[Transcrição] Apologética, Razão, Fé e Filosofia 3 - William Lane Craig

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  • 8/8/2019 [Transcrio] Apologtica, Razo, F e Filosofia 3 - William Lane Craig

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    WWW.DEUSEMDEBATE.BLOGSPOT.COM

    APOLOGTICA, RAZO, F E FILOSOFIA (Pt. 3)

    WILLIAM LANE CRAIG

    Uma das questes mais comuns sobre o Cristianismo "E aqueles que nunca ouviram sobre Jesus Cristo?

    Qual o seu destino eterno?"

    Bem vindo ao F Racional, conversas com o Dr. William Lane Craig. Eu sou Kevin Harris e estou feliz

    em ter voc conosco. Quero lembrar voc que h muitos recursos como esse podcast disponveis no

    ReasonableFaith.Org

    Transcries e gravaes de debates do Dr. Craig em campus universitrios do mundo inteiro, artigos,

    perguntas e respostas, um frum de discusso e muito mais disponveis agora no ReasonableFaith.Org

    Kevin Harris, anfitrio do F Racional

    Kevin: Dr. Craig, estamos discutindo a Apologtica, que vem da palavra grega "apologia".

    usada no Novo Testamento. I Pedro 3.151

    um versculo que usa essa palavra que significa daruma defesa, dar razes para acreditar naquilo em que voc acredita.

    Isso soa para mim como evangelismo, compartilhar sua f!

    Craig: Bem, no o mesmo que evangelismo, Kevin, e eu acho que um erro igualar

    apologtica com evangelismo. Eu fico bastante preocupado quando encontro apologistas

    jovens e zelosos que querem sair e argumentar com os descrentes sobre a veracidade do

    Cristianismo.Eu acho que nunca devemos deixar a apologtica nos distrair da nossa misso principal, que

    compartilhar o Evangelho. E eu apenas uso a apologtica quando o descrente tiver perguntas

    1...estai sempre preparados para dar uma defesa racional [gr. Apologia] a qualquer que vos perguntar a razo daesperana que h em vs, fazendo-o sempre com gentileza e respeito. (Traduo e grifo do tradutor)

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    ou objees mensagem do Evangelho que apresentamos. Mas nunca devemos fazer da

    apologtica o foco de ateno ou o objetivo de interagir com os descrentes.

    Kevin: Bill, se voc estivesse sentado no Starbucks com um descrente, voc comearia com aapologtica?

    Craig: No, eu no faria isso. Eu fui treinado para, quando fizer o evangelismo, sempre

    primeiro apresentar o Evangelho. E, depois, lidar com os argumentos e evidncias a favor do

    Evangelho.

    Ento, o que eu sugeriria que uma pessoa fizesse , se voc est compartilhando o Evangelho

    com algum, e voc diz, por exemplo, "Deus te ama e tem um plano maravilhoso para suavida e aquela pessoa diz que no acredita em Deus, eu no ficaria preocupado naquele ponto

    tentando dar argumentos para a existncia de Deus. O que eu faria seria dizer pessoa, "Olha,

    eu no estou tentando lhe provar que a Bblia diz a verdade, eu estou apenas tentando

    compartilhar com voc o que a Bblia diz. E, depois que eu fizer isso, podemos voltar e

    conversar sobre se existem ou no boas razes para acreditar que ela diz a verdade."

    E o que voc frequentemente descobrir, Kevin, que, depois de compartilhar o Evangelho

    com a pessoa, s vezes, aquelas objees e perguntas que foram lanadas no comeo daconversa foram completamente esquecidas e no eram obstculos reais na mente do descrente.

    Ento, eu acho que apenas depois de compartilharmos o Evangelho com a pessoa que

    podemos voltar e lidar com as objees e questes que ela tem.

    Ns devemos sempre tratar o descrente com respeito. E, por isso, se o descrente tiver objees

    ou perguntas sobre aquilo que compartilhamos, devemos respeitosamente responder essas

    perguntas, lev-las a srio e trat-las como dignas de respeito. E isso significa dar uma boa

    resposta a essas perguntas e, se no sabemos a resposta, admiti-lo! E dizer, "Eu no sei, no

    pensei nisso, no li sobre isso. Mas deixe-me estudar, e lhe responderei. Mas trate essa

    pergunta como uma questo sria que precisa ser respondida.

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    Kevin: Algo muito significativo acontece quando algum lhe faz uma pergunta cuja resposta

    voc no sabe: Voc vai procurar a resposta e nunca mais ser pego por essa pergunta

    novamente.

    Craig: verdade, voc pode manter uma espcie de arquivo. E eu encorajo as pessoas a fazer

    isso, a ter escritas em um caderno as objees tpicas e respostas de trs pontos a vrias

    perguntas. E isso vai lhe dar tanta confiana para compartilhar sua f!

    Ento, quando algum disser, "E toda dor e sofrimento no mundo? Como pode haver um Deus

    bom?", voc ter, digamos, trs pontos que voc memorizou e que estar preparado para

    compartilhar com aquela pessoa quando essa questo aparecer de novo.

    Kevin: Bill, e as mesmas questes tendem a aparecer repetidamente.

    Craig: verdade, Kevin! Eu vejo que, mesmo falando internacionalmente, em campi

    universitrios na Europa, na sia, assim como na Amrica do Norte, so basicamente as

    mesmas cinco ou seis questes que aparecem de novo, de novo e de novo.

    Ento, se voc puder resolver essas, voc estar equipado para lidar com 90% das pessoas com

    quem voc falar e com 90% das perguntas que elas fizerem.

    Kevin: Sabe, nos precisamos ser sensveis pessoa tambm, Bill. Porque, muitas vezes, as

    pessoas foram feridas.

    Craig: Sim.

    Kevin: E elas lanam essas objees intelectuais como uma cortina de fumaa. E, s vezes, necessrio ver alm disso. Agora, h outras pessoas que tm perguntas intelectuais legtimas

    que no foram respondidas. Acho que voc encontra ambas.

    Craig: Sim, voc est certo, Kevin. Ravi Zacharias um mestre nisso. Se voc o viu fazer uma

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    seo de perguntas e respostas depois de sua palestra uma pessoa faz uma pergunta que

    poderia ser respondida a nvel de superfcie, lidando com o problema filosfico levantado.

    Mas, muitas vezes, Ravi vai atrs da questo para discernir o motivo porque a pessoa

    perguntou aquilo e pode haver ira, mgoa ou amargura l, que faz a pessoa fazer essapergunta.

    E eu acho que mais importante lidar com o problema mais profundo do que apenas com a

    questo de superfcie. Eu acho que deveramos lidar com ambos, na verdade. Devemos lidar

    com a questo de superfcie mas, ento, dizer, "Eu sinto que h algo mais aqui, levando voc a

    perguntar isso." E talvez perguntar de volta "voc est sentindo tal coisa?" e descrever o que

    voc suspeita. E tentar sondar para ver onde est aquele problema mais profundo, porque esse

    pode ser o verdadeiro obstculo para aquela pessoa vir f.

    Kevin: No foi Francis Schaeffer que predisse que essa cultura necessitaria de mais "pr-

    evangelismo" em certo ponto?

    Craig: Sim, verdade. Eu lembro que ele disse isso. Ele sentiu que estvamos vivendo em uma

    cultura profundamente ps-crist e que, como resultado, mas "pr-evangelismo" seria

    necessrio.

    Kevin: O que significa isso?

    Craig: Significa que seria mais raro, ou menos frequente, que uma pessoa ouvisse o Evangelho

    pela primeira vez e estivesse pronta, naquele ponto, para orar e receber a Cristo.

    Era normal, antigamente, voc sair e compartilhar, digamos, os "4 passos para conhecer a

    Deus" ou "as 4 leis espirituais", chegar na orao no final e a pessoa dizer "Sim, estou pronto

    para orar." Mas, se voc olhar as estatsticas das Cruzadas nos Campus de evangelismo, que

    eles mantm acho que vai perceber que esse tipo de deciso cada vez mais raro nesses dias.

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    As pessoas levam mais tempo para vir a Cristo. Ento, muitas vezes, dever haver uma espcie

    de pr-evangelismo que os convencer de que essa uma opo intelectualmente vivel para

    eles.

    Ns especialmente vemos isso em pases que so ainda mais ps-cristos e mais secularizadosdo que os EUA. Jan e eu vivemos e ministramos na Europa por treze anos. Ns vivemos em

    quatro pases europeus. Eu viajei e falei por todo o continente. E o que vimos que a vida

    mental europia to profundamente ps-crist, to secularizada, que a mensagem do

    Evangelho no pode nem ser ouvida como uma opo intelectualmente vivel pela maioria

    dos estudantes universitrios.

    Ento, os missionrios na Europa devem trabalhar por anos e anos sem ver nenhum fruto,

    muitas vezes, antes de uma pessoa ser finalmente levada ao ponto onde ele ou ela esteja prontapara tomar uma deciso por Cristo.

    E, infelizmente, acho que os EUA esto indo nessa direo. O Canad est em algum lugar

    intermedirio. O Canad est meio que inter-Atlntico entre a Europa e os EUA. E os EUA

    ainda tm um forte resduo de cultura e valores cristos que tornam o evangelismo mais fcil

    nesse pas. E um dos propsitos da apologtica que transcende seu contato evangelstico

    pessoal o contexto cultural mais amplo em que vivemos tendo uma apologtica crist

    robusta que ajude a moldar nossa cultura, de forma que estejamos vivendo em um meiocultural onde o evangelho ainda possa ser ouvido como uma opo intelectualmente vivel.

    Kevin: Bem, se nossa cultura pensa que no existe algo como Verdade, ser difcil dar o

    Evangelho como Verdade.

    Craig: Exatamente. E, se eles pensarem que no h uma pessoa como Deus, ser ftil dizer

    para eles "Deus ama voc e tem um maravilhoso plano para a sua vida." E por isso que o

    evangelismo muito mais difcil na cultura europia e na cultura canadense do que na cultura

    americana, porque ainda temos os vestgios desse meio cultural cristo que faz do

    Cristianismo uma opo intelectualmente vivel para as pessoas hoje.

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