TRANSFERÊNCIA NA PSICOSE 2

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    1/52

    TRANSFERNCIA NAPSICOSE

    DEFINIO E MANEJO

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    2/52

    INTRODUO

    Raramente vocs me compreenderamraramente tambm eu os compreendiS quando estvamos na lamaLogo nos compreendamos!

    (FREUD, 1900)

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    3/52

    INTRODUO

    Teoria psicanaltica teve como ponto de partidaa histeria e o recalque, por conseguinte;

    Freud tomou a neurose como modelo para oestudo da psicose;

    Teorizaes freudianas sobre a psicose

    sofreram modificaes ao longo do tempo,entretanto todas partilham dos pressupostosoriundos de estudos sobre as neuroses.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    4/52

    INTRODUO

    Lacan: parania como ponto de partida: tese dedoutorado de 1932, intitulada da psicose

    paranica e suas relaes com a personalidade;

    Lacan, valendo-se do legado freudiano,avanou na teorizao e no tratamento dapsicose pela Psicanlise;

    A contribuio de Lacan s foi possvel por terreconhecido em Freud esforo inicial.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    5/52

    INTRODUO

    Falar da psicose ao invs das psicoses aceitar a psicose como uma estrutura clnica,uma estrutura que se revela no dizer do sujeitoe que corresponde a um modo particular dearticulao dos registros do real, simblico eimaginrio. tambm acentuar que na psicoseassim como na neurose, trata-se da estrutura dalinguagem, ou melhor, da relao do sujeito como significante

    (QUINET, 2000, p.3-4).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    6/52

    PROBLEMA EM FREUD

    - Breve histrico da transferncia: O termo transferncia surge na obra pr-

    psicanaltica em 1888; Estudos sobre histeria (1895): transferncia

    (URBERTRAGUNG) surge como um falso lao; Caso Dora (1905[1901]) , um gnero especial

    de formaes do pensamento, em sua maioriainconscientes, s quais se pode dar o nome detransferncias.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    7/52

    TRANSFERNCIA EM FREUD

    A dinmica da transferncia (1912): na

    anlise, a transferncia surge como aresistncia mais poderosa ao tratamento, (...) [e]

    veculo de cura e condio de sucesso (p.135).

    Observaes sobre o amor transferencial

    (1915): as nicas dificuldades srias que oanalista tem de enfrentar residem no manejo datransferncia.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    8/52

    TRANSFERNCIA EM FREUD

    Freud afirma que controlar os fenmenos da

    transferncia representa para o psicanalista asmaiores dificuldades (1912, p.143).

    Segundo Miller (2002) a transferncia freudianaconsiste no momento em que o desejo dopaciente se apodera do terapeuta, em que oanalista imanta seus investimentos.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    9/52

    PSICOSEEM FREUD No artigo psiconeuroses de defesa (1894),

    Freud afirma que existe na psicose uma espciede defesa muito mais enrgica e eficaz que nas

    neuroses.

    o eu rejeita, a representao insuportvel comose esta jamais tivesse alcanado o eu.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    10/52

    PSICOSEEM FREUD rascunho H (1985):o objetivo da parania

    rejeitar uma representao incompatvel com oeu projetando seu contedo no mundo exterior.

    Caso no rascunho H: paciente recalcou algo

    do incidente que era intolervel ao seu ego. Emdecorrncia do recalque e atravs domecanismo de projeo surge a idia deliranteque defendida pela paciente.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    11/52

    PSICOSEEM FREUDPara Freud a psicose uma doena de defesa, a expresso mrbida da tentativa

    desesperada que o eu faz para livrar-se de umarepresentao inassimilvel.

    (NASIO, 2011).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    12/52

    PSICOSEEM FREUD 1899 (carta 125): introduz a noo de um ponto

    de fixao no desenvolvimento libidinal, que nocaso da parania, o autoerotismo.

    1905: nos 3 ensaios, fala da transformao doamor em dio na parania;

    1908: em carta a Jung e a Ferenczi, aparece ahiptese da relao entre parania ehomossexualidade.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    13/52

    CASO SCHEREBER (1911)

    1911: longo artigo sobre o presidenteSchereber.

    Lacan em 1966, em sua apresentao datraduo das Memrias, homenageia e elogiaFreud por haver introduzido o sujeito naconsiderao da loucura, em vez de pensaressa loucura em termos de dficit e dedissociao das funes (SOLER, p.194)

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    14/52

    CASO SCHEREBER (1911)

    Fixao libidinal no estdio do narcisismo: Napsicose, a libido liberada vincula-se ao ego e utilizada para o engrandecimento deste, ou seja,

    faz um retorno ao estdio do narcisismo, noqual o nico objeto sexual de uma pessoa seuprprio ego. (p.96)

    Explicao da exploso da libido homossexual:andropausa de Schereber, o fato de no ter tidofilhos e a ausncia da mulher.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    15/52

    CASO SCHEREBER (1911)

    Projeo dinmica libidinal.

    (...) para justificar esta renncia temporria,

    que descobrimos que a maneira pela qual oprocesso de represso ocorre acha-se muitomais intimamente vinculada histria dodesenvolvimento da libido (p.90).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    16/52

    PSICOSEEM FREUD Sobre o narcisismo (1914): o parafrnico

    retira sua libido de pessoas e coisas do mundoexterno, sem substitu-las por outras na fantasia.

    Quando realmente as substitui, o processoparece ser secundrio e constituir parte de umatentativa de recuperao, destinada a conduzira libido de volta a objetos (p.90-1).

    Para reparar a perda da realidade o psicticodirecionar suas foras na tentativa deremodelar a realidade. (FREUD, 1924).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    17/52

    PSICOSEEM FREUD megalomania e desvios de interesse do mundo

    externo das pessoas e coisas so as duasprincipais caractersticas dos parafrnicos e que

    em conseqncia da segunda modificao,tornam-se inacessveis influncia dapsicanlise e no podem ser curados pelosnossos esforos (p.90).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    18/52

    PROBLEMAS

    J que o psictico no direciona libido nadireo da figura do analista (ele toma a siprprio como objeto de amor) possvel falar

    em transferncia na psicose?

    Ao afirmar que os psicticos so inacessveis influncia da psicanlise, podemos afirmar queFreud recua diante da psicose?

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    19/52

    O PROBLEMA EM LACAN

    Transferncia como um dos quatro conceitosfundamentais da psicanlise.

    sujeito suposto saber (SSS): o sujeito supostosaber , para ns, o eixo a partir do qual searticula tudo o que acontece com atransferncia (LACAN, 1967 [2003], p. 254).

    desde que haja em algum lugar o SSS htransferncia (LACAN, 1964-5 [1998], p.220).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    20/52

    TRANSFERNCIA EM LACAN

    Lacan mostrou que o piv da transferncia o

    sujeito suposto saber. Poderamos dizer que oprprio fato de falar a algum tem como

    resultado a transferncia uma vez que ao falar adimenso do Outro aparece. Mas isso nobasta, j que na anlise trata-se de uma faladirigida a um saber e no h anlise sem a

    emergncia do sujeito suposto saber

    (QUINET, 2000, p. 128).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    21/52

    TRANSFERNCIA EM LACAN

    Miller em seu livro Percurso de Lacan: Umaintroduo (2002), afirma que a transferncia ,sobretudo, um fenmeno ilusrio, um fenmenoimaginrio.

    Esta iluso o equvoco, necessrio e imanente experincia, por parte do paciente em

    acreditar que seu saber o saber doinconsciente j est todo a constitudo nopsicanalista (p.77).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    22/52

    PROBLEMAS

    Todo o percurso terico apresentado sobre atransferncia e o SSS facilmente aplicado neurose. Muitos autores abordam atransferncia e o sujeito suposto saberreferindo-se estrutura neurtica.

    Como abordar teoricamente a transferncia na

    psicose?

    O que psicose para Lacan?

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    23/52

    PSICOSE PARA LACAN

    Kauffmaner (1999) assinala que se no

    impossvel, a transferncia na psicose , pelomenos de outra ordem.

    Quinet (2000) afirma que a transferncia existena psicose.

    Mxima lacaniana: NO SE DEVE RECUARDIANTE DA (investigao) PSICOSE.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    24/52

    PSICOSE PARA LACAN

    No ensino de Lacaniano a psicose no seresume a questo libidinal, implica num distrbioda linguagem.

    Lacan prope a foracluso como mecanismo

    especfico da psicose, mas no a foracluso dequalquer coisa. Trata-se de um mecanismoespecfico que, assim como o recalque(VERDRANGUNG), diz respeito ao dipo.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    25/52

    PSICOSE PARA LACAN

    Foracluso como uma falha, uma ausncia nonvel do Outro: a ausncia de um significante, oNome-do-pai, e de seu efeito metafrico. Esseacidente, confere psicose sua condioessencial.

    Foracluso no um fenmeno. No faz partedo observado: uma hiptese causal.

    Se a foracluso no faz parte do fenmeno, no pela foracluso que se diagnostica a psicose.No identificamos a foracluso, mas seusefeitos.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    26/52

    TRANSFERNCIA NA PSICOSE

    Basz (2000, p.85) acredita que a psicose umaestrutura imune ao sujeito suposto saber, porconta da foracluso do Nome-do-pai.

    O Outro sabe tudo a seu respeito e isso para

    ele coisa certa. Podemos dizer que asuposio de saber que o neurtico atribui aoanalista substituda no psictico por umacerteza (QUINET, p.133).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    27/52

    TRANSFERNCIA NA PSICOSE

    O sujeito neurtico, por no encontrar o objetoem sua realidade, supe no Outro o tem e sabemanipular o objeto a, que para ele no seriaperdido. Ele demanda ao analista, pois cr queo Outro tem.

    No caso do sujeito psictico, ele possui o objeto

    sua disposio, no real, e por isso nodemanda, h convico de ter o saber, umsujeito certeza do saber.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    28/52

    TRANSFERNCIA NA PSICOSE

    O psictico , portanto, o prprio a. Os loucos,

    dessa maneira no acreditam que no discursodo Outro resida o segredo de seu ser

    (Kauffmanner, 1999).

    Lacan afirma que o louco o verdadeiro homemlivre, livre porque tem o objeto a suadisposio, porque o carrega em seu bolso!

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    29/52

    PROBLEMAS

    Ento, como foi mostrado o piv da anlise oSSS, contudo no h SSS na psicose, a

    psicose uma estrutura imune ao SSS.

    O que seria a transferncia na psicose? Comomanej-la?

    Ser que podemos oferecer um tratamento aopsictico?

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    30/52

    CASO CLNICO

    Hiptese diagnstica de psicose;

    Incio 28 de maro;

    Extremamente assdua e comprometida com asconsultas.

    Se no h transferncia na psicose, o que faz apaciente retornar? O seu retorno, porque htransferncia?

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    31/52

    CASO CLNICO

    Anna

    Ana O. Anna Freud

    53 anos, solteira, reside com a me

    Trabalhava como taxista e mecnica numaoficina.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    32/52

    CASO CLNICO

    Chegou ao SETA Servio de EmergnciaTriagem e Acolhimento em julho de 2009acompanhada do sobrinho e do seu irmo.

    agitada e no falava sobre o seu estado, a noser sobre seu problema com dvidas;

    Os familiares relataram os seguintescomportamentos da paciente: logorria, delrios,mudanas de comportamento e alucinaesauditivas e visuais.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    33/52

    CASO CLNICO

    Encaminhada ao Hospital Dia.

    Internada por trs meses, sendo encaminhada

    aps esse perodo para tratamento ambulatorialcom psiclogo e psiquiatra.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    34/52

    CASO CLNICO

    Primeiro contato com Anna:

    expresso triste (cara de maluca);

    corpo curvado; cala masculina e camisa da Marcha da

    Reforma; inteligente e com discurso organizado.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    35/52

    CASO CLNICO

    Livro da AMEA (Associao MetamorfoseAmbulante de Usurios e Familiares do Serviode sade Mental) com o resumo da sua vida),com o relato de diversos portadores de

    transtornos mentais.

    Apresenta-se como Anna, uma portadora de

    transtorno mental que sofreu com suainternao no HJM, complementa dizendo quequer ficar boa, como era antes da doena,voltar a trabalhar

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    36/52

    CASO CLNICO

    Penso que esta situao revela que no h umsaber a ser produzido, o saber j est pronto.Sua histria estava ali, escrita.

    O psictico chega ao analista no com umapergunta, mas sim com uma resposta.

    Forbes (2008) fala que o psictico no pede umsujeito suposto saber, mas sim umatestemunha.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    37/52

    CASO CLNICO

    No h gancho transferencial posto que umprimeiro corpo de significantes foi excludo. Naspalavras de J. Atti o prprio quadro da

    transferncia se encontra assim colocado. Oanalisando, como se percebe, no veminterrogar um sujeito suposto saber sobre aquiloque portador em seu inconsciente. Vem, j,

    com um saber constitudo, mas apresenta oparadoxo de necessitar de uma testemunha desua certeza.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    38/52

    CASO CLNICO

    Fala sobre seu primeiro e segundo surto,sendo o primeiro em 1998 e o segundo em 2008;

    Relata os fenmenos elementares, comoalucinaes visuais de santas e faras,imagens feitas de caneta preta e carvo queaparecem no meu olho e vozes de homens quea xingavam e lhe faziam pedidos.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    39/52

    CASO CLNICO

    Dois sis e uma estrela se abriu e dois raios deluz saram em direes opostas;

    Pedra caiu de um dos raios de luz e que tinha

    podres mgicos de cura; Ralou diversas vezes sua mo na parede at

    ficarem ensangentadas, para em seguidacolocar a pedra (na mo) com o objetivo decurar seus ferimentos.

    Comprou dezenas dessas pedras

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    40/52

    CASO CLNICO

    No devolveu, pois as pedras reunidas,segundo as vozes, podiam causar umaexploso nuclear;

    Cuidar das pedras para evitar uma catstrofe;

    Afirma na sesso: Agora eu sei que as pedrasno tem poder, porm a estrela realmente seabriu e fechou.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    41/52

    CASO CLNICO

    A importncia de assumir a posio detestemunha e no tecer crticas ou julgamentoscom relao s histrias relatadas;

    Eu, sua psiquiatra e o seu grupo de teatroramos os nicos que no a recriminavam, notaxando-a de louca

    Assumindo uma importncia na vida de Anna,me colocando num lugar delicado!

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    42/52

    CASO CLNICO

    Por falta de referncia simblica o sujeitopsictico funciona no registro imaginrio, onde ooutro tomado como espelho e modelo deidentificao imediata. Disto decorrem os

    fenmenos de transitivismo, projeo,rivalidade, onde identificao e erotizao seconfundem. (QUINET, 2000, p.20)

    o sujeito psictico se pe como objeto de gozodo Outro, na psicose o Outro goza.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    43/52

    Objeto de gozo do Outro

    O analista no deve caucionar e avalizar essa

    posio que , no mnimo insustentvel, pois elaimplica que o analisante se mantenha em

    posio de objeto do gozo do Outro. Aceitaressa posio em que o psictico situa o analisaimplica aceitar ocupar o lugar do supereuterrvel e gozador.

    (QUINET, 2000, p.135).

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    44/52

    MANEJO NO CASO

    Qualquer deslize nestes momentos mecolocaria nessa posio de Outro.

    Nesse ponto, torna-se imprescindvel que omanejo do analista promova um esvaziamentodo saber e barre o gozo do Outro (HANNA,2006, p.70).

    O analista por intermdio de seu ato, secontrape manobra do analisante [posio deuma erotomania mortfera] com uma manobra,para que este se instaure como sujeito e nocomo objeto do gozo do Outro.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    45/52

    CASO CLNICO

    J que Anna no direciona libido na direo dopraticante da psicanlise e no h como falarem SSS na psicose. Por qu Anna continua indoassiduamente aos atendimentos (para isso anda50 minutos) e fala durante uma sesso: (...) vimpara ver o senhor.

    Ser que h transferncia?

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    46/52

    CASO CLNICO

    Kaufmanner (1999) afirma que o Outro doanalista na psicose no , o Outro do gozo, maso testemunho; aquele que no sabe, nocompreende e, conseqentemente, no goza.

    Testemunha silenciosa (silncio que no querdizer mutismo) dos delrios de Anna: ao recebersua demanda e no impor um saber sobre suafala como os outros fazem, favoreceu oenderear de suas associaes.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    47/52

    CASO CLNICO

    Lacan no seminrio 3 prope que os alienistassejam os secretariados do alienado.

    Trata-se se saber escutar aquilo que ospsicticos manifestam de sua relao com osignificante.

    Trata-se de secretariar, constituindo-se oanalista como testemunha da relao do sujeitocom o Outro.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    48/52

    CASO CLNICO

    H uma demanda por parte de Anna.

    Quinet fala que cabe ao analista detectar a

    demanda que ele (psictico) lhe dirige comoefeito de sua oferta. O analista oferece-lhe aoportunidade de falar e de falar do que quisersem pressuposto algum.

    Voltar ao normal, como era antes da doena

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    49/52

    CASO CLNICO

    no mais ser atacada pelas vozes;

    no ouvir o som da antena da CHESF;

    no sentir a angstia (vazio) no seu corao;

    seu corpo coberto por chips;

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    50/52

    CASO CLNICO

    Seu crebro crescendo e apertando seu crnio,entre outros fenmenos;

    Era ao falar do que quiser, que Anna saia levedos atendimentos.

    Existem duas vertentes da estrutura de anlisedo psictico: a do simblico e a do real, emboraelas freqentemente se misturem

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    51/52

    CASO CLNICO

    Na vertente real, a demanda de anlise dopsictico o pedido ao analista de barrar aogozo do Outro barreira ao Outro que o

    persegue, que fala em sua cabea, que omanipula ou que o olha e o ofende na rua.Trata-se de um pedido de asilo para exilar-se doOutro.

  • 8/2/2019 TRANSFERNCIA NA PSICOSE 2

    52/52

    COMO PODE OPERAR OANALISTA? O analista deve oferecer o silncio de sua

    prpria destituio subjetiva.

    Presena silenciosa

    Orientar a direo da cura no sentido de passardo Outro no barrado ao Outro barrado.

    Dar oportunidade do sujeito reconstruir arealidade