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Jornal Regional de Barretos www.redebrasilatual.com.br BARRETOS nº 16 Dezembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Como a privatização prejudica os usuários, segundo o Dr. Chicão Pág. 6 DEBATE SAÚDE A torcida para um time que tem de vencer outros dezenove na A 3 Pág. 7 FUTEBOL VAI, TOURO! Prefeito eleito não crê que radares seja uma solução no trânsito Pág. 2 TRáFEGO PARANDO GERAL COMUNICAÇÃO Ela iniciou as operações em sinal aberto com a premiação de Zumbi dos Palmares Pág. 3 TV CâMARA DE BARRETOS, CANAL 64 Como Gonzagão, o maior sanfoneiro do Brasil, tornou-se o rei do baião CULTURA CEM ANOS DE FORRó

TráFEgO CEM ANOs DE FOrró - sbbarretos.org.br · 4 Barretos Ele fugiu de casa e virou o rei do baião De tocador de tango de gardel a sanfoneiro do forró Luiz Gonzaga, o Gonzagão,

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Jornal Regional de Barretos

www.redebrasilatual.com.br barretos

nº 16 Dezembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Como a privatização prejudica os usuários, segundo o Dr. Chicão

Pág. 6

DEBATE

saúde

A torcida para um time que tem de vencer outros dezenove na A 3

Pág. 7

FUTEBOL

vai, touro!

Prefeito eleito não crê que radares seja uma solução no trânsito

Pág. 2

TráFEgO

parando geral

COMUNICAÇÃO

Ela iniciou as operações em sinal aberto com a premiação de Zumbi dos Palmares

Pág. 3

Tv CâMArA DE BArrETOs, CANAL 64

Como Gonzagão, o maior sanfoneiro do Brasil, tornou-se o rei do baião

CULTUrA

CEM ANOs DE FOrró

2 Barretos

expediente rede Brasil atual – Barretoseditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Aquino José, Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800 tiragem: 6 mil exemplares distribuição gratuita

Prefeito quer melhorar trânsito

Catálogo do roteiro Turístico

Frota da cidade é estimada em 73 mil automóveis

Ele deverá ser lançado em fevereiro de 2013

TráFEgO

NEgóCIOs

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jOrNAL ON-LINE

EDITOrIAL

Esta edição natalina do jornal Brasil Atual – Barretos traz, em suas páginas centrais, uma reportagem sobre um ícone bra-sileiro: Luiz Gonzaga, o Gonzagão, rei do forró e o sanfoneiro mais popular que o Brasil já teve. Gonzagão começou sua car-reira artística depois de levar uma “surra caprichada” de seu pai, seu Januário, quando, com ares de valentia, se arvorou a amea-çar de morte o pai de uma donzela por quem andava apaixonado. Porém, o resultado só foi favorável. Gonzagão se mandou para o Rio de Janeiro e, de modesto tocador de tangos de Gardel, virou o grande nome da música nordestina – e brasileira. Ele e o filho, Gonzaguinha, das músicas de protesto, são agora retratados no cinema por Breno Silveira, no longa metragem Gonzaga – de Pai pra Filho. Outro assunto é a questão da saúde. Afinal, de que forma o país vai se colocar para combater esse drama nacional? E como o SUS, que garante a saúde dos mais pobres, vai en-frentar os esfaimados convênios particulares. Um tema que esta edição começa a debater. É isso. Boa leitura!

O Catálogo de Negócios do Roteiro Turístico de Bar-retos será lançado em feve-reiro de 2013, por um gru-po de empresários do setor, com o apoio do Sebrae – SP. O grupo foi apresentado no 4º Fórum de Turismo de Barretos, realizado em 28 de novembro, no Sindicato Rural.

O catálogo deverá ter 16 empresas de alimentação, 10 de comércio diferenciado, 13 de empreendimentos ru-rais e urbanos, 7 de hospeda-gem, uma agência de turis-mo receptivo e contará ainda com um grupo de artesãos.

O prefeito eleito Gui-

Um estudo amplo e abran-gente sobre o trânsito na cidade será uma das primeiras deter-minações do prefeito eleito de Barretos, Guilherme Ávila, que assume o comando do município em 1º de janeiro. O futuro pre-feito defende mais investimen-tos em sinalização e educação de trânsito. Ele entende também que há necessidade de repensar a quantidade de radares implan-tados e suas localizações atuais.

Ávila diz que está nos seus planos a revisão do atual contra-to com a empresa Tec Det, que

ganhou concorrência pública para operar os radares que co-meçaram a funcionar em 1º de dezembro – os equipamentos estão em 18 pontos da cidade e seu rodízio vai depender do ín-dice de acidentes. “Não acredito

que a instalação de radares por toda a cidade seja a solução para o trânsito de Barretos. É preci-so planejamento global, olhar a cidade e seu crescimento como um todo. Só assim vamos nos antecipar aos problemas”.

Feliz Natal

lherme de Ávila (PSDB) re-afirmou que, até o final do mandato, vai executar todos os projetos planejados. “O su-

cesso só vai acontecer se o grupo permanecer unido” – disse ele, que acatou indica-ção do Projetur e anunciou como secretário municipal de Turismo, Adriano San-tos, que atua no setor hote-leiro e preside a Associação Barretense de Turismo – ABATUR.

Adriano Santos diz que as empresas que estão no catálogo terão o privilégio do selo do Sebrae e o aval do grupo que integra o Pro-jetur – Projeto do Roteiro Turístico de Barretos. O empresário Jerônimo Mu-zetti deverá assumir a presi-dência da ABATUR.

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3Barretos

segurança Pública preocupa empresários

Tv Câmara de Barretos transmite pelo canal digital 64

População pode denunciar os suspeitos pelo e-mail [email protected]

Primeira emissora do interior da Rede Legislativa, transmissões são ainda em caráter experimental

vIOLÊNCIA

COMUNICAÇÃO

Os empresários da cida-de estão preocupados com a segurança pública neste fim de ano, quando há maior circulação de dinheiro no comércio. O tenente-coro-nel Luis Henrique Usai, co-mandante do 33º Batalhão de Polícia Militar do Inte-rior, participou de uma reu-nião na Associação Comer-cial e Industrial de Barretos (ACIB) que debateu o tema.

O comandante garantiu melhoria no sistema opera-cional em dezembro com a

A TV Câmara de Barre-tos iniciou suas transmissões apresentando a sessão solene de entrega do Prêmio Zumbi dos Palmares, dia 23 de no-vembro. A TV é a primeira emissora do interior no país a ter publicada no Diário Oficial da União a portaria de autori-zação da Anatel para funcio-namento para fins científicos e experimentais, fazendo parte da Rede Legislativa, que tem como objetivo dar maior visi-bilidade e transparência ao tra-balho parlamentar.

Coordenada pela TV Câ-mara, da Câmara Federal, a Rede transmite em sinal aber-to e gratuito para São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre. Mais 50 cida-des aguardam a formalização das consignações. As Câma-

ras Municipais de Barretos, Ribeirão Preto, Jaú e Jacareí são as pioneiras na compra dos equipamentos de trans-missão em sistema digital e aguardam apenas a publicação da Anatel para iniciar oficial-mente suas transmissões, o que aconteceu primeiro para Barretos, em caráter experi-

mental. Além de retransmitir a programação da TV Câma-ra Federal, a Rede Legislativa tem a programação baseada nas Câmaras Municipais, com conteúdo de utilidade pública, mas está aberta para o muni-cípio produzir seus próprios programas. Segundo a coorde-nadora Luciana Gomes, a TV

Câmara vai transmitir ao vivo todas as sessões ordinárias, extraordinárias ou solenes do legislativo barretense, além de audiências públicas e outros eventos. Haverá ainda progra-mação voltada à prestação de serviço. Ela informa que está sendo formado o Conselho Editorial da TV, que auxilia-rá na missão de traçar a linha editorial dos programas e seu caráter de utilidade pública. A emissora também poderá realizar convênios e contra-tos de parceria com entidades educativas, culturais ou bene-ficentes. O objetivo é veicular conteúdo produzido pelas en-tidades, desde que sem custos para a TV.

Luciana Gomes explica que a TV Câmara não pode exibir publicidade ou divul-

gação comercial. “Ela se man-tém com verba da Câmara Municipal e convênios para aquisição de conteúdo gratui-to”. Os transmissores e a an-tena estão instalados na torre da Prefeitura, no Bom Jesus, ao lado da TV Barretos, da TV Bandeirantes, do SBT e da Record, bem como os demais equipamentos, como recepto-res e link para as transmissões ao vivo. “Os equipamentos de captação e edição de imagens são terceirizados. A equipe de reportagem e de entrevistas é composta por assessores da Câmara Municipal, mas ha-verá concurso público para contratação de profissionais exclusivos para TV Câmara” – conclui. O custo de implan-tação da TV gira em torno de R$ 300 mil.

munidade para fornecer infor-mações sobre criminosos pelo e-mail acima ou pelo Disque Denúncia – 181, localizado em São Paulo. Em ambos os ca-sos, a fonte das denúncias não é revelada. A PM espera tam-bém vistoriar 400 motocicletas por dia na região para reduzir o número de furtos e roubos, visto que os assaltantes usam bastante esse tipo de veículo para abordar suas vítimas.

O presidente do Sindicato dos Bancários, Marco Antônio Pereira, participou do encon-

tro na Associação Comercial. Ele disse que como represen-tante da sociedade civil orga-nizada vai continuar cobrando dos órgãos públicos – muni-cipais, estaduais e federais –, investimentos em políticas que combatam a criminalida-de. Marco Antônio sustentou que a categoria bancária faz a sua parte, negociando com banqueiros as medidas de se-gurança que visam proteger a vida dos trabalhadores, clien-tes e usuários. “A colocação de biombos separando caixas,

a instalação de câmaras de segurança nas áreas exter-nas e internas e a redução de tarifas nas transferência nos caixas estão entre as medidas defendidas pelos trabalhadores” – disse. Já o secretário executivo da ACIB, José Carlos Firmi-no da Silva, destacou a im-portância do encontro entre empresários e lideranças da cidade com a Polícia Militar e reafirmou que a socieda-de precisa contribuir para a melhoria da segurança.

redução de folgas de policiais em Barretos. A estratégia do policiamento já está montada. Ele pediu a colaboração da co-

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4 Barretos

Ele fugiu de casa e virou o rei do baião

De tocador de tango de gardel a sanfoneiro do forró

Luiz Gonzaga, o Gonzagão, faria 100 anos em dezembro Por Vitor Nuzzi

CULTUrA

O início da trajetória que o coroaria rei do baião foi curio-so. Apaixonado por uma moça de sua cidade – Exu, no sertão pernambucano –, ele tomou umas doses, apurou a valentia e ameaçou de morte o pai da donzela, que o chamou de “to-cadorzinho”. No fim, ele não matou ninguém e levou uma “surra caprichada” dos pró-prios pais, seu Januário e dona Ana, conhecida como Santa-na. A surra doeu no corpo e na alma: o garoto, que ia fazer 18 anos, vendeu a sanfona, arribou de casa, alistou-se no Exército e ganhou o mundo. Foi ser ar-tista no Rio de Janeiro. Dia 13 de dezembro, faria 100 anos. Morreu em 1989, aos 76.

Nomeado Luiz com z por ter nascido no Dia de Santa Luzia; Gonzaga por causa do sobrenome do são Luís; e Nas-cimento por vir ao mundo no mesmo mês que Jesus, ele era o segundo de nove filhos. O pai tinha a rotina dura da roça e era famoso na região – o Sertão do Araripe, na divisa do Ceará –

música regional” – escreveu o crítico e pesquisador Tárik de Souza. “Antes dele, não há referência ao forró” – diz o jornalista Assis Ângelo, ga-rimpeiro da cultura popular, com 150 mil itens em seu acer-vo. Ele enumera: desde 1941, Gonzaga gravou 625 músicas, em 125 discos de 78 RPM, 41 compactos de 33 e 45 RPM e outros quatro, de 12 polega-das. É o autor mais regravado da música brasileira. Assis Ân-gelo dá mais destaque a Luiz Gonzaga no panteão musical brasileiro do que a Tom Jobim.

Na zona portuária e de prostituição do Rio, ele começou tocando boleros, tangos, polcas, valsas. Era apaixonado por Carlos Gar-del. Até que, provocado por um grupo de estudantes nordestinos que morava em

uma pensão no Rio – entre eles o futuro ministro da ditadura Armando Falcão, aquele do “nada a declarar” –, começou a tocar música de sua terra.

A inspiração para usar uma indumentária regional veio do músico gaúcho Pedro Raimundo. “Ele foi o artista do século para o Brasil” – diz a cantora pernambucana Anastácia, a Rainha do Forró. Ela se recorda de Gonzagão como uma pessoa alegre, que fazia gracejos. “Às vezes se fechava no mundo dele, não

sei se lembrava da pobreza que via. Sentia que ele rumi-nava aquilo, pensando se pu-desse mudar.”

Anastácia lembra ainda uma temporada de três meses na qual ela e Dominguinhos, seu marido na época e uma das “crias” de Gonzaga, abriam as apresentações em circos e tea-tros. “Eu cuidava do dinheiro e várias vezes tinha de dar dinheiro a alguém porque ele falava que a pessoa estava pre-cisando” – conta. Mas ele não ajudava alguém que bebesse

– e Assis Ângelo observa que isso vem do trauma da surra que levou dos pais, ainda mo-cinho. Depois daquilo, nunca mais tomou bebida alcoóli-ca. Gonzaga ajudava quem podia, não só com dinheiro. “Distribuiu mais de 200 san-fonas” – diz Assis Ângelo. “E morreu pobre.”

Vindo de São Bento do Una, no Agreste pernambu-cano, o cantor e compositor Alceu Valença lembra que cresceu ouvindo aboiadores, emboladores, cantadores de

feira, sanfoneiros de oito bai-xos, enfim, convivendo com gente que ajudou Gonzagão a formatar seu estilo. Segundo Alceu, nota-se na origem da obra de Luiz Gonzaga a pre-sença de gêneros como a pol-ca, a valsa e a mazurca. “Seu estilo foi apurado a partir de diversas manifestações artís-ticas do Agreste e do Sertão”.

Alceu sabe que quando compõe um rock ou um blues, ele está dando a sua leitura para um estilo de música ame-ricano. “É como ir a um restau-

Argumenta: “Tom teve o jazz americano como fonte, Gon-zaga buscou na própria terra”.

A vida brasileira se acha na obra de Gonzagão, a partir do Nordeste. A denúncia vi-nha em canções como Vozes da Seca, dele e de outro par-ceiro perene, Zé Dantas: “Seu doutô, os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos su-lista nessa seca do sertão/ Mas, doutô, uma esmola/ A um ho-mem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. E alegria sobrava em pérolas como Lorota Boa: “Dei uma carreira num cabra qui mexeu c’a Maroquinha/ Começou na Mata Grande e acabou na Lagoinha/ Corri mais de sete légua, carregado como eu vi-nha/ Pois trazia na cabeça um balaio de galinha”. Homem da terra, Gonzagão eternizou o assassinato de seu primo, o boiadeiro Raimundo Jacó, em 1954. Além da composição A Morte do Vaqueiro, ajudou a criar a Missa do Vaqueiro, ce-lebrada a partir de 1971.

por tocar e consertar sanfonas. Dona Santana vendia cordas de sisal na feira e era voz mar-cante nas novenas. Depois da surra e da fuga, Gonzaga vol-tou para casa já famoso, em meados dos anos 1940. Mas não escapou da bronca; afinal, tinha de respeitar Januário, com quem aprendeu os segre-dos da sanfona, e isso rendeu Respeita Januário, dele e do médico cearense Humberto Teixeira, parceiro constante, retratado no documentário O Homem Que Engarrafava Nu-vens (2009), produzido pela

filha, a atriz Denise Dumont – dessa dupla saíram sucessos como Assum Preto, Qui nem Jiló, No meu Pé de Serra, Asa Branca e Baião, compostas nos anos 1940 e 1950, época de ouro do baião.

O ritmo invadiu o país do samba-canção, mas perderia espaço na década seguinte, com o surgimento da bossa nova, até que os tropicalistas resgatassem Luiz Gonzaga. “Ele pôs o Nordeste no mapa da MPB. Não foi o pioneiro, porém o mais completo, cons-ciente e talentoso promotor da

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Um baita filme A terra e a guerra

Universos que se tocam

No final deste ano de cen-tenário foi lançado o filme longa-metragem Gonzaga – de Pai pra Filho, de Bre-no Silveira, o mesmo diretor de Dois Filhos de Francisco (2005). Baseado no livro Gon-zaguinha e Gonzagão – Uma História Brasileira, de Regi-na Echeverria, o filme mostra histórias de pai e filho, a rela-ção muitas vezes conflituosa e o reencontro, inclusive musi-cal, no final da vida.

Gonzaguinha nasceu em 1945. Não foi criado pelos pais. O pai artista tinha rotina de via-jante e a mãe, Odaleia, contraiu tuberculose – morreu quando

o menino ainda era pequeno. Os padrinhos, Dina e Xavier, ficaram com Luizinho, como ele era chamado. Diferentes fisicamente, no pensamento e na personalidade, Gonzagão e Gonzaguinha tiveram convi-vência difícil. Mas superaram barreiras e conseguiram se aproximar a ponto, inclusive, de fazer um show juntos, entre 1980 e 1981, A Vida do Viajan-te. O filho conheceu a dimen-são da obra do pai, e o pai sou-be respeitar o trabalho do filho, que morreu em um acidente em 1991, menos de dois anos de-pois de Gonzagão. Eram artis-tas da estrada.

No norte do Estado, a 618 quilômetros de Recife, Exu tem 32 mil habitantes, divididos de forma quase igual entre as áreas urbana e rural. Durante anos, con-viveu com guerra entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva. O exuense Luiz Gonzaga se esforçou para pacificar sua terra, apelando até para o governo federal. E ajudou a levar melhorias à cidade, que foi recebendo luz, energia, telefone e até uma agência do Banco do Brasil. “Tive de convencer o gerente de que ele não seria morto na primeira semana” – disse ele em depoimento para o livro de Regina Eche-

Daniel Gonzaga, 37 anos, filho de Gonzaguinha, segue a linha musical iniciada por “seu” Januário há mais de um século – o pai falava da liberdade, do povo, do dese-jo de mudança. O avô, certo dia, feliz de vê-lo em cima de um cavalo, em Exu, foi bus-car um chapéu e o chamou de boiadeiro. “São dois universos complementares: o urbano e o rural, o político e o ingênuo. São dois universos que se des-cobriram e se tocam no fim. Uma mistura fantástica.”Gonzagão e Gonzaguinha, pessoas e artistas tão dife-rentes. Que lembranças eles trazem? Eles compõem seu xote relativo (título de uma canção de Daniel)?A definição já é fator de li-mite. Como se traduz uma personalidade? Pela força de seus atos? Quais atos? Acho

que trabalhar com arte e so-breviver, seja em 1950, 1980 ou 2012, é coisa de gênio. São pai e filho, né? Se anulam e se completam. Meu avô gostava do povo, meu pai também. Meu xote relativo vem, sim, disso tudo e de outros fatores que me colocam na mesma linha de frente, diferente e igual. Soma e divisão.

Que canções você acha que melhor representam Luiz Gonzaga e Luiz Gonzaga Jr.?Acho que Asa Branca e O Que É o Que É representam um momento deles. E são emble-máticas de cada um.Pelo que você acompanhou, pai e filho conseguiram uma reconciliação plena?Sim. Meu avô no final da vida morava com meu pai, em Belo Horizonte. Meu pai ajudava nas festas de fim de ano em Exu e meu avô sabia muito mais da gente do que jamais soubera.O filme recém-lançado é fiel à história?Achei o filme bem fiel, sim. Minha reação foi bem doida, porque não dava pra saber se era filme ou a própria vida se desenrolando novamente. Uma emoção muito única.

rante japonês. Mesmo que o sushiman seja cearense, ninguém diz que a comida

é nordestina. Com música é a mesma coisa” – acrescenta ele, que lamenta quando um artista brasileiro troca a gran-deza da nossa identidade cul-tural pela música de mercado. Essa reflexão, aliás, surgiu de um pedido feito a ele pelo pró-prio Gonzagão, para não dei-xar o “forrozinho” morrer.

“Outro dia, num aero-porto, um rapaz se aproxi-mou e disse que era cantor e compositor. Ele disse: ‘Faço rap, porque parece com a embolada’. Daí eu indaguei: ‘Então, por que não faz logo embolada?’.” Alceu acha, com isso, que o Brasil precisa recuperar sua trilha sonora, “ser mais culto e menos cult” – diz ele que, em 1983, gravou com Gonzagão a música Plano Piloto, em homenagem a Brasília.

verria. Em Exu fica o Parque Aza Branca (com “z” mesmo) e o Museu Luiz Gonzaga, na sua antiga fazenda. A música mais conhecida do sanfoneiro

era também a preferida dele, junto com A Triste Partida, do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré.

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É preciso compromisso para combater a doença

Privatização da saúde prejudica usuários, diz médicoA prática da terceirização dos serviços é a face mais visível de um sistema ruim e injusto

DEBATE

“A sociedade capitalista causa sofrimento e adoece as pessoas. Quem mais sofre são os pobres. Não é por acaso que a saúde é um dos prin-cipais motores da economia mundial”. A afirmação é do médico da família de Campi-nas, Francisco Mogadouro da Cunha, o Chicão, que partici-pou do Seminário sobre Polí-tica Pública e Direito à Saúde, em Barretos, no dia 1º de de-zembro, com representantes de dez cidades paulistas.

O médico lembrou que antes da implantação do Sistema Úni-co de Saúde (SUS), no governo Collor, o atendimento era ex-cludente. “O INAMPS prestava assistência médica somente a

“É preciso compromisso político com a justiça social e respeito às pessoas em suas diversas singularidades e va-lores para combater a Aids” – disse Carlos Roberto de Oli-veira, do Grupo Vida Viver é Preciso, no dia 1º de dezem-bro, data mundial de combate à doença. Ele sustentou que é preciso que as desigualda-

des sociais e de gênero sejam minimizadas, caso contrário, continuará a disseminação da infecção pelo HIV e AIDS. O resultado disso será o fortale-cimento do vírus, do precon-ceito e da discriminação social e econômica. Lutar contra a Aids é se posicionar contra a injustiça, pobreza e miséria e todas as formas de preconcei-

tos e discriminação. Carlos Roberto Oliveira revelou que dados acumulados em Barretos de 2007 a outubro de 2012, apontam 258 casos da doença em homens e 225 casos em mulheres. Na re-gião, no mesmo período, fo-ram registrados 862 casos, dos quais 502 em homens e 360 em mulheres.

quem contribuía e a filantropia atendia aos miseráveis e indi-gentes. E o Ministério da Saúde realizava apenas ações preven-tivas, como campanhas e vaci-nação”. Ele ressaltou também que, segundo a Constituição Fe-

deral, é dever do Estado garan-tir, mediante políticas sociais e econômicas, medidas que visem reduzir o risco da doença. Tam-bém está garantido ao usuário, o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde. No

entanto, ele salientou que exis-tem algumas contradições no atual sistema: “a universalidade e integralidade convivem com a participação complementar do setor privado; a saúde é um dever do Estado, mas também é um mercado livre à iniciativa privada”.

No contexto político, hou-ve avanços inegáveis com a promulgação da Lei Orgânica do SUS. O acesso ao serviço foi ampliado e boa parte dos que eram excluídos hoje utili-zam o sistema previdenciário. Foram implantadas algumas políticas de excelência que são exemplo para o mundo todo, como o combate a aids, as campanhas de vacinação e

os transplantes. “A Saúde é o setor pioneiro em realização de Conselhos e Conferências” – lembrou médico.

Chicão questionou alguns pontos do financiamento para o setor e o serviço que oscila entre o atendimento integral e a “cesta básica”. E condenou as privatizações na área, com a prática da precarização e terceirização das relações de trabalho, que aumenta a ex-ploração dos trabalhadores. Por fim, ele criticou a falta de transparência, que favorece desvios e corrupção, e o aten-dimento prioritário que e dá às metas econômico-financeiras ao invés do atendimento às necessidades de saúde.

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BEC estréia contra rio Preto na série A 3 do Paulista

Campeões da Liga na temporada 2012

Em menos de três meses, equipe vai enfrentar dezenove adversários do interior

FUTEBOL

A Federação Paulista de Futebol divulgou a tabela da Série A 3 do Campeonato de 2013, que começa no dia 27 de janeiro. O Touro do Vale estreia no Estádio Antônio Gomes Martins, o Fortaleza, diante do Rio Preto Futebol Clube, comandado pelo trei-nador Sérgio Caetano, que di-rigiu o BEC, na Copa Paulista.

A Comissão Técnica já tra-balha na preparação da equipe que vai disputar o campeona-to. A equipe é formada pelo técnico Geime Rotta; auxiliar técnico, Simão; preparador fí-sico, Ivan Kanela; preparador de goleiros, Wilson Roberto; e pelo massagista Osvaldo.

Embora considere o campe-onato difícil, Rotta diz que pre-tende trabalhar muito para estar entre as oito melhores agre-miações da competição e levar o time à Série A 2. O técnico

27/01 16 h Barretos x Rio Preto 30/01 16 h Palmeiras B x Barretos 02/02 16 h América x Barretos 09/02 16 h Barretos x Taubaté 17/02 16 h Guaçuano x Barretos 20/02 20h30 Barretos x Joseense 24/02 16 h Itapirense x Barretos 27/02 20h30 Barretox x Grêmio Novorizontino 03/03 16 h União São João x Barretos 09/03 16 h Francana x Barretos 13/03 20h30 Barretos x Independente 17/03 16 h Barretos x São Vicente 20/03 20h30 Marilia x Barretos 24/03 15 h Votuporanguense x Barretos 27/03 20h30 Barretos x Flamengo de Guarulhos 31/03 16 h Barretos x Sertãozinho 03/04 20h30 Batatais x Barretos 07/04 16 h Barretos x Inter de Limeira 14/04 10 h São Bento x Barretos

Privatização da saúde prejudica usuários, diz médico

várzEA

As três séries dos campeonatos varzeanos de Barretos terminam com muita emoção

revela que não é retranqueiro e quer o time buscando sempre a vitória. Embora tenha vindo do Paraná, ele afirma que pretende utilizar jogadores principalmen-te do futebol paulista.

jogos do Touro do vale

A equipe mais popular da várzea, o Camarões, é a campeã da série de elite do futebol varzeano. Na deci-são do campeonato, o time empatou com a Associação Desportiva da Polícia Mili-tar, em 4 a 4, no campo do

Frigorífico, dia 2 de dezembro – outro empate, 1 a 1, aconte-ceu no primeiro jogo entre as equipes. Para resolver o impas-se de igualdade, o título foi decidido nos pênaltis. Os “Leões Indomáveis” venceram então por 3 a 1 gol e ficaram com o título de 2012. Jogadores e torcida comemoraram bastante a conquista.

Nos 25 jogos da competição, o Camarões obteve 18 vitó-rias, 5 empates e 2 derrotas. Marcou 83 gols e sofreu 28. Já a vice-campeã, ADPM, somou 20 vitórias, 3 empates e 2 der-rotas. Marcou 119 gols, sofreu 24, mas teve o artilheiro, Alex Leite, 37 gols, e o melhor goleiro do campeonato, Flavinho.

A Comissão Disciplinar da Liga Barretense de Fu-tebol proclamou o Mutirão Gomes campeão da Série B 1 do Campeonato Varzeano. O julgamento ocorreu em virtude de a partida decisiva contra o Inter-Marília ter se

encerrado ainda no primeiro tempo, quando o Mutirão Gomes vencia seu adversário por 1 a 0.

No relatório do árbitro José Bispo dos Santos, ele justi-ficou o fim do jogo por “falta de segurança”, em virtude do tumulto provocado por atletas e torcedores do time visitante. A arbitragem deixou o campo do Rochão, na manhã do dia 25 de novembro, protegida pela Polícia Militar. A confusão repercutiu negativamente nos meios esportivos. Os dois times estão classificados para disputar a Série A, em 2013. Com 30 gols marcados, Danigol, do Mutirão Gomes, foi o artilheiro do campeonato.

série B 1: Mutirão gomes ganha no tapetão

O Villaço é o melhor time da Série B 2 da várzea, na temporada 2012. Na partida final, disputada em 25 de no-vembro, no Rochão, o time fi-cou com o título de campeão ao derrotar por 3 a 1 o Unidos do Barretos II. Nos 22 jogos disputados, o Villaço conse-guiu 16 vitórias, 5 empates e sofreu uma derrota. O ataque marcou 84 gols e a defesa so-freu 24 tentos. O artilheiro foi Adelson, do Unidos do Barre-tos II, com 22 gols marcados.

série B 2: villaço, o melhor time

série A: Camarões, o coringão da várzea

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As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

ENPENAdEIRAqUIxoTEREM

TAURAMAEARNVEANIVIoLEIRoIGocoLoREMAcIANoANdARAoToINIddNAAcAcoSAAdcAIcARA

LABLAGoo

Horizontal – 1. Instrumento usado para criar texturas em paredes 2. dom, personagem de Miguel de cervantes; Banda de rock norte-americana, extinta em 2011 3. Pessoa perita em certo assunto; Mulher que deu à luz 4. Associação de Recursos Naturais; Nome da letra V; o mesmo que anum5. que fabrica instrumentos de corda; conhecido site 6. ocidental; cheiro agradável; Ave corredora parecida com o avestruz 7. cor azul esverdeada; caminhar, ir 8. Espécie de macaco americano; Em, em inglês; componente da psique 9. Ácido desoxirribonucleico; Fragmentos de vidros quebrados 10. Associação Acadêmica de direito; Habitante do litoral que vive da pesca 11. Laboratório (abrev.); Extensão de água cercada de terra.

vertical – 1. Escola de química; Pessoa que atribui a si próprio uma tarefa 2. Relativo à nutrição 3. certo instrumento de cordas; Amarrada 4. Mensageiro que leva oferendas aos orixás; deus da agricultura e da fertilidade, na mitologia havaiana 5. Tampouco, em inglês; cada argola de uma corrente; Acre 6. Adorno, enfeite; Alagoas 7. Preposição que também indica motivo ou causa; condição ou hábito de errante 8. Atlético clube Goianiense 9. Mulher que participa de congregação ou grupo religioso; Publicação de uma obra (livro, revista, etc.) 10. Restitui o ânimo 11. Tratar com meiguice; que goza de saúde física e mental.

sudoku

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