23
Três tiros certeiros acertam em cheio o coração de Gisella, a sombra de Maura some na escuridão do beco, Gisella dá um último berro doído e agudo, de braços abertos ela cai de joelhos no chão. FELIPE – GISELLA, NÃÃÃÃÃÃÃOOOO! CENA 1. FAVELA/ BECO. INTERIOR. NOITE Música: Never Let Me Go – Florence + the Machine [LIVE] Felipe corre veloz, ao máximo que pode até Gisella, que cai em seus braços, seu corpo quase inerte. Os policiais se aproximando, Felipe chorando. FELIPE – Gisella, por favor... Eu preciso de alguém em que eu possa confiar! Eu preciso que você sobreviva, por favor... Não vai Gisella, não vai! GISELLA – Obrigado... Gisella segura na mão de Felipe, em seguida suspira pela última vez, até que morre nos braços de Felipe, que chora diante do corpo sem vida. Aos poucos, consternados, sem reação com as armas baixa a ouvir o choro de Felipe, se aproximam os policiais. FELIPE – Meu Deus... Isso não pode estar acontecendo comigo, de novo não!

Três tiros certeiros acertam em cheio o coração de Gisella ... · tapa em sua outra face e começa a lhe puxar pelos cabelos a ... Ambos molhados pela chuva ... quando for enterrada

  • Upload
    ngocong

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Três tiros certeiros acertam em cheio o coração de Gisella, a sombra de Maura some

na escuridão do beco, Gisella dá um último berro doído e agudo, de braços abertos

ela cai de joelhos no chão.

FELIPE – GISELLA, NÃÃÃÃÃÃÃOOOO!

CENA 1. FAVELA/ BECO. INTERIOR. NOITE

Música: Never Let Me Go – Florence + the Machine [LIVE]

Felipe corre veloz, ao máximo que pode até Gisella, que cai em seus braços, seu

corpo quase inerte. Os policiais se aproximando, Felipe chorando.

FELIPE – Gisella, por favor... Eu preciso de alguém em que eu possa confiar! Eu preciso

que você sobreviva, por favor... Não vai Gisella, não vai!

GISELLA – Obrigado...

Gisella segura na mão de Felipe, em seguida suspira pela última vez, até que morre

nos braços de Felipe, que chora diante do corpo sem vida. Aos poucos, consternados,

sem reação com as armas baixa a ouvir o choro de Felipe, se aproximam os policiais.

FELIPE – Meu Deus... Isso não pode estar acontecendo comigo, de novo não!

Gustavo entra naquele beco ele vê Gisella morta nos braços de Felipe, sua pistola cai

no chão e seus olhos marejam enquanto ele se lembra:

Gustavo corre num galpão onde diversos bandidos estão presos e encontra Gisella,

eles se agarram e se beijam apaixonados.

GUSTAVO – (Emocionado) Sua idiota! Vai me matar do coração, eu te amo Gisella,

nunca mais me abandone! Eu morri de medo de te perder...

GISELLA – Eu NUNCA vou te deixar Gustavo, porque eu te amo! Eu te amo seu bobo!

Enquanto se aproxima do corpo uma nova memória vem à sua mente:

Gustavo em sua cama deitado, chorando. Em seu celular ele escuta a gravação que

Gisella o deixara, emocionado.

GISELLA – Me perdoa Gustavo, me perdoa por te deixar, por não ter coragem de falar

na sua cara, me perdoa por falhar... Mas eu sucumbi, eu vi pessoas cometerem erros...

Eu vi pessoas morrerem, eu cometi erros e agora eu vou pagar por eles. (Com a voz

embaçada/Chorando) Mas eu vou voltar... E a gente vai ser muito feliz meu amor!

Gustavo diante do corpo de Gisella. Felipe se levanta e chorando eles se abraçam.

CENA 2. CASA DE PAULO/ QUARTO. INTERIOR. NOITE

A música continua. Doddy mudo perante Cléo. Ela se aproxima arrasada.

DODDY – O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? PIROU CLÉO? VOCÊ PIROU FOI?

PAULO – NÃO GRITA COM ELA! Só vai piorar tua situação maninho!

Cléo em choque diante de Doddy, com um olhar odioso, ela se aproxima.

CLÉO – BEM QUE TODOS ME DISSERAM! Você não presta, é um traidor, é um

bandido... VOCÊ É UM GOLPISTA! QUE NASCEU NA MERDA E VIROU UMA MERDA!

Doddy dá um tapa com força na cara de Cléo, Paulo e a mulher se chocam e Cléo vai

ao chão, com a mão no tapa chorando.

CLÉO – Você... VOCÊ ME BATEU!

DODDY – CALA A BOCA! Você é uma insuportável, uma burra! (Ri) E sabe o que é pior

Cleozinha? Quando você acordar amanhã eu vou estar do seu lado e vou que tudo não

passou de um sonho... DE UM SONHO DE UMA ANORMAL COMO VOCÊ É, ANORMAL!

A música ganha a cena. Cléo chora, fragilizada diante de Doddy. Irritado ele dá um

tapa em sua outra face e começa a lhe puxar pelos cabelos a arrastando enquanto

ela chora e a joga no meio da rua. Cléo chorando totalmente atordoada.

CENA 3. MANSÃO VILAR/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE MADRUGADA

Gracindo no sofá, quando Maura entra totalmente atônita, com um sorriso doentio

no rosto e uma arma na mão sorridente. Gracindo a encara amedrontado.

GRACINDO – Maura... O que houve meu amor?

MAURA – EU MATEI! Na frente do Felipe eu MATEI Gisella dos Santos!

GRACINDO – Sua frieza... Maura, procura uma ajuda! Você é doente!

MAURA – Não, eu só sou uma pessoa que executa as próprias leis!

Maura deixa a arma sobre o sofá e vai subindo as escadas radiante. Ele assustado.

CENA 4. CASA DE FELIPE/ SALA. INTERIOR. MADRUGADA

Música: Sombras Outonais – Alexandre Guerra

Felipe entra arrasado em casa, com Antony à seu lado. Eles se encaram.

ANTONY – Eu espero... Eu espero que você tente ficar bem Felipe, por ela.

FELIPE – Antony... Eu não quero ficar aqui sozinho hoje, por favor!

Antony se aproxima de Felipe e o abraça forte. Ambos vão para o quarto de Felipe,

onde ele deita-se e Antony o cobre, em seguida deitando-se na cama ao seu lado.

FELIPE – Obrigado Tony... De verdade, muito obrigado!

Antony sorri segurando a mão de Felipe, aos poucos, juntos ambos adormecem.

CENA 5. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. MADRUGADA/ DIA

A música continua. A madrugada passa lentamente, mostrando o nascer de um cinza

acinzentado, pessoas indo e vindo por todos os lados da imensa Brasília.

CENA 6. CASA DE FELIPE/ QUARTO. INTERIOR. DIA

A música continua. Antony numa cadeira vendo Felipe dormindo aos poucos acordar.

FELIPE – Antony... Você ficou aqui!

ANTONY – Sim, você fica tão lindo dormindo... Ops, melhor mudarmos de assunto!

FELIPE – Obrigado Tony, de verdade... Não sei o que seria se não fosse você!

ANTONY – Vou te dar o mesmo conselho que dei a uma pessoa que você me lembra

tanto há tempos atrás... FOGE, SOME DAQUI FELIPE! A Gisella foi apenas mais uma,

não foi a primeira, não vai ser a última e se você ficar, VOCÊ vai ser o próximo!

Antony se levanta, ele abraça Felipe que está estático com o que Antony diz e vai

saindo. Felipe se levanta e se encara perante o espelho, pensativo.

CENA 7. CEMITÉRIO. EXTERIOR. NOITE

O caixão de Gisella sendo levado por diversas pessoas. Gustavo tenta conter as

lágrimas, no enterro muita gente entre políticos, militares e amigos, além de Maura,

Gracindo, Túlio, Laranjeiras, Antony, Andrezza, Daiana, Felipe, Gabriel, Ariel etc.

GABRIEL – E o Tony que não sai do lado daquele Felipe! A Andrezza deve tá se roendo!

ARIEL – (Cochichando) Não só ela né Gabriel? Você também tá num recalque que só...

O caixão de Gisella desce a sepultura vagarosamente enquanto um padre reza lendo

versículos da Bíblia, todos emocionados. Gustavo chora e é abraçado por Daiana.

DAIANA – Eu sinto muito por ela Gustavo... De verdade, ela não merecia morrer!

Felipe se afastando de Antony e aos poucos ele caminha até Maura e para em sua

frente, ela com uma roupa toda preta cheia de brilho. Maura baixa os óculos.

FELIPE – Maura... Me dá um abraço?

Maura sem reação. Ela dá um passo em direção a Felipe que a abraça forte.

FELIPE – (Sussurrando) Eu sei quem fez isso e EU JURO que quem fez vai pagar... Se

cuida Maura, porque tá muito enganada se pensa que o próximo caixão será meu!

<iframe width="640" height="360" src="//www.youtube.com/embed/BI-

6yBOBmEc?feature=player_detailpage" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

CENA 8. COBERTURA DE TÚLIO/ QUARTO DE CLÉO. INTERIOR. DIA

Cléo dormindo, aos poucos ela vai se acordando com Doddy ao seu lado.

CLÉO – DODDY, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? O QUE É ISSO?

DODDY – CLÉO!? A gente dormiu junto! Você foi na casa, você surtou totalmente,

totalmente desconexa... Eu te trouxe pra cá e eu fiquei aqui... Te vendo dormir!

Cléo totalmente confusa, com a mente embaçada. Ela força a mente, mas não

consegue separar o real da ficção. Doddy a olha se segurando para não rir.

DODDY – Cléo, você acha que EU seria capaz de lhe fazer algo de mau? SOU EU!

CLÉO – Não, eu lembro... VOCÊ ME BATEU! VOCÊ ME BATEU DODDY!

DODDY – Cléo! (Com lágrimas nos olhos) EU JAMAIS LHE TOCARIA UM DEDO! Chega

Cléo, você tem que por a mente no lugar... Eu vou embora, me procura tá Cléo?

Doddy se afastando. Cléo totalmente confusa com seus pensamentos.

CENA 9. CASA DE FELIPE/ SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA

Felipe toma um copo de suco, pensativo enquanto se lembra:

GISELLA – Escuta, isso é segredo eu deixei no seu quarto um endereço, se alguma coisa

acontecer, VAI LÁ! EU CONFIO EM VOCÊ!

Felipe vai para seu quarto e vê numa escrivaninha um envelope que não estava ali

antes, ele abre o envelope e vê escrito ‘CEILANDIA – Terreno baldio, 013 próximo à

fábrica desativada’. Felipe respira fundo, ele guarda o papel no bolso e sai veloz. Ele

entra em seu carro e sai cantando pneu, atrás dele Andrezza que o seguia.

FELIPE – Vamos ver o que é que me aguarda...

CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE

O dia passa voando praticamente, até que chega-se à tarde, também nublada e

ritmada como o dia. Uma forte chuva desaba sobre a capital e cidades satélites.

CENA 11. CEILANDIA (DF)/ ANTIGA VILA INDUSTRIAL. EXTERIOR. TARDE

Felipe para o carro no meio do barro, ele vê diversos galpões e cabanas desativados,

a chuva cai forte formando um lamaçal. Felipe sai, ele vê no chão próximo a um

galpão uma placa escrita 013. Ele pega uma pá no carro e começa a cavar o local.

FELIPE – Vamos Felipe... Eu preciso saber o que tem aqui! Eu preciso!

Nisso um carro chega, os faróis na face de Felipe e o carro para, de lá descendo

Andrezza que o olha de cima abaixo. Ambos molhados pela chuva a se encararem.

Música: Drumming Song – Florence + the Machine

FELIPE – ANDREZZA GARRIDO, A QUE DEVO A HONRA?

ANDREZZA – O inimigo do meu inimigo... É meu amigo! Qual é que é? Vai acabar com a

Maura e nem me convidou pro camarote?

Felipe e Andrezza sorriem maliciosamente um para o outro, se aproximando. Felipe,

mudo vira-se e continua a cavar. Andrezza volta para o carro e pega sua pá.

CENA 12. MANSÃO VILAR/ SALA. INTERIOR. TARDE

A música continua. Maura descendo as escadas de sua mansão sedutora, ela vê sua

irmã Carmem conversando descontraída com Doddy sobre Edgar Allan Poe.

CARMEM – O meu favorito dele é A Máscara da Morte Vermelha, amei!

DODDY – O Poço e o Pêndulo me dá umas ideias tão boas... Inquisição, amo né?

MAURA – Desculpa por minha irmã te encher com o papo cult dela, mas essa daí

quando for enterrada vai ter que levar um livro junto pra ler pro Capeta... Mas você

não veio aqui pra conversar sobre contos góticos do século retrasado veio?

DODDY – Maura eu aceito sua proposta, EU VOU MATAR O FELIPE E O DELEGADO!

Maura e Doddy sorriem um para o outro com um olhar diabólico, ele apreensivo.

CENA 13. CEILANDIA (DF)/ ANTIGA VILA INDUSTRIAL. EXTERIOR. TARDE

A música continua. Felipe terminando de cavar, até que com esforço e a ajuda de

Andrezza retira da terra um baú deixado por Gisella, eles sorriem.

FELIPE – Ok Andrezza... Acabamos, agora vai fazer o que? Me matar e roubar o baú?

Andrezza vira de costas, com um sorriso demoníaco se afastando.

ANDREZZA – Acho que errou na parte em que te mato... Ou talvez, nem nisso!

A música ganha a cena. Andrezza pega uma pá prestes a acertar em Felipe, numa

pancada súbita ele ainda escuta Andrezza falar.

ANDREZZA – Eu disse que ia descobrir quem você era... A QUALQUER CUSTO FELIPE!

Nisso sua visão simplesmente se apaga. Aos poucos ele vai abrindo os olhos, a chuva

caía mais forte, tempestuosa e os raios caíam nas árvores, Felipe desperta, ele olha

para todos os lados e não vê o baú, nem Andrezza por perto, com ódio.

FELIPE – VADIA! A MALDITA LEVOU MEU BAÚ, ANDREZZAAAAA SUA VAAAAACA!

Música: Come As You Are – Nirvana

A chuva molhava a pista enquanto Andrezza acelerava veloz, com um sorriso

deslumbrante empossada do baú, ela se encara firme diante do espelho.

ANDREZZA – VADIA, CADELA! Ah Maura... Me aguarde! Esse bauzinho aqui honey, será

apenas o começo das dores do Império Vilar! O tempo passou, mas eu jamais

esquecerei o que seu maridinho fez pelo meu pai... MALDITO!

Andrezza respira fundo, a rodovia quase deserta e ela pisando fundo, enquanto olha

no espelho um súbito aperto no peito a toma quando ela se recorda de Felipe.

CENA 2. CEILANDIA (DF)/ ANTIGA VILA INDUSTRIAL. INTERIOR. FIM DE TARDE

A música continua. Felipe se escorando em seu carro, se levantando. A chuva caindo

forte, ele quase que atolado no meio do lamaçal, com um olhar perdido, de ódio.

FELIPE – DROGA! Eu preciso desse baú! Não Andrezzinha, ou eu destruo a Maura por

bem, ou eu faço você jogar no meu time... E acima de tudo: jogar o meu jogo!

Felipe abre a porta de seu carro, ele adentra nele e o liga, sujo de lama ele acelera

avoado, deixando toda a região para trás rumo à Brasília.

CENA 3. FAVELA SOL NASCENTE/ CASA DE ROSÂNGELA/ QUARTO. INTERIOR. FIM DE

TARDE

A música continua. Doddy em seu quarto mexendo com a arma de Maura, colocando

as balas. Nesse instante Rosângela que o observava escondida, bate a porta

entrando em seguida. Doddy se vira, no choque escondendo a arma. Ela o encara.

ROSÂNGELA – Doddy, eu quero conversar com você!

DODDY – Ah mãe, agora não né? To super ocupado aqui! Vai ter que ser depois!

ROSÂNGELA – (Ríspida) ENTÃO SE OCUPE NOUTRO LUGAR! Eu te quero FORA dessa

casa... E por mais que me doa dizer, quem me envergonha meu filho, É VOCÊ!

Doddy pasmo com o que escuta, completamente perplexo. Ele deixa a arma cair no

chão e Rosângela vê, ela o encara com repulsa e sai lacrimejando. Doddy chocado.

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. FIM DE TARDE/ NOITE

A cidade de Brasília movimentadíssima e agitada no dia frio. Uma noite fria e

iluminada vem na cidade, vendo-se os pontos turísticos. A chuva fica mais branda.

CENA 5. CONGRESSO NACIONAL/ CORREDORES. INTERIOR. NOITE

Felipe nos corredores do Congresso, com um olhar sombrio. Ele seguindo Laranjeiras

pelos corredores, poucas pessoas no local. Eles cada vez mais velozes.

FELIPE – (Pensamento) É hoje que eu começo a agir... Essa é por ti Gisella! Por ti!

Laranjeiras andando pelos corredores, ele olha para trás, Felipe esconde-se atrás de

um pilar. Laranjeiras volta a andar e Felipe feito uma sombra macabra o seguindo.

Laranjeiras entra num sombrio e longo corredor. Felipe atrás dele, na entrada.

Laranjeiras anda segurando ainda mais firme sua mala, ele abre uma porta e some.

FELIPE – Ótimo... Laranjeiras, Muniz, Maura, hoje eu começo a derrubar toda a corja!

CENA 6. MANSÃO VILAR/ SALA. INTERIOR. NOITE

Maura depilando as pernas com cera, enquanto no notebook ouve o áudio da escuta

de Felipe. Gracindo vestido de terno, parado no alto da escada, apenas observando.

GISELLA – ME AJUDA... MAURA VILAR, ELA TÁ AQUI, E TÁ AQUI PRA ME MATAR!

FELIPE – Entra aqui, rápido... A Maura não pode nem sonhar que eu te ajudei!

GISELLA – DROGA! Eles vão ver a gente, acelera cara, por favor!

Gracindo desce e beija a testa de Maura que urra de dor ao arrancar a cera.

MAURA – Ai! Caramba, como isso dói! Vou fazer a laser da próxima!

GRACINDO – Ai amor, para com isso credo! Bom, vou indo na reunião hoje ok?

MAURA – Espera... Gracindo, é sério to achando melhor você não ir hoje!

Gracindo com um pequeno frio na barriga perante a esposa. Ele ri disfarçando.

GRACINDO – Ih Maura... Que isso hein? To te estranhando! Nunca foi disso hein!

Gracindo beija Maura na boca e sai veloz. Ela continua a ouvir Felipe e se depilar.

CENA 7. CONGRESSO NACIONAL/ CORREDOR. INTERIOR. NOITE

A porta da sala se abre e Laranjeiras sai apressado, sem a mala. Felipe se aproveita, e

surge escondido entrando na sala e fechando a porta, ele abre o closet do escritório.

FELIPE – E seja o que Deus quiser... Ou o que o capeta gosta!

Felipe pega o celular e liga a filmadora. Ele entra no closet e pelas frestas começa a

filmar a sala. Nisso entra nela Laranjeiras, Muniz e Túlio, sorridentes.

MUNIZ – Bora distribuir a renda seu Laranjeiras? Minha mão já tá coçando!

LARANJEIRAS – Óh, mandem essa graninha pro paraíso fiscal viu... É aquela empresa

que não aceitou fazer cartel no metrô de Goiânia, é essas CPIs em todo congresso e

tão com essa putaria de meter deputado no meio, e o tráfico de armas tá perigando!

FELIPE – (Pensamento) Tráfico de armas... Não pera, tráfico de armas é coisa dos...

Nesse instante a porta bate, interrompe o raciocínio de Felipe. Laranjeiras abre e

entra Gracindo cumprimentando a todos. Felipe pasmo, ele começa a fotografar

tudo. Gracindo apertando a mão de Túlio e Felipe fotografa, sorridente.

FELIPE – (Pensamento) PER-FEI-TO! Agora pronto, hora da ação Felipe! Já basta!

Felipe acha em meio a um closet um botão vermelho e o pressiona forte. Um alarme

soa, a tensão fica geral. A luz cai por completo, os senadores exceto Gracindo saindo

correndo da sala em busca de um motivo. Gracindo liga a lanterna do celular.

GRACINDO – DROGA! Vai dizer que superfaturaram a conta de luz também né?

A lanterna iluminando alguns pontos da sala. A porta do closet se abrindo, Felipe

escorando, ele desce, amedrontado vendo o flash de luz de Gracindo. Ele fecha o

closet e começa a correr, o flash de luz acerta Felipe, sua sombra é vista. Gracindo vai

atrás enquanto Felipe corre desesperado antes que se acendam as luzes.

CENA 8. COBERTURA DE TÚLIO/ SALA. INTERIOR. NOITE

A campainha tocando incessantemente. Andrezza indo até a porta, ela abre e vê

Felipe, ela tenta bater a porta, mas ele empurra brutalmente e invade a casa.

ANDREZZA – QUE ISSO? O que tá fazendo aqui golpistazinho? Já sei, tá com medinho

que eu mostre pro Túlio os presentinhos que você arranjou que titia Maura não gosta?

FELIPE – Se você fizesse isso eu já estava morto! Se bem, que ela já mandou me matar!

Felipe liga o celular e mostra o pequeno vídeo que fez e as fotos de Gracindo

cumprimentando Túlio a Andrezza. Ela se força para não acreditar, lacrimejando.

ANDREZZA – QUE ISSO? QUE BRINCADEIRA DE MAU GOSTO É ESSA FELIPE?

FELIPE – Não Andrezza, isso é real! O seu marido é aliado do ASSASSINO DO SEU PAI!

Andrezza lacrimejando, totalmente perplexa cara a cara com Felipe.

<iframe width="640" height="360" src="//www.youtube.com/embed/BI-

6yBOBmEc?feature=player_detailpage" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

Andrezza quase surta, ela corre até seu quarto. Felipe vai atrás e ela fecha a porta.

Ela tira um quadro da parede e abre o cofre, tirando o baú de lá e dando à Felipe.

ANDREZZA – Não era isso que você queria? Agora vai, vaza!

FELIPE – Não com você nesse estado! O que você vai fazer Andrezza?

Andrezza não responde, ela apenas abre uma gaveta e saca uma arma. Sem resposta

ela sai correndo veloz. Felipe correndo atrás dela, eles saem da cobertura. Andrezza

para e chama o elevador, ela entra, Felipe não chega a tempo e se aflige.

CENA 9. CASA DE GUSTAVO/ QUARTO. INTERIOR. NOITE

Música: Relicário – Cássia Eller

Gustavo deitado no quarto, virado de lado vendo uma foto de Gisella sorridente.

Daiana adentra no quarto, vendo a foto. Ela disfarça a cara amarrada.

GUSTAVO – Daiana... Nós precisamos conversar, na situação que tá não dá mais!

DAIANA – Finalmente! Tá pesada a situação Gustavo... Desde que sua prima voltou

nosso namoro não é mais o mesmo! Quando ela morreu, VOCÊ ME ENTERROU JUNTO!

GUSTAVO – Eu amei demais a Gisella, Daiana... E eu preciso ser sincero. Eu to confuso

Daiana, e você merece coisa melhor do que eu. Me perdoa!

DAIANA – Pensa bem, mas eu não nasci pra segunda opção Gustavo e nem nasci pra

ser ficar te esperando pra sempre!

A música ganha a cena. Daiana sai do quarto rapidamente contendo as lágrimas.

Gustavo vira para o lado e uma lágrima desce de seu rosto.

CENA 10. AUTOESTRADA. EXTERIOR. NOITE

Felipe acelerando, seguindo Andrezza que está bem mais distante veloz. A

autoestrada com poucos carros, uma fina garoa caindo. Felipe, trémulo pega o

celular e começa a ligar para Antony, que logo atende. Felipe desesperado.

FELIPE – TONY, ME AJUDA! To numa fria cara! A Andrezza descobriu que o Túlio está

aliado ao Gracindo Vilar, o homem que matou o pai da Andrezza! E ela ficou toda

atordoada, ela pegou uma arma e saiu correndo sabe-se lá pra onde!

ANTONY – COMO É QUE É? MEU PAI? Ah, mas ele passou de todos os limites! Vai atrás

da Andrezza e impeça ela de cometer um assassinato, do MEU pai, cuido eu!

Antony desliga. Felipe joga o telefone de qualquer jeito e continua acelerando aflito,

atrás de Andrezza.

CENA 11. RUA. EXTERIOR. NOITE

Gabriel e Ariel impacientes na rua quando o carro de Antony faz uma curva brusca e

freia parando na frente da casa deles. Os gêmeos entram no carro de Antony que vai.

GABRIEL – Eu sempre soube que o Túlio mexia com corrupção... Alias quem não mexe?

ARIEL – Qual é o plano Tony? Você vai enfrentar o seu pai? ENLOUQUECEU?

Antony mudo continua acelerando. Os gêmeos apreensivos, nisso eles veem um farol

iluminando a rua, eles olham para trás e um carro acelerando contra eles.

ARIEL – Ah não... Tony olha aquele carro! To com a leve impressão que é o Laranjeiras!

Música: Tribal Battles – West One Music

O carro que os seguia acelerando cada vez mais. Antony dá uma leve desacelerada, o

outro se aproxima se emparedando e se vê Laranjeiras, diante deles acelerado.

LARANJEIRAS – PAREM ESSE CARRO AGORA! EU TO ORDENANDO QUE PAREM!

ANTONY – Se eu não for preso por racha... Ainda faço essa denúncia!

Antony subitamente dá uma forte arrancada com o carro, começa uma perseguição.

CENA 12. MANSÃO VILAR/ SALA. INTERIOR. NOITE

A música continua. Maura e Gracindo entram descontraídos na casa, eles acendem a

luz e com um olhar doentio no sofá, Andrezza armada os encarando com ódio.

ANDREZZA – QUE DELÍCIA! O cara que matou meu pai e a puta! Quem vai primeiro?

MAURA – Calma Andrezza, não faz besteira!

ANDREZZA – CALMA É O ESCAMBAU! Você Gracindo... TEVE CALMA QUANDO METEU

7 BALAS NO CORPO DO MEU PAI NA MINHA FRENTE? RESPONDE SEU DESGRAÇADO!

Todos apreensivos. Gracindo segura forte na mão de Maura, aflito. Clécio entrando

pelos fundos da sala, ouvindo a discussão. Ele vê um bastão e o pega correndo.

ANDREZZA – Vocês acharam que não ia descobrir o pacto com meu doce maridinho?

MAURA – Andrezza... Minha querida sua arma tá meio caidinha 90 né? Que tal uma .40

novinha? É ilegal também, não se preocupa! Tem uma que é a sua cara! Compra vai!

ANDREZZA – EU VOU COMPRAR PRA DAR TIRO NA TUA CARA VADIA!

Maura vê Clécio se aproximando com o bastão de Andrezza, ela apreensiva.

Andrezza totalmente atordoada apontando a arma para ambos.

ANDREZZA – Cala a boca Maura! Vai, vamos ver um filminho? Gracindo, AJOELHA!

AJOELHA E ME IMPLORA PRA NÃO DESCARREGAR ESSA ARMA NA TUA FUÇA!

Gracindo se ajoelha perante Andrezza, ela sorri e engatilha a arma, ela estava

prestes a atirar contra Gracindo. Maura desesperada vendo Clécio aproximar-se.

MAURA – VAI CLÉCIO, AGE!

Andrezza vira para trás, nisso a pancada súbita acerta sua cabeça e ela vai ao chão.

CENA 13. AVENIDA. EXTERIOR. NOITE

A música continua. A chuva caindo quando na avenida escura da cidade dois carros

acelerados a toda. O de Antony e o de Laranjeiras, se perseguindo velozes.

GABRIEL – COMO FOI QUE ELE DESCOBRIU DE NÓS AQUI?

ANTONY – NÃO SEI! Meu Deus, esse povo tá em todo lugar! Eu não aguento mais!

Antony pisando fundo. Laranjeiras vendo sua arma no balcão do carro, ele pressiona

o botão que baixa os vidros, ele saca a arma e atira contra os vidros do carro.

ARIEL – DROGA! AQUELE MALDITO TÁ ATIRANDO NA GENTE BOSTA!

ANTONY – É BLINDADO SEU TROUXA! VEM ME MATAR VEM, SÓ NÃO SE ESQUECE QUE

EU AINDA SOU UM GARRIDO MEU BEM... E SEMPRE SEREI!

Antony rindo no carro, Gabriel e Ariel apreensivos enquanto Laranjeiras dispara mais

um tiro mirando nos pneus, Antony começa a zigue-zaguear pela pista com uma

feição odiosa, ele no cruzamento com uma outra avenida, a delegacia próxima.

LARANJEIRAS – NÃO, NÃO E NÃO! RAIOS! AQUELES MALDITOS TÃO PERTO!

GABRIEL – AGORA SIM ARIEL! A gente vai derrubar a banda podre do Congresso!

O sinal próximo a fechar, Antony acelerando para avançar o sinal. Um tiro no pneu

do carro e Antony tenta frear, a pista molhada, o carro derrapa na pista, Antony

perde o controle, rodopia. Um caminhão vem buzinando no sentido contrário.

GABRIEL – ARIEL, NÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!

A música ganha a cena. O caminhão acelera tentando frear e bate na lateral do carro

com toda sua força, Ariel é pego em cheio, o carro para, Antony bate a cabeça e

desmaia na hora. Laranjeiras sai do carro, armado. Gabriel sai também a encará-lo.

GABRIEL – (Abrindo os braços) VAI! ATIRA SE TIVER CORAGEM SEU BOSTA, ATIRA!

O dedo no gatilho, a arma é engatilhada e a vida de Gabriel estava nas mãos dele.

CENA 14. MANSÃO VILAR/ GARAGEM. INTERIOR. NOITE

A música continua. Andrezza abrindo os olhos, aos poucos dando-se conta da

realidade, no chão sentindo-se pendurada por algo. Ela abre os olhos, perante ela

com olhares diabólicos Gracindo e Maura. Ela presa ao chassi do carro de Maura.

MAURA – Ora, ora, ora! Então alguém resolveu acordar!

ANDREZZA – O QUE É ISSO MAURA? SUA LOUCA, PSICOPATA ME TIRA DAQUI!

MAURA – Calma Andrezza, nós vamos apenas... DAR UM PASSEIO! Um passeio que

você jamais vai esquecer, isso se SOBREVIVER À ELE!

Música: Illuminati – AudioMachine

A pista molhada, quase deserta, porém se escutam os gritos que afligem de Andrezza

enquanto Maura ri doentiamente na direção de seu carro, Andrezza sendo arrastada.

ANDREZZA – PARA, PARA MAURA PELO AMOR DE DEUS, (Chorando) PARA!

MAURA – SUA ALPINISTA SOCIAL DE MERDA! MORRA ANDREZZA, MORRA!

Andrezza chorava, seu corpo era arrastado pela pista e as escoriações tomavam

conta de seu corpo, ela berrava enquanto sua pele ardia em meio a pista e ela

engolia e tossia a fumaça do escapamento. Maura fora de controle com aquele carro

em suas mãos, Felipe de carro acelerando pela pista desesperado vendo a tudo.

FELIPE – (Lacrimejando) PARA MAURA, TENHA MISERICÓRDIA! PARA ESSE CARRO!

MEU DEUS... ESSA MULHER, ESSA MULHER NÃO É GENTE! ELA É UM MONSTRO!

Andrezza continua a ser arrastada pela pista, no retrovisor com seu sorriso doentio

Maura ao ver sua face se lembrava:

Maura bem mais jovem, com uns 18 anos aproximadamente, ela discute com

Gracindo enquanto Andrezza escuta tudo atrás da porta, sem entender nada.

MAURA – EU NÃO VOU CASAR COM VOCÊ! EU AMO ELE, NÃO À VOCÊ!

GRACINDO – PARA! Olha onde você veio parar por ele, aquele homem é um fracasso,

ele é um falido! ELE E AQUELAS MULHERES DELE ARRUÍNARAM SUA VIDA MAURA!

Olha a BOSTA em que a gente tá... Nós somos o topo da sociedade, NÓS NÃO ELE!

MAURA – Ok, eu topo! Mas antes eu quero que você mate um homem pra mim!

Maura e Gracindo se encaram firme. A criança assustada desata a correr para longe.

MAURA – Vai Andrezza, morre... Mas você vai morrer sem sequer se lembrar, se

sequer ter certeza, que EU mandei matar o seu pai. EU DESTRUI SUA VIDA ANDREZZA!

CENA 2. RUA. EXTERIOR. NOITE

A música continua. Diante do cenário do acidente, próximo à delegacia, Laranjeiras

com a arma engatilhada, Gabriel de peito aberto perante ele, olhando-o no olho.

GABRIEL – Não vai atirar? Vai dizer que o tranco do gatilho comeu tua mão né?

LARANJEIRAS – NÃO ME DESAFIA SEU IDEALISTAZINHO DE MERDA! O Brasil é dos

espertos, pessoas como você nasceram pra servir pessoas como eu, é destino!

Uma lágrima escorre do rosto de Gabriel, nisso as luzes dos faróis e as sirenes

anunciam a presença da polícia. Laranjeiras avança para cima de Gabriel e o dá uma

fortíssima coronhada subitamente, ele volta-se a seu carro e pisa fundo. Gabriel cai

no chão desmaiado. Antony sai do carro, zonzo e sangrando e aproxima-se dele.

ANTONY – (Lacrimejando) GABRIEL... Me perdoa Gabriel, meu Deus, FALA COMIGO!

Ele se atira diante de Gabriel vendo as sirenes se aproximar desesperado.

CENA 3. AUTOESTRADA. EXTERIOR. NOITE

A música continua. Andrezza tosse desesperada, tentando tirar seu fôlego de algum

lugar, a dor lhe era tão insuportável como a falta de respiração. Felipe atônito em

seu carro, ele tremia na direção a olhar para Andrezza com os olhos marejados.

FELIPE – PARA MAURA, VOCÊ VAI PAGAR CARO POR ISSO SUA PUTAAAA! PARA!

ANDREZZA – (Chorando) Me perdoa pai... Me perdoa por não ter sido capaz, perdoa!

MAURA – (Cantarolando) Berra mais alto que daqui eu não te escuto / Da minha

Ferrari quase não dá pra te ver! / Tá rachando a cara, to vendo o sangue aparecer!

Andrezza chora, Maura pisando fundo, agora com uma face séria, ela continua

arrastando o corpo de Andrezza pela autoestrada. Um caminhão próximo a Maura

vendo o corpo começa a buzinar incessantemente, ele ultrapassa o carro de Maura

na pista molhada, ela tenta frear, derrapando, o corpo de Andrezza rodopia na pista.

MAURA – MALDIÇÃO!

Nisso, no tranco a corda se desprende do chassi e o corpo cai no meio da pista. Felipe

para seu carro no meio da autoestrada e em meio a ela, com os faróis de carro e a

chuva ele corre até Andrezza e se agacha, abraçando seu corpo, ela segura sua mão,

eles trocam olhares aflitos numa fração de segundos e Andrezza desacorda.

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA

A noite chuvosa se vai, amanhece um dia. As pessoas cheia de casacos, os carros e

ônibus por todos os lados num dia nublado em Brasília, porém ritmado e agitado.

CENA 5. HOSPITAL/ QUARTO DE ANDREZZA. INTERIOR. DIA

Música: Lights – Ellie Goulding

Andrezza em seu quarto de hospital ferida, com alguns hematomas e arranhões pelo

corpo. Ao seu lado Túlio, Antony e Cléo apreensivos. Aos poucos ela desperta.

ANDREZZA – Túlio... Tony... O que aconteceu? O que eu to fazendo aqui?

TÚLIO – Você não lembra? Tá tudo bem Andrezza? É sério mesmo que esqueceu?

ANDREZZA – Não Túlio, eu não lembro de nada! O que houve gente? FALEM ALGO!

TÚLIO – Não sei... (Desconversa) Algum acidente aconteceu e te trouxeram aqui, bem

eu vou saindo. Tenho coisas pra fazer, até mais!

Túlio saindo, Cléo logo em seguida. Antony espera o pai ir, ele mudo se encaminha a

porta, mas Andrezza segura seu braço, ela o olha nos olhos aflita.

ANDREZZA – Foi o Felipe! Foi ele quem me contou do pacto do Túlio e do Gracindo!

ANTONY – Algo em mim dizia que tinha o dedo dele nisso. Nós vamos conversar.

Antony, tentando manter certa frieza se retira rapidamente do hospital. Ele entra em

seu carro e se debruça sobre o volante, pensativo. Até que acelera, aflito ao máximo.

CENA 6. RUA. EXTERIOR. DIA

Gabriel andando por uma rua com um curativo na cabeça. Ele fala, ao celular, com a

médica de Ariel. Paulo o observa de longe, ele se aproximando aos poucos.

GABRIEL – Então o Ariel sai hoje à noite do hospital? Ótimo! Obrigado mesmo! Valeu!

É, a enfermeira disse que ele foi pressionado pelas ferragens e desmaiou com a batida.

Gabriel continua a falar com a médica, até que se despede e desliga, ele continua a

andar, até que Paulo propositalmente esbarra seu ombro em Gabriel, sem olhá-lo.

PAULO – Cuidado por onde viado... Muito mais cuidado!

Paulo sai com uma feição ameaçadora. Gabriel gela, encarando-o tenso.

CENA 7. CONGRESSO NACIONAL/ GABINETE DE FELIPE. INTERIOR. DIA

Felipe trabalha em seu gabinete tenso, pensativo. Nisso a porta bate incessante, ele

corre para abrir a porta quando entra Antony furioso e o derruba com um soco.

ANTONY – O QUE DEU NA SUA CABEÇA FELIPE? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE FEZ?

<iframe width="640" height="360" src="//www.youtube.com/embed/BI-

6yBOBmEc?feature=player_detailpage" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

FELIPE – Eu não sabia que você era hipócrita como eles! A verdade dói tanto assim?

ANTONY – POR QUÊ? Por que você contou a Andrezza desse maldito acordo? O QUE

VOCÊ TEM COM ELA AFINAL FELIPE?

Felipe se levanta, ele hesitante com os olhos marejados a encarar Antony.

FELIPE – Eu já notei tudo Tony! Pensa que eu não percebi o jeito como você a olha?

Pensa que eu não percebi que você cobiça a mulher de seu pai?

ANTONY - PARA! Para com isso Felipe, eu não sei qual é a sua... Mas eu te quero longe

das pessoas que EU AMO! Você sabe muito bem que mexer no passado só atraí dor,

tragédia e desgraça! Alias, qual o seu passado? Quem é você? Mexer no teto de vidro

alheio é muito bom Felipe, fique longe do nosso que não quebraremos o seu!

Antony se encaminhando a porta, Felipe de costas para ele com ódio.

FELIPE – Como você está ridículo Tony! ESTÁ NA CARA QUE VOCÊ ESTÁ SE ROENDO DE

CIÚMES... Eu só não sei de quem, da sua madrasta ou do assessorzinho do seu pai!

Antony vira-se para Felipe e o encara. Ambos mudos naqueles instantes, mantendo-

se fortes um na frente do outro. Antony simplesmente sai batendo a porta, Felipe

volta para sua mesa, com ódio quebrando tudo, começando a chorar.

CENA 8. BAR. INTERIOR. DIA

Antony alegre bebendo whisky num bar, já totalmente bêbado. Aos poucos,

consternada com a situação do irmão, Cléo se aproxima dele.

ANTONY – Cléo... Quer uma dosezinha também maninha? Como é que achou hein?

CLÉO – Não Tony! Meu irmão, o que tá havendo com você? Faz meses que eu tenho

tomado coragem e vou te fazer uma pergunta... Isso fica só entre nós!

Antony encara Cléo, que toma coragem encarando o irmão bêbado.

CLÉO – Tony, você tem um caso com a Andrezza? Não mente pra mim maninho!

ANTONY – Cléo... Eu, eu não... Eu não sei o que responder!

Cléo abre os braços e eles se abraçam forte, Antony começa a chorar em seus braços.

CENA 9. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ NOITE

Do dia para a noite é praticamente um pulo. Logo a noite vem linda na capital

federal, com uma forte chuva com raios e trovões se anunciando na cidade.

CENA 10. CASA DE PAULO/ SALA. INTEIRIOR. NOITE

No tablet, Doddy ao lado do irmão falam com Maura animadíssimos.

DODDY – Então a gente tem seu aval pra dar a surra naquela bicha do Gabriel?

MAURA – Tem é minha ordem isso sim! Acabem com aquela bicha maldita!

Doddy e Paulo se entreolham sorridentes. Maura com um olhar diabólico.

DODDY – E no Tony? A gente pode é dar um pau naquela outra bicha também?

MAURA – Não! Limitem-se a cumprir minhas ordens!

PAULO – Mas por quê? Só por que o Tony é bi? Só se for bicha né!

MAURA – (Hesitante) Quando você pagar meu salário, e não eu o de vocês, e daí sim

vocês podem me fazer perguntas. Até mais.

Maura desliga a videoconferência. Doddy e Paulo se levantam sorridentes.

CENA 11. COBERTURA DE TÚLIO/ SALA. INTERIOR. NOITE

Felipe colocando pastas na mesa para Túlio conferir. Nisso volta-se para a sala

Andrezza. Eles a sós, num clima tenso. Ela toma coragem e o encara nos olhos.

ANDREZZA – Felipe... Qual foi o seu interesse me delatando sobre o Gracindo? Eu sei

muito bem que não foi conseguir a droga do baú que você nem abriu ainda!

FELIPE – Se você não confia em mim... Quer que eu faça o quê? Corte os pulsos?

ANDREZZA – NÃO MENTE PRA MIM! Confessa Felipe! CONFESSA A MENTIRA QUE

VOCÊ É FELIPE! CONFESSA LOGO O QUE VOCÊ QUER SE INFILTRANDO NESSA FAMÍLIA!

Música: A Cor do Desejo – Ney Matogrosso

Felipe explode, ele chuta uma mesa veloz. Andrezza o encara furiosa.

FELIPE – EU NÃO FIZ ISSO ANDREZZA! VOCÊ PRECISA CONFIAR EM MIM!

ANDREZZA – Eu não consigo confiar em você Felipe, não consigo confiar na fraude, na

mentira que eu sei que você é!

FELIPE – Mentira por mentira a minha não machuca as pessoas que eu amo, como a

mentira QUE VOCÊ É ANDREZZA! Isso se é que você ama algo ou além do dinheiro e do

poder né? Você não percebe que não tem moral pra falar de mim! Você fala da Maura,

mas no fundo vocês se merecem, SÃO IGUAIS UMA A OUTRA!

Andrezza explode, com emoção ela vira um fortíssimo tapa na face de Felipe. Ele não

pensa duas vezes e revida o tapa em sua cara.

CENA 12. CASA FERRAZ/ SALA. INTERIOR. NOITE

A música continua. Gabriel e Antony rindo, ambos bêbados ao extremo com taças e

taças de vinho e champanhe ao redor, eles próximos um ao outro.

ANTONY – Meu Deus... Como tudo devia ser tão mais simples Gabriel!

GABRIEL – Mas não é, e discutir com o destino não ajuda, só cabe aceitar! Mas Tony,

você não tá apaixonado por mim! E algo também me diz que não é pela Andrezza!

Antony se cala perante o que dissera Gabriel. Ele aproxima-se seu rosto do dele, a

taça de vinho que Gabriel segurava simplesmente cai no chão. Eles próximos, se

encaram olho no olho e então Antony o beija forte e apaixonado. Eles param.

GABRIEL – O que mais me dói... É achar que eu ainda, acima de tudo te amo Tony!

Antony se levanta, ele sorri para Gabriel e tomando uma última taça de vinho,

apenas deixando um olhar e um sorriso para Gabriel ele sai da cada veloz.

CENA 13. RUA. EXTERIOR. NOITE

A música continua. Ariel correndo pela rua chuvosa com um guarda-chuva indo até o

estacionamento, quando diversos homens liderados por Doddy e Paulo o cercam

com paus, barras de ferro, pedras etc. Ariel recua, assustado e intrigado.

ARIEL – O que é isso? QUEM SÃO VOCÊS? O QUE QUEREM COMIGO CARAMBA?

DODDY – Hora desse viadinho do Gabriel tomar uma surra que nunca vai esquecer!

ARIEL – NÃO! EU SOU O ARIEL, EU SOU IRMÃO GÊMEO DELE! EU NÃO SOU ELE!

A fala de Ariel é interrompida por um chute de um dos homens, o guarda-chuva é

brutalmente arrancado e Ariel começa a ser espancado covardemente por seis

homens no meio da rua por chutes, pontapés, barras de ferro, paus e pedras.

ARIEL – PAREM, PELO AMOR DE DEUS... EU IMPLORO! PAREM! PAREM!

DODDY – BICHINHA BOA É BICHINHA NO INFERNO! MORRE ABERRAÇÃO, MORRE!

Doddy bate com o pau na boca de Ariel, ele sangra na rua. As pancadas lhe doíam na

alma, enquanto seu sangue escorria mesclava-se com a água da chuva.

ARIEL – Eu... (Sem folêgo) Eu sou... Eu sou...

Nisso Paulo com força bate sua barra de ferro nas costas dele, que vai ao chão.

CENA 14. COBERTURA DE TÚLIO/ SALA. INTERIOR. NOITE

A música continua. Andrezza parada estática perante Felipe.

ANDREZZA – Você... VOCÊ ME BATEU!

Felipe dá um passo para se aproximar de Andrezza, ela desata a correr veloz sem

rumo. Ela sai da cobertura, Felipe corre atrás dela. Ela desce as escadas veloz,

diversas imagens em sua mente, embaraçada, confusa. Felipe atrás dela.

FELIPE – ANDREZZA... FALA COMIGO ANDREZZA! POR FAVOR, ANDREZZA EU TO AQUI!

A música ganha a cena. Andrezza sai na rua deserta, um carro para no fim da rua e

este era Antony com os faróis ligados, parados. Andrezza corria sem rumo em meio a

forte chuva, seus olhos lacrimejavam enquanto Felipe ia atrás dela. Ela escorrega,

Felipe se aproxima e pega firme em seu braço, ela vira-se para ele.

A chuva molha seus corpos, eles se encaram com suas faces próximas enquanto o

farol do carro de Antony que vê tudo os ilumina. Os rostos cada vez mais próximos e

a respiração dificultosa e então no meio da chuva se beijam apaixonados.

Andrezza e Felipe agarrados, os braços dela em volta de sua cintura e eles aos beijos

lindamente, entregues um ao outro. Antony vendo tudo em seu carro, sem reação.

Subitamente, eles se afastam, pasmos com um certo olhar a se encararem.

ANDREZZA – Felipe... A gente... A GENTE SE BEIJOU!

FELIPE – Meu Deus, Andrezza... ISSO NUNCA, ISSO NUNCA ACONTECEU! NUNCA!

Andrezza tenta se reaproximar de Felipe, ele vira-se de costas e em meio a chuva

desata a correr no meio da rua sumindo da vista de Andrezza. Ela senta-se no meio

fio, em meio a chuva pensativa. Antony no carro escorre uma lágrima de seu rosto.

CENA 2. RUA. EXTERIOR. NOITE

Ariel caído na lata do lixo, desacordado e sangrando. Gabriel na rua gritando por ele.

GABRIEL – Ariel, você tá por aí? Eu rastreei seu GPS maninho, aparece vai! ARIEL!

Gabriel continua a procurar Ariel, junto com duas enfermeiras do hospital que ele

estava, eles veem num beco um corpo jogado numa lata do lixo. Gabriel se aproxima

e se choca totalmente ao ver Ariel espancado jogado no lixo.

GABRIEL – ARIEEEL! NÃO, MEU IRMÃO! MALDITOS!

As enfermeiras em choque. Gabriel chora desconsolado com o que vê, revoltado.

CENA 3. COBERTURA DE TÚLIO/ QUARTO DE TÚLIO. INTERIOR. NOITE

Túlio e Andrezza deitados na cama. Andrezza deitada de lado com Túlio dormindo

envolvo à ela. Andrezza de olhos abertos encarando o nada, lembrando-se:

FELIPE – Você fala da Maura, mas no fundo vocês se merecem, SÃO IGUAIS UMA A

OUTRA!

Andrezza explode, com emoção ela vira um fortíssimo tapa na face de Felipe.

ANDREZZA – (Pensamento) Ah Felipe... Quem afinal é você rapaz? Quem?

Do lado de fora da porta, Antony a encara quase que escondido, pensativo.

CENA 4. CASA DE FELIPE/ SALA. INTERIOR. NOITE

Felipe vendo uma foto de Keila sorridente, ele emocionado vendo Leila numa

videoconferência por seu tablet. Felipe abalado, pensativo.

FELIPE – Tá pesado demais pra mim Leila, eu beijei a Andrezza, mas o que me dói é que

em nenhum momento eu lembrei da Keila! Eu sou um monstro! E quando ela acordar?

LEILA – E se ela NUNCA acordar Felipe? O fato é que você tá apaixonado Felipe, alguém

está mexendo com você... E algo me diz que não é apenas essa mulher, to certa?

FELIPE – Meu medo é admitir pra mim mesmo que você tá certa. E o que me assusta

que pior que me apaixonar por minha madrasta é pelo meu meio-irmão!

CENA 5. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA

A chuva se vai, com o nascer do dia as nuvens se vão e um sol reluzente sobre a

cidade. Pessoas, agitação por todos os lados de toda Brasília.

CENA 6. CASA DE FELIPE/ SALA. INTERIOR. DIA

Música: The Kill – Thirty Seconds To Mars

Felipe ligando o DVD que viera no baú de Gisella junto com diversos documentos.

GISELLA – Se você está vendo esse vídeo é porque eu já estou morta... E eu vim aqui pra

falar sobre o capeta, ou melhor sobre a traficante de armas MAURA VILAR PEREIRA E

ALBUQUERQUE, a mulher que ACABOU com a minha vida, e se você está vendo isso é

porque até a vida ela tirou de mim!

FELIPE – Prepare-se para a queda Maurinha, suas horinhas já estão contadas!

GISELLA – Quando eu era policial a Maura recrutou meu irmão pra máfia dela... Eu

descobri logo na primeira vez que ele levou uma remessa de armas pra uma

organização terrorista na fronteira da Espanha, mas eu errei, eu me calei! E logo a

Maura soube que eu sabia e então tudo saiu do meu controle! Meu irmão logo que foi

descoberto se arrependeu, e quis sair desse maldito esquema, ela jamais deixaria...

Então foi ela quem fez com que todos soubessem que meu irmão também virou um

zumbi dela, e não satisfeita ela me incriminou... Ela forjou provas e depoimentos de

que EU era traficante, foi o fim! E então meu irmão viajou pra Bolívia, e eu recebi uma

ligação dele... Ele me dizia que precisava de mim, que ela ia matá-lo... Eu fugi, assinei

minha culpa pra ir atrás dele!

Felipe pasmo por instantes. Gisella se emociona no vídeo, ela respira e continua.

GISELLA – Quando eu cheguei na Bolívia, vi que tudo não passava de uma armadilha! A

Maura tava prestes a matar meu irmão, e ela me fez refém... Ele tava IMPLORANDO

pra viver e ela matou meu irmão de joelhos, na minha frente, com três tiros na testa!

(Chorando) E até hoje eu não sei o que a Maura fez com o corpo! Ela me torturou, eu

sabia que estava condenada, então eu fugi... Eu voltei pro Brasil, mas eu voltei pra cá

pra morrer, pra ser caçado e pra ser morta que nem meu irmão foi!

A imagem escurece. O DVD fecha, Felipe emocionado com o coração apertado. Ele

corre, e pega um dos vários dossiês do baú, ele tira o DVD e corre, ele entra em seu

carro emocionado e pega o celular ligando para Gustavo.

FELIPE – Alo Gustavo... Eu acabei de ver provas que a Gisella me deixou num baú,

inclusive um DVD e eu vou levar pra você hoje à tarde! Me espere Gustavo, porque

esse DVD vai acabar com a alegria de muita gente!

Felipe, rumo ao Congresso dá a partida acelerada em seu carro.

CENA 7. CONGRESSO NACIONAL/ GABINETE DE GRACINDO. INTERIOR. DIA

A música continua. Maura ouvindo a escuta de Felipe em seu carro, ela

completamente atordoada. Ela sai correndo do gabinete, andando pelos corredores

velozes, inquieta. Até que abre a porta de Laranjeiras e bate a porta assustada.

LARANJEIRAS – EI! Tá louca? Que susto pô! Achei que era a polícia!

MAURA – Se a gente não agir logo vai ser em breve... O FELIPE, LARANJEIRAS! ELE SABE

DE TUDO SOBRE A GENTE... DE TUDO! E o pior, ele pode provar!

LARANJEIRAS – Eu cuido de apagar as provas!

MAURA – E eu... EU CUIDO DE APAGAR AQUELE TRASTE DE UMA VEZ POR TODAS!

<iframe width="640" height="360" src="//www.youtube.com/embed/BI-

6yBOBmEc?feature=player_detailpage" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

CENA 8. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE

As horas passam, o sol fica mais forte marcando a tarde quente. A cidade agitada.

CENA 9. CASA DE PAULO/ SALA. INTERIOR. TARDE

A porta batendo forte. Paulo vai seminu e abre para Maura que entra que nem um

furacão e vai até o quarto, puxando o lençol e tirando Doddy da cama.

MAURA – ACORDA VAGABUNDO! Tá de folga hoje, mas tá na hora de trabalhar!

DODDY – EI QUE ISSO MAURA!? Pirou?

MAURA – Passa uma água na cara, coloca uma roupa de gente que você vai matar o

Felipe pra mim agora! ANDA ANTA, TÁ ESPERANDO QUE EU PEGUE PELA MÃOZINHA?

Doddy pasmo com Maura determinada à sua frente.

CENA 10. PRÉDIO/ CIRCUITO INTERNO. INTERIOR. TARDE

Gabriel ao lado de Antony junto do segurança vendo as filmagens da agressão de

Ariel. Gabriel em choque, até pausa a imagem e ela é aumentada.

GABRIEL – Pera... Eu conheço esse agressor... E essa voz que disse que bicha boa é

bicha morta, EU SEI QUEM É, EU NÃO TENHO MAIS DÚVIDAS!

ANTONY – Eu não acredito nisso! O DODDY AGREDIU O ARIEL!

Gabriel sai atordoado correndo do prédio, ele entra em seu carro. Antony correndo

atrás dele, ele entra no carro de Gabriel que pisa fundo acelerando.

GABRIEL – EU VOU ATRÁS DAQUELE MALDITO ATÉ O INFERNO! ELE ME PAGA!

ANTONY – Calma Gabriel, a gente sabe muito bem que é o mandante disso!

CENA 11. CONGRESSO NACIONAL/ ESTACIONAMENTO. EXTERIOR. TARDE

Música: Numb – Linkin Park

Felipe andando pelo estacionamento atordoado, Doddy o seguindo apreensivo, o

estacionamento deserto. Doddy sacando a arma de Maura, Felipe ainda não nota.

FELIPE – Ah Maura... Você não tá aqui a essa hora, isso é tão estranho! Não convence!

Felipe continua andando pelo estacionamento, nisso Doddy vai perante ele e se põe

em sua frente colocando a arma em sua barriga. Felipe gela.

FELIPE – DODDY? Que isso? QUE PALHAÇADA É ESSA HEIN CARAMBA?

Antony e Gabriel no Eixo Monumental acelerando, vendo a tudo.

GABRIEL – ELE TÁ SEQUESTRANDO O FELIPE!

ANTONY – NÃO POR MUITO TEMPO!

Gabriel acelera pisando fundo rumo ao Congresso, Felipe gélido. Doddy o pega pela

gola da camisa e o joga em seu carro ao seu lado. Ele entra e acelera, pisando fundo,

ainda sem notar ser perseguido por Gabriel e Ariel no Eixo Monumental.

CENA 12. CASA DE FELIPE/ FACHADA. EXTERIOR. TARDE

A música continua. Laranjeiras e Maura com o carro parado diante da casa de Felipe.

Maura na direção acelera e destrói a porta da casa. Ela sai de lá junto de Laranjeiras

e eles correm para dentro da casa, apressados e tensos.

LARANJEIRAS – CADÊ ESSE MALDITO BAÚ? DROGA! MAURA PROCURA O ÁLCOOL!

Maura sai à procura do álcool, Gracindo olhando por toda a sala até que acha um

baú, ele põe o baú sobre o sofá, sorridente. Maura volta com uma garrafa de álcool.

MAURA – É Felipe... Tadinho, nem vai durar muito no nosso meio!

LARANJEIRAS – Faz logo o que tem que fazer e vamos embora Maura! Vai!

Maura espalha álcool por todo o sofá, no baú, insatisfeita ela joga por todo o chão,

pelo rack e nas paredes. Ela para perante o baú com um olhar doentio.

MAURA – Então você achou que até mesmo depois de morta você me infernizaria

Gisella? Como era inocente! Se fosse mais inteligente saberia que não tinha chances!

Maura acende seu isqueiro, ela ateia sob o baú e o fogo começa. Os dossiês, imagens

que há lá dentro começam a queimar e a virar cinzas, o fogo se espalhando pela casa.

Maura assiste a tudo lisonjeada, Laranjeiras corre. Maura sai deslumbrante e com

um sorriso doentio, assombroso por entre as chamas e acelera sorrindo.

CENA 13. RESERVA/ MATA. EXTERIOR. TARDE

A música continua. O carro de Doddy para na mata, ele sai do carro e abre a porta

para Felipe que desce apreensivo o encarando, Doddy sorridente.

DODDY – DESCE... Anda, DESCE CARALHO!

Felipe descendo apreensivo, lentamente, Doddy com a arma apontada para ele.

Gabriel e Antony acelerando atrás de Felipe, eles param o carro na mesma trilha, é

possível ouvir o barulho forte das correntezas de uma cachoeira.

FELIPE – FALA... O que você quer? Vai me matar é isso? NÃO FAZ ISSO DODDY!

DODDY – CALA A BOCA! Não enche meu saco que te mato mais cedo!

O carro de Antony e Gabriel para, eles saem e se escondem atrás de árvores, Doddy

vira-se apreensivo com a arma.

DODDY – PERA... TEM ALGUÉM AÍ? QUEM TÁ AÍ? FALA MALDITO FALA!

Doddy de costas para Felipe, nesse instante Felipe se atraca com Doddy e bate sua

cabeça contra o carro, ele começa a correr se enfiando na mata. Doddy saca sua

arma e desata a correr veloz atrás dele, atônito gritando.

DODDY – VOLTA AQUI FELIPE! VOLTA MALDITO, EU VOU TE MATAR!

ANTONY – FELIPE, ONDE VOCÊ TÁ? FALA COMIGO FELIPE! FALA!

Felipe corria sem rumo pela mata, guiado pelos sons da cachoeira, Doddy na mesma

direção atirando para o alto, correndo. Gabriel e Antony correndo por lados distintos

da mata. Felipe para diante da cachoeira, mudo, não tinha mais saída, Doddy

correndo cada vez mais próximo, nisso Doddy chega até a cachoeira e sorri ao vê-lo.

DODDY – Ótimo... Bom menino, vai até me poupar o trabalho de desovar seu corpo!

FELIPE – Vai matar, então MATA!

Nesse instante, subitamente Gabriel e Antony chegam. Gabriel se coloca na frente de

Doddy com ódio.

GABRIEL – DESGRAÇADO! VOCÊ NÃO VAI FERIR NINGUÉM DEPOIS DO MEU IRMÃO!

DODDY – Não, se eu matar você antes, Ariel!

GABRIEL – Não é Ariel, é Gabriel... VOCÊ BATEU NA PESSOA ERRADA SEU ANTA!

Doddy se choca, ele engatilha a arma prestes a atirar. Doddy puxa o gatilho, Felipe

dá um passo para a frente e empurra Gabriel no chão, a bala atravessa seu ombro,

Doddy prestes a fazer um novo disparo, Felipe dá um passo para trás, se desequilibra

e cai do alto da cachoeira. Todos em choque.

ANTONY – (Desesperado) FELIPEEE!

<iframe width="640" height="390" src="//www.youtube.com/embed/9o3_t6Bluok"

frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO