Treinamento Aerobico

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    Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio, So Paulo, v.4, n.21, p.270-276. Maio/Jun. 2010. ISSN 1981-9900.

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    EFEITOS DO TREINAMENTO AERBICO CONTNUO E INTERVALADO NO PERFIL LIPDICO

    SANGUNEO DE MULHERES COM EXCESSO DE GORDURA CORPORALLaura Vale Monteiro1,3, Sara Cristina Gilberto Pereira1,3, Csar Cavinato Cal Abad1,2.

    RESUMO

    Objetivo: Analisar os efeitos da prtica doexerccio aerbico intervalado e contnuo noperfil lipdico sanguneo de mulheres comexcesso de gordura corporal. Materiais emtodos: A amostra foi composta por 8mulheres com percentual de gordura acima de24% e dividida em 2 grupos, grupo 1 (n=4;

    idade: 22,111,45) realizou treinamentocontnuo a 60% da FCmx, grupo 2 (n=4;idade: 23,531,51) realizou treinamentointervalado alternando 2 minutos de esforo a90% da FCmx e 2 minutos de recuperao a60% da FCmx. Ambos os grupos efetuaramsesso de exerccio de 45 minutos, 3 vezespor semana, durante 8 semanas e foramsubmetidos avaliao antropomtrica ecoleta sangunea pr e ps treinamento.Resultados: Em nenhuma das variveisanalisadas (peso, CT, HDL, LDL, VLDL e TG)foram encontradas diferenas estatisticamente

    significantes (p

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    INTRODUO

    Lipoprotenas so estruturas presentesno plasma sanguneo responsveis portransportar os lipdeos (triglicerdeos ecolesterol) no organismo. Estas soclassificadas conforme suas densidadesrelativas: lipoprotena de muito baixadensidade (VLDL), lipoprotena de baixadensidade (LDL) e lipoprotena de altadensidade (HDL), havendo algumas outrasintermedirias e subfraes (Curi, 2002).

    Alteraes nas concentraes daslipoprotenas na circulao sangunea, bem

    como nas concentraes de seus diferentescomponentes (aumento nas concentraes decolesterol total, triglicrides, reduo dasconcentraes de HDL) caracterizam asdislipidemias, e esto diretamenterelacionadas ao aparecimento da doenaarterial coronria (DAC) e aterosclerose(Prado e Dantas, 2002).

    Segundo Assman (1999), a doenaarterial coronria representa grave problema,principalmente, para os pases emdesenvolvimento, que tm 8% dos seus gastostotais com sade empregados em

    hospitalizaes e medicamentos para doenaarterial coronria.

    Dados da Sociedade Brasileira deCardiologia (2007), comprovam elevaesrelativamente rpidas e substanciais namortalidade por doenas cardiovasculares noBrasil, sendo a dislipidemia uma das principaiscausas.

    Shephard (1999), associa, entre outrascoisas, o sedentarismo ao aparecimento defatores de risco para doenascardiovasculares como disfuno endotelial,diabetes, obesidade e alterao do perfil

    lipdico.Alm do sedentarismo, a distribuio

    anatmica da gordura corporal umimportante indicador morfolgico decomplicaes endcrinas e metablicas.Guedes (1998) verificou em um estudorealizado com sujeitos de ambos os gnerosque, indivduos com maior adiposidade naregio central do corpo tinham asconcentraes plasmticas de lipdios elipoprotenas alteradas.

    Para Krauss (2004), como adislipidemia representa um problema de sade

    pblica, programas de preveno e educaodeveriam ser elaborados tendo como objetivo

    principal a mudana no estilo de vida, com

    hbitos alimentares saudveis, exercciosfsicos regulares e bem estar emocional.A Sociedade Brasileira de Cardiologia

    (2007), aponta a atividade fsica como medidaauxiliar para o controle das dislipidemias etratamento da doena arterial coronria. Paraesta instituio, assim como para o AmericanCollege of Sports and Medicine (1998), oprograma de treinamento fsico parapreveno ou reabilitao deve incluirpreferencialmente exerccios aerbios comocaminhadas, corridas leves, ciclismo e nataocom intensidade entre 60 e 80% da freqncia

    cardaca mxima (FCmx).No entanto, ainda so desconhecidosintensidade e volume timos de exerccioaerbico para que se tenham mudanassignificativas no perfil lipdico sanguneo(kraus, 2002).

    O treinamento intervalado e otreinamento contnuo so mtodos comdiferentes intensidades utilizados paraaprimorar a aptido aerbica. Brooks (2000),define o treinamento intervalado comoaplicao repetida de exerccios e perodos dedescanso de modo alternado. Mcardle, Katck e

    Katch (2003), conceituam treinamentocontnuo como exerccio prolongado com ritmocadenciado de intensidade aerbica moderadaou alta (60 a 80% do VO2mx).

    Assim, o objetivo deste estudo foianalisar os efeitos da prtica de exercciosaerbicos intervalados e contnuos no perfillipdico sanguneo de mulheres com excessode gordura corporal, verificando qualmodalidade mais eficaz na reduo dotriglicrides (TG), colesterol total (CT), LDL,VLDL e aumento do HDL.

    MATERIAIS E MTODOS

    Amostra

    Composta por 11 mulheres na faixaetria entre 20 e 25 anos que apresentavampercentual de gordura maior que 24%,indicando excesso de gordura corporalconforme classificao de Lohman (1992citado por Queiroga, 2005). As voluntriasdeveriam estar h pelo menos 6 meses sempraticar atividade fsica regular e noapresentar nenhum problema de sade. Todas

    as participantes assinaram um termo de

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    consentimento pr-informado de acordo com

    as normas 196/96 do CONEP.

    Procedimento Experimental

    Inicialmente as voluntrias foramsubmetidas uma avaliao antropomtrica ea coleta de sangue em laboratrio de anlisesbioqumicas para dosagem dos lipdeosplasmticos.

    As participantes tambm foramentrevistadas por uma nutricionistacolaboradora do projeto que prescreveu umasugesto alimentar baseando-se no total

    calrico de 1,2 x taxa metablica basal (TMB)de cada voluntria. As participantes do projetoforam instrudas a seguir esta orientaonutricional durante as oito semanas detreinamento para prevenir um aumento oudiminuio da ingesto calrica induzidas peloexerccio.

    Na avaliao antropomtrica foramavaliados os seguintes parmetros:a) Peso Corporal: mensurado por meio deuma balana digital com preciso de 50g damarca Lder modelo LD1050.b) Dobras cutneas e percentual de

    gordura: as dobras cutneas forammensuradas nos seguintes pontos anatmicos:triciptal, supra-ilaca, coxa e abdominal, sendoutilizado um plicmetro cientfico da marcaSanny com preciso de 1 mm. Aps amensurao dos pontos foi calculada adensidade corporal de acordo com a equaode Jackson, Pollock e Ward (1980 citado porQueiroga, 2005) e o percentual de gordura deacordo com a equao de Ortiz (1992 citadopor Queiroga, 2005).c) Dosagem dos lipdeos plasmticos:realizada em laboratrio bioqumico

    especializado mediante a coleta de amostrasde 10 ml de sangue venoso na prega docotovelo, aps um perodo de 12 horas em jejum e pelo menos 48 horas aps a ltimasesso de exerccio, entre 7:00 e 9:00 horasda manh. O mtodo para determinao docolesterol total (CT), triglicrides (TG), VLDL eHDL foi automao enzimtica, e paraestabelecer o valor do LDL o laboratrioutilizou a equao de Friedewald (LDL = CT [HDL + TG/5]).

    O treinamento fsico consistiu em trssesses semanais de exerccios fsicos

    aerbicos em esteira, em dias aleatrios,planejados e acompanhados, com durao de

    quarenta e cinco minutos cada, sendo

    realizadas durante oito semanas noLaboratrio de Cineantropometria e Fisiologiado Exerccio da Universidade Federal de SoJoo Del Rei (UFSJ).

    Para enunciar a intensidade doexerccio utilizou-se o percentual da freqnciacardaca com base na freqncia cardacamxima (FCmx) obtida pela equao deTanaka e colaboradores (2001) onde, FCmx= 208 (0,7 X idade). A FC foi monitoradaindividualmente por frequencmetro da marcaPolar, modelo RS200.

    Referindo-se a quantidade e

    qualidade ideal de exerccio para desenvolvere manter todos os componentes da aptidofsica para sade, bem como obter melhorasmetablicas, cardiorrespiratrias emusculares, as diretrizes da SociedadeBrasileira de Cardiologia sobre dislipidemias(2007) recomendam uma intensidade de 60 a90% da FCmx por pelo menos 30 a 60minutos, de 3 a 6 vezes por semana.

    As voluntrias foram divididasaleatoriamente em dois grupos com prescriodas zonas de treinamento referenciadas nasrecomendaes da Sociedade Brasileira de

    Cardiologia.O primeiro grupo foi composto por 5

    mulheres (idade: 22,11 1,45; percentual degordura: 34,86 3,69), que realizaram otreinamento contnuo. Este treino baseou-sena tabela de equivalncia intensidade(%VO2max) X volume (tempo em minutos) deDantas (2003), na qual para uma sesso de 45minutos a intensidade deve ser de 51 a 70 %do VO2max. Assim estipulou-se um trabalho a70% da FCmx, que equivale a 58% doVO2max (Londeree e colaboradores, 1995).

    O segundo grupo composto por 6

    mulheres (idade: 23,53 1,51; percentual degordura: 34,33 3,00) realizou o treinamentointervalado. Dantas (2003) afirma que aintensidade dos estmulos para o treinamentointervalado deve estar entre 60-80% doVO2max. Segundo Mcardle, Katck e Katch(2003) para treinar o sistema energticoaerbico a relao do intervalo de exerccio recuperao costuma ser de 1:1 ou 1:1,5, e assries repetidas de exerccios variam depoucos segundos a vrios minutos ou mais.Desta forma, as sries de treino intervaladoconsistiram em 2 minutos de estmulo a 83%

    do VO2max que equivale a 90% da FCmx e 2minutos de intervalo de recuperao a 40% do

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    VO2max equivalente a 60% da FCmx

    (Londeree e colaboradores, 1995), atcompletar 45 minutos.Aps as 8 semanas de treinamento, as

    alunas foram submetidas a uma novaavaliao antropomtrica e coleta sangunea.

    Anlise estatstica

    Para todas as variveis analisadas foirealizado o teste de normalidade Shapiro-Wilk,disponvel no programa SISVAR verso 5.1(1995) para verificao da normalidade.

    Considerando o valor de p

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    DISCUSSES

    O objetivo principal deste trabalho foiverificar qual a modalidade de exerccioaerbio, contnuo ou intervalado, mais eficazna reduo do TG, CT, LDL, VLDL e aumentodo HDL. Analisando os resultados do presenteestudo observou-se que no houveramalteraes significativas para todos osparmetros avaliados.

    Diversos trabalhos analisaram asrespostas fisiolgicas das lipoprotenassanguneas em relao intensidade, volume,freqncia semanal, durao da sesso de

    exerccios fsicos aerbios, e dieta.Baseando-se em seus resultados econcluses, foi possvel identificar algumasfalhas na prescrio dos treinamentos nesteestudo, as quais impossibilitaram mudanassignificativas no perfil lipdico sanguneo.

    Sabe-se que o treinamento induz aadaptaes que possibilitam um maioraproveitamento dos cidos graxos como fontede energia, ao mesmo tempo em que oglicognio muscular poupado (Curi, 2002).Os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2no mostraram mudanas significativas para

    nenhum dos itens avaliados pr e pstreinamento indicando que 8 semanas foraminsuficientes para se obter adaptaes quetornassem mais eficiente o uso dos cidosgraxos durante o exerccio. Alm disso, amaior parte dos estudos que conseguiu obteralteraes significativas nos concentraes delipdios realizou o treinamento por um perodomaior ou igual a 10 semanas (Leon eSanches, 2001; Kraus, 2002; Silva e Lima,2002).

    Em uma metanlise sobre alteraeslipdicas decorrentes de exerccios fsicos

    aerbicos isolados ou combinados com dieta,Leon e Sanches (2001), observaram que areduo nas concentraes de LDL, CT e TG menos freqente em comparao aoaumento de HDL, em estudos com perodoigual ou superior a 12 semanas.

    Kraus (2002) avaliou durante 36semanas indivduos sedentrios comsobrepeso ou obesos com moderadadislipidemia, divididos em trs grupos deexerccio (alto volume/alta intensidade, baixovolume/alta intensidade e baixovolume/intensidade moderada) variando em

    intensidade (40 80% VO2max) e/ou volume(19,2 a 32 Km/semana) e um grupo controle.

    Foram encontradas diferenas significativas

    pr e ps treinamento na reduo dos valoresde LDL e aumento do HDL no grupo querealizou o treinamento com alto volume eintensidade, o que no foi observado nosoutros grupos, demonstrando grandeassociao entre volume de exerccio ealterao do perfil lipdico.

    Num trabalho de exerccios aerbios,com 10 semanas de tratamento, 4 sessessemanais de 1 hora cada, com intensidadesentre 50 a 80% da FCmx, Silva e Lima(2002), encontraram redues nasconcentraes de TG, CT e LDL e sem

    alteraes na HDL, tanto nos diabticossedentrios tratados quanto nos no tratadoscom insulina.

    Segundo Curi (2002), os cidosgraxos, tanto provenientes do tecido adiposo,dos quilomcrons, das lipoprotenas de muitobaixa densidade (VLDL) e do tecido muscular,representam uma fonte importante de energiadurante exerccios de intensidade leve oumoderada e, principalmente com duraosuperior a 30 minutos e que se estendam porat algumas horas.

    Sunami e Motoyama (1999), aplicou

    treinamento aerbio a 50% do VO2mx emindivduos idosos saudveis por 5 meses, 4dias na semana com sesses de 1 hora eobservou modificaes significativas nas taxasde HDL. Essa pesquisa concluiu que tanto otreinamento de baixa intensidade, como adurao total do exerccio fsico por semana,constituem fatores relevantes pra omelhoramento nos concentraes de HDL.

    Outro estudo comparou diferentesnveis de intensidade de exerccios aerbiosem 149 homens e 120 mulheres e verificou aofinal de dois anos de programa de treinamento

    um aumento substancial das concentraes deHDL no grupo de indivduos que treinavamcom intensidade mais baixa (60 a 73% daFCmx) por 30 minutos, 5 vezes na semana,salientado tambm a importncia dafreqncia e volume de exerccios naproduo de mudanas no perfil lipdicosanguneo (King e colaboradores, 1995).

    Como descrito nos estudos acima, ofator volume (freqncia semanal, durao deuma sesso e durao total do treinamento)tem demonstrado grande relao comalteraes no perfil lipdico sanguneo, isto

    sugere que o exerccio, tanto intervaladoquanto contnuo, praticado 45 minutos 3 vezes

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    por semana, por 8 semanas pode no

    representar um volume suficiente para seobter alteraes nas taxas de TG, LDL, CT,VLDL e HDL.

    Apesar de terem recebido orientaonutricional, a rotina alimentar das voluntriasno foi acompanhada, este pode ter sido outrofator limitante na pesquisa uma vez que,principalmente o TG, CT e LDL soinfluenciados diretamente pela alimentao ealterao do peso corporal.

    Nunes e colaboradores (2006)comprova esta afirmao ao relatar que amaior parte dos estudos tem mostrado

    modificaes benficas do exerccio sobre asconcentraes de HDL, ao contrrio dasconcentraes de LDL e CT que diminuem emgeral quando o exerccio associado a umadieta e perda de peso.

    Stefanick e colaboradores (1998)corroboram com esta idia ao comparar oefeito de dietas e exerccios fsicoscombinados ou isolados no perfil lipdicosanguneo verificando reduo dasconcentraes de LDL e CT somente no grupoque realizou a combinao de dieta eexerccios fsicos.

    Damaso (2001) aponta o exercciofsico como uma medida profiltica indiretapara melhoria do perfil lipdico uma vez que,para cada Kg de massa corporal perdida,ocorre reduo de 1% nos concentraes decolesterol (CT) e lipoprotena de baixadensidade (LDL), diminuio de 5-10% nostriglicerdeos (TG) e aumento de 1-2% nasconcentraes da lipoprotena de altadensidade (HDL). Tanto no exerccio contnuoquanto no exerccio intervalado no foramobservadas modificaes no peso corporalaps as 8 semanas de treino, fator este,

    apontado por Damaso, como relevante paraalterao no perfil lipdico.

    Semelhantes aos resultados obtidosno presente estudo, Kelly (1982) observou umaumento inesperado na taxa de triglicrides, eno foram encontradas alteraessignificativas pr e ps treinamento nosvalores de HDL e LDL, ao realizar treinamentoaerbico com mulheres durante 10 semanas,com 3 sesses semanais de 30 minutos cada,havendo incremento de intensidade at aquarta semana, na qual se alcanou 70% daFCmx, mantendo at a dcima semana de

    treinamento. Este fato confirma a idia de queum treinamento realizado com freqncia igual

    ou inferior a 3 vezes semanais, com durao

    menor que 10 semanas no produz alteraessignificativas no perfil lipdico sanguneo.

    CONCLUSO

    Aps anlise e discusso dos dadospode-se concluir que um treinamento contnuoou intervalado, realizado em sesses de 45minutos, 3 vezes por semana em um perodode 8 semanas, no produz alteraessignificativas nas concentraes sanguneasde triglicrides, colesterol total, LDL, VLDL eHDL de mulheres com excesso de gordura

    corporal.Tendo em vista estes resultados, opresente estudo sugere que posteriorespesquisas com mesmo objetivo dem maisnfase ao volume total de treinamento e afreqncia semanal de exerccios, alm decontrolar melhor a alimentao da amostraoferecendo uma dieta que promova perda depeso.

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    Recebido para publicao em 29/08/2009Aceito em 05/01/2010