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Trabalhos Científicos einstein.2007;5(Supl 1):S1-S47 TC-1 A utilização da camomila em afecções de pele Autor: Adriana Araújo Sicoli Co-autor: Mônica Antar Gamba Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/SP CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0259 Introdução: suplementos herbais são produtos obtidos de plantas utilizados no tratamento de diversas enfermidades. A prática da medicina herbária está-se estendendo para a der- matologia e, apesar de a maioria dos casos ainda não possuir estudos científicos comparativos que certifiquem sua eficácia e segurança, tal prática tem sido bem aceita devido aos bene- fícios verificados no tratamento de acnes, queimaduras e feri- das, infecções, entre outros (MOLEZZI; ALBEDAÑO, 2002). Justificativa: a camomila contém colina, cumarinas, glicosíde- os cianogênicos, flavanóides, derivados de salicilato, taninos e óleos voláteis. Dessa forma, tornou-se atraente verificar qual a importância da utilização da camomila no tratamento das afecções de pele. Objetivo: abordar a utilização da camomi- la em afecções de pele, reunindo seletivamente os trabalhos publicados sobre o tema, tendo em vista a elaboração de uma revisão bibliográfica. Metodologia: o estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica sobre o tema. O método de abordagem utilizado para a realização da pesquisa bibliográfica caracte- riza-se como exploratório, por meio de coleta de dados, ou seja, de bibliografias e artigos já publicados, disponíveis nas bi- bliotecas de saúde, acessados por intermédio da Biblioteca da Escola Paulista de Medicina (BIREME). Desenvolvimento: segundo Montanari Jr. (2002), o valor real de uma planta me- dicinal está em seu efeito terapêutico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que planta medicinal é qualquer planta que possua, em um ou em vários de seus órgãos, substâncias usadas com finalidade terapêutica, ou que estas substâncias sejam ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos. Para o tratamento das diversas afecções da pele, em muitos casos estão sendo empregados produtos na- turais, como é o caso da camomila. Conclusão: com a elabo- ração do presente estudo, concluímos que a camomila contém princípios ativos que atuam com eficácia no tratamento das afecções de pele. Esse fato foi comprovado a partir da revi- são de literatura, na qual foram verificados diversos estudos acerca da eficiência dos princípios ativos da camomila no tra- tamento das afecções da pele. Em síntese, podemos afirmar que a camomila tem eficácia comprovada cientificamente no tratamento das afecções de pele. TC-2 Análise microbiológica da infusão do chá de camomila Autor: Andréia Aparecida Moraes Frazilio Co-autor: Mônica Antar Gamba Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233 Introdução: a comercialização de plantas medicinais e fitote- rápicos tem crescido demasiadamente no mundo todo devido a vários fatores, como alto custo dos medicamentos e mesmo pelo modismo atual, que se volta para a medicina alternati- va. A análise microbiológica tem como objetivo constatar a presença de microorganismos, incluindo algas, bactérias, fun- gos, protozoários e vírus. No estudo em questão, procedeu-se à análise microbiológica da infusão do chá de camomila por meio de análise laboratorial, visando determinar se é possível a utilização da infusão em afecções da pele, tais como flebites, conjuntivites, dermatites, entre outros. Objetivo: iniciamos o trabalho de avaliação microscópica dessa infusão no intuito de contribuir, principalmente para a enfermagem em dermatolo- gia, para o uso freqüente da infusão do chá de camomila em lesões de pele. Metodologia: foi proposta a analise laboratorial da infusão do chá de camomila, incluindo cultura para aeróbios, anaeróbios e fungos em três laboratórios diferentes do estado de São Paulo. O preparo da infusão para análise foi estabelecido conforme descrito a seguir. Material: chá de camomila (matrica- ria camomila). Apresentação: flores de camomila em envelopes fechados industrialmente. Preparo: foi colocado um envelope do chá em água fervente por 5 minutos em temperatura média de 100˚C. Em seguida, a infusão foi posta em um recipiente estéril

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Trabalhos Científicos

einstein.2007;5(Supl 1):S1-S47

TC-1

A utilização da camomila em afecções de pele

Autor: Adriana Araújo Sicoli

Co-autor: Mônica Antar Gamba

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0259

Introdução: suplementos herbais são produtos obtidos de plantas utilizados no tratamento de diversas enfermidades. A prática da medicina herbária está-se estendendo para a der-matologia e, apesar de a maioria dos casos ainda não possuir estudos científicos comparativos que certifiquem sua eficácia e segurança, tal prática tem sido bem aceita devido aos bene-fícios verificados no tratamento de acnes, queimaduras e feri-das, infecções, entre outros (MOLEZZI; ALBEDAÑO, 2002). Justificativa: a camomila contém colina, cumarinas, glicosíde-os cianogênicos, flavanóides, derivados de salicilato, taninos e óleos voláteis. Dessa forma, tornou-se atraente verificar qual a importância da utilização da camomila no tratamento das afecções de pele. Objetivo: abordar a utilização da camomi-la em afecções de pele, reunindo seletivamente os trabalhos publicados sobre o tema, tendo em vista a elaboração de uma revisão bibliográfica. Metodologia: o estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica sobre o tema. O método de abordagem utilizado para a realização da pesquisa bibliográfica caracte-riza-se como exploratório, por meio de coleta de dados, ou seja, de bibliografias e artigos já publicados, disponíveis nas bi-bliotecas de saúde, acessados por intermédio da Biblioteca da Escola Paulista de Medicina (BIREME). Desenvolvimento: segundo Montanari Jr. (2002), o valor real de uma planta me-dicinal está em seu efeito terapêutico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que planta medicinal é qualquer planta que possua, em um ou em vários de seus órgãos, substâncias usadas com finalidade terapêutica, ou que estas substâncias sejam ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos. Para o tratamento das diversas afecções da pele, em muitos casos estão sendo empregados produtos na-turais, como é o caso da camomila. Conclusão: com a elabo-ração do presente estudo, concluímos que a camomila contém

princípios ativos que atuam com eficácia no tratamento das afecções de pele. Esse fato foi comprovado a partir da revi-são de literatura, na qual foram verificados diversos estudos acerca da eficiência dos princípios ativos da camomila no tra-tamento das afecções da pele. Em síntese, podemos afirmar que a camomila tem eficácia comprovada cientificamente no tratamento das afecções de pele.

TC-2

Análise microbiológica da infusão do chá de camomila

Autor: Andréia Aparecida Moraes Frazilio

Co-autor: Mônica Antar Gamba

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: a comercialização de plantas medicinais e fitote-rápicos tem crescido demasiadamente no mundo todo devido a vários fatores, como alto custo dos medicamentos e mesmo pelo modismo atual, que se volta para a medicina alternati-va. A análise microbiológica tem como objetivo constatar a presença de microorganismos, incluindo algas, bactérias, fun-gos, protozoários e vírus. No estudo em questão, procedeu-se à análise microbiológica da infusão do chá de camomila por meio de análise laboratorial, visando determinar se é possível a utilização da infusão em afecções da pele, tais como flebites, conjuntivites, dermatites, entre outros. Objetivo: iniciamos o trabalho de avaliação microscópica dessa infusão no intuito de contribuir, principalmente para a enfermagem em dermatolo-gia, para o uso freqüente da infusão do chá de camomila em lesões de pele. Metodologia: foi proposta a analise laboratorial da infusão do chá de camomila, incluindo cultura para aeróbios, anaeróbios e fungos em três laboratórios diferentes do estado de São Paulo. O preparo da infusão para análise foi estabelecido conforme descrito a seguir. Material: chá de camomila (matrica-ria camomila). Apresentação: flores de camomila em envelopes fechados industrialmente. Preparo: foi colocado um envelope do chá em água fervente por 5 minutos em temperatura média de 100˚C. Em seguida, a infusão foi posta em um recipiente estéril

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Trabalhos CientíficosS2

(erlenmeyer), coberto com papel alumínio, ficando em repouso até atingir a temperatura ambiente. Após este processo, foi rea-lizado o exame de cultura. Este preparo foi utilizado para todos os laboratórios. Desenvolvimento: a camomila é uma herbácea anual que contém em sua composição constituintes químicos como bisabolol, camazuleno, herniarina (óleo essencial), os quais são responsáveis pela inibição do crescimento de microor-ganismos. A utilização da camomila em afecções da pele é mui-to freqüente; contudo, alguns estudos demonstram fatores que inviabilizam o uso do chá sem comprovação cientifica. A análise microbiológica da infusão do chá de camomila, incluindo cultura para aeróbios, anaeróbios e fungos em três laboratórios diferen-tes do estado de São Paulo, foi processada para cultura de aeró-bios, anaeróbios e fungos. O estudo revelou que a infusão do chá de camomila não apresentou resultados positivos em nenhuma das análises, mostrando um resultado diferente dos verificados nos estudos pesquisados na literatura. Conclusão: a elaboração deste trabalho foi de grande valia para nosso enriquecimento profissional, uma vez que nos trouxe uma visão crítica sobre a análise microbiológica da infusão do chá de camomila. De acor-do com os resultados obtidos, a infusão do chá de camomila pode ser empregada na rotina hospitalar, sobretudo para o tratamen-to das lesões da pele, pois está dentro das normas estabelecidas na Portaria nº 518/1998 do Ministério da Saúde.

TC-3

Prevenção da extubação acidental: controle dos fatores de risco associados ao cuidado de enfermagem

Autor: Théia Maria Forny Wanderley Castellões

Co-autor: Lolita Dopico da Silva

Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);

Hospital Pró-Cardiaco

Endereço: R. Dona Mariana, 219 – Botafogo – Rio de Janeiro/ RJ

CEP 22280-020 – Tel.: (21) 2528-1433

A área de interesse situa-se no cuidado de enfermagem ao pa-ciente em uso de suporte ventilatório, e o foco é a extubação aci-dental associada ao cuidado de enfermagem em quatro momen-tos: banho no leito, transporte do paciente crítico, mudança de decúbito e troca de fixação. O problema desta pesquisa foi: qual o resultado que se obtém na incidência da extubação acidental com o emprego de um guia preventivo para o manejo do dispositivo ventilatório pela enfermagem? Os objetivos foram: a) capacitar a equipe de enfermagem para o emprego de um guia preventivo da extubação acidental relacionada ao cuidado de enfermagem; b) avaliar os resultados da extubação acidental seis meses antes e seis meses após a implementação do guia preventivo. Ao ser re-alizado um rastreamento na literatura sobre produções com esta mesma temática, constatou-se que há uma importante lacuna na literatura nacional e internacional nesta área de atuação do en-

fermeiro. O estudo teve um desenho metodológico clínico-epide-miológico, observacional, com modelo de intervenção e delinea-mento quase-experimental. As variáveis deste estudo foram: a) variável dependente (efeito), referente à incidência da extubação acidental em pacientes em uso de ventilação mecânica invasiva; b) variáveis independentes (causa), concernentes aos momen-tos do cuidado de enfermagem, nos quais houve intervenção no transporte do paciente, no banho realizado no leito, na troca de fixação do dispositivo ventilatório e na mobilização no leito. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e pelo Comitê Científico da Instituição em janeiro de 2006. O local da pesquisa foi a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Pró-Car-díaco, situado na cidade do Rio de Janeiro/RJ. A população foi composta pelos 142 pacientes em uso de dispositivo ventilatório por 3.771 dias. Os resultados do primeiro objetivo compreendem a caracterização da equipe e a análise de sua capacitação, por meio dos resultados do pré e pós-teste, nos quais se constatou uma elevação das médias globais em torno de 25% em relação às médias iniciais, estando todos, ao término do treinamento, com notas superiores a 8, portanto, aptos a utilizar o guia de preven-ção da extubação. Para esta capacitação, foram feitas 60 horas de treinamento em 30 encontros. Os resultados do segundo objetivo foram alcançados por meio de levantamento de prontuário no qual se obteve a informação de qual paciente extubou, quando, associado a que cuidado, a que horas, por quem e qual o disposi-tivo que o paciente usava. Os resultados apontam para a redução das extubações acidentais relacionadas ao cuidado de enferma-gem de 3,27 (8,33%) para 1,05 (2,85%) eventos em 1.000 dias de ventilação mecânica; também demonstram que a extubação acidental relacionada com transporte e troca de fixação zeraram e as relacionadas com mudança de decúbito diminuíram. Quanto ao turno de trabalho, houve queda de 50% nas extubações no horário diurno, permanecendo igual no horário noturno.

TC-4

Avaliação do padrão dos registros de enfermagem em um hospital privado

Autor: Patricia Bover Draganov

Co-autor: Magaly Cecília F. Reichert

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: R. Napoleão de Barros, 754 – Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04023-900 – Tel.: (11) 5571-1720

Introdução: o prontuário do paciente é um documento le-gal que deve conter as informações da internação; portanto, é fundamental conhecer os aspectos legais para dimensionar a importância do registro correto de todas as atividades. Para a padronização desta atividade, foram criadas a Decisão CO-REN-SP-DIR/001/2000 e a Resolução CREMESP nº 70, de 14 de novembro de 1995. Objetivos: avaliar o padrão de registros de enfermagem quanto ao local de origem do registro, horário

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S3

de preenchimento, categoria profissional, Decisão COREN-SP-DIR/001/2000, SAE e débitos; enumerar medidas que direcio-nem as ações do Serviço de Educação Continuada. Material e Método: tratou-se de pesquisa descritiva, retrospectiva e abor-dagem quantitativa. A amostra, de 150 prontuários, foi selecio-nada por conglomerado. O instrumento foi adaptado de Fran-cisco (1993). Os dados foram tratados de forma quantitativa. Resultados: os enfermeiros registraram pouco a assistência e alguns prontuários não continham quaisquer anotações da equi-pe de enfermagem. A maioria dos registros foi efetuada corre-tamente: eram claros, objetivos, precisos, legíveis e sem rasuras. Na identificação do autor, a maioria foi incompleta ou ausente. O cabeçalho foi em geral preenchido de forma correta, embora um número considerável apresentasse identificação incompleta ou ausente. Os registros foram feitos a caneta. Os débitos fo-ram efetuados de forma incorreta, ou seja, incompletos, errados ou ausentes. A maioria dos prontuários apresentou histórico; quanto à prescrição, menos da metade apresentou ações de en-fermagem; quanto à evolução, poucos prontuários continham a avaliação diária da resposta do paciente à conduta terapêutica. Verificamos que os registros de enfermagem são descontínuos, pois a maioria dos prontuários apresentava as SAE incompletas. Discussão: os resultados obtidos indicaram a necessidade de in-tervenção; o segundo objetivo deste estudo sugere medidas de suporte tais como: divisão de atividades entre os enfermeiros por unidades, dentre elas a auditoria dos registros; treinamento de SAE, utilizando técnicas de educação de adultos (andrago-gia); adequação dos impressos de enfermagem; elaboração e im-plantação de um serviço de auditoria de educação continuada. Conclusão: o registro das atividades de enfermagem é uma ne-cessidade legal, administrativa, ética e assistencial que permite a análise dos dados, a avaliação dos resultados, a manutenção da qualidade do registro e o acompanhamento da assistência. O levantamento e a análise dos dados demonstraram, de forma geral, que os registros apresentam falhas e que há necessidade de intervenção, e as medidas de suporte sugeridas neste estudo pretenderam contemplar estas necessidades. Este estudo pode servir de subsídio para quaisquer serviços de educação continua-da no levantamento de problemas de assistência.

TC-5

Extravasamento de drogas antineoplásicas em pediatria: algoritmos para prevenção, tratamento e seguimento

Autor: Daniella Cristina Chanes

Co-autores: Carla Gonçalves Dias, Maria Gaby Rivero de Gutiérrez

Instituição: Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com

Câncer – Instituto de Oncologia Pediátrica – Universidade Federal

de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: Rua Botucatu, 743 – Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04023-060 – Tel.: (11) 5080-8464

Introdução: a via intravenosa é a mais utilizada para a administra-ção de quimioterápicos, por garantir absorção e nível sérico ade-quados das diferentes drogas. O extravasamento, uma das com-plicações agudas mais severas relacionadas a essa modalidade de tratamento, causa extremo desconforto e sofrimento ao paciente e exige do enfermeiro habilidades clínicas e técnicas para diag-nosticá-lo e intervir precocemente. Para tanto, a padronização dos cuidados de enfermagem para a administração dessas dro-gas e para intervir nos casos de extravasamento é uma medida importante para garantir a segurança do paciente oncológico pe-diátrico. Objetivos: identificar na literatura estudos sobre o extra-vasamento de drogas antineoplásicas em crianças e adolescentes e elaborar algoritmos para prevenção, tratamento e seguimento desse evento adverso. Método: pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados MEDLINE, PUBMED e LILACS, abrangen-do o período de 1993 a 2005. As palavras-chave utilizadas foram: extravasamento, antineoplásicos, criança e seguimento. Resulta-dos: foram analisados 12 artigos cujo conteúdo foi categorizado em três temas: prevenção, intervenções de enfermagem e trata-mento, seguimento e documentação. Nestes trabalhos é descrita uma série de fatores de risco para a ocorrência de extravasamen-to em pediatria e destaca-se que o tratamento não-farmacológico desse evento adverso tem-se mostrado efetivo. Além disso, os es-tudos enfatizam que a suspeita ou ocorrência de extravasamento deve ser acompanhada por meio de instrumentos e protocolos específicos. O algoritmo, uma das principais ferramentas de ge-renciamento da qualidade, destaca-se como um importante meio de organização de processos por favorecer sua realização com qualidade, mesmo em face da contenção de gastos. Esse instru-mento tem especial aplicação na prevenção da ocorrência e no tratamento de eventos adversos graves como o extravasamento, instituindo meios para sua intervenção precoce e seguimento. Com base na literatura, foram desenvolvidos dois algoritmos, sendo um deles para padronização do processo de administração de drogas antineoplásicas vesicantes em crianças e adolescentes por meio de acesso venoso periférico, e o outro, para intervenção e monitoramento da ocorrência de extravasamento dessas dro-gas. Conclusão: o extravasamento de drogas antineoplásicas pode ser prevenido, diagnosticado e tratado precocemente, de maneira mais adequada, por meio da utilização de protocolos específicos e instrumentos como os algoritmos. Esses instrumentos constituem importante meio de promover uma assistência de enfermagem segura a crianças e adolescentes com câncer submetidos à qui-mioterapia antineoplásica, baseada em conhecimento científico e dentro do mais alto padrão de qualidade.

TC-6

Funções administrativas do enfermeiro no contexto hospitalar

Autor: Camila Polo Camargo da Silva

Co-autor: Carmen Maria Casquel Monti Juliani

einstein.2007;5(Supl 1):S1-S47

Trabalhos CientíficosS4

Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho” (UNESP)

Endereço: Av. Rubião Junior, s/n – Distrito Rubião Junior

– Botucatu/ SP

CEP 18618-970 – Tel.: (14) 3811-6070

Entre suas atividades, a enfermagem tem como objeto de traba-lho a prestação do cuidado aos pacientes, mas em suas funções cotidianas assume tarefas de caráter administrativo que muitas vezes dividem o profissional entre a assistência e a adminis-tração. Contudo, o profissional deve ter consciência da impor-tância das atividades gerenciais no processo de coordenação do serviço de saúde e enfermagem e, por meio dele, buscar melhorar continuamente a qualidade da assistência prestada. Os objetivos do estudo foram: analisar o processo de trabalho do enfermeiro a fim de identificar e quantificar a proporção do trabalho burocrático administrativo presente no cotidiano des-ses profissionais; verificar, segundo a percepção deles, as fun-ções gerenciais que exercem o enfoque assistencial ou admi-nistrativo mais presente nas situações de graduação/trabalho; conhecer a média de horas destinadas e identificar a satisfação destes profissionais diante das atividades burocráticas. Com-paramos o estudo com outro realizado há 11 anos na mesma instituição. Com isso, pudemos constatar as alterações ocorri-das em relação aos objetivos do estudo. O estudo foi realizado num hospital-escola do interior do estado de São Paulo, sendo avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa e pela Di-visão Técnica de Enfermagem local. O instrumento para coleta de dados foi baseado num estudo de Trevizan (1988) no que se refere à lista de atividades burocráticas do enfermeiro, sendo acrescentado apenas um tópico já no ano de 1995. Além dis-so, há questões que abordam o tempo destinado às atividades burocráticas, o enfoque do profissional na graduação/trabalho e a satisfação na realização das atividades burocrático-admi-nistrativas. Após análise e comparação dos dados, obtivemos como resultado um aumento no número de enfermeiras envol-vidas com a assistência e crescente busca desses profissionais por cursos de especialização e aperfeiçoamento, como meio de melhorar a qualidade do cuidado e da atuação profissional. Na vertente do gerenciamento, segundo a lista utilizada cresceu o papel do enfermeiro quanto à orientação sobre rotinas, nor-mas e atribuições aplicadas a sua equipe. Neste contexto, hou-ve também um aumento na função de solicitar providências e uma redução na realização de senso/estatísticas, sendo esses dois dados estatisticamente significantes. O número de horas dedicadas às atividades burocrático-administrativas represen-tou a metade ou mais da carga horária para 72% da população estudada no ano de 1995, e 53% no ano de 2006. De acordo com as respostas dos profissionais, no ensino da graduação houve uma diminuição no enfoque da assistência, que passou a ter um equilíbrio entre o cuidado e a administração. E, dentro desta instituição, obteve-se um aumento na questão da assis-

tência ao paciente. Obs.: este trabalho contou com financia-mento de bolsa de iniciação científica da FAPESP.

TC-7

Indicadores de resultados da assistência: análise dos eventos adversos durante a internação hospitalar

Autor: Maria Cecília Toffoletto

Co-autores: Camila Cristina Pires Nascimento, Kátia Grillo Padilha

Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

(EEUSP)

Endereço: Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 419 – Cerqueira César

– São Paulo/ SP

CEP 05403-000 – Tel.: (11) 3061-7560

Introdução: a avaliação da qualidade dos serviços nas insti-tuições hospitalares requer a utilização de indicadores de resultados com vistas a garantir a satisfação e segurança dos pacientes. Dentre os indicadores, encontram-se os eventos adversos no decorrer da prática assistencial. Objetivos: ca-racterizar os eventos adversos (EA) nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Semi-Intensiva (USI) e de Internação (UI) de adultos, quanto a natureza, tipo, dia da semana e relação funcionário/paciente, no momento da ocorrência; identificar as intervenções dos enfermeiros imediatamente após o evento e verificar as taxas de EA. Método: estudo quantitativo, re-trospectivo, realizado em um hospital privado do município de São Paulo/SP de fevereiro a junho de 2006, com dados do sistema informatizado de registro de EA e analisados segun-do estatística descritiva. Resultados: no período analisado, nas 3 unidades, 229 pacientes sofreram 229 EA. Predominaram eventos relacionados à sonda nasogástrica/enteral (SNG/E) (57,64%), seguidos por queda (16,59%) e administração de medicamentos (14,85%). Ocorrências com SNG/E e erros de medicação foram mais freqüentes nas UTI e USI, enquanto queda, erros de medicação e problemas com cateter venoso central (CVC) prevaleceram na UI. Retirada não-programa-da de SNG/E foi o tipo de EA prevalente nas três unidades. A relação funcionário/paciente no momento do evento era de 1:2, 1:3 e 1:4 na UTI, USI e UI, respectivamente. Hou-ve distribuição semelhante de ocorrências nos diferentes dias da semana. As intervenções de enfermagem predominantes nas três unidades foram recolocação da SNG/E (83,33%) e comunicação da ocorrência ao médico nos casos de erros de medicação (55,26%) e queda (47,06%). A maior taxa de EA foi relacionada à SNG/E, respectivamente, 2,31, 3,94 e 1,09 na UTI, USI e UI. Considerações finais: indicadores de resulta-dos, como os eventos adversos, são ferramentas fundamentais da qualidade por apontarem aspectos do cuidado que podem ser melhorados, tornando a assistência aos pacientes livre de riscos e falhas e, portanto, mais segura.

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S5

TC-8

Alocação de pessoal de enfermagem e eventos adversos em unidades de internação

Autor: Daniella Vianna Correa Krokoscz

Co-autor: Katia Grillo Padilha

Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São

Paulo (EEUSP)

Endereço: Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 419 – Cerqueira César

– São Paulo/ SP – CEP 05403-000

Estudo quantitativo, transversal, prospectivo, realizado com o objetivo de analisar os efeitos da alocação de pessoal e da carga de trabalho de enfermagem nos resultados da assistência em duas Unidades de Internação (UIs) médico-cirúrgicas, com 20 e 15 leitos cada, denominadas respectivamente UI-A e UI-B, de um hospital do município de São Paulo/SP. Utilizou-se uma metodologia capaz de abranger 87% da variação dos cuidados requeridos pelos pacientes, composta por itens que incluem a dimensão biológica e psicossocial do cuidado: o Patient Focu-sed Solutions/Workload Measurement-Inpatient Methodolo-gy (PFS/WM-IM). Foram considerados indicadores de resul-tado: queda, erro de medicação, retirada não-programada de sondas, cateteres ou drenos, úlcera por pressão (UP), infecção urinária (ITU) e pneumonia, desenvolvidas durante a interna-ção hospitalar. Os dados foram obtidos dos prontuários e dos registros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, além da escala diária de pessoal de enfermagem. Após 47 dias consecutivos de coleta de dados, a amostra final foi composta por 387 pacientes, sendo 218 na UI-A e 169 na UI-B. Com distribuição eqüitativa de pacientes do gênero masculino e fe-minino, predominaram os idosos com 61 anos ou mais (38,5% na UI-A e 36,1% na UI-B), submetidos a tratamento cirúrgico eletivo (62,8% na UI-A e 56,8% na UI-B) e média de interna-ção de 6,0 (+25,1) dias na UI-A e de 4,6 (+7,2) dias na UI-B. A maioria dos pacientes da UI-A foi proveniente da residência (52,3%); na UI-B, do pronto atendimento (47,3%), seguido pela residência (37,3%). Após a alta, 85,3% dos pacientes da UI-A e 87,6% da UI-B retornaram à residência. Com relação à ocorrência de eventos adversos (EAs), na UI-A 14 pacientes (6,4%) sofreram 23 EAs (9, 3 e 2 pacientes foram vítimas de 1, 2 e 4 eventos, respectivamente, sendo 13 retiradas não-progra-madas de sondas, cateteres ou drenos, 8 erros de medicação, 1 UP e 1 ITU). Na UI-B, 12 pacientes (7,1%) sofreram 13 EAs, ou seja, 11 pacientes sofreram 1 EA e um foi vítima de 2 EAs, sendo 10 erros de medicação, 2 retiradas não-progra-madas de sondas, cateteres ou drenos e 1 UP. Os pacientes foram classificados predominantemente nas categorias 1, 2 e 3 (baixa e intermediária complexidade), alocados em unida-des adequadas para o cuidado requerido – as UI. Havia, em média, um enfermeiro para cada unidade e cada auxiliar de enfermagem cuidou de, no máximo, cinco pacientes. A média

de horas de enfermagem disponível foi maior do que o reco-mendado pelo PFS/WM-IM, respectivamente, 7 e 5,8 horas na UI-A e 6,2 e 4,9 horas na UI-B (p < 0,001). No período analisado, apesar do excedente de pessoal de enfermagem nas UIs A e B, houve ocorrência de EAs. Os resultados deste estudo contrapõem-se, portanto, às solicitações freqüentes de enfermeiros por maior quantidade de pessoal e apontam para a necessidade de novas investigações que complementem as análises realizadas, não só para as UIs médico-cirúrgicas, mas para todas as unidades do hospital.

TC-9

Ações da equipe de enfermagem frente à prática de higiene oral

Autor: Amanda de Fatima Catin Savioli

Co-autores: Eliana M. S. Amaral, Alba F. Miranda, Izaide S. Marques

Instituição: Universidade Paulista (UNIP)

Endereço: Rua Comendador Enzo Ferrari, 280 – Swift – Campinas/ SP

CEP 13045-770 – Tel.: (19) 3776-4000

A cavidade oral é meio de “cultura” de agentes microbianos na presença de placa bacteriana. Esses agentes microbianos podem disseminar-se pelo resto do organismo e provocar da-nos sistêmicos. A higiene oral é uma prática que garante a boa saúde oral. Estudos apontam uma estreita relação entre a saú-de bucal e a saúde geral do indivíduo. Os dados foram anali-sados por meio de estatística descritiva e análise de conteúdo. Tratou-se de um estudo descritivo com abordagem qualitati-va, com a aplicação de um questionário aos que concordaram em participar da pesquisa, mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi realizado em uma Unidade de Enfermagem médico-cirúrgica em um hospi-tal universitário da cidade de Campinas/SP. O objetivo deste estudo foi verificar qual a relevância dada pelo profissional de enfermagem à pratica de higiene oral, com qual freqüência e quais os materiais e soluções mais empregados para este fim. Dos 26 profissionais que responderam ao questionário, 65% pertenciam à categoria de Técnicos de Enfermagem, sendo que 73% dos profissionais de enfermagem consideravam mui-to importante a realização de higiene oral. No entanto, 69% desses profissionais realizavam o procedimento apenas uma vez ao dia. Quanto aos materiais empregados para o proce-dimento de higiene oral, estes foram eqüitativamente escova dental e espátula com gaze, e a solução preferida foi o creme dental. Foram evidenciadas unidades de significado quanto à relevância da higiene oral para o profissional de enfermagem. Para esta questão, temos “profilaxia de doenças bucais” e “pro-porciona bem-estar”. Quando os profissionais de enfermagem foram questionados sobre como e quando realizavam a higie-ne oral ao paciente consciente e independente, foi evidencia-do “orientação quanto à escovação”. Para a mesma questão

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em relação ao paciente dependente e/ou inconsciente, tivemos a prática de higiene oral vinculada ao procedimento de ba-nho e/ou de aspiração do tubo orotraqueal e na presença de sujidades. O estudo permite concluir que os profissionais de enfermagem sabem da importância que a saúde bucal traz ao indivíduo, como prevenção de doenças e o bem-estar propor-cionado; no entanto, a freqüência é inferior às necessidades diárias recomendadas. Esta constatação reflete uma realidade não só local, mas brasileira, o que comprova a necessidade de uma conscientização das instituições de Saúde, para que os profissionais da área sejam estimulados a oferecer maior aten-ção aos cuidados de higiene oral.

TC-10

Conhecimento da equipe de enfermagem em relação aos cuidados com a manutenção do cateter totalmente implantado em crianças

Autor: Marcia Carla Morete

Co-autores: Juliana Ribeiro Barreto, Ligia Cipriano dos Santos

Instituição: Santa Casa de Misericórdia de Santos

Endereço: Av. Dr. Cláudio Luis da Costa, 50 – Jabaquara – Santos/ SP

CEP 11075-900 – Tel.: (13) 3202-0600

Introdução: quando pensamos em tratamento de crianças on-cológicas, considera-se o uso de cateter totalmente implantável (CTI) essencial para a segurança de seu tratamento. Embora a utilização desse dispositivo seja comum, alguns serviços ainda estão iniciando seu uso na prática da Unidade Oncológica Pe-diátrica. Com o avanço tecnológico e com essa nova forma de dispositivo intravenoso utilizado, percebemos que a equipe de enfermagem que manipula esse cateter requer conhecimento adequado para que essa prática seja segura. Objetivo: o pre-sente estudo tem como objetivo identificar o conhecimento da equipe de enfermagem a respeito da manutenção do CTI em crianças. Material e Método: a pesquisa foi de natureza quan-titativa e descritiva com coleta de dados. Foram pesquisados 25 profissionais que fazem parte da equipe de enfermagem, entre eles enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham em Unidades de Oncologia Pediátrica; os pro-fissionais responderam a um questionário com perguntas aber-tas acerca de seus conhecimentos sobre a manutenção do CTI. Resultados: os resultados observados mostraram que, quanto ao curativo do CTI, alguns profissionais (11, correspondendo a 44%) observam sinais flogísticos no local do cateter. Todos (25; 100%), afirmaram utilizar materiais como luva e gaze estéreis diante da técnica, e os enfermeiros (8; 100%) reali-zam a lavagem das mãos; outros, ainda, referiram o uso de clorexidine alcoólico e luva estéril. E apenas um enfermeiro (12,5%) verbalizou explicar o procedimento ao paciente e ao familiar. Quanto aos cuidados com o CTI durante a infusão de medicamentos, 15 profissionais (60%) realizam assepsia dos

dispositivos e ainda citaram verificação de refluxo e lavagem do cateter como prática. Sobre o conhecimento do enfermei-ro em relação à punção do CTI, todos (25; 100%) referiram utilizar luva estéril, agulha específica e o uso de anti-séptico. Conclusão: o presente estudo requer maior abordagem dos profissionais quanto à sua real necessidade de conhecimento, pois percebemos que as condutas algumas vezes não são co-muns a todos. Percebe-se, assim, a necessidade de uma padro-nização ante a manutenção do CTI, para que se possa garantir a segurança do procedimento ao cliente e sedimentar a prática de enfermagem.

TC-11

Humanização em UTI Neonatal: o cuidado individualizado à percepção da equipe de enfermagem

Autor: Marcia Carla Morete

Co-autores: Érica Gonçalves de Albuquerque, Liliane Parussolo

Nogueira Fernandes

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: segundo o Ministério da Saúde, a humanização é entendida como valor, ou seja, resgata o respeito à vida huma-na, abrange circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psí-quicas presentes em todos os relacionamentos humanos. Em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), faz-se necessária a conscientização de que, quanto mais cedo forem identificados os fatores de risco para o RN, maiores as condi-ções ajudá-los. Este é um dos papéis da enfermagem neonatal para promover segurança ao RN e a prestação de um cuidado mais humanizado. Objetivo: identificar a percepção da equi-pe de enfermagem em relação à humanização da assistência prestada aos recém-nascidos internados na UTIN. Material e Método: este estudo descritivo e quantitativo foi desenvolvido com 19 profissionais de enfermagem que atuam na UTIN de um hospital público do município de São Paulo/SP. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário com ques-tões abertas. Resultados: os resultados obtidos evidenciaram que a maioria dos profissionais sabe o que é a humanização; dentre os fatores que favorecem a humanização, destacaram-se o contato direto entre mãe e filho, o acesso livre aos pais e a permanência contínua da mãe na unidade, assim como fi-cou evidenciada a importância do esclarecimento de dúvidas e apoio aos pais. Em relação às medidas de alivio da dor, al-guns verbalizaram o contato direto e a avaliação da dor como forma de minimizá-la, embora reconheçam que essas crianças são manipuladas na maioria das vezes em torno de três a oito vezes no período de seis horas, aumentando seu estresse. Os

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profissionais referiram que, como medida de humanização, o ambiente deve ser alegre, colorido, livre de sons e ruídos, com pouca luminosidade e que possua grupo de pais e ajuda aos fa-miliares desses recém-nascidos internados, propiciando uma comunicação terapêutica adequada com vistas a auxiliar na superação desse momento difícil. Conclusão: dos profissionais que participaram desse estudo, a maioria sabe reconhecer o que é a humanização, embora tenha apresentado dificuldades de identificar a aplicabilidade em sua prática diária.

TC-12

Vantagens e desvantagens para o enfermeiro do Cateter Venoso Central (CVC) percutâneo em crianças internadas em unidades de terapia intensiva pediátrica

Autor: Marcia Carla Morete

Co-autores: Aleksandra de Jesus Carneiro, Priscilla Lisandra Silva

da Conceição

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: o CVC percutâneo é realizado pelo médico por meio de punção em uma veia calibrosa, possibilitando rápido acesso, com efeitos imediatos. O procedimento necessita de anestesia local e técnica asséptica, tendo como sítios de punção a veia jugular interna, a subclávia, a jugular externa e a femoral. Observamos que, com o passar dos anos, técnicas complexas de monitorização tornaram-se responsabilidade da equipe de enfermagem, tendo esta de se familiarizar com equipamentos para uma boa assistência à criança. No intuito de garantir qua-lidade na assistência, é necessário que o enfermeiro se atualize nos cuidados que envolvem o procedimento de implantação do CVC percutâneo, desde sua indicação, preparo da criança, material, equipamentos necessários e auxilio durante a inter-venção, bem como cuidados na manipulação e prevenção de complicações, principalmente a infecciosa. Objetivo: obter dos entrevistados a opinião sobre as vantagens e desvantagens em relação ao cateter venoso central percutâneo (CVP) para o en-fermeiro e para crianças. Material e Método: estudo descritivo desenvolvido em um hospital geral de grande porte e de ensino entre dez enfermeiros que prestam assistência à criança crítica, ou seja, na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP). Resultados: dentre as dificuldades mais comuns de acesso ve-noso em crianças em estado crítico está a dificuldade do pro-cedimento diante do estado clínico da criança, assim como o estresse que as tentativas de punções periféricas proporcionam e a dificuldade de manter o acesso seguro. Dentre as vanta-gens do CVP para os profissionais, estes mencionaram a via de acesso segura e, para as crianças, a diminuição do estresse

causada pela punção venosa periférica, capacidade de infusão de volume em tempo hábil, assim como a via de acesso segura. Em relação às desvantagens do CVP para os profissionais, a maioria referiu não possuir e, para a criança, o risco de infec-ção foi o mais citado entre os entrevistados. Conclusão: o CVC percutâneo é um procedimento que se torna cada vez mais ne-cessário na prática diária, não somente por evitar exposição das crianças a procedimentos múltiplos dolorosos, como por ob-ter uma via de acesso segura tanto para os profissionais como para as crianças. No entanto, a necessidade dos profissionais que manipulam este dispositivo de se manterem atualizados é fundamental para a qualidade da assistência. Sendo assim, a educação continuada tem papel fundamental em aprimorar o conhecimento prático-teórico necessário da equipe que ma-nipula o cateter venoso central percutâneo, dentro das novas tecnologias desenvolvidas pela instituição.

TC-13

Incidência de pacientes com piercing no pré-operatório de cirurgias gerais

Autor: Aline M. C. Nogueira

Co-autor: Solange Diccini

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: R. Napoleão de Barros, 754 – Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04652-280 – Tel.: (11) 9712-8094

Introdução: o uso de piercing pode acarretar uma série de complicações no paciente hospitalizado. O piercing na língua pode ser aspirado durante a intubação orotraqueal; o piercing em genitália pode dificultar a execução de parto normal; pier-cing no mamilo pode causar queimaduras após o uso de des-fibrilador elétrico, como também pode provocar queimaduras devido ao uso de bisturi elétrico durante a cirurgia. Objetivo: avaliar a incidência de pacientes portadores de piercing no pré-operatório. Material e Método: estudo coorte prospecti-vo, realizado nas Unidades Cirúrgicas do Hospital São Paulo nos meses de novembro de 2005 a agosto de 2006. Resultados: foram avaliados 502 pacientes, sendo que 266 (53%) do sexo feminino e 236 (47%) do sexo masculino. Quanto à especia-lidade, 104 (20,7%) eram da ginecologia, 87 (17,3%) da uro-logia, 79 (15,7%) da ortopedia, 52 (10,4%) da gastrocirurgia, 35 (7,0%) da cirurgia plástica, 32 (6,4%) da otorrinolaringo-logia, 27 (5,4%), 24 (4,8%) da neurocirurgia, 20 (4,0%) da cirurgia de tórax, 14 (2,8%) da cirurgia vascular, 9 (1,8%) da oftalmologia, 7 (1,4%) da cirurgia de cabeça e pescoço, 7 (1,4%) da endocrinologia, 4 (0,8%) de transplantes e 1 (0,2%) do centro obstétrico. Três pacientes (0,6%) usavam piercing no pré-operatório, sendo que todos eram do sexo feminino e com a localização do piercing no umbigo. Os pacientes retiraram o piercing no pré-operatório. Conclusão: a incidência de pacien-tes com piercing foi de 0,6%. Mesmo com poucos relatos na

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literatura sobre complicações relacionadas ao uso do piercing no intra-operatório, é necessário que no pré-operatório o en-fermeiro oriente a retirada do piercing antes do encaminha-mento do paciente ao centro cirúrgico.

TC-14

Qualidade de vida de idosos institucionalizados

Autor: Cibele Silveira Balaban

Co-autor: Ruth Beresin

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: com o grande aumento da população idosa no mundo, os estudos mostram que o fato de viver cada vez mais traz implicações importantes para a qualidade de vida; a ques-tão é como prolongar a vida de maneira saudável. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Uma vida saudável no processo de envelhecimento é o resultado de uma interação de diferentes fatores. Viuvez, doenças incapaci-tantes, distúrbios mentais ou acidentes são eventos que podem, juntos ou isoladamente, comprometer a capacidade funcional do idoso e, conseqüentemente, sua independência e autono-mia. E é justamente nestes momentos mais críticos que os ido-sos necessitam de cuidados da equipe de enfermagem e de ou-tros profissionais de saúde, no sentido de oferecerem o apoio e o estímulo necessários para que estes idosos não diminuam ou percam sua capacidade funcional, limitando a realização de atividades básicas da vida diária e diminuindo sua qualidade de vida. Objetivo: avaliar a qualidade de vida e as atividades da vida diária de idosos institucionalizados. Foi realizado estu-do transversal com uma amostra de 30 idosos do Residencial Israelita Albert Einstein, sendo aplicados os seguintes instru-mentos: World Health Organization Quality of Life, em versão abreviada (WHOQOL-Bref), a Escala de Atividades da Vida Diária, de Katz, e um breve questionário elaborado pelas auto-ras. Resultados: os idosos eram em sua maioria viúvos e predo-minantemente do sexo feminino, com idade média de 84 anos. Em relação à escolaridade, 36,7% havia concluído o ensino fundamental. Quanto à avaliação da qualidade de vida dos ido-sos, o domínio social e meio ambiente foram os que apresen-taram os maiores escores, enquanto o domínio físico foi o que apresentou o menor escore. Com relação às atividades básicas da vida diária, foram obtidos os seguintes resultados: 63,4% dos idosos eram dependentes para tomar banho, 60% eram dependentes para vestir-se, 50% eram independentes para ir ao banheiro, 77% eram independentes para locomoção, 63%

eram independentes com relação à continência e 86,6 eram in-dependentes para alimentação. Conclusões: a equipe de enfer-magem tem um papel importante, qual seja auxiliar o idoso a viver mais tempo e com autonomia. Para isto, uma das tarefas prioritárias é a capacitação dos profissionais que cuidam dos idosos, enfocando principalmente técnicas de preservação da capacidade funcional, visando a uma boa qualidade de vida.

TC-15

Problemas relacionados a medicamentos: a avaliação do processo da cadeia medicamentosa

Autor: Maria Fernanda Zorzi Gatti

Co-autores: Adriana Alves de Oliveira Marques, Patricia

Vendramim, Simone Cristina Garcia

Instituição: Hospital Samaritano

Endereço: R. Cons. Brotero, 1486 – Higienópolis – São Paulo/ SP

CEP 01232-010 – Tel.: (11) 3821-5650

Introdução: os problemas relacionados a medicamentos (PRM) englobam toda a cadeia medicamentosa, que compreende um processo multiprofissional originado na prescrição médica e seguido da validação e aprazamento dos horários de admi-nistração, os quais são realizados pelo farmacêutico e pelo enfermeiro, respectivamente; a transcrição (solicitação dos medicamentos à farmácia), efetuada pelo auxiliar administra-tivo; a dispensação, pelo auxiliar de farmácia; e o preparo e a administração do medicamento, pela equipe de enfermagem. Objetivo: conhecer o índice de PRM e identificar suas origens e conseqüências ao paciente. Material e Método: foi realizado um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, mediante a análise das fichas de ocorrências encaminhadas à Comissão de Análise de PRM no período de julho de 2006 a março de 2007, referentes a pacientes internados e atendidos nos pronto-socorros (PS) de um hospital privado da cidade de São Paulo/SP. Para os pacientes internados, o cálculo para o índice de PRM foi obtido do número total de PRM/total de pacientes-dia X mil dias (por considerarmos que o tempo de permanência constitui variável importante). Nos PS, o índice foi calculado mediante o total de PRM/total de pacientes aten-didos X mil. As origens foram identificadas a partir das fases que compõem a cadeia medicamentosa institucional e as con-seqüências ao paciente, classificadas em conformidade com a diretriz da American Society of Hospital Pharmacists (ASHP), que considera desde o nível 0 (erro potencial que não atingiu o paciente) até o nível 6 (erro que resultou em óbito do paciente). Resultado: os índices encontrados para os pacientes internados e atendidos nos PS foram, respectivamente, 13,86% e 0,39%; originados na prescrição médica, 11,5% e 29,7%; na validação e aprazamento, 1,7% e 2,7%; na transcrição, 41,4% (pacien-tes internados); na dispensação, 35,3% e 21,6%; no preparo,

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0,8% e 5,4%; e na administração, 9,4% e 40,6%. Em relação às conseqüências aos pacientes internados e atendidos nos OS, o nível 0 prevaleceu em 72,1% e 48,6%, respectivamente; o nível 1, em 19,8% e 37,8%; o nível 2, em 2,7% e 8,2%; o nível 3, em 0,2% e o nível 4, em 0,4% (pacientes internados); o nível 5, em 2,7% nos PS e sem condições de classificação em 4,8% e 2,7% dos PRM. Conclusão: os índices encontrados não nos permitem ainda uma análise fidedigna de sua relevância, uma vez que não são comparáveis aos encontrados na literatura, que, por não considerarem o tempo de permanência do paciente, podem in-terferir na acurácia do dado. As etapas de transcrição médica (pacientes internados) e administração de medicamentos (PS) foram as mais relevantes na origem dos PRM. Embora as conse-qüências observadas não tenham sido graves, pois a maioria dos PRM foi identificada antes de atingir o paciente, os resultados apontam para a necessidade de revisão das etapas do processo, investimento em educação e tecnologia de informação.

TC-16

TATEME enfermagem: treinamento no atendimento de emergência direcionado para técnicos de enfermagem

Autor: Yara Kimiko Sakô

Co-autores: Thaís Galoppini Félix, Monique Bueno Alves,

Marina Vaidotas

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0200

Introdução: a abordagem sistematizada do atendimento ao indivíduo em situação de emergência iniciou-se em 1980 nos Estados Unidos com a criação e implementação do Advanced Trauma Life Support (ATLS) pelo Colégio Americano de Ci-rurgiões, e posteriormente com os Programas de Atendimento Cardíaco de Emergência da Associação Americana do Cora-ção: Advanced Cardiac Life Support (ACLS), Advanced Pedia-tric Life Support (PALS) e Basic Life Support (BLS), para pro-fissionais da saúde e leigos. No Brasil, este tipo de treinamento difundiu-se a partir do final dos anos 1980 e principalmente nos anos 1990, embora sempre direcionado para os médicos, sendo possível a participação de enfermeiros e inicialmente também de fisioterapeutas. Este tipo de abordagem em termos do A B C D E implica uma linha de pensamento e ação para toda a equipe multiprofissional de emergência. Partindo da premissa que os cursos de suporte avançado de vida são direcionados aos profissionais de saúde de nível superior, foi criado em 2004 pela equipe da Unidade de Primeiro Atendimento (UPA) de um hospital particular terciário de grande porte da zona sul de São Paulo/SP o Treinamento de Atendimento em Emergência (TATEME). Inicialmente, o enfoque foi a divisão de tarefas; posteriormente, as enfermeiras desenvolveram o TATEME

Enfermagem, curso de imersão teórico-prático voltado para os técnicos de enfermagem. Objetivos: avaliar e capacitar equipe de enfermagem e motoristas de ambulância da UPA no atendi-mento de urgências, emergências clínicas e traumatologias em adultos e crianças; Metodologia: foi realizado um estudo des-critivo, retrospectivo e quantitativo a partir dos dados obtidos de dois cursos ministrados em julho de 2006, com carga horária de 16 horas cada. A amostra foi composta por 68 profissionais da UPA, dos quais 53 técnicos de enfermagem, 4 auxiliares de enfermagem, 3 enfermeiros juniores e 8 motoristas de ambu-lância, sendo o critério de inclusão a participação em 100% do curso. Para a coleta dos dados foi elaborado um questionário composto por 20 questões de múltipla escolha, relacionadas ao atendimento de emergência, tendo sido aplicado individual-mente aos profissionais na fase pré e pós-curso; após a corre-ção, atribuiu-se 0,5 ponto para cada acerto. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística e tabulados. Resultados: a média do pré-teste foi 5,0, e do pós-teste, 8,2, demonstrando um aproveitamento médio de 63%. Os profissionais que não obtiveram a média de 7,0 no pós-teste foram reorientados du-rante o conteúdo prático. O conteúdo prático foi realizado com enfoque no resgate do conteúdo teórico ministrado. Conside-rações finais: a abordagem sistematizada da emergência exige uma atuação na qual cada profissional deve saber seu papel e sua importância dentro da equipe. Assim, o TATEME en-fermagem oferece ao técnico uma referência para avaliação, tratamento, educação e garantia de qualidade e segurança no atendimento de emergência.

TC-17

Trauma no idoso: abordagem e segurança no transporte pré-hospitalar

Autor: Marcia Cristina da Cruz Mecone

Co-autores: Monique Bueno Alves, Felipe Freitas Marques, Gladys

Cristina Borges, Kelly Cristina Rodrigues Dias, Alexandre Pieri,

Marina Vaidotas

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0200

Introdução: com o aumento da expectativa de vida, o trauma no idoso tornou-se um problema de Saúde Pública. A prevenção é considerada o melhor tratamento, porém muitas vezes não é sufi-ciente. A abordagem na fase aguda do trauma, quando realizada por uma equipe treinada e capacitada, proporciona menor risco de agravos nas lesões pré-existentes. O conhecimento da inci-dência de casos e das características demográficas dos pacientes idosos atendidos na fase pré-hospitalar por uma equipe de enfer-magem de uma Unidade de Primeiro Atendimento (UPA) pode trazer informações importantes para a criação de um protocolo, visando à melhoria na qualidade e segurança no atendimento.

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Objetivos: caracterizar a população idosa vítima de trauma, aten-dida pela equipe pré-hospitalar da UPA de um hospital terciário do município de São Paulo/SP. O objetivo secundário foi avaliar a necessidade de desenvolver estratégias para a melhoria da assis-tência pré-hospitalar de enfermagem nessa população. Método: estudo retrospectivo com pacientes atendidos pela equipe pré-hospitalar da UPA do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), de janeiro a dezembro de 2006. As informações foram obtidas a partir de um banco de dados com as características dos chamados de saída de ambulância. Foram incluídos no estudo os pacien-tes com mais de 60 anos, com diagnóstico de lesões traumáticas, atendidos pela equipe pré-hospitalar. Resultados: de um total de 430 pacientes atendidos pela equipe pré-hospitalar, 299 (69,5%) eram idosos; desses, 161 eram do sexo feminino. Lesões traumá-ticas foram observadas em 57 pacientes, correspondendo a 13,2% do total de atendimentos no ano de 2006. A média de idade foi de 85,4 anos. Verificou-se que 40 (70,1%) idosos tinham idade entre 74 e 89 anos. A maioria dos chamados, correspondendo a 78,2% do total, foram realizados entre às 8 e 21 horas. Todos os atendimentos foram realizados na residência dos pacientes. Após admissão na UPA, todos evoluíram com internação hospitalar. Discussão: a tabulação dos dados nos fez perceber que é neces-sário um programa de capacitação especializado que contribua para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem nos idosos vítimas de trauma. O enfoque anátomo-fisiológico, fatores predisponentes, abordagem no local e transporte com segurança para a UPA são importantes para a realização de um protocolo específico. Observou-se a necessidade da utilização de indicado-res de qualidade para avaliação e desenvolvimento de ações de melhoria. Considerações finais: o estudo permitiu-nos conhecer a incidência e as características dos casos de idosos vítimas de trauma, os horários de maior incidência e o local em que o trau-ma ocorreu. Essas informações serão utilizadas como base para a criação de um protocolo específico da UPA.

TC-18

A ponta do iceberg: o método de notificação de erros de medicação em um hospital geral privado no Município de Campinas/SP

Autor: Thalyta Cardoso Alux Teixeira

Co-autor: Silvia Helena de Bortoli Cassiani

Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo (USP)

Endereço: Av. Bandeirantes, 3900 – Campus Universitário – Monte

Alegre – Ribeirão Preto/ SP – CEP 14040-900 – Tel.: (16) 3602-3418

Observações realizadas na prática de enfermagem indicam que erros na administração de medicamentos são passíveis de ocorrer e de fato ocorrem. Como causas têm-se, entre outras, a sobrecar-ga de trabalho da equipe de enfermagem, o conhecimento insufi-ciente sobre os medicamentos, o número elevado de medicamen-

tos lançados no mercado anualmente, a qualidade das prescrições médicas, enfim, falhas no sistema de medicação de uma maneira geral. Uma forma de diminuir os erros de medicação é a sua no-tificação, o que permite o estudo das causas, possibilitando sua prevenção. Assim, este estudo foi desenvolvido com os seguintes objetivos: descrever e analisar os erros de medicação notificados em um hospital geral privado no município de Campinas/SP e o relatório de ocorrências utilizado pela instituição. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, retrospectivo e longitudinal, que foi dividido em duas fases: na primeira fase foi realizada a aná-lise dos erros de medicação ocorridos e na segunda, a entrevista com os profissionais. Foram analisados 39 erros de medicação no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2005, dos quais 13 (33,3%) estavam relacionados à administração de medicamen-to não-prescrito, 10 (25,6%) a erros de omissão, 6 (15,4%) a erro de dose, 5 (12,8%) a erro de técnica, 3 (7,7%) a erro de horário, 1 (2,6%) a erro de apresentação e 1 (2,6%) a erro de prescrição. A entrevista foi realizada com 64 profissionais; destes, 45 (70,3%) não conhecem o relatório de ocorrências utilizado na instituição. Dos 19 (29,7%) profissionais que o conhecem, todos o conside-ram adequado para o relato dos erros de medicação; além disso, 30 (46,9%) profissionais acreditam que os erros de medicação são notificados na instituição. Entretanto, com o número de erros notificados em um período de seis anos ficou claro que a sub-notificação é uma realidade vivenciada pela instituição. Conclui-se que os profissionais da instituição não têm conhecimento da situação atual vivenciada pela instituição com relação aos erros de medicação e à subnotificação destes erros. Além disso, o rela-tório de ocorrências da instituição está incompleto, necessita ser revisado e divulgado dentro da instituição, a fim de envolver toda a equipe multidisciplinar, aumentar o número de erros relatados e, desta forma, implementar estratégias de ação para evitar novos erros, aumentando conseqüentemente a segurança dos pacientes e a qualidade da assistência prestada.

TC-19

Eficácia da utilização da escala modificada de LAPSS no reconhecimento precoce do AVC

Autor: Lourdes Segawa

Co-autores: Renata Donato Janeri, Denise Isabel Luiz, Marina Vaidotas,

Sandra Cristina P. L. Shiramizo, Silvia de Barros Ferraz, Tânia Oliveira Lopes

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0200

Introdução: segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrem no mundo cerca de 6 milhões de mortes/ano relacionadas ao acidente vascular cerebral (AVC), sendo a ter-ceira maior causa de morte depois das doenças coronarianas e do câncer. O AVC requer um método de triagem rápido para seleção dos pacientes, sendo o primeiro contato entre o paciente

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e o hospital. A equipe de enfermeiros da Unidade de Triagem deve ser treinada e capacitada a reconhecer os sinais e sintomas do AVC. O uso de escalas específicas para o reconhecimento do AVC aumenta a probabilidade do diagnóstico correto. A escala Los Angeles Prehospital Stroke Screen (LAPSS) é utilizada na Unidade de Primeiro Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) desde 2004; contudo, em 4 casos os pacientes não foram triados da maneira recomendada, tendo o tempo porta imagem acima de 45 minutos – tempo recomendado pela Ame-rican Heart Association (AHA) –, o que poderia comprometer o prognóstico do paciente. Mediante este fato, foram realizadas reuniões para discussão e avaliação das causas que levaram à di-ficuldade do reconhecimento pelo enfermeiro da triagem, e foi realizada uma adaptação da escala LAPSS. Objetivo: avaliar a eficácia da adaptação da escala LAPSS no reconhecimento pre-coce dos sinais e sintomas do AVC pelo enfermeiro da triagem. Material e Método: estudo descritivo retrospectivo realizado em um hospital privado de grande porte da cidade de São Paulo/SP no período de março a agosto de 2006 (pré-adaptação) e setem-bro de 2006 a abril de 2007 (pós-adaptação). Foram relacionados os casos suspeitos, tempo porta imagem e o diagnóstico de AVC isquêmico (AVCI). Foi realizado treinamento, que contemplou 84% dos enfermeiros da unidade e enfatizou a mudança da es-cala e a expectativa quanto à melhoria do reconhecimento dos sinais e sintomas de pacientes com suspeita de AVC. Resultados: diagnósticos pré (nº), pré (%), pós (nº), pós (%): AVCI – 71; 54%, 48; 56%; AVCH – 11; 8%, 11; 13%; AIT – 20; 15%, 21; 24%; Outros – 30; 23%, 6; 7%; Total – 132; 100%, 86; 100%. Conclusão: a adaptação da escala LAPSS determinou o aumen-to do reconhecimento dos casos de AVC hemorrágico (AVCH) e acidente isquêmico transitório (AIT), e houve diminuição do acionamento do código AVC para casos não-elegíveis ao proto-colo, demonstrando que o envolvimento do enfermeiro no pro-cesso assistencial de triagem, com conhecimento técnico-cien-tífico adequado, permite o reconhecimento precoce dos sinais e sintomas do AVC, possibilitando ao paciente um tratamento ágil, eficaz e adequado, com redução da morbi-mortalidade.

TC-20

O perfil dos hipertensos pertencentes à área de abrangência do posto de saúde José Coelho dos Santos

Autor: Camila Ferreira Cruz Coêlho

Instituição: Faculdade Guaraí

Endereço: Av. JK, 2541 – Jardim Universitário – Guaraí/ TO

CEP 77700-000

Uma constante preocupação nos dias atuais é a elevação dos níveis de pressão arterial na população, principalmente com o avançar da idade. Esta é uma síndrome de origem multifatorial caracterizada pelo aumento das cifras pressóricas arteriais. A

hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos problemas de Saúde Pública de maior prevalência em todo o mundo e cons-titui-se numa das afecções mais comuns do mundo moderno, atingindo, em média, de 15% a 20% da população adulta. Por esse motivo, objetivou-se investigar o perfil dos hipertensos com idade entre 40 e 70 anos, pertencentes à área de abrangên-cia do Posto de Saúde José Coelho dos Santos, no município de Guaraí/TO, e elaborar um plano de assistência de enfermagem. Como método de estudo, foi utilizada coleta de dados por meio de um questionário semi-estruturado. Os resultados mostraram que 83,55% dos hipertensos têm mais de 50 anos; 60,8% são mu-lheres; 75,9% têm uma alimentação inadequada; 65,82% infor-maram fumar ou já ter fumado; 74,68% não praticam atividade física; 45,45% consomem bebida alcoólica; 60,76% têm história de hipertensão na família; 45,57% são portadores de diabetes mellitus; e 59,5% estão acima do peso. Tais resultados reforçam a importância da divulgação de informações e orientações rela-cionadas com a saúde dos hipertensos e das pessoas com maior predisposição de se tornarem portadores de HAS. Em virtude disso, foi elaborado um plano de assistência de enfermagem, posteriormente disponibilizado às enfermeiras da Unidade Básica de Saúde. O plano elaborado abordou assuntos perti-nentes à hipertensão arterial, incluindo esclarecimento sobre o conceito, causas e conseqüências, sinais e sintomas, tratamento medicamentoso e não-medicamentoso, importância da redução do consumo de sódio, importância de abster-se do tabagismo e diminuir a ingestão alcoólica, controle do peso, estímulo à prática de atividade física, mudança de hábitos alimentares ina-dequados, consultas periódicas com o médico e o enfermeiro, uso correto de medicamentos e participação de um grupo de controle de hipertensos, além da capacitação dos profissionais para melhor atender pacientes com hipertensão arterial.

TC-21

Transtorno afetivo bipolar e terapêutica medicamentosa: analisando perdas e limitações

Autor: Adriana Inocenti Miasso

Co-autores: Silvia Helena de Bortoli Cassiani, Luiz Jorge Pedrão

Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo (USP)

Endereço: Av. Bandeirantes, 3900 – Campus Universitário

Monte Alegre – Ribeirão Preto/ SP

CEP 14040-900 – Tel.: (16) 3602-3418

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é considerado um trans-torno crônico, caracterizado pela existência de episódios agu-dos e recorrentes de alteração patológica do humor que tra-zem grande impacto na vida do paciente, impondo-lhe limites e reduzindo sua qualidade de vida. Como o TAB é crônico, a adesão ao tratamento medicamentoso é fundamental para

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Trabalhos CientíficosS12

aumentar a chance de melhorar o prognóstico. A eficácia está diretamente relacionada à adesão. Todavia, quando opta por aderir ao tratamento medicamentoso prescrito, a pessoa com TAB passa a conviver com seus efeitos colaterais, mui-tas vezes limitantes e dolorosos. Nesse contexto, este estudo analisou as perdas e limitações vivenciadas pelas pessoas com TAB frente ao transtorno e terapêutica medicamentosa, em sua perspectiva e na de seu familiar. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, tendo como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados, à luz do Interacionismo Simbólico. É parte da tese de doutorado intitulada Entre a cruz e a espada: o significado da terapêutica medicamentosa para a pessoa com Transtorno Afetivo Bipolar, em sua perspecti-va e na de seu familiar. Participaram do estudo 14 pessoas com TAB que estavam em acompanhamento em uma Unidade Ambulatorial de Transtornos do Humor de um hospital uni-versitário e 14 familiares por elas indicados. A entrevista e a observação foram as principais formas de obtenção de dados. Os resultados revelaram duas categorias que descrevem as perdas da pessoa com TAB devido ao transtorno e terapêuti-ca medicamentosa e seis que descrevem suas limitações: ten-do perdas afetivas; tendo perdas cognitivas; tendo limitações nos estudos; tendo limitações no trabalho; tendo limitações financeiras; tendo limitações no lazer; tendo limitações para conduzir veículos e tendo restrições alimentares. Constatou-se que apesar da ambivalência em relação à adesão ao me-dicamento, proveniente dos efeitos terapêuticos e colaterais ocasionados pelo mesmo, a pessoa com TAB possui potencia-lidades para conviver com a situação de perdas e limitações. Palavras-chave: Transtorno bipolar, Hábitos de consumo de medicamentos, Relações interpessoais.

TC-22

Transtorno afetivo bipolar: terapêutica medicamentosa e interação com a equipe de saúde

Autor: Adriana Inocenti Miasso

Co-autores: Silvia Helena de Bortoli Cassiani, Luiz Jorge Pedrão

Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo (USP)

Endereço: Av. Bandeirantes, 3900 – Campus Universitário

Monte Alegre – Ribeirão Preto/ SP

CEP 14040-900 – Tel.: (16) 3602-3418

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é considerado um trans-torno crônico, caracterizado pela existência de episódios agudos e recorrentes de alteração patológica do humor que trazem grande impacto na vida do paciente. Como o TAB é crônico, a adesão ao tratamento medicamentoso é funda-mental para aumentar a chance de melhorar o prognóstico. Nesse contexto, a equipe de saúde tem papel fundamental

na instrumentalização do paciente e do familiar em relação ao transtorno e ao tratamento medicamentoso. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar como ocorre a interação entre a pessoa com TAB e a equipe de saúde responsável por sua terapêutica medicamentosa, na perspectiva do paciente e familiar. Esta investigação utilizou uma abordagem quali-tativa, tendo como referencial metodológico a Teoria Fun-damentada nos Dados, à luz do Interacionismo Simbólico. É parte da tese de doutorado intitulada Entre a cruz e a espada: o significado da terapêutica medicamentosa para a pessoa com Transtorno Afetivo Bipolar, em sua perspectiva e na de seu fa-miliar. Participaram do estudo 14 pessoas com TAB que esta-vam em acompanhamento em uma Unidade Ambulatorial de Transtornos do Humor de um hospital universitário e 14 fa-miliares por elas indicados. A entrevista e a observação foram utilizadas como principais estratégias de obtenção de dados. As entrevistas gravadas, após serem transcritas, foram codifi-cadas em três etapas: codificação aberta, codificação axial e codificação seletiva. Os resultados revelaram duas categorias que descrevem como ocorre a interação entre a pessoa com TAB e a equipe de saúde: identificando falhas na orientação sobre os medicamentos e sentindo necessidade de uma ava-liação individualizada. Constatou-se que, ao interagir com a equipe de saúde, a pessoa com TAB não se sente acolhida e, frente ao que é vivenciado, adota várias estratégias na expec-tativa de modificar aspectos negativos de sua realidade: a fé, a busca por acesso a informações sobre os medicamentos e sobre o transtorno, bem como a participação em grupo de psi-coeducação. Este estudo permitiu, assim, um salto na imple-mentação de estratégias de intervenção nos serviços de saúde direcionadas à segurança destes pacientes no que se refere à interação com a equipe de saúde e terapêutica medicamento-sa. Sugere-se como estratégias: oferecer adequado processo psicoeducativo ao paciente; implementar, durante os perío-dos de hospitalização, a auto-administração supervisionada de medicamentos; estimular os pacientes a questionar os vá-rios aspectos da terapêutica medicamentosa, atuando como parceiros no tratamento, por meio do uso de folhetos com explicações simples. Palavras-chave: Transtorno bipolar, Há-bitos de consumo de medicamentos, Relações interpessoais.

TC-23

Satisfação do cliente da unidade de primeiro atendimento pediátrico: impacto da brinquedoteca

Autor: Monique Bueno Alves

Co-autores: Magda Roberta Ferreira, Lacynéia Maria A. V.

Kleimman, Marina Vaidotas

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0200

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S13

Introdução: a Unidade de Primeiro Atendimento Pediátrico (UPA-P) do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) é ca-pacitada para atendimento de urgências, emergências e situ-ações com baixo grau de complexidade, com média de 1.892 atendimentos/mês. Fatores como tempo de espera imprevi-sível para o atendimento médico e presença de insegurança, dúvidas e apreensão frente à criança enferma tornam árdua a tarefa de atingir a expectativa e satisfação completa em to-dos os atendimentos avaliados pela família. Para acolher a criança e sua família, a equipe multiprofissional da UPA-P sentiu a necessidade de inovar: reformou o setor, tornou-o um ambiente harmônico, alegre, interativo e recreativo e criou a brinquedoteca, estratégias que foram desenvolvidas para amenizar o estresse da criança e família causado pela hospitalização. A brinquedoteca da UPA-P foi inaugurada em fevereiro de 2007, é supervisionada por uma brinquedista e as atividades são adequadas para o cenário hospitalar. Este es-tudo busca dados que relacionem a satisfação do cliente com a brinquedoteca na UPA-P. Objetivos: identificar, caracteri-zar e comparar os números de queixas e elogios referentes à UPA-P antes e depois da implantação da brinquedoteca. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo realizado na UPA-P do HIAE a partir dos registros de queixas e elogios de clientes, comparando os períodos de fevereiro a maio de 2006 e fevereiro a maio de 2007. Resultados: no primeiro período, os atendimentos pediátricos totalizaram 8.377, foram registradas 5 (0,05%) queixas e não houve elo-gios. Considerando o conteúdo das queixas, 3 (60%) foram referentes a demora para atendimento e as 2 restantes a falta de cortesia (20%) e falta de brinquedos na recepção (20%). Durante o segundo período, 7.984 crianças foram atendidas e houve o registro de 15 (0,18%) queixas. A fatura hospitalar foi o principal motivo das queixas, com 8 (53,3%) ocorrên-cias, seguida por discordância do diagnóstico médico, com 3 casos (20%). Falta de cortesia, punção venosa e demora no processo de internação representaram 1 queixa (6,6%) cada. No mesmo período, o número de elogios foi 11 (0,13%), sendo 6 (54,5%) para a equipe multiprofissional, 3 (27,2%) para a brinquedoteca e 2 (18,1%) para pediatras. O aumento das queixas registradas no segundo período é decorrente da discordância de valores de cobranças; em contrapartida, não houve queixas referentes a espera para atendimento e o nú-mero de elogios aumentou significantemente. Considerações Finais: nossa análise sugere que a brinquedoteca contribuiu para a diminuição da ansiedade e insegurança potencializa-das pelo setor de emergência. Provavelmente, a espera pelo atendimento tenha-se tornado menos estressante e a doença foi desfocalizada, mantendo a premissa da assistência hospi-talar humanizada. Os elogios referentes à brinquedoteca cor-responderam a 27,2% dos registrados e traduzem a satisfação dos clientes da UPA-P frente a inovações que visam à quali-dade do atendimento hospitalar.

TC-24

Avaliação de feridas na UPA: implantação de um instrumento facilitadorAutor: Maria Roza de Jesus Sampaio de Oliveira

Co-autores: Márcia Gomes da Silva, Renata Gonçalves de Souza,

Elson Peyneau, Assunta Marcelina Poleone, Marina Vaidotas

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0200

Introdução: no ano de 2006, foram realizados 3.600 curativos na Unidade de Primeiro Atendimento (UPA). Frente ao alto volume de atendimentos, percebeu-se a necessidade de elaboração de um instrumento facilitador para que o enfermeiro realizasse de forma mais rápida e segura a avaliação de feridas. Objetivo: descrever a experiência na criação e implantação de um instrumento facilitador para avaliação de feridas. Método: estudo descritivo, no qual foi ava-liado o número de pacientes atendidos na UPA com lesões, produtos utilizados para a realização do curativo e treinamento com a equipe de enfermagem. A partir dessa análise definimos a rotina de avalia-ção, registro e execução do procedimento. Discussão: a avaliação de um resultado que, do ponto de vista de alguns profissionais da equi-pe, não se encontrava satisfatório proporcionou uma revisão de todo o processo, envolvendo toda a equipe de enfermagem que realizava o procedimento e gerando a oportunidade de aprendizado e de ade-quação da atividade. Reescrevemos a descrição do procedimento, reformulamos a ficha de registros e capacitamos a equipe. Ainda não temos dados clínicos que mostrem as melhorias no processo. Porém, verificou-se que a equipe de enfermagem atende esses pacientes de maneira sistematizada, com redução do tempo de atendimento e redução de custos (diminuição de glosas de contas). Conclusão: a revisão completa do procedimento proporcionou à equipe de enfer-magem da UPA melhor qualidade na avaliação e execução dos pro-cedimentos, garantindo atendimento individualizado, seguro, com a agilidade que a UPA almeja proporcionar a seus pacientes.

TC-25

Efetividade do treinamento: adesão ao protocolo assistencial institucional

Autor: Regina Mayumi Utiyama

Co-autores: Adriana Martins da Silva, Alexandre Sousa, Camila

Sardenberg, Claudia Regina Laselva, Constantino José Fernandes

Júnior, Cristina Mizoi, Gina Laube, Gisele de Paula Dias Santos,

Lissandra Borba da Cunha

Instituição: Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0607/3743

Introdução: o gap entre o conteúdo estabelecido em protocolos assistenciais baseados na melhor evidência científica e sua im-

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Trabalhos CientíficosS14

plementação e aplicação na prática clínica pelos profissionais assistenciais é um dos grandes desafios dos serviços de saúde. En-tretanto, implementar diretrizes que possam reduzir este gap re-sulta, do ponto de vista ético, numa assistência baseada nas reais necessidades dos pacientes, com meta em redução de iatrogenias e custos, contribuindo para a qualidade do serviço prestado e, conseqüentemente, garantindo a segurança do paciente. Os pro-tocolos isoladamente não alteram as condutas, devendo sempre ser acompanhados por uma estratégia de treinamento com a fina-lidade de difundir o conhecimento e sensibilizar as equipes para a adesão às diretrizes. A aplicação dessas diretrizes na prática clíni-ca é de fundamental importância para monitorar os resultados de um treinamento. Objetivo: avaliar a eficácia de um treinamento monitorando a adesão ao protocolo institucional Código Amare-lo. Material: o estudo foi realizado em um hospital geral privado de grande porte da cidade de São Paulo/SP. Essa instituição já havia implementado o protocolo de atendimento à parada car-diorrespiratória, denominado Código Azul. Posteriormente, foi implementado o protocolo de atendimento a emergências e ur-gências, denominado Código Amarelo, para pacientes adultos de todas as áreas com atendimento a pacientes internos e externos em que não há médico plantonista 24 horas. No período de 29 de janeiro a 9 de fevereiro de 2007, foram realizados treinamentos para as áreas assistenciais. A estratégia do treinamento foi aula presencial com discussão de casos e participação ativa dos cola-boradores na escolha da melhor conduta. O público-alvo foi de 1.219 assistenciais. Método: estudo descritivo, prospectivo, rea-lizado no período de fevereiro a maio de 2007. A primeira fase consistiu em treinamento presencial e a segunda fase, no monito-ramento dos casos acionados, verificando-se os critérios de elegi-bilidade no período de 26 de fevereiro a 26 de abril, 60 dias após o início do Código Amarelo. Resultados: o treinamento teve a participação de 971 colaboradores, sendo 74% da equipe de en-fermagem, 18% de fisioterapeutas e 6% de outros profissionais. Considerando o público-alvo, tivemos 79,6% de participação. O Código Amarelo foi acionado 93 vezes, 100% dentro dos critérios de elegibilidade. Dos acionamentos, 40% dos pacientes foram encaminhados para as Unidades de Terapia Intensiva e Semi-Intensiva, sendo as principais causas a deterioração do padrão respiratório, sinais e sintomas cardiovasculares e neurológicos. Conclusão: o estudo mostrou a efetividade do treinamento por meio da análise da adesão às recomendações do protocolo e tam-bém que é possível a integração entre áreas na implementação de processos e monitoração dos resultados assistenciais.

TC-26

Queda de pacientes: análise do indicador de qualidade da assistência

Autor: Maria Regina Lourenço Jabur

Co-autores: Juliana Tominaga, Maria Gabriela Motta Bonjardin,

Michela Perpétua Aliberti, Adriana Bianchi Tanaka

Instituição: Hospital Emílio Carlos

Endereço: Av. S. Vicente de Paulo, 1455

Parque Iracema – Catanduva/ SP

CEP 15809-140 – Tel.: (17) 3531-3228

A qualidade da assistência à saúde é uma preocupação en-tre os profissionais da área de Saúde. Qualidade assistencial pode ser mensurada a partir de alguns indicadores. Indicador de qualidade é uma unidade de medida de uma atividade com a qual está relacionada ou, ainda, uma medida quantitativa que pode ser empregada como guia para monitorar e avaliar a assistência e as atividades de um serviço (JCAHO, 1992). Por mais que os profissionais da área da Saúde tentem prestar uma perfeita assistência aos pacientes, a ocorrência de falhas e acidentes não pode ser descartada, mas é necessária uma preocupação constante com a segurança dos pacientes. Segu-rança do paciente é a redução e mitigação de atos não-seguros dentro do sistema de assistência à saúde, assim como a utili-zação de boas práticas para alcançar resultados ótimos para o paciente (The canadian patient safety dictionary. Canada, October, 2003). Queda de pacientes internados é um indica-dor importante para ser investigado em saúde. A prevenção e o controle desse indicador contribuem para a melhoria do cuidado prestado, além de atender à responsabilidade legal do prestador da assistência em garantir a integridade do paciente. O objetivo do estudo foi analisar, em um hospital universitário no interior do estado de São Paulo, o indicador de queda de pacientes no período de fevereiro a dezembro de 2006, por meio da caracterização do perfil dos pacientes, identifican-do os setores de maior incidência e investigando os tipos de queda sofrida pelos pacientes. Tratou-se de um estudo descri-tivo retrospectivo, utilizando a metodologia quantitativa e o referencial teórico da auditoria retrospectiva de processo. A amostra foi constituída de 95 quedas que ocorreram no perí-odo do estudo. Pudemos constatar, por meio dos resultados, que a incidência de quedas/1.000 pacientes/dia foi maior no mês de abril, com 5,69, seguida do mês de agosto, com 5,27, e a menor incidência ocorreu no mês de outubro, com 1,45. Quanto ao gênero, 39% dos pacientes eram do sexo femini-no e 61%, do sexo masculino. Em relação à idade, ocorreu em todas as faixas etárias, sendo que a faixa etária entre 50 a 60 anos foi a de maior incidência, com 20,7%, seguida da faixa etária entre 60 a 70 anos, com 16,5%. Os setores em que as quedas mais ocorreram foram: clínica médica masculina, com 45%, e clínica médica feminina, com 28%. Quanto ao tipo de queda, 28% caíram da cama e 20% da própria altura, sendo que 42% não identificaram o tipo de queda sofrida pelo pa-ciente. Podemos concluir, com este estudo preliminar, que as quedas ocorreram mais na clínica médica, no sexo masculino, onde há maior prevalência de pacientes na faixa etária acima dos 50 anos. Daremos continuidade a este estudo por meio da análise dos prontuários, para verificarmos os fatores de risco,

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S15

e realizaremos uma observação nas clínicas mais incidentes para detectarmos os fatores de risco ambientais. Em seguida, elaboraremos um protocolo para prevenção de quedas.

TC-27

Auditoria de assistência de enfermagem: um instrumento na avaliação da qualidade

Autor: Maria Regina Lourenço Jabur

Co-autores: Josimerci Ittavo Lamana Faria, Lúcia Marinilza

Beccaria, Sonia de Abreu Potella

Instituição: Hospital de Base

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5544 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5000

Auditoria é uma avaliação sistemática da assistência prestada ao paciente e um importante instrumento no controle de pro-cessos de trabalho na saúde. A qualidade esperada é a satisfa-ção das expectativas dos pacientes e familiares. Numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a expectativa é garantir o melhor resultado dentro das condições clínicas e da gravidade dos pa-cientes, tendo os menores índices possíveis de complicações decorrentes dos procedimentos. Várias complicações podem ocorrer de infecções hospitalares; sendo assim, é necessário o cumprimento e acompanhamento de práticas que previnam as infecções. A enfermagem é responsável pela execução de prá-ticas no dia-a-dia de seu trabalho. Visando prevenir estas com-plicações, foi elaborado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) um protocolo de boas práticas para preven-ção e controle de infecção hospitalar. O objetivo deste estudo foi verificar o cumprimento do protocolo de boas práticas para a prevenção de infecção hospitalar em UTI. Foi realizado em uma UTI Cirúrgica de 11 leitos do Hospital de Base. A coleta dos dados ocorreu no mês de setembro de 2006 por meio de observação e registro, em um roteiro estruturado baseado no protocolo implantado, totalizando 175 observações. Os resulta-dos, considerando a observação das 21 práticas, foram: 2 práti-cas cumpridas em 100%: cabeceira elevada e bolsa coletora de urina abaixo do nível da bexiga; 3 práticas cumpridas em 99%: torneirinhas protegidas, frasco de drenagem de urina exclusivo do paciente e dispositivo de drenagem da bolsa coletora de uri-na em posição correta; tempo de permanência de cateter peri-férico inferior a 72 horas em 98%; fixação de cateter periférico sem sujidade em 97% das observações realizadas; circuito de ventilador identificado e com data de troca em 94%; fixação do tubo endotraqueal e do cateter vesical em 93%; ambú pro-tegido em 90%; punção periférica fixada e com data de punção em 85%; equipos sem sangue na parte interna em 80%; tor-neirinhas sem sangue na parte interna em 78%; circuito sendo trocado conforme estabelecido e ausência de condensado no circuito em 77%; equipos datados em 72%; equipos de dieta

datados em 62%; registro de realização de curativo de cateter central em 33%; registro do aspecto do ponto de inserção do cateter central em 20%.Os resultados permitiram constar que 7 práticas estão dentro da margem de conformidade de 5% en-tre 95% a 100% das práticas observadas e 14 práticas estão em não-conformidade. Portanto, é necessário implementar ações para a melhoria dos índices destas 14 práticas.

TC-28

Análise das condutas de enfermagem diante de alarmes ventilatórios acionados por cuidados de enfermagem

Autor: Raquel de Mendonça Nepomuceno, Lolita Dopico da Silva

Instituição: Hospital Pró-Cardíaco

Endereço: R. Dona Mariana, 219 – Botafogo – Rio de Janeiro/ RJ

CEP 22280-020 – Tel.: (21) 2528-1528

Introdução: trata-se dos resultados parciais de uma disserta-ção cuja temática é a ventilação mecânica. O estudo aborda as ações da enfermagem frente a alarmes ventilatórios acio-nados por cuidados de enfermagem em pacientes sob ventila-ção mecânica invasiva. Objetivo geral: discutir a eficiência das condutas de enfermagem no controle dos alarmes ventilató-rios acionados em decorrência dos cuidados de enfermagem. Objetivos específicos: 1) investigar a incidência dos alarmes ventilatórios acionados durante os cuidados habituais de en-fermagem, 2) identificar o tipo e a freqüência de cada alarme acionado durante os cuidados habituais de enfermagem e 3) apresentar as condutas da equipe de enfermagem praticadas frente ao acionamento dos alarmes ventilatórios. Materiais e Métodos: pesquisa do tipo survey, observacional. O local de desenvolvimento da pesquisa foi uma Unidade de Terapia In-tensiva e uma Unidade de Pós-Operatório de um hospital par-ticular. A população foi composta pelos profissionais enfer-meiros e técnicos de enfermagem destas unidades. Foi usado um roteiro de observação estruturado na modalidade check list, que descreve os tipos de alarme que são acionados nas ocasiões em que os cuidados de enfermagem são realizados e as condutas de enfermagem desenvolvidas diante desses alar-mes. Para atender ao objetivo de discutir a eficiência das ações de enfermagem, foi construída uma matriz de condutas para os enfermeiros e uma para os técnicos de enfermagem, com as ações consideradas eficazes no manejo de um acionamento de alarme. A coleta de dados alcançou 116 horas de obser-vação. Para organização, tratamento e análise dos dados, fo-ram criados bancos de dados no programa Excel. Resultados: participaram 29 enfermeiros e 21 técnicos, com predominân-cia do sexo feminino (68%). A média de idade foi de 35 anos (± 8) para enfermeiros e de 32 anos (± 6) para técnicos. Em relação ao tempo de experiência, obteve-se uma média de 10 anos (± 7), com moda de 20 anos no grupo de enfermeiros;

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Trabalhos CientíficosS16

nos técnicos, encontrou-se uma média de 8 anos (± 5), com moda de 5 anos. Em relação aos alarmes, ocorreram 67 aciona-mentos durante a prestação dos cuidados. Houve predomínio do alarme de pressão alta, correspondendo a 34,3%, seguido do alarme de pressão/volume corrente baixos, com 31,3%. Os cuidados durante os quais ocorreram os alarmes com maior freqüência foram: a aspiração de VAS/VAI, correspondendo a 31,3%; a mudança de decúbito, com 28,3%; e o banho no leito, com 27%. Foram observadas 67 condutas de enferma-gem, e as predominantes foram desarmar e ignorar, com 42% e 23% do total de condutas, respectivamente. As associações das condutas de enfermagem observadas com as condutas da matriz buscaram avaliar a adequação das condutas da equipe de enfermagem com o que é preconizado como adequado pela literatura atual. Os técnicos adotaram condutas não-previstas como adequadas em 96% do total de condutas deste grupo; os enfermeiros apresentaram 72% de suas condutas não-previs-tas como adequadas pela matriz.

TC-29

O papel do enfermeiro na terapia medicamentosa ao idoso

Autor: Mercia Denise de Amorim

Co-autor: Ruth Beresin

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

O uso inapropriado de medicamentos pelos idosos tem se tornado um foco importante de atenção dentro das áreas de geriatria e gerontologia. Isso vem ocorrendo com grande fre-qüência e pode ser considerado um problema de Saúde Públi-ca. Muitos estudos indicam que uma das soluções deste grave problema é o treinamento de enfermeiros e profissionais de saúde, no intuito de adquirirem conhecimentos especializados nesta área e, assim, estarem mais bem-habilitados a dar uma assistência de qualidade ao idoso. Objetivos: caracterizar o en-fermeiro com relação a sua formação profissional; verificar se o enfermeiro considera que está preparado para os cuidados na terapia medicamentosa ao paciente idoso; verificar se o en-fermeiro teve ou não, durante sua formação profissional, al-gum tipo de preparo com o objetivo de oferecer assistência ao paciente idoso na terapia medicamentosa; verificar a opinião do enfermeiro sobre quais são os cuidados que o profissional de enfermagem deve oferecer ao paciente idoso na terapia medicamentosa. Metodologia: trata-se de um estudo quantita-tivo de caráter exploratório e descritivo. Foi realizado estudo transversal com uma amostra de 27 enfermeiros da Unidade de Clínica Médica e Cirúrgica do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), com aplicação de um questionário elabora-do pelas autoras da pesquisa. Os resultados foram analisados

por meio de estatística descritiva (média, mediana e porcenta-gens). Resultados: no grupo estudado, 81% dos profissionais eram do sexo feminino e a idade variou de 22 a 53 anos. Com relação ao ano de formatura, 52% dos enfermeiros formaram-se entre os anos de 1995 e 1999. A grande maioria (89%) dos enfermeiros concluiu o curso de pós-graduação. Com relação aos cuidados na terapia medicamentosa, a maioria (67%) res-pondeu que estava preparada e quase a metade dos enfermei-ros (48%) referiu ter recebido informações em sua formação profissional sobre os cuidados na terapia medicamentosa ao paciente idoso. Quanto à opinião dos enfermeiros sobre quais os cuidados que devem ser oferecidos ao paciente idoso na terapia medicamentosa, no total de 42 respostas oferecidas, 26% referiram-se aos cuidados especiais com a administração do medicamento e 24% das respostas referiram-se à atenção aos efeitos colaterais e adversos dos medicamentos. Conclu-são: apesar de a maioria dos enfermeiros do presente estudo referirem estar preparados para os cuidados na terapia medi-camentosa ao paciente idoso, os profissionais da área de Saú-de, principalmente os enfermeiros, devem participar de pro-gramas de educação continuada, com o objetivo de entender a nova demanda dos idosos com relação à farmacoterapia, que é dinâmica e complexa e vem evoluindo rapidamente, com mu-danças importantes nos últimos anos.

TC-30

A enfermagem e a segurança na terapia medicamentosa em unidades intensivas

Autor: Anna Bianca Ribeiro Melo

Co-autor: Lolita Dopico da Silva

Instituição: Hospital Pró-Cardíaco

Endereço: R. Dona Mariana, 219 – Botafogo – Rio de Janeiro/ RJ

CEP 22280-020 – Tel.: (21) 2528-1332

Introdução: trata-se dos resultados parciais de uma dissertação sobre o manejo da terapia medicamentosa pela enfermagem, sob a ótica da segurança dos pacientes críticos. Erros ou even-tos adversos recaem quase exclusivamente sobre a enferma-gem, por ser a executora das fases de preparo, administração e monitoramento dos efeitos do medicamento. Objetivos: iden-tificar situações associadas ao trabalho da enfermagem que favoreçam erros no preparo e administração de medicamen-tos. Material e Método: estudo survey, observacional, quanti-tativo, em três terapias intensivas de uma instituição privada do Rio de Janeiro/RJ. Amostra: 48 enfermeiros e 48 técnicos. Os dados estão sendo analisados por meio de procedimentos estatísticos. Resultados parciais: 84% de enfermeiros do sexo feminino e 53% de técnicos do sexo masculino; formação pro-fissional: média de 9 anos para os técnicos (± 5,5) e de 13 anos para os enfermeiros (±6,5); atuação em UTI: enfermeiros com média de 8 anos (±4) e técnicos, de 10 anos (±6). Em 100%

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S17

das observações, os medicamentos não foram armazenados de forma seletiva e ordenada; em 32% das observações com enfermeiros e 45% das observações com técnicos, o ambien-te de preparo do medicamento apresentava ruído excessivo; em 100% das observações, não havia todos os protocolos para administração de drogas injetáveis e em 30% das observações os protocolos não estavam disponíveis no local de preparo das medicações; 27% dos enfermeiros e 23% dos técnicos não pre-param os medicamentos com a prescrição; 82% dos enfermei-ros e 86% dos técnicos não realizam a identificação completa do medicamento durante o preparo; em 25% das observações com enfermeiros e 46% com técnicos, havia mais de um fun-cionário preparando medicamento; 33% dos enfermeiros e 37% dos técnicos foram interrompidos durante o preparo do medicamento; 40% dos enfermeiros e 23% dos técnicos não chamam o paciente pelo nome e 64% dos enfermeiros e 52% dos técnicos não explicam o procedimento ao paciente; 27% dos enfermeiros e 9% dos técnicos não conferem a prescrição antes da administração do medicamento; 40% dos enfermeiros e 18% dos técnicos administraram medicamento por ordem verbal; 95% dos enfermeiros confirmaram e 38% dos técnicos não confirmaram a ordem verbal antes da administração; em 93% das observações com enfermeiros e 52% com técnicos, houve registro do procedimento realizado; 91% dos profissio-nais realizam monitoramento do paciente após administração da droga; 3 erros (7%) atingiram o paciente na observação com enfermeiros sem causar danos graves (não-checagem da ordem verbal, sendo administrada quantidade superior de analgésico; programação errada da bomba de infusão; administração erra-da de antibiótico por letra ilegível do médico). O cuidado de enfermagem prevê a segurança na administração de medica-mentos, sendo relevante o diagnóstico de situações que a indu-zam a cometer erros em tais situações.

TC-31

Planejamento assistencial de enfermagem ao paciente bariátrico

Autor: Maria do Espírito Santo da Silva

Co-autores: Márcia Paula Costa Ramos, Milena Pinto Mota,

Renata Cardoso, Sheila Kelly Lacerda Souza

Instituição: Faculdade de Tecnologia e Ciências

Endereço: Av. Luis Viana Filho, 8812 – Paralela – Salvador/ BA

CEP 41820-78 – Tel.: (71) 3281-8000

O paciente bariátrico necessita de cuidados específicos duran-te seu processo perioperatório. Nesse contexto, a enfermagem participa e interage com os demais especialistas em todos os as-pectos relacionados a acolhimento, tratamento e reabilitação. Este estudo tem como objetivo identificar o processo de cui-dar de enfermagem, desenvolvido numa instituição hospitalar, e a elaboração de um protocolo assistencial de enfermagem

especifico para o paciente bariátrico. Trata-se de um estudo de cunho qualitativo do tipo exploratório descritivo. A técnica de coleta de dados utilizada foi a entrevista semi-estruturada com análise temática dos textos. Os sujeitos da pesquisa fo-ram quatro enfermeiras das áreas: centro cirúrgico, pré-inter-namento, semi-intensiva e educação permanente, envolvidas no processo de assistência ao paciente bariátrico. A análise dos resultados evidenciou a importância da sistematização da assistência de enfermagem e possibilitou a elaboração de um protocolo assistencial voltado ao paciente bariátrico com itens indispensáveis que atendem a todas as etapas do processo de enfermagem, desde a indicação e decisão do ato cirúrgico até o acompanhamento pós-alta. Com este estudo, procuramos descrever a melhor forma de cuidar do paciente submetido à cirurgia bariátrica, sendo este um desafio para todos da equi-pe multidisciplinar devido à complexidade deste paciente.

TC-32

A responsabilidade da enfermagem quanto ao preenchimento do prontuário do paciente em um hospital particular

Autor: Celice Romero de Aquino

Co-autores: Arlete Duarte Correa, Fernanda Peres,

Marcia Aparecida Oliveira

Instituição: Hospital Samaritano

Endereço: R. Cons. Brotero, 1486 – Higienópolis – São Paulo/ SP

CEP 01232-010 – Tel.: (11) 3821-5875

Introdução: o prontuário é o canal de comunicação da equipe multiprofissional, fonte de dados para o ensino e a pesquisa e instrumento de defesa legal em casos de processos jurídicos. A constatação, verificada pelo Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), de não-conformidades nos prontuários relativas à equipe de enfermagem em junho de 2006 levou à realização deste trabalho. Objetivos: identificar quais os im-pressos que compõem o prontuário dos pacientes cirúrgicos e verificar a atribuição da equipe de enfermagem quanto ao preenchimento; quantificar os campos preenchidos pela enfer-magem nos impressos do prontuário dos pacientes cirúrgicos e correlacionar as não-conformidades apresentadas em junho de 2006 com o número de conformidades estimado para o mesmo período. Metodologia: estudo exploratório e quanti-tativo, mediante análise documental, realizado em um hospi-tal geral privado de médio porte da cidade de São Paulo/SP. Foram incluídos no estudo apenas os impressos das Unidades de Internação Adulto utilizados para os pacientes cirúrgicos. Os impressos foram categorizados conforme a atribuição da enfermagem no que tange à responsabilidade por seu preen-chimento em: atribuição nenhuma (nenhuma responsabilidade quanto ao preenchimento); atribuição parcial (responsabilida-de de preenchimento determinado pela instituição); atribuição

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Trabalhos CientíficosS18

total (impressos que compõem a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE – e outros pertinentes à atividade-fim do enfermeiro). Para análise dos dados, foi utilizada estatís-tica descritiva. Resultados: dos 34 impressos, a equipe de en-fermagem não é responsável pelo preenchimento de 6 impres-sos (18%), detém atribuição parcial em 13 impressos (38%) e total atribuição de preenchimento em 15 impressos (44%). É responsável pelo preenchimento de 82% dos impressos do prontuário do paciente cirúrgico (61% obrigatório e 39% por atribuição institucional). O preenchimento dos impressos pela equipe de enfermagem totaliza 397 campos (218 campos pre-enchidos obrigatoriamente na admissão do paciente cirúrgico). As não-conformidades de junho de 2006 (560), com 729 inter-nações no período, representam 0,19% em relação às confor-midades do prontuário estimadas no mesmo período (289.413 campos devidamente preenchidos). Conclusões: a enfermagem responsabiliza-se por elevado número de campos a serem pre-enchidos, com maior chance de produzir não-conformidades, sem que isso implique necessariamente uma avaliação negativa de desempenho dos profissionais envolvidos na atividade. São recomendadas, portanto, medidas mais efetivas de acompa-nhamento para identificar a realidade de desempenho nessa área e, assim, produzir melhoria contínua, uma vez que o uni-verso de conformidades já é bastante significativo.

TC-33

Percepção da equipe do noturno quanto à atuação da supervisão de enfermagem

Autor: Ana Cristina Rossetti

Co-autores: Helena Takeda, John Wesley Veloso, Juliana Harumi

Mendes Yasui, Lílian Prestes, Regiane Gonzalez Alves, Vânia

Helena Monteiro

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0397

Introdução: nos hospitais em que a liderança atua na maior parte do tempo durante o dia, é comum encontrarmos a su-pervisão de enfermagem no plantão noturno desempenhando funções importantes, como tomada de decisões, distribuição de pessoal de enfermagem, mediação de conflitos, esclarecimen-to de dúvidas, entre outras. Os profissionais que trabalham no plantão noturno sentem-se socialmente isolados e desengaja-dos das operações do dia, além de terem o fardo da decisão quando os médicos titulares e as lideranças locais não estão no hospital. No Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em dezembro de 2006, após cerca de dois anos de ausência desta função, sentiu-se a necessidade de resgate do supervisor de enfermagem no período noturno, para atuar como referên-cia e suporte às equipes nas questões assistenciais de conflito e nas atividades administrativas que dificultam a assistência

ao paciente, além de assegurar o cumprimento de normas e padrões da instituição. A partir de então, um enfermeiro sê-nior atua exclusivamente nesta função. Objetivo: conhecer a percepção das equipes de enfermagem e apoio dos plantões noturnos quanto à atuação da supervisão de enfermagem no HIAE. Material e Método: foram entregues 229 questionários: 35,8% para enfermeiros, 57,6% para auxiliares e técnicos de enfermagem e 5,2% para profissionais de apoio à assistência (higiene, lavanderia, internação e supervisão administrativa). Todos os questionários foram devolvidos e considerados. Esta amostra representa 39,8% da população destes profissionais. Na análise da eficácia do supervisor de enfermagem, foram agrupadas as respostas “eficaz” e “muito eficaz” como “efi-caz”. Resultado: analisando as respostas, podemos verificar que 93,9% consideram a função do supervisor de enfermagem muito importante ou importante, 4,8% consideram-na sem importância e 1,3% não opinaram. Com relação às funções desempenhadas pelos supervisores de enfermagem, os profis-sionais analisaram a eficácia destes: na resolução dos proble-mas de escala (79% eficaz, 8,7% pouco eficaz e 2,6% ineficaz), no suporte em dúvidas relacionadas a procedimentos, rotinas e políticas (69% eficaz, 6,6% pouco eficaz e 4,8% ineficaz), no suporte em conflitos familiares (60,3% eficaz, 5,2% pouco efi-caz e 5,2% ineficaz), na agilidade nas altas, admissões, libera-ção de leitos, serviços de lavanderia, nutrição e outros (57,6% eficaz, 8,3% pouco eficaz e 4,8% ineficaz), em suportes nos problemas assistenciais (55,9% eficaz, 6,6% pouco eficaz e 4,4% ineficaz) e em alterações do comportamento/conflitos na equipe (45,4% eficaz, 6,1% pouco eficaz e 5,2% ineficaz). Conclusão: observamos que a atuação do supervisor de enfer-magem é percebida pelas equipes de enfermagem e de apoio como importante e necessária, proporcionando segurança, confiabilidade e auxílio às equipes. Para Claffey, proporcionar um ambiente de apoio aos profissionais que atuam no período noturno melhora a performance e a satisfação dos funcioná-rios, colaborando para uma assistência mais eficiente.

TC-34

Gerenciamento de risco: segurança dos recém-nascidos

Autor: Maria Fernanda Dornaus

Co-autores: Lissandra Borba da Cunha, Eliane A. Fernandes,

Viviane A. Braga, Alice Deutsch

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2787

A melhoria continua no processo assistencial engloba questões relacionadas à segurança do paciente no ambiente hospitalar. Nas maternidades, é imperativo gerenciar os riscos relativos ao possível seqüestro de recém-nascidos (RN). A capacitação da

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S19

equipe, a orientação dos pais, o fluxo de atendimento e o am-biente em que o RN permanece na instituição devem ser anali-sados rigorosamente, de forma a garantir a segurança durante a internação. No período de 1983 a 2001, ocorreram 111 seqües-tros de RN em hospitais, sendo 33% no quarto materno e 9% no berçário. Relatos de trocas e seqüestros de RN em nosso país destacam a vulnerabilidade das maternidades. Objetivo: avaliar a segurança do recém-nascido durante o período de internação. Metodologia: a necessidade de assegurar a segurança dos RN impulsionou a revisão dos processos. Escolhemos a metodolo-gia PDCA para condução deste estudo. O ciclo PDCA é uma ferramenta da qualidade, representada pelas iniciais, em inglês, das etapas: plan (P), do (D), check (C), act (A). Na fase P há estabelecimento de metas, dos recursos e estratégias. Na fase D, o planejamento é implantado. Na fase C, há o monitoramento dos procedimentos e resultados. Na fase A, ocorrem ações cor-retivas, em um círculo contínuo de melhorias. Fase P: revisão da literatura sobre segurança em instituições hospitalares e ben-chmarking. Elaboração da política de segurança, com revisão de rotinas: identificação do RN com duas pulseiras em sala de parto, com prévia conferência dos dados pelos pais; identifica-ção plantar do RN e do polegar materno em prontuário; trans-porte interno e alta hospitalar acompanhados pelo profissional de segurança; obrigatoriedade de transporte do RN no berço. A presença de um RN no colo é um sinal de alerta: notifica-ção imediata à segurança de comportamentos suspeitos; uso de crachá por todos os profissionais; uso do palm® com leitura do código de barras do crachá da enfermagem e da pulseira do RN nos encaminhamentos. Controle da localização do RN na planta física da unidade e emissão de relatórios com horário dos transportes e profissional responsável; orientações aos pais; instalação de câmeras com monitoramento contínuo e gravação das imagens; dispositivos de emergência em locais estratégicos; controle de acesso com identificação dos visitantes; acesso li-mitado aos funcionários com abertura de portas com crachá; treinamento em e-learning sobre segurança para a equipe assis-tencial; desenvolvimento de plano de ação em caso de seqües-tro. Fase D: todas as rotinas descritas foram implantadas. Fase C: identificamos que, em caso de seqüestro, havia o risco de a equipe não executar de forma sistematizada e em tempo hábil o plano de ação. Realizamos um simulado de seqüestro. Fase A: a fase de busca do RN nas dependências da maternidade pela equipe de enfermagem foi eficiente, assim como a notificação imediata do evento ao departamento de segurança. O simulado mostrou a efetividade do plano e o desempenho da equipe em concordância com o protocolo. Conclusão: ações preventivas, como treinamento da equipe assistencial e segurança do am-biente com o emprego de recursos tecnológicos, são medidas essenciais para a segurança dos RN em maternidade. Agra-decemos à participação da equipe assistencial na revisão dos processos, pelas observações decisivas em destacar os pontos de risco e por oferecer sugestões de melhoria.

TC-35

Papel da enfermagem no atendimento a urgências e emergências após implementação de um sistema de código amarelo

Autor: Gisele de Paula Dias Santos

Co-autores: Camila Sardenberg, Gina Laube, Alexandre Sousa,

Constantino José Fernandes Júnior, Luis Fernando Lisboa,

Cláudia Regina Laselva, Cristina Mizoi, Joyce Polessi, Anna

Margueritha Toldi Bork, Miguel Cendoroglo Neto

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-3100

Introdução: o Sistema de Código Amarelo (SCA) consiste no reconhecimento precoce de mudanças agudas nos parâ-metros vitais do paciente, previamente estabelecidos, o que permite ao enfermeiro acionar o médico da UTI-A, agilizan-do o atendimento e o desfecho. O SCA tem como objetivo reduzir o tempo para a detecção de emergências/urgências em Unidades de Internação onde não haja médicos durante as 24h. Deste modo, o enfermeiro, na ausência do médico titular do paciente e dispensando a anuência prévia daquele, solicita a avaliação médica, agilizando o atendimento insti-tucional e maximizando a segurança do paciente. Objetivo: avaliar o papel da enfermagem no atendimento a urgências e emergências após um SCA. Material e Métodos: por meio das mudanças agudas nos parâmetros vitais do paciente re-conhecidas pelo enfermeiro, tais como freqüência respira-tória, freqüência cardíaca, rebaixamento do nível de cons-ciência e convulsões, que acionariam o Código Amarelo e o atendimento do médico da UTI-A, foi criada uma metodo-logia para avaliação destes atendimentos (folha de registro simples), garantindo a aquisição de dados para auditoria e monitoração dos resultados obtidos (indicadores de resulta-dos), permitindo a avaliação da qualidade do atendimento (indicadores de qualidade). Resultados: o SCA teve início em 26 de fevereiro de 2007. Após treinamento da equipe as-sistencial, ocorreram 93 atendimentos no período avaliado entre a data inicial e 30 de abril de 2007: 40% dos eventos foram encaminhados para Unidades de Terapia Intensiva ou Semi-Intensiva e 60% dos eventos permaneceram na uni-dade de origem, sendo resolvidos pelo médico chamado. A meta estabelecida, de atendimento em menos de 5 minutos, foi alcançada em 100% dos casos, e menos de 5% dos cha-mados ocorreram para pacientes sem prognóstico (cuidados paliativos). Conclusão: a implementação do SCA aperfeiçoa o atendimento de casos de urgências e emergências pela capacitação da equipe e agilidade do atendimento. A en-fermeira tem papel fundamental na detecção da piora clíni-ca. O acionamento da SCA por esta profissional possibilita atendimento rápido e seguro.

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Trabalhos CientíficosS20

TC-36

As atitudes dos enfermeiros e graduandos de enfermagem em relação aos idosos

Autor: Ellen Maria Hagopian

Co-autores: Ruth Beresin

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

A inserção das disciplinas de geriatria e gerontologia na gra-de curricular tem grande importância para a formação acadê-mica do graduando de enfermagem, que terá oportunidade de, na formação universitária, abordar os principais assuntos acerca da velhice, desfazendo alguns preconceitos sociais. A aceitação e difusão das idéias que evidenciam o preconcei-to relacionado à terceira idade contribuem para a discrimi-nação do idoso e a formação de opiniões negativas sobre o processo de envelhecimento. O enfermeiro é um importante foco da comunicação na equipe de enfermagem e, com os outros profissionais, exerce função importante; sua atitude frente ao paciente idoso refletirá significativamente no tra-tamento, assistência e reabilitação deste. Objetivo: verificar as atitudes dos enfermeiros e graduandos de enfermagem em relação aos idosos. Material e Método: trata-se de um estudo quantitativo de caráter exploratório e descritivo. Foi realizado estudo transversal com 15 enfermeiros(as) que tra-balham no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e 42 graduandos da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Foram aplicados os seguintes instrumen-tos: o questionário Facts on Aging Quiz (FAQ) e um breve questionário elaborado pelas autoras. O questionário FAQ foi desenvolvido por Erdman Palmore em 1977 e é compos-to por 25 itens relacionados à terceira idade, sendo os itens pares afirmações verdadeiras e os itens ímpares, afirmações falsas. Os resultados da presente pesquisa foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: no que se re-fere às respostas dadas pelos enfermeiros ao questionário FAQ, 80% erraram de 6 a 12 questões e 20% erraram de 1 a 5 questões. Com relação ao total de 42 graduandos de enfermagem, 92,8% erraram de 6 a 12 questões, 4,8% erra-ram de 1 a 5 questões e 2,4% erraram de 13 a 19 questões. Conclusões: quanto ao número de respostas erradas dadas ao questionário FAQ, 80% dos enfermeiros e 92,8% dos gra-duandos erraram um número entre 6 e 12 questões, ou seja, um número que não chega a 50% de questões erradas. Isto pode revelar que o grau de informação de ambos os segmen-tos em relação à terceira idade está de acordo com o grande crescimento dos estudos e interesse por esta área. Nota-se que está em processo uma mudança do paradigma do que é ser velho na sociedade atual.

TC-37

Sistematização do atendimento à parada cardiorrespiratória (PCR) após a implementação de um Sistema de Código Azul (SCA)

Autor: Gisele de Paula Dias Santos

Co-autores: Alexandre Sousa, Constantino José Fernandes

Júnior, Luis Fernando Lisboa, Claudia Regina Laselva, Cristina

Mizoi, Joyce Polessi, Anna Margueritha Toldi Bork, Miguel

Cendoroglo Neto, Camila Sardenberg

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-3100

Introdução: o prognóstico das vítimas de PCR é dependente do tempo entre o colapso e o início de manobras (TC-IM) e, nos casos de PCR em fibrilação ventricular (FV) ou taquicar-dia ventricular (TV), do tempo entre o colapso e a desfibri-lação (TC-D). A falta de atendimento sistematizado às víti-mas de PCR em áreas assistenciais, onde não há médicos nas 24 horas do dia, pode comprometer o prognóstico dos pacien-tes. Objetivo: verificar a performance do Sistema de Código Azul (SCA) por meio dos indicadores de qualidade. Métodos: criamos um SCA com o objetivo de conhecer os IQ no atendi-mento da PCR intra-hospitalar, bem como possibilitar melhoria contínua no atendimento às vítimas de PCR. Todas as equipes assistenciais foram treinadas em suporte básico (SBV) e avan-çado (SAVC) de vida, incluindo a equipe do SCA. Um sistema de acionamento exclusivo foi desenvolvido e o SCA teve início em 1º de agosto de 2005. Ocorreram 26 PCR por meio do SCA entre 1º de agosto de 2005 e 15 de março de 2007. Foram ava-liados o TC-IM, o TC-D e o tempo entre colapso-epinefrina (TC-E). Resultados: a população era constituída de 61,8% do sexo masculino, com idade média de 73,2 anos. Os pacientes sofreram eventos nos locais onde há presença do Código Azul: 50% na enfermaria, 46,2% na hemodinâmica, 30,8% na tomo-grafia, 23,1% na endoscopia e 7,7% na recuperação anestésica. Quanto ao tipo de PCR, 38,5% de assistolia, 26,9% de atividade elétrica sem pulso (AESP), 19,2% de bradicardia, 11,5% com FV e 3,8% sem descrição. As principais intervenções realiza-das foram: acesso venoso, em 92,3% dos casos; monetarização ECG, em 50% dos casos; oximetria de pulso, em 38,5% dos ca-sos; EOT/traqueo, em 30,8%; ventilação mecânica, em 26,9%; drogas vasoativas, 15,4%; e cateter intra-arterial, em 3,8% dos casos. O tempo médio do início do colapso até a chegada da equipe foi de 1 minuto e 12 segundos, o tempo médio do início das manobras foi de 2 minutos e 12 segundos e o tempo médio do intervalo do colapso até o fim das manobras foi de 33 mi-nutos e 32 segundos. Foi registrado um percentual de 26,9% de alta hospitalar, valor 49,4% superior ao benchmark (JAMA, 2006). Dos sobreviventes, 71,4% apresentaram boa recupera-

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S21

ção cerebral (categoria de performance cerebral = 1), resultado 10% superior ao benchmark (JAMA, 2006). Conclusão: o SCA aperfeiçoa o atendimento de casos de PCR pela capacitação da equipe e agilidade do atendimento. Os resultados dos IQ estão dentro do recomendado, e as taxas de sobrevida e RCE estão compatíveis com outros estudos da literatura.

TC-39

A queda de pacientes internados como evento adverso e seus fatores de risco: conhecimento dos graduandos de enfermagem

Autor: Edvane Birelo Lopes de Domenico

Co-autores: Rosali Isabel Barduchi Ohl, Andreza Gama Leite,

Carolina Ayumi Ban, Lívia Inês dal Fabro, Vanessa dos Santos

Silva, Viviane Fátima O. Nascimento.

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: R. Napoleão de Barros, 754 – Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04024-000 – Tel.: (11) 5576-4427

Introdução: a queda no ambiente hospitalar é um evento ad-verso não-intencional que pode resultar em complicações de diferentes naturezas. Nessa perspectiva, docentes e alunos deli-nearam a presente investigação, que tem por objetivos: verificar se o discente de enfermagem reconhece a queda do paciente in-ternado como evento adverso; verificar o conhecimento desses discentes acerca dos fatores de risco para a queda de pacientes adultos em ambiente hospitalar. Método: estudo descritivo, de natureza quantitativa, desenvolvido com discentes da quarta sé-rie do curso de graduação em Enfermagem da UNIFESP no primeiro semestre de 2007. Os dados foram submetidos à es-tatística descritiva, sendo apresentados em valores absolutos e percentuais. Resultados: a amostra foi composta por 35 alunos que aceitaram participar do estudo. A totalidade dos respon-dentes afirmou que a queda do paciente em ambiente hospi-talar é um evento adverso. Quando indagados sobre os fatores de risco que conhecem para a prevenção do evento queda, os discentes referiram tanto os fatores de risco intrínsecos como os extrínsecos. Dos fatores intrínsecos, três foram destacados: idade do paciente (42,9%), rebaixamento do nível de consciên-cia (40%) e confusão/agitação psicomotora (40%). Dos fatores extrínsecos, destacou-se: uso inadequado de grades (54,3%); pisos inadequados: molhado, liso, não-antiderrapante (14,3%); falta de barras de apoio/corrimão (11,4%). Foram citados fato-res relacionados à equipe de enfermagem, como: cuidados in-satisfatórios e falta de atenção dos profissionais (25,7%); falta de preparo dos profissionais (17,1%) e número insuficiente de profissionais (14,3%). Discussão: os graduandos relacionaram o evento queda como uma complicação indesejada e decorren-te de uma ação profissional. Entretanto, ao relatarem os fatores de risco imbricados, verificou-se que, entre os fatores de risco

intrínsecos, não houve a citação majoritária (acima de 50%) daqueles indicados pela literatura como mais relacionados ao evento queda, como idade do paciente, nível de consciência e desorientação, mobilidade física prejudicada, déficit de visão, entre outros. Na perspectiva dos fatores extrínsecos, apenas o fator uso inadequado de grades foi citado por mais da metade dos respondentes, não havendo citação expressiva de outros fa-tores como iluminação inadequada, superfícies escorregadias, degraus altos ou estreitos e obstáculos no caminho, entre ou-tros. Ressalta-se que 51,4% dos discentes vincularam a queda do paciente a falhas na estrutura e no processo assistencial de enfermagem, em concordância com estudos que a associam como um indicador de qualidade profissional. Conclusões: o estudo permitiu a identificação da necessidade dos conteúdos curriculares relativos à segurança do paciente receberem maior ênfase no processo de formação profissional do enfermeiro, buscando garantir a construção de competências para a ação profissional consciente e efetiva em relação à temática.

TC-40

A qualidade de vida dos graduandos de enfermagem

Autor: Carolina Tais Campos Lourenço

Co-autores: Ruth Beresin

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Resumo: nas últimas décadas, vários estudos foram realizados acerca da qualidade de vida dos graduandos de enfermagem, devido ao já conhecido estresse que o graduando vivencia duran-te sua formação profissional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valo-res, nos quais ele vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Na área de Saúde, além da atenção dada à qualidade de vida do paciente, vêm-se desenvolvendo inú-meros estudos no mundo inteiro acerca do desgaste físico e emo-cional do profissional de enfermagem em sua atuação profissio-nal, sendo apontado que diversas medidas preventivas precisam ser adotadas e que a preocupação com a qualidade de vida do enfermeiro deve ser iniciada já na sua formação durante o curso de graduação. Objetivos: caracterizar sociodemograficamente os graduandos de enfermagem e avaliar a qualidade de vida dos gra-duandos de enfermagem. Material e Método: a pesquisa foi rea-lizada junto aos graduandos matriculados do primeiro ao quarto ano da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Foi realizado estudo transversal em uma amos-tra de 120 graduandos, os quais responderam a um questionário sobre características sociodemográficas e ao instrumento de ava-

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Trabalhos CientíficosS22

liação de qualidade de vida World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF). Este questionário tem 26 questões, sendo duas questões gerais, e é composto por 4 domínios: físico, psicológico, social e meio ambiente. Resultados: quanto às ca-racterísticas sociodemográficas dos graduandos de Enfermagem, 80% dos graduandos tinham entre 17 e 23 anos, sendo 97% do sexo feminino; 92% dos graduandos eram solteiros e 60% dos graduandos referiram ser da religião católica. A grande maioria (89%) dos graduandos residia em São Paulo/SP. No que se refere à habitação, 79% afirmou residir com a família e a maioria dos estudantes (72%) referiu possuir casa própria. Quanto à renda familiar, 40% dos graduandos dispunham de 6 a 10 salários mí-nimos ao mês e a grande maioria (88%) utilizava como meio de transporte o carro. E 38% dos graduandos referiram trabalhar. Com relação à avaliação da qualidade de vida realizada por meio do instrumento WHOQOL-BREF, foram obtidos os seguintes resultados: os domínios físico, psicológico e social ficaram entre os escores 63,52 e 69,13 e o domínio meio ambiente obteve o escore 55,68. Conclusões: a análise geral dos dados levantados neste estudo comprovou que a qualidade de vida dos graduan-dos de Enfermagem apresenta-se adequada, sendo que o meio ambiente é o domínio que requer maior atenção. E, na medida em que são grandes as alterações emocionais e comportamentais que ocorrem com os graduandos no período de sua formação, existe a necessidade das instituições de ensino em adequar-se às características e múltiplas demandas dos estudantes.

TC-41

Brinquedo no hospital: em busca de evidências científicas para uma prática seguraAutor: Fabiane de Amorim Almeida

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Doença e hospitalização representam situações de crise na vida da criança e o brinquedo, além de propiciar diversão e relaxa-mento, encoraja a interação com outras crianças, ajudando-a a se sentir mais segura nesse momento. Todavia, assim como ob-jetos e equipamentos hospitalares, o brinquedo também pode transmitir infecções. Com o objetivo de investigar o conheci-mento existente sobre o uso do brinquedo e o risco de transmis-são de infecções relacionadas à assistência de saúde (IRAS) e elaborar recomendações para prevenir essa ocorrência em Uni-dades Pediátricas, a autora realizou esta pesquisa exploratória descritiva. Por meio da revisão sistemática de artigos científicos de periódicos nacionais e internacionais indexados em diferen-tes bases de dados (PUBMED, MEDLINE, LILACS, SciELO, Cochrane e BDENF), foram encontradas 18 publicações sobre o tema no período de 1985 a 2006, selecionando-se 15 para

constituir a amostra. Os dados foram analisados quantitativa-mente, agrupando-se as publicações em cinco temáticas: brin-quedo e risco de infecção em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (4; 26,7%); colonização de brinquedos em enferma-rias e consultórios (4; 26,7%); comparação entre a colonização de brinquedos rígidos e macios (3; 20%); risco de colonização em brinquedos macios (2; 13,3%); e práticas de higiene e de-sinfecção de brinquedos (2; 13,3%). Os resultados mostram que brinquedos rígidos têm risco menor de serem colonizados por microrganismos, ao contrário dos macios, que, mesmo após a higiene, voltam a ser colonizados em cerca de uma semana. Além disso, a higienização dos brinquedos macios é mais difícil, assim como dos que possuem reentrâncias e orifícios que per-mitem o acúmulo de líquidos. Estudos mostram a colonização de microrganismos em brinquedos de banho e sua associação à ocorrência de surtos de infecção por Pseudomonas aeruginosa. Os métodos recomendados para a higiene dos brinquedos no hospital são: limpeza com detergente neutro (manual) ou en-zimático (máquina de lavar) e desinfecção por termodesinfec-ção, ou solução germicida (por imersão ou fricção). A secagem e armazenamento adequado também têm importante papel no processo de higienização. Conclui-se que as publicações sobre o assunto ainda são escassas, sendo que as existentes apresentam baixo nível de evidência, não havendo estudos experimentais nem estudos de metanálise bem delineados. Diante dos inúme-ros benefícios do brinquedo para a criança, cabe ao profissional de saúde decidir sobre a melhor prática, com base em evidên-cias científicas. É preciso desenvolver estudos de maior consis-tência, que contribuam para que ele seja percebido como uma prática segura e não assuma o papel de vilão na transmissão de infecção em Unidades Pediátricas.

TC-42

Resultados do emprego da solução salina em cateteres venosos periféricos

Autor: Francimar Tinoco de Oliveira

Co-autor: Lolita Dopico da Silva

Instituição: Hospital Pró-Cardíaco; Universidade do Estado do Rio

de Janeiro (UERJ)

Endereço: R. General Polidoro, 192 – Botafogo – Rio de Janeiro/ RJ

CEP 22280-000 – Tel.: (21) 2528-1528

Trata-se da temática dos cuidados de enfermagem com o cateter venoso periférico (CVP), que para sua manutenção recebeu in-fusões intermitentes de solução salina 0,9%. Objetivos: criar um guia para o uso de solução salina em CVP baseado nas recomen-dações da Infusion Nurses Society e apresentar os resultados dele obtidos. Material e Método: estudo clínico-epidemiológico, pros-pectivo, com modelo de intervenção, delineamento quase-experi-mental e grupo único. A variável dependente foi a permeabilida-de dos CVP e a independente, o guia para uso da solução salina.

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S23

Realizado no Hospital Pró-Cardíaco. A população consistiu de 58 pacientes, sendo 55,17% do sexo masculino, com idade entre 60 a 80 anos (51,72%) e diagnóstico cardiológico (62,06%), que ne-cessitavam do uso intermitente do CVP, além da indicação clínica de restrição de volume hídrico. O n foi representado pelo núme-ro de punções periféricas. A confiabilidade na utilização do guia pela enfermagem foi garantida por meio da realização de treina-mento com aplicação de pré e pós-teste. Os dados organizados e tratados no programa Excel® receberam análise estatística des-critiva, com o emprego de moda, média, mediana, desvio-padrão, máximo e mínimo. O Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição autorizou a realização da pesquisa e sua divulgação. Resultados: o guia padronizou a execução técnica e materiais utilizados, sen-do eles: luvas de procedimento, gaze estéril, álcool 70%, CVP calibre 20 e 22 Gauge (G), extensor de 20 cm ou polifix® 2 vias, bioconector®, seringa de 10 ml, solução salina 0,9% (ampolas de 10 ml), curativo transparente semipermeável. A salinização ocor-reu sempre após administrações de medicação intravenosa (IV), após aspiração de sangue por CVP e a cada seis horas, indepen-dentemente da infusão de medicações, utilizando-se o volume correspondente a duas vezes a capacidade do dispositivo de in-fusão (para o extensor de 20 cm, 3 ml e para o polifix® 2 vias, 10 ml). Os CVP com 72 horas de permeabilidade corresponderam a 60,75%, significando um total de 48 punções. Punções realizadas no antebraço apresentaram um taxa de perda de 47,91%, seguido de 33,33% de perda na mão e 22% no braço. Quanto ao calibre, os CVP 22 G estiveram presentes em 63 punções (79,74%) ver-sus 16 punções com 20 G (20,25%). Neste total, a freqüência dos CVP pérvios por 72 horas foi de 49,36% nos cateteres 22 G e de 11,39% nos de 20 G. Acessos com extensor de 20 cm correspon-deram a 31,64% da amostra e os com polifix®, 29,11%. Quarenta acessos mantiveram-se pérvios, recebendo medicação (50,63%); a perda de permeabilidade nos acessos que não receberam medi-cações foi de 42,85%, contra 38,46% no grupo que recebia medi-cações, sendo interessante lembrar que os acessos que recebiam medicações também recebiam a salinização com maior freqüên-cia. Conclusão: nesta amostra de pacientes, houve maior perda de permeabilidade dos acessos venosos em pacientes idosos, do sexo masculino, com diagnóstico de etiologia cardiológica e que não faziam uso de anticoagulantes.

TC-43

Conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a assistência prestada à criança com drenagem ventricular externa

Autor: Fabiane de Amorim Almeida

Co-autor: Lucélia Ferreira Lima

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: cuidar de crianças portadoras de derivações ventriculares externas (DVE) tem sido uma prática cada vez mais freqüente e que, para muitos profissionais de enferma-gem, gera dúvidas, tendo em vista a complexidade desse cui-dado e as complicações que podem resultar para o paciente quando não realizado adequadamente. Objetivo: verificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem em relação aos cuidados com o manuseio da DVE em crianças e neona-tos. Método: esta pesquisa descritiva exploratória de abor-dagem quantitativa foi realizada em um hospital-escola de alta complexidade da Grande São Paulo. A amostra consti-tuiu de 40 enfermeiros das Unidades Pediátrica e Neonatal, que responderam a um questionário com questões abertas e fechadas. A coleta iniciou-se após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: a maioria dos sujeitos tinha entre 23 e 44 anos de idade (35; 87,5%), era do sexo feminino (40; 100%) e atuava na UTI pediátrica (22; 55%). Houve predomínio de técnicos de enfermagem (17; 42,5%) e profissionais com seis a dez anos de formado (17; 42,5%). A maioria dos entrevistados (32; 80%) referiu ter experiência prática no manuseio da DVE. Entretanto, “zerar a altura da bolsa coletora em relação ao meato auricular ex-terno” (33; 49,2%) foi uma das dificuldades mais citadas por eles. Outras dificuldades também foram citadas com freqü-ência: “manipular a criança com DVE” (13; 19,4%), “reali-zar o curativo do cateter” (11; 16,4%) e “desprezar o débito do sistema coletor” (10; 14,9%). A febre (16; 24,9%) e a ir-ritabilidade (13; 20,3%) foram as principais alterações ob-servadas pelos profissionais ao cuidar da criança com DVE, enquanto a hipertensão craniana e a infecção (19; 33,3%) foram as complicações mais citadas. Quatorze profissionais (35%) relataram não utilizar técnica asséptica para manipu-lar a DVE e a maioria (28; 70%) referiu trocar o curativo diariamente, ao contrário do que é preconizado pela insti-tuição (dias alternados). Conclusão: constata-se que esses profissionais têm conhecimento insuficiente em relação ao manuseio da criança com DVE. Enfatiza-se a importância de treinamentos periódicos para reduzir a ocorrência de erros e prevenir o risco de complicações, garantindo a segurança da criança e do neonato.

TC-44

Erros na administração de medicamentos e os sentimentos gerados nos profissionais de enfermagem

Autor: Ana Elisa Bauer de Camargo Silva

Co-autores: Jânia Oliveira Santos, Denize Bouttelet Munari,

Adriana Inocenti Miasso, Ana Lúcia Queiroz Bezerra

Instituição: Universidade Federal de Goiás (UFG)

Endereço: R. 227, s/n, QD 68 – Setor Leste Universitário – Goiânia/ GO

CEP 74605-080 – Tel.: (62) 3521-1822

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Trabalhos CientíficosS24

Introdução: erros de medicação tem sido um problema constante vivenciado nos hospitais, podendo trazer sérias conseqüências ao paciente e profissional envolvido. Quanto aos profissionais, além das conseqüências administrativas, sociais e processuais, são comuns sentimentos indesejáveis que não podem ser desconsiderados no contexto do trabalho, por determinantes psicológicos, alterações físicas e respostas imunológicas, influenciadoras do sistema nervoso autônomo e que podem comprometer a execução de suas atividades e a relação com os demais componentes da equipe. Objetivo: conhecer os sentimentos e atitudes dos profissionais de en-fermagem quando estes cometem um erro de medicação. Método: pesquisa descritiva com 28 profissionais do perío-do diurno das Unidades de Clinica Médica, Terapia Inten-siva e Pronto-Socorro de Hospital Sentinela de Goiás, que afirmaram ter cometido algum erro de medicação, sendo 25 (89,3%) técnicos de enfermagem e 3 (10,7%) enfermei-ros. A coleta de dados foi de março a junho de 2006, com entrevistas gravadas e utilizando um instrumento com carac-terização dos sujeitos e questão norteadora: “Quais foram os seus sentimentos ao cometer um erro de medicação?”. As entrevistas foram transcritas e analisadas segundo Bardin (2004). Os aspectos éticos seguiram a Resolução n° 196/96. Resultados e Discussão: categorias – sentimentos imediatos após o erro: revela que o impacto do erro gera pânico; são freqüentes os sentimentos de culpa, quando o profissional toma consciência da possibilidade de ter causado danos ao paciente, e vergonha de revelar a falha cometida. Isso é com-preensível pelos aspectos legais da profissão, assim como pela exposição a julgamentos sobre sua competência técni-ca e profissional, pelo medo de possíveis agravos e risco à vida do paciente. Atitudes decorrentes do erro: relacionadas ao sentimento, revelam dois movimentos: a necessidade dos profissionais em buscar ajuda ou compartilhar o problema com alguém que possa auxiliá-lo neste momento de estresse e insegurança, e de comunicação do erro, pela tranqüilidade em se sentir apoiado. Aprendizado a partir do erro: revela o aprendizado pessoal e profissional adquirido, assim como a criação de estratégias individuais para evitar novas ocorrên-cias na administração de medicamentos. Conclusão: a expe-riência de errar perdura na lembrança dos profissionais; no entanto, torna-se positiva sua transformação em estratégias pessoais de prevenção. Considerando que os profissionais são sujeitos a falhas, a enfermagem, responsável pela ad-ministração de medicamentos, precisa avaliar processos de trabalho, incentivar notificações e transformar práticas puni-tivas em situações de ensino-aprendizagem para o alcance de uma cultura de segurança para pacientes e profissionais. À instituição cabe promover ambiente seguro, investir em edu-cação continuada, implementar estratégias sistêmicas e valo-rizar sentimentos dos funcionários, para que estes sintam-se apoiados e prestem assistência com qualidade.

TC-45

Instrumentação cirúrgica: qual é o conhecimento e a importância atribuída por enfermeiros?

Autor: Rachel de Carvalho

Co-autores: Francileuda Lima Caminha, Camila Ribeiro Záccaro,

Adriana Braga

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: no Brasil, a instrumentação cirúrgica (IC) é reali-zada por instrumentadoras, que fazem um curso de nível téc-nico. Existe preocupação dos órgãos de classe sobre a compe-tência para instrumentar, pois não existe lei que regulamente tal atividade, porém o Conselho Nacional de Saúde considera a instrumentação uma especialidade desenvolvida por profis-sionais com formação na área da Saúde. O Conselho Federal de Medicina considera que acadêmicos de medicina e de en-fermagem podem atuar como instrumentadores em unidades credenciadas pelas instituições de ensino, desde que acompa-nhados por preceptor ou docente. Dessa forma, a IC deve ser considerada uma área de atuação do enfermeiro perioperató-rio. Objetivos: identificar a opinião de enfermeiros de centro cirúrgico quanto à importância do ensino da instrumentação nos cursos de enfermagem; verificar o conhecimento dos enfer-meiros sobre a instrumentação. Material e Método: pesquisa descritiva, exploratória e quantitativa. A amostra foi composta por 16 enfermeiros do centro cirúrgico do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Foi utilizado um questionário con-tendo dados de identificação, importância da instrumentação cirúrgica e opinião do enfermeiro sobre a instrumentação. Re-sultados: dos 16 enfermeiros, 5 (31,30%) tiveram instrumen-tação na graduação e 14 (87,50%) consideram importante o ensino da IC na graduação. Quanto ao grau de concordân-cia: 16 (100,00%) concordaram que o instrumentador deve ter formação na área da Saúde; 8 (50,00%) concordaram e 8 (50,00%) não concordaram que não existe lei que regulamen-te a atividade de IC; 11 (68,75%) concordaram que existe uma preocupação dos órgãos de classe em relação à competência para instrumentar; 10 (62,50%) não concordaram que o IC deve ampliar suas atividades durante o ato anestésico-cirúr-gico; 14 (87,50%) concordaram que a IC pode ser uma área de atuação do enfermeiro; 12 (75,00%) concordaram que o instrumentador deve ser membro da equipe de enfermagem; 12 (75,00%) não concordaram que, diante da impossibilidade do instrumentador, o circulante pode substituí-lo; 12 (75,00%) concordaram que o profissional de enfermagem pode atuar na condição de instrumentador; 8 (50,00%) concordaram e 8 (50,00%) não concordaram que o profissional de enferma-

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S25

gem, como instrumentador, subordina-se ao enfermeiro res-ponsável pela unidade; 13 (81,25%) não concordaram que o estudante de enfermagem não possa exercer a IC durante os estágios, mesmo que seja supervisionado pelo docente. Con-clusão: a maioria dos enfermeiros não teve instrumentação na graduação e, mesmo assim, acham importante o ensino da ati-vidade nas faculdades. Além disso, demonstraram bom nível de conhecimento sobre a instrumentação e concordaram que o instrumentador deve ter formação básica na área da Saúde.

TC-46

Limpeza e desinfecção de unidade móvel terrestre no atendimento pré-hospitalar

Autor: Rachel de Carvalho

Co-autores: Érika Coelho de Moraes, Zilda Mariano da Silva,

Yvelize Roberta Ferreira de Almeida

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albret

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: o interior de uma Unidade Móvel destinada à re-moção de pacientes e os equipamentos essenciais da ambu-lância devem estar de acordo com as mesmas normas estabe-lecidas para limpeza e desinfecção de áreas e equipamentos hospitalares. Na rotina agitada do atendimento pré-hospi-talar, o processamento adequado dos artigos e a limpeza da unidade, por vezes, são subestimados. A limpeza é vista como um simples processo, não recebendo a atenção devida quando comparada ao todo. A carência de publicações sobre o assunto e a falta de uniformidade em relação aos processos e aos arti-gos que devem ser utilizados na limpeza de Unidades Móveis Terrestres (UMT) motivaram as autoras a realizar esta pesqui-sa. Objetivo: identificar as técnicas de limpeza e desinfecção de UMT utilizadas no atendimento pré-hospitalar, segundo a descrição dos profissionais. Material e Método: pesquisa des-critiva, exploratória, de nível I, com abordagem quantitativa, realizada com 53 profissionais de serviços de atendimento pré-hospitalar, públicos e privados, das cidades de São Caetano do Sul e São José dos Campos, responsáveis pela limpeza e desinfecção das UMT. Para a coleta de dados, foi elaborado um instrumento, composto por duas partes: caracterização do profissional e questões específicas sobre a limpeza e a de-sinfecção das UMT. Resultados: de acordo com as respostas dos 53 profissionais, verificou-se que: todos os serviços pes-quisados possuem unidade de suporte básico; a maioria dos profissionais (43; 56,6%) responsáveis pela limpeza e desin-fecção das UMT pertence à equipe de enfermagem (enfer-meiros e auxiliares); a limpeza concorrente é feita após cada ocorrência, segundo as respostas de 40 (70,2%) profissionais; a limpeza terminal é realizada uma vez por plantão, segundo

as respostas de 20 (37,7%) profissionais; dentre os produtos químicos utilizados, o álcool 70% é usado por todos os profis-sionais, seguindo-se a utilização de água e sabão, detergente enzimático, desinfetante e hipoclorito de sódio; os acessórios mais utilizados para realizar a limpeza e a desinfecção são: pa-nos, rodo e vassouras; quanto ao uso de equipamento de pro-teção individual, os colaboradores relataram utilizar principal-mente luvas, avental, óculos e botas; o tempo despendido para realização do processo variou entre 10 a 120 minutos, sendo a maior freqüência correspondente a 60 minutos (26 profissio-nais, ou 49,0%). Conclusão: constatou-se que as técnicas de limpeza e desinfecção de UMT diferem de acordo com cada tipo de serviço, tanto entre os serviços privados quanto entre os públicos. Esta diversidade pode ser atribuída à inexistência de protocolos, bem como de normas específicas e fiscalização pelos órgãos responsáveis.

TC-47

Validação da realização do eletrocardiograma (ECG)

Autor: Aline Pardo de Mello

Co-Autores: Tânia Ferreira Tavares, Milene Vidal da Silva

Barbosa, Gladys Cristina Borges, Milka de Almeida, Yara Kimiko

Sakô, Ana Paula Bagdanavicius, Ana Paula Ribeiro Cardoso de

Menezes, Marina Vaidotas, Kelly Cristina Rodrigues Dias, Thaís

Galoppini Félix, Denysia da Silva Brito

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: a eletrocardiografia é a técnica utilizada para cap-tar os estímulos elétricos do músculo cardíaco por meio de condutores posicionados na pele do paciente. Concretizou-se quando as alterações eletrocardiográficas no infarto agudo foram identificadas pela primeira vez por Pardee em 1920, e relacionadas às alterações morfológicas específicas na onda T, segmento ST e onda Q. Desde então, este procedimento tem sido muito utilizado na prática da cardiologia clínica por ter um baixo custo, não oferecendo qualquer risco ao paciente e ser de fácil realização. Objetivo: padronizar a realização do ECG em uma Unidade de Pronto-Atendimento; validar a equipe de enfermagem na realização do exame. Método: estudo co-orte descritivo sobre a realização do ECG. Foi realizado em duas fases. A primeira constou de aula teórica sobre fisiologia cardíaca e a realização do ECG propriamente dito; a segunda fase constou de aplicação individual de um instrumento pre-viamente elaborado com a descrição da técnica por itens. Cada item teve sua relevância descrita em crítico (C) e não-crítico (NC), sendo críticos os erros que comprometem a técnica e, portanto, a validade do exame, e não-críticos os erros que não comprometem a técnica e tampouco a validade do exame. Fo-

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ram atribuídos conceitos divididos em A (ausência de qualquer erro), B (um erro crítico e até dois não-críticos) e C (mais de um erro crítico e mais de três erros não-críticos). Ao receber um conceito B ou C, o profissional foi reorientado logo após a validação e reavaliado. A validação foi feita pela enfermeira. Resultados: participaram do treinamento 47 técnicos de enfer-magem. Destes, 14 obtiveram conceito A (29,78%), 31, con-ceito B (65,95%) e 2, conceito C (4,25%). Houve um total de 55 erros; os mais cometidos foram não lavar as mãos antes do início do exame (14 vezes; 25,45%), não posicionar as pêras para realização das derivações à direita do tórax e de V7, V8 e V9 (10 vezes; 18,18%), não solicitar que o paciente não converse ou se mova durante a realização do exame (10 vezes; 18,18%), não ligar o filtro do aparelho de ECG (6 vezes; 10,90%), não limpar as pás e pêras corretamente (3 vezes; 5,45%) e não con-sultar a figura explicativa sobre ECG quando houver dúvida (3 vezes; 5,45%). Outros erros, como deixar de apresentar-se ao paciente, não colocar gel nas pás e pêras, não posicionar corretamente as pás e pêras, não retirar objetos que causam interferência, não identificar as derivações à direita do tórax e V7, V8 e V9 corretamente no impresso e não checar na pres-crição médica a realização do exame ocorreram de uma a duas vezes (de 1,81% a 3,63%), num total de nove vezes. Conclusão: desenvolver meios de treinar e avaliar a realização de exames como o ECG garante que a equipe de enfermagem que presta assistência direta ao paciente sinta-se segura e capaz para rea-lizá-lo, oferecendo, assim, um atendimento de qualidade e com a segurança de um diagnóstico rápido e confiável.

TC-48

Efeitos da isoflavona no assoalho pélvico de mulheres na pós-menopausa

Autor: Leni Aparecida Spagna Accorsi

Co-autores: Mauro Abi Haidar, Alfeu Cornélio Accorsi Neto, José

Maria Soares Júnior, Manuel Jesus Simões, Márcia Gaspar Nunes,

Ana Maria Massad-Costa, Edmund Chada Baracat

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: R. Borges Lagoa, 783, 3° andar, conj. 31

Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04031-030 – Tel.: (11) 5573-9228

Objetivo: avaliar os efeitos da isoflavona na força mus-cular do assoalho pélvico de mulheres na pós-meno-pausa, antes e após seis meses de tratamento com ex-trato concentrado de soja, na dose de 100 mg/dia. Além disso, avaliar os vasos periuretrais por estudo ultra-sonográfico. Materiais e Métodos: 30 mulheres na pós-menopausa foram sub-metidas a anamnese e exames físico geral e ginecológico antes de iniciar o tratamento. Realizou-se a avaliação objetiva do assoalho pélvico, com o auxílio de perineômetro digital KG 40, o qual mede o grau de força da musculatura pélvica. Após a introdução do sen-

sor vaginal, o aparelho foi calibrado com a paciente em repouso e, para a aferição, foi solicitado à paciente que realizasse manobras, sendo feitas três medidas consecutivas da força do assoalho pélvi-co. A graduação da contração foi feita pela escala Sauers (0 a 100). Em seguida, efetuou-se, por exame físico, a avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA), seguindo os critérios de Ortiz et al. (1994). Além disto, a paciente foi inquirida sobre a perda urinária (avaliação subjetiva). Posteriormente, a dopplervelocimetria digi-talizada colorida avaliou o número de vasos da região periuretral. Resultados: a média de idade das pacientes foi de 53,8 anos, com desvio padrão de 5,41. A avaliação objetiva do assoa-lho pélvico aferida pelo perineômetro KG 40 mostrou que 22 (73,3%) apresentaram aumento da força muscular (p < 0,05) após o tratamento. Na avaliação funcional (AFA) do assoalho pélvico, verificou-se que 18 (60%) mulheres tiveram aumento da força muscular. Na avaliação subjetiva, das 20 mu-lheres que referiram alguma forma de perda de urina antes do tratamento, 15 (75%) apresentaram melhora após seis meses de tratamento (p < 0,01). Ao exame ultra-sonográfico (doppler-velocimetria), em 21 (70%) mulheres registrou-se aumento do número de vasos periuretrais (p < 0,05) após os seis meses de tratamento. Conclusões: o tratamento com 100 mg/dia de extrato concentrado de soja por seis meses determinou aumento da força muscular do assoalho pélvico e do número de vasos periuretrais em mulheres na pós-menopausa.

TC-49

Percepção da equipe de enfermagem após implantação do protocolo gerenciado de sepse grave/choque séptico em unidade de pacientes críticos

Autor: Gisele de Paula Dias Santos

Co-autores: Juliana Oliveira, Camila Sardenberg, Joyce Polessi,

Marina Vaidotas, Luciana Guastelli

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-3100

Introdução: a síndrome da resposta inflamatória sistêmica pode progredir para sepse grave (SG) ou choque séptico (CS), evoluindo com anormalidades circulatórias, metabólica, e resultando em hipóxia tecidual generalizada. O Hospital Is-raelita Albert Einstein (HIAE) implantou um protocolo ge-renciado supervisionado por uma enfermeira gerenciadora de casos (GC), com o objetivo de reduzir a mortalidade desses pacientes em 25% em um período de cinco anos. O protocolo gerenciado busca, por meio de diretrizes assistenciais e da mo-nitoração contínua de indicadores de qualidade, garantir a im-plementação de ações específicas baseadas na melhor evidên-cia científica. O protocolo gerenciado engloba um conjunto de ferramentas de suporte à tomada de decisão. Ao ser levantada

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a hipótese de sepse ou feito seu diagnóstico, uma equipe multi-profissional é acionada para o seguimento e acompanhamento deste paciente. Objetivos: avaliar a eficácia do treinamento e a adesão ao protocolo institucional – Protocolo Sepse Grave/Choque Séptico – pelas equipes de enfermagem (técnicos e enfermeiros) em Unidades de Pacientes Críticos. Materiais e Método: estudo descritivo realizado em maio de 2007. A aná-lise consistiu da avaliação da percepção destes profissionais, verificando-se o grau de conhecimento e aproveitamento após um ano do treinamento do Protocolo de SG/CS na Unidade de Pacientes Críticos. O método utilizado foi a aplicação de um questionário respondido pela equipe de enfermagem, com perguntas em forma de teste a respeito do conhecimento e da percepção da melhoria oferecida pelo protocolo gerenciado. Resultados: foram analisados 85 profissionais de enfermagem das diversas áreas de pacientes críticos, sendo 53% da UPA e 47% da UTI. Considerando o público-alvo, tivemos 98% de participação. Da população analisada, 80% dos sujeitos participaram do treinamento e 20% não participaram, visto que eram funcionários recém-admitidos. Destes, apenas 5% conseguiram contato por meio de outras iniciativas, sendo elas: fluxo de diagnóstico e tratamento do protocolo SG/CS afixado na sala de emergência do PA e nos murais de aviso na UTI, enfermeiro GC e pelo sistema de treinamento virtu-al (e-learning). A análise dos questionários mostrou que 65% conheciam o papel do GC, 68% relataram ter conhecimento sobre a doença antes do protocolo e 100% dos que partici-param do treinamento acreditam que o protocolo gerenciado acrescentou conhecimento. Conclusão: esta avaliação mos-trou um percentual alto de participação dos colaboradores, que demonstraram na análise uma resposta satisfatória, sendo possível a sensibilização dos profissionais envolvidos (técnicos e enfermeiros) sobre a importância do Protocolo de Sepse Grave/Choque Séptico.

TC-50

Refinamento de um instrumento para mensuração do grau de complexidade assistencial do paciente em relação à enfermagem

Autor: Márcia Galan Perroca

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro

São José do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

Resumo: o instrumento de classificação de Perroca foi cons-truído e validado no final da década de 1990, necessitando, desta forma, passar por um processo de refinamento para permitir uma mensuração mais acurada do grau de comple-xidade assistencial dos pacientes e de recursos de enferma-

gem utilizado por eles. Esta pesquisa descritiva foi conduzida com o intuito de: investigar a opinião de usuários do instru-mento de classificação de pacientes proposto por Perroca; identificar os indicadores críticos que mais contribuem para a classificação dos pacientes em cada uma das categorias de cuidados (mínimos, intermediários, semi-intensivos e inten-sivos). Para investigar a opinião dos usuários, foi utilizado questionário contendo perguntas semi-estruturadas. O ins-trumento de classificação foi aplicado em 796 pacientes, escolhidos aleatoriamente por enfermeiras lotadas em Uni-dades de Clínica Médica, Cirúrgica e Especializada de um hospital de ensino privado de capacidade extra no interior do estado de São Paulo, no período de janeiro a maio de 2007. Para o tratamento estatístico, utilizou-se a Análise de Componentes Principais (ACP) e a Análise Discriminante. Os usuários investigados parecem satisfeitos com o instru-mento utilizado (simplicidade, abrangência, aplicabilidade, confiabilidade dos dados gerados). Contudo, pensam que se-ria mais adequado que o instrumento não apenas se limitasse à classificação de pacientes, mas simultaneamente pudesse mensurar a carga de trabalho da equipe de enfermagem. Os resultados evidenciaram os indicadores: terapêutica; inte-gridade cutâneo-mucosa; cuidado corporal, com maior ca-pacidade discriminatória na categoria de cuidados mínimos; e os indicadores integridade cutâneo-mucosa; comunicação; nutrição e hidratação; locomoção, para a categoria de cuida-dos intermediários. A discriminação e classificação correta dos pacientes variaram de 89,8% (cuidados semi-intensivos) a 95,6% (cuidados intensivos).

TC-51

Estudo da variabilidade do grau de dependência do paciente em relação à enfermagem

Autor: Vivian Brito Araújo

Co-autor: Márcia Galan Perroca

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro

São José do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

Nestes últimos anos, muito se tem estudado sobre a comple-xidade do cuidado assistencial como fator relacionado à car-ga de trabalho para instrumentalizar o dimensionamento de pessoal de enfermagem. Contudo, são quase inexistentes na literatura estudos de como a complexidade assistencial osci-la durante o período de internação. Este estudo exploratório descritivo tem por finalidade investigar a variabilidade do grau de dependência do paciente em relação à enfermagem. Foi realizado em Unidades de Clínica Médica e Cirúrgica de um hospital-escola privado de capacidade extra no interior do es-

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Trabalhos CientíficosS28

tado de São Paulo no período de julho a setembro de 2006. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se o sistema de classificação de pacientes proposto e validado por Perro-ca (2000). Foram classificados 40 clientes de cada clínica do primeiro ao último dia de internação, totalizando 642 classi-ficações. Tanto nas Unidades de Internação de clínica médica como cirúrgica encontrou-se predominância de pacientes na categoria de cuidados mínimos, 73% e 46%, respectivamente. Na clínica médica, os clientes, em sua maioria, permaneceram na categoria de cuidado identificada em sua admissão, en-quanto na clínica cirúrgica houve variação entre as categorias de cuidados, principalmente no período pós-operatório. Os achados deste estudo permitem subsidiar decisões gerenciais referentes à alocação de recursos humanos e custo da assistên-cia frente à demanda da clientela assistida.

TC-52

Avaliação de desempenho dos provedores de saúde do curso suporte básico de vida

Autor: Joyce Tizeo Fernandes Souza

Co-autores: Rita de Cássia Fernandes Grassia Peres

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Objetivo: verificar o conhecimento sobre a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) dos participantes, antes e após o término do curso Suporte Básico de Vida para Provedores de Saúde. Métodos: neste estudo foi realizada uma pesqui-sa do tipo descritiva, exploratória, nível I, retrospectiva. A população foi composta por 232 participantes e 464 ques-tionários respondidos por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Resultados: embora tenha sido constatada insuficiência de conhecimento referente aos te-mas “localização da compressão para realização de RCP” e “vítima de afogamento com perda da consciência”, a média de acertos do pré-teste foi de 71,39% (36 questões) e do pós-teste, de 91,18% (25 questões). Assim, os alunos obti-veram aproveitamento de 19,79% após a realização do cur-so. Foi possível observar que, apesar do aumento no índice de acertos após a realização do curso, os alunos apresentam insuficiência de conhecimento referente aos temas ¨locali-zação da compressão para realização de RCP¨ e ¨vítima de afogamento com perda da consciência¨. Tal fato é preocu-pante, pois erros em aprendizagem podem acarretar danos durante a assistência ao paciente. Conclusão: estes temas devem ser abordados com maior ênfase durante os cursos, pois há dificuldade do reconhecimento de sinais e sintomas de doenças cardiovasculares, prejudicando o acesso preco-ce aos serviços de emergência.

TC-53

Perfil social dos pacientes do programa de transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Autor: Thais D. Bacoccina Motta

Co-autores: Cleonice Aparecida Fiorito, Anna Verena de Carvalho,

Ben-Hur Ferraz Neto

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Vila Mariana

Endereço: R. Madre Cabrini, 462 – Vila Mariana – São Paulo/ SP

CEP 04020-010 – Tel.: (11) 5089-0384

Introdução: a avaliação social de pacientes candidatos a trans-plante de órgãos ou mesmo aqueles já transplantados tem impacto direto na assistência destes casos, principalmente no Brasil, onde a população em geral tem grandes dificuldades que envolvem as áreas de Transporte, Habitação, Educação, Saúde, entre outras. Objetivo: apresentar os resultados da avaliação social dos pacientes atendidos no programa de trans-plante de órgãos sólidos do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Método: todos os pacientes encaminhados ao progra-ma de transplante de órgãos sólidos foram convocados para avaliação social no período entre setembro de 2005 e abril de 2007. A avaliação foi realizada por meio de formulário social aplicado pela assistente social, contendo informações sobre o perfil socioeconômico dos pacientes e no qual foram ava-liados: tipo de órgão a ser transplantado, sexo, idade, estado civil, escolaridade, ocupação, renda familiar, infra-estrutura e tipo de moradia, além de número de membros da família mo-radores da mesma residência. Resultados: durante o período estudado, foram realizadas 681 avaliações sociais, sendo 409 (60%) pacientes do programa de transplante de fígado, 191 (28%) de rim, 57 (8,4%) de pâncreas/rim, 9 (1,3%) de pân-creas, 9 (1,3%) de fígado/rim, 4 (0,6%) de pulmão e 2 (0,3%) não informados. Encontramos 414 (61%) pacientes do sexo masculino; 16 tinham menos de 20 anos, 50 tinham entre 21 e 30 anos, 92 tinham entre 31 e 40 anos, 182 tinham entre 41 e 50 anos, 220 tinham entre 51 e 60 anos, 100 entre 61 e 70 anos, 20 acima de 70 anos e 1 não informado. Destes, 436 pacientes eram casados, 135 solteiros, 69 divorciados/separados e 35 vi-úvos. O nível de escolaridade encontrado foi: 8 (1,1%) pacien-tes analfabetos, 547 (80,3%) com primeiro grau, 87 (12,7%) com segundo grau, 3 (0,4%) técnicos e 36 (5,2%) com nível superior. Quanto à renda familiar, encontramos 22 (3,2%) pa-cientes sem renda, 37 (5,4%) com até 1 salário mínimo, 321 (47,1%) entre 1 e 3 salários mínimos, 182 (26,7%) entre 3 e 6 salários mínimos, 119 (17,4%) com renda superior a 6 salários mínimos, sendo a renda máxima R$ 11.000,00. Cada família foi avaliada quanto ao número de pessoas residentes no local: encontramos até 3 pessoas em 384 pacientes, 4 a 6 pessoas em 279 pacientes, de 7 a 9 pessoas em 13 pacientes, acima de 10 pessoas em 1 e 4 pacientes não informaram. Quanto ao tipo de

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moradia, 619 pacientes moram em imóvel de alvenaria, 53 de madeira e 9 não informado; 665 possuem infra-estrutura bási-ca (água, luz e esgoto), 8 não contam com pelo menos 1 deles e 8 não informados. Quanto à ocupação, 237 pacientes são apo-sentados, 153 possuem auxílio-doença, 90 estão ativos, 39 do lar, 10 pensionistas, 3 com auxílio-doença e ativos, 1 com bol-sa-família, 10 estudantes, 30 desempregados, 106 sem renda e 2 não informados. Conclusão: diante dos dados encontrados, podemos concluir que o programa de transplantes de órgãos do HIAE atende pacientes da sociedade que representam a população brasileira e, assim, cumpre sua função dentro de seu programa de responsabilidade social.

TC-54

A música no alívio da ansiedade em pacientes cardíacos pré-cirúrgicos

Autor: Annelise de Oliveira Rodrigues

Co-autores: Taciana Cristina Pereira de Freitas,

Andrea Bezerra Rodrigues

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: de acordo com o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a terceira causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS), acometendo 10% da população, com a maior parcela na Região Sudeste. O mesmo grupo de doenças representa 32% das causas de óbito no país. O procedimento cirúrgico em si predispõe os indivíduos a uma vulnerabilidade física e emocional natural. Nesse sentido, a ansiedade no pa-ciente cardíaco possui diversas causas, como a própria doença, o ambiente hospitalar, a dor, a mudança na vida diária e no trabalho e a ausência de recurso financeiro. Desde o nasci-mento até a morte, a música faz parte da vida do ser humano. Como terapia, caiu em desuso por muitos anos, por ser con-siderada um método primitivo e pouco prático. Entretanto, atualmente vem-se mostrando cada vez mais inovadora e efi-caz, sendo inclusive formalmente instituída. Pretende-se, com este estudo, abordar a música como estratégia complementar para o alívio e enfrentamento da ansiedade do paciente car-díaco pré-cirúrgico. Objetivo: descrever os efeitos da música no alívio da ansiedade em pacientes cardíacos pré-cirúrgicos. Material e Método: o estudo foi realizado em uma clínica mé-dica cardiológica de um hospital de grande porte do municí-pio de São Paulo/SP, com cinco pacientes, utilizando-se, para a coleta dos dados, um roteiro semi-estruturado composto por dados sociodemográficos, mensuração dos sinais vitais e uma questão norteadora. A entrevista foi realizada antes e após a audição musical do CD Sons da natureza: alpine flow, com du-ração de 20 minutos. Os dados quantitativos foram tabulados

manualmente e a análise foi feita utilizando-se os recursos da estatística descritiva. Os dados qualitativos foram analisados conforme a análise de conteúdo de Bardin. Resultados: a po-pulação foi composta, em sua maioria, por homens, entre 61 e 80 anos de idade, casados, com valvopatias e admitidos para troca de valva mitral. A análise das falas dos pacientes sobre o efeito da sessão de música resultou em três categorias: calma, evocação de memórias afetivas e indiferença. A calma e o re-laxamento foram evidenciados pela verbalização dos pacien-tes e pela postura durante a sessão de música. Em dois casos, os acompanhantes relaxaram também, chegando inclusive a dormir. Conclusão: os resultados evidenciaram o efeito bené-fico da música enquanto prática complementar no cuidado ao ser humano. A maioria dos pacientes relatou sentir-se mais calmo após os 20 minutos de audição musical. Sendo assim, considera-se a música como uma intervenção valiosa a ser implementada pela enfermagem no período pré-operatório, visando minimizar as tensões dessa fase e a hostilidade do am-biente hospitalar.

TC-55

Implantação de impresso de consulta de enfermagem em um ambulatório de transplante

Autor: Eva Aparecida Yamada Yonezawa

Co-autores: Edna A. Ferraz, Edilene Pitlowanciv, Janine Schirmer,

Maria Teresa Aparecida da Silva Odierna, Bartira de Aguiar Roza

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Vila Mariana

Endereço: R. Madre Cabrini, 462 – Vila Mariana – São Paulo/ SP

CEP 04020-000 – Tel.: (11) 5080-0265

Introdução: a consulta de enfermagem (CE) é uma ativida-de privativa do enfermeiro, garantida pela Lei do Exercício Profissional n° 7.498/86. Em um hospital privado da cidade de São Paulo/SP, um grupo de enfermeiros aplicou um im-presso de consulta de enfermagem no ambulatório de trans-plante de órgãos sólidos, parceria com o SUS, desde janeiro de 2002. Objetivo: garantir a consulta de enfermagem aos pacientes que freqüentam o ambulatório, com base cientí-fica, coletando informações para planejar a assistência no pré e pós-operatório. Metodologia: após a elaboração de um impresso de CE baseado nos padrões de Gordon, este foi aplicado aos pacientes que aguardavam a consulta mé-dica, ou no momento da inscrição no cadastro técnico da Secretaria Estadual de Saúde. Resultados: foram aplicados 25 formulários no período de maio a setembro de 2006, com os seguintes resultados: 24% dos pacientes estão na faixa etária entre 37-41 anos e acima de 56 anos, 32% têm ensino médio completo, 52% têm estado civil casado, 64% residem na cidade de São Paulo, 64% não trabalham atualmente, 60% possuem auxílio-doença, 36% têm renda familiar de

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2 a 3 salários mínimos e 64% informaram possuir condi-ções de comprar os medicamentos necessários para o trata-mento; 12,48% consideram a saúde em geral boa, 14,56% consideram que sua saúde interfere nas atividades diárias, 23,92% conseguem seguir orientações dos profissionais de saúde, 60% apresentaram alterações de peso no último ano, 100% apresentam risco nutricional e 44%, risco para flebi-te; 72% apresentam independência nas atividades físicas, 56% têm disposição suficiente para a realização das ativida-des, 84% não praticam esporte, 52% não acordam descan-sados e para 56% o sono é interrompido; 80% têm altera-ções visuais, 64% apresentam dor, 80% possuem alterações do nível de consciência, 40% apresentaram percepção para feliz, 56% têm vida sexual ativa, 76% não fazem uso de con-traceptivo, 60% possuem religião praticante e para 76% a religião interfere na manutenção da saúde. Conclusão: os resultados indicam a necessidade de implementação da consulta de enfermagem para o planejamento da assistên-cia com base nos problemas de saúde identificados. Assim, espera-se contribuir para minimizar os riscos assistenciais no pré e pós-transplante.

TC-56

Percentual de ausências da equipe de enfermagem em unidades de clínica médico-cirúrgica de um hospital filantrópico

Autor: Danielle Fabiana Cucolo

Co-autores: Márcia Galan Perroca

Instituição: Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto

Endereço: R. Fritz Jacob, 1236 – Boa Vista – São José do Rio Preto/ SP

CEP 15025-500 – Tel.: (17) 2139-9200

O número insuficiente de recursos humanos na enfermagem pode elevar o índice de absenteísmo, como conseqüência da sobrecarga de trabalho e insatisfação dos colaboradores, prejudicando a qualidade da assistência prestada e a segu-rança dos clientes/pacientes. Este estudo tem como objetivo identificar o percentual de ausências previstas e não-previs-tas da equipe de enfermagem de quatro Unidades de Clínica Médico-Cirúrgica de uma instituição de saúde filantrópica do interior de São Paulo e determinar o índice de seguran-ça técnico (IST) para cada categoria profissional nas suas respectivas unidades. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, na qual os dados referentes às ausências previstas foram levantados das escalas mensais junto ao departamen-to de enfermagem, e as informações sobre ausências não-previstas foram obtidas de relatórios do departamento de pessoal nos meses de janeiro a dezembro de 2006. Os per-centuais de ausências previstas relativos às folgas semanais remuneradas, feriados e férias corresponderam, respectiva-mente, a 17%, 3,1% e 9%. O levantamento do percentual de

ausências não-previstas mostrou uma variação entre índices encontrados em cada unidade e identificou a licença-ma-ternidade como o principal motivo de ausência não-previs-ta dos trabalhadores de enfermagem, seguida pela licença médica. O IST para os enfermeiros apresentou variação de 32% a 47%, e entre os auxiliares e técnicos de enfermagem a variação foi de 35% a 40%, o que corrobora os achados na literatura. Considera-se importante conhecer esse índi-ce para cobertura das ausências da equipe de enfermagem, sendo essa uma das variáveis consideradas para o dimensio-namento de pessoal.

TC-57

Estilos de liderança em unidade de terapia intensiva e sua relação com a carga de trabalho de enfermagem

Autor: Alexandre Pazetto Balsanelli

Co-autores: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha,

Iveth Yamaguchi Whitaker

Instituição: Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de

São Paulo (UNIFESP)

Endereço: R. Napoleão de Barros, 754 – Vila Clementino – São Paulo/ SP

CEP 04024-002 – Tel.: (11) 5576-4421

A liderança constitui uma competência essencial para que o enfermeiro gerencie a assistência de enfermagem. Entre-tanto, sendo a UTI um ambiente interativo no qual as deci-sões precisam ser rápidas e assertivas, muitas vezes exerce-se uma postura autoritária em substituição à participativa. Este estudo teve como objetivos verificar a carga de trabalho de enfermagem por meio do Nursing Activities Score (NAS) de 87 pacientes admitidos na UTI geral de um hospital univer-sitário particular localizado no município de São Paulo/SP; identificar os estilos de liderança exercidos pelos enfermei-ros ao avaliar um membro de sua equipe no cuidado a esses pacientes; relacionar a carga de trabalho de enfermagem (NAS) e os estilos de liderança exercidos pelos enfermeiros, utilizando como referência a Liderança Situacional de Her-sey e Blanchard. Tratou-se de um estudo descritivo-explora-tório e correlacional. A amostra foi constituída por sete en-fermeiros e sete técnicos de enfermagem que formaram sete duplas, respectivamente. Obtiveram-se os dados no período de março a junho de 2005. Diariamente aplicou-se o NAS nos pacientes admitidos nas 24 horas anteriores. Seqüencialmen-te, os enfermeiros eram questionados sobre qual estilo de liderança seria adotado caso o técnico de enfermagem que estava sob sua avaliação estivesse cuidando dele. Utilizou-se estatística descritiva e o teste t de Student com nível de significância p < 0,05. A carga de trabalho de enfermagem alcançou um valor médio de 80,1% (dp = 8,0; mín = 62,4 e máx = 101,8%). Os enfermeiros exerceram, com predomi-

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S31

nância, os estilos de liderança E1, E2 e E3 para com os li-derados. Analisaram-se as duplas separadamente, em decor-rência das diferenças entre elas. Apesar disto, verificou-se relação entre os estilos de liderança e o NAS. Portanto, con-cluiu-se que, quanto maior a carga de trabalho de enferma-gem exigida pelo paciente internado nessa UTI, o enfermei-ro tende a ser mais diretivo em suas ações, adotando estilos de liderança menos participativos, tais como E1 e E2.

TC-58

Avaliação da implantação de um protocolo de prevenção de quedas

Autor: Rosane Oliveira Simões

Co-autores: Lucia Marta Giunta da Silva, Regiane Pereira dos

Santos, Maria Luiza Costa, Anna Margherita Toldi Bork

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2670

Introdução: prevenir quedas em hospitais é importante fa-tor de segurança do paciente. Quedas estão entre as ocor-rências mais comuns nos hospitais, com índice que varia de 2,3 a 7/1.000 pacientes-dia, com 30% de danos; de 4% a 6% das quedas são classificadas como graves, sendo que cerca de 10% das quedas fatais entre adultos idosos ocorrem nos hospitais. Objetivo: avaliar a implantação do Protocolo de Prevenção de Quedas no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Material e Método: revisão da literatura 1-12, uti-lizando MEDLINE e Cochrane Library, análise dos dados históricos da população hospitalizada do HIAE, elaboração e divulgação do protocolo de prevenção, cujos objetivos são: promover a segurança do paciente; identificar a população de risco e alto risco; prevenir a ocorrência de queda e reduzir o dano associado no grupo de alto risco; mensurar os índices de queda no HIAE; realizar auditorias das medidas preven-tivas e das quedas. O protocolo foi implantado em junho de 2005, após treinamento e divulgação para a equipe. As princi-pais medidas preventivas seriam: avaliação de risco para dis-criminar os pacientes de risco e alto risco; estabelecer inter-venções mínimas na prescrição de enfermagem e estratégias para educação de pacientes e familiares. A análise estatística dos dados de adesão às medidas preventivas (n = 1056) uti-lizou o teste t-Student (IC = 95%) para a comparação, entre os grupos de pacientes de alto risco com e sem queda, das médias das variáveis quantitativas; e o teste Qui-Quadrado (IC = 95%) para as variáveis qualitativas. Resultados: as mé-dias de adesão às medidas preventivas foram: jun/05 = 76%; dez/05 = 80%; jan/06 = 83%; fev/06 = 88%; jun/06 = 75% e dez/06 = 75%. Na análise, não houve diferença entre os gru-pos para nenhuma variável quantitativa (idade; total de pa-cientes, enfermeiros e técnicos de enfermagem na unidade).

As principais variáveis da auditoria de quedas foram local, presença de familiar, comorbidades, educação do paciente-família, avaliação do risco, adesão às medidas preventivas e conseqüências da queda. Na análise estatística dos dados das quedas ocorridas entre junho de 2005 e julho de 2006 (n = 173), observou-se associação da queda ao uso de seda-tivo (p = 0,050), a queda anterior no hospital (p = 0,001) e ao sexo masculino. A regressão logística evidenciou que as chances de sofrer uma queda eram aumentadas em 2,5 vezes para os pacientes em uso de sedativos, 19 vezes para pacien-tes com queda anterior no hospital e 3 vezes para pacientes do sexo masculino. Observou-se, ainda, a redução dos danos graves. Conclusão: a análise estatística dos dados possibilitou identificar os principais fatores e grupos de maior risco na instituição, dirigir a avaliação do enfermeiro e a educação do paciente-família, reduzir danos graves e recorrência da queda na hospitalização.

TC-59

Eventos adversos na administração de dieta enteral: análise comparativa entre o volume prescrito e o administrado em UTI

Autor: Katia Grillo Padilha

Co-autores: Mairy Jussara de Almeida Poltronieri

Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de

São Paulo (EEUSP)

Endereço: Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 419 – Cerqueira

César – São Paulo/ SP

CEP 05403-000 – Tel.: (11) 3061-7543

Introdução: a terapia nutricional enteral (TNE) tem um papel sólido e importante no tratamento dos pacientes gra-ves internados em UTI. Portanto, a equipe multidisciplinar deve assegurar uma terapia nutricional segura, livre de fa-lhas. Objetivos: comparar o volume de dieta enteral pres-crito e administrado; comparar as necessidades calóricas diárias (NCD) com as calorias prescritas (CP) e adminis-tradas (CA) e identificar os fatores associados às falhas na administração da dieta enteral. Método: estudo descritivo, comparativo, prospectivo realizado em duas UTIs gerais de um hospital privado do município de São Paulo/SP, em 2005. Os dados foram coletados diariamente com base nos registros dos prontuários. Análises descritivas, assim como teste t-Student, Kappa e modelo de regressão logística (Ste-pwise forward) foram utilizados. Valores de p < 0,05 foram considerados significantes. Resultados: a amostra foi com-posta por 61 pacientes (636 dietas administradas). O tempo entre a admissão na UTI e o início da TNE foi, em média, 2,5 dias; a maioria das dietas (57,6%) era especializada e foi administrada por sonda colocada no estômago (56,9%). O volume de dieta administrado foi menor do que o prescrito,

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Trabalhos CientíficosS32

respectivamente, 1.111.8 + 400.4 ml e 1257.2 + 306.9 ml (p = 0.000). As CP (1302.6 + 481.9) e as CA (1164.8 + 508.2) foram estatisticamente menores do que as NCD (1797.1 + 292.7). A comparação entre o volume e as calorias, segundo faixas intervalares, mostrou concordância moderada entre os volumes prescritos e administrados (Kappa = 0,614) e baixa concordância entre as NCD e CP (Kappa = 0,191) e entre NCD e CA (Kappa = 0,100). De um total de 308 ra-zões para as falhas na administração do volume de dieta, o cálculo errado da velocidade de infusão pela equipe de enfermagem foi predominante (20,8%), seguido pela reali-zação de exames diagnósticos e terapêuticos e procedimen-tos cirúrgicos (14,9% cada). Das falhas encontradas, 70,6% eram evitáveis. Os fatores relacionados às falhas na admi-nistração do volume foram a idade, a velocidade de infusão e as NCD. Conclusões: os resultados mostram que medidas simples podem prevenir eventos adversos com a dieta en-teral, tornando a assistência multidisciplinar mais segura e de melhor qualidade; apontam, ainda, para a necessidade de futuros estudos que analisem os eventos adversos com a administração de dieta enteral, com vistas a garantir as reais necessidades nutricionais dos pacientes graves.

TC-60

O conhecimento como critério de segurança no cuidado ao paciente com infarto agudo do miocárdio

Autor: Márcia Wanderley de Moraes

Co-Autores: Kelly Cristina Servilio Lima, Patrícia I. de Paulo Chartuni

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE). Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: a assistência do enfermeiro na Unidade de Te-rapia Intensiva (UTI) e na Unidade Coronariana (UCO) ao paciente com doença cardiovascular evoluiu juntamente com as práticas da medicina coronariana. Assim, a moni-toração dos resultados dos diversos exames laboratoriais e diagnósticos do paciente com infarto agudo do miocárdio (IAM) fornece dados para um histórico mais amplo e conse-qüente elaboração de um plano assistencial baseado em evi-dências. Objetivos: verificar a importância que o enfermeiro atribui aos resultados dos exames laboratoriais e diagnósti-cos para o cuidado seguro do paciente com IAM e classificar seu conhecimento na análise dos resultados destes exames. Métodos: pesquisa exploratória, realizada nas UTIs de dois hospitais localizados no município de São Paulo/SP, sendo um da rede privada e o outro da rede pública, que para fins deste estudo foram denominados A e B. A amostra utilizada constou de 44 enfermeiros atuantes em UTI e/ou UCO, que

responderam a um questionário construído pelas autoras, composto por 18 perguntas. Os dados da pesquisa foram coletados após aprovação da Comissão Científica da Facul-dade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), dos Comitês de Ética e chefias das UTIs e UCOs dos hospitais envolvidos. Resultados: os dados obtidos mos-traram que a maioria dos entrevistados (79,55%) atribuiu grande importância aos resultados dos exames laboratoriais e diagnósticos para o cuidado do paciente com IAM. Na análise dos resultados dos exames laboratoriais e diagnós-ticos do paciente com IAM, o conhecimento foi classificado como “satisfatório” em 70,45% da amostra. Conclusão: em-bora os resultados demonstrem conhecimento satisfatório, este tema merece novos estudos e discussões, com enfoque crítico-investigativo sobre a estruturação do saber científi-co do enfermeiro atuante nas UTI e UCO, principalmente diante dos novos desafios da prática atual de enfermagem, em que a geração de conhecimento é fator determinante na otimização da segurança do paciente.

TC-61

Aspectos motivacionais da equipe de enfermagem de um hospital filantrópico do interior de São Paulo

Autor: Danielle Fabiana Cucolo

Co-autor: Nelson Iguimar Valerio

Instituição: Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto

Endereço: R. Fritz Jacob, 1236 – Boa Vista – São José do Rio Preto/ SP

CEP 15025-500 – Tel.: (17) 2139-9200

Na prática da enfermagem, conhecer o comportamento e os motivos que levam as pessoas a agir surge como aspecto fundamental na busca de maior satisfação no trabalho, efi-ciência e qualidade do serviço prestado. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de identificar aspectos mo-tivacionais que contribuam para a melhoria da satisfação no trabalho, na perspectiva da equipe de enfermagem de um hospital filantrópico do interior de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa que emprega como ins-trumento de coleta de dados uma questão aberta: “Aponte aspectos que motivam você e que contribuam para a me-lhoria de sua satisfação no trabalho”, aplicada a 51 colabo-radores da enfermagem. Tal amostra constitui uma parcela representativa dessa equipe, relacionada a partir de sorteio entre os funcionários da instituição-alvo. Para preservação do anonimato, os nomes próprios foram substituídos por le-tras na transcrição dos discursos e o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos. O ma-terial foi submetido à análise temática proposta por Bardin, permitindo identificar a categoria gosto da profissão como a mais citada dentre os aspectos motivacionais, seguida pelo

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S33

treinamento interno. Os resultados permitem compreender que os profissionais de enfermagem ainda sustentam o mito de doação vocacional, de caridade, como garantia de pres-tígio profissional, ao mesmo tempo em que a necessidade de adquirir e atualizar conhecimentos tem sido reforçada pelos avanços tecnológicos, científicos e pelas mudanças no mundo do trabalho.

TC-62

Assistência inicial às gestantes: avaliação do fluxograma

Autor: Silvia Patricia Madureira Mazzieri

Instituição: Unidade Básica de Saúde Alto do Umuarama

Endereço: R. Odemis, 468 – Jardim Umuarama – São Paulo/ SP

CEP 05783-180 – Tel.: (11) 5512-6614

No contexto da atenção básica à saúde, vários programas possuem, entre suas propostas, ações voltadas à assistência da saúde da mulher nas diferentes fases do seu ciclo de vida. No Brasil, sabe-se que a adesão da mulher ao pré-natal está relacionada com a qualidade da assistência prestada pelo serviço e pelos profissionais de saúde. Este estudo teve como objetivo avaliar o novo fluxograma de atendimento inicial às gestantes de uma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo/SP. Tratou-se de um estudo descritivo por meio da análise de dados coletados do SisPreNatal, programa do De-partamento de Informática do SUS/Datasus que disponibi-liza a ficha de acompanhamento da gestante, instituído pelo Ministério da Saúde como o componente I do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento – Incentivo à As-sistência Pré-Natal, no âmbito do Sistema Único de Saúde, em 2000. O presente trabalho mostrou que a implementação de um fluxo sistematizado para o acolhimento imediato da gestante fez com que aumentasse o número de gestantes ca-dastradas no programa do SisPreNatal de 153 para 304. Em relação ao início precoce da assistência pré-natal, verificou-se que no ano de 2006 aumentou para 69,1%, em relação a 2005, com o índice de 58,2%. Isto certamente pode garantir uma assistência pré-natal de maior qualidade, uma vez que os profissionais envolvidos na assistência terão mais opor-tunidade de identificar precocemente possíveis alterações clínicas-obstétricas ou neonatais e de realizar as interven-ções necessárias, para que haja diminuição nos índices de mortalidade materno-infantil. Atualmente, no município de São Paulo o índice de mortalidade infantil encontra-se em 12,9%, sendo que a principal causa em crianças menores de um ano são infecções específicas do período neonatal. As-sim, os resultados deste estudo possibilitam que a mulher vivencie essa importante fase de sua vida, que é a gravidez, de forma mais segura, não só para sua própria saúde, como também para seu futuro filho.

TC-63

A importância da avaliação de risco realizada pelo enfermeiro em uma unidade médica ambulatorial

Autor: Andréa Francisco

Co-autor: Paula de Sousa e Castro

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: a Prefeitura Municipal de São Paulo, em convênio com diversas instituições públicas e privadas, criou um novo mo-delo de atendimento na atenção básica, conhecido como Assis-tência Médica Ambulatorial (AMA), que tem como objetivo o atendimento não-agendado a pacientes portadores de patologias de baixa e média complexidade nas especialidades de clínica mé-dica, pediatria e cirurgia geral ou ginecologia, apoiado por uma tecnologia para diagnóstico e tratamento destes casos. O paciente que procura este atendimento é acolhido pelo profissional enfer-meiro antes da consulta médica, para que se realize a avaliação de risco, com os seguintes objetivos: humanizar e otimizar o aten-dimento; organizar o serviço; proporcionar maior resolutividade; estabelecer fluxos de atendimento para demanda espontânea; propiciar menor desgaste da equipe e aumentar a satisfação da comunidade. Esta avaliação se faz necessária para identificar e priorizar o atendimento e encaminhamento das emergências, in-dependentemente da ordem de chegada. Durante a avaliação de risco, verifica-se a queixa principal do paciente, os sinais vitais e seu estado geral. Objetivo: descrever a importância de esta ava-liação ser realizada pelo profissional enfermeiro para agilizar o atendimento dos pacientes que apresentam alterações, a fim de minimizar o risco de complicações. Material e Método: foi sele-cionada, para a coleta de dados, uma semana do mês de maio de 2007 na qual houve atendimento a 1.198 pacientes para a clíni-ca médica e pediatria, e 168 atendimentos para clínica cirúrgica, identificando os casos que foram avaliados pelo enfermeiro e encaminhados para atendimento imediato. Resultado: foi veri-ficado que aproximadamente 20% (n = 238) dos atendimentos de clínica médica e pediatria avaliados pelo enfermeiro possuí-am alteração nos sinais vitais ou no estado geral, sendo que 16% (n = 38) apresentavam crise hipertensiva, 1,2% (n = 3) apresen-tavam crise hiperglicêmica, 50% (n = 113) ficaram em observa-ção por mais de 3 horas na unidade para estabilização do quadro clínico, e houve a transferência para o atendimento hospitalar de 4% (n = 10) dos casos. Em relação aos atendimentos da clíni-ca cirúrgica, os enfermeiros priorizaram o atendimento de 8% (n = 14) da demanda, por se tratarem de casos com algum tipo de trauma. Conclusão: por meio destes dados, podemos concluir que a avaliação de risco deve ser um procedimento exclusivo do profissional enfermeiro, sendo sua capacitação de extrema importância para agilizar os atendimentos que são prioritários,

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Trabalhos CientíficosS34

além de identificar situações clínicas que não estão associadas à queixa momentânea do paciente, minimizando danos.

TC-64

Indicadores da avaliação da dor como quinto sinal vital

Autor: Tatiane Ramos Canero

Co-autores: Fabíola P. Minson, Maite A. C. C. Rosseto, Kenia Y.

Kanai

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-900 – Tel.: (11) 3747-1089

A avaliação da dor como quinto sinal vital foi criada pela Co-missão de Credenciamento e Classificação das Organizações de Saúde. A Joint Comission on Accreditation of Healthcare Or-ganizations (JCAHO) preconiza a dor como quinto sinal vital. Nosso hospital adotou como padrão institucional a avaliação, no mínimo uma vez por turno, e a reavaliação em até uma hora, após medidas de intervenção para o controle da dor, quando da sua ocorrência, por meio de escalas unidimensionais padroniza-das. O objetivo do estudo foi verificar a conformidade dos re-gistros de avaliação e reavaliação da dor. Foram avaliados 2.148 prontuários de pacientes internados na clínica médico-cirúrgica no período de agosto de 2006 a março de 2007. Foram veri-ficados os registros de identificação da escala unidimensional utilizada para avaliação da dor no mínimo uma vez por turno, e reavaliação da dor em período menor que uma hora, após instituição de medida frente à dor. A média de conformidade no registro, em prontuário, da escala de avaliação da dor foi de 81%. Ocorreu a avaliação da dor uma vez por turno em 96% dos pacientes. E 76% dos registros de dor foram reavaliados no período de até uma hora após a instituição de medida frente à dor. A dor foi avaliada ativa e adequadamente. A reavaliação da dor após medida instituída no período máximo de uma hora requer treinamentos específicos para a equipe de enfermagem atingir o índice de conformidade de 85% nos registros de reava-liação da dor estabelecidos para a clinica médico-cirúrgica.

TC-65

Planejamento da terapia intravenosa e vigilância de flebite

Autor: Denis Faria Moura Junior

Co-autores: Denise Isabel Luiz, Regiane Camargo Tokimatsu,

Fabiane Carvalhais Regis, Claudia Candido da Luz, Priscila da

Silva, Vanda Minatel

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2621

Flebite é definida como a inflamação na túnica íntima da veia. Alguns fatores contribuem para o aumento da flebite em pa-cientes hospitalizados, que se beneficiam de medicamentos e soro intravenosos. Dentre os fatores comuns, destacam-se pH de soluções infundidas, fragilidade venosa, infusão acima de 90 ml/h, fixação inadequada do acesso venoso, múltiplas pun-ções. Dos pacientes hospitalizados, 95% fazem uso de terapia intravenosa (TIV), sendo que grande parte dessa população ao fazer uso de acesso venoso periférico (AVP) apresenta riscos de flebite. Visando à segurança do paciente, iniciamos em abril de 2007 o processo de vigilância de flebite, que consiste em: avaliar pacientes submetidos a TIV por AVP quanto ao risco de flebite, risco de insucesso, número de punções para obtenção do acesso, material utilizado, instituir melhorias imediatas por intervenção direta e verificar o número de flebites notificadas. O objetivo deste trabalho é retratar os dados obtidos durante a vigilância, as intervenções e propostas de melhorias implementadas. Esse estudo é descritivo e mostra os dados do mês de abril de 2007 nas unidades vigiadas (pediatria, geriatria, semi-intensiva e clí-nica médica). Foram avaliados 335 pacientes; destes, 279 (85%) apresentavam risco de flebite, 208 (71%) apresentavam risco de insucesso para punção, 52 (17,9%) apresentavam risco de flebite e foram puncionados com dispositivo inadequado, e 85 (40,1%) apresentavam risco de insucesso e foram puncionados por pro-fissional não-recomendado. A taxa de flebite encontrada nesse grupo foi de 14,2%. Algumas intervenções foram realizadas du-rante o período avaliado, como: a reavaliação do limite de troca do acesso venoso em idosos, a reorientação quanto ao material utilizado para imobilização do acesso na pediatria, o auxílio no planejamento da terapia intravenosa, a indicação precoce do ca-teter central de inserção periférica, a discussão clínica com o mé-dico, conduzindo a alteração da terapêutica. Podemos concluir que a vigilância pode mostrar resultados ainda desconhecidos e gerar oportunidades de melhoria, como a rediscussão do proto-colo de TIV, a escolha de dispositivos para fixação de cateter, a adequação de rotinas e a criação de novos procedimentos.

TC-66

Terapia assistida por animais com crianças no hospital: uma contribuição para sua inserção na prática de enfermagem

Autor: Carmen Mary Nakamura

Co-autor: Fabiane de Amorim Almeida

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE); Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: o uso da terapia assistida por animais (TAA) é cres-cente em vários países; porém, no Brasil ainda é pouco conhe-cida. Devido ao reduzido número de estudos sobre o tema, há

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S35

dúvidas quanto à eficácia dessa prática e o risco de transmissão de zoonoses. Objetivos: identificar o conhecimento existente so-bre o uso da TAA com crianças hospitalizadas nas publicações científicas existentes; elaborar recomendações que auxiliem o enfermeiro a atuar com segurança frente à presença de animais em Unidades Pediátricas. Material e Método: pesquisa descri-tiva exploratória, realizada por meio da revisão sistemática de publicações em periódicos nacionais e internacionais indexados nas seguintes bases de dados: LILACS, SciELO, PUBMED, Cochrane, BDENF e CINAHL. A amostra constituiu-se de 12 artigos publicados entre 1995 e 2006. Resultados: a maioria das publicações era de língua inglesa (8; 66,6%), predominando aqueles de dupla autoria (4; 33,4%) e desenvolvidos nos Estados Unidos (6; 50%). Mais da metade dos estudos era transversal (8; 66,7%), destacando a abordagem quantitativa (5; 41,7%). Quan-to ao grau de recomendação e força de evidência científica, os estudos clínicos e observacionais bem desenhados (5; 41,7%) foram os mais freqüentes, seguidos de publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas (4; 33,3%). Analisando o conteúdo dos artigos, encontraram-se as seguintes temáticas: im-pacto da TAA para as crianças hospitalizadas (8; 66,7%) e para os profissionais de saúde (1; 8,3%); relação entre TAA e controle de infecção (3; 25%). Recomendações para implementar a TAA no hospital foram delineadas a partir dos subsídios extraídos dos artigos quanto a: avaliação do paciente para a introdução dessa prática; orientação à criança, família e equipe de saúde em rela-ção às normas para a visita dos animais no hospital. Conclusão: a maioria dos artigos encontrados é internacional, sendo escassos os estudos brasileiros sobre o tema. Apesar do grau de recomen-dação e força de evidência dos estudos não serem fortes, inúme-ros benefícios da TAA para a criança, familiares e profissionais foram descritos, não havendo referência a resultados negativos do seu uso na prática. Enfatiza-se a importância de se institui-rem normas para introduzir animais terapeutas no hospital, evi-tando riscos de transmissão de zoonoses e danos para a unidade e pacientes, garantindo uma implementação segura e eficaz.

TC-67

O brinquedo terapêutico no preparo da criança para a realização de curativo pós-cirúrgico

Autor: Mariana Toni Kiche

Co-autor: Fabiane de Amorim Almeida

Instituição: Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE). Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Endereço: Av. Prof. Francisco Morato, 4293 – Butantã – São Paulo/ SP

CEP 05521-200 – Tel.: (11) 3746-1001

Introdução: o brinquedo terapêutico (BT) é estratégia fundamen-tal aos profissionais de saúde que trabalham com crianças, que tendem a aceitar melhor os procedimentos invasivos, cooperando

mais com aqueles. Seus benefícios já são amplamente divulgados na literatura, mas seu emprego ainda é modesto na prática. Ob-jetivos: comparar as reações manifestadas pela criança durante o curativo pós-cirúrgico realizado antes e após o preparo com o BT. Métodos: trata-se de uma pesquisa quase-experimental e a amos-tra constituiu-se de 34 crianças internadas para cirurgia em um hospital público pediátrico da cidade de São Paulo/SP. Os com-portamentos da criança e a dor foram avaliados durante o curativo realizado antes e após o BT. Os dados foram analisados quantitati-vamente. Resultados: antes do brinquedo, as crianças mostravam-se mais assustadas durante o curativo, não cooperando com a equipe. Apresentavam comportamento protetor, permanecendo caladas (15; 44,11%), com expressão facial de medo (12; 35,29%) e tensão muscular (11; 32,35%). Esses comportamentos tornaram-se menos freqüentes após o brinquedo (diferenças estatisticamen-te significativas segundo o teste de McNemar), quando as crianças mostravam-se mais colaborativas, brincando (32; 94,11%), sorrin-do (29; 85,29%), com postura relaxada (29; 85,29%) e ajudando espontaneamente o profissional (25; 73,52%). Em relação à dor, a maioria (19; 55,88%) apontou escore 3 (escala de dor de faces) no curativo realizado antes do BT, prevalecendo o escore 0 (16; 47,06%) após o BT (a diferença foi estatisticamente significativa pelo teste de Wilcoxon). Conclusão: comportamentos indicativos de maior adaptação e aceitação ao procedimento tornaram-se mais freqüentes após o BT, ao contrário daqueles que indicam menor adaptação e aceitação. Os escores de dor também dimi-nuíram após o BT. Ele se evidenciou como estratégia efetiva na redução do medo, apreensão e dor, podendo contribuir inclusive para a segurança da criança durante o procedimento, na medida em que a auxilia a compreender o que será feito com ela, coope-rando mais e oferecendo menos resistência.

TC-68

Conhecimento de um grupo de pacientes sobre medicamentos genéricos por eles utilizados

Autor: Luciana Regina Ferreira da Mata

Co-autores: Antonio Carlos da Silva, Paulo Celso Prado

Telles Filho, José Fernando Petrilli Filho

Instituição: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha

e Mucuri (UFVJM)

Endereço: R. da Glória, s/n – Centro – Diamantina/ MG

CEP 39100-000 – Tel.: (38) 3531-1811

Os medicamentos genéricos foram implantados com o intuito de ampliar o acesso da população aos medicamentos. Eles são mais acessíveis financeiramente devido à sua fabricação não necessitar de altos investimentos em pesquisas, pois são utilizados os me-dicamentos de referência como parâmetro. Assim, não há gastos com propaganda, já que não existe marca a ser divulgada. O ob-jetivo deste estudo foi analisar o conhecimento de um grupo de

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Trabalhos CientíficosS36

pacientes de um hospital do interior do estado de Minas Gerais acerca dos medicamentos genéricos por eles utilizados. Foram entrevistados, em domicílio, 25 pacientes que obtiveram alta hos-pitalar da clinica médica no mês de outubro de 2006. O estudo foi submetido à análise da direção clínica da instituição hospitalar citada e iniciado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesqui-sa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Cada participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em Pesquisa, sendo esclare-cido que poderiam recusar-se a participar, bem como se excluírem quando e se julgassem necessário. Foi também garantido o direito do anonimato. As entrevistas foram realizadas no período de 18 de novembro de 2006 a 3 de janeiro de 2007, por meio de um questionário que versou sobre nome, dose, freqüência, horário, efeito esperado e efeito colateral, dentre outros. Verificou-se que 5 pacientes (20%) desconhecem o nome do medicamento que utilizam, 7 (28%) desconhecem a dose, 4 (16%) desconhecem a freqüência, 16 (24%) desconhecem o efeito esperado, 21 (84%) desconhecem o efeito colateral e 14 (56%) não sabem o que é me-dicamento genérico. A partir dos dados analisados neste estudo, detectou-se um importante déficit de conhecimento de pacientes acerca dos medicamentos genéricos por eles utilizados, principal-mente no que se refere aos efeitos colaterais, efeitos esperados, bem como o próprio nome do medicamento, sendo necessária ampla ação educativa por parte do enfermeiro.

TC-69

Programa de formação de educadores em diabetes

Autor: Lourdes Aparecida Sangiuliano

Co-autores: Adriana Martins da Silva, Graça Maria de Carvalho

Camara, Magda Tiemi Yamamoto, Maria Julia Santana Kenj

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Brasil

Endereço: Av. Brasil, 953 – Jardim América – São Paulo/ SP

CEP 01431-000 – Tel.: (11) 3065-2364

Introdução: O diabetes mellitus é uma doença multissistêmica que requer uma gerência complexa por parte dos profissionais e/ou dos pacientes (autocuidado), representa um pesado encar-go pessoal e econômico aos indivíduos e à sociedade. Despertar no paciente e nos profissionais a importância do autocuidado e do cumprimento às recomendações do tratamento pode reduzir as complicações inerentes à doença e suas conseqüências. Para melhor atender o paciente portador de diabetes, educando-o ao autocuidado e estimulando a motivação para assegurar melhor adesão ao tratamento, a Unidade Jardins do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em parceria com a Associação de Dia-betes Juvenil, elaborou um curso de formação de educadores em diabetes. Objetivos: elaborar curso para formar educadores em diabetes, capazes de conhecer a fisiopatologia, educar e sugerir intervenções para prevenir complicações, objetivando a qualida-

de de vida do paciente. Material e Método: programa científico elaborado por consultores especialistas, aprovado pelo comitê gestor. Premissa para o curso: respeito aos três pilares básicos do processo educacional: educação, conceito-prática e papel do edu-cador. Os participantes foram definidos pela Diretoria da Prática Assistencial, respeitando-se: multidisciplinaridade, indicação das lideranças, avaliação de desempenho, perfil pré-estabelecido, en-trevista e interesse pelo tema. Turmas com 16 alunos. Currículo elaborado com base no IDF, AADE, FEND, DESG, SBD, expe-riências pessoais e especificidades da instituição. Estabeleceram-se objetivos gerais/específicos para garantir que o aproveitamento das informações e habilidades necessárias ao autogerenciamento do diabetes e ao processo educacional fossem absorvidas. Car-ga horária de 25 horas, com acompanhamento conceitual-prá-tico e comportamental, workshops, discussão de casos, além de vivência/tutoria. Resultados: foram formados 31 profissionais (22 enfermeiras, 5 nutricionistas, 2 farmacêuticos, 1 psicólogo e 1 fisioterapeuta/educador físico). O processo de tutoria propiciou ajustes necessários ao aproveitamento máximo para todo o gru-po. A avaliação de aproveitamento registrou 95% de índice de satisfação. Para garantir o acompanhamento ao desenvolvimento do grupo, uma liderança formal foi constituída, assegurando a continuidade dos trabalhos com encontros periódicos, visando a aprofundamento, evolução e troca de experiências. Conclusão: o preparo específico de profissionais para a educação em diabetes favorece o processo de aprendizado necessário e fundamental ao autogerenciamento, por assegurar ao profissional as habilidades inerentes ao processo de educação.

TC-70

Taxa de sucesso na punção venosa periférica para coleta de sangue: proposta de um indicador

Autor: Mariana Russo Francescon

Co-autores: Lourdes Aparecida Sangiuliano,

Tania Mara Santos da Silva

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Brasil

Endereço: Av. Brasil, 953 – Jardim América – São Paulo/ SP

CEP 01431-000 – Tel.: (11) 3065-2362/2399

Introdução: Qualidade é o conjunto de atributos que inclui um nível de excelência profissional, uso eficiente de recur-sos, mínimo de risco ao usuário e alto grau de satisfação por parte dos clientes. Pensando na implantação de medidas que avaliassem a qualidade do serviço de coleta da Unidade de Medicina Diagnóstica Jardins do HIAE, fomos em busca de um indicador que referenciasse o serviço. Após pesquisa bi-bliográfica nas bases de dados DEDALUS, LILACS, SciELO, MEDLINE, BVS (BIREME/OPAS/OMS), foi constatada es-cassa literatura nacional e internacional sobre o tema. Esse levantamento identificou apenas trabalhos relacionados a

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S37

biossegurança e saúde do trabalhador em análises clinicas e punção venosa para terapia intravenosa em ambiente hospi-talar. Objetivo: mensurar a taxa de sucesso da punção venosa para coleta de exames de sangue na primeira tentativa por fai-xa etária, identificar os motivos de insucesso e definir um valor de referência para a prática assistencial de punção venosa para a coleta de exames laboratoriais. Metodologia: pesquisa quan-titativa descritiva retrospectiva, com tratamento estatístico do banco de dados registrado nos livros de coleta no período de janeiro a dezembro de 2006 e avaliação dos profissionais para detecção dos motivos de insucesso na punção. O critério esta-belecido para sucesso foi obtenção de acesso venoso na pri-meira punção, e para insucesso, a partir de duas ou mais pun-ções. A classificação por grupos etários foi obtida de acordo com Descritores em Ciências de Saúde (DeCS) da BVS, sendo recém-nascido de 0 a 28 dias, lactentes de 1 a 23 meses, pré-escolar de 2 a 5 anos, criança de 6 a 12 anos, adolescente de 13 a 18 anos, adulto de 19 a 44 anos, meia-idade de 45 a 64 anos e idoso igual ou maior de 65 anos. Resultado: predominou a faixa etária de meia-idade (41%), seguida de adultos (39%) e idosos (19%). O índice total de sucesso obtido foi de 99%. Em relação ao insucesso, por faixa etária, a incidência foi maior na população de adultos, meia-idade e idosos (0,92%) e os mo-tivos de maior prevalência foram fluxo interrompido (33%) e fragilidade capilar (32%). Na população infantil, fluxo inter-rompido (45%) e estado catabólico alterado (20%) tiveram maior prevalência. Conclusão: a taxa de insucesso foi maior na população de meia-idade, adultos e idosos devido à maior dificuldade de obtenção do acesso pelas condições clínicas. Os motivos de maior prevalência foram: fluxo interrompido e fragilidade capilar devido a oclusão venosa, formação de coá-gulos de fibrina, posicionamento inadequado do dispositivo de punção, múltiplas punções de acordo com a doença de base e tratamentos propostos. A habilidade dos profissionais envol-vidos, colhedores, técnicos de enfermagem e enfermeiros foi fundamental para a obtenção do índice de sucesso de 99%, valor sugerido pelo estudo para ser adotado como padrão de prática para punções em serviços laboratoriais.

TC-71

Influência da redução de custo e otimização do tempo no preparo da bomba injetora em exames contrastados de tomografia computadorizada na assistência de enfermagem

Autor: Solange Pereira Spinola

Co-autores: Adriana da Silva Chaves, Maria Niete Couto, Lourdes

Aparecida Sangiuliano

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Brasil

Endereço: Av. Brasil, 953 – Jardim América – São Paulo/ SP

CEP 01431-000 – Tel.: (11) 3065-2364

Introdução: o gerenciamento dos custos e a qualidade da assistência à saúde têm sido motivo de debate nas institui-ções de saúde. Entre as atribuições do enfermeiro, está o gerenciamento baseado em resultados e o compromisso com a melhoria contínua na qualidade da assistência aos pacientes, diminuindo a incidência de gastos desnecessários nas instituições de saúde. Objetivo geral: reduzir o custo do procedimento em 20% com a utilização de materiais, dimi-nuir em 50% o tempo médio de preparo entre os exames e conseqüentemente diminuir atrasos, otimizando o tem-po gasto pela equipe de enfermagem. Métodos: pesquisa quanti-qualitativa por meio de estudo retrospectivo, com levantamento do consumo de materiais e dos exames con-trastados por intermédio de planilhas e registros, no perío-do de janeiro a junho de 2005 para identificação do proble-ma, e no período de janeiro a junho de 2006 para avaliação dos resultados. Levantamento dos atrasos na agenda de exames por meio da planilha de controle. Mensuração por amostragem do tempo de preparo gasto na montagem da bomba de infusão e na entrevista com o cliente pela equipe de enfermagem. Pesquisa, no mercado, de novos materiais, comparando custos/benefícios. Implementação pós-tes-te de produtos e treinamento de pessoal. Resultados: no período de janeiro a junho de 2005, o custo com bomba de infusão ficou em R$ 13.985,50, o tempo total gasto com o procedimento nesse mesmo período foi de 3.816 segun-dos, o tempo na entrevista com o paciente variou entre 5 e 12 minutos e os atrasos na agenda ocorreram por motivo de atraso no procedimento realizado pela equipe de enferma-gem entre exames em 20% dos casos. No período de janeiro a junho de 2006, o custo com bomba de infusão ficou em R$ 6.183,50, o tempo total gasto com o procedimento nesse mesmo período foi de 818 segundos, o tempo na entrevista com o paciente variou entre 6 e 13 minutos e os atrasos na agenda ocorreram em 0% dos casos por motivo de atra-so no procedimento realizado pela equipe de enfermagem entre exames. O material selecionado e aprovado foi um sistema com válvulas anti-refluxo, conectores descartáveis e apirogênicos, que garantem menor desperdício de meio de contraste, seringas utilizadas e intervalo entre os exa-mes. O treinamento da equipe multiprofissional teve carga horária de oito horas. Houve redução de 55,8% no custo do procedimento. O tempo gasto pela enfermagem com o novo procedimento ficou em 78,5%. Conclusão: o novo material utilizado nos exames contrastados, além de proporcionar redução de custo, superando as metas iniciais, possibilitou a melhoria no atendimento e qualidade da assistência pres-tada aos pacientes no setor de tomografia, já que houve au-mento do tempo dispensado ao cliente durante a entrevista e a extinção de atraso da agenda entre exames, devido ao procedimento realizado pela equipe de enfermagem.

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Trabalhos CientíficosS38

TC-72

A importância da assistência de enfermagem na prevenção e freqüência de extravasamento de contraste em exames de tomografia computadorizada

Autor: Solange Pereira Spinola

Co-autores: Adriana da Silva Chaves, Maria Niete Couto, Fabiane

Ramos Bezerra, Lourdes Aparecida Sangiuliano

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Brasil

Endereço: Av. Brasil, 953 – Jardim América – São Paulo/ SP

CEP 01431-000 – Tel.: (11) 3065-2364

Introdução: extravasamento de meio de contraste iodado é um evento que ocorre raramente no cotidiano de trabalho nos setores de tomografia computadorizada. Estudos internacio-nais indicam que esse evento ocorre em 0,6% das injeções de contraste. A equipe de enfermagem tem grande importância na prevenção e atuação frente a esse evento. Objetivo geral: identificar como os cuidados de enfermagem interferem na freqüência e prevenção de extravasamento nos pacientes sub-metidos a exames com contraste não-iônico endovenoso por bomba de infusão no setor de tomografia computadorizada (TC) da Unidade de Medicina Diagnóstica Jardins do Hos-pital Israelita Albert Einstein (HIAE). Objetivo específico: relacionar o índice anual de extravasamento com a assistência adotada nos procedimentos. Métodos: pesquisa quanti-quali-tativa por meio de estudo retrospectivo no qual se avaliaram os registros de clientes que realizaram TC com injeção de con-traste, os impressos de controle de extravasamento utilizados pela equipe de enfermagem no período de janeiro de 2003 a julho de 2006 e os questionários específicos que possibilitaram uma avaliação prévia do paciente quanto aos fatores de risco para extravasamento. Nos casos de extravasamento, foram ob-servados o volume extravasado, a avaliação da dor (utilizando o índice de escore após 15 minutos e 60 minutos), a extensão do extravasamento, o aspecto da pele (subcutâneo), a força motora e a perfusão periférica. Resultados: no período, foram realizados 2.373 exames contrastados, ocorrendo extravasa-mento de contraste que variou de 1 ml a 30 ml. A incidência anual de extravasamento geral foi a seguinte: 2003 – 1,5%; 2004 – 1,1%; 2005 – 0,5% e 2006 – 0,1%. A incidência de ex-travasamentos clinicamente importantes (acima de 10 ml) foi: 2003 – 0,9%; 2004 – 0,2%; 2005 – 0,2% e 2006 – 0%. A assis-tência de enfermagem prestada na fase pré, trans e pós-exa-mes monitorando riscos de efeitos adversos colaboraram para que nenhum paciente tivesse efeitos graves ou permanentes em longo prazo ou necessitassem de intervenção cirúrgica. Conclusão: houve redução gradativa do número de extravasa-mentos de contraste em função dos cuidados realizados pela equipe de enfermagem. As atualizações, treinamentos e utili-zação do protocolo adotado pela instituição mantêm o índice

de extravasamento abaixo do valor de referência, diminuem os riscos e complicações do extravasamento e garantem a quali-dade e melhoria contínua na assistência ao paciente.

TC-73

O idoso e a polifarmácia domiciliar: fatores de risco para a segurança na terapia medicamentosaAutor: Simone Perufo Opitz

Co-autores: Yonara Pereira de Araújo, Creso Machado Lopes,

Pascoal Torres Muniz

Instituição: Universidade Federal do Acre (UFA)

Endereço: BR 364, km 4 – Campus Universitário – Rio Branco/ AC

CEP 69915-900 – Tel.: (68) 3901-2648

Introdução: a melhoria das condições de vida da população le-vou à mudança no perfil epidemiológico, social, nutricional e demográfico. Como conseqüência, houve aumento do núme-ro de idosos, grupo que se tornou um grande consumidor de medicamentos. Alguns autores referem que pelo menos 85% dos idosos usam um fármaco prescrito, e a maioria usa mais do que um. Tendo em vista esta situação, surgem problemas como iatrogenias, interações medicamentosas, automedicação e uso inadequado. Objetivo: este estudo identificou o uso da polifarmácia domiciliar e seus fatores de risco em idosos re-sidentes em três bairros populacionais de classe A, em Rio Branco/AC. Material e Método: tratou-se de um estudo do tipo exploratório, descritivo desenvolvido junto a 81 idosos, aos quais foram prescritos 258 medicamentos. Para a coleta de dados, fez-se uso de formulários e para processamento e análi-se, foi utilizado o Programa Epinfo-6. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Acre. Resultados: constatou-se que 53,1% dos idosos estavam na faixa de 60-69 anos, sendo, portanto considerados idosos jovens; 65,4% eram do gênero feminino e 13,6%, analfabetos. Foi encontrada uma média de 3,2 medicamentos por idoso, sendo a alopatia representada por 93,0%; 86,1% dos medica-mentos foram prescritos, mas somente 17,0% foram apresen-tados e, por serem medicamentos controlados, tiveram suas receitas retidas nas farmácias; outras receitas estavam com os filhos. Vale destacar que 56,7% dos idosos tomavam de 1 a 3 medicamentos diários, seguidos por 27,2%, de 4 a 6; o tempo de prescrição era de 6 meses a menos de 12 meses, o que foi encontrado em 45,5% dos casos, e 88,8% tomavam o medica-mento sozinhos, além de apenas 0,4% apresentarem reação adversa ao medicamento, mas sendo necessário procurar pelo médico. Dos idosos investigados, 50,2% lêem as bulas, como também 40,3% das bulas foram lidas por outras pessoas, dos quais 59,4% as compreenderam. Com relação ao esquecer-se de tomar o medicamento, 51,6% afirmaram não esquecer, 31,0% tomam ao relembrar, 16,7% tomam normalmente no próximo horário e apenas 0,8% dobra a dose no próximo ho-

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S39

rário. Por sua vez, dos fármacos mais utilizados, destacam-se 28,1% para o sistema cardiovascular, 33,3% para o trato gastrintestinal e metabolismo e 10,5% para o sistema nervoso central. Conclusão: foi significativo o número de idosos que ingerem sozinhos o medicamento e não possuem supervisão de seus cuidadores. Conclui-se que a polifarmácia está presen-te nos sujeitos estudados. Destaca-se que ações de farmacovi-gilância e farmacoepidemiologia são necessárias, tais como: implementar programas de educação junto a médicos, farma-cêuticos, equipe de enfermagem e cuidadores, visando à pro-moção do uso racional dos medicamentos, bem como garantir a segurança e qualidade da assistência aos idosos.

TC-74

Registro no prontuário: importância para a qualidade e segurança da assistência

Autor: Adriana de Fátima Avansi

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Unidade Vila Mariana

Endereço: R. Coronel Lisboa, 139 – Vila Mariana – São Paulo/ SP

CEP 04020-040 – Tel.: (11) 5089-0255/9820-4537

Introdução: o prontuário é um documento valioso para o pa-ciente, a equipe de saúde e instituição de saúde. Ele reúne informações sobre a assistência prestada, tornando-se um instrumento legal e servindo de guia para a continuidade do atendimento. Para isso, a assistência deve constar no prontu-ário por meio dos registros. Objetivo: demonstrar a impor-tância do registro no prontuário da assistência prestada ao paciente. Material e Método: este estudo foi realizado pelos enfermeiros de um hospital de grande porte, geral e privado, situado na cidade de São Paulo/SP. Trata-se de um estudo descritivo, por meio da pesquisa bibliográfica associada ao conhecimento da prática profissional. Resultados: o regis-tro no prontuário é composto de uma anotação do históri-co de saúde, das medidas diagnósticas e terapêuticas e das respostas a estas medidas. Dessa forma, o prontuário serve como forma de comunicação escrita, de informação entre os profissionais envolvidos na assistência ao paciente, possibili-tando a continuidade. Isso facilita o relacionamento entre os profissionais de saúde. As finalidades do registro são: relatar as observações do paciente, contribuir para o diagnóstico mé-dico, planejar o plano de cuidados, servir de elemento para pesquisa, fornecer dados para auditoria e avaliar os cuidados prestados. Os registros ajudam também na implementação do processo de enfermagem e na sistematização da assistên-cia. O registro no prontuário serve como documento legal e comercial para a instituição e a equipe multiprofissional responsável pelo cuidado. Também é uma base para avaliar a qualidade do cuidado e o uso efetivo dos serviços. Conside-rações finais: o conhecimento da importância do prontuário favorece a conscientização dos profissionais para o registro.

O registro demonstra qual o cuidado prestado, servindo de documento legal e assegurando a qualidade e a segurança na assistência prestada.

TC-75

Composição de recursos humanos nas unidades de terapia intensiva na cidade de São José do Rio Preto

Autor: Ângela Silveira Gagliardo Calil

Co-autores: Márcia Galan Perroca, Marli de Carvalho Jericó,

Josimerci Ittavo Lamana Faria

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

A complexidade dos pacientes em Unidade de Terapia Inten-siva requer do enfermeiro em sua função gerencial adequar quanti-qualitativamente o quadro de pessoal, de forma a assegurar qualidade na assistência ao paciente. O dimensio-namento de recursos humanos tem-se mostrado instrumento imprescindível na prática gerencial da enfermagem, devido à complexidade das variáveis intervenientes neste proces-so (LAUS, 2003). Este estudo tem por objetivo descrever a composição do quadro de pessoal nas instituições de saúde e a distribuição da equipe de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva. Trata-se de um estudo descritivo e explo-ratório, realizado no período de abril a junho de 2007 junto às instituições de saúde da cidade de São José do Rio Preto/SP. Os resultados indicam que as instituições são privadas, 50% têm fins lucrativos e prestam atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde. Quanto ao porte, uma delas é de pequeno porte, duas de médio e uma com capacidade extra. O quadro de pessoal de enfermagem das UTIs em relação ao quadro de enfermagem institucional no hospital de capacida-de extra é de 28,4%, no de médio porte é de 13,3% e 15,2%, e no de pequeno porte, 27%. A composição das categorias de enfermagem representa: enfermeiros, 40%, técnicos e au-xiliares, 30% (pequeno porte); enfermeiros, 23,1% e 5,6%, técnicos, 46,2% e 22,2% e auxiliares, 30,8% e 72,2% (mé-dio porte); enfermeiros, 11,7%, técnicos, 4,4% e auxiliares, 83,8% (capacidade extra). Os resultados mostram discrepân-cia quanto à distribuição desta categoria profissional, sendo esta a mais indicada para assistir aos pacientes de alta com-plexidade e realizar o gerenciamento do seu cuidado. Dessa forma, prover UTIs de pessoal apropriado e eficiente tem sido um desafio para o gerente de enfermagem, com vistas a assegurar uma assistência qualificada. Assim, justifica-se a realização de novos estudos sobre dimensionamento de pes-soal, de forma a auxiliar a tomada de decisão gerencial na alocação de recursos humanos.

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Trabalhos CientíficosS40

TC-76

A percepção dos profissionais de enfermagem a respeito do Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU)

Autor: Sandra Alves Neves Araújo

Co-autor: Ana L. Sabatés

Instituição: Hospital Infantil Cândido Fontoura; Centro Universitário

Nove de Julho

Endereço: R. Felipe Camarão, 187, ap. 12 – Tatuapé – São Paulo/ SP

CEP 03065-000 – Tel.: (11) 2295-7006

Introdução: no cotidiano, percebemos que os profissionais de enfermagem pareciam não centrar o cuidado na criança, mas apenas nas tarefas, priorizando o preparo da medicação no sistema tradicional (ST), que os obrigava a permanecer lon-gas horas na sala de serviço, distante das crianças. Incentivada pela oportunidade, a enfermagem, em parceria com o setor de farmácia, mobilizou-se em buscar inovar as atividades desen-volvidas no hospital. A implantação do Sistema de Distribui-ção de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) – que é definida pela American Society Hospital of Pharmacists como “uma quantidade ordenada de medicamentos com formas e dosagens prontas para serem administradas a um paciente, de acordo com o prescrito para um determinado tempo” – veio ao encontro da necessidade da instituição. Propus-me a estu-dar o que isto significa para os profissionais de enfermagem que trabalham com o SDMDU, em substituição ao ST. Méto-do: trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de campo, transversal, com abordagem quantitativa e qualitativa, reali-zado em um hospital pediátrico. Aplicamos um questionário utilizando números absolutos e relativos para abordagem quantitativa; às questões abertas, a análise dos procedimentos, tendo como objetivo a descrição do conteúdo das mensagens (BARDIN, 1977). Participaram da pesquisa 16 enfermeiras e 126 auxiliares de enfermagem, por atenderem aos critérios de elegibilidade: ter experiência de seis meses no SDMDU e aceitar participar da pesquisa. Resultados: a maioria do sexo feminino, formada entre cinco e dez anos e experiência no SDMDU entre um e três anos. Como significado da prática de administração de medicamento pelo SDMDU, os profis-sionais de enfermagem referiram: “adquirir confiança e segu-rança pela participação do farmacêutico”; “maior tempo para cuidar da criança hospitalizada”; “diminuir o desperdício”; “comodidade para a enfermagem”, “menor risco de erros na manipulação” e “inovação para a enfermagem”. Conclusões: a prevalência da antiga tradição, cuja herança de pensamen-tos atende à comunidade científica mais conservadora. De qualquer maneira, tendências têm conquistado espaço; o SD-MDU contrapõe-se completamente aos princípios da ST. Essa inovação tem causado forte impacto na enfermagem, revolu-

cionando as visões mais tradicionais. Acreditamos, portanto, que inovações como o SDMDU podem surgir sob a forma de novos produtos ou serviços, novas estratégias, novas fontes de recursos, novas configurações organizacionais, novos contra-tos, novas estruturas para novos projetos.

TC-77

A aceitação dos profissionais de enfermagem sobre o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) em um pronto-socorro infantil

Autor: Sandra Alves Neves Araújo

Co-autores: Aparecida Deratriz Puga, Luana Mara de M. Merenda,

Maria de Fátima Souza Brito, Sandra Linhares Silva

Instituição: Centro Universitário Nove de Julho

Endereço: R. Felipe Camarão, 187, ap. 12 – Tatuapé – São Paulo/ SP

CEP 03065-000 – Tel.: (11) 2295-7006

Introdução: no Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU), o medicamento é fracionado, embalado em doses individualizadas na Central de Misturas, encaminhado à enfermagem para conferir e administrar. O farmacêutico faz a última conferência das tiras lacradas an-tes de encaminhá-las à enfermagem, que confere e adminis-tra. Surgiu o interesse em conhecer a aceitação e descrever a percepção dos profissionais da enfermagem frente à mudança na rotina da terapêutica medicamentosa com a implantação do SDMDU há apenas quatro meses no setor pronto-so-corro, o qual utilizava o sistema tradicional. A rotatividade, imprevistos e rapidez necessária para o atendimento são as preocupações dos profissionais neste setor. Tivemos como objetivo identificar a aceitação dos profissionais de enferma-gem quanto à implantação do SDMDU no pronto-socorro infantil. Método: trata-se de uma pesquisa de campo explo-ratória, descritiva, transversal, com abordagem quantitativa e qualitativa. Participaram voluntariamente 16 enfermeiros e 17 auxiliares de enfermagem que atuam no pronto-socorro. Resultados: a faixa etária predominante entre os auxiliares de enfermagem é de 40 e 50 anos (47,05%), enquanto entre os enfermeiros é de 30 a 40 anos (68,75%). Confirmamos que en-fermeiros (58,82%) e auxiliares de enfermagem (43,75%) atu-am no pronto-socorro entre um a cinco anos. Verifica-se que 12 (70,58%) dos auxiliares de enfermagem e 6 (37,5%) dos enfermeiros preferem o sistema tradicional. Apenas cinco (29,41%) dos auxiliares de enfermagem e dez (62,5%) pre-ferem o SDMDU. Constatamos que a rejeição ao SDMDU é maior entre os auxiliares de enfermagem, porém a maioria refere que o SDMDU colabora para a realização do cuidado. Conclusão: a aceitação do SDMDU é parcial entre ambos os profissionais, que ressaltam que uma farmácia satélite no setor viabilizaria o trabalho. A maioria dos auxiliares de enferma-

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S41

gem rejeita a implantação SDMDU no pronto-socorro; detec-tamos que as principais queixas são em relação à localização da farmácia, havendo perda de tempo no trajeto. Porém, entre os enfermeiros houve grande aceitação, pelo fato de viabili-zar os recursos profissionais e otimizar o tempo, permitindo maior disponibilidade para o cuidado.

TC-78

Conhecimento da equipe de enfermagem dos programas de saúde da família de Diamantina/MG acerca dos efeitos colaterais de medicamentos quimioterápicos

Autor: Luciana Regina Ferreira da Mata

Co-autores: Paulo Celso Prado Telles Filho, Antonio Carlos

da Silva, José Fernando Petrilli Fillho

Instituição: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri (UFVJM)

Endereço: R. da Glória, s/n – Centro – Diamantina/ MG

CEP 39100-000 – Tel.: (38) 3531-1811

O tratamento quimioterápico provoca diversos efeitos indesejá-veis, o que torna o indivíduo mais vulnerável, sensível e muitas vezes dependente da assistência da equipe de enfermagem. O objetivo deste estudo foi verificar e analisar o conhecimento de profissionais de enfermagem pertencentes aos Programas da Saúde da Família (PSF) do município de Diamantina/MG sobre os efeitos colaterais de medicamentos quimioterápicos. No que diz respeito à metodologia, é importante destacar que todos os PSF da cidade de Diamantina foram analisados, o que corresponde a sete estabelecimentos. A amostra constou de 17 profissionais de enfermagem das equipes dos PSF acima re-feridos. Foi utilizada a técnica de entrevista estruturada. A co-leta de dados ocorreu após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e pela Secretaria Municipal de Saúde do município envolvido. A cada participan-te foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em Pesquisa. Dentre os dados, destaca-se que, na questão referente ao conhecimento do enfer-meiro sobre medicamentos quimioterápicos, bem como sobre possíveis efeitos colaterais e ações de enfermagem, surgiram dados de grande relevância, ressaltando-se que cinco enfermei-ros não possuem conhecimento. Também é importante destacar que nenhum dos técnicos de enfermagem, bem como quatro auxiliares de enfermagem, respondeu às indagações a respeito dos medicamentos, efeitos colaterais e ações de enfermagem. No que diz respeito à importância do conhecimento sobre os efeitos colaterais dos medicamentos quimioterápicos, seis en-fermeiros e todos os técnicos de enfermagem julgam impor-tante o conhecimento, e um enfermeiro não respondeu. Faz-se necessário que a equipe de enfermagem analisada reflita sobre

a importância do conhecimento acerca dos efeitos colaterais dos medicamentos quimioterápicos, para que sejam capazes de prestar uma assistência de qualidade, desempenhando papel profissional conforme o Código de Ética regulamenta.

TC-79

Clima organizacional: percepções de profissionais da enfermagem de uma instituição de saúde filantrópica

Autor: Danielle Fabiana Cucolo

Co-autores: Nelson Iguimar Valerio, Josimerci Ittavo Lamana

Faria

Instituição: Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto

Endereço: R. Fritz Jacob, 1236 – Boa Vista – São José do Rio Preto/ SP

CEP 15025-500 – Tel.: (17) 2139-9200

O clima organizacional indica a atmosfera psicológica e as características da organização, exercendo influência sobre o comportamento e o desempenho dos colaboradores, refletin-do na efetividade do trabalho. Este estudo tem como objetivos caracterizar a população estudada e conhecer a percepção dos profissionais de enfermagem com relação a aspectos do clima organizacional de uma instituição de saúde filantrópica do inte-rior de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, que emprega para a coleta de dados um instrumento adaptado à realidade do estudo, com indicadores que avaliam aspectos do clima organizacional: estilos de liderança, identificação com a empresa, comunicação e informação, normas e procedimen-tos, integração interdepartamental e intradepartamental, rela-cionamento com supervisor imediato, política de treinamento, filosofia de gestão e reconhecimento. Esse instrumento foi apli-cado a 51 colaboradores da enfermagem, relacionados a partir de sorteio, constituindo uma amostra representativa da institui-ção estudada. Os dados obtidos foram distribuídos e analisados em escala de Likert de cinco pontos. Em relação à caracterís-tica dessa população: 80,4% são do sexo feminino, 68,6% são auxiliares de enfermagem, 80,4% têm um emprego e 62,8% têm menos de 10 anos de experiência profissional. O material apreendido foi submetido à análise de covariância, permitindo identificar os indicadores com maior relevância, sendo os de maior pontuação, ou seja, que obtiveram maior grau de con-cordância: “Os boatos e fofocas interferem no meu trabalho”, “Fico sabendo de informações que dizem respeito à minha área por intermédio do meu chefe”, “Os procedimentos internos são ágeis”, “Há integração entre os setores da instituição” e “Tenho participado de programas de treinamento”. Quanto às afirma-tivas que obtiveram menor pontuação e, portanto, maior dis-cordância, verificou-se: “Meu chefe trata todos os funcionários igualmente”, “Os conflitos que surgem no meu setor são discu-tidos abertamente”, “Eu participo do estabelecimento de metas da instituição”, “A visão, missão, objetivo e metas são divulga-

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Trabalhos CientíficosS42

dos para todos”. Dessa forma, conhecer o clima organizacional pode oferecer desafios e oportunidades aos administradores, mostrando-lhes as diferenças em relação aos sentimentos dos funcionários que geram satisfação ou insatisfação no trabalho, e ajudando-os a perceber as práticas que precisam ser muda-das. Os achados do estudo podem favorecer a implementação de ações para melhoria do clima organizacional.

TC-80

E-learning: uma estratégia educacional de educação à distância para redução de infecção intra-hospitalar

Autor: Lissandra Borba da Cunha

Co-autores: Cristina Mizoi, Maria Fátima Santos, Rosana L.

Correa, Sandra Oyafuso

Instituição: Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0607

Introdução: O e-learning é uma estratégia de educação à distân-cia que possibilita a aprendizagem por intermédio de recursos tecnológicos. Os profissionais responsáveis pelos treinamentos têm utilizado cada vez mais essa estratégia em decorrência das vantagens oferecidas, como possibilidade de rápida atualização dos conteúdos, personalização dos conteúdos transmitidos, fa-cilidade de acesso e flexibilidade de horários, entre outras. O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados da utilização do e-learning como estratégia educacional na redução de infec-ções intra-hospitalares por rotavírus. Metodologia: no ano de 2004 ocorreu um aumento da taxa de contaminação intra-hos-pitalar por rotavírus; isto gerou um plano de melhoria no qual uma das ações seria um treinamento para a equipe assistencial pediátrica sobre as medidas preventivas de infecção hospitalar. Esta demanda foi encaminhada para a área de Treinamento em Saúde (TRSA), que analisou a solicitação considerando a relevância do tema, justificada pela taxa de infecção, o público-alvo e o conteúdo. Após esta análise, foi definido que a melhor estratégia educacional para este treinamento seria o e-lear-ning. Para a construção do e-learning, foi necessário o seguinte fluxo: a) o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), em parceria com o TRSA, elaborou o material didático; b) os recursos audiovisuais utilizados foram: filme, diálogos interati-vos, locução e imagens, sendo todos produzidos em ambiente real com recursos institucionais; c) no decorrer do curso, foram apresentados testes de conhecimento de múltipla escolha; d) o Centro de Informação e Comunicação (CENIC), que conta com profissionais especializados em projetos de e-learning, foi responsável pela formatação do conteúdo, storyboard, design e layout, trabalhando sempre em parceria com as áreas res-ponsáveis pelo conteúdo, o SCIH e o TRSA. Este conteúdo gerou um produto final em e-learning de aproximadamente

30 minutos. O treinamento ficou disponível para o acesso da equipe no período de julho a agosto de 2005 e, após atualiza-ção do conteúdo, de maio a setembro de 2006. Resultados: o acesso foi monitorado por meio da plataforma gerenciadora do Breeze®. A participação foi de 60 profissionais assistenciais, que corresponderam a 90% do público-alvo no treinamento em 2005, e de 42 profissionais (63%) no treinamento em 2006. Ocorreu uma redução de 50% na taxa de infecção intra-hospi-talar por rotavírus, de dez casos em 2004 para cinco casos em 2005 e dois casos em 2006. Conclusão: sabemos que a redução de 80% da taxa de infecção intra-hospitalar por rotavírus nos anos de 2005 e 2006 foi multifatorial, mas consideramos que o treinamento em e-learning colaborou para este resultado. A utilização de estratégias didáticas com recursos tecnológicos e de multimídia para capacitação profissional e desenvolvimento de competências tem mostrado resultados satisfatórios para a retenção do conhecimento e aplicação prática.

TC-81

Insulina intravenosa: controvérsias sobre o processo de adsorção nos dispositivos de infusão

Autor: Suziane de Almeida Lima

Co-autores: Renata Luciane Andreoli Fioratti, Sônia Aurora Alves

Grossi, Silvia Regina Secoli

Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São

Paulo (EEUSP)

Endereço: Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 419 – Cerqueira

César – São Paulo/ SP

CEP 05403-000 – Tel.: (11) 3061-7560

Introdução: adsorção é um processo em que ocorre fixação de uma substância (o adsorvato) na superfície de outra substân-cia (o adsorvente). A adsorção da insulina é um fenômeno de superfície inespecífico, que se inicia instantaneamente, inter-ferindo na demanda confiável de insulina ao paciente. Hoje se sabe que a insulina, quando infundida por via intravenosa, aglutina-se nos frascos de vidro e em outros dispositivos con-feccionados em plástico, como frascos, equipos, seringas e fil-tros. Atualmente não há consenso sobre a forma de preparar a infusão da insulina intravenosa, e há por parte da equipe de enfermagem dúvidas importantes quanto ao tipo de frasco, equipo, tempo de troca da solução, entre outras. Consideran-do que o tema é relevante no âmbito da clínica, e que a equipe de enfermagem encontra-se diretamente envolvida na questão do preparo, administração e monitoração do paciente, buscou-se no presente estudo consultar a literatura para obter infor-mações sobre o fenômeno da adsorção da insulina. Objetivos: identificar os agentes causais da adsorção de insulina contida em soluções intravenosas e relacionar as estratégias e recomen-dações utilizadas para a redução do processo da adsorção de

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IV Simpósio Internacional de Enfermagem S43

insulina. Material: trata-se de um estudo de revisão bibliográ-fica (n = 27), incluindo experimentais, descritivos, consensos e recomendações. Resultados: foram analisadas 27 publicações; nestas, 63,0% utilizaram frascos de vidro e 37,0%, PVC. Todas as seringas eram de plástico. A variação da concentração de insulina foi de 0,01 a 10 U/ml. Entre os diluentes, destacaram-se os isotônicos, com 73,6% (n = 14) do total. O tempo de contato entre soluções contendo insulina em recipientes va-riou de 0 a mais de 24 horas. Os meios mais utilizados para minimizar o processo da adsorção da insulina foram adição de colóides (n = 17) e lavagem do equipo (n = 10). Conclusão: os determinantes do processo da adsorção da insulina foram os materiais dos frascos, os tipos de equipos e diluentes. Os frascos de polipropileno apresentaram menor adsorção e os de vidro, maior perda de insulina. Os equipos sem filtro foram os que se mostraram mais adequados. Quanto maior a área de superfície interna dos frascos e equipos, maior foi a perda de insulina. Não houve consenso no que diz respeito ao diluente “ideal” e concentração de insulina. A crença inicial de que o tempo de contato da solução insulínica com os kits de infusão aumentava a adsorção não foi confirmada pelos estudos ana-lisados. As principais estratégias utilizadas para minimizar a adsorção da insulina e viáveis na prática clínica foram o acrés-cimo de albumina a 25% na solução insulínica ou a realização da pré-exposição do equipo por um período de 30-60 minutos, com lavagem do equipo com 50-100 ml da solução de insulina. Considera-se que este tempo possibilita a saturação dos sítios de ligação da insulina e minimiza a adsorção. Outra recomen-dação é preparar as soluções em frascos pequenos e equipos.

TC-82

Situações conflitantes do cotidiano do enfermeiro e os processos de negociação

Autor: Taise Carvalheira Marin Toledo

Co-autores: Marli de Carvalho Jericó, Josimerci Ittavo Lamana Faria

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av: Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José do

Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

Nas instituições de saúde, a existência de diferentes tipos de conflitos já é esperada, devido à complexidade de sua estrutura formal e das relações inter e multiprofissionais que naquele es-paço convivem, sendo, assim, locais naturalmente geradores de atritos. Desse modo, o enfermeiro, como profissional que se re-laciona com todas essas dimensões, requer o aprimoramento da comunicação e o desenvolvimento das habilidades de negocia-ção para conseguir lidar com as situações conflitantes inerentes a esse ambiente de trabalho. Diante disso, o objetivo deste es-tudo foi identificar as situações conflitantes mais freqüentes no cotidiano do enfermeiro, assim como analisar os processos de

negociação utilizados e o predomínio de estilos entre os inter-locutores dessas negociações. Para isso, foi realizada uma pes-quisa qualitativa, descritiva e exploratória por meio da utiliza-ção de uma entrevista semi-estruturada aplicada a enfermeiros de pós-graduação lato sensu em diversas especialidades como UTI, enfermagem do trabalho e emergência. Os resultados demonstraram que as situações conflitantes mais freqüentes estavam relacionadas à escala de pessoal, envolvendo relações de âmbito vertical e horizontal dirigidas principalmente para a troca de folgas. Quanto ao processo de negociação, percebe-se que geralmente o enfermeiro procede de forma intuitiva e improvisada quando se trata da relação com outro profissional do mesmo nível ou subordinado. Contudo, o enfermeiro é cri-terioso quando se relaciona com pessoas de nível hierárquico superior ao seu, tomando cuidados com a formalidade, tenta manter um clima favorável, planejando suas ações e buscando conhecimento e informações para subsidiar as argumentações, apresenta flexibilidade nas concessões, resultando no atendi-mento a seus interesses e expectativas. Quanto aos estilos ob-servados, em relação aos subordinados predominou o apoiador, entre profissionais do mesmo nível foi controlador e apoiador, e no da hierarquia superior foi analítico. Assim, a negociação é inerente nos ambientes das instituições de cuidados de saúde e saber conduzi-la eficazmente constitui-se em diferencial para gestores e líderes de enfermagem, que deverão estar habilitados em fazê-la sistematicamente, de forma a possibilitar uma nego-ciação exitosa que fortaleça um ambiente de trabalho positivo.

TC-83

Avaliação de um programa educativo desenvolvido pelo serviço de controle de infecção hospitalar: um caminho para a emancipação

Autor: Danielle Fabiana Cucolo

Co-autores: Josimerci Ittavo Lamana Faria,

Cláudia Bernardi Cesarino

Instituição: Hospital de Base

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

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A infecção hospitalar (IH) representa um dos principais pro-blemas da qualidade da assistência à saúde, devido à impor-tante incidência, ao aumento da morbi-mortalidade e aos custos diretos e indiretos. Este estudo utiliza um novo para-digma de avaliação, denominado “avaliação emancipatória”, sua meta é contribuir para a melhoria da qualidade do ensino desenvolvido pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e seus objetivos são verificar a viabilidade de um novo modelo de avaliação para identificar aspectos e atividades de ensino que facilitem a prática educativa dos enfermeiros mul-

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Trabalhos CientíficosS44

tiplicadores nas ações de prevenção e controle de IH em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), assim como avaliar as possibilidades e limites da aplicação desse modelo, visando ao desenvolvimento da consciência crítica dos enfermeiros dessa unidade. Trata-se de um estudo qualitativo e a trajetória meto-dológica utilizada foi a pesquisa-ação. O estudo foi realizado em uma UTI coronariana de um hospital de ensino do interior de São Paulo, e tem como sujeitos seis enfermeiros que atuam nessa unidade. A trajetória metodológica foi operacionalizada por meio de círculos de discussão, sendo que o total de su-jeitos compôs dois grupos para discussões realizadas em dois períodos: diurno e noturno, para viabilizar a participação de maior número de enfermeiros. Foram realizados nove círculos e, para nortear a coleta de dados, foram enunciadas algumas questões, congruentes com: o programa do SCIH, o cronogra-ma anual, os planos de aulas e os instrumentos de avaliação utilizados por esse serviço. A cada encontro do período no-turno foi verbalizado o que o grupo do período diurno havia discutido e, logo a seguir, iniciavam-se as exteriorizações dos enfermeiros, expondo suas opiniões e críticas. Os discursos, registrados por meio de gravações e anotações do pesquisa-dor, foram posteriormente transcritos, agrupados e recolo-cados para o grupo, sendo realizados mais cinco encontros, nos quais houve a reapropriação das expressões e sugestões anteriormente exteriorizadas e se propuseram mudanças na programação educacional do SCIH, possibilitando a elabora-ção de propostas por meio da criação coletiva.

TC-84

Anotações de enfermagem: possibilidades de glosas por parte das operadoras de planos de saúde

Autor: Marli de Carvalho Jericó

Co-autor: Josimerci Ittavo Lamana Faria

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

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A questão custos na área de Saúde tem exigido que os en-fermeiros analisem suas funções administrativas e cooperem no resultado econômico das instituições de saúde. O volume de perdas em medicamentos e materiais, principais fontes de lucratividade dos hospitais, é crescente e pouco controlado e a auditoria de enfermagem pode realizar um trabalho proa-tivo em relação a este aspecto (GALVÃO, 2002). Este estu-do tem por objetivo identificar e quantificar os aspectos, nas anotações de enfermagem de uma Unidade Cirúrgica, que possibilitam glosas por parte das operadoras de saúde, e o res-pectivo impacto financeiro hospitalar. Estudo prospectivo de natureza exploratória e descritiva, no qual foram analisados

prontuários de pacientes submetidos a procedimentos cirúr-gicos eletivos e que permaneceram na recuperação anestésica (convênio) durante o mês de outubro de 2006 em um hospital de ensino no interior do estado de São Paulo. Foram audi-tados 323 prontuários; destes, 208 (64,4%) eram referentes a usuários do sexo feminino e 115 (35,6%) do masculino. O tempo de permanência dos clientes na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) foi de duas a três horas. As especiali-dades médicas que apresentaram maior freqüência cirúrgica foram otorrinolaringologia, cirurgia geral e ginecologia e obs-tetrícia, com predomínio da anestesia geral, seguida da anes-tesia raquidiana. Os motivos de glosa totalizaram R$ 582,69 e estavam relacionados a falta de prescrição do medicamento (R$ 302,68), uso não-justificado do material (R$ 212,65), falta de checagem de enfermagem (R$ 62,18) e outros. Conclui-se que a prática da anotação de enfermagem consistente reveste-se de extremo valor, visto que pode evitar glosas. Dessa for-ma, constitui-se em ferramenta a ser aprimorada por meio de programas de educação continuada integrados à unidade de auditoria. A construção de protocolos e acordos entre institui-ção e operadoras também é uma prática recomendada para a diminuição de perdas econômicas.

TC-85

Motivos de glosas das contas hospitalares de um hospital de ensino: análise de 11 operadoras de saúde

Autor: Cristina Ribeiro Arid

Co-autores: Marli de Carvalho Jericó, Josimerci Ittavo

Lamana Faria

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

A auditoria de contas hospitalares é realizada por um pro-cesso minucioso, verificando-se: o diagnóstico médico, os procedimentos realizados, exames e seus laudos, materiais e medicamentos gastos conforme prescrição médica nos horá-rios corretos, taxas hospitalares diversas, relatórios da equipe multidisciplinar, entre outros (JUNQUEIRA, 2001). Este es-tudo teve como objetivo identificar e quantificar os motivos de glosas nas contas hospitalares. Trata-se de um estudo des-critivo e exploratório realizado junto ao setor de faturamento de um hospital de ensino de porte especial, situado a noroeste do estado de São Paulo. Foram pesquisadas todas as contas glosadas no período de agosto a outubro de 2005, referentes a 11 operadoras e seguradoras de saúde. A coleta de dados considerou as categorias: materiais, equipamentos, exames, honorários médicos, taxas e diárias. A realização da análise quantitativa permitiu a visualização dos seguintes resultados:

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quanto à categoria materiais e medicamentos, observou-se que 72,7% das operadoras de saúde estudadas não especifica-ram os motivos das glosas; a quantidade incorreta cobrada de materiais e medicamentos e a cobrança de valores incorretos foram motivos apontados nesta categoria. Quanto às diárias e taxas, houve predomínio de não-discriminação dos motivos das glosas (54,6%). Referente às glosas de exames, 45,5% das operadoras de saúde não determinaram o motivo; entre os re-gistrados, estão o fato de o exame não ter sido cobrado em conta hospitalar, valores cobrados incorretamente e cobrança diferente da tabela da Ciefas. Quanto às glosas de honorários médicos, 63,3% das operadoras de saúde não determinaram o motivo da glosa; foram apontados: procedimento que não comporta o segundo auxiliar e/ou anestesiologista, valor in-correto e, ainda, falta de credenciamento do médico. Conclui-se que é alta a freqüência da não-especificação, pelas opera-doras de saúde, dos motivos das glosas nas diversas categorias estudas. É importante ressaltar que a visualização do motivo da glosa é determinante para o processo decisório quanto à implementação de ações que levem ao controle e pagamento da conta hospitalar de forma satisfatória, tanto para as opera-doras quanto para as prestadoras de serviços de saúde. A ela-boração de outros estudos voltados para esse tema é de suma importância, visto que são poucos os artigos publicados.

TC-86

Prevalência e causas de absenteísmo na equipe de enfermagem da unidade de emergência de um hospital terciário do interior de São Paulo

Autor: Marli Antonia Sinhorini Helou

Co-autores: Márcia Galan Perroca, Marli de Carvalho Jericó,

Josimerci Ittavo Lamana Faria

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 5416 – São Pedro – São José

do Rio Preto/ SP

CEP 15090-000 – Tel.: (17) 3201-5722

O absenteísmo constitui um dos entraves na gestão de pesso-as, pois leva à desorganização do serviço e à sobrecarga dos trabalhadores de enfermagem, refletindo na qualidade da as-sistência ao paciente. Cabe ao enfermeiro-responsável técnico da instituição garantir os recursos humanos necessários à as-sistência de enfermagem e à segurança do paciente, conforme a Resolução COFEn nº 168/1993. O objetivo deste estudo é investigar o índice de absenteísmo e suas causas junto à equipe de enfermagem do serviço de emergência-convênio no perío-do de janeiro a dezembro de 2006. Trata-se de uma pesquisa do tipo transversal, de caráter retrospectivo, em um hospital terciário do interior do estado de São Paulo. Os resultados mostraram que o índice de absenteísmo nesta unidade foi de

10,7% no ano de 2006, sendo que o maior índice foi no mês de dezembro (15%). As principais causas estão relacionadas a li-cença psiquiátrica, dor lombar e viroses. Esses resultados nor-teiam enfermeiros na tomada de decisão assistencial e geren-cial, bem como para a implementação de ações preventivas, educativas e para a melhoria no estabelecimento de metas.

TC-87

Validação de uma oficina de capacitação dos profissionais de saúde para prevenção de erro na medicação

Autor: Jorseli Ângela Henriques Coimbra

Co-autor: Silvia Helena de Bortoli Cassiani

Instituição: Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Endereço: Av. Colombo, 5790 – Jardim Universitário – Maringá/ PR

CEP 87020-900 – Tel.: (44) 3261-4040

Entende-se que um dos modos de enfrentamento que propor-ciona resultados positivos à nova epidemia de eventos adver-sos medicamentosos – erro de medicação – é a implementação de ações educativas, as quais instrumentalizam os profissionais envolvidos no sistema de medicação para um comportamento preventivo. Neste sentido, o presente trabalho tem como ob-jetivo validar a oficina “Investindo na prevenção de erros de medicação”, de capacitação aos profissionais de saúde para identificar e notificar situações de erro de medicação. O es-tudo foi realizado num hospital de uma cidade do interior do Paraná com auxiliares de enfermagem matriculados no curso de formação profissionalizante em Técnico de Enfermagem. A amostra foi constituída por 47 auxiliares de enfermagem. Para a elaboração da oficina, utilizou-se como referencial te-órico a abordagem sociocultural ou libertária e, como refe-rencial metodológico, a pedagogia da problematização (Arco de Maguerez), apresentada por Bordenave e Pereira em 2002. Para maior confiabilidade, foi realizada uma validação de cada etapa do plano pedagógico do curso, objetivando estarem de acordo com o Arco de Maguerez, as estratégias pedagógicas e o conteúdo programático da oficina. Para mensurar a eficácia do curso como processo educativo, utilizou-se um instrumento (pré e pós-teste) intitulado “Instrumento de investigação so-bre o conceito de erro”, que extraiu o entendimento dos par-ticipantes sobre o conceito de erro de medicação por meio de uma escala somatória do tipo Likert, composta por 14 itens que foram respondidos em termos de graus de concordân-cia, tendo como referência a definição de erro de medicação enunciada pela National Coordinating Council for Medica-tion Error Reporting and Prevention. O procedimento da co-leta de dados ocorreu em três etapas: 1) pré-teste realizado no mês de agosto de 2003; 2) oficina de capacitação, realizada em novembro de 2003, com carga horária total de 15 horas, distribuídas em 3 dias consecutivos; e 3) pós-teste, realizado

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Trabalhos CientíficosS46

30 dias após o encerramento da oficina. Foram realizadas todas as etapas do Arco de Maguerez para a implementação da oficina: observação da realidade, levantamento dos pon-tos-chave, ponto-chave ou ponto principal, teorização, hipó-teses de solução e avaliação. Como conclusão, a maioria dos participantes já assimilava várias possibilidades para o erro na medicação. Foram encontradas cinco situações que não foram compreendidas como facilitadoras para a ocorrência de erro na medicação, mas a implementação da oficina possibilitou a alteração no entendimento, comprovando, assim, a necessida-de e a eficiência de ações educativas aos profissionais. Diante dos resultados obtidos, observou-se que essa oficina de capa-citação para profissionais envolvidos no sistema de medicação é uma estratégia importante, atingindo seu objetivo de mini-mizar a ocorrência de erros e, como conseqüência, aumentar a segurança do paciente.

TC-88

Avaliação e tratamento da dor no pós-operatório de pacientes transplantados: doadores e receptores

Autor: Bartira de Aguiar Roza

Co-autores: Samira Scalso de Almeida, Ana Claudia de Lima

Q. Arantes, Carla Fátima de Paixão Nunes, Carla Patrícia A. C.

Denser, Ivanete L. Cardoso, Ben-Hur Ferraz Neto

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2681

Introdução: a dor nos pacientes transplantados representa um sinal importante para avaliação de diversas complicações que podem comprometer o sucesso dessa forma de tratamento. Assim, sua adequada avaliação e manejo por profissionais de saúde fazem-se cada vez mais necessários para prover recursos que minimizem seus efeitos. Objetivo: avaliar o manejo da dor no pós-operatório de pacientes do programa de transplante de órgãos sólidos. Metodologia: análise retrospectiva em prontu-ário dos pacientes internados no período de maio e junho de 2006, em um hospital do município de São Paulo/SP. Para a co-leta de dados, foi utilizado um instrumento semi-estruturado com questões sobre os registros do prontuário dos pacientes (doadores e receptores), com o objetivo de obter informações epidemiológicas da dor dos pacientes no pós-operatório (es-cala visual numérica – EVN) de transplante de órgãos sólidos (rim, fígado e pâncreas). A população foi composta de cem pacientes que estavam internados para a realização do trans-plante (doadores e receptores) ou por complicação pós-trans-plante, e os dados foram compilados em banco de dados (Epi Info). Resultados: dos 100 pacientes, 11 eram doadores e 89, receptores; 20% da população apresentava dor na admissão, sendo 50% com escore de 8 a 10 (dor intensa), 25% de 5 a 7

(dor moderada) e 25% com escore de até 4 (dor leve); 70% das dores eram localizadas no abdome. Quando da presença da dor, sua duração, até o controle, foi de uma hora em 62,5% dos casos, de 2 a 6 horas em 18,8% e de menos de 1 hora em 12,5% dos casos (em 6,3% não foi encontrado registro deste tempo). Em todos havia prescrição de analgésicos; em 60%, “se necessário”. Dos analgésicos prescritos, 65% eram não-opióides e 25% eram opióides fracos. Durante a internação, 80% apresentaram dor = 5, sendo que a duração da dor até seu controle foi de 1 hora em 87,5% dessa população. Dos pa-cientes que tiveram dor na admissão ou durante a internação, 10% tiveram alta com dor. Dos doadores, 91% apresentaram dor durante a internação, sendo 45% de escore 8. A duração da dor até seu controle foi de 1 hora em 82% dos doadores, sendo que 18% dos doadores tiveram alta com dor (escore de até 4). Conclusão: apesar de 87,5% dos pacientes terem sua dor controlada em até uma hora, ainda é necessário in-corporar a não-tolerância da presença da dor no cotidiano do cuidado, para melhorar a qualidade da assistência a pacientes transplantados, bem como aos doadores.

TC-89

Balanced Scorecard y gestión por procesos en enfermería

Autor: Claudio Robles Tapia

Instituição: Hospital Clinico. Facultad de Medicina UC.

Subdirector de Enfermería.

Endereço: Marcoleta 367, 3.er Piso – Santiago – Centro

CEP 8330024 – Chile

E-mail: [email protected]

Tel.: (56-2) 3543141; Fax:(56-2) 6338572

Introducción: El “Balanced Scorecard (BSC)” es un modelo de control de gestión estratégica de 4 perspectivas: Financie-ra, Cliente, Procesos internos y Aprendizaje y crecimiento. La Gestión por procesos es un modelo que ve a la organizaci-ón como un gran proceso que debe ser abordado en tres eta-pas: 1) Mapeo de procesos que incluye procesos de gestión, operativos y de apoyo; 2) Identificación de procesos claves y 3) Gestión de procesos con ciclo de calidad de Shewart. La Subdirección de Enfermería del Hospital Clínico de la Pon-tificia Universidad Católica de Chile ha adaptado y aplicado el BSC desde1999. Desde el 2005 ha iniciado un trabajo de relacionar las perspectivas del BSC con el modelo de gestión por procesos con el fin de identificar y gestionar los procesos claves. Objetivo: 1)Relacionar BSC con gestión por proce-sos y 2) Relacionar la gestión por procesos con el proceso de atención enfermería. Metodología: Se identificaron 4 fases de desarrollo: 1° fase(1999-2000): Implementación del Modelo BSC. 2° fase(2001-2002): Evaluación y mejora del Modelo. 3° fase(2002-2003.: Informatización y generación de incentivos

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por matrices de contribución individual. 4° fase(2005-2007): Aplicación de metodología de gestión por procesos. El mapeo de procesos se realizó con método IDEF (Integration Defini-tion for Function Modelling) que precisa 3 entradas de cada proceso (requerimientos de servicio, guías, recursos necesa-rios) y 1 salida (servicio solicitado). En la gestión sistemática de procesos, el ciclo de Shewart se relacionó con el proceso de atención de enfermería (Valoración, Diagnóstico, Planificaci-ón, Ejecución y Evaluación). Resultados: Con la aplicación del BSC adaptado a enfermería, se han logrado importantes avan-

ces en cada área en nuestra institución, mejorando indicadores y alineando al personal con el logro de ellos. Relacionarla con la gestión por procesos permitió identificar con precisión los procesos claves para enfermería, lo que ha permitido guiar las actividades en los diferentes niveles organizacionales y en los diferentes subprocesos identificados. Conclusiones: El mode-lo de BSC se ve ampliamente enriquecido con la metodología de gestión por procesos, permitiendo identificar los procesos claves para gestionar el área de enfermería de cualquier orga-nización de salud.