Transtorno de Ansiedade - origem - Psicopatologia

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  • 8/4/2019 Transtorno de Ansiedade - origem - Psicopatologia

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    Tr. de Pnico

    Indivduos que apresentam episdios abruptos de ansiedade, numaintensidade insuportvel, sendo que aps este pico a ansiedade cessa, restando apenasa ansiedade de ter um novo episdio.

    Ataque de Pnico

    Este episdio abrupto de extrema ansiedade referido como desesperador.Tanto que freqentemente referem que durante este ataque imaginam que vodesmaiar, morrer, perder o controle ou mesmo enlouquecer, alm de desrealizaoe/ou despersonalizao. Tempo mx em 10, com durao de 40 a 2 hs.

    acompanhado de sintomas fsicos, como tonturas, vertigem, desconfortotorcico, sensao de falta de ar, sensao de sufocamento ou asfixia, nuseas,desconforto abdominal, parestesias (formigamentos) calafrios, tremores deextremidades e, com toda esta ansiedade fcil de entender, ainda sintomasneurovegetativos: taquicardia (palpitaes), palidez e sudorese.

    Para o diagnstico;- um mnimo de 4 sintomas.Dado seu incio abrupto, a intensidade do quadro e sua durao bem

    demarcada, os indivduos costumam lembrar-se claramente de quando apresentaramum ataque, especialmente o primeiro.

    Uma jovem estava andado na rua, quando comeou a sentir ansiedade e inquietao crescentes, que foi tomando a proporo de um desespero. Comeou a sentir dificuldade para respirar, tremores de

    extremidades, dor torcica e tontura. Com tais sintomas passou a temer desmaiar ou at por sua vida. Pegou umtxi e quando estava sendo levada ao hospital em que tinha convnio, num farol o automvel parou diante de

    outro hospital, que no era seu destino inicial, e a jovem abriu a porta, entrou correndo neste hospital, gritandopor socorro, porque estava morrendo.

    Diagnstico de Tr. de Pnico

    No Tr. de Pnico o indivduo apresenta ataques recorrentes e passa a temernovos ataques (ansiedade antecipatria). Para o DSM IV o indivduo que apresentouao menos dois quadros em 1 ms, acompanhado por preocupao de apresentar umnovo ataque, podemos assim diagnosticar.

    importante averiguar se o indivduo no ingeriu substncias com potencialpara desencadear um ataque de pnico (cocana, anfetamina ou cannabis) ou noapresenta outras condies mdicas que podem estar relacionadas (hipertireoidsmo ehiperparatireoidismo, entre outras).

    Etiologia

    Estudos demonstram que h uma predisposio gentica, uma vez que maisfreqente em gmeos monozigticos, quando comparado a dizigticos. Existemsubstncias que bloqueiam estes ataques e por outro lado substncias que podemdesencade-lo. Tal achado aponta para uma origem biolgica dos ataques.Hhipteses psquicas para a origem do quadro, atribuindo condicionamentos ereferindo que com mais freqncia apresentam personalidade dependente. Seu incio

    pode ser precedido por uma perda.EpidemiologiaEstudos de prevalncia variam entre 1,5 e 4%, este transtorno, acomete

    homens e mulheres na mesma proporo.O curso crnico e flutuante, iniciar-se no final da dcada dos vinte anos.Apresenta co-morbidade com depresso (50 a 65% dos casos). Entre 1/3

    dos casos apresentam Tr. de pnico com Agorafobia, que assunto do prximotpico.

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    Tr. de Pnico com Agorafobia

    A preocupao de ter um novo ataque, ansiedade antecipatria, comsofrimento estes indivduos comeam a tentar identificar fatores que possam estarassociados ao ataque, passando a evit-los temendo um novo episdio,evitandolocais pblicos, como parques, estdios, cuja sada de difcil acesso, temendo,

    portanto, ter um novo ataque e no ter para onde ir. Estas situaes passam a serobjeto de intenso temor e ansiedade, a ponto de serem evitados,Agorafobia.OTranstorno de Pnico com Agorafobia mais comum em mulheres (2m:1H).

    Agorafobia sem Ataque de Pnico

    Refere-se minoria dos agorafbicos, 95% destes apresenta ataques depnico associados. Neste caso o indivduo exposto situao temida manifestasintomas de ansiedade ou ataques de Pnico com sintomas limitados.

    Tratamento

    Medicamentoso : h substncias que bloqueiam as crises. As primeirasopes so os Antidepressivos, de duas categorias: os tricclicos e IRSS (InibidoresSeletivos da Recaptao da Serotonina). Entre os primeiros temos a Imipramina(Tofranil) e Clomipramina (Anafranil). Dentre os ltimos a Fluoxetina (Prozac),Paroxetina (Aropax), Sertralina (Zoloft), entre outros. Estes medicamentos costumamlevar at duas semanas para bloquear as crises.

    Psicoterapia: cognitivo-comportamental, que auxiliam principalmente quanto ansiedade antecipatria e limitaes imposta pelos ataques de pnico, e as psicodinmicas, com a finalidade de compreender conflitos inconscientessubjacentes, assim como o porque dos ataques aparecerem justamente naquelemomento de vida em particular.

    Fobia Especfica (Simples)

    H um objeto especfico da fobia que o indivduo evita completamente,mesmo que traga limitaes sua rotina, ou se expe quando no h outra opo, ascustas de grande sofrimento. O indivduo reconhece que o medo exagerado edesproporcional situao (exceto no caso de crianas). Pode ou no apresentar umataque de pnico frente ao objeto de sua fobia. 4 tipos gerais de fobia especfica: animais; ambiente natural (tempestades,ventanias, etc.);sangue injeo ferimentos e situacional (tneis, pontes, locaisfechados, etc).

    mais freqente entre as mulheres, 2:1 (exceto tipo sangue- injeo-ferimentos, 1:1). A prevalncia entre 9 a 11,3%.

    Fobia Social

    O objeto fbico so situaes de exposio social, em que o indivduo temeapresentar-se ou desempenhar algo na frente de outros, passando a evitar estassituaes ainda que lhe causem limitaes e prejuzos.

    Um rapaz de 26a procurou atendimento porque h trs anos vinha evitando situaes sociais. Evitavafestas e mesmo restaurantes e bares, de forma que passava os finais de semana em casa com a namorada.Apesar desta dificuldade continuava trabalhando, em uma loja.Fazia psicoterapia h 2 anos, com alvio discretoda ansiedade, no o suficiente para que deixasse de estar limitado.Apresentou melhora

    Tratamento: Terapia Comportamental est indicada em ambas as situaes,com tcnicas de exposio e dessensibilizao.Os antidepressivos (Tricclicos eIRSS) podem trazer benefcios. Na Fobia Social Beta-Bloqueadores (Propranolol),antes da situao de exposio, podem diminuir tremores e outros sintomas deansiedade.

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    Tr. Obsessivo Compulsivo (TOC)

    O indivduo mantm plenamente o contato com a realidade, portanto apresentacrtica a respeito de seus sintomas, trata-se de um quadro neurtico.

    Obsesso so pensamentos, imagens ou impulsos que se impe menteespontaneamente, contra a vontade do indivduo, de forma repetitiva, sendo que noconsegue neutraliz-los ou suprim-los, geralmente com contedos angustiantes econtrrios a desejos conscientes do indivduo, embora ele reconhea que umproduto de sua mente. Algum pode ter uma idia (ou ter a imagem) de si prprioagredindo a uma pessoa querida, de forma recorrente, ponto de interferir nofuncionamento mental.

    Compulso so comportamentos ou atos mentais que o indivduo faz deforma repetida, compulsiva, como rituais, com regras rgidas e pr determinadas,apresentando dificuldades em resistir ao desejo de faz-lo. Tem por finalidadediminuir a ansiedade decorrente das obsesses, mas no tem uma conexo prticacom o que visa neutralizar ou excessivo. Como exemplo, um indivduo necessitasempre dar trs pulos no lugar, antes de iniciar marcha ou um indivduo precisacontar o nmero de objetos dos ambientes em que se encontra.

    O DSM IV considera um indivduo como portador de TOC, quando ele acabapor dedicar pelo menos uma hora do dia s obsesses e/ou compulses ou quandoestas interferem em suas atividades dirias, impondo limitaes e provocandosofrimento. H um desejo de resistir s compulses e obsesses.

    Podemos dividir em quatro padres sintomatolgicos mais freqentes:

    1- Idias de contaminao: temor exagerado de contaminar-se com germes,exagero nos comportamentos de limpeza, como lavar as mos vrias vezes aodia.

    2- Checagem; verificar se fechou a porta de casa, se trancou o automvel, sedesligou a lanterna, desligou o gs, se desligou o ferro eltrico, etc.. Umindivduo acabava por desperdiar horas no banho, pois ficava em dvida se jhavia lavado um brao, e na dvida acabava fazendo-o novamente e assim pordiante.

    3- Simetrias: tudo tem que estar reto, colocado da forma que o indivduo consideracorreto. Alguns indivduos referem que, quando andando na rua, se algumesbarra em seu ombro direito, necessita com urgncia esbarrar em algumcom seu ombro esquerdo.

    4- Obsesses sem compulses: idias obsessivas.

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    Inicia-se no adolescente e no adulto jovem (em torno dos 20a), mas podeiniciar-se inclusive na infncia. Em aproximadamente metade dos casos se iniciaaps um evento traumtico. Metade dos casos tem incio sbito. Geralmente o curso constante e flutuante.

    O fator de bom prognstico a presena de fator desencadeante, boa

    adaptao social e profissional, ausncia de compulses e natureza episdica. Umfator de mau prognstico a submisso s compulses, incio na infncia,compulses bizarras e histria de internaes.

    Epidemiologia

    Sua prevalncia alta, em torno de 2 a 3%. Acomete igualmente homens emulheres.

    Apresenta co-morbidade com depresso (prevalncia em indivduos comTOC > 50%), Fobia Social (25%), Fobia Especfica, Tr. de Pnico, Tr. Alimentares(ajuda a compreender se pensarmos que na forma obsessiva como muitas pacientescom Tr. alimentares controlam sua dieta, peso e calorias) e Tr. relacionados aolcool.

    Etiologia

    Fatores genticos(h uma maior incidncia em uma mesma famlia, sendomais comum em gmeos homozigticos que em dizigticos. Biolgicos(medicamentos apresentam eficcia no controle da sintomatologia, o que indicaalteraes de neurotransmissores) e quanto fatores psquicos, linhacomportamental na teoria do aprendizado, em que o indivduo associa um estmuloneutro ao alvio da ansiedade. Na psicanlise, Freud tambm desenvolveu uma teoriaem que emoes reprimidas so deslocadas, isto , idias de onipotencia, com baseem pensamento mgico.

    Tratamento

    Objetivo:* o alvio dos sintomas, ao menos em sua intensidade e reduo dossintomas atravs dos medicamentos e terapia Comportamental.

    Alguns antidepressivos, em especial a Clomipramina, prescritos estesindivduos acabavam por melhorar tambm os sintomas do TOC, o que levou aestudos do uso de antidepressivos para indivduos portadores de TOC que noapresentavam sintomatologia depressiva. Novamente a Clomipramina mostrou-seeficaz na reduo da sintomatologia obsessiva. Hoje temos outras medicaesantidepressivas usadas com eficcia quanto a reduzir a intensidade dos sintomas deTOC, como os IRSS.

    Estudos indicam que a terapia comportamental tem eficcia comparvel aosmedicamentos, mas diferente do que se poderia supor, a combinao demedicamento mais terapia comportamental em geral no trazem melhores resultadosque quando aplicadas separadamente.

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    Tr. de Estresse Ps- Traumtico

    So casos de indivduos que passaram por situaes traumticas: guerra,violncia, assaltos, estupros, etc. natural que aps vivenciar alguma situao comoesta ou anlogas o indivduo apresente algum grau de sofrimento emocional. As

    manifestaes deste quadro so revivncias da situao traumtica atravs de sonhosou pensamentos em viglia. Tudo que possa lembr-la, passa a ser evitado e quando oindivduo acaba por ser confrontado a algo que lembre ocorre certo embotamento emque o indivduo no apresenta reao. H uma hiperexcitao persistente. Associam-se com freqncia a estas manifestaes ansiedade, depresso e dificuldadescognitivas.

    O DSM IV classifica como apresentando Tr. de Estresse ps Traumticoaqueles indivduos que apresentam tais manifestaes por mais de um ms dedurao. Surgiu nesta verso do DSM o diagnstico de Tr. de Estresse Agudo paraaqueles indivduos que apresentam estas manifestaes por um perodocompreendido entre 2 e 30 dias. Portanto no se faz estes diagnstico para aquelesque apresentam estas manifestaes at dois dias aps a ocorrncia da situao.

    Curso

    Este um Tr. que torna-se crnico em algum grau para a maior parte dosindivduos que o apresentam: 40% dos casos mantm sintomas leves, 20% mantmsintomas leves e 10% no melhoram ou at pioram. Por outro lado 30% recuperam-se.

    Epidemiologia

    A prevalncia do Tr. em algum momento da vida algo entre 1 a 3%, noentanto, entre aqueles indivduos que passaram por uma situao traumtica, comopor exemplo um campo de concentrao a prevalncia sobe para algo entre 5 e 75%.

    Etiologia

    H um fator psicodinmico. Deve-se pensar em certa subjetividade do traumano sentido de questionar qual o significado que aquela situao traumtica teve paraaquele indivduo. Para a psicanlise o trauma pode estar ligado a um conflito anteriorno resolvido. Por outro lado para a linha Cognitivo- Comportamental o trauma pareado a outros estmulos, o que est na base dos comportamentos de esquiva. Hteorias demonstrando fatores biolgicos concorrendo para o quadro.

    H alguns fatores de risco: Trauma na infncia, Tr. de Personalidade, sistemade apoio inadequado, mudanas de vida recentes e histria recente de abuso delcool.

    Tratamento

    O tratamento deve ser psicoterapia, podendo ser tanto a psicodinmica comocomportamental, dentro dos limites e alcances de cada, recorrendo-se medicamentos(basicamente antidepressivos e ansiolticos) conforme a sintomatologia apresentada.