao cartrio dentro do prazo legal e aceita o ttulo ou paga a divida. Se no ocorrer, conforme o caso, o aceite ou o pagamento, mesmo por interveno, no prazo lega, lavra-se o protesto no livro prprio, que ato que se substancia na transcrio literal do titulo e das declaraes cambiais nele inseridas.

Efetuado o protesto cambial, este prova oficial e insubstituvel da apresentao e da falta ou recusa de aceite ou de pagamento. Ele prova da apresentao do ttulo ao obrigado principal, j que essa apresentao imposio legal. Deve ser feita pessoalmente, de forma direta, na pessoa do obrigado principal ou do sacado, ou indiretamente pela intimao, das mesmas pessoas, do protesto cambial. Por isso, nos casos de ao cambial de regresso, o portador do titulo pode apresent-lo em juzo sem o aceite formal do sacado, tratando-se de letra de cmbio, com a certido do protesto respectivo, j que o que se procura saber se houve ou no apresentao do ttulo ao sacado para aceite, pois s assim haveria prova legtima da falta de aceite do ttulo. A prova da inexistncia do aceite s se faz pela certido do protesto cambial do ttulo, feito em tempo hbil, que corresponde a uma apresentao indireta.

EFEITOS DO PROTESTOSo os seguintes efeitos do protesto: probatrio, coercitivo, constitutivo, pblico e regressivo. Como ato probante ele evidencia a inrcia do devedor, servindo como um meio de prova.Dotado de coero, ele intenta obter a realizao do pagamento mediante a ameaa de falncia do devedor. tambm ato constitutivo por constituir em mora o aceitante e pblico por notificar terceiros e ser produzido em cartrio. E por fim, torna exigvel o exerccio do direito de regresso contra os coobrigados.

O protesto no produz efeito jurdico sobre a pessoa do devedor, mas reflete nele. No h como negar sua influencia no cadastro individual da pessoa do devedor, cujo nome figura no registro de protestos. Assim a pessoa dificilmente consegue comprar a prazo, ajustar uma locao imobiliria ou obter um emprego, tornando difceis seus negcios. O devedor empresrio ou sociedade empresria pode sujeitar-se a uma falncia.

O protesto por falta de aceite ou de pagamento quando no tirado em tempo hbil e de forma regular importa, para o portador, na perda do direito de regresso contra o sacador e endossantes e respectivos avalistas.

O protesto por falta ou recusa de aceite produz o efeito de antecipar o vencimento da letra de cmbio para o dia da efetivao do protesto, podendo o portador, desde logo, exercer seus direitos de regresso contra o sacador, endossantes e respectivos avalistas. Em relao ao sacado que no aceitou o ttulo, nenhum efeito produz o protesto por falta ou recusa do aceite, pois ele no se obrigou. Sua obrigao no ttulo s ocorre com a sua assinatura. Referindo-se s duplicatas, o protesto por falta de aceite provoca tambm a antecipao do vencimento do ttulo e, por conseqncia, autoriza a ao direta contra o comprado e ao de regresso contra os endossantes e avalistas destes.

O protesto por falta de aceite da duplicata autoriza ainda a propositura do pedido de falncia contra o devedor comerciante, com fundamento na sua impontualidade e conseqente presuno de insolvncia. Tambm nesse caso, porque no h o aceite do sacado, ser necessria a juntada da certido do protesto e do comprovante da entrega e recebimento das mercadorias ou servios, completando a presuno legal do aceite.

Isso no ocorre com a letra de cmbio protestada por falta de aceite. O protesto s antecipa o vencimento e permite a ao contra os obrigados de regresso. O sacado, porque no aceitou a letra de cmbio, no tem obrigao alguma no ttulo. Por isso, contra ele no pode haver execuo e, muito menos pedidos de sua falncia sendo ele empresrio ou sociedade empresria.

O protesto do ttulo por falta de pagamento s necessrio quando no ttulo se encontram as figuras do sacador, do endossante ou dos avalistas. Neste caso, deve ser levado a protesto no primeiro dia til aps o vencimento (na duplicata at 30 dias do vencimento), como afirmamos, para que fique assegurada a ao de regresso para propor ao de execuo contra o aceitante da letra de cmbio ou emitente da nota promissria e seus respectivos avalistas, no a necessidade do protesto cambial do ttulo, pois a execuo direta contra eles.

O protesto cambial um direito conferido ao possuidor do ttulo que, para assegurar ao de regresso contra os demais obrigados, pretende requerer a falncia do devedor ou efetuar outra prova prevista em lei. Mas, de um direito que , em muitos casos, passa a consistir em protesto abusivo, como nos casos de boletos sem lastro, sem corresponder a uma real venda de mercadoria ou prestao de servios a prazo. Com essa prtica, as Instituies nem mesmo se preocupam com a obteno do endosso do ttulo, pois ajudam contratos parte e exigem outras garantias para o caso de no recebimento dos boletos. Se no emitida duplicata alguma, se foi emitido apenas border, se no h prova de ter sido a duplicata encaminhada para aceite, no h como falar em reteno ou falta de devoluo.

Deve-se ainda ressaltar queo protesto indevido de ttulo de crdito constitui leso honra, j que acarreta perda de crdito na praa pelo empresrio, ensejando ao de danos morais. SUSTAO DO PROTESTO CAMBIAL

A sustao do protesto cambal a possibilidade de ser o procedimento do protesto paralisado, evitando-se que se efetive, normalmente por relevante razo de direito, na qual se caracteriza principalmente pelopericulum in morae ofumus boni iuris.

A possibilidade de sustao de protesto at a pouco tempo no era concebida em nosso ordenamento jurdico, desta forma o ttulo era protestado e comprovando-se a irregularidade deste, o nico remdio cabvel era uma ao indenizatria que buscava a reparao dos prejuzos e danos sofridos. Atualmente a doutrina e os tribunais passaram a aceitar a sustao do protesto (lei 9492/1997 art. 17), de forma a evitar um desvirtuamento da funo do protesto, que estava sendo utilizado como meio de coao de modo a forar o devedor cambirio a efetuar o pagamento do ttulo para no sofrer os reflexos negativos da efetivao deste, e assim evitar um dano maior.

Atualmente so admitidas e utilizadas as seguintes aes: ao ordinria, ao especial de sustao, medida administrativa ou medida cautelar.

Para a sustao do protesto, necessrio que o juiz liminarmente, determine a suspenso do protesto, a fim de que este no se realize e no fruste a deciso final, se esta for no sentido de impedir o protesto abusivo. O juiz pode determinar ao requerente que preste cauo real ou fidejussria.

Se o interessado na sustao do protesto preferir a ao ordinria de sustao do protesto, esta seguir o rito ordinrio previsto no CPC. Pode o interessado requerer medida preventiva incidente, para que seja suspenso pelo tabelionato o procedimento para o protesto, deferindo ou no o juiz a cauo prvia. A ao ordinria tem a vantagem de impedir que no se discuta mais em outra ao o assunto, j que se prender s razes que levaram o ttulo a protesto. A deciso que acolher o pedido impede, definitivamente, que o protesto se complete, autorizando o levantamento da cauo, caso tenha sido determinada.

A ao especial de sustao s caber no caso de pretender-se a sustao com base no depsito elisivo (dinheiro que se deposita em juzo pelo devedor para mostrar que ele no est falido) do protesto. Nela o depsito prvio elisivo e impede que o protesto se complete. Nesta ao pode discutir qualquer questo relevante que impea o protesto. Se procedente o pedido, autoriza-se o levantamento da importncia depositada pelo autor. Caso contrrio, o levantamento ser deferido ao ru.

A sustao como medida administrativa s ter cabimento se tratar de abuso praticado pelo oficial, como no caso de levar a protesto por falta de pagamento titulo ainda no vencido ou quando tratar de outro papel, no protestvel. Assim tendo o conhecimento da irregularidade e negar-se a sustar o protesto , a medida pode ser requerida administrativamente, reclamando-se ao juiz competente que proferir sentena, que ser transcrita no instrumento.

O caminho normal e natural para sustao do protesto cambial a medida cautelar inonimada, que pode ser preparatria ou incidental. Quando preparatria a medida, a parte interessada dever propor a ao principal no prazo de trinta dias contados da data de efetivao da medida cautelar, sob pena de cessar a eficcia da cautelar.

CANCELAMENTO DO PROTESTO CAMBIAL

Quando no possvel a sustao do protesto, caber o seu cancelamento, nos termos do art. 26 da lei 9.492/97. O cancelamento do protesto de ttulos cambiais poder ocorrer por acordo entre as partes interessadas, via administrativa ou por determinao judicial. O cancelamento ser feito pelo Tabelio, a requerimento dos interessados, mediante apresentao do documento protestado, cuja cpia ficar arquivada no cartrio. Na impossibilidade de apresentao do documento original protestado, ser exigida a declarao de anuncia, com identificao e firma reconhecida daquele que figurou no registro de protesto como credor. Se o cancelamento tiver por fundamento outro motivo que no o pagamento do ttulo ou documento da dvida ser efetivado por deciso judicial.

Cancelado o protesto, as certides no podem informar sobre sua existncia, a no ser mediante requerimento escrito do devedor, ou requisio judicial, sob pena de responder o Tabelio civilmente pelos prejuzos que causar por culpa ou dolo.

DISPENSA DO PROTESTO

Em algumas situaes, o legislador dispensou o protesto, mesmo para assegurar a ao de regresso, mas no o impediu. Desta forma o possuidor do ttulo pode realizar o protesto facultativo, mesmo sabendo que dele no tenha necessidade para acionar o devedor.

Em relao ao cheque, estabelece o 1 do art. 47 da Lei 7.357/85, que a declarao do Banco sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicao do dia da apresentao e comprovando que o cheque foi apresentado em tempo hbil e houve recusa do pagamento, dispensa o protesto e produz os mesmos efeitos deste.

Nos ttulos de crdito industrial, clula de crdito comercial, nota de crdito comercial, cdula de crdito exportao e nota de crdito exportao o protesto cambial no exigido para a garantia do direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

PRAZOS PARA TIRAR O PROTESTO

O protesto obrigatrio ou necessrio (indispensvel para a ao de regresso contra o sacador, endossante e avalistas), deve ele ser tirado nos prazos legais que variam de acordo com o tipo de ttulo de crdito. Com relao s letras de cmbio e as notas promissrias o ttulo deve ser apresentado para protesto no primeiro dia til seguinte ao vencimento, enquanto em relao s duplicatas tal prazo vai at trinta dias aps o vencimento.

O protesto ou as declaraes da recusa do pagamento do cheque devem ocorrer antes da expirao do prazo para a apresentao ao sacado (30 ou 60 dias, conforme o caso). Se essa apresentao der-se no ltimo dia do prazo, o protesto ou as declaraes equivalentes dar-se no primeiro dia til seguinte.

Se o ttulo tiver vencimento em dia certo ou vencimento a certo termo de data, o protesto a ser tirado por falta ou recusa de aceite, parcial ou total, pode ocorrer at o vencimento do ttulo.

Se a cambial tiver vencimento vista, deve ser apresentada ao devedor at um ano de sua data para pagamento, logo o prazo para o protesto vai at um ano da data de emisso do ttulo. Se a cambial tiver vencimento a certo termo de vista, a sua apresentao ao sacado para aceite ou protesto deve ocorrer at um ano de sua emisso.

CONSIDERAES FINAISTtulo de crdito e outros documentos de dvidas so instrumentos literais e autnomos, que representam uma prestao a ser cumprida pelo devedor. Tais documentos possibilitam a gerao de riquezas, com a circulao de crditos e maior alcance das negociaes comerciais. Para sua validade, devem preencher requisitos legais, expressando liquidez e certeza do crdito conferido.

No direito brasileiro, leis especiais regulam os ttulos de crdito, alm de o novo cdigo civil enumerar questes gerais, dentre eles destacam-se a letra de cmbio; a nota promissria; o cheque; a duplicata mercantil e de servio; os ttulos de crdito rurais, como nota promissria rural, duplicata rural, cdula rural pignoratcia, cdula rural hipotecria, cdula rural pignoratcia e hipotecria e nota de crdito rural; os ttulos de crdito industriais, quais sejam cdula de crdito industrial e nota de crdito industrial; as debntures; o warrant; o conhecimento de transportes; as aes; ttulos da dvida pblica; letra imobiliria; cdula hipotecria.

Com objetivo de resguardar as obrigaes, aplicando com celeridade e eficincia as consequncias da mora e da inadimplncia, instituiu-se o procedimento extrajudicial denominado de Protesto Cambial.

O protesto regulamentado pela Lei 9.492, de 10 de setembro de 1997. Define-se como ato formal e solene, praticado por delegado designado pelo poder pblico, o qual confere autenticidade, segurana, publicidade e eficcia aos atos jurdicos.

Apesar de a legislao ser relativamente nova, este procedimento, contudo, antigo. Citado no decreto 2.044, de 31 de dezembro de 1908, nos artigos 28 e seguintes, lei definidora da Letra de cmbio e Nota Promissria, tm funo de manter o direito de regresso contra sacador, endossantes e avalistas do ttulo de crdito. a letra da lei exara que o portador que no tira o instrumento de protesto, em tempo til e forma regular, perde o direito de regresso contra sacador, endossantes e avalistas. Quando do vencimento do ttulo, caso no seja pago, o credor utiliza-se deste mecanismo para garantir que seu crdito possa ser exigido dos demais participantes da obrigao. Outrossim, diante da necessidade de aceite do ttulo pelo devedor, caso este se omita, faz-se o protesto por falta de aceite.

Os artigos 13 e seguintes da Lei 5.474, de 18 de julho de 1968, determinam que a duplicata protestada por falta de aceite, de devoluo ou pagamento, e caso o portador no efetue o protesto perder o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

Desta forma, o legislador, desde a criao dos ttulos de crditos, ressaltou a necessidade de consubstanciar os direitos a eles inerentes, disponibilizando o protesto como forma impeditiva da inadimplncia.

Nada obsta que a parte lesada procure o judicirio para ver seu direito respeitado, com base no princpio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional. Contudo, provar o inadimplemento de uma obrigao cambiria por meio do Juzo contencioso demanda tempo, o que no coaduna com a modernidade dos negcios comerciais, os quais carecem de efeitos instantneos.Ao longo dos anos, as relaes mercantis foram se intensificando e sofrendo mudanas. Apesar de ser o protesto um elemento muito importante para concretizao das obrigaes, o antigo cdigo civil conjugado com o derrogado Cdigo Comercial no previam o protesto cambial como hiptese de interrupo da prescrio. Por conseguinte, o supremo Tribunal Federal, em consonncia aos relativos textos legais, proferiu a Smula 153, orientando os julgamentos no sentido de que o simples protesto cambirio no geraria o direito de resguardo da pretenso por lapso temporal maior. Este perodo foi marco para colocar em dvida a segurana das relaes comerciais e o descrdito com a real justia. isso se deveu, uma vez que dentre os ttulos de crditos mais utilizados destacam-se o cheque e a duplicata mercantil. Ttulos que, apesar da possibilidade de protesto para garantia do direito de regresso, no possuem avalistas e endossantes. Assim, o ndice de inadimplncia aumentou, ficando o credor com crditos a receber, dependente da atuao morosa do Judicirio.

A ao do legislador em realizar adaptaes necessrias manuteno, ao incentivo e confiabilidade das negociaes era iminente.

Diplomas como o novo cdigo civil, a Lei de Protestos e a nova Lei de Falncias surgiram para solucionar desacordos, restaurando a importncia do protesto de ttulos de crditos e documentos de dvidas, reafirmando a necessidade deste ofcio.

Com xito, o novo diploma civil enumerou expressamente, dentre as causas de interrupo da prescrio, o protesto cambial, bem como determinou ser ele ato constituidor do devedor em mora. Desta forma, recuperou-se o objetivo inicial das normas cambiais, determinadas em normas especiais. ademais, restou superada a antiga interpretao pelo Tribunal Supremo.

A Lei de Falncias, igualmente, exigiu o protesto de ttulos no pagos, sem relevante razo de direito, como hiptese de decretao da falncia. Desta forma, o protesto restabelece sua inteno.

Atualmente, este procedimento extrajudicial vem ganhando espao, por coibir efetivamente a inadimplncia e firmar a vontade inicial das partes.

As principais conseqncias so a restrio do nome do devedor nos cadastros de crditos nacionais, impossibilidade de compra a prazo, de transferncia de veculos, de parcelamento de terrenos, impossibilidade de adquirir emprstimos bancrios, de abertura de conta bancria, emisso de cheques, impossibilidade de aprovao em concursos pblicos. Enfim, o devedor fica impossibilitado de realizar novas negociaes antes de arcar com a responsabilidade inicialmente adquirida. Destarte, o credor tem a oportunidade de ver seu crdito assegurado por tempo maior, ao ver interrompida a prescrio, alm de constituir o devedor em mora, presumindo-se fraude contra credores a alienao de seu patrimnio.

Procedimento clere, por autoridade competente, garantidor das negociaes mercantis, o protesto traduz a modernidade e auxilia o crescimento econmico do pas.

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ASCARELLI, Tullio.Teoria Geral dos Ttulos de Crdito. Saraiva, So Paulo, 1969, 2a edio.http://www.mcampos.br/posgraduacao/mestrado/dissertacoes/2011/fernandomoreiradrummondteixeiraprotestoboletobancarioresponsabilidadeinstituicoesfinanceiras.pdf. Acesso em 09/09/13.

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