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ROBERTO MORENO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO POR AVANÇO MAXILO-MANDIBULAR Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina para a obtenção de título de Mestre em Ciências. SÃO PAULO 2007

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ROBERTO MORENO

TRATAMENTO CIRÚRGICO DA SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO POR AVANÇO

MAXILO-MANDIBULAR

Tese apresentada à Universidade Federal

de São Paulo – Escola Paulista de

Medicina para a obtenção de título de

Mestre em Ciências.

SÃO PAULO

2007

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Milhares de livros grátis para download.

ROBERTO MORENO

TRATAMENTO CIRÚRGICO DA SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO POR AVANÇO

MAXILO-MANDIBULAR

Tese apresentada à Universidade Federal

de São Paulo – Escola Paulista de

Medicina para a obtenção de título de

Mestre em Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Gregório

SÃO PAULO

2007

Moreno, Roberto Tratamento cirúrgico da síndrome da apnéia e hipopnéia

obstrutiva do sono por avanço maxilo-mandibular. / Roberto Moreno -- São Paulo, 2007.

ix, 50p. Tese (Mestrado): Universidade Federal de São Paulo - Programa

de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Título em inglês: Surgical treatment of the osas by maxillomandibular

advance. 1. Apnéia. 2. Síndrome da apnéia do sono. 3. Apnéia do sono tipo

obstrutiva. 4. Avanço maxilo-mandibular. 5. Cirurgia Ortognática.

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

Coordenador: Prof. Dr. Luc Louis Maurice Weckx

iv

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Gildo e Rosa, por sua doação e desprendimento,

pela capacidade de abdicar de seus próprios sonhos para que os meus

pudessem ser realizados e pelo constante apoio.

À Rosana, minha esposa, agradeço por ter surgido em minha vida,

e por compreender todos os momentos ausentes durante a realização dessa

pesquisa e de outros fatos profissionais.

Aos meus irmãos, Rogério e Rosana,

que sempre me apoiaram em todos os passos da minha vida.

v

Agradecimentos

Aos pacientes que colaboraram com a realização deste estudo.

Ao Prof. Dr. LUC LOUIS MAURICE WECKX, coordenador da Pós-Graduação

do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e pescoço da

UNIFESP, pela oportunidade da realização deste estudo.

Ao Prof. Dr. LUIZ CARLOS GREGÓRIO, orientador desta tese, pela dedicação.

Ao Prof. Dr. SÉRGIO LUIS DE MIRANDA, amigo e grande incentivador na

manutenção dos meus estudos no meio acadêmico.

À Profa. FERNANDA LOUISE MARTINHO, amiga dedicada, pela orientação e

revisão desta tese.

A ADALVA GOMES DE LIMA e MARIA JOSÉ DE SENA, secretárias do setor

de Pós-graduação do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de

Cabeça e Pescoço da UNIFESP.

A todos os meus colegas pós-graduandos e residentes da disciplina de

Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

vi

Sumário

Lista de figuras............................................................................................... vii

Lista de abreviaturas e símbolos.................................................................. viii

Resumo........................................................................................................... ix

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 1

1.1 Objetivos.................................................................................................... 6

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 7

3. MÉTODO..................................................................................................... 13

4. RESULTADOS............................................................................................ 26

5. DISCUSSÃO............................................................................................... 30

6. CONCLUSÕES........................................................................................... 35

7. ANEXOS...................................................................................................... 37

8. REFERÊNCIAS........................................................................................... 43

Abstract

vii

Lista de figuras

Figura 1 – Língua volumosa – demarcada por dentes................................... 20

Figura 2 – Palato mole web........................................................................... 20

Figura 3 – Índice de Mallampati modificado................................................... 21

Figura 4 – Graduação das amígdalas palatinas............................................. 21

Figura 5 – SNA.............................................................................................. 22

Figura 6 – SNB.............................................................................................. 22

Figura 7 – PAS.............................................................................................. 23

Figura 8 – Fixação interna rígida na maxila................................................... 23

Figura 9 – Fixação interna rígida na mandíbula............................................. 24

Figura 10 – Cirurgia no articulador semi-ajustável........................................... 24

Figura 11 – Guia cirúrgico intermediário.......................................................... 25

viii

Lista de Abreviaturas e Símbolos

AASM Associação Americana de Medicina do Sono AIO Aparelho Intra-oral AMM Avanço Maxilo-mandibular ATM Articulação Têmporo Mandibular BMM Bloqueio Maxilo-mandibular CPAP Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas DP Desvio Padrão DRS Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono ECG Eletrocardiograma EEG Eletroencefalograma EMG Eletromiograma EOG Eletrooculograma ES Eficiência do Sono ESE Escala de Sonolência de Epworth FIR Fixação Interna Rígida HAS Hipertensão Arterial Sistêmica IAH Índice de Apnéia-Hipopnéia IMC Índice de Massa Corpórea NREM Nonrapid Eye Moviment NS Não Significante p Valor estatístico PAS Espaço Aéreo Posterior PV Período de Vigília REM Rapid Eye Moviment S1 Estágio 1 do sono NREM S2 Estágio 2 do sono NREM S3 e 4 Estágio 3 e 4 do sono NREM SAHOS Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono

SaO2 Saturação da Oxihemoglobina

SaO2 mín Saturação Mínima da Oxihemoglobina SNA Sela Túrcica-nasio e Subespinhal SNB Sela Túrcica-nasio e Supramenta SAOS Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono TTR Tempo Total de Registro TTS Tempo Total de Sono UNIFESP Universidade Federal de São Paulo UPFP Uvulopalatofaringoplastia VAS Via Aérea Superior

ix

Resumo

Objetivo: Avaliar se a cirurgia de avanço maxilo-mandibular (AMM) em

pacientes com Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS)

severa é efetiva. Método: Foram inclusos 10 pacientes com índice de apnéia e

hipopnéia superior a 30 eventos por hora de sono, diagnosticados através da

polissonografia. Os pacientes foram submetidos ao exame físico,

polissonográfico, cefalométrico e avaliados subjetivamente através da Escala

de Sonolência de Epworth. Os dados obtidos foram comparados com o mesmo

grupo após seis meses do tratamento cirúrgico de AMM. Resultado: Após o

tratamento cirúrgico de AMM, em relação à avaliação polissonográfica, 20%

dos pacientes tiveram o índice de apnéia-hipopnéia (IAH) normal, 30% dos

pacientes o IAH leve, 10% dos pacientes com IAH moderado e 40% dos

pacientes mantiveram o IAH severo, 60% dos pacientes tiveram diminuição do

IAH de 50% e apenas 10% dos pacientes tiveram o IAH aumentado, após o

AMM. Quanto a média da saturação de oxihemoglobina (SaO2) mínima, no pré-

operatório foi de 63,4%, obtendo melhora significativa após o AMM, sendo

elevada para média de 80,8%, sendo que 70% dos pacientes apresentaram

SaO2 mínima acima de 83%. Em relação a avaliação subjetiva, através da

Escala de Sonolência de Epworth houve melhora de 100% dos pacientes.

Conclusões: Quanto à avaliação objetiva da cirurgia de AMM foi efetiva em

60% dos pacientes com SAHOS severa, sendo que a avaliação subjetiva foi

eficaz em 100%.

1. INTRODUÇÃO

Introdução

2

Foi através dos estudos realizados em Stanford - University School

of Medicine, na década de 70, que os Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS)

passaram a ser melhor compreendidos. Guilleminault et al (1976), introduziram

o termo Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) e Block et al (1979)

descreveram pela primeira vez a hipopnéia. Foi a partir do estudo realizado por

Gould et al (1988) que o termo Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do

Sono (SAHOS) foi consagrado.

A SAHOS se caracteriza por episódios recorrentes de obstrução

parcial ou total da via aérea superior (VAS) durante o sono ocasionando

dessaturação da oxihemoglobina e fragmentação do sono (AASM Task Force,

1999; Bassiri e Guilleminault, 2000).

A SAHOS está presente em 4% dos homens e 2% das mulheres

quando consideramos a presença de sonolência diurna excessiva, associada

ao índice de apnéia-hipopnéia (IAH) maior que cinco eventos por hora de sono

na polissonografia (Young et al, 1993).

Os DRS ocorrem preferencialmente nos homens (3:1) entre a 4a e 5a

décadas de vida (Olson et al, 1995). Sabe-se que esses pacientes apresentam

maior risco para doenças cardiovasculares, em especial a hipertensão arterial

sistêmica (HAS), podendo estar presente em 30% dos casos (Schmid-Nowara

et al, 1990; Hla et al, 1994; Lavie et al, 2000; Sjostrom et al, 2002; Lattimore et

al, 2003). Atualmente já se pode afirmar que a SAHOS é um fator de risco

independente para HAS (Nieto et al, 2000; Peppard et al, 2000; Lavie et al,

2000). Trabalhos mostram que esses pacientes apresentam também maior

incidência de arritmias, infarto agudo do miocárdio e de acidentes cerebrais

vasculares (Lugaresi et al, 1980; Koskenvuo et al, 1985; Norton e Dunn, 1985;

Koskenvuo et al, 1987; Bloom et al, 1988; Lattimore et al, 2003).

Os múltiplos microdespertares e a conseqüente fragmentação do

sono levam a variáveis graus de sonolência diurna excessiva, aumentando o

risco de acidentes de trânsito e de trabalho colaborando para a morbidade e

mortalidade dessa doença. Por estas razões, a SAHOS, é considerada um

problema de saúde pública (Phillipson, 1993).

Introdução

3

Várias teorias têm sido propostas para explicar a fisiopatologia da

doença que é multifatorial, decorrente, em parte, de alterações anatômicas das

VAS e do esqueleto facial associadas a alterações neuromusculares da faringe

(Badr, 1998; Kuna e Remmers, 2000).

Os principais sintomas apresentados pelos pacientes com SAHOS

são: presença de ronco, pausas respiratórias, sonolência diurna excessiva,

alterações cognitivas (déficit de concentração e memória), alterações do

humor, nictúria, refluxo gastro-esofágico, fadiga, cefaléia matinal e diminuição

da libido (Bassiri e Guilleminault, 2000).

O diagnóstico da doença é clínico e eletrofisiológico (polissonografia),

que permite avaliar a arquitetura do sono, a presença de eventos respiratórios, a

saturação da oxihemoglobina (SaO2) e eventuais alterações eletrocardiográficas,

dentre outros parâmetros. Em 1999, a Associação Americana de Medicina do

Sono (AASM), através de uma força tarefa, padronizou os DRS, onde ficaram

estabelecidos os critérios diagnósticos e de gravidade, sendo classificados em

SAHOS leve (>5 a 15 eventos/hora), SAHOS moderada (>15 a 30 eventos/hora) e

SAHOS severa (mais que 30 eventos/hora). Bittencourt et al (2001) relataram a

alteração do exame polissonográfico no mesmo paciente em dias diferentes,

notando uma variabilidade de ± 10 eventos.

As alterações anatômicas do esqueleto facial, em especial a

retrognatia mandibular, estão relacionadas à fisiopatologia da SAHOS, e estas

podem ser avaliadas através da cefalometria, avaliação facial e intraoral. Na

avaliação facial e oroscopia a oclusão dentária classe II (sugestiva de

retroposição mandibular), desproporções entre a maxila e mandíbula e

alterações das distâncias obtidas entre o osso hióide, a tireóide, a cricóide e o

mento são os parâmetros mais correlacionados à doença, embora exista

controvérsia entre os diferentes trabalhos (Friedman et al, 1999; Teculescu et

al, 2001; Tsai et al, 2003; Zonato et al, 2003).

O tratamento de escolha para SAHOS moderada e grave é a

utilização do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), porém alguns

pacientes apresentam dificuldade na adaptação a este aparelho. Os sintomas

Introdução

4

nasofaríngeos (espirros, coriza, prurido, obstrução, sangramento e

ressecamento nasal e de garganta) foram os achados mais comuns em

pacientes que utilizaram o CPAP (Figueiredo et al, 2004)

As condutas terapêuticas cirúrgicas como amigdalectomia,

uvulopalatofaringoplastia (UPFP) e radiofreqüência em palato tiveram bons

resultados, em pacientes com SAHOS leve e moderada podendo ter intuito

curativo ou coadjuvante a outras terapias, melhorando a adaptação ao CPAP

(Martinho et al, 2004).

Em 1996 o Conselho Diretor da AASM, baseado em evidências

clínicas e científicas através de especialistas, aprovou os procedimentos

cirúrgicos para o tratamento da SAHOS em adultos, sendo os procedimentos:

UPFP, glossectomia, aplicação de laser na base da língua, osteotomia sagital do

ramo mandibular e suspensão do osso hióide, osteotomia maxilo-mandibular e

traqueostomia. Devido a complexidade das VAS nos episódios de colapso,

qualquer procedimento cirúrgico pode falhar, necessitando de outras

intervenções. O paciente deve estar ciente sobre o tipo de tratamento, indicação

e suas complicações e após obter a cura deve ser feito acompanhamento para

verificar se as alterações estão corrigidas (AASM, 1996).

Embora o CPAP seja o tratamento mais efetivo para a SAHOS, na

presença de obstrução em nasofaringe, em alguns casos há a necessidade de

implementação de alta pressão de fluxo aéreo e seu uso pode não ser tolerado

e confortável para alguns pacientes. As cirurgias de avanço maxilo-mandibular

(AMM) estão colaborando para o tratamento da SAHOS (Conradt et al, 1998;

Goldberg, 2000; Senders et al, 2003).

Muitos pacientes com SAHOS não toleram o uso do CPAP ao longo

prazo, utilizam o aparelho nos primeiros meses e após três anos 10% dos

pacientes desistem do tratamento, sendo que maioria dos pacientes não utiliza

o aparelho durante a noite inteira de sono. Apesar da indicação do CPAP aos

pacientes com SAHOS ser efetiva, não deve ser descartada a cirurgia

maxilofacial de AMM como opção de tratamento, pois são obtidos índices

satisfatórios com esta cirurgia (Li, 2006).

Introdução

5

Em pacientes com SAHOS severa e que não conseguiram

adaptação ao CPAP os resultados satisfatórios foram alcançados com a

técnica cirúrgica de AMM (Lachner et al 1990).

O primeiro relato de deficiência mandibular associada a SAHOS, foi

tratado com sucesso através do avanço mandibular pela técnica da osteotomia

sagital do ramo mandibular (Bear et al, 1980; Powell et al 1983).

Posteriormente, preconizaram o AMM para pacientes com SAHOS grave, uma

vez que estes pacientes também apresentavam hipoplasia maxilar, obtendo

sucesso no tratamento (Riley et al 1986).

O alto índice de sucesso das cirurgias de AMM nos pacientes com

SAHOS severa, relatada por diversos autores, foram os fatores que

estimularam a realização desse trabalho.

Introdução

6

1.1 Objetivo

Avaliar a eficácia da técnica cirúrgica de AMM, através da

polissonografia e subjetivamente através da Escala de Sonolência de Epwort,

em pacientes com SAHOS severa.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Revisão da Literatura

8

Kuo et al (1979) relataram três pacientes com hipersonia e

retrognatismo mandibular originados por causas diferentes, realizaram o

avanço mandibular pela técnica da osteotomia sagital do ramo mandibular,

atenuando os sintomas de hipersonia.

Bear e Priest (1980) associaram o retrognatismo mandibular com a

Síndrome da Apnéia. Realizaram em um paciente o avanço mandibular pela

técnica de osteomia em C do ramo mandibular bilateralmente e enxerto ósseo

de crista ilíaca. Houve reversão completa dos sintomas relacionados a apnéia,

após a cirurgia.

Powell et al (1983) relataram um paciente com Síndrome da Apnéia

Obstrutiva do Sono associado ao retrogantismo mandibular. Este paciente era

obeso e passou por diversos tratamentos para SAOS, respondendo com

melhora, após o tratamento cirúrgico de avanço mandibular.

Rilley et al (1989) realizaram um estudo retrospectivo de 80 pacientes

com SAHOS tratados com cirurgia. O primeiro grupo consistia em 55 pacientes

que não apresentavam deficiência mandibular, foi realizado osteotomia

retangular de sínfese mandibular e suspensão do osso hióide. O exame de

polissonografia revelou que 37 pacientes (67%) responderam ao tratamento

cirúrgico com melhora e 18 pacientes (33%) não tiveram nenhuma melhora. O

segundo grupo, de 25 pacientes, apresentava deficiência mandibular severa,

fracasso de procedimentos cirúrgicos anteriores e obesidade severa, neste

grupo foi realizado o AMM através das técnicas de osteotomia maxilar do tipo Lê

Fort I e osteotomia sagital do ramo mandibular bilateral. Neste grupo houve

melhora de todos os pacientes, comprovados pela polissonografia.

Waite et al (1990) realizaram em 23 pacientes com SAHOS o AMM

através das osteotomias do tipo Lê Fort I e sagital do ramo mandibular

bilateral, fixados com miniplacas e parafusos. Foram realizados os exames de

poliossonografia e traçado cefalométrico pré e pós-operatório, como resultado

obteve-se melhora em 65% dos pacientes com, no mínimo, 10 eventos

respiratórios (IAH), e 96% dos pacientes obtiveram melhora subjetiva. O

espaço aéreo posterior (PAS) e o posicionamento anterior do osso hióide não

mostraram mudança significativa em relação a melhora do quadro clínico.

Revisão da Literatura

9

Lachner et al (1990) realizaram em 13 pacientes com SAHOS o

AMM, avançando a maxila e mandíbula no limite possível. Esta cirurgia foi

combinada com palatofaringoplastia e redução do tamanho da língua, sendo

que 85% dos casos o IAH ficou inferior a 10 eventos/hora.

Nimkarn et al (1995) realizaram um estudo para verificar a

estabilidade dos movimentos de maxila e mandíbula nos avanços para o

tratamento da SAHOS. Realizaram os exames radiográficos e cefalométricos

no pós-operatório imediato de um mês e após doze meses e verificaram que o

reposicionamento anterior da maxila e mandíbula no plano horizontal é

extremamente estável, mesmo nos avanços superiores a 7 mm.

Hochban et al (1997) realizaram em 38 pacientes com SAHOS o AMM

de 10 mm, sendo que 37 pacientes apresentaram no pós-operatório melhora do

IAH inferior a 10 eventos/hora, saturação de oxigênio aumentou e a qualidade

do sono melhorou, e apenas um paciente o IAH foi reduzido para 20

eventos/hora devido a insuficiência do avanço maxilar. Relatam que a indicação

cirúrgica adequada em pacientes dolicofaciais, com deficiência maxilo-

mandibular apresentam alta porcentagem de sucesso e todos pacientes com

SAHOS devem ser realizados os estudos cefalométricos e polissonográficos.

Prinsell (1999) selecionou 50 pacientes com SAHOS e IAH >15

eventos/hora, oxihemoglobina arterial <90% e tratamentos anteriores sem

sucesso. Todos os pacientes selecionados apresentavam, através de exame

clínico e cefalométrico, estreitamento orofaríngeo pela macroglossia e

conseqüente retroposicionamento da língua, acarretando um PAS constringido.

O plano de tratamento realizado foi o avanço maxilo-mandibular através da

técnica de osteotomia maxilar do tipo Lê Fort I e osteotomia sagital do ramo

mandibular associado a osteotomia de sínfese mandibular tipo trapezoidal. Dos

50 pacientes 44 eram homens e seis eram mulheres, a idade média era de 42,7

anos, com variação de 19 a 66 anos. Todos os 50 pacientes obtiveram resposta

satisfatória após o tratamento cirúrgico baseados nos critérios de saturação de

oxigênio, com resultado maior que 80% da saturação, IAH <15 ou redução >60%

de IAH, com conseqüente sucesso de 100%. Os exames pós-operatórios de

Revisão da Literatura

10

cefalometria, comparado aos pré-operatórios, mostraram um avanço maxilo-

mandibular médio de 14 mm e PAS em média aumentou 6.5mm.

Li et al (2000) relataram que 25 pacientes com SAHOS submetidos

ao protocolo de fase I (UPFP, osteotomia quadrangular de sínfese mandibular

e suspensão do osso hióide) persistiram na SAHOS, com IAH > 20 e sintomas

de sonolência diurna excessiva. Estes pacientes não apresentavam deficiência

de maxila e mandíbula, e foi proposto o AMM (protocolo fase II). Os autores

distribuíram aos pacientes um questionário que incluía uma escala de 10

(0 = sem mudança até 10 = mudança drástica) sobre a aparência de sua face

após a cirurgia. Após a cirurgia, 19 pacientes responderam ao questionário (15

homens e quatro mulheres), a idade média foi de 45 anos, a média do IAH

melhorou de 63,6 para 8,1 eventos /hora, e todos os pacientes sentiram que

houveram mudanças em suas faces, sendo que oito pacientes (42%)

consideraram neutras as mudanças estético-faciais, um paciente (5%)

respondeu desfavoravelmente, um paciente reportou dor transitória na

articulação têmporo mandibular (ATM) e o restante melhora estético-facial (ex.:

aparência mais jovem). Todos os pacientes ficaram satisfeitos com seus

resultados e recomendariam o tratamento a outros pacientes.

Li e t al (2000) avaliaram as vias aéreas superiores no período pós-

operatório dos 70 pacientes, com SAHOS, submetidos ao avanço maxilo-

mandibular. Após 48 horas do procedimento cirúrgico foram realizados, através

da nasofaringoscopia, o exame. Todos os pacientes apresentavam edema na

parede faríngea, 14 pacientes (20%) apresentavam hematoma na parede

faríngea e epiglote e quatro pacientes (6%) possuíam hematoma hipofaríngeo

envolvendo epiglote, cartilagem aritenóide e corda vocal, com via aérea

parcialmente obstruída. Estes pacientes não necessitaram de nenhum

tratamento alternativo, sendo que a saturação de oxigênio mínima foi de 90% e

houve regressão total do quadro clínico após 10 dias.

Li et al (2001) avaliaram a presença de deficiência velofaríngea em

65 pacientes que foram submetidos ao tratamento de SAHOS pela UPFP e

após insucesso foram submetidos ao AMM. Foram entregues questionários

Revisão da Literatura

11

aos 65 pacientes entre 6 a 12 meses após o AMM, avaliando a presença de

deficiência velofaríngea (regurgitação nasal e fala anasalada). Estes

questionários tinham a finalidade de avaliar a presença de deficiência

velofaríngea e o impacto dos sintomas na qualidade de vida dos pacientes.

Foram entregues 65 questionários e apenas 52 respondidos. Destes, cinco

pacientes (9,6%) relataram regurgitação nasal ao ingerirem líquidos

rapidamente, com mínimo impacto na qualidade de vida destes pacientes. A

regurgitação nasal com fala anasalada não foi relatada por nenhum paciente. A

comparação do exame cefalométrico pré e pós-operatório demonstrou que a

profundidade funcional da faringe foi significantemente maior nos pacientes

que realizaram UPFP e AMM comparado aos pacientes que realizaram apenas

um dos dois procedimentos. Concluíram o procedimento cirúrgico de AMM nos

pacientes que persistem em SAHOS após a UPFP apresentam um baixo risco

de desenvolver a deficiência velofaríngea.

Hendler et al (2001) avaliaram a eficácia do procedimento cirúrgico de

UPFP associada à osteotomia de região anterior de mandíbula e o AMM no

tratamento de pacientes com SAHOS com intolerância ao CPAP. Trinta e três

pacientes apresentavam SAHOS de moderada a leve e foram submetidos a

UPFP associada a osteotomia de região anterior de mandíbula, tiveram 86% de

sucesso e sete pacientes com SAHOS grave, foram submetidos ao AMM com

sucesso de 86%. Todos os pacientes foram avaliados pela polissonografia pré e

pós-operatória e avaliações subjetivas. Concluíram que para os pacientes com

SAHOS moderado e leve o procedimento de UPFP associado a osteotomia de

região anterior de mandíbula é efetivo e para SAHOS grave o AMM.

Prinsell (2002) realizou um estudo retrospectivo de pacientes com

SAHOS que foram submetidos ao AMM e pacientes que receberam tratamentos

anteriores sem sucesso e foram, em seguida, tratados com o AMM. Concluiu

que o AMM não deve apenas ser indicado em SAHOS grave ou quando outros

tratamentos falharem, e sim, no início do tratamento, já que este procedimento é

altamente eficaz e auxilia na redução dos gastos no sistema de saúde.

Revisão da Literatura

12

Dattilo e Drooger (2004) compararam os achados subjetivos através

da Escala de Epworth, e objetivos através da polissonografia, em 57 pacientes

com SAHOS que foram submetidos a fase I (UPFP, osteotomia de região

anterior de mandíbula e suspensão do osso hióide) e fase II (AMM). Quarenta

e dois pacientes foram submetidos a fase I e 15 pacientes a fase II. Os

pacientes foram avaliados a partir da 8ª semana após procedimento cirúrgico,

obtendo os seguintes resultados: utilizando a avaliação subjetiva e objetiva a

fase I obteve um sucesso de 80% e a fase II, 95%. Concluíram que ambos os

procedimentos são eficazes no tratamento da SAHOS, sendo que na fase II, o

AMM apresentou uma maior eficácia tanto na avaliação subjetiva como

objetiva. No pós-operatório a avaliação subjetiva apresentou resultado melhor

em relação a avaliação objetiva.

Hoekema et al (2006) realizaram estudo retrospectivo de 43

pacientes com SAHOS, com IAH = 27 ± 20, idade = 53 ± 9 anos, onde todos

tiveram melhora significativa com o Aparelho Intra-Oral (AIO) de avanço

mandibular, com redução do IAH de 50%. Foram oferecidos a estes pacientes

o tratamento cirúrgico de AMM, e apenas quatro optaram por este tratamento,

sendo que estes apresentavam idade = 48 ± 6, IAH = 53,5 ± 27,5. Após o AMM

os quatro pacientes obtiveram resultado satisfatório de IAH <5 eventos/hora.

Schwab (2006) afirma que a utilização do CPAP é o tratamento de

escolha para os pacientes com SAHOS, pois existem controles a longo prazo

destes pacientes, obtendo melhoras significativas. Já o tratamento cirúrgico

das VAS, a UPFP e o AMM em pacientes com SAHOS é recente e sua

casuística pequena; seus resultados são conflitantes, pois alguns autores

descrevem o sucesso da técnica cirúrgica com os resultados objetivos,

diminuição do IAH em 50% ou diminuição de 20 eventos/hora e resultados

subjetivos satisfatórios, sendo que estes dados não são satisfatórios para a

cura da SAHOS.

3. MÉTODO

Método

14

Foram selecionados 10 pacientes, sendo nove pacientes do sexo

masculino e um do sexo feminino, com idade entre 25 e 61 anos, do ambulatório

de Distúrbio Respiratório do Sono do Departamento de Otorrinolaringologia da

UNIFESP, durante o período de março de 2004 a março de 2006, que

apresentassem Índice de Apnéia e Hipopnéia >30 eventos/hora, comprovados

pela polissonografia e com intolerância ao uso do CPAP.

Critérios de inclusão

• Adultos entre 18 e 65 anos de idade;

• Pacientes com IAH, na polissonografia, maior que 30 eventos/hora

(grave);

• Pacientes com IMC < 40;

• Pacientes que não toleraram o uso do CPAP;

Critérios de exclusão

• Pacientes menores de 18 anos ou maiores de 65 anos;

• Pacientes com IAH, na polissonografia, menor que 30 eventos/hora;

• Pacientes com IMC >40;

• Pacientes com aceitação e boa adaptação ao CPAP;

• Pacientes inaptos ou indisponíveis a cooperar com o estudo;

• Risco Cirúrgico ASA III e IV;

• Pacientes que utilizem medicamentos estimulantes, sedativos ou

álcool;

• Pacientes com doença clínica descompensada.

Método

15

3.1 Seleção dos pacientes

Os pacientes foram selecionados no ambulatório de Distúrbio

Respiratório do Sono do Departamento de Otorrinolaringologia da UNIFESP,

durante a consulta com o médico otorrinolaringologista, especialista em sono, e

o cirurgião buco-maxilo-facial. Todos os pacientes apresentavam a

polissonografia basal com IAH > 30 eventos/hora.

Após a análise de todos os exames, os pacientes que apresentavam IAH

> 30 eventos/hora, através do exame de polissonografia, e não toleraram o uso

do CPAP foram submetidos a um protocolo de avaliação que consistiu em:

anamnese, exame físico, exame cefalométrico e escala de sonolência de

Epworth (ESE).

Polissonografia

A polissonografia consistiu em um registro de noite inteira com

monitorização de eletroencefalograma (EEG), eletrooculograma (EOG),

eletromiograma (EMG) tibial e mentoniano, eletrocardiograma (ECG), fluxo

aéreo por cânula nasal e termístor oral, movimentos respiratórios por cintas

tóraco abdominais, SaO2 por oximetria e registro do ronco por microfone.

O polissonígrafo utilizado foi o SAC-Oxford, versão 10.0.

O estadiamento da arquitetura do sono foi realizado através da

interpretação do EEG, EOG e EMG; e esse foi feito seguindo os critérios

propostos por Rechtschtaffen e Kales (1968).

O estadiamento dos eventos respiratórios foi realizado de acordo com

os critérios propostos pela AASM (AASM Task Force, 1999). Deste modo foram

considerados como apnéia, os eventos que apresentassem ausência ou redução

superior a 80% do fluxo aéreo, com durabilidade mínima de 10 segundos e

foram considerados como hipopnéia, os eventos que apresentassem redução

acima de 50% do fluxo aéreo ou redução inferior a esta que fosse seguido por

despertar no EEG ou acompanhado por dessaturação da oxihemoglobina

superior a 3%, também com duração mínima de 10 segundos.

Método

16

Os parâmetros polissonográficos avaliados foram:

Eficiência do sono (ES): refere-se à porcentagem do tempo total de

sono (TTS) em relação ao tempo total de registro (TTR). O TTR corresponde o

período entre o inicio e término do registro, ou seja, a partir do momento que o

aparelho é ligado até ser desligado. O TTS corresponde ao TTR subtraído do

período de vigília (PV), ou seja, excluí-se a latência do sono (tempo para o

início do sono) e o tempo de vigília após iniciado o sono. Deste modo

representa a porcentagem de tempo que o paciente esteve dormindo durante o

registro. O ideal é que a ES esteja acima de 85%.

Porcentagem dos estágios do sono: refere-se à porcentagem que

cada fase do sono ocupou no TTS. O sono NREM (nonrapid eye moviment) é

subdividido em quatro estágios (estágios 1, 2, 3 e 4). Os valores de normalidade

da porcentagem dos estágios do sono em relação ao TTS em adultos

correspondem a até 5% para o estágio 1, 45 a 55% para o estágio 2, 20 a 25%

para o estágio 3 e 4 e 20 a 25% para o REM, lembrando que o estágio 3 e 4

tende a diminuir, gradativamente, de porcentagem a partir da 2ª década de vida.

Eventos respiratórios: O IAH representa a quantidade de eventos

respiratórios (apnéia e hipopnéia) ocorridos durante o exame, divididos pelo

número de horas de sono, ou seja, pelo número de horas do TTS. Segundo a

AASM (1999) o critério de normalidade para o IAH é de até 5 eventos/hora.

Considera-se um aumento leve do índice quando este se encontra entre 6 e 15

eventos/hora, um aumento moderado quando se encontra entre 16 e 30

eventos/hora e aumento severo quando se encontra acima de 30 eventos/hora.

SaO2: através do registro do oxímetro, são obtidas as medidas de

SaO2 basal, média e mínima.

3.2 Forma de avaliação dos pacientes

A partir da seleção dos pacientes com SAHOS severa, diagnosticados

pela polissonografia, foram submetidos a anamnese, exame físico, análise

cefalométrica e avaliação subjetiva através da ESE.

Método

17

Anamnese

A anamnese foi realizada de forma objetiva, questionando a

presença de comorbidades (HAS, diabetes Mellitus, hipotireoidismo e

cardiopatia) e antecedentes de cirurgia prévia em cabeça e pescoço.

Exame físico

O exame físico consistiu em exame físico geral e exame sistemático

das VAS (anexo 1).

No exame físico geral calculamos o IMC dos pacientes através da

fórmula: peso (Kg) / altura2 (m2).

Através da oroscopia avaliamos a oclusão dentária classe I, II e III

(classificação de Angle), volume de língua, palato mole, a úvula, o tamanho

das amígdalas e o índice de Mallampati modificado.

A língua foi considerada volumosa quando, demarcada por dentes,

sugestivo de alteração entre conteúdo (língua) e continente (cavidade oral)

(Figura 1).

O palato mole foi considerado posteriorizado, quando se encontrava

próximo da parede posterior da orofaringe; web, quando apresentava baixa

inserção do pilar posterior amigdaliano na úvula (Figura 2) e espesso; quando

apresentava aspecto edemaciado.

A úvula foi considerada longa quando estava próxima a base da

língua e espessa quando apresentava aspecto edemaciado.

O índice de Mallampati modificado foi realizado como proposto por

Friedmann et al (1999) com o paciente sentado em máxima abertura de boca

com a língua relaxada posicionada dentro da cavidade oral. Os pacientes

foram classificados em quatro graus: grau I (visualiza-se bem toda a

orofaringe, incluindo o palato mole, os pilares amigdalianos, as tonsilas

palatinas e a ponta da úvula), grau II (visualiza-se o pólo superior das tonsilas

palatinas e a úvula), grau III (visualiza-se parte do palato mole e da úvula) e

grau IV (visualiza-se apenas o palato duro e parte do palato mole) (Figura 3).

Método

18

Conforme proposto por Friedman et al (1999) e Zonato et al (2003),

as tonsilas palatinas foram classificadas em: grau I (intravélicas), grau II

(estendem-quartos da linha média), Grau IV (obstruem completamente a

orofaringe) (Figura 4). Para os pacientes amigdalectomizados, a nomenclatura

utilizada foi A0. Consideramos como hipertrofia não obstrutiva das amígdalas

palatinas, os graus I e II e obstrutiva, os graus III e IV.

Através da rinoscopia anterior procuramos avaliar a presença de

possíveis desvios do septo nasal e hipertrofia das conchas nasais inferiores.

Os desvios septais foram classificados em grau I (desvio não toca a concha

nasal inferior), grau II (desvio toca a concha nasal inferior) e grau III (desvio

toca a parede lateral, comprimindo a concha nasal inferior). A hipertrofia das

conchas nasais foi classificada em presente ou ausente.

Análise cefalométrica

As avaliações cefalométricas utilizadas foram o padrão Steiner, onde

utilizamos dois pontos para medir o posicionamento da maxila, a sela túrcica-

nasio e subespinhal (SNA) e da mandíbula, a sela túrcica-násio e supramenta

(SNB) e o padrão McNamara o ponto PAS, para medir a lagura antero-

posterior da orofaringe (Figuras 5, 6 e 7).

Escala de Sonolência de Epworth

A avaliação subjetiva utilizada foi a escala de sonolência de Epworth

(ESE), que foi desenvolvida por Murray (1991), cujo intuito é quantificar a

propensão para adormecer durante oito situações rotineiras, sendo que as

respostas atingem valores máximos de 24 e mínimo de 0 pontos, sendo 10 o

divisor da normalidade. Esta escala distingue os grupos normais (0 a 10) e

severos (11 a 24) (Anexo 2).

3.3 Procedimento cirúrgico

A partir da seleção dos pacientes, foram submetidos a intervenção

cirúrgica de AMM sob anestesia geral no Hospital São Paulo, da UNIFESP.

Método

19

O avanço maxilar foi realizado através da técnica de osteotomia de

maxila do tipo Lê Fort I, descrita por Wassmund (1927), onde utilizou-se de um

guia cirúrgico e bloqueio maxilo-mandibular (BMM). A osteosíntese foi

realizada através da Fixação Interna Rígida (FIR) com quatro placas em L,

sendo duas placas no pilar zigomático e duas placas no pilar canino com

quatro parafusos em cada placa, do sistema 2.0 (Figura 8).

Foi utilizado para o avanço mandibular, a técnica de osteotomia

sagital do ramo mandibular, descrita primeiramente por Trauner e Obwegeser

(1957) e, posteriormente refinada. Utilizamos o guia cirúrgico final e o BMM

com a osteosíntese através de três parafusos bicorticais do sistema 2.0, em

cada lado da osteotomia mandibular (Figura 9).

O avanço de 10 mm foi garantido pela obtenção do guia cirúrgico

(Figura 11) confeccionado a partir da cirurgia dos modelos em Articulador

semi-ajustável (Figura 10).

A medicação utilizada no pós-operatório foi: Cefalexina 500 mg,

Dipirona sódica e Diclofenaco de Potássio 50 mg.

Todos os pacientes utilizaram o BMM através de elásticos, por 30

dias. E tiveram retornos periódicos semanais, nos primeiros dois meses, e após

seis meses para reavaliação, através da cefalometria, polissonografia e ESE.

3.4 Forma de avaliação dos resultados

Os resultados foram avaliados da seguinte maneira:

Isolados: porcentagem da ocorrência dos achados de anamnese e

exame físico em um grupo de 10 pacientes com SAHOS severa.

Comparados: a um estudo prospectivo, realizado com a mesma

metodologia (mesmo protocolo de avaliação): polissonografia, cefalometria e

avaliação subjetiva através da ESE, em 10 pacientes que apresentavam SAHOS

severo, atendidos no ambulatório de Otorrinolaringologia da UNIFESP, no período

de outubro de 2004 a outubro de 2006. A análise estatística comparativa entre o

pré e pós-operatório foi realizada através do Teste T de Student.

Método

20

Figura 1 – Língua volumosa - demarcada por dentes

Figura 2 – Palato mole web

Método

21

Figura 3 – Índice de Mallampati modificado.

Figura 4 – Graduação das amígdalas palatinas.

Grau I Grau II Grau III Grau IV

Grau I Grau II Grau III Grau IV

Método

22

Figura 5 – SNA

Figura 6 – SNB

Método

23

Figura 7 - Espaço aéreo posterior (PAS)

Figura 8 - Fixação Interna Rígida na maxila.

Método

24

Figura 9 – Fixação Interna Rígida na mandíbula.

Figura 10 – Cirurgia em Articulador Semi-Ajustável.

Método

25

Figura 11 – Guia Cirúrgico intermediário.

4. RESULTADOS

Resultados

27

Dos 10 pacientes com SAHOS severa, 90% eram do sexo masculino

e 10% do sexo feminino. A faixa etária média foi de 43 ± 18 anos (25 a 61

anos) e a mediana foi de 42 anos. A média do IMC foi de 30,36 ± 6,06 Kg/m2

(24,31 a 36,42 Kg/m2) e a mediana de 30,46 Kg/m2.

Os achados de anamnese e exame físico dos 10 pacientes com

SAHOS severa submetidos ao tratamento cirúrgico de AMM, um paciente

apresentava HAS, um paciente apresentava obstrução nasal e três pacientes

queixavam-se de rinopatias.

Ao compararmos os parâmetros polissonográficos no pré e pós-

operatório, foi possível verificar que, em relação ao IAH no pré-operatório foi

de 63,5 ± 32,5 eventos/hora e no pós-operatório foi de 47,2 ± 44,8

eventos/hora. Em relação a SaO2 mínima no pré-operatório foi de 54 ± 27% e

no pós-operatório foi de 68 ± 23%, sendo que 20% dos pacientes

apresentaram no pós-operatório IAH normal (até 5 eventos/hora), 30% dos

pacientes IAH leve (6 a 15 eventos/hora), 10% dos pacientes IAH moderada

(16 a 30 eventos/hora) e 40% dos pacientes mantiveram com IAH severa

(acima de 30 eventos/hora), sendo que três pacientes tiveram redução média

do IAH de 24,16 eventos/hora e apenas um paciente teve aumento do IAH de

16,3 eventos/hora (Tabela 2).

Em relação aos Estágios do Sono verificamos que houve melhora,

no pós-operatório, apenas dos Estágios 3 e 4, comparados ao pré-operatório

(Tabela 3 ).

Em relação aos parâmetros cefalométricos, pudemos verificar que

em relação ao SNA houve um aumento médio de 8°, no SNB de 5,5° e no PAS

de 5,5 mm (Tabela 4).

Em relação à análise subjetiva, realizada através da ESE,

verificamos no pré-operatório 17,5 ± 5,5 e no pós-operatório 5,5 ± 2,5, obtendo

100% de melhora após o tratamento cirúrgico.

Resultados

28

Tabela 1 – Exame físico

pacientes

% (N=10)

Classe I 100 Oclusão dentária prótese 40

Língua volumosa 20 web 60 posterior 30 Palato mole espesso 40

Amígdalas Grau I e II 90

Grau III e IV 10 Grau I e II 50

Mallampati modificado Grau III e IV 50 Grau I 40

Desvio septal Grau II 10

Hipertrofia das conchas nasais inferiores 20

Tabela 2 – Parâmetros polissonográficos no pré e pós-operatório

IAH SaO2 mín sexo idade

Pré Pós Dif Pré Pós Dif

1 M 61 65 35 -30 78 84 6 2 M 45 31 8 -23 56 88 32 3 M 42 75,7 92 16,3 60 73 13 4 M 47 67 52,5 -14,5 61 78 17 5 M 58 96 19,3 -76,7 77 87 10 6 M 25 67 2,6 -64,4 68 91 23 7 M 46 66 38 -28 27 45 18 8 M 26 89,5 6 -83,5 62 88 26 9 F 58 39 9 -30 81 91 10

10 M 25 55,6 2,4 -53,2 64 83 19 Média 65,18 26,48 -38,7 63,4 80,8 17,4

DP 20,01 28,75 30,63 15,37 13,80 8,03 p ≤ 0.005* ≤ 0.001*

IAH: índice de apnéia e hipopnéia por hora de sono / SaO2 mín: saturação mínima da oxihemoglobina *Achados significantes pelo teste T Student

Resultados

29

Tabela 3 – Parâmetros dos Estágios do Sono no pré e pós-operatório S1 S2 S3/4 REM

Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós

1 13,27 4,29 64 81,5 8,7 4,1 14,1 10,1

2 7,31 2,1 52,8 52,8 17 19,6 22,9 25,4

3 3,3 13,24 89,8 86,6 0 0 1 0

4 6,64 3,1 73,2 65,6 4,1 8,3 16,1 23

5 3,6 2,3 70,2 63,9 6,3 17,7 19,8 16,2

6 9,9 0,4 74,6 66,8 4 27,3 11,5 13,5

7 7,8 9,48 76 52,4 0 6,2 16,2 31,9

8 5,9 12,59 59,3 54 6,4 17,8 28,4 15,6

9 7,19 3,8 67,9 63 7,2 19,3 17,8 13,8

10 22,5 5 62,8 45 1,2 32,7 13,7 17,3

Média 8,74 5,63 69,06 63,18 5,49 15,3 16,5 16,68

p NS NS ≤ 0.05* NS S1: estágio 1 do sono NREM / S2:estágio 2 do sono NREM / S3 e 4: soma dos estágios 3 e 4 do sono NREM / REM: sono REM / Sig. T St.: Significância T Student / n. significante: não significante *Achados significantes pelo teste T Student

Tabela 4 – Parâmetros cefalométricos no pré e pós-operatório

SNA SNB PAS

Pré Pós Dif Pré Pós Dif Pré Pós Dif 1 89,55 98,14 8,59 81,23 86,49 5,26 18,65 24,68 6,03 2 74,37 80,60 6,23 77,57 80,20 2,63 6,50 10,20 3,70 3 76,20 82,00 5,80 76,00 80,00 4,00 8,20 13,50 5,30 4 78,70 83,00 4,30 77,20 80,40 3,20 14,21 18,80 4,59 5 84,94 93,36 8,42 83,78 83,78 0,00 7,51 11,20 3,69 6 81,20 91,00 9,80 79,80 89,70 9,90 17,80 24,20 6,40 7 82,10 94,10 12,00 79,20 87,20 8,00 9,10 16,20 7,10 8 78,50 89,10 10,60 75,10 83,40 8,30 13,50 21,10 7,60 9 82,70 89,00 6,30 78,55 84,00 5,45 8,70 14,10 5,40

10 75,10 83,00 7,90 72,00 80,00 8,00 8,00 13,00 5,00 Média 80,34 88,33 7,99 78,04 83,52 5,47 11,22 16,70 5,48

DP 4,73 5,95 2,38 3,30 3,43 3,08 4,45 5,24 1,32 p ≤ 0.001* ≤ 0.001* ≤ 0.001*

SNA: Sela Túrcica-nasio e Subespinhal / SNB: Sela Túrcica-nasio e Supramenta / PAS: Espaço Aéreo Posterior/ Desvio p.: Desvio Padrão *Achados significantes pelo teste T Student

5. DISCUSSÃO

Discussão

31

Houve predileção por sexo, foram 90% do sexo masculino e 10% do

sexo feminino, coincidindo com os achados em literatura que demonstraram

uma maior prevalência de DRS em homens (Young et al, 1993; Olson et al,

1995; Bloom et al, 1988). Deste modo ao comparar os dois grupos observou-

se diferença estatisticamente significante na distribuição dos pacientes

quanto ao sexo.

A média e a mediana da idade dos pacientes, coincide com o

período de maior prevalência da doença, que corresponde a 4ª e 5ª décadas

de vida (Olson et al, 1995). Tal fato pode interferir na porcentagem dos

estágios do sono, em especial do sono 3 e 4 do NREM, pois sabemos que sua

porcentagem tende a cair, progressivamente a partir da 2ª década de vida.

A média e a mediana do IMC dos pacientes mostrou que

apresentavam sobrepeso ou obesidade (IMC≤30 kg/m2), demonstrando que o

IMC realmente apresenta relação com a ocorrência da doença, coincidindo

com os achados em literatura (Flemons e McNicholas, 1997; Fogel et al, 2003).

Ao avaliarmos as co-morbidades apresentadas pelos pacientes, em

especial a HAS que é muito relacionada à doença, não observamos grande

incidência. Na literatura encontramos dados mostrando que existe grande

incidência de hipertensão em pacientes com SAHOS (Schmid-Nowara et al, 1990;

Hla et al, 1994; Lavie et al, 2000; Sjostrom et al, 2002; Lattimore et al, 2003).

A queixa de obstrução nasal, a presença de hipertrofia das conchas

nasais inferiores, foram observadas em 1/3 dos pacientes. O papel da obstrução

nasal na fisiopatologia dos DRS ainda é controverso, mesmo porque trabalhos

mostram que a correção cirúrgica dessas alterações pode não exercer controle

completo da doença. Séries et al (1992), Friedmann et al (2000) e Verse et al

(2002) não encontraram melhora do IAH em pacientes submetidos a cirurgias

para permeabilização nasal (septoplastia e turbinectomia), mas citam a melhora

na qualidade do sono desses pacientes. Acreditamos que o tratamento da

obstrução nasal seja ele clínico ou cirúrgico, realizados em pacientes adultos é

capaz de permeabilizar as fossas nasais e tratar a obstrução nasal, mas

dificilmente será capaz de reverter todas as alterações musculares e

Discussão

32

esqueléticas faciais oriundas da respiração oral por longo prazo. Deste modo,

assim como Finkelstein et al (2000), Rappai et al (2003) e Gu e Zhang (2003),

acreditamos que o tratamento precoce da respiração oral, na infância e

adolescência, é fundamental na prevenção da SAHOS na fase adulta.

Encontramos uma alta porcentagem de alterações esqueléticas

faciais, na inspeção cefalométrica destes pacientes; sendo que 50% destes

pacientes apresentavam retrognatia bimaxilar. Assim como Bear e Preit (1980),

Powel et al (1983), Woodson et al (1995) e Tsai et al (2003), acreditamos que as

alterações esqueléticas faciais estão relacionadas à doença, já que a deficiência

mandibular leva ao colapso dos tecidos musculares da oro e hipofaringe.

Diferentemente do encontrado por Friedman et al (1999) e Zonato et al (2003)

que, apesar de não encontrarem relação entre as alterações esqueléticas com a

gravidade da SAHOS. No entanto, podemos ver que os achados em literatura

são controversos e que existe a necessidade de novos trabalhos enfocando este

tema. Talvez estudos em uma população de pacientes com alteração

esquelética facial, visando à detecção de DRS, pudesse nos ajudar a mostrar

qual seria a prevalência da doença nessa população.

Assim como Degan e McNicholas (1996), Viner et al (1991), Friedman

et al (1999), Tsai et al (2003) e Zonato et al (2003), a maioria das alterações

orofaríngeas, neste estudo, estavam presentes nestes pacientes, com exceção

da demarcação da língua pelos dentes. Não se sabe ao certo se as alterações

orofaríngeas encontradas em pacientes com DRS são causa da doença ou

conseqüência da vibração exercida por estas estruturas durante o sono, mas o

que se tem observado é que elas vêm sendo descritas e pesquisadas na

tentativa de ajudar a detectar na triagem de pacientes com suspeita de DRS.

A demarcação da língua pelos dentes como critério para língua

volumosa, ou seja, desproporção entre o continente (cavidade oral) e conteúdo

(língua) não foi significante. Acreditamos que em muitos pacientes encontramos

demarcação da língua relacionada à presença de alterações dentárias, como

ausência dentárias, aumento do espaço interdental e má oclusão como sendo a

causa da demarcação da língua e não necessariamente relacionada ao seu

Discussão

33

volume. O índice de Mallampati modificado, que mostra a relação entre a base da

língua e a orofaringe, se mostrou um parâmetro muito melhor para avaliarmos a

relação continente – conteúdo, e neste trabalho pudemos notar que metade dos

pacientes apresentaram índice de Mallampati modificado grau III e IV,

confirmando os achados de Friedman et al (1999) e Zonato et al (2003).

A presença de amígdalas hipertróficas obstrutivas (grau III e IV)

mostrou, neste trabalho, baixa incidência, apenas um paciente com amígdala

grau III, mostrando que mesmo nesses pacientes a hipertrofia amigdaliana é

um achado infrequente.

Quanto aos achados polissonográficos, comparados no pré e pós-

operatório, houve melhora no IAH e na SaO2 mín, pois são dois parâmetros

fortemente relacionados à doença. Após o procedimento cirúrgico, dois

pacientes tiveram o IAH normal, três pacientes o IAH leve, um paciente com IAH

moderado e quatro pacientes mantiveram o IAH severo. Sessenta por cento dos

pacientes tiveram diminuição do IAH de 50% e apenas um paciente teve o IAH

aumentado, após o avanço maxilo-mandibular. Assim como Waite et al (1990),

obtivemos uma diminuição de 10 eventos no IAH em 90% dos pacientes após o

AMM. Com relação à média da SaO2 mínima, no pré-operatório foi de 63,4%,

obtendo melhora significativa após o AMM, média de 80,8%, sendo que 70%

dos pacientes apresentaram SaO2 mínima acima de 83%.

Quanto aos estágios do sono, não houve diferença na porcentagem do

sono S1, S2 e REM, comparados no pré e pós-operatório, houve aumento médio

na porcentagem do sono de ondas lentas (estágios 3 e 4 do sono NREM),

mostrando que os pacientes no pré-operatório não tinham boa qualidade de sono,

já que o sono de ondas lentas restaura a integridade física do organismo.

O sono de ondas lentas é o período onde existe regularidade na

função cardiorrespiratória, portanto os eventos respiratórios tendem a se

amenizar, o que pode não ocorrer dependendo da gravidade do quadro, onde

os eventos acabam por ocorrer durante todas as fases do sono podendo

ocasionar, também, dificuldade na manutenção dessa fase do sono. Talvez

isso justifique a melhora subjetiva de 100% dos pacientes avaliados pela ESE.

Discussão

34

Em relação aos parâmetros cefalométricos, notamos um aumento

significante comparado ao pré-operatório, em relação ao SNA obtivemos um

aumento médio 8°, no SNB um aumento médio de 5,5 e no PAS um aumento

médio de 5,5 mm, demonstrando um avanço maxilo-mandibular e aumento do

espaço aéreo posterior satisfatórios.

Assim como Schwab (2006), acreditamos que a indicação do CPAP

em pacientes com SAHOS severa é a primeira escolha sendo que o

procedimento cirúrgico de AMM nestes, pode ser utilizado quando há uma

recusa do uso do aparelho.

Ao avaliarmos os dados obtidos neste estudo podemos dizer que

muitas foram as diferenças encontradas comparadas a literatura, onde

concluímos que a avaliação dos resultados obtidos através da análise objetiva

e subjetiva difere entre os trabalhos, o que nos serve de estimulo para

continuar nossa linha de pesquisa, principalmente no que se refere a execução

de trabalhos que possam através da avaliação objetiva e subjetiva verificar a

eficácia da técnica cirúrgica, mas a cirurgia de AMM torna-se mais uma opção

de tratamento para SAHOS, principalmente nos casos de retrognatia

mandibular severa ou falhas em tratamentos anteriores.

6. CONCLUSÕES

Conclusões

36

1. A cirurgia de AMM, através da avaliação objetiva e subjetiva é

significativamente efetiva, podendo ser indicada para os pacientes com

SAHOS severa que não toleram ou não se adaptam ao CPAP.

2. O aumento do PAS, após a cirurgia de AMM não é um fator prognóstico do

sucesso terapêutico.

7. ANEXOS

Anexos

38

Anexo 1: Protocolo de avaliação Nome:_________________________________idade:_____P:_____A:_____

Fones:_________________________________________Data:__________

PSG Basal:

Data IAH ES S1 S2 S 3e4 REM 02 mín

PSG pós-operatório

DATA IAH ES S1 S2 S 3e4 REM 02 mín

Anamnese: HAS ( ) DM ( ) Cardiopatia ( ) Hipotireoidismo ( ) Outras Doenças:_______________________________________________________ Obstrução Nasal Diurna ( ) Noturna ( ) Rinite ( ) Cirurgia Nasal Prévia ( ):_______________________________________________ Oroscopia: Micrognatia ( ) Língua Demarcada ( ) Amígdala Grau:________________ Malampatti Grau:_____ Mordida Classe:________________________________ Pilares medianizados e volumosos ( ) Palato: Ogival ( ) WEB ( ) Posterior ( ) Espesso ( ) Fino ( ) Rinoscopia: Cornetos: Normotróficos ( ) Hipertróficos ( ) Septo/Desvio: Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Outros: ______________________________________________ Cefalometria SNA SNB PAS

Pré-operatório

Pós-operatório

Anexos

39

Anexo 2 – ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH

0 Sem alterações

1 Pouca chance de sonolência

2 Moderada chance de sonolência

3 Alta chance de sonolência

CHANCE DE SONOLÊNCIA SITUAÇÃO PRÉ PÓS

Sentado e lendo Assistindo TV Sentado em local público (sala de espera) Como passageiro de um carro por uma hora sem intervalo Deitado para descansar após almoço Sentado e falando com alguém Sentado após o almoço sem ingerir álcool Dirigindo o carro em tráfico lento

TOTAL PRÉ PÓS

Anexos

40

Anexo 3 - Carta de Aprovação do Comitê de Ética

Anexos

41

Anexo 4 - Termo de consentimento livre e esclarecido

TITULO: Avaliação da SAHOS severa após Tratamento Cirúrgico de Avanço Maxilo-Mandibular

1 – O objetivo deste estudo é confirmar o sucesso do procedimento cirúrgico de Avanço Maxilo-Mandibular em pacientes com Síndrome de Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) grave que apresentaram intolerância ao CPAP e/ou BIPAP;

2 – O procedimento cirúrgico de Avanço Maxilo-Mandibular será realizado no Centro Cirúrgico do Hospital São Paulo – UNIFESP, sob anestesia geral. A cirurgia consiste em osteotomia maxilar do Tipo Lê Fort I combinada com osteotomia sagital do ramo mandibular, ou seja, serão realizados cortes no osso do maxilar superior e inferior e tracionados para frente. Estes ossos após posicionados serão fixados com placas e parafusos. O acesso cirúrgico é por dentro da boca e caso necessite será utilizado o acesso por fora da boca;

3 – Os pacientes necessitarão de exame polissonográfico, exame físico otorrinolaringológico e avaliação cefalométrica para determinar SAHOS grave. Após diagnóstico os pacientes com intolerância a utilização do CPAP poderão optar pelo procedimento cirúrgico de Avanço Maxilo-Mandibular, necessitando de internação por período determinado pela equipe, anestesia geral e a boca fechada com elásticos se necessário;

4 – O desconforto deste procedimento cirúrgico é o inchaço, boca fechada se houver necessidade, dor e formigamento do lábio inferior e superior. O risco deste procedimento cirúrgico é infecção, formigamento do lábio inferior e superior permanente, sangramento, abertura do local cortado, reintervenção cirúrgica se necessário, fraturas indesejáveis nos cortes ósseos dos maxilares necessitando de abrir por fora da boca e fechamento da boca por 45 dias;

5 – Somente no final do estudo poderemos concluir o benefício do procedimento cirúrgico de diminuir o Índice de Apnéia e Hipopnéia;

6 – O procedimento alternativo é a adaptação no tratamento com CPAP e/ou BIPAP por tempo indeterminado, pelos quais o paciente pode optar;

7 – Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal investigador é o Dr. ROBERTO MORENO que pode ser encontrado no endereço Av. Pedro de Toledo, n° 650 - 3° andar. Telefone 5576-4161 Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 5571-1062, FAX: 5539-7162 – E-mail: [email protected]

8 – É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição;

9 – Direito de confidencialidade – As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo divulgado a identificação de nenhum paciente;

10 – Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores;

11 – Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

12 – Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas. 13 - Compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.

Anexos

42

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo ”AVALIAÇÃO SAHOS SEVERA APÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO DE AVANÇO MAXILO-MANDIBULAR”.

Eu discuti com o Dr. ROBERTO MORENO sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

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Assinatura do paciente/representante legal Data / /

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Assinatura da testemunha Data / /

para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual.

(Somente para o responsável do projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.

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Dr. Roberto Moreno Data / /

8. REFERÊNCIAS

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Abstract

Objective: To evaluate the effectiveness of the maxillomandibular

advancement (MMA) surgery in patients suffering from obstructive sleep

apnea/hypopnea syndrome (OSAS) by analysing it objectively and subjectively.

Method: 10 patients suffering from apnea/hypopnea index above 30 events per

sleep hour, diagnosed by polysomnography were examined. The patients

underwent physical, polysomnographic and cephalometric tests and were

subjectively evaluated according to the Epworth Sleepness Scale. The data

obtained was compared to the results of the same group 6 months after the

MMA surgery. Results:After the MMA surgery, as related to an objective

evaluation by polysomnography, the results were the following: 20% of the

patients had a normal apnea/hypopnea index (AHI), 30% of the patients had a

moderate AHI and 40% of the patients kept a severe AHI, 60% of the patients

had a 50% decrease in the AHI and only 10% of the patients had an increase in

the AHI. The average of the lowest oxyhemoglobin saturation (SaO2) in the

preoperative was 63.4%, and a significant improvement was obtained after the

MMA procedure when an average of 80.8%, and 70% of the patients showed a

lowest oxyhemoglobin saturation above 83%. As for the subjective evaluation

using the Epworth Sleepness Scale, there was an improvement in 100% of the

patients. Conclusions: The objective evaluation of the MMA surgery showed

that it was effective in 60% of the patients suffering from severe

apnea/hypopnea index, while the subjective evaluation showed that it was

effective in 100% of the patients.

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